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Aula3_Civil DOMICILIO DA PESSOA NATURAL

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Direito Civil
Prof. Luciano Favaro
Domicílio da pessoa natural
Prof. Luciano Favaro
Conceito
Domicílio civil da pessoa natural: “é o lugar onde estabelece residência COM ÂNIMO DEFINITIVO, convertendo-o, em regra, em centro principal de seus negócios jurídicos ou de sua atividade profissional”. (GAGLIANO, Pablo Stolze. Op. cit., p. 244).
Conceito
Art. 70. O domicílio da pessoa natural é o lugar onde ela estabelece a sua residência com ânimo definitivo.
Art. 72. É também domicílio da pessoa natural, quanto às relações concernentes à profissão, o lugar onde esta é exercida.
Conceito
Residência (elemento objetivo) 
+ 
ânimo definitivo da pessoa (elemento subjetivo)
=
DOMICÍLIO
Conceito
Assim, “se o sujeito fixa-se em determinado local, com o propósito de ali permanecer, transformando-o em centro de seus negócios, constitui, ali, o seu domicílio civil”. (GAGLIANO, Pablo Stolze. Op. cit., p. 245.)
Pluralidade de domicílio
Pergunta: mas e se a pessoa não estabelecer o elemento subjetivo. Não correria o risco de, propositalmente, ficar sem domicílio?
Resposta: pensando nisso é que o legislador elaborou o artigo 71 CC. Pretende-se ao máximo apurar o domicílio da pessoa que não se enquadra nos dois elementos mencionados. É o que se denomina de PLURALIDADE DE DOMICÍLIO.
Pluralidade de domicílio
Art. 71. Se, porém, a pessoa natural tiver diversas residências, onde, alternadamente, viva, considerar-se-á domicílio seu qualquer delas.
De acordo com esse artigo, vivendo a pessoa em diversas residências, considerar-se-á domicílio seu qualquer delas. 
Domicílio aparente ou ocasional
Pergunta: mas e se a pessoa não tiver sequer uma residência habitual?
Resposta: Nesse caso, ter-se-á por domicílio dela o lugar onde for encontrada. 
É o caso, por exemplo, do artista de circo ou do cigano. É o que se denomina de DOMICÍLIO APARENTE OU OCASIONAL.
Mudança de domicílio
Pergunta: como se muda de domicílio?
Resposta: muda-se com a transferência da residência (objetivo) + a intenção manifesta de o mudar (subjetivo).
Art. 74. Muda-se o domicílio, transferindo a residência, com a intenção manifesta de o mudar.
Mudança de domicílio
Pergunta: como se provará essa intenção?
Resposta: essa intenção se provará mediante a declaração da pessoa às municipalidades dos lugares que deixa e para onde vai, ou, se tais declarações não fizer, da própria mudança, com as circunstâncias que a acompanharem.
Espécies de domicílio
A) Voluntário;
B) Legal/Necessário;
C) Eleição/Especial.
Voluntário
Decorre do ato livre do próprio sujeito que fixa a residência com ânimo definitivo. 
NÃO há qualquer interferência legal. 
É a regra em nosso ordenamento jurídico.
Legal/necessário
Decorre da determinação da lei em relação à condição especial de certas pessoas. 
É o lugar no qual a lei presume que a pessoa resida.
A pessoa pode até ter o domicílio voluntário, mas, mesmo assim, na lei se previu um domicílio necessário.
Pessoa
Domicílio
Incapaz (absoluta ou relativamente)
O do seu representante ou assistente
Servidor público
O lugar em que exercer permanentemente suas funções
Militar
Onde servir. Se da Marinha ou Aeronáutica, a sede do comando a que se encontrar imediatamente subordinado.
Marítimo
Onde o navio estiver matriculado
Preso
Lugar em que cumprir a sentença
Eleição/especial
É o domicílio decorrente do ajuste entre as partes num contrato escrito.
Art. 78. Nos contratos escritos, poderão os contratantes especificar domicílio onde se exercitem e cumpram os direitos e obrigações deles resultantes.
(...copiar...)
Extraterritorialidade
Agente diplomático: o agente diplomático possui imunidade de jurisdição civil. 
Isso significa dizer que sendo citado no país onde executa sua missão, o agente poderá alegar que somente prestará contas ao Poder Judiciário brasileiro (extraterritorialidade).
Extraterritorialidade
Se ele alegar a extraterritorialidade e não indicar, no Brasil, o seu domicílio, ele será demandado:
no Distrito Federal; ou 
no último ponto do território brasileiro onde teve um domicílio.
Domicílio da pessoa jurídica
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Domicílio
União
Distrito Federal
Estados e Territórios
Respectivas capitais
Município
Lugar onde funcione a administração municipal
Demais pessoas jurídicas
Lugar onde funcionarem as respectivas diretorias e administrações;
Ou onde elegeram domicílio especial no seu estatuto ou atos constitutivos.
Domicílio da PJ
Pergunta: é possível que a pessoa jurídica tenha pluralidade de domicílio?
Resposta: sim. Se a pessoa jurídica tiver diversos estabelecimentos em lugares diferentes, cada um deles será considerado domicílio para os atos nele praticados.
Domicílio da PJ – sede no estrangeiro
Se a administração ou diretoria da pessoa jurídica tiver sede no estrangeiro, haver-se-á por domicílio, no tocante às obrigações contraídas por cada uma das suas agências, o lugar do estabelecimento, sito no Brasil, a que ela corresponder.
Bens
Prof. Luciano Favaro
Após o estudo das pessoas (naturais/jurídicas) que são o sujeito da relação jurídica, estudaremos agora objeto dessa relação, mais especificamente estudaremos os bens. 
Concepção da palavra “bem”
A palavra “bem” tem duas acepções:
Filosófica: tudo quanto pode proporcionar ao homem qualquer satisfação, como, por exemplo: a saúde é um bem, a amizade é um bem, entre outros. 
Linguagem jurídica: bem são valores materiais ou imateriais que podem ser objeto de uma relação de direito. Abrange, portanto, coisas corpóreas e incorpóreas.
(MONTEIRO, Washington de Barros. Curso de Direito Civil. V.1 – parte geral. 42ed. São Paulo: Saraiva, 2009, p. 180). 
Conceito
Linguagem jurídica: “São coisas materiais, concretas, úteis aos homens e de expressão econômica, suscetíveis de apropriação, bem como as de existência imaterial economicamente apreciáveis”. 
(GONÇALVES, Carlos Roberto. Direito Civil Brasileiro. V. I – parte geral. 4ed. São Paulo: Saraiva, 2007, p. 239).
Classificação
No Código Civil os bens são disciplinados em três capítulos diferentes:
I – dos bens considerados em si mesmos;
II – dos bens reciprocamente considerados (arts. 92 a 97 CC);
III – dos bens públicos.
a) Bens considerados em si mesmos
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a.1. Bens corpóreos
Bens corpóreos: são os que têm existência física, material, perceptível pelos sentidos humanos. São os bens palpáveis, tangíveis. Exemplos: carro, casa, livro, quadro, entre outros.
Bens corpóreos = bens materiais
 
a.1. Bens corpóreos
Bens incorpóreos: são os que têm existência abstrata, mas com valor econômico. Não são palpáveis, tangíveis. Exemplos: direito autoral, o crédito, o ponto e o nome empresariais, o software, entre outros.
Bens incorpóreos = bens imateriais
 
a.1. Bens corpóreos
Fique atento: Tanto os bens corpóreos quanto os incorpóreos podem integrar o patrimônio de uma pessoa.
a.2. Bens imóveis
Conceito: são “aqueles que não se podem transportar, sem destruição, de um lugar para outro, ou seja, são os que não podem ser removidos sem alteração de sua substância”.
a.2. Bens imóveis
A diferenciação entre bens móveis e imóveis é de suma importância, pois a alienação de bens imóveis se reveste de formalidades dispensáveis aos bens móveis.
ENTENDA: no Direito brasileiro, a aquisição da propriedade imobiliária, em regra, só é possível se seguida da solenidade do registro. Além disso, a depender do regime de casamento, a venda de um imóvel importará na anuência do outro cônjuge.
Classificação dos bens imóveis
i) imóveis por sua natureza;
ii) imóveis por acessão (incorporação) natural;
iii) imóveis por acessão artificial;
iv) imóveis por determinação legal.
i) imóveis por sua natureza
É o próprio solo, a superfície, o subsolo e o espaço aéreo.
A natureza imobiliária do solo compreende tudo aquilo a si incorporado pela própria natureza (ex.: jazidas minerais, queda-d’água), atingindo ainda a sua extensão vertical (o espaço aéreo e o subsolo).
ii) imóveis por acessão
(incorporação) natural:
Tudo aquilo que incorpora naturalmente ao solo, consequentemente, torna-se imóvel, pois não pode ser retirado sem a destruição. Exemplo: árvore que cresce naturalmente.
iii) imóveis por acessão artificial: 
É tudo aquilo que o homem incorporar ao solo, como, por exemplo: a semente lançada ao solo; os edifícios construídos; as construções e que não poderão ser retirados sem destruição, modificação ou dano.
iv) imóveis por determinação legal: 
são coisas imóveis em virtude de o legislador assim ter determinado.
Direitos reais sobre imóveis e as ações que os assegurem: exemplos: hipoteca, servidões, usufruto, uso, habitação, entre outros; ações de nulidade ou rescisão de compra e venda de imóvel; ações de reivindicação da posse, ações hipotecárias, entre outros.
iv) imóveis por determinação legal: 
são coisas imóveis em virtude de o legislador assim ter determinado.
Direito à sucessão aberta: “todo o complexo patrimonial transmitido aos herdeiros”. Será considerado bem imóvel ainda que abranja apenas bem móveis.
Pergunta: por qual razão o legislador considerou esses direitos como imóvel?
Resposta: para dar maior proteção e segurança jurídica ao próprio imóvel. Assim, para que se faça uma hipoteca de um imóvel, por exemplo, necessária a outorga do outro cônjuge, haja vista a determinação legal. Também será necessária a escritura pública da hipoteca e não a simples tradição (entrega) como ocorre nos bens móveis.
IMPORTANTE!
Também não perdem o caráter de imóvel:
A edificação que, apesar de separada do solo, conservar sua unidade e for removida para outro local.
Os materiais provisoriamente separados de um prédio para nele se reempregarem. Ex: uma janela que é retirada de um imóvel para reparo, não perde a característica imóvel se, após o conserto, for utilizada no imóvel.
a.3. Bens móveis
Conceito: “os que, sem deterioração na substância ou na forma, podem ser transportados de um lugar para outro, por força própria (animais) ou estranha (coisas inanimadas – sem vida)”.
Classificação dos bens móveis
i) móveis por natureza;
ii) móveis por antecipação;
iii) móveis por determinação legal.
i) móveis por natureza:
Semoventes (suscetíveis de movimento próprio): são os animais.
Bens móveis propriamente ditos: coisas inanimadas suscetíveis de remoção por força alheia, exemplo: cadeira, mercadoria, moeda, navio, aeronave, entre outros.
ii) móveis por antecipação:
São os bens que, embora imóveis por natureza, tornam-se móveis pela vontade humana em virtude da função econômica, exemplo: árvores destinadas ao corte, frutos ainda não colhidos, entre outros.
Jurisprudência do STJ: Safra de frutos naturais, ainda que não destacados do bem principal, é reputada bem móvel: A venda de frutos, de molde a manifestar o intuito de separação do objeto da venda em relação ao solo a que adere, impõe a consideração de que tais coisas tenham sido, pela manifestação de vontade das partes contratantes, antecipadamente mobilizadas (STJ, 3ª T., AgRgAg 1747406/SP, rel. Min. Eduardo Ribeiro, DJU 23.11.98).
iii) móveis por determinação legal: 
são coisas móveis em virtude de o legislador assim ter determinado.
Energias que tenham valor econômico: exemplo: elétrica, gás, térmica, nuclear, energias de águas represadas.
Direitos reais sobre móveis e as ações correspondentes: exemplo: penhor, alienação fiduciária em garantia, entre outros.
Direitos pessoais de caráter patrimonial e respectivas ações: exemplo: direitos autorais, a propriedade industrial (assegura ao criador as garantias expressas nas patentes de invenção, protegendo esses direitos contra utilização alheia e concorrência desleal).
ATENÇÃO!
Os materiais, enquanto não forem empregados em alguma construção, conservarão sua qualidade de móveis. 
O material de construção retirado de um prédio demolido também voltará a condição de móvel.
a.4. Bens fungíveis 
Bens fungíveis: são os bens suscetíveis de substituição por outro da mesma espécie, qualidade e quantidade. Exemplos: café, arroz, livro, dinheiro, entre outros. 
a.4. Bens infungíveis 
Bens infungíveis: são os bens de natureza insubstituível por outro de igual qualidade, quantidade e espécie. Exemplo: uma obra de arte de Portinari. 
a.5. Bens consumíveis 
Bens consumíveis: importam destruição imediata da própria substância. Exemplo: o alimento.
a.5. Bens inconsumíveis 
Bens inconsumíveis: são os que suportam uso continuado, ainda que haja perecimento progressivo e natural. Exemplo: automóvel, livro, entre outros.
Assim: “os consumíveis perdem a substância com o primeiro uso, enquanto que os inconsumíveis não se exaurem no primeiro uso”.
a.5. Bens inconsumíveis 
CUIDADO: Os bens destinados à alienação são bens CONSUMÍVEIS. 
Assim, um livro numa livraria, por exemplo, e que esteja destinado à alienação (venda) é, naquele momento, um bem consumível. Isso porque a aquisição pelo consumidor implicará o exaurimento da finalidade do livro para a livraria. É o que se denomina de consuntibilidade jurídica ou consumibilidade de direito.
a.6. Bens divisíveis
Bens divisíveis: são os “possíveis de fracionamento em partes homogêneas e distintas, sem alteração das qualidades essenciais do todo, sem desvalorização, e sem prejuízo do uso a que se destinam, formando um todo perfeito”.
Todas as coisas exprimíveis por quantidade são, em regra, divisíveis, como, por exemplo, uma saca de arroz, de feijão, desde que não perca a expressão econômica ou resulte prejuízo ao uso a que se destinam.
a.6. Bens indivisíveis
Bens indivisíveis: são os bens que não comportam fracionamento. Os bens indivisíveis dividem-se em:
Pela própria natureza: exemplos: um cavalo, um quadro, um livro.
Por determinação legal: previsto na própria lei. Exemplo: herança, antes da partilha.
Pela vontade das partes: as partes estipulam a indivisibilidade da coisa, exemplo: compra de dois carros com o requisito de que deverão ser entregues no mesmo momento; obrigações em dinheiro quando as partes convencionam que o pagamento será feito em única parcela.
a.7. Bens singulares
Bens singulares: são singulares os bens que, embora reunidos, devem ser considerados individualmente (de per si), independente das demais.
a.7. Bens coletivos
Bem coletivo: é o que se compõe de vários bens singulares considerados em conjunto. Eles formam um todo homogêneo. 
a.7. Bens coletivos
Os bens coletivos compreendem as universalidades de fato e as universalidades de direito:
Universalidade de fato: “é o conjunto de coisas singulares agrupadas pela vontade da pessoa, tendo destinação comum”. Exemplos: uma biblioteca, uma galeria de arte, um rebanho, um condomínio fechado. Art. 90 CC.
IMPORTANTE: os bens que compreendem essa universalidade podem ser objeto de relações jurídicas próprias. ENTENDA: posso vender um único livro (bem singular) ou toda uma biblioteca (bem coletivo – universalidade de fato).
a.7. Bens coletivos
Os bens coletivos compreendem as universalidades de fato e as universalidades de direito:
Universalidade de direito: “complexo de direitos e obrigações a que a ordem jurídica atribui caráter unitário”. Exemplos: o patrimônio, a herança. ENTENDA: a universalidade de direito deve ter valor econômico e é determinada pela ordem jurídica.
b) Dos bens reciprocamente considerados
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Aqui cabe a análise dos bens comparando um ao outro (reciprocamente considerados). Estuda-se, portanto, a relação entre o bem principal e bem acessório, as partes integrantes e as pertenças.
b.1. Bem principal
É o que existe por si, abstrata ou concretamente, exercendo sua função e finalidade independentemente da existência de outro bem. Exemplo: solo; crédito.
b.2. Bem acessório
É o bem que depende da existência de outro bem (principal). NÃO existiria, portanto, se não fosse o principal. Exemplo: a árvore depende do solo; os juros subordinados ao crédito.
IMPORTANTE: em regra, o acessório sempre segue o principal (acessorium sequitur suum principale). Diz-se que é a regra, pois as
partes, em um contrato, podem dispor que o acessório não seguirá o principal.
b.2. Bem acessório
Os bens acessórios subdividem-se:
i) Frutos; 
ii) Produtos; 
iii) Benfeitorias.
i) Frutos
i) Frutos são as: “utilidades que a coisa principal periodicamente produz, cuja percepção não diminui a sua substância”. Os frutos podem ser:
Natural: gerado sem necessidade de interferência humana direta. Exemplo: laranja, arroz, bezerro.
Industrial: gerado em virtude da atividade industrial. Exemplo: bens manufaturados.
Civil: são os rendimentos. Exemplo: juros, aluguel, dividendos.
ii) Produtos
ii) Produtos: trata-se de: “utilidades que a coisa principal produz, cuja percepção ou extração diminui a sua substância e levando até o esgotamento de seu conteúdo. Exemplo: pedras e metais preciosos de uma mina, petróleo em poço, entre outros.
IMPORTANTE: em que pese não estarem separados do bem principal, os frutos e produtos PODEM SER OBJETO DE NEGÓCIO JURÍDICO.
iii) Benfeitorias
iii) Benfeitorias: são obras realizadas em determinada coisa (móvel ou imóvel) para a conservação, melhoramento ou simples embelezamento da coisa. As benfeitorias podem ser:
Benfeitorias necessárias: obra realizada a fim de conservar o bem ou evitar um estrago/deterioração. Exemplo: reparo no telhado; conserto de uma viga ou do alicerce. A realização da benfeitoria necessária é indispensável sob pena de deterioração do principal.
iii) Benfeitorias
iii) Benfeitorias: são obras realizadas em determinada coisa (móvel ou imóvel) para a conservação, melhoramento ou simples embelezamento da coisa. As benfeitorias podem ser:
 Benfeitorias úteis: obra realizada a fim de facilitar a utilização do principal. Exemplo: abertura de uma nova entrada que servirá de garagem para a casa. 
iii) Benfeitorias
iii) Benfeitorias: são obras realizadas em determinada coisa (móvel ou imóvel) para a conservação, melhoramento ou simples embelezamento da coisa. As benfeitorias podem ser:
Benfeitorias voluptuárias ou suntuárias: obra realizada para o mero deleite/embelezamento do principal. Exemplo: decoração de um jardim. 
CUIDADO!
A identificação de uma benfeitoria pode não ser tão simples. 
Pergunta: uma piscina é uma benfeitoria necessária, útil ou voluptuária?
Resposta: depende de onde ela será instalada. Se numa mansão: é voluptuária; se numa escola: é útil; se numa escola de natação: é necessária.
IMPORTANTE: os acréscimos ou melhoramentos sobrevindos na coisa sem a intervenção do proprietário não se reputam benfeitorias. Ex: aluvião. art. 1.250 CC.
IMPORTANTE!
Os acréscimos ou melhoramentos sobrevindos na coisa sem a intervenção do proprietário não se reputam benfeitorias. 
Art. 1.250. Os acréscimos formados, sucessiva e imperceptivelmente, por depósitos e aterros naturais ao longo das margens das correntes, ou pelo desvio das águas destas, pertencem aos donos dos terrenos marginais, sem indenização.
b.3. Partes integrantes
Trata-se de bens que se unem ao principal formando com ele um todo, possibilitando o seu uso.
Exemplos: pneus em relação ao automóvel são partes integrantes e não acessórios; telhas em relação à casa; lâmpada em relação ao abajur, entre outros.
ENTENDA: as partes integrantes constituem elementos componentes do próprio bem principal. Foram a ele incluídas e com ele formam um todo, uma coisa uma.
b.4. Pertenças
São coisas destinadas a conservar ou facilitar o uso das coisas principais, sem que delas sejam partes integrantes. 
Exemplos: aparelho de ar-condicionado (pertença) em uma casa (principal); máquinas utilizadas em uma fábrica; trator em relação a uma fazenda, entre outros.
b.4. Pertenças
De acordo com o artigo 93 CC pertença são bens que, NÃO constituindo partes integrantes, se destinam: ao uso; ao serviço; ao aformoseamento de outro bem (principal).
Acessório
Pertença
São os bens que não existiriam se não fosse o principal.
Sãocoisasdestinadas a conservar ou FACILITAR o uso da principal. Independe, portanto, da principal para existir.
Regra: seguesempreo principal (acessoriumsequitursuumprincipale).
Regra: NÃO segue o principal (art. 94 CC). Assim, quando adquiro um apartamento,nãose presume incluído no preço o aparelho de ar-condicionado, haja vista esse ser pertença ao apartamento (principal). Se adquirir um carro,nãose presume no preço o aparelho de som, salvo se as partes dispuserem o contrário.
c) Bens públicos e particulares
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Bens públicos
Conceito: bens públicos são bens materiais ou imateriais, cujo titular é uma pessoa jurídica de direito público (da administração direta, fundacional ou autárquica) OU uma pessoa jurídica de direito privado prestadora de serviço público, quando o referido bem estiver vinculado à prestação deste serviço público.
Bens particulares
Pergunta: o que são bens particulares?
Resposta: são aqueles que não pertencem ao domínio público, mas sim aos particulares (art. 98 CC).
Art. 98. São públicos os bens do domínio nacional pertencentes às pessoas jurídicas de direito público interno; todos os outros são particulares, seja qual for a pessoa a que pertencerem.
Bens públicos
Os bens públicos se dividem em três espécies:
Bens de uso comum do povo: são bens que todos podem usar, gratuitamente ou não (art. 103 CC), respeitando seus regulamentos se existirem. Prescinde de autorização especial para o uso. Exemplo: praias, estradas, ruas, praças, entre outros. Art. 99, I, CC.
Bens públicos
Art. 103. O uso comum dos bens públicos pode ser gratuito ou retribuído, conforme for estabelecido legalmente pela entidade a cuja administração pertencerem.
Art. 99. São bens públicos: I - os de uso comum do povo, tais como rios, mares, estradas, ruas e praças;
Bens públicos
Bens de uso especial: são bens destinados ao funcionamento de uma pessoa jurídica de direito público. Exemplo: prédios onde funciona a prefeitura; o prédio onde funciona uma escola pública. Art. 99, II, CC.
Art. 99, II - os de uso especial, tais como edifícios ou terrenos destinados a serviço ou estabelecimento da administração federal, estadual, territorial ou municipal, inclusive os de suas autarquias;
Bens públicos
Bens dominicais ou dominiais: são bens que se encontram no patrimônio disponível do Estado. Admite-se, portanto, alienação desses bens mediante autorização legislativa. Art. 99, III, CC. 
Art. 99, III - os dominicais, que constituem o patrimônio das pessoas jurídicas de direito público, como objeto de direito pessoal, ou real, de cada uma dessas entidades.
ATENÇÃO!
Os bens públicos não se submetem às regras do direito privado. 
Possuem, portanto, características próprias:
1ª) Inalienáveis, salvo os bens dominicais após a autorização legislativa.
	Alienar = transferir o domínio. Exemplos: compra 	e venda, doação, empréstimo, permuta, entre 	outros. 
GUARDE!
Os bens de uso comum do povo e os bens de uso especial são INALIENÁVEIS (art. 100 CC).
Art. 100. Os bens públicos de uso comum do povo e os de uso especial são inalienáveis, enquanto conservarem a sua qualificação, na forma que a lei determinar.
Os bens dominiais podem ser alienados desde que mediante autorização legislativa (art. 101 CC).
Art. 101. Os bens públicos dominicais podem ser alienados, observadas as exigências da lei.
Bens públicos
2ª) Impenhoráveis: o pagamento das dívidas do Poder Público deve ser feito mediante o sistema de precatório.
Não se penhora, portanto, um bem público para pagar dívidas do Estado. 
Art. 100 CF/88. Os pagamentos devidos pelas Fazendas Públicas Federal, Estaduais, Distrital e Municipais, em virtude de sentença judiciária, far-se-ão exclusivamente na ordem cronológica de apresentação dos precatórios e à conta dos créditos respectivos, proibida a designação de casos ou de pessoas nas dotações orçamentárias e nos créditos adicionais abertos para este fim.
Bens públicos
3ª Imprescritíveis: não podem ser adquiridos por usucapião – prescrição aquisitiva (art. 102 CC).
Art. 102. Os bens públicos não estão sujeitos
a usucapião.
Art. 183, § 3º CF/88: Os imóveis públicos não serão adquiridos por usucapião. 
Art. 191, parágrafo único CF/88. Os imóveis públicos não serão adquiridos por usucapião.

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