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RESUMO DIREITO ECONOMICO - Ordem Econômica internacional e Teoria dos Tratados

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RESUMO DIREITO ECONÔMICO
Ordem economica internacional
Introdução
A ordem econômica internacional é regida pelo Direito Internacional, que é o conjunto de normas que regula as relações externas dos atores que compõem a sociedade internacional. Tradicionalmente, rege as relações entre os Estados, OI’s, empresas, homens, organizações.
O surgimento das organizações acontece no final da segunda guerra mundial, onde os conflitos acabaram gerando a cooperação. 
O que apóia tal comportamento é a teoria de que o mundo é interdependente, defendida como uma das teorias das relações internacionais. Segundo Robert Keohane e Joseph Nye, analisando as mudanças proporcionadas pela acelerada globalização no mundo contemporâneo, o crescimento do comércio e a integração internacional intensiva, defendiam que a tomada de decisões por atores estatais e não-estatais tendiam a ser recíprocos, isto é, a trazer conseqüências para muitos outros agentes do sistema internacional. Dessa forma, os efeitos econômicos de uma decisão tomada do outro lado do mundo poderiam ser muito prejudiciais para os países envolvidos. Para Keohane e Nye, a interdependência é um fenômeno custoso para os atores do sistema internacional, traduzida em termos de sensibilidade (repercussão de uma decisão em um país sobre outro) e vulnerabilidade (alternativas de contornar a sensibilidade). As conseqüências desse processo de integração, segundo os teoristas, era a redução do uso da força nas relações entre nações. Nessa perspectiva, a melhor maneira de solucionar conflitos gerados pela interdependência seria a instituição de instâncias supranacionais, por exemplo.
Assim, entende-se a importância da busca de soluções para os conflitos através da mediação, bem caracterizado pelos tratados.
É importante salientar que todas as guerras foram, de alguma forma, ligadas pela questão econômica. E assim, consequentemente, tudo influencia na economia.
Marcos Históricos
- 1919 – Pacto da Liga das Nações – Considerada a primeira organização internacional por muitos, onde as potências vencedoras da Primeira Guerra Mundial se reuniram para negociar um acordo de paz, através do Tratado de Versalhes, que também criou a organização internacional do Trabalho.
- 1942 – Carta do Atlântico - Negociada durante a Conferência do Atlântico, o ato dos países aliados aconteceu durante a 2ª Guerra Mundial, pois como não havia a abertura do comércio internacional, o documento trazia o compromisso dos aliados de reconstruir o comércio mundial.
- 1944 – Bretton Woods – A Conferência financeira internacional trouxe regras, procedimentos e políticaspara as relações comerciais e financeiras entre os países mais industrializados do mundo, visandoregular a economia internacional. 
Pontos criados pelo sistema:
- Adoção do padrão ouro/dólar para regular as politicas monetárias e cambiais entre os países. Assim, a taxa de câmbio de suas moedas dentro de um determinado valor indexado ao dólar cujo valor, por sua vez, estaria ligado ao ouro;
- Criação do BIRD (Banco Internacional para a Reconstrução e Desenvolvimento, que é instituição financeira do Banco Mundial que proporciona empréstimos e assistência para o desenvolvimento a países de rendas médias com bons antecedentes de crédito.) e do FMI (que é uma organização internacional que tinha o objetivo, inicial, de ajudar na reconstrução do sistema monetário internacional);
É importante ressaltar que, assim como acontece na sociedade de uma empresa, o poder de voto de cada país-membro no BIRD está vinculado às suas subscrições de capital, que por sua vez estão baseadas no poder econômico relativo de cada país. Bem como, no FMI, os países contribuem com dinheiro para o fundo através de um sistema de quotas a partir das quais os membros com desequilíbrios de pagamento podem pedir fundos emprestados temporariamente.
Mas para receber o fundo, existe uma serie de exigências feitas pelo FMI com relação às políticas internas do país que solicitou a ajuda financeira da organização internacional, como elevar os tributos, diminuir os gastos públicos. 
- 1945 - ONU – A Organização das Nações Unidas é uma organização intergovernamental criada para promover a cooperação internacional, ou seja, manter a segurança e a paz mundial, promover os direitos humanos, auxiliar no desenvolvimento econômico e no progresso social, proteger o meio ambiente e prover ajuda humanitária em casos de fome, desastres naturais e conflitos armados, que financiada com contribuições avaliadas e voluntárias dos países-membros. Seus objetivos incluem manter a segurança e a paz mundial, promover os direitos humanos, auxiliar no desenvolvimento econômico e no progresso social, proteger o meio ambiente e prover ajuda humanitária em casos de fome, desastres naturais e conflitos armados. 
- 1945 – UNCTAD - A Conferência das Nações Unidas sobre Comércio e Desenvolvimento (UNCTAD), que é Órgão da Assembléia Geral da ONU, mas suas decisões não são obrigatórias, tem sido utilizada pelos países subdesenvolvidos como um grupo de pressão, foi estabelecida atendendo às reclamações dos países subdesenvolvidos, que entendiam que as negociações realizadas no GATT não abordavam os produtos por eles exportados, os produtos primários. Na América Latina, temos a Comissão Econômica para a América Latina e o Caribe (CEPAL), que é uma das cinco comissões regionais da ONU, que tem como mandato o estudo e a promoção de políticas para o desenvolvimento de sua região, especialmente estimulando a cooperação entre os seus países e o resto do mundo, funcionando como um centro de excelência de altos estudos.
- 1947 – GATT - O Acordo Geral sobre Aduanas e Comércio ou Acordo Geral sobre Tarifas e Comércio, (GATT) foi criando visando harmonizar as políticas aduaneiras dos Estados signatários. É a base da criação da Organização Mundial de Comércio. O GATT é um conjunto de normas e concessões tarifárias, criado com a função de impulsionar a liberalização comercial e combater práticas protecionistas, regular, provisoriamente, as relações comerciais internacionais. Tais negociações são estabelecidas através de rodadas. Além disso, tem como principio a não discriminação entre os países membros, ou seja, importando o produto, o Estado deve dar o mesmo tratamento tarifário a um produto importado que dá a um produto nacional que seja similar. Mas o GATT permite que os países membros façam acordos regionais, diferenciados, como o que acontece no Mercosul e União Européia. O Estados-membros poderão estabelecer alíquota menor somente para os países membros do Mercosul dos acordos regionais.
- 1948 - OIC - Foi criada a Organização Internacional do Comércio, num dos fóruns de discussão do GATT, através da Carta de Havana durante a Conferência de Havana, na qual constava a criação da OMC, que foi uma declaração de princípios que se fundavam na construção da paz através da liberdade, respeitando as linhas de fronteiras e renunciando ao uso da força, para enfim igualar o acesso ao comercio e às matérias primas, visando a prosperidade e segurança nacional para todos os povos. 
- 1995 - OMC – Ao final da Rodada do Uruguai, a Organização Mundial do Comércio foi criada com o objetivo de supervisionar e regulamentar o comércio internacional, em substituição ao GATT, e fornece uma estrutura para negociação e formalização de acordos comerciais e um processo de resolução de conflitos que visa reforçar a adesão dos participantes aos acordos da OMC. Como o GATT foi incluindo novos acordos dentro do mesmo acordo após várias rodadas de negociação, tais acordos foram incorporados à OMC.
Princípios da Ordem Econômica Internacional
Normatização da ordem econômica
A ordem econômica se organiza através de normas. 
No âmbito nacional, as normas são: 
- Normas legislativas, conforme o art. 59 da CF: 
	- CONSTITUIÇÃO FEDERAL;
	- EMENDA CONSTITUCIONAL;
	- leis complementares;
- leis ordinárias;
- leis delegadas;
- medidas provisórias;
- decretos legislativos;
- resoluções.
- Normas executivas e judiciárias:- decretos;
- portarias;
- instruções normativas;
	- resoluções;
No âmbito internacional, conforme o art. 38 do Estatuto do Tribunal Internacional de Justiça, as fontes do Direito Internacional são: 
a) TRATADOS;
b) COSTUMES;
c) PRINCÍPIOS GERAIS DE DIREITO;
d) DOUTRINAS;
e) JURISPRUDENCIA; 
f) DECISÕES DAS ORGANIZAÇÕES INTERNACIONAIS.
Tratados
Sendo a mais importante fonte do Direito Internacional, o tratado (ou Pacto, Convenção, Carta) é um meio pelo qual sujeitos de direito internacional – principalmente os Estados nacionais e as organizações internacionais – estipulam direitos e obrigações entre si, assim, os Estados e as organizações internacionais (e outros sujeitos de direito internacional) que celebram um determinado tratado são chamados “Partes Contratantes” (ou simplesmente “Partes”) a este tratado. Os tratados, em geral, regulam algum tema do Direito Internacional Público
O tratado dá ao acordo personalidade jurídica, tendo suas decisões desvinculadas dos seus membros. 
Algumas decisões dos tratados não são obrigatórias, por serem recomendações (Soft law), mas a maioria dela serão obrigatória para todos os membros, que são chamadas de Hard Law.
Hierarquia dos Tratados
a) Status de Norma Supra Legal – Devido ao Pacto de San José, que o Brasil aderiu em 1993, os tratados tinham uma status de norma supra legal, para se adequar à prevalecia dos direitos humanos no que se referia ao depositário infiel, conforme entendimento do STF. Mas em 2004, o Congresso Nacional criou a Emenda Constitucional 45/2004, assim tratados ratificados sobre Direitos Humanos, passaram a ter status de emenda constitucional.
b) Status de Emenda Constitucional
Após a Emenda Constitucional, o art. 5º § 3° da CF, ficou instituído no que se refere à tratados ligados à Direitos Humanos: 
“§ 3º Os tratados e convenções internacionais sobre direitos humanos que forem aprovados, em cada Casa do Congresso Nacional, em dois turnos, por três quintos dos votos dos respectivos membros, serão equivalentes às emendas constitucionais”.
Mas é importante reafirmar que somente possuem tal status, tratados que dizem respeito a Direitos Humanos.
c) Sobrepõem à Legislação Tributária Interna: 
Reafirmando o principio da não discriminação entre os Estados-membros, O tratado de cunho tributário vai SEMPRE revogar a Lei interna, conforme o Art. 98 do CTN:
“Art. 98. Os tratados e as convenções internacionais revogam ou modificam a legislação tributária interna, e serão observados pela que lhes sobrevenha.”
d) Status de Lei Ordinária
Sobre os demais tratados, tem status de Lei Ordinária, pacificado pelo STF através do Recurso Especial n° 80.004/PE
Formação dos Tratados
Para que um tratado seja valido, existem algumas condições:
- capacidade das Partes Contratantes;
- habilitação dos agentes signatários;
- consentimento mútuo;
- formalidade; 
- objeto lícito e possível.
Atendidas todas as referidas condições, o tratado tendo a natureza contratual por se tratar de um acordo de vontades, serão concluídas através das seguintes fases:
Negociação: Sendo competência exclusiva do Chefe do Executivo, na primeira fase da celebração deverão as partes negociar os termos do acordo, elaborando um texto consensual a ser rubricado pelos negociadores ao final para validar a proposta, momento em que se inicia o prazo para deposito dos instrumentos de ratificação 
Referendo: É a fase na qual os órgãos internos do Estado apreciam o teor do tratado para que possam aprovar ou rejeitar o mesmo. Tal apreciação será submetida ao Congresso, que o aprovará por meio de um decreto legislativo;
Ratificação: Essa etapa acontece quando o uma Parte Contratante informa à(s) outra(s) que a partir de então se obrigará aos termos do tratado, entregando o decreto para o depositário (responsável pelo recebimento dos instrumentos). 
Vigência: Haverá um termo de vigência e a quantidades de ratificações necessárias para a vigência do tratado. No Plano internacional, o tratado entrará em vigor depois da ratificação, conforme o instrumento;
Publicação: A última etapa se dará quanto houver a publicação do decreto referente ao tratado, promovendo a vigência no plano interno. Se houver silêncio no decreto sobre o prazo em que o tratado passará a vigorar, vigerá 45 dias após a sua publicação.

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