Buscar

DPC_SATPRES_LPenEsp_GJunqueira_Aula10_Aula20_27062013_TiagoFerreira (1)

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 3, do total de 6 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 6, do total de 6 páginas

Prévia do material em texto

DPC SEMESTRAL 
Legislação Penal Especial 
Gustavo Junqueira 
Data: 27/06/2013 
Aula 20 
DPC SEMESTRAL – 2013 
Anotador(a): Tiago Ferreira 
Complexo Educacional Damásio de Jesus 
RESUMO 
SUMÁRIO 
 
1) Lei de Tortura - L 9.455/97...continuação; 
2) Lei de Abuso de Autoridade - L 4.898/65 
 
 
L 9.455/97: 
 
 
 Art. 1º, §6º: 
 
§ 6º O crime de tortura é inafiançável e insuscetível de graça ou anistia. 
 
Trata-se de disposição inócua, haja vista repetir os termos da CF/88. 
 
Polêmica: A lei de tortura não proíbe expressamente o indulto, ao contrário do que faz a lei de crimes 
hediondos. Assim, parte da doutrina entendeu viável o indulto na tortura. As cortes superiores afastaram tal 
entendimento, pois a inviabilidade de indulto nos hediondos e equiparados não advém da lei, mas sim da 
Constituição ao interpretar de forma extensiva a proibição da graça. 
 
 
 Art. 1º, §7º: 
 
§ 7º O condenado por crime previsto nesta Lei, salvo a hipótese do § 2º, iniciará o cumprimento da pena em regime 
fechado. 
 
O §7º prevê que, ressalvada a forma omissiva, o regime inicial de cumprimento da pena será fechado. A 
redação é idêntica à prevista na lei de crimes hediondos, já considerada inconstitucional no pleno do STF. 
Prevalece que tal decisão não tem eficácia erga omnes, porém a lógica indica que a disposição da lei de tortura 
também seria inconstitucional. 
 
OBS: Gilmar Mendes entende que as decisões do pleno do STF têm eficácia erga omnes. Recentemente o Min. 
Dias Toffoli aplicou tal lógica (Isso ainda não é pacífico). 
 
Concursos: Atentar à forma que o assunto é indagado. Se cair a letra da lei, marcar que o regime inicial é 
fechado. 
 
 
 Art. 2º (Extraterritorialidade): 
 
Art. 2º O disposto nesta Lei aplica-se ainda quando o crime não tenha sido cometido em território nacional, sendo a 
vítima brasileira ou encontrando-se o agente em local sob jurisdição brasileira. 
 
O Art. 2º manda aplicar a lei de tortura ao crime praticado fora do território nacional se: 
 
a) A vítima for brasileira; ou 
b) Se o agente ingressa em território nacional. 
 
2 de 6 
 
Prevalece que a hipótese é de extraterritorialidade incondicionada (Silva Franco). 
 
Para Guilherme Nucci (minoritário) o artigo é inaplicável, pois não regulamentado. 
 
 
Competência: 
 
Em regra, a competência é da justiça estadual. 
 
Atenção: CC 102714 - O STJ entendeu que a tortura praticada por PMs dentro de delegacia da Polícia Federal é 
competência da Justiça Federal. 
 
 
 
LEI DE ABUSO DE AUTORIDADE - L 4.898/65: 
 
 
Abuso de autoridade X Abuso de Poder: 
 
Abuso de autoridade é a violação de direitos e garantias individuais por quem exerce cargo ou função pública. 
O abuso de poder é mais amplo. É a prática de ato, fora dos limites legais, pelo funcionário com poder 
administrativo (poder de polícia, poder hierárquico, poder disciplinar). 
 
A lei não respeita tal distinção (a distinção é doutrinária). 
 
Contexto Histórico: Editada após um ano do golpe militar, tal lei surgiu para amenizar a repercussão 
internacional negativa da ditadura. A lei é ampla e possui penas ínfimas, ou seja, a aparente “contradição” de 
um regime autoritário editar uma lei que veda o abuso de autoridade se justifica por se tratar de mero 
simbolismo, feita de modo que não haja efetividade na sua aplicação. 
 
 
 Art. 2º: 
 
Prevê o direito de “representação”. No entanto, no concurso com o Art. 12 a interpretação pacífica dos 
tribunais é que a ação é pública incondicionada. 
 
A expressão “representação” foi utilizada como sinônimo de “direito de petição”, como tratada na 
Constituição de 1946. 
 
Essa representação poderá ser exercida por qualquer pessoa física ou jurídica, nacional ou estrangeira, capaz 
ou incapaz. O Art. 103-B, §4º, IV da CF/88 dispõe que o CNJ também é legitimado a “representar” pela 
apuração de abuso de autoridade. 
 
A representação será endereçada ao superior hierárquico da autoridade ou ao Ministério Público. O equívoco 
no endereçamento não invalida o ato. 
 
Possível aplicação analógica do Art. 39 do CPP, endereçando ao juiz e ao Delegado de Polícia. 
 
Se a representação for feita por advogado, a procuração deverá conter poderes especiais. 
 
 
3 de 6 
Pela letra da lei, a representação deverá ser feita em duas vias e conterá a exposição do fato, a qualificação do 
acusado e o rol de testemunhas (máximo 03). 
 
 
 Art. 5º - Sujeito Ativo: 
 
Considera-se autoridade quem exerce cargo, emprego ou função, civil o militar, ainda que transitoriamente ou 
sem remuneração. 
 
Tal conceito abrange o mesário de eleição e o jurado. 
 
Aquele que não está no exercício da função, mas a invoca para o ato, também responde. 
 
O particular pode responder em concurso de pessoas com uma autoridade, desde que conheça tal 
circunstância. 
 
 
Elemento Subjetivo: É o dolo (não há abuso culposo). 
 
 
Consumação e Tentativa: 
 
As condutas do Art. 3º não são passíveis de tentativa, pois são crimes de atentado (aquele em que, quando a 
pessoa tenta praticar, o tipo já se consumou). 
 
As condutas do Art. 4º podem aceitar tentativa, em especial as alíneas “a”, “b”, “e” e “f”. 
 
 
Tipos Penais: 
 
 Art. 3º: 
 
Art. 3º. Constitui abuso de autoridade qualquer atentado: 
a) à liberdade de locomoção; 
b) à inviolabilidade do domicílio; 
c) ao sigilo da correspondência; 
d) à liberdade de consciência e de crença; 
e) ao livre exercício do culto religioso; 
f) à liberdade de associação; 
g) aos direitos e garantias legais assegurados ao exercício do voto; 
h) ao direito de reunião; 
i) à incolumidade física do indivíduo; 
j) aos direitos e garantias legais assegurados ao exercício profissional. 
 
 
Alínea “a” (Atentar contra a liberdade de locomoção): 
 
Exemplos de condutas: 
 
-Prisão para averiguação; 
-Saída injustificada de local - A determinação para a saída injustificada de logradouro configura abuso. 
 
4 de 6 
 
Alínea “b” (Atentar contra a inviolabilidade de domicílio): 
 
Ideia de “casa” - Art. 150, §4º do CP. 
 
Majoritário que o abuso de autoridade é especial em relação ao Art. 150, §2º do CP, e por isso prevalece 
(Passos de Freitas). 
 
 
Alínea “c” (Atentar contra o sigilo de correspondência): 
 
Correspondência - Art. 47 da L 6.538/78 - É toda comunicação de pessoa a pessoa por meio de carta, via postal 
ou telegrama. 
 
Qualquer forma de conhecimento do conteúdo da correspondência é crime (não precisa necessariamente 
abri-la). A correspondência deve guardar sigilo, portanto, não abrange o cartão postal aberto. 
 
Diretor de estabelecimento prisional - A CF/88 não aborda o tema. A LEP autoriza mediante ordem 
fundamentada. É possível violar a correspondência do preso por ato fundamentado do diretor do 
estabelecimento: “O direito não pode servir de escudo para práticas ilícitas” (HC 70814 - Celso de Mello). 
 
 
Alíneas “d” e “e” (Atentar contra a liberdade de consciência, crença e culto): 
 
Para parte da doutrina, as liberdades de crença e consciência não podem ser tangenciadas, pois se 
desenvolvem no âmbito interno, não afetam terceiros. 
 
A liberdade de culto se relaciona com a liberdade de crença, mas, por ser exteriorização, deve ser limitada pela 
lei se ferir a ordem pública. 
 
 
Alínea “f” (Atentar contra a liberdade de associação): 
 
O art. 5º, XVII da CF/88 traz como plena a liberdade de associação para fins lícitos, vedada a de caráter 
paramilitar. 
 
 
Alínea “g” (Atentar contra o direito de voto). 
 
 
Alínea “h” (Atentar contra o direito de reunião). 
 
 
Alínea “i” (Atentar contra a incolumidade física do indivíduo): 
 
Prevalece que há concurso material entre o abuso de autoridade e a lesão corporal. Para Guilherme Nucci 
pode ser concurso formal. 
 
 
Alínea “J” (Atentar contra os direitos e garantias legais assegurados ao exercício profissional):5 de 6 
 
 Art. 4º: 
 
Art. 4º Constitui também abuso de autoridade: 
a) ordenar ou executar medida privativa da liberdade individual, sem as formalidades legais ou com abuso de poder; 
b) submeter pessoa sob sua guarda ou custódia a vexame ou a constrangimento não autorizado em lei; 
c) deixar de comunicar, imediatamente, ao juiz competente a prisão ou detenção de qualquer pessoa; 
d) deixar o Juiz de ordenar o relaxamento de prisão ou detenção ilegal que lhe seja comunicada; 
e) levar à prisão e nela deter quem quer que se proponha a prestar fiança, permitida em lei; 
f) cobrar o carcereiro ou agente de autoridade policial carceragem, custas, emolumentos ou qualquer outra despesa, 
desde que a cobrança não tenha apoio em lei, quer quanto à espécie quer quanto ao seu valor; 
g) recusar o carcereiro ou agente de autoridade policial recibo de importância recebida a título de carceragem, custas, 
emolumentos ou de qualquer outra despesa; 
h) o ato lesivo da honra ou do patrimônio de pessoa natural ou jurídica, quando praticado com abuso ou desvio de poder 
ou sem competência legal; 
i) prolongar a execução de prisão temporária, de pena ou de medida de segurança, deixando de expedir em tempo 
oportuno ou de cumprir imediatamente ordem de liberdade. 
 
 
 Art. 6º - Sanções: 
 
Art. 6º O abuso de autoridade sujeitará o seu autor à sanção administrativa civil e penal. 
§ 1º A sanção administrativa será aplicada de acordo com a gravidade do abuso cometido e consistirá em: 
a) advertência; 
b) repreensão; 
c) suspensão do cargo, função ou posto por prazo de cinco a cento e oitenta dias, com perda de vencimentos e 
vantagens; 
d) destituição de função; 
e) demissão; 
f) demissão, a bem do serviço público. 
§ 2º A sanção civil, caso não seja possível fixar o valor do dano, consistirá no pagamento de uma indenização de 
quinhentos a dez mil cruzeiros. 
§ 3º A sanção penal será aplicada de acordo com as regras dos artigos 42 a 56 do Código Penal e consistirá em: 
a) multa de cem a cinco mil cruzeiros; 
b) detenção por dez dias a seis meses; 
c) perda do cargo e a inabilitação para o exercício de qualquer outra função pública por prazo até três anos. 
§ 4º As penas previstas no parágrafo anterior poderão ser aplicadas autônoma ou cumulativamente. 
§ 5º Quando o abuso for cometido por agente de autoridade policial, civil ou militar, de qualquer categoria, poderá ser 
cominada a pena autônoma ou acessória, de não poder o acusado exercer funções de natureza policial ou militar no 
município da culpa, por prazo de um a cinco anos. 
 
 
Autor de abuso estará sujeito às sanções penais, civis e administrativas. 
 
Prevalecem as sanções da lei de abuso de autoridade sobre as previstas em estatuto próprio. O procedimento 
para aplicação da sanção observará o Estatuto próprio (A L 4.898/65 não traz procedimento) ou, na falta, lei 
geral do funcionário público. 
 
O valor da sanção civil perdeu aplicação, o juiz só fixa o dever de indenizar. 
 
O STJ, no Resp 982271, permitiu a aplicação cumulativa das três penas, nos termos do Art. 6º, §4º. 
 
 
6 de 6 
O §5º prevê sanção ao condenado policial de impedimento para exercer funções de natureza policial (civil ou 
militar) no município da culpa, por 01 a 05 anos. 
 
 
Procedimento: Em regra, é JECRIM. 
 
Afastado o Jecrim, há rito especial - peculiaridades: 
 
-Número de 03 testemunhas, que pode ser acrescido de 02 para suprir ausência de exame pericial. 
-O MP deve denunciar em 48 horas. 
-A audiência deve ser marcada em 05 dias. 
-Não serão deferidas precatórias. 
-A citação será feita por mandado sucinto.

Continue navegando