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Características diagnósticas macro e microscópicas gerais das plantas A descrição organográfica e anatômica dos órgãos vegetais e as principais diferenças entre os dois grupos de angiospermas: monocotiledôneas e eudicotiledôneas. Prof. Brendo Araujo Gomes 1. Itens iniciais Propósito Conhecer a morfoanatomia dos órgãos vegetativos e reprodutivos dos vegetais, como ferramenta nos processos de identificação, coleta e controle de qualidade de plantas medicinais e drogas vegetais, é crucial para a pesquisa, o desenvolvimento e a produção de produtos na área farmacêutica. Objetivos Identificar a raiz de Monocotyledoneae e Eudicotyledoneae. Descrever o caule de Monocotyledoneae e Eudicotyledoneae. Reconhecer a folha de Monocotyledoneae e Eudicotyledoneae. Identificar os órgãos reprodutivos de Monocotyledoneae e Eudicotyledoneae. Introdução Existe uma intensa busca por remédios que possam auxiliar no tratamento das diversas mazelas que acometem a humanidade e, desde a Antiguidade, os vegetais que possuem propriedades medicinais são um dos principais objetos de investigação. A pesquisa, o desenvolvimento e a produção de drogas vegetais, fitoterápicos e medicamentos com base em substâncias extraídas e isoladas de plantas, podem depender do conhecimento da morfoanatomia dos órgãos vegetais. Entre os grupos de plantas utilizados para fins medicinais, estão as angiospermas (Magnoliophyta) ou plantas com flores, com aproximadamente 300 mil espécies, quase 90% delas conhecidas. Dentro desse grupo, há duas subdivisões taxonômicas: Eudicotyledoneae e Monocotyledoneae. As eudicotiledôneas contêm cerca de 200 mil espécies, o que representa em torno de 66% da diversidade das angiospermas; já as monocotiledôneas englobam 90 mil espécies, por volta de 30% do restante da diversidade. Logo, esses dois grupos compreendem aproximadamente 96% do maior grupo alvo na busca de plantas medicinais do planeta. Demonstra-se, assim, a necessidade de se conhecer as características e as diferenças que os separam e que podem ser ferramentas na identificação das espécies e no controle de qualidade. • • • • 1. Raiz Introdução à raiz de Monocotyledoneae e Eudicotyledoneae As primeiras estruturas que são desenvolvidas nos estágios iniciais de uma angiosperma em geral são as raízes, importante órgão que pode ser encontrado na maioria das plantas, em um sistema subterrâneo, normalmente ramificado. Suas principais funções são a fixação da planta ao substrato e a absorção de água e sais minerais. Além disso, as raízes podem desempenhar algumas outras funções, como as de reserva nutricional e de suporte do corpo vegetal. Raízes de uma angiosperma. Considerando a presença de substâncias de interesse medicinal, raízes de certas espécies vegetais também são utilizadas como remédios pela sociedade, o que torna necessária a identificação precisa desse órgão. Características gerais das raízes O corpo da raiz é identificado quando observamos a parte do vegetal que não é segmentada e não apresenta folhas ou gemas laterais. Em geral, esse órgão é aclorofilado, uma vez que não desempenha função fotossintética abaixo da superfície do solo, com exceção das raízes aéreas assimiladoras. As raízes apresentam geotropismo positivo e fototropismo negativo. As raízes podem ser classificadas segundo a sua origem: Geotropismo Crescimento de partes do vegetal em resposta à gravidade. Pode ser positivo, quando é a favor da gravidade, ou negativo, quando em direção oposta à ação da gravidade. Fototropismo Crescimento de partes do vegetal em relação à luz. É positivo quando em direção à luz, e negativo quando é realizado em direção oposta à luz. Normais, principais ou primárias São aquelas que se desenvolvem a partir da radícula do embrião. A raiz principal é conhecida como raiz primária e irá originar as ramificações chamadas de raízes secundárias, terciárias e assim sucessivamente. Adventícias São aquelas que não se desenvolvem a partir da radícula ou de qualquer parte da raiz principal e suas ramificações. Esse tipo de raiz se origina das partes aéreas do vegetal, como caule e folhas. Morfologia externa da raiz A raiz pode ser separada em diferentes zonas. São elas: 1 Colo ou coleto Região de transição entre a raiz e o caule. 2 Suberosa ou de ramificação Região mais “velha” da raiz, sem pelos radiculares. Pode apresentar impregnação de súber (substância lipídica que confere maior rigidez e impermeabilização às paredes celulares de alguns tecidos). É o local de origem das raízes laterais. 3 Pilífera ou de absorção Zona em que estão presentes os pelos radiculares ou absorventes. É a principal região de absorção de água e sais minerais da planta. 4 Lisa ou de crescimento ou de distensão Região mais “nova” desse órgão, adjacente à coifa, também conhecida como região de alongamento. É flexível, maleável, destituída de pelos radiculares. 5 Coifa ou caliptra Estrutura localizada no ápice da raiz que tem como função cobrir e proteger a região meristemática apical contra a abrasão pelo contato com o substrato. Principais regiões de uma raiz. Habitat Com relação ao ambiente em que as raízes são encontradas, podemos classificá-las em aéreas, quando se desenvolvem acima da superfície do solo; subterrâneas, quando se desenvolvem abaixo da superfície do solo; e aquáticas, quando se desenvolvem na água. Vejamos: Raízes aéreas Cinturas ou estranguladoras Raízes adventícias de plantas que se desenvolvem sobre outras plantas. Essas raízes “abraçam” a planta suporte e, ao encontrar o solo, ganham robustez, podendo matá-la. Ex: Figo estrangulador. Grampiformes ou aderentes Raízes adventícias de plantas trepadeiras que fixam a planta em algum suporte. Ex: Hera. Respiratórias ou pneumatóforos Raízes capazes de fornecer oxigênio às partes do vegetal que estão submersas em água, funcionando como órgãos respiratórios. EX: Plantas de mangue. Sugadoras ou haustórios Raízes adventícias de plantas parasitas que penetram os tecidos vasculares da planta hospedeira e absorvem água e sais minerais, chamadas hemiparasitas, e/ou produtos do metabolismo vegetal, chamadas holoparasitas. Ex: Planta parasita. Suportes ou fúlcreas Raízes adventícias que crescem em direção ao solo e, ao encontrar o substrato, nele se aprofundam funcionando como suporte. Ex: Milho. Tabulares ou sapopemas Raízes parecidas com grandes tábuas que ampliam toda a base da planta, permitindo maior estabilidade. Ex: Figueira. Raízes subterrâneas Axial ou pivotante Raiz principal ou primária é robusta e bastante desenvolvida. As ramificações são ausentes ou pouco desenvolvidas. Ex: Dente de leão. Ramificada Raiz principal ou primária com diversas ramificações em vários níveis, bastante desenvolvidas. Ex: Acalifa. Fasciculada Formada por um feixe de raízes semelhantes entre si, onde não é possível determinar qual é a raiz principal (atrofiada). Ex: Capim. Tuberosa - raiz normal Raiz bastante desenvolvida que possui como função o armazenamento de nutrientes para o vegetal. Podem ser classificadas como normais axiais, ramificadas, ou até mesmo serem raízes adventícias. Ex: Cenoura, uma raiz tuberosa normal. Tuberosa - raiz axial Ex: Batata doce, uma raiz tuberosa axial. Tuberosa - raiz adventícia Ex: Dália, uma raiz tuberosa adventícia. Tais características podem ser utilizadas para o reconhecimento das plantas dos grupos de angiospermas aqui estudados: as raízes de monocotiledôneas são tipicamente adventícias e fasciculadas, enquanto nas eudicotiledôneas podem ser encontradas, de forma majoritária, raízes axiais ou pivotantes. Raiz de monocotiledôneas (A) e raiz de eudicotiledônea (B). Exemplos de uso medicinal Arctium lappa L. A raiz axial de bardana (Arctium lappa L.) é indicada para auxiliar no tratamento de problemas urinários e no alívio de sintomas associados à dermatite seborreica. Espécies do gênero Echinacea (equinácea) e Glycyrrhiza (alcaçuz), cujas raízes são ramificadas, são indicadas para a prevenção e alívio de sintomas de resfriadocomo um todo. Compreendemos as principais diferenças entre os grupos eudicotiledôneas e monocotiledôneas, os quais englobam a maior parte das plantas medicinais. Cabe ressaltar que este conteúdo é essencial ao farmacêutico, revelando possibilidades de atuação profissional. A botânica organográfica e a anatomia vegetal, estudadas aqui, estão intimamente ligadas às ciências da saúde, pois há um número expressivo de matérias-primas de origem vegetal utilizadas pela indústria farmacêutica. A importância deste conteúdo é ressaltada pela necessidade de submeter as plantas medicinais a análises rigorosas para confirmação na identificação e no controle de qualidade de suas partes. Plantas medicinais sofrem adulterações e falsificações de forma criminosa ou por simples desconhecimento do público leigo. Assim, erros na identificação, coleta e preparo podem trazer riscos à saúde do consumidor. Podcast Antes de finalizarmos, o especialista fala sobre os critérios de escolha de espécies vegetais para busca de substâncias com potencial biotecnológico e apresenta conceitos básicos para identificação e coleta de material vegetal. Conteúdo interativo Acesse a versão digital para ouvir o áudio. Explore + Para dar continuidade aos estudos propostos neste conteúdo, conheça o blog Floresta Brasil, que traz mais informações e conceitos de organografia das angiospermas. Aprofunde o conhecimento em morfologia vegetal visitando o website da Sociedade Brasileira de Farmacognosia, onde você poderá encontrar livros sobre o tema. Referências CUTLER, D. F.; BOTHA, T.; STEVENSON, D. W. Anatomia vegetal: uma abordagem aplicada. Porto Alegre: Artmed, 2011. MONTEIRO, S. da C.; BRANDELLI, C. L. C. Farmacobotânica: aspectos teóricos e aplicação. Porto Alegre: Artmed, 2017. OLIVEIRA, F. de; AKISSUE, G. Fundamentos de farmacobotânica e de morfologia vegetal. São Paulo: Atheneu, 2009. MARTINS-DA-SILVA, R. C. V. et al. Noções morfológicas e taxonômicas para identificação botânica. Brasília, DF : Embrapa, 2014. FERRI, M. G. Botânica: morfologia externa das plantas (organografia). São Paulo: NBL Editora, 1981. FERRI, M. G. Botânica: morfologia interna das plantas (anatomia). São Paulo: NBL Editora, 1996. VIDAL, W. N.; VIDAL, M. R. R. Botânica – Organografia: quadros sinóticos ilustrados de fanerógamos. 4. ed. rev. ampl. Viçosa: Ed. UFV, 2011. HARRI, L.; SOUZA; V. C.; FLORES, T. Introdução à Botânica: morfologia. São Paulo: Ed. Instituto Plantarum de Estudos da Flora, 2013. GONÇALVES, E. G.; LORENZI, H. J. Morfologia vegetal: organografia e dicionário ilustrado de morfologia das plantas vasculares. São Paulo: Ed. Instituto Plantarum de Estudos da Flora, 2007. Características diagnósticas macro e microscópicas gerais das plantas 1. Itens iniciais Propósito Objetivos Introdução 1. Raiz Introdução à raiz de Monocotyledoneae e Eudicotyledoneae Características gerais das raízes Normais, principais ou primárias Adventícias Morfologia externa da raiz Colo ou coleto Suberosa ou de ramificação Pilífera ou de absorção Lisa ou de crescimento ou de distensão Coifa ou caliptra Habitat Raízes aéreas Cinturas ou estranguladoras Grampiformes ou aderentes Respiratórias ou pneumatóforos Sugadoras ou haustórios Suportes ou fúlcreas Tabulares ou sapopemas Raízes subterrâneas Axial ou pivotante Ramificada Fasciculada Tuberosa - raiz normal Tuberosa - raiz axial Tuberosa - raiz adventícia Exemplos de uso medicinal Raiz de Echinacea Raiz de Glycyrrhiza Uso tradicional de plantas medicinais por grupos humanos Conteúdo interativo Morfologia interna da raiz Parênquima Colênquima e esclerênquima Saiba mais Vem que eu te explico! Classificação das raízes quanto a ocorrência, forma e função Conteúdo interativo Formação e projeção de raízes secundárias Conteúdo interativo Verificando o aprendizado 2. Caule Introdução ao caule de Monocotyledoneae e Eudicotyledoneae Características gerais do caule Curiosidade Morfologia externa do caule Desenvolvimento e porte Erva Subarbusto Arbusto Arvoreta Árvore Liana Ramificação Monopodial Simpodial Ramificação em dicásio Habitat Caules aéreos Tronco Haste Estipe Colmo Estolões Sarmentosos Caules subterrâneos Rizoma Tubérculo Bulbo sólido ou cormos Bulbo escamoso Bulbo tunicado Bulbo composto ou bulbilho Caules aquáticos Especializações Cladódios e filocládios Cladódios Filocládios Espinhos Atenção Caules alados Rizóforos Xilopódios Exemplos de uso medicinal Mulungu Salgueiro Saiba mais Diferenças externas entre os caules de monocotiledônea e eudicotiledônea Morfologia interna do caule Relembrando Diferenças internas entre os caules de monocotiledônea e eudicotiledônea Estudo do lenho: madeiras comerciais Conteúdo interativo Vem que eu te explico! Classificação quanto a ocorrência, forma e função de caules Conteúdo interativo Crescimento e espessamento secundário de caules Conteúdo interativo Verificando o aprendizado 3. Folha Introdução à folha de Monocotyledoneae e Eudicotyledoneae Características gerais das folhas Folha completa Folha peciolada Folha invaginante Folha séssil Comentário Morfologia externa e as classificações da folha Atenção Membranáceas Cartáceas Coriáceas Suculentas Folhas lisas Folhas rugosas Paralelinérvea Peninérvea Palminérvea Peltinérvea ou radiada Principais formatos de ápice das folhas Principais formatos da base das folhas Principais tipos de bordo das folhas Folhas discolores Folhas variegadas Filotaxia Alterna Oposta Verticilada Geminada Fasciculada Rosulada Espalhamento Espiralada Dística Cruzadas Exemplos de uso das folhas para fins medicinais Adaptação dos órgãos vegetais aos diferentes ambientes Conteúdo interativo Morfologia interna das folhas Mesofilo dorsiventral Mesofilo isobilateral Mesofilo homogêneo Vem que eu te explico! Adaptações na epiderme da folha Conteúdo interativo Classificação e adaptações do mesofilo Conteúdo interativo Verificando o aprendizado 4. Órgãos reprodutivos Introdução aos órgãos reprodutivos de Monocotyledoneae e Eudicotyledoneae Características gerais Flor Aclamídeas Monoclamídeas Diclamídeas Homoclamídeas Heteroclamídeas Actinomorfa ou radial Zigomorfa ou bilateral Assimétrica Acíclica Cíclica Flor unissexuada Flor bissexuada Estames inclusos Estames excertos Atenção Racimosas ou indefinidas Cimosas ou definidas Cacho ou racimo Corimbo Umbelas Capítulo Espiga Espádice Amento Monocásio - Escorpioide Monocásio - Helicoide Dicásio Pleiocásio Glomérulo Ciátio Sicônio Calículo Cúpula Espata Glumas Periclínio Fruto Pixídio Cápsula Folículo Legume Síliqua Opecarpo Aquênio Cariopse Noz ou bolota Sâmara Craspédio Lomento Drupas Bagas Baga hesperídea Baga peponídea Baga balaústa Sorose Sicônio Pomo Hipocarpo Cinórrodo Conocarpo Saiba mais Trabalho com diferentes matrizes vegetais Conteúdo interativo Semente Vem que eu te explico! Classificação quanto a organização das inflorescências Conteúdo interativo Classificação quanto a forma dos frutos Conteúdo interativo Verificando o aprendizado 5. Conclusão Considerações finais Podcast Conteúdo interativo Explore + Referênciase de dispepsia, respectivamente. Raiz de Echinacea Raiz de Glycyrrhiza A valeriana (Valeriana officinalis L.) possui indicação como sedativo leve e indutor do sono (raiz fasciculada). Raiz de Valeriana officinalis L. Raiz de Harpagophytum procumbens DC. As raízes de Harpagophytum procumbens DC. (garra-do-diabo), ramificadas tuberosas, são empregadas em decoctos (tipo de preparo em que os fragmentos da planta são colocados a ferver junto com a água, em cozimento) e em extrações aquosas ou hidroetílicas (extração em que a planta fica em repouso por um tempo mergulhada em solução de álcool hidratado) para o tratamento de dores articulares e problemas gastrointestinais leves. Uso tradicional de plantas medicinais por grupos humanos Neste vídeo, o especialista Brendo Gomes apresenta o uso tradicional de plantas medicinais, bem como explora os conceitos básicos de etnobotânica, etnomedicina e etnofarmacologia. Conteúdo interativo Acesse a versão digital para assistir ao vídeo. Morfologia interna da raiz As raízes podem apresentar dois tipos de crescimento: o primário e o secundário. Quando analisamos, em corte transversal, a anatomia da raiz com crescimento primário ou secundário, notamos a presença dos tecidos oriundos do sistema de revestimento, fundamental e vascular. Ao examinar da parte mais externa em direção à porção mais interna do corpo primário da raiz, há a primeira camada de células denominada epiderme, que é um tecido de revestimento responsável por proteger os demais tecidos. A epiderme possui células especializadas chamadas pelos radiculares ou pelos absorventes. São células que apresentam uma projeção alongada da parede celular, ocorrem nas regiões pilíferas e, como aumentam a superfície de contato da epiderme com o solo, permitem a maior absorção de água e sais minerais. Esquema de uma raiz com a presença de pelos radiculares. Após essa camada, temos o córtex radicular, onde são encontrados os tecidos fundamentais: Parênquima Um tecido de preenchimento do vegetal que também atua como tecido fotossintético e de armazenamento. Colênquima e esclerênquima Tecidos de sustentação elástica e rígida, respectivamente, encontrados mais raramente. Observa-se então a exoderme, um tecido com uma camada de células que se diferenciaram na parte mais externa do córtex. Frequentemente, essas células apresentam uma camada de suberina recobrindo a parede celular. E a endoderme, uma camada de células que se diferenciaram da camada mais interna do córtex. As células da endoderme possuem espessamentos de parede celular em forma de fita por meio do depósito de suberina, conhecidos como estrias de Caspary. Tais espessamentos tornam essas células impermeáveis para o transporte apoplástico (transporte de substâncias citoplasmáticas realizado através da parede celular). Assim, força-se a passagem de substâncias pelo interior das células da endoderme, favorecendo o transporte simplástico (transporte de substâncias citoplasmáticas realizado por poros específicos da parede celular). Delimitando o cilindro vascular está o periciclo, camada de células adjacente internamente à endoderme. Possui células com parede celular delgada e pouco diferenciadas, uma vez que está relacionado com funções meristemáticas. Esquema dos tecidos e estruturas celulares da raiz em crescimento primário. Após a endoderme, temos o interior da raiz formado pelo cilindro vascular. Essa região é a porção mais interna da raiz delimitada pelo periciclo, conforme já mencionado. Aqui encontramos os tecidos fundamentais que preenchem os espaços do cilindro vascular. Diferentemente dos demais órgãos da planta, o sistema vascular na raiz não se organiza em feixes, mas com xilema e floema em posições intercaladas. Nesse ponto, encontramos diferenças marcantes entre monocotiledôneas e eudicotiledôneas. Em eudicotiledôneas, as estruturas centrais do xilema primário são em forma de “arcos”, com projeções em direção ao periciclo, enquanto o floema primário tem suas estruturas em formato de “cordões”. Assim, o floema fica entre as projeções dos arcos xilemáticos e próximo ao periciclo. Nos arcos xilemáticos, o protoxilema (tecido de condução de menor calibre originado inicialmente) é exarco, ou seja, localiza-se de forma mais externa que o metaxilema (tecido de condução de maior calibre originado tardiamente), que ocupa todo o centro do cilindro vascular. Dependendo do número de arcos xilemáticos e suas projeções, o cilindro vascular pode ser caracterizado como: Diarco, com duas projeções; Triarco, com três projeções; Tetrarco, com quatro projeções; Poliarco, com cinco ou mais projeções. • • • • Importante notar que, nas eudicotiledôneas, o centro do cilindro vascular sempre estará preenchido por metaxilema, mesmo sendo poliarco. Já nas monocotiledôneas, os cilindros vasculares são sempre poliarcos, com a formação de medula parenquimática no centro. Raízes poliarcas de monocotiledônea (esquerda) e de eudicotiledônea (direita). Saiba mais O vegetal continua a se desenvolver ao longo do tempo e, nesse processo, a maioria das eudicotiledôneas apresenta crescimento secundário. Nesse grupo, as células da endoderme da raiz podem ser eliminadas junto ao restante do córtex durante o crescimento secundário. Já nas raízes de monocotiledôneas, que não apresentam crescimento secundário, a endoderme permanece. Haverá o depósito de suberina e/ou de lignina de forma regular, conhecido como espessamento em “O”, ou irregular, conhecido como espessamento em “U”, dado o formato do depósito. Em meio a essas células com paredes espessadas, há células sem os espessamentos de parede, permanecendo apenas com as estrias de Caspary. Essas células sem espessamento são conhecidas como células de passagem, pois ainda permitem o transporte simplástico, impossibilitado pelas demais células de parede espessada. Corte histológico de monocotiledônea (A) e eudicotiledônea (B). Em raízes que apresentam crescimento secundário, o felogênio (meristema secundário que dará origem à periderme) e parte do câmbio vascular (meristema secundário que origina o xilema e o floema secundários) originam-se no periciclo, enquanto o periciclo das monocotiledôneas torna-se esclerificado (característica de células cujas paredes celulares são impregnadas de lignina) nas regiões mais velhas da raiz. Cabe ressaltar que os tecidos vasculares, por sua vez, serão originados a partir do câmbio vascular em eudicotiledôneas, onde o xilema secundário fica na porção mais interna e o floema secundário na porção externa da planta. Essa produção faz com que haja um aumento expressivo no diâmetro do cilindro vascular dessas plantas, afetando o córtex radicular que será perdido. Vem que eu te explico! Os vídeos a seguir abordam os assuntos mais relevantes do conteúdo que você acabou de estudar. Classificação das raízes quanto a ocorrência, forma e função Conteúdo interativo Acesse a versão digital para assistir ao vídeo. Formação e projeção de raízes secundárias Conteúdo interativo Acesse a versão digital para assistir ao vídeo. Verificando o aprendizado Questão 1 Algumas raízes se originam a partir de outros órgãos como caule ou folhas, ou seja, não possuem desenvolvimento a partir da radícula ou da raiz principal do vegetal. Essas raízes são chamadas de A pivotantes. B adventícias. C axiais. D principais. E ramificadas. A alternativa B está correta. As raízes adventícias são aquelas que se originam de outros órgãos e não da radícula ou da raiz principal. Nas raízes subterrâneas pivotantes, as raízes principais são robustas e não apresentam ramificações. Já as raízes ramificadas, como o próprio nome afirma, possuem diversas ramificações, e as raízes secundárias são robustas. Questão 2 A região pilífera é responsável pela maior parte da absorção de água e sais minerais no vegetal. Nessa região, há estruturas celulares especializadas que aumentam a área de contato, favorecendo a eficiência da absorção. Qual o nome dado a estes tipos celulares?A Exoderme. B Estrias de Caspary. C Tricoblastos. D Periciclo. E Endoderme. A alternativa C está correta. Os tricoblastos são células especializadas presentes na região pilífera da raiz. Elas apresentam projeções de suas paredes celulares, aumentando a superfície de absorção de água e sais minerais. A exoderme é o conjunto de células mais externa do córtex radicular, enquanto a endoderme é a camada de células mais interna do córtex radicular. Na endoderme, há células que possuem depósito de suberina em fita conhecida como estrias de Caspary. A camada de células adjacentes à endoderme que possui função meristemática chama-se periciclo. Esquema do caule com as suas estruturas. 2. Caule Introdução ao caule de Monocotyledoneae e Eudicotyledoneae O caule é o órgão presente entre as raízes e as folhas e sua principal função é a sustentação de folhas, flores e frutos. Através dos tecidos presentes no caule, são transportadas água e sais minerais, assim como produtos do metabolismo vegetal. Ainda, alguns caules são modificados e podem apresentar tecidos que os permitem assumir outras funções, tais como armazenar reservas alimentares para o vegetal e realizar fotossíntese. Árvore com ramificações. Características gerais do caule Ao longo de seu crescimento, o corpo caulinar é dividido em nós e entrenós. Os nós são regiões de inserção das folhas, com botões vegetativos ou gemas axilares, que originarão novos ramos. O entrenó é o espaço que separa dois nós consecutivos. No ápice do caule, encontramos a gema apical ou gema terminal, responsável pelo alongamento do órgão. Os caules apresentam geotropismo negativo e fototropismo positivo, importantes características para a sobrevivência do vegetal. Curiosidade Você sabia que podemos classificar o caule segundo a presença de lenho? Há caules robustos, rígidos e resistentes, que são classificados como lenhoso ou lenhificado. No entanto, podemos encontrar na natureza vegetais que apresentam caule lenhoso em sua base e não lenhificado no ápice, denominados como caules sublenhosos ou pouco lenhificados. Por fim, há plantas com aspecto semelhante a ervas, ou seja, que não apresentam lenho. Essas são chamadas de herbáceas ou não lenhificadas. Mogno, classificado como lenhoso (A); coroa-de-cristo, sublenhoso (B); e moreia, categorizada como herbácea (C). Morfologia externa do caule Há diversas formas de analisar os caules que observamos na natureza: pela classificação do desenvolvimento e do porte, pela ramificação e pelo habitat. Além disso, existem caules com diferentes especializações que auxiliam na sobrevivência dos vegetais em diferentes tipos de ambientes. Vamos observar essas categorias e as suas respectivas características. Desenvolvimento e porte Sob essa categoria, os caules podem ser separados conforme apresentado a seguir: Erva Planta com baixa estatura, flexível e não lenhosa. Ex: Amor-perfeito. Subarbusto Vegetal pouco lenhificado, com estrutura intermediária, entre ervas e arbustos de aproximadamente 1 metro. Ex: Lavanda. Arbusto Planta lenhificada, quase inteiramente ramificada, e com altura superior a 1 metro e inferior a 5 metros. Ex: Ixora. Arvoreta Vegetal lenhificado com menor porte e estrutura semelhante às árvores. Ex: Buxinho. Árvore Planta lenhificada com altura superior a 5 metros, base caulinar sem ramificações e ápice muito ramificado. Ex: Pau-brasil Liana Vegetal com caule trepador lenhificado. Ex: Cipó mariri. Ramificação Os caules podem apresentar ramificações ou serem únicos. Quando ramificados, são classificados pelas seguintes denominações: Monopodial Quando há a predominância de apenas um eixo principal, cujo crescimento é feito, essencialmente, a partir da gema terminal. Simpodial Quando o crescimento de eixo determinado a partir da gema terminal apresenta curta duração. Esta é substituída por uma gema axilar, que também tem curta duração e é substituída por outra gema axilar, e assim sucessivamente. Ramificação em dicásio Quando o crescimento e a determinação dos eixos principais ocorrem a partir de duas gemas laterais. Após um tempo determinado, duas outras gemas de cada um desses dois eixos ganham predominância no crescimento e no desenvolvimento. Habitat Com relação ao habitat em que a planta vive, os caules podem ser categorizados como aéreos, subterrâneos ou aquáticos. Caules aéreos Desenvolvem-se acima da superfície do solo e são classificados em eretos, rastejantes e trepadores. Caules eretos – Crescem perpendicularmente à superfície do solo. São divididos nos seguintes tipos: Tronco Lenhoso, robusto e rígido, típicos de árvores, arvoretas e arbustos. Haste Herbáceo e pouco resistente, pode ser encontrado em plantas jovens, ervas e subarbustos. Estipe Robusto, não ramificado, com nós e entrenós evidentes e folhas que se concentram em seu ápice, como encontrado em palmeiras e mamoeiros. Colmo Silicoso, flexível, não ramificado ou pouco ramificado, com nós e entrenós evidentes. Podem ser divididos em colmo cheio (inteiro), como a cana-de- açúcar, ou oco (fistuloso), como bambu. Caules rastejantes ou rastejadores – Desenvolvem-se paralelamente ao solo. Podem ser classificados em dois tipos: Estolões Alongam-se a partir de brotos laterais. Nas regiões dos nós, há a emissão de raízes e folhas, ou seja, vários pontos de crescimento. Típico de morangos. Sarmentosos Rastejantes que se alongam horizontalmente e possuem apenas um ponto de crescimento. Apoiam-se sobre o solo ou outros suportes a partir de estruturas especiais como gavinhas, que se enroscam no suporte em forma de molas. Caules trepadores – Desenvolvem-se mediante o apoio em um suporte. Seus tipos são os seguintes: Volúveis: enrolam-se em outras plantas e objetos, sem estruturas especiais para que se prendam ao suporte. Subdividem-se em sinistrorsos, que se enrolam em direção à esquerda, ou dextrorsos, que se enroscam em direção à direita. Caule dextrorsos, de corriola-maior (A) e sinistrorsos, de lúpulo (B). Sarmentosos: prendem-se ao suporte por meio de gavinhas, estruturas em forma de mola, como nas videiras e maracujazeiros. • Gavinhas em videiras. Caules subterrâneos Desenvolvem-se abaixo da superfície do solo. São subdivididos nos seguintes tipos: Rizoma Caules espessos e, normalmente, ricos em reservas com nós e entrenós bastante aparentes. Além disso, emitem brotos aéreos foliosos e floríferos. Inhame e gengibre são exemplos. Tubérculo Caules intumescidos que normalmente apresentam estruturas chamadas de “olhos” nos locais onde seriam os nós. Possuem função adaptativa de reserva de nutrientes, principalmente amido. Temos como exemplo a batata inglesa. Bulbo Caules de estrutura cônica, formados por uma base rígida e reduzida chamada “prato”, onde estão inseridas e apoiadas folhas modificadas, os catafilos. Esse tipo de caule é bastante utilizado em nossa alimentação. Pode ser classificado como: Bulbo sólido ou cormos O prato é bastante desenvolvido e volumoso, e o bulbo contém poucos catafilos de consistência membranácea. Ex: Açafrão. Bulbo escamoso Apresenta um prato pouco desenvolvido e com catafilos de consistência espessa rodeando o prato. Ex: Lírio. Bulbo tunicado Apresenta múltiplas camadas de catafilos com consistência membranácea envolvendo o prato. Ex: Cebola. Bulbo composto ou bulbilho Conjunto de bulbos menores apoiados sobre um prato principal e recoberto por catafilos maiores e externos. Ex: Alho. Caules aquáticos Desenvolvem-se inteiramente na água durante toda a vida da planta e podem ser submersos ou flutuantes. Em geral, esses caules são herbáceos, maleáveis e fotossintetizantes. Especializações Quanto às especializações, veja a seguir as definições e exemplos. Cladódios e filocládios Caules suculentos que podem ser achatados ou laminares e clorofilados. Dessa forma, podem assumir função semelhante às folhas. Cladódios São caules que acumulam água e apresentam folhas reduzidas a espinhos ou sem folhas. Temos como exemplo os cactos. FilocládiosSão cladódios achatados ou projeções do caule verde que parecem folhas. A Aspargus sp. é um exemplo. Espinhos São caules ou ramos reduzidos, normalmente pontiagudos e endurecidos, isto é, lenhificados. Caule alado da carqueja. Rizóforos de plantas de mangue. Atenção Temos que ter cuidado para não confundir espinhos com acúleos, que são projeções epidérmicas e não órgãos inteiros reduzidos. Caules alados São hastes não lenhosas, normalmente esverdeadas, e com expansão alada, ou seja, uma membrana que lembra uma folha. Rizóforos Ramificações do caule que crescem em direção ao solo. Algumas vezes, os rizóforos podem formar raízes adventícias, uma excelente adaptação para plantas que habitam locais com solo instável. Xilopódios São caules em formato de tubérculo lenhoso adaptados a um período de seca anual. Esse tipo de caule armazena água e nutrientes nesse período, possibilitando o brotamento de novos ramos na estação de chuvas. Exemplos de uso medicinal A espécie Lepidium meyenii Walp., é um tubérculo da família do nabo e do rabanete, conhecida popularmente como maca peruana, ginseng dos andes ou viagra dos incas. Essa planta é usada na medicina popular como energético natural para aumentar a libido e o ânimo, principalmente de homens. Espinhos Órgãos inteiros reduzidos. Acúleos Projeções epidérmicas. Tubérculo de Lepidium meyenii Walp. Outras plantas cujos caules apresentam uso medicinal são Allium sativum L. (alho) e Allium cepa L. (cebola). Os catafilos desse bulbo tunicado (cebola) e as escamas dos bulbilhos (alho) são utilizados em infusões que visam o tratamento de diversos tipos de infecções e inflamações geradas por fungos e bactérias. Um rizoma bastante utilizado na medicina tradicional é o gengibre (Zingiber officinale Roscoe), que possui diversas indicações medicinais, como aumento da imunidade e ação antioxidante. As cascas do tronco de Erythrina verna Vell., conhecida popularmente como mulungu, e de diversas espécies do gênero Salix (salgueiro) podem ser utilizadas para fins medicinais. Mulungu O mulungu possui indicação para auxiliar no alívio da ansiedade e insônia leve. Salgueiro O salgueiro auxilia no alívio dos sintomas da dor articular leve e da febre associada ao resfriado. Saiba mais Uma das plantas com atividade comprovada e uso bastante difundido e indicado é a carqueja (Baccharis trimera (Less.) DC.). A parte da planta utilizada medicinalmente é o caule alado. Faz-se um decocto para auxiliar no alívio de sintomas dispépticos e é comercializado de forma rasurada em feiras livres e estabelecimentos de produtos naturais. Diferenças externas entre os caules de monocotiledônea e eudicotiledônea O caule de monocotiledôneas geralmente é herbáceo e, além disso, os tubérculos e bulbos também são tipos de caules muito encontrados nas monocotiledôneas. Em contrapartida, o caule de eudicotiledôneas apresenta qualquer tipo de lenhificação, como é o caso dos troncos. Os tubérculos são a exceção a essa classificação, pois podem ser encontrados comumente em eudicotiledôneas, embora não sejam lenhificados. Assim, notamos que a grande diferença entre caules de monocotiledôneas e de eudicotiledôneas é a lenhificação, considerando a morfologia externa. Morfologia interna do caule O caule é um órgão de crescimento primário, entretanto, na maioria das eudicotiledôneas, apresenta crescimento secundário. Ao observar a anatomia do caule em um corte transversal, pode-se notar a presença de tecidos oriundos dos sistemas de revestimento, fundamental e vascular. Começando pela parte mais externa e indo em direção à porção mais interna, conseguimos observar, no corpo primário, a epiderme, o córtex, a medula e os tecidos vasculares. O córtex caulinar ocupa desde a epiderme até a região delimitada pelos tecidos vasculares. Relembrando A epiderme é responsável por revestir e proteger todo o corpo primário da planta. A medula caulinar é a região presente na parte mais interna do caule, normalmente delimitada pelos tecidos vasculares. Os tecidos vasculares, no caule primário, formam os feixes vasculares, com xilema e floema primários em posições opostas, com o procâmbio entre eles. A presença de feixes vasculares é uma importante característica para diferenciar raízes de caules primários anatomicamente. Esquema de corte transversal de caule primário. Diferenças internas entre os caules de monocotiledônea e eudicotiledônea A maior diferença entre os dois grupos aqui estudados está no cilindro vascular. As monocotiledôneas apresentam feixes vasculares distribuídos aleatoriamente no caule (padrão atactostelo), enquanto as eudicotiledôneas possuem os feixes vasculares dispostos em um ou mais anéis concêntricos (padrão eustelo), delimitando uma região central chamada medula. Dessa forma, apenas eudicotiledôneas apresentam uma medula caulinar delimitada. Além disso, há também diferenças quanto aos feixes vasculares colaterais, os quais são formados pelo xilema e pelo floema dispostos em cada lado do procâmbio. Nas monocotiledôneas, o feixe colateral é fechado, envolto por camadas de fibras e o procâmbio torna-se inativo após um certo tempo. Na maioria das eudicotiledôneas, o feixe colateral é aberto, as fibras não delimitam o feixe e o procâmbio ainda está ativo. Corte transversal exibindo espessamento secundário de monocotiledôneas. Esquema do atactostelo de monocotiledôneas (A) e do eustelo de eudicotiledôneas (B). O procâmbio ainda ativo e as células parenquimáticas adjacentes aos feixes vasculares, que formam o anel concêntrico em eudicotiledôneas, originarão o tecido meristemático secundário, o câmbio vascular. Por sua vez, o câmbio vascular dará origem ao xilema secundário (lenho) para o interior do caule e ao floema secundário para o exterior. Logo, aqui temos outra diferença entre os dois grupos. As eudicotiledôneas possuem um crescimento secundário verdadeiro, com formação de câmbio vascular produzindo xilema secundário (lenho) para o interior e floema secundário para a periferia do órgão, enquanto nas monocotiledôneas, não há formação de tecidos secundários. Assim, o processo é completamente diferente. O crescimento em espessura é chamado de espessamento secundário e ocorre a partir do desenvolvimento do meristema de espessamento secundário, que se forma externamente aos feixes vasculares primários dispostos de forma aleatória no caule. Esse meristema com atividade bidirecional originará tecido parenquimático para o exterior e para o interior do corpo vegetal, bem como outros feixes vasculares colaterais fechados. Embora o lenho seja a característica mais marcante na diferenciação de caules de monocotiledôneas e eudicotiledôneas, o floema secundário e outros tecidos externos também identificam essa distinção. Por exemplo, floema secundário e periderme são ausentes nas monocotiledôneas. A periderme é o tecido de revestimento do corpo secundário do vegetal que se origina a partir do felogênio. A periderme, junto com o floema secundário, forma a casca nos caules das eudicotiledôneas. Dessa forma, as monocotiledôneas possuem apenas o corpo primário, mantendo a epiderme esclerificada ao longo de toda vida do vegetal. Isso nos dá uma importante dica sobre a maleabilidade e a flexibilidade das monocotiledôneas. Estudo do lenho: madeiras comerciais Neste vídeo, o especialista apresenta os critérios e os conceitos básicos utilizados na identificação de madeiras. Conteúdo interativo Acesse a versão digital para assistir ao vídeo. Vem que eu te explico! Os vídeos a seguir abordam os assuntos mais relevantes do conteúdo que você acabou de estudar. Classificação quanto a ocorrência, forma e função de caules Conteúdo interativo Acesse a versão digital para assistir ao vídeo. Crescimento e espessamento secundário de caules Conteúdo interativo Acesse a versão digital para assistir ao vídeo. Verificando o aprendizado Questão 1 Dentre os tipos de caule ereto das raízes aéreas, há caules herbáceos, lenhosos e que apresentam marcasevidentes. Os caules silicosos flexíveis com nós e entrenós evidentes são chamados de A tronco. B escapo. C estipe. D colmo. E haste. A alternativa D está correta. Os colmos ocos e cheios são caules aéreos e eretos do tipo silicosos, com nós e entrenós evidenciados. O tronco e o estipe são caules lenhosos, já a haste e o escapo, caules herbáceos. Questão 2 Dentre os caules subterrâneos, há um com maior especialização para reservar nutrientes em seu interior. Esses caules intumescidos e com estruturas conhecidas como “olhos” são conhecidos como A tubérculos. B bulbilhos. C cormos. D rizomas. E bulbos tunicados. A alternativa A está correta. Os tubérculos são caules subterrâneos intumescidos com "olhos" nas regiões dos nós e especializados na reserva de nutriente. Bulbilhos, cormos e bulbos tunicados são tipos de caules subterrâneos cônicos conhecidos como bulbo e são compostos por um prato, onde estarão inseridos os catafilos. O rizoma é um caule subterrâneos espesso com nós e entrenós bastante marcados. 3. Folha Introdução à folha de Monocotyledoneae e Eudicotyledoneae A folha das plantas medicinais é o principal órgão usado como matéria-prima para produção de fitoterápicos. Elas são responsáveis pela fotossíntese, processo realizado por um complexo sistema do metabolismo primário das plantas. Em geral, a estrutura foliar é laminar e verde por causa da clorofila, mas isso não é uma regra, há uma grande diversidade de cores, formatos, tamanhos e texturas que podem facilitar a sobrevivência de uma planta em um ambiente específico. Quando utilizamos a morfologia e a anatomia da folha para descrever uma espécie, conseguimos observar diferenças marcantes entre monocotiledôneas e eudicotiledôneas. Folhas com diferentes formas e tamanhos. Características gerais das folhas As folhas podem ser consideradas expansões laterais do caule e são encontradas nos ramos caulinares com partes aéreas ou submersas. Na maioria das espécies, são encontradas, estruturas meristemáticas chamadas gemas axilares nos pontos em que as folhas se inserem, os nós caulinares. A folha geralmente tem formato laminar, com simetria bilateral e crescimento limitado. Uma folha completa apresenta as seguintes partes constituintes: Limbo: é a parte laminar e bilateral. Pecíolo: é a haste que sustenta o limbo e prende a folha ao caule. Bainha: é a região alargada da folha que abraça o caule, pode estar na base do pecíolo ou diretamente no limbo. Algumas folhas possuem ainda apêndices: Estípulas: podem ser laminares ou na forma de espinhos, perenes ou caducas, solitárias ou aos pares. Podem estar presas na base do pecíolo ou entre os pecíolos de duas folhas do mesmo nó. • • • • Esquemas com as principais partes de uma folha. As folhas podem ser classificadas conforme a presença das suas diferentes partes constituintes: Folha completa Possui limbo, pecíolo e bainha. Ex: Folha de taioba. Folha peciolada Possui limbo e pecíolo. Ex: Folha peciolada de espirradeira. Folha invaginante Possui limbo e bainha. Um exemplo é o milho, cuja bainha das folhas se prende diretamente no caule. Folha séssil Este tipo de folhas possui apenas o limbo. Comentário A observação dessas características será importante em um controle de qualidade de drogas vegetais. Morfologia externa e as classificações da folha O limbo é a parte da folha que possui maior diversidade e possibilita várias classificações. Conhecê-las poderá auxiliar no reconhecimento de matérias-primas vegetais para fitoterápicos. Para isso, características como consistência, textura, pilosidade, nervação, forma, ápice, base e bordo do limbo devem ser consideradas. Atenção Cabe ressaltar que é necessário cuidado ao identificá-las, pois as folhas são órgãos com grande plasticidade fenotípica e sofrem grande influência dos fatores ambientais. Quanto à consistência, as folhas podem ser: Membranáceas São delicadas e flexíveis, como as folhas de hortelã. Cartáceas São folhas que se quebram ao serem dobradas, como as folhas de abacateiro e muitas outras do cerrado. Coriáceas São folhas mais rígidas e resistentes, como couro, observadas em Ficus elastica, uma figueira. Suculentas Também chamadas de carnosas, possuem suas células cheias de água, como as espécies de Crassulaceae. Quando à textura, as folhas podem ser classificadas em lisas, como as folhas de eucalipto, ou rugosas, como as folhas de hortelã. Folhas lisas Eucalipto Folhas rugosas Hortelã As folhas possuem ainda uma classificação quanto à presença ou ausência de tricomas, que são o anexo epidérmico que protege a superfície do órgão. O tricoma pode ser rígido ou macio, curto ou longo. A nervação é o padrão de distribuição das nervuras no limbo, e tem um caráter importante para diferenciar as monocotiledôneas, de folhas paralelinérveas, das eudicotiledôneas, de folhas reticuladas. As principais formas de nervação são: Paralelinérvea Nervuras paralelas umas às outras, como no capim limão. Peninérvea Nervura primária indo da base ao ápice e nervuras secundárias partindo da primária, como em eucalipto e goiabeira. Folhas pilosas ou velutíneas As folhas pilosas ou velutíneas são as que possuem tricomas na sua superfície, como o boldo miúdo. Folhas glabras As folhas que não possuem tricomas são chamadas glabras, como a espinheira santa. Palminérvea Nervuras partindo da base do limbo, seguindo em diversas direções do bordo, como em melão de São Caetano e Centella asiatica. Peltinérvea ou radiada Nervuras partindo do centro do limbo, seguindo para diversos pontos do bordo, como em vitória régia. Ainda, as folhas podem apresentar formatos de limbo muito variados, que possuem também uma classificação. Formas de limbo das folhas. A base e o ápice das folhas também possuem diversas classificações, pois são muito variáveis. Principais formatos de ápice das folhas Principais formatos da base das folhas Principais tipos de bordo das folhas As folhas recebem uma classificação quanto à composição ou recorte do limbo, que é uma característica importante de diagnose de algumas famílias botânicas. Folhas simples: o limbo é formado por uma só unidade, que pode ser inteira ou recortada. Folhas compostas ou pinadas: o limbo é recortado formando subunidades secundárias, os folíolos. São folhas características de muitas espécies de leguminosas, como o feijão e a soja. Folhas recompostas ou bipinadas: o limbo é recortado em subunidades terciárias, os foliólulos, também encontradas em espécies de leguminosas, como o flamboyant. Folhas bipinada (A) e pinada (B). As folhas podem apresentar diversos pigmentos que, em diferentes concentrações, geram as colorações vistas na natureza. Os principais pigmentos presentes nas folhas são a clorofila (cor verde), os carotenoides (cores amarelo, laranja e vermelho), e as antocianinas (cores roxa e púrpura). Esses pigmentos atribuem diferentes padrões ao limbo: Concolores, com as duas faces do limbo da mesma cor; Discolores, com as duas faces em cores diferentes; Variegadas, com manchas em todo o limbo. Folhas discolores Folhas variegadas Filotaxia • • • • • • Essa característica corresponde à distribuição das folhas ao longo do eixo caulinar. Vamos observar a seguir as classificações de filotaxia. Alterna Somente uma folha em cada nó caulinar. Oposta Pares em cada nó caulinar, com folhas de lados opostos. Verticilada Três ou mais folhas formando verticilos em cada nó caulinar. Geminada Em cada nó caulinar, ocorrem folhas em pares em um único ponto. Fasciculada Três ou mais folhas em um único ponto em cada nó caulinar. Rosulada Ocorrem folhas em nós caulinares, separados por entrenós muito curtos e semelhantes a rosetas. Espalhamento Espiralada Folhas dispostas em diversos planos em relação ao caule. Alpinia zerumbet (Pers.) B.L. Burtt & R.M. Sm. Guaçatonga. Dística Folhas dispostas em apenas um plano em relação ao caule. Cruzadas Folhas dispostas em planos quese alternam em relação ao caule. Exemplos de uso das folhas para fins medicinais A infusão das folhas de Alpinia zerumbet (Pers.) B.L. Burtt &; R.M. Sm, conhecida como colônia, é indicada para auxiliar no alívio de sintomas relacionados à ansiedade. As folhas dessa espécie são herbáceas, glabras e lisas, e possuem bainha invaginante e lígula. O limbo é lanceolado, com ápice cuspidado, bordo inteiro e base cuneada. Além disso, apresentam padrão de inervação peninérvea. Outra folha medicinal com uso bastante difundido é a guaçatonga (Casearia sylvestris Sw.), indicada para o tratamento de sintomas dispépticos. Na guaçatonga, as folhas pecioladas estão organizadas em filotaxia alterna dística. São lanceoladas, com ápice acuminado, bordo serrado e base cuneada com a presença de estípulas. As folhas do capim-cidreira (Cymbopogon citratus (dc.) stapf) são utilizadas tradicionalmente como antiespasmódico, para alívio de cólicas menstruais e intestinais, e como tratamento de ansiedade e insônia. As folhas dessa espécie apresentam bainhas invaginantes e padrão de inervação paralelinérveo. São lanceoladas, com ápice acuminado, bordo inteiro e base atenuada. Também possuem como característica serem glabras, lisas e de consistência herbácea. Capim-cidreira. Uma das espécies com indicação como antitussígena é o Eucalyptus globulus Labill., conhecido popularmente como eucalipto. Essa espécie apresenta folhas com morfologias distintas em suas diferentes fases de desenvolvimento, o que caracteriza a heterofilia. Quando jovem, essa espécie vegetal possui folhas sésseis, não recortadas, glabras, lisas e de filotaxia oposta. O limbo é oblongo, com ápice mucronado, bordo inteiro e base obtusa. É peninérvea, de consistência coriácea e discolor. Já nas plantas adultas, as folhas são pediceladas com filotaxia alterna dísticas e com formato lanceolado, de ápice acuminado, bordo inteiro e base obtusa. Folhas de planta jovem (A) e adulta (B) de Eucalyptus globulus Labill. Cynara scolymus L. Por fim, as folhas principais da espécie Cynara scolymus L., conhecida popularmente como alcachofra, possui indicação para o tratamento de sintomas dispépticos e flatulência. Essa atividade acaba sendo associada às brácteas presentes nessa planta, que se assemelham a folhas suculentas, com forma ovada, ápice cuspidado ou emarginado e dispostas em roseta. Entretanto, as brácteas estão associadas à proteção das estruturas reprodutivas, isto é, dos aparatos florais, apesar de realizarem processos fotossintéticos. As folhas principais dessas plantas são lanceoladas, pinatipartidas, e possuem como característica serem discolores, pilosas e de consistência herbácea. Adaptação dos órgãos vegetais aos diferentes ambientes Neste vídeo, vamos explorar as diferentes adaptações do vegetal aos diferentes ambientes e condições ao qual foi submetido. Trataremos dos conceitos de anatomia ecológica e de mecanismos de defesa, bem como falaremos da sobrevivência do vegetal frente a diferentes fatores bióticos e abióticos. Conteúdo interativo Acesse a versão digital para assistir ao vídeo. Morfologia interna das folhas Assim como os demais órgãos, as folhas possuem os três sistemas teciduais em sua estrutura: sistema de revestimento, fundamental e vascular. O limbo e pecíolo podem apresentar características anatômicas bastante específicas. O pecíolo é constituído pela epiderme contínua, sem muitas modificações, e em seu interior é possível encontrar um tecido fundamental. Por sua vez, este é composto pelo parênquima, que muitas vezes está relacionado ao preenchimento e à reserva nutricional, e pelo colênquima, que irá gerar sustentação flexível ao pecíolo. Já o sistema vascular no pecíolo apresenta feixes vasculares, o xilema volta-se para a face adaxial e o floema para a face abaxial, envolvendo uma medula que pode estar presente ou não. Em geral, os feixes vasculares apresentam-se em forma de meia-lua com a presença ou não de feixes acessórios. O pecíolo ainda pode apresentar células esclerenquimáticas associadas aos feixes ou espalhadas pelo córtex e pela medula, que irão auxiliar na sustentação rígida dos demais tecidos. Algumas especializações podem ser vistas no limbo da folha, que também é constituído por todos os sistemas teciduais. A epiderme foliar é contínua pelas duas faces e pode ser unisseriada, com apenas uma camada de células, ou multisseriada, com mais de uma. Esse tecido é revestido pela cutícula, que é uma camada formada por cutina e ceras cuticulares, com a função de evitar a perda excessiva de água. Esquema ilustrando um estômato. Esquema do interior de uma folha. Na epiderme, nota-se a presença de muitas estruturas resultantes de especializações celulares, formando anexos. Entre as principais, estão os estômatos, relacionados às funções de trocas gasosas e transpiração. Os estômatos podem se organizar em conjuntos celulares dependendo do número e da posição de suas células subsidiárias em relação às células-guarda. Eles também podem estar presentes em apenas uma das faces foliares ou nas duas. As folhas podem ser classificadas em função da distribuição dos estômatos: Anfiestomáticas: quando ocorrem em ambas as faces foliares. Epistomáticas: quando ocorrem apenas na face superior ou adaxial. Hipoestomáticas: quando ocorrem apenas na face inferior ou abaxial. Os estômatos podem estar acima, abaixo ou no mesmo nível da epiderme. Os tipos e distribuição de estômatos são boas características diagnósticas em controle de qualidade. Dentre as diferenças visíveis, é possível identificar que, nas folhas das eudicotiledôneas, os estômatos se encontram dispersos de maneira aleatória ao longo do órgão, já nas folhas de monocotiledôneas, os estômatos costumam estar dispostos em fileiras paralelas. Os tecidos fundamentais presentes entre as duas faces da epiderme constituem o mesofilo. O mesofilo é constituído, normalmente, por parênquima clorofiliano paliçádico e lacunoso, isto é, com aspecto de paliçada e com grandes espaços intercelulares. Em alguns casos, contudo, podem ser encontrados também tecidos colenquimáticos e esclerenquimáticos que fornecem maior rigidez ao limbo. Quando as camadas de parênquima paliçádico e lacunoso são bastante marcadas, pode-se atribuir a classificação como dorsiventral e isobilateral ao mesofilo. • • • Esquema da folha de uma monocotiledônea com a bainha kranz. Mesofilo dorsiventral Quando há camadas de parênquima clorofiliano voltadas para a face adaxial e de parênquima lacunoso voltada para a face abaxial. Mesofilo isobilateral Quando as camadas de parênquima lacunosos estão centralizadas e há parênquima paliçádico voltado para as faces adaxial e abaxial. Mesofilo homogêneo Quando não há camadas bem diferenciadas. Os tecidos vasculares estão organizados em feixes e localizados no meio do mesofilo. Ramificações dos feixes com menor calibre partem de uma nervura principal de maior calibre e apresentam diferentes posições. Feixes reticulados são típicos de folhas peninérveas de eudicotiledôneas, enquanto feixes paralelos são associados ao padrão paralelinérveo de monocotiledôneas. Outra característica marcante da maioria das monocotiledôneas é a bainha kranz, uma camada de células clorofiladas em torno dos feixes vasculares. Nesse arranjo, há a presença de células com quantidade superior de cloroplastos maiores do que o normal. O feixe pode possuir células esclerenquimáticas que alcançam ambas as faces epidérmicas. Essa anatomia diferenciada está associada aos processos fisiológicos do metabolismo C4. Vem que eu te explico! Os vídeos a seguir abordam os assuntos mais relevantes do conteúdo que você acabou de estudar. Adaptações na epiderme da folha Conteúdo interativo Acesse a versão digital para assistir ao vídeo. Classificação e adaptações do mesofilo Conteúdo interativo Acesse a versão digital para assistir ao vídeo. Verificando o aprendizado Questão 1 As folhas podem ser classificadas de acordo com o tamanho, o formato, a textura eo recorte do limbo. Quando classificados quanto à consistência, os limbos com aspecto quebradiço são chamados de A coriáceos. B membranáceos. C suculentos. D herbáceos. E cartáceos. A alternativa E está correta. Os limbos de consistência quebradiça são conhecidos como cartáceos. Herbácea, membranácea, coriácea e suculenta, apesar de serem classificações de consistência, são limbos mais flexíveis. Questão 2 O sistema vascular é responsável pelo transporte de água, sais minerais e nutrientes no interior da planta. Os tecidos vasculares no limbo foliar estão organizados em A cilindros. B feixes. C arcos. D meia-lua. E cordões. A alternativa B está correta. No limbo foliar, os tecidos vasculares estão organizados em feixes colaterais ou bicolaterais. A organização em meia-lua é vista junto aos feixes acessórios no pecíolo. O cilindro vascular é visto nas raízes, onde o xilema pode estar organizado em arcos e o floema em cordões. 4. Órgãos reprodutivos Introdução aos órgãos reprodutivos de Monocotyledoneae e Eudicotyledoneae Os órgãos reprodutivos são aqueles responsáveis pela reprodução sexuada e pela disseminação dos vegetais, ou seja, as flores, os frutos e as sementes. Todos os órgãos estão associados entre si, uma vez que todas as partes dos frutos e sementes são oriundos das flores. O fruto normalmente resulta do desenvolvimento do ovário floral, enquanto a semente é resultado do desenvolvimento do óvulo depois da fecundação. Não podemos esquecer que a natureza nos surpreende com diversas variações de flores, frutos e sementes, assim como é diversa a origem dessas estruturas. Esses órgãos apresentam diferenças claras em plantas monocotiledôneas e eudicotiledôneas, o que nos permite identificá-las de forma correta. Flores de Helianthus annuus Linnaeus. Características gerais As flores são o principal órgão utilizado para classificação taxonômica dos vegetais, pois apresentam poucas variações frente a diferentes condições ambientes, logo, suas características morfológicas são persistentes. Esse órgão tem como função central todos os processos envolvidos na reprodução sexuada das plantas. A partir do desenvolvimento dos ovários das flores após a fecundação, há o surgimento de frutos e sementes. Os frutos podem apresentar diferentes tipos, formatos, cores, texturas e estruturas acessórias. Flor Na estrutura básica de uma flor, observamos o pedúnculo, que prende a flor ao caule, o receptáculo, região terminal dilatada do pedúnculo, onde se prendem os verticilos protetores e os verticilos reprodutores. Os verticilos protetores são as sépalas, estruturas foliáceas geralmente menores e mais consistes que as pétalas e, na maior parte das vezes, principais responsáveis pela proteção do botão floral, e as pétalas, estruturas membranáceas, amplas e coloridas, que podem estar unidas entre si ou livres e que auxiliam na atração de polinizadores. O conjunto de sépalas é denominado cálice, o de pétalas é chamado de corola. O somatório de ambos é chamado de perianto, quando são diferentes entre si, como na rosa, ou perigônio, quando semelhantes, como nos lírios. Esquema das estruturas florais. Acerca do perianto, há classificações relacionadas à presença de peças, à homogeneidade, às posições e à disposição de peças florais. Quanto à presença de peças: Aclamídeas São as flores que não apresentam as peças do perianto. Monoclamídeas São as flores que contêm uma das peças, cálice ou corola. Diclamídeas São as flores que contêm ambas as peças, cálice e corola. Com relação à homogeneidade, as flores podem ser classificadas da seguinte forma: Homoclamídeas São aquelas que apresentam pétalas e sépalas semelhantes entre si. Nesse caso, são denominadas tépalas. Heteroclamídeas São as flores que apresentam pétalas e sépalas diferentes entre si. A simetria floral também pode ser uma referência para classificar a diversidade de flores. Esse órgão reprodutivo pode apresentar vários planos de simetria, conforme apresentamos abaixo: Actinomorfa ou radial Quando apresentam vários planos de simetria. Zigomorfa ou bilateral Quando apresentam apenas um plano de simetria. Assimétrica Quando não apresentam nenhum plano de simetria. Outra característica utilizada para classificação é a disposição de peças florais, que se dá da seguinte forma: Acíclica São assim denominadas quando todas as peças florais estão dispostas em espirais. Cíclica São assim denominadas quando a disposição das peças florais forma círculos concêntricos. Quanto aos verticilos protetores, podemos classifica-los em cálice e corola. O cálice normalmente tem coloração verde ou semelhante às pétalas (chamado, então, de petaloide). A corola normalmente é colorida ou semelhante as sépalas (chamada, então, de sepaloide). As sépalas e pétalas podem ser categorizadas de acordo com a sua soldadura: sendo gamossépala ou gamopétala quando as peças são soldadas entre si e dialissépala ou dialipétala quando as peças são livres entre si. Gamossépala. Gamopétala. As quantidades de sépalas e pétalas também são usadas para classificar o cálice e a corola. Flores com três peças ou múltiplas de três são denominadas trímeras; com quatro ou múltiplas de quatro, tetrâmeras; e com cinco ou múltiplas de cinco, pentâmeras. Por fim, a duração das sépalas e das pétalas é utilizada por botânicos para identificar uma espécie. Quando essas estruturas florais caem antes da flor ser fecundada, elas são caducas. Há casos em que elas persistem no fruto, sendo denominadas persistentes. Ainda, a corola pode ser categorizada segundo a sua forma. As flores dialipétalas e actinomorfas podem apresentar o formato de cruz (crucífera), de roseta (rosácea) e com unha longa e limbo lacinulado (cariofilácea). Flores dialipétalas e zigomorfas podem ter duas classificações com relação ao seu formato: orquidácea, com as pétalas diferenciadas em asas e labelo, e papilionácea, com pétalas desiguais entre si. Orquidácea. A corola de flores gamopétalas e actinomorfas apresentam os formatos: tubulosa, em forma de tubo cilíndrico; rotácea, pétalas em forma circular com ápices arredondados; campanulada, em forma de sino (ápice e base alargados); infundibuliforme, em forma de tubo afunilado; urceolada, em forma de jarro (ápice estreito e base larga); hipocatreriforme, em forma de taça (ápice largo e base estreita). Por último, flores gamopétalas e zigomorfas podem apresentar os formatos: labiada, com pétalas fundidas na base e com parte apical dividida em dois lobos, como lábios; personada, também apresentam parte apical Marcescentes As sépalas e as pétalas que são persistentes, mas atrofiam ou murcham são consideradas marcescentes. Acrescentes As sépalas persistentes que continuam se desenvolvendo e recobrem os frutos são acrescentes. • • • • • • Estrutura do gineceu. dividida em dois lobos, sendo que o lobo inferior tem uma porção inflada; ligulada, em forma de língua; e digitaliforme, em forma de dedo. Os verticilos florais reprodutores são formados pelo gineceu e pelo androceu. O gineceu ou pistilo é a estrutura reprodutora feminina de uma flor. Ele é formado pelos carpelos. O carpelo é constituído pelo ovário, uma estrutura composta por uma ou mais folhas modificadas com óvulos a serem fecundados, e pelo estilete, prolongamento do ovário que o liga até o estigma, a extremidade do estilete que é receptiva ao grão de pólen. Cada parte do órgão feminino tem diferentes classificações. O ovário também pode ser encontrado em diferentes posições em relação ao perianto: súpero (hipógino), acima do perianto; ínfero (epígino), abaixo do perianto; semi-ínfero, parcialmente abaixo do perianto; perígino, quando o perianto está inserido em um receptáculo côncavo, podendo deixar o ovário livre ou estar concrescido a ele. Chamamos este receptáculo de hipanto. Esquema dos verticilos florais. Outra classificação feita é referente à soldadura e ao número dos carpelos do gineceu. Os carpelos livresentre si são denominados apocárpicos ou dialicarpelares, já os carpelos soldados entre si são chamados de sincárpicos ou gamocarpelares. As flores podem apresentar um (unicarpelar), dois (bicarpelar), três (tricarpelar) ou quatro ou mais carpelos (pluricarpelar). Além disso, podemos analisar detalhes cada vez menores: os lóculos, compartimentos onde os óvulos ficam armazenados no ovário. As flores podem ter ovários uniloculares (um lóculo), bilocular (dois lóculos), trilocular (três lóculos), ou plurilocular (com quatro ou mais lóculos). • • • • Estrutura do estame. A estrutura masculina da flor é chamada de androceu, um conjunto de estames ou folhas modificadas que tem como função a produção de pólen. Na natureza, entretanto, podemos ainda encontrar estames estéreis, os estaminódios. Os estames são compostos pelo filete, estrutura que sustenta as anteras e as fixa no receptáculo, e pela antera, sacos terminais do estame das flores revestidos internamente por estruturas que produzem grãos de pólen. Acerca do sexo, podemos classificar as flores em: unissexuada, com presença de apenas estruturas femininas ou masculinas; hermafrodita ou bissexuada, com estruturas de ambos os sexos; estéril, com estruturas não funcionais ou ausentes. Flor unissexuada Flor bissexuada No que tange à estrutura masculina das flores, o estame pode ser encontrado em diferentes posições. São considerados epipétalos quando soldados às pétalas, inclusos quando seu tamanho é menor que o perianto, e excertos, quando seu tamanho é maior que o perianto. Estames inclusos Estames excertos • • • Atenção Para não confundir: há estames que são completamente soldados (sinandro), há aqueles livres entre si (dialistêmone), e os soldados pelos filetes (gamostêmone ou adelfo). O número de estames no androceu também é uma característica essencial para identificar uma espécie. Há flores que apresentam uma quantidade de estames menor que o número de pétalas (oligostêmone); o dobro do número de pétalas (diplostêmone); igual ao número de pétalas (isostêmone); e superior ao número de pétalas (polistêmone). Os estames podem apresentar diferentes tamanhos. Estames com o mesmo tamanho são denominados homodínamos e com diferentes tamanhos, heterodínamos. Quando há o total de quatro estames, sendo dois maiores e dois menores, denominamos didínamos. Já com o total de seis estames, sendo quatro maiores e dois menores, chamamos de tetradínamos. A disposição de flores em uma planta também pode ser utilizada para identificar uma espécie vegetal. As inflorescências são ramos florais, nos quais as flores se originam e ficam dispostas em diferentes posições. Quando encontradas nas axilas foliares, as inflorescências são axilares. Inflorescências opostas às folhas são denominadas opostas e, quando presentes no ápice terminal, são chamadas de terminais. As inflorências possuem diferentes tipos de ramificações, conforme podemos ver abaixo: Racimosas ou indefinidas Flores se abrem de baixo para cima e de fora para dentro. Cimosas ou definidas Flores se abrem de dentro para fora e de acordo com os eixos que são formados. Cacho ou racimo Flores partem de diversos eixos em diferentes níveis. Corimbo Flores partem de diversos eixos e estão dispostas no mesmo nível. Umbelas Flores partem de um único eixo e estão dispostas no mesmo nível. Capítulo Flores apoiadas em um eixo alargado. Espiga Flores sésseis e dispostas em diferentes níveis. Espádice Semelhante à espiga, mas acompanhada de uma bráctea chamada de espata. Amento Semelhante à espiga, mas o eixo primário é pendente. Monocásio - Escorpioide Eixos formados não apresentam divisões e de cada eixo parte apenas um novo eixo. Esses eixos partem de um mesmo lado. Monocásio - Helicoide Eixos formados não apresentam divisões e de cada eixo parte apenas um novo eixo. Esses eixos partem de lados opostos e se intercalam. Dicásio Eixos formados não apresentam divisões e de cada eixo partem dois novos eixos. Pleiocásio De cada eixo terminal partem diversos eixos. Glomérulo Flores sésseis aglomeradas. Ciátio Flor unissexuada feminina única rodeada por flores unissexuadas masculinas envolvidas por um invólucro. Sicônio Flores unissexuadas dispostas no interior de um receptáculo escavado. Ainda falando sobre reprodução, nós podemos encontrar as brácteas, estruturas foliares associadas ao sistema reprodutivo, com as funções de proteger e de atrair polinizadores. Há brácteas férteis, as quais apresentam flores nas axilas, ou vazias, sem flores. O calículo é formado por brácteas dispostas em círculo na base do cálice, enquanto a cúpula é composta por brácteas persistentes e endurecidas na base dos frutos. A espata é constituída de brácteas bastante desenvolvidas que protegem as espádices. Por fim, temos as glumas, duas brácteas estéreis que protegem as espigas, e o periclínio, conjunto de brácteas presentes junto aos capítulos. Calículo Cúpula Espata Glumas Periclínio Assim como as demais partes de um vegetal, as flores também são utilizadas para fins medicinais. As flores de diferentes espécies do gênero Crataegus (o cratego) possuem indicação para o tratamento da ansiedade e da insônia. As flores brancas e pentâmeras dessa espécie estão organizadas em inflorescências do tipo corimbo, e são pediceladas, hermafroditas, dialipétalas e actinomorfas. Flor de Achyrocline satureioides (Lam.) DC. Flor do gênero Crataegus. As inflorescências racimosas em capítulo da macela ou camomila nacional (Achyrocline satureioides (Lam.) DC.) são outro conjunto utilizado para fins medicinais. São indicadas como anti-inflamatórias e para auxiliar no alívio de sintomas dispépticos e afecções leves das vias aéreas. As flores amarelo-douradas pentâmeras da periferia do capítulo são unissexuadas, já as centrais, hermafroditas. Ambas são gamopétalas e actinomorfas com corola tubular. As características taxonômicas das flores também podem ser utilizadas para diferenciar plantas monocotiledôneas e eudicotiledôneas. Nas monocotiledôneas, as flores são trímeras, enquanto as flores em eudicotiledôneas são dímeras, tetrâmeras ou pentâmeras. Flor de monocotiledônea (A) e flor de eudicotiledônea (B). Fruto A vagem é um exemplo de fruto deiscente. Após a fecundação de um vegetal, os ovários das flores femininas se desenvolvem e formam os frutos que abrigam as sementes. Os frutos podem apresentar distintos tipos, formatos, cores e estruturas acessórias. As principais características desse órgão residem no pericarpo, a parede do fruto que é dividida em: Epicarpo: camada mais externa que se origina a partir da epiderme externa da parede do ovário. Mesocarpo: camada intermediária oriunda do mesofilo dos carpelos. Endocarpo: camada mais interna formada a partir da epiderme interna da parede do ovário. Ainda, o pericarpo pode ser suculento (fruto carnoso) ou não (fruto seco). Principais partes do fruto. Os frutos podem ser classificados conforme as diversas características presentes. Há frutos que contêm diferentes quantidades de sementes, podendo haver uma semente (monospérmicos), duas (dispérmicos), três (trispérmicos), quatro sementes ou mais (polispérmicos). Também é possível encontrar frutos partenocárpicos, isto é, frutos formados sem que haja a fecundação e, consequentemente, sem sementes. Além do número de sementes, a deiscência, ou abertura para liberação e/ou exposição de sementes, é uma característica importante. Frutos deiscentes amadurecem e se abrem espontaneamente, enquanto os indeiscentes, mesmo maduros, não se abrem de forma natural. A identificação do vegetal ainda é possível pelo número de carpelos de onde se originaram os frutos. Um gineceu com um único carpelo originará frutos monocárpicos; com vários carpelos soldados, originará frutos sincárpicos; enquanto o gineceu com carpelos livres entre si dará origem a frutos apocárpicos. Os frutos podem ser categorizados também segundo o número de ovários que os originam. Frutos simples se desenvolveramde um único ovário, enquanto frutos múltiplos são originados de flores com diversos ovários. Quando temos uma inflorescência, podemos observar o crescimento de um fruto composto ou infrutescência a partir da fusão dos ovários de cada flor. Por fim, os frutos complexos ou pseudofrutos se originam de um ovário, mas outras partes florais participaram de sua constituição. Os grupos em que os diversos frutos estão organizados levam em consideração a deiscência, a consistência do pericarpo e a classificação geral quanto ao número de ovários que os originaram. Vamos observar as possíveis classificações para frutos simples, secos e deiscentes: Pixídio Fruto sincárpico com deiscência transversal. A abertura se dá por uma parte do fruto que se assemelha a uma tampa. • • • Cápsula Fruto sincárpico com deiscência longitudinal e abertura por fendas. Folículo Fruto monocárpico com deiscência longitudinal e abertura única. Legume Fruto monocárpico com deiscência longitudinal e duas aberturas. Síliqua Fruto sincárpico com deiscência longitudinal e duas a quatro aberturas. A abertura ocorre de baixo para cima. Opecarpo Fruto sincárpico com deiscência através de poros (aberturas). Observaremos também as possíveis classificações dos frutos simples, secos e indeiscentes. Aquênio Fruto monocárpico com semente presa ao pericarpo por um único ponto. Cariopse Fruto sincárpico com semente presa ao pericarpo por toda a sua extensão. Noz ou bolota Fruto sincárpico com pericarpo lenhoso e envolvido por revestimento semelhante a uma redoma. Sâmara Fruto monocárpico com expansão alada do pericarpo. Craspédio Fruto monocárpico. Suas partes formam pequenos envelopes nas sementes, mas a sua moldura não é perdida. Lomento Fruto monocárpico. Suas partes formam pequenos envelopes nas sementes, mas a sua moldura é perdida. Quanto aos frutos carnosos, ou seja, com pericarpo suculento, temos diferentes grupos para classificar os frutos simples, carnosos e indeiscentes. Drupas São frutos monocárpicos com endocarpo endurecido (pirênio), como observamos em pêssegos. Bagas São frutos sincárpicos com um endocarpo não endurecido, como o mamão e o tomate. As bagas podem ser consideradas hesperídeas, quando oriundas de um ovário súpero, peponídeas, quando oriundas de um ovário ínfero com lóculos no mesmo nível, ou balaústas, quando o ovário da flor era ínfero, mas com lóculos em diferentes níveis. Baga hesperídea Baga peponídea Baga balaústa A partir daqui, trabalharemos classificações de frutos que ainda são discutidas por diferentes botânicos, pois podem se encaixar em mais de uma categoria. Os frutos múltiplos podem ser classificados como polifolículo, poliaquênio ou polidrupa, por exemplo. Polidrupa. Além disso, temos os frutos compostos ou infrutescências que são divididas em sorose, quando seu eixo, suas peças florais e seu ovário fazem parte do fruto, ou sicônio, quando o fruto forma-se da inflorescência de mesmo nome e o receptáculo recobre os frutos. Sorose Sicônio Por fim, temos os frutos complexos ou pseudofrutos, que podem ser categorizados em: Pseudofrutos Também podem ser chamados de falsos frutos. Pomo A parte desenvolvida do fruto é o receptáculo floral e o fruto verdadeiro está no interior. Hipocarpo A parte desenvolvida é o pedúnculo floral e o fruto verdadeiro está adjacente. Cinórrodo A parte desenvolvida é o receptáculo floral e os frutos verdadeiros estão em seu interior. Conocarpo A parte desenvolvida é o receptáculo floral e os frutos verdadeiros estão sobre este. Utilizando essas classificações, podemos identificar diversas espécies conhecidas popularmente por tratar doenças. A infusão dos frutos múltiplos (polifolículos) de Illicium verum Hook F. (anis-estrelado) e dos aquênios Silybum marianum (L.) Gaertn. (cardo mariano) é indicada como antidispépticos. Ademais, a tintura das drupas de saw-palmetto (Serenoa repens (W. Bartram) Small) pode auxiliar nos sintomas do trato urinário baixo relacionados à hiperplasia prostática benigna. Frutos de Serenoa repens (W. Bartram) Small. Saiba mais Considerando a evolução das angiospermas, podemos observar algumas características de frutos que são diferentes entre as classes mono e eudicotiledônea. Nas monocotiledôneas, os frutos apocárpicos e sincárpicos apresentam três carpelos. Já nas plantas eudicotiledôneas, os frutos apocárpicos e sincárpicos possuem dois, quatro ou mais carpelos. Cabe ressaltar aqui que o fruto do tipo monocárpico pode ser encontrado em ambos os grupos. Trabalho com diferentes matrizes vegetais Neste vídeo, trataremos dos diferentes órgãos vegetais e das possíveis substâncias de interesse biotecnológico. Ainda, demonstraremos como definir os métodos ideais para as diferentes análises de variadas matrizes vegetais. Conteúdo interativo Acesse a versão digital para assistir ao vídeo. Semente As sementes são óvulos desenvolvidos após a fecundação. Neste órgão reprodutivo composto pela casca ou tegumento, encontramos o embrião que irá originar os outros vegetais. Sementes que apresentam apenas um tegumento (testa) são denominadas como unitegumentadas; as que apresentam dois tegumentos, um externo (testa) e um interno (tegma), são chamadas de bitegumentadas; já aquelas sem cascas são chamadas de ategumentadas. Na sua constituição, a semente é formada por amêndoa (embrião + tecido de reserva) e tegumento. O embrião é formado por quatro importantes divisões denominadas radícula, caulículo, gêmula e cotilédones, que darão origem às raízes, aos caules, às gemas e às folhas primordiais, respectivamente. Sementes de castanha da índia. Sementes de guaraná. Como exemplo de sementes de uso medicinal, temos as de castanha da índia (Aesculus hippocastanum L.), utilizadas para o tratamento de distúrbios circulatórios venosos. Já as sementes de guaraná Paullinia cupana Kunth ex H.B.K. var. sorbilis (Mart.) Ducke podem aliviar os sintomas de fraqueza e fadiga. Há uma característica importante das sementes, que é diferente entre monocotiledôneas e eudicotiledôneas. Nas monocotiledôneas, a semente apresenta apenas um cotilédone, enquanto as sementes de eudicotiledôneas apresentam dois cotilédones. Sementes de monocotiledônea e eudicotiledônea. Vem que eu te explico! Os vídeos a seguir abordam os assuntos mais relevantes do conteúdo que você acabou de estudar. Classificação quanto a organização das inflorescências Conteúdo interativo Acesse a versão digital para assistir ao vídeo. Classificação quanto a forma dos frutos Conteúdo interativo Acesse a versão digital para assistir ao vídeo. Verificando o aprendizado Questão 1 O órgão flor é constituído por pedúnculo, receptáculo e verticilos florais. Os verticilos florais externos e internos podem estar organizados de forma que as peças florais estejam em diferentes simetrias. Quando as peças florais não apresentam planos de simetria, podem ser chamadas de A zigomorfas. B radiais. C actinomorfas. D assimétricas. E bilaterais. A alternativa D está correta. As flores assimétricas não apresentam planos de simetria, já as zigomorfas apresentam um plano de simetria e as actinomorfas, diversos planos de simetria. Questão 2 Os frutos podem ser classificados de acordo com o número de sementes que possuem. Dessa forma, qual o nome dado para os frutos que não possuem sementes? A Monospérmicos B Polispérmicos C Partenocárpicos D Trispérmicos E Dispérmicos A alternativa C está correta. Os frutos formados quando não há fecundação são chamados de partenocárpicos. Por isso não possuem sementes. Os frutos com designações terminadas em -spérmicos possuem sementes e recebem prefixo de acordo com a quantidade. 5. Conclusão Considerações finais Neste estudo, foi possível perceber como há diferentes estruturas que compõem a grande variedade dos órgãos vegetativos e reprodutivos das plantas. Aprendemos sobre as diferentes classificações quanto à forma, à cor, à textura, ao tamanho e à quantidade das estruturas ou órgãos