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Características diagnósticas macro e
microscópicas gerais das plantas
A descrição organográfica e anatômica dos órgãos vegetais e as principais diferenças entre os dois grupos
de angiospermas: monocotiledôneas e eudicotiledôneas.
Prof. Brendo Araujo Gomes
1. Itens iniciais
Propósito
Conhecer a morfoanatomia dos órgãos vegetativos e reprodutivos dos vegetais, como ferramenta nos
processos de identificação, coleta e controle de qualidade de plantas medicinais e drogas vegetais, é crucial
para a pesquisa, o desenvolvimento e a produção de produtos na área farmacêutica.
Objetivos
Identificar a raiz de Monocotyledoneae e Eudicotyledoneae.
Descrever o caule de Monocotyledoneae e Eudicotyledoneae.
Reconhecer a folha de Monocotyledoneae e Eudicotyledoneae.
Identificar os órgãos reprodutivos de Monocotyledoneae e Eudicotyledoneae.
Introdução
Existe uma intensa busca por remédios que possam auxiliar no tratamento das diversas mazelas que
acometem a humanidade e, desde a Antiguidade, os vegetais que possuem propriedades medicinais são um
dos principais objetos de investigação. A pesquisa, o desenvolvimento e a produção de drogas vegetais,
fitoterápicos e medicamentos com base em substâncias extraídas e isoladas de plantas, podem depender do
conhecimento da morfoanatomia dos órgãos vegetais. 
Entre os grupos de plantas utilizados para fins medicinais, estão as angiospermas (Magnoliophyta) ou plantas
com flores, com aproximadamente 300 mil espécies, quase 90% delas conhecidas. Dentro desse grupo, há
duas subdivisões taxonômicas: Eudicotyledoneae e Monocotyledoneae. 
As eudicotiledôneas contêm cerca de 200 mil espécies, o que representa em torno de 66% da diversidade das
angiospermas; já as monocotiledôneas englobam 90 mil espécies, por volta de 30% do restante da
diversidade. Logo, esses dois grupos compreendem aproximadamente 96% do maior grupo alvo na busca de
plantas medicinais do planeta. Demonstra-se, assim, a necessidade de se conhecer as características e as
diferenças que os separam e que podem ser ferramentas na identificação das espécies e no controle de
qualidade.
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1. Raiz
Introdução à raiz de Monocotyledoneae e
Eudicotyledoneae
As primeiras estruturas que são desenvolvidas nos estágios iniciais de uma angiosperma em geral são as
raízes, importante órgão que pode ser encontrado na maioria das plantas, em um sistema subterrâneo,
normalmente ramificado. Suas principais funções são a fixação da planta ao substrato e a absorção de água e
sais minerais. Além disso, as raízes podem desempenhar algumas outras funções, como as de reserva
nutricional e de suporte do corpo vegetal.
Raízes de uma angiosperma.
Considerando a presença de substâncias de interesse medicinal, raízes de certas espécies vegetais também
são utilizadas como remédios pela sociedade, o que torna necessária a identificação precisa desse órgão. 
Características gerais das raízes
O corpo da raiz é identificado quando observamos a parte do vegetal que não é segmentada e não apresenta
folhas ou gemas laterais. Em geral, esse órgão é aclorofilado, uma vez que não desempenha função
fotossintética abaixo da superfície do solo, com exceção das raízes aéreas assimiladoras. 
As raízes apresentam geotropismo positivo e fototropismo negativo.
As raízes podem ser classificadas segundo a sua origem: 
Geotropismo 
Crescimento de partes do vegetal em
resposta à gravidade. Pode ser positivo,
quando é a favor da gravidade, ou negativo,
quando em direção oposta à ação da
gravidade.
Fototropismo 
Crescimento de partes do vegetal em
relação à luz. É positivo quando em
direção à luz, e negativo quando é
realizado em direção oposta à luz.
Normais, principais ou primárias
São aquelas que se desenvolvem a partir da radícula do embrião. A raiz
principal é conhecida como raiz primária e irá originar as ramificações
chamadas de raízes secundárias, terciárias e assim sucessivamente.
Adventícias
São aquelas que não se desenvolvem a partir da radícula ou de qualquer
parte da raiz principal e suas ramificações. Esse tipo de raiz se origina
das partes aéreas do vegetal, como caule e folhas.
Morfologia externa da raiz
A raiz pode ser separada em diferentes zonas. São elas: 
1
Colo ou coleto
Região de transição entre a raiz e o caule.
2
Suberosa ou de ramificação
Região mais “velha” da raiz, sem pelos radiculares. Pode apresentar impregnação de súber
(substância lipídica que confere maior rigidez e impermeabilização às paredes celulares de alguns
tecidos). É o local de origem das raízes laterais.
3
Pilífera ou de absorção
Zona em que estão presentes os pelos radiculares ou absorventes. É a principal região de absorção
de água e sais minerais da planta.
4 Lisa ou de crescimento ou de distensão
Região mais “nova” desse órgão, adjacente à coifa, também conhecida como região de
alongamento. É flexível, maleável, destituída de pelos radiculares.
5
Coifa ou caliptra
Estrutura localizada no ápice da raiz que tem como função cobrir e proteger a região meristemática
apical contra a abrasão pelo contato com o substrato.
Principais regiões de uma raiz.
Habitat
Com relação ao ambiente em que as raízes são encontradas, podemos classificá-las em aéreas, quando se
desenvolvem acima da superfície do solo; subterrâneas, quando se desenvolvem abaixo da superfície do solo;
e aquáticas, quando se desenvolvem na água. Vejamos: 
Raízes aéreas
Cinturas ou estranguladoras
Raízes adventícias de plantas que se desenvolvem sobre outras plantas.
Essas raízes “abraçam” a planta suporte e, ao encontrar o solo, ganham
robustez, podendo matá-la. Ex: Figo estrangulador.
Grampiformes ou aderentes
Raízes adventícias de plantas trepadeiras que fixam a planta em algum
suporte. Ex: Hera.
Respiratórias ou pneumatóforos
Raízes capazes de fornecer oxigênio às partes do vegetal que estão
submersas em água, funcionando como órgãos respiratórios. EX: Plantas de
mangue.
Sugadoras ou haustórios
Raízes adventícias de plantas parasitas que penetram os tecidos vasculares
da planta hospedeira e absorvem água e sais minerais, chamadas
hemiparasitas, e/ou produtos do metabolismo vegetal, chamadas
holoparasitas. Ex: Planta parasita.
Suportes ou fúlcreas
Raízes adventícias que crescem em direção ao solo e, ao encontrar o
substrato, nele se aprofundam funcionando como suporte. Ex: Milho.
Tabulares ou sapopemas
Raízes parecidas com grandes tábuas que ampliam toda a base da planta,
permitindo maior estabilidade. Ex: Figueira.
Raízes subterrâneas
Axial ou pivotante
Raiz principal ou primária é robusta e bastante desenvolvida. As ramificações
são ausentes ou pouco desenvolvidas. Ex: Dente de leão.
Ramificada
Raiz principal ou primária com diversas ramificações em vários níveis,
bastante desenvolvidas. Ex: Acalifa.
Fasciculada
Formada por um feixe de raízes semelhantes entre si, onde não é possível
determinar qual é a raiz principal (atrofiada). Ex: Capim.
Tuberosa - raiz normal
Raiz bastante desenvolvida que possui como função o armazenamento de
nutrientes para o vegetal. Podem ser classificadas como normais axiais,
ramificadas, ou até mesmo serem raízes adventícias. Ex: Cenoura, uma raiz
tuberosa normal.
Tuberosa - raiz axial
Ex: Batata doce, uma raiz tuberosa axial.
Tuberosa - raiz adventícia
Ex: Dália, uma raiz tuberosa adventícia.
Tais características podem ser utilizadas para o reconhecimento das plantas dos grupos de angiospermas
aqui estudados: as raízes de monocotiledôneas são tipicamente adventícias e fasciculadas, enquanto nas
eudicotiledôneas podem ser encontradas, de forma majoritária, raízes axiais ou pivotantes. 
Raiz de monocotiledôneas (A) e raiz de eudicotiledônea (B).
Exemplos de uso medicinal
Arctium lappa L.
A raiz axial de bardana (Arctium lappa L.) é indicada para
auxiliar no tratamento de problemas urinários e no alívio de
sintomas associados à dermatite seborreica.
Espécies do gênero Echinacea (equinácea) e Glycyrrhiza
(alcaçuz), cujas raízes são ramificadas, são indicadas para a
prevenção e alívio de sintomas de resfriadocomo um todo. Compreendemos
as principais diferenças entre os grupos eudicotiledôneas e monocotiledôneas, os quais englobam a maior
parte das plantas medicinais.
Cabe ressaltar que este conteúdo é essencial ao farmacêutico, revelando possibilidades de atuação
profissional. A botânica organográfica e a anatomia vegetal, estudadas aqui, estão intimamente ligadas às
ciências da saúde, pois há um número expressivo de matérias-primas de origem vegetal utilizadas pela
indústria farmacêutica.
A importância deste conteúdo é ressaltada pela necessidade de submeter as plantas medicinais a análises
rigorosas para confirmação na identificação e no controle de qualidade de suas partes. Plantas medicinais
sofrem adulterações e falsificações de forma criminosa ou por simples desconhecimento do público leigo.
Assim, erros na identificação, coleta e preparo podem trazer riscos à saúde do consumidor.
Podcast
Antes de finalizarmos, o especialista fala sobre os critérios de escolha de espécies vegetais para busca
de substâncias com potencial biotecnológico e apresenta conceitos básicos para identificação e coleta
de material vegetal.
Conteúdo interativo
Acesse a versão digital para ouvir o áudio.
Explore +
Para dar continuidade aos estudos propostos neste conteúdo, conheça o blog Floresta Brasil, que traz mais
informações e conceitos de organografia das angiospermas.
 
Aprofunde o conhecimento em morfologia vegetal visitando o website da Sociedade Brasileira de
Farmacognosia, onde você poderá encontrar livros sobre o tema.
Referências
CUTLER, D. F.; BOTHA, T.; STEVENSON, D. W. Anatomia vegetal: uma abordagem aplicada. Porto Alegre:
Artmed, 2011.
 
MONTEIRO, S. da C.; BRANDELLI, C. L. C. Farmacobotânica: aspectos teóricos e aplicação. Porto Alegre:
Artmed, 2017.
 
OLIVEIRA, F. de; AKISSUE, G. Fundamentos de farmacobotânica e de morfologia vegetal. São Paulo: Atheneu,
2009.
 
MARTINS-DA-SILVA, R. C. V. et al. Noções morfológicas e taxonômicas para identificação botânica. Brasília, DF
: Embrapa, 2014.
 
FERRI, M. G. Botânica: morfologia externa das plantas (organografia). São Paulo: NBL Editora, 1981.
 
FERRI, M. G. Botânica: morfologia interna das plantas (anatomia). São Paulo: NBL Editora, 1996.
 
VIDAL, W. N.; VIDAL, M. R. R. Botânica – Organografia: quadros sinóticos ilustrados de fanerógamos. 4. ed. rev.
ampl. Viçosa: Ed. UFV, 2011.
 
HARRI, L.; SOUZA; V. C.; FLORES, T. Introdução à Botânica: morfologia. São Paulo: Ed. Instituto Plantarum de
Estudos da Flora, 2013.
 
GONÇALVES, E. G.; LORENZI, H. J. Morfologia vegetal: organografia e dicionário ilustrado de morfologia das
plantas vasculares. São Paulo: Ed. Instituto Plantarum de Estudos da Flora, 2007.
	Características diagnósticas macro e microscópicas gerais das plantas
	1. Itens iniciais
	Propósito
	Objetivos
	Introdução
	1. Raiz
	Introdução à raiz de Monocotyledoneae e Eudicotyledoneae
	Características gerais das raízes
	Normais, principais ou primárias
	Adventícias
	Morfologia externa da raiz
	Colo ou coleto
	Suberosa ou de ramificação
	Pilífera ou de absorção
	Lisa ou de crescimento ou de distensão
	Coifa ou caliptra
	Habitat
	Raízes aéreas
	Cinturas ou estranguladoras
	Grampiformes ou aderentes
	Respiratórias ou pneumatóforos
	Sugadoras ou haustórios
	Suportes ou fúlcreas
	Tabulares ou sapopemas
	Raízes subterrâneas
	Axial ou pivotante
	Ramificada
	Fasciculada
	Tuberosa - raiz normal
	Tuberosa - raiz axial
	Tuberosa - raiz adventícia
	Exemplos de uso medicinal
	Raiz de Echinacea
	Raiz de Glycyrrhiza
	Uso tradicional de plantas medicinais por grupos humanos
	Conteúdo interativo
	Morfologia interna da raiz
	Parênquima
	Colênquima e esclerênquima
	Saiba mais
	Vem que eu te explico!
	Classificação das raízes quanto a ocorrência, forma e função
	Conteúdo interativo
	Formação e projeção de raízes secundárias
	Conteúdo interativo
	Verificando o aprendizado
	2. Caule
	Introdução ao caule de Monocotyledoneae e Eudicotyledoneae
	Características gerais do caule
	Curiosidade
	Morfologia externa do caule
	Desenvolvimento e porte
	Erva
	Subarbusto
	Arbusto
	Arvoreta
	Árvore
	Liana
	Ramificação
	Monopodial
	Simpodial
	Ramificação em dicásio
	Habitat
	Caules aéreos
	Tronco
	Haste
	Estipe
	Colmo
	Estolões
	Sarmentosos
	Caules subterrâneos
	Rizoma
	Tubérculo
	Bulbo sólido ou cormos
	Bulbo escamoso
	Bulbo tunicado
	Bulbo composto ou bulbilho
	Caules aquáticos
	Especializações
	Cladódios e filocládios
	Cladódios
	Filocládios
	Espinhos
	Atenção
	Caules alados
	Rizóforos
	Xilopódios
	Exemplos de uso medicinal
	Mulungu
	Salgueiro
	Saiba mais
	Diferenças externas entre os caules de monocotiledônea e eudicotiledônea
	Morfologia interna do caule
	Relembrando
	Diferenças internas entre os caules de monocotiledônea e eudicotiledônea
	Estudo do lenho: madeiras comerciais
	Conteúdo interativo
	Vem que eu te explico!
	Classificação quanto a ocorrência, forma e função de caules
	Conteúdo interativo
	Crescimento e espessamento secundário de caules
	Conteúdo interativo
	Verificando o aprendizado
	3. Folha
	Introdução à folha de Monocotyledoneae e Eudicotyledoneae
	Características gerais das folhas
	Folha completa
	Folha peciolada
	Folha invaginante
	Folha séssil
	Comentário
	Morfologia externa e as classificações da folha
	Atenção
	Membranáceas
	Cartáceas
	Coriáceas
	Suculentas
	Folhas lisas
	Folhas rugosas
	Paralelinérvea
	Peninérvea
	Palminérvea
	Peltinérvea ou radiada
	Principais formatos de ápice das folhas
	Principais formatos da base das folhas
	Principais tipos de bordo das folhas
	Folhas discolores
	Folhas variegadas
	Filotaxia
	Alterna
	Oposta
	Verticilada
	Geminada
	Fasciculada
	Rosulada
	Espalhamento
	Espiralada
	Dística
	Cruzadas
	Exemplos de uso das folhas para fins medicinais
	Adaptação dos órgãos vegetais aos diferentes ambientes
	Conteúdo interativo
	Morfologia interna das folhas
	Mesofilo dorsiventral
	Mesofilo isobilateral
	Mesofilo homogêneo
	Vem que eu te explico!
	Adaptações na epiderme da folha
	Conteúdo interativo
	Classificação e adaptações do mesofilo
	Conteúdo interativo
	Verificando o aprendizado
	4. Órgãos reprodutivos
	Introdução aos órgãos reprodutivos de Monocotyledoneae e Eudicotyledoneae
	Características gerais
	Flor
	Aclamídeas
	Monoclamídeas
	Diclamídeas
	Homoclamídeas
	Heteroclamídeas
	Actinomorfa ou radial
	Zigomorfa ou bilateral
	Assimétrica
	Acíclica
	Cíclica
	Flor unissexuada
	Flor bissexuada
	Estames inclusos
	Estames excertos
	Atenção
	Racimosas ou indefinidas
	Cimosas ou definidas
	Cacho ou racimo
	Corimbo
	Umbelas
	Capítulo
	Espiga
	Espádice
	Amento
	Monocásio - Escorpioide
	Monocásio - Helicoide
	Dicásio
	Pleiocásio
	Glomérulo
	Ciátio
	Sicônio
	Calículo
	Cúpula
	Espata
	Glumas
	Periclínio
	Fruto
	Pixídio
	Cápsula
	Folículo
	Legume
	Síliqua
	Opecarpo
	Aquênio
	Cariopse
	Noz ou bolota
	Sâmara
	Craspédio
	Lomento
	Drupas
	Bagas
	Baga hesperídea
	Baga peponídea
	Baga balaústa
	Sorose
	Sicônio
	Pomo
	Hipocarpo
	Cinórrodo
	Conocarpo
	Saiba mais
	Trabalho com diferentes matrizes vegetais
	Conteúdo interativo
	Semente
	Vem que eu te explico!
	Classificação quanto a organização das inflorescências
	Conteúdo interativo
	Classificação quanto a forma dos frutos
	Conteúdo interativo
	Verificando o aprendizado
	5. Conclusão
	Considerações finais
	Podcast
	Conteúdo interativo
	Explore +
	Referênciase de dispepsia,
respectivamente. 
Raiz de Echinacea Raiz de Glycyrrhiza
A valeriana (Valeriana officinalis L.) possui indicação como sedativo leve e indutor do sono (raiz fasciculada).
Raiz de Valeriana officinalis L.
Raiz de Harpagophytum procumbens DC.
As raízes de Harpagophytum procumbens DC.
(garra-do-diabo), ramificadas tuberosas, são
empregadas em decoctos (tipo de preparo em
que os fragmentos da planta são colocados a
ferver junto com a água, em cozimento) e em
extrações aquosas ou hidroetílicas (extração
em que a planta fica em repouso por um tempo
mergulhada em solução de álcool hidratado)
para o tratamento de dores articulares e
problemas gastrointestinais leves.
Uso tradicional de plantas
medicinais por grupos humanos
Neste vídeo, o especialista Brendo Gomes apresenta o uso tradicional de plantas medicinais, bem como
explora os conceitos básicos de etnobotânica, etnomedicina e etnofarmacologia.
Conteúdo interativo
Acesse a versão digital para assistir ao vídeo.
Morfologia interna da raiz
As raízes podem apresentar dois tipos de crescimento: o primário e o secundário. Quando analisamos, em
corte transversal, a anatomia da raiz com crescimento primário ou secundário, notamos a presença dos
tecidos oriundos do sistema de revestimento, fundamental e vascular. 
Ao examinar da parte mais externa em direção à porção mais interna do corpo primário da raiz, há a primeira
camada de células denominada epiderme, que é um tecido de revestimento responsável por proteger os
demais tecidos. A epiderme possui células especializadas chamadas pelos radiculares ou pelos absorventes.
São células que apresentam uma projeção alongada da parede celular, ocorrem nas regiões pilíferas e, como
aumentam a superfície de contato da epiderme com o solo, permitem a maior absorção de água e sais
minerais. 
Esquema de uma raiz com a presença de pelos radiculares.
Após essa camada, temos o córtex radicular, onde são encontrados os tecidos fundamentais: 
Parênquima
Um tecido de preenchimento do vegetal que
também atua como tecido fotossintético e de
armazenamento.
Colênquima e esclerênquima
Tecidos de sustentação elástica e rígida,
respectivamente, encontrados mais raramente.
Observa-se então a exoderme, um tecido com uma camada de células que se diferenciaram na parte mais
externa do córtex. Frequentemente, essas células apresentam uma camada de suberina recobrindo a parede
celular. 
E a endoderme, uma camada de células que se diferenciaram da camada mais interna do córtex. As células da
endoderme possuem espessamentos de parede celular em forma de fita por meio do depósito de suberina,
conhecidos como estrias de Caspary. Tais espessamentos tornam essas células impermeáveis para o 
transporte apoplástico (transporte de substâncias citoplasmáticas realizado através da parede celular). Assim,
força-se a passagem de substâncias pelo interior das células da endoderme, favorecendo o transporte
simplástico (transporte de substâncias citoplasmáticas realizado por poros específicos da parede celular).
Delimitando o cilindro vascular está o periciclo, camada de células adjacente internamente à endoderme.
Possui células com parede celular delgada e pouco diferenciadas, uma vez que está relacionado com funções
meristemáticas. 
Esquema dos tecidos e estruturas celulares da raiz em crescimento primário.
Após a endoderme, temos o interior da raiz formado pelo cilindro vascular. Essa região é a porção mais interna
da raiz delimitada pelo periciclo, conforme já mencionado. Aqui encontramos os tecidos fundamentais que
preenchem os espaços do cilindro vascular. Diferentemente dos demais órgãos da planta, o sistema vascular
na raiz não se organiza em feixes, mas com xilema e floema em posições intercaladas. Nesse ponto,
encontramos diferenças marcantes entre monocotiledôneas e eudicotiledôneas. 
Em eudicotiledôneas, as estruturas centrais do xilema primário são em forma de “arcos”, com projeções em
direção ao periciclo, enquanto o floema primário tem suas estruturas em formato de “cordões”. Assim, o
floema fica entre as projeções dos arcos xilemáticos e próximo ao periciclo. Nos arcos xilemáticos, o 
protoxilema (tecido de condução de menor calibre originado inicialmente) é exarco, ou seja, localiza-se de
forma mais externa que o metaxilema (tecido de condução de maior calibre originado tardiamente), que ocupa
todo o centro do cilindro vascular. Dependendo do número de arcos xilemáticos e suas projeções, o cilindro
vascular pode ser caracterizado como:
Diarco, com duas projeções;
Triarco, com três projeções;
Tetrarco, com quatro projeções;
Poliarco, com cinco ou mais projeções.
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• 
Importante notar que, nas eudicotiledôneas, o centro do cilindro vascular sempre estará preenchido por
metaxilema, mesmo sendo poliarco. Já nas monocotiledôneas, os cilindros vasculares são sempre poliarcos,
com a formação de medula parenquimática no centro. 
Raízes poliarcas de monocotiledônea (esquerda) e de eudicotiledônea (direita).
Saiba mais
O vegetal continua a se desenvolver ao longo do tempo e, nesse processo, a maioria das
eudicotiledôneas apresenta crescimento secundário. Nesse grupo, as células da endoderme da raiz
podem ser eliminadas junto ao restante do córtex durante o crescimento secundário. 
Já nas raízes de monocotiledôneas, que não apresentam crescimento secundário, a endoderme permanece.
Haverá o depósito de suberina e/ou de lignina de forma regular, conhecido como espessamento em “O”, ou
irregular, conhecido como espessamento em “U”, dado o formato do depósito. Em meio a essas células com
paredes espessadas, há células sem os espessamentos de parede, permanecendo apenas com as estrias de
Caspary. Essas células sem espessamento são conhecidas como células de passagem, pois ainda permitem o
transporte simplástico, impossibilitado pelas demais células de parede espessada. 
Corte histológico de monocotiledônea (A) e eudicotiledônea (B).
Em raízes que apresentam crescimento secundário, o felogênio (meristema secundário que dará origem à
periderme) e parte do câmbio vascular (meristema secundário que origina o xilema e o floema secundários)
originam-se no periciclo, enquanto o periciclo das monocotiledôneas torna-se esclerificado (característica de
células cujas paredes celulares são impregnadas de lignina) nas regiões mais velhas da raiz. Cabe ressaltar
que os tecidos vasculares, por sua vez, serão originados a partir do câmbio vascular em eudicotiledôneas,
onde o xilema secundário fica na porção mais interna e o floema secundário na porção externa da planta. Essa
produção faz com que haja um aumento expressivo no diâmetro do cilindro vascular dessas plantas, afetando
o córtex radicular que será perdido.
Vem que eu te explico!
Os vídeos a seguir abordam os assuntos mais relevantes do conteúdo que você acabou de estudar.
Classificação das raízes quanto a ocorrência, forma e função
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Formação e projeção de raízes secundárias
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Verificando o aprendizado
Questão 1
Algumas raízes se originam a partir de outros órgãos como caule ou folhas, ou seja, não possuem
desenvolvimento a partir da radícula ou da raiz principal do vegetal. Essas raízes são chamadas de
A
pivotantes.
B
adventícias.
C
axiais.
D
principais.
E
ramificadas.
A alternativa B está correta.
As raízes adventícias são aquelas que se originam de outros órgãos e não da radícula ou da raiz principal.
Nas raízes subterrâneas pivotantes, as raízes principais são robustas e não apresentam ramificações. Já as
raízes ramificadas, como o próprio nome afirma, possuem diversas ramificações, e as raízes secundárias
são robustas.
Questão 2
A região pilífera é responsável pela maior parte da absorção de água e sais minerais no vegetal. Nessa região,
há estruturas celulares especializadas que aumentam a área de contato, favorecendo a eficiência da
absorção. Qual o nome dado a estes tipos celulares?A
Exoderme.
B
Estrias de Caspary.
C
Tricoblastos.
D
Periciclo.
E
Endoderme.
A alternativa C está correta.
Os tricoblastos são células especializadas presentes na região pilífera da raiz. Elas apresentam projeções
de suas paredes celulares, aumentando a superfície de absorção de água e sais minerais. A exoderme é o
conjunto de células mais externa do córtex radicular, enquanto a endoderme é a camada de células mais
interna do córtex radicular. Na endoderme, há células que possuem depósito de suberina em fita conhecida
como estrias de Caspary. A camada de células adjacentes à endoderme que possui função meristemática
chama-se periciclo.
Esquema do caule com as suas estruturas.
2. Caule
Introdução ao caule de Monocotyledoneae e
Eudicotyledoneae
O caule é o órgão presente entre as raízes e as folhas e sua principal função é a sustentação de folhas, flores
e frutos. Através dos tecidos presentes no caule, são transportadas água e sais minerais, assim como
produtos do metabolismo vegetal. Ainda, alguns caules são modificados e podem apresentar tecidos que os
permitem assumir outras funções, tais como armazenar reservas alimentares para o vegetal e realizar
fotossíntese. 
Árvore com ramificações.
Características gerais do caule
Ao longo de seu crescimento, o corpo caulinar é dividido em
nós e entrenós. Os nós são regiões de inserção das folhas,
com botões vegetativos ou gemas axilares, que originarão
novos ramos. O entrenó é o espaço que separa dois nós
consecutivos. No ápice do caule, encontramos a gema
apical ou gema terminal, responsável pelo alongamento do
órgão. Os caules apresentam geotropismo negativo e
fototropismo positivo, importantes características para a
sobrevivência do vegetal.
Curiosidade
Você sabia que podemos classificar o caule segundo a presença de lenho? Há caules robustos, rígidos e
resistentes, que são classificados como lenhoso ou lenhificado. No entanto, podemos encontrar na
natureza vegetais que apresentam caule lenhoso em sua base e não lenhificado no ápice, denominados
como caules sublenhosos ou pouco lenhificados. Por fim, há plantas com aspecto semelhante a ervas,
ou seja, que não apresentam lenho. Essas são chamadas de herbáceas ou não lenhificadas. 
Mogno, classificado como lenhoso (A); coroa-de-cristo, sublenhoso (B); e moreia,
categorizada como herbácea (C).
Morfologia externa do caule
Há diversas formas de analisar os caules que observamos na natureza: pela classificação do desenvolvimento
e do porte, pela ramificação e pelo habitat. Além disso, existem caules com diferentes especializações que
auxiliam na sobrevivência dos vegetais em diferentes tipos de ambientes. Vamos observar essas categorias e
as suas respectivas características. 
Desenvolvimento e porte
Sob essa categoria, os caules podem ser separados conforme apresentado a seguir: 
Erva
Planta com baixa estatura, flexível e não
lenhosa. Ex: Amor-perfeito.
Subarbusto
Vegetal pouco lenhificado, com estrutura
intermediária, entre ervas e arbustos de
aproximadamente 1 metro. Ex: Lavanda.
Arbusto
Planta lenhificada, quase inteiramente
ramificada, e com altura superior a 1 metro e
inferior a 5 metros. Ex: Ixora.
Arvoreta
Vegetal lenhificado com menor porte e
estrutura semelhante às árvores. Ex: Buxinho.
Árvore
Planta lenhificada com altura superior a 5
metros, base caulinar sem ramificações e ápice
muito ramificado. Ex: Pau-brasil
Liana
Vegetal com caule trepador lenhificado. Ex:
Cipó mariri.
Ramificação
Os caules podem apresentar ramificações ou serem únicos. Quando ramificados, são classificados pelas
seguintes denominações: 
Monopodial
Quando há a predominância de apenas um eixo principal, cujo
crescimento é feito, essencialmente, a partir da gema terminal.
Simpodial
Quando o crescimento de eixo determinado a partir da gema terminal
apresenta curta duração. Esta é substituída por uma gema axilar, que
também tem curta duração e é substituída por outra gema axilar, e assim
sucessivamente.
Ramificação em dicásio
Quando o crescimento e a determinação dos eixos principais ocorrem a
partir de duas gemas laterais. Após um tempo determinado, duas outras
gemas de cada um desses dois eixos ganham predominância no
crescimento e no desenvolvimento.
Habitat
Com relação ao habitat em que a planta vive, os caules podem ser categorizados como aéreos, subterrâneos
ou aquáticos. 
Caules aéreos
Desenvolvem-se acima da superfície do solo e são classificados em eretos, rastejantes e trepadores. 
Caules eretos – Crescem perpendicularmente à superfície do solo. São divididos nos seguintes tipos: 
Tronco
Lenhoso, robusto e rígido, típicos de árvores, arvoretas e arbustos.
Haste
Herbáceo e pouco resistente, pode ser encontrado em plantas jovens, ervas
e subarbustos.
Estipe
Robusto, não ramificado, com nós e entrenós evidentes e folhas que se
concentram em seu ápice, como encontrado em palmeiras e mamoeiros.
Colmo
Silicoso, flexível, não ramificado ou pouco ramificado, com nós e entrenós
evidentes. Podem ser divididos em colmo cheio (inteiro), como a cana-de-
açúcar, ou oco (fistuloso), como bambu.
Caules rastejantes ou rastejadores – Desenvolvem-se paralelamente ao solo. Podem ser classificados em dois
tipos: 
Estolões
Alongam-se a partir de brotos laterais. Nas
regiões dos nós, há a emissão de raízes e
folhas, ou seja, vários pontos de crescimento.
Típico de morangos.
Sarmentosos
Rastejantes que se alongam horizontalmente e
possuem apenas um ponto de crescimento.
Apoiam-se sobre o solo ou outros suportes a
partir de estruturas especiais como gavinhas,
que se enroscam no suporte em forma de
molas.
Caules trepadores – Desenvolvem-se mediante o apoio em um suporte. Seus tipos são os seguintes: 
Volúveis: enrolam-se em outras plantas e objetos, sem estruturas especiais para que se prendam ao
suporte. Subdividem-se em sinistrorsos, que se enrolam em direção à esquerda, ou dextrorsos, que se
enroscam em direção à direita.
Caule dextrorsos, de corriola-maior (A) e sinistrorsos, de lúpulo (B).
Sarmentosos: prendem-se ao suporte por meio de gavinhas, estruturas em forma de mola, como nas videiras
e maracujazeiros. 
• 
Gavinhas em videiras.
Caules subterrâneos
Desenvolvem-se abaixo da superfície do solo. São subdivididos nos seguintes tipos: 
Rizoma
Caules espessos e, normalmente, ricos em
reservas com nós e entrenós bastante
aparentes. Além disso, emitem brotos aéreos
foliosos e floríferos. Inhame e gengibre são
exemplos.
Tubérculo
Caules intumescidos que normalmente
apresentam estruturas chamadas de “olhos”
nos locais onde seriam os nós. Possuem função
adaptativa de reserva de nutrientes,
principalmente amido. Temos como exemplo a
batata inglesa.
Bulbo
Caules de estrutura cônica, formados por uma base rígida e reduzida chamada “prato”, onde estão inseridas e
apoiadas folhas modificadas, os catafilos. Esse tipo de caule é bastante utilizado em nossa alimentação. Pode
ser classificado como: 
Bulbo sólido ou cormos
O prato é bastante desenvolvido e volumoso, e o bulbo contém poucos
catafilos de consistência membranácea.
Ex: Açafrão.
Bulbo escamoso
Apresenta um prato pouco desenvolvido e com catafilos de consistência
espessa rodeando o prato.
Ex: Lírio.
Bulbo tunicado
Apresenta múltiplas camadas de catafilos com consistência membranácea
envolvendo o prato.
Ex: Cebola.
Bulbo composto ou bulbilho
Conjunto de bulbos menores apoiados sobre um prato principal e recoberto
por catafilos maiores e externos.
Ex: Alho.
Caules aquáticos
Desenvolvem-se inteiramente na água durante toda a vida da planta e podem ser submersos ou flutuantes.
Em geral, esses caules são herbáceos, maleáveis e fotossintetizantes. 
Especializações
Quanto às especializações, veja a seguir as definições e exemplos. 
Cladódios e filocládios
Caules suculentos que podem ser achatados ou laminares e clorofilados. Dessa forma, podem assumir função
semelhante às folhas. 
Cladódios
São caules que acumulam água e apresentam
folhas reduzidas a espinhos ou sem folhas.
Temos como exemplo os cactos.
FilocládiosSão cladódios achatados ou projeções do caule
verde que parecem folhas. A Aspargus sp. é um
exemplo.
Espinhos
São caules ou ramos reduzidos, normalmente pontiagudos e endurecidos, isto é, lenhificados. 
Caule alado da carqueja.
Rizóforos de plantas de mangue.
Atenção
Temos que ter cuidado para não confundir espinhos com acúleos, que são projeções epidérmicas e não
órgãos inteiros reduzidos. 
Caules alados
São hastes não lenhosas, normalmente esverdeadas, e com
expansão alada, ou seja, uma membrana que lembra uma
folha.
Rizóforos
Ramificações do caule que crescem em direção ao solo.
Algumas vezes, os rizóforos podem formar raízes
adventícias, uma excelente adaptação para plantas que
habitam locais com solo instável.
Xilopódios
São caules em formato de tubérculo lenhoso
adaptados a um período de seca anual. Esse
tipo de caule armazena água e nutrientes nesse
período, possibilitando o brotamento de novos
ramos na estação de chuvas. 
Exemplos de uso medicinal
A espécie Lepidium meyenii Walp., é um
tubérculo da família do nabo e do rabanete,
conhecida popularmente como maca peruana,
ginseng dos andes ou viagra dos incas. Essa
planta é usada na medicina popular como
energético natural para aumentar a libido e o
ânimo, principalmente de homens. 
Espinhos 
Órgãos inteiros reduzidos.
Acúleos 
Projeções epidérmicas.
Tubérculo de Lepidium meyenii Walp.
Outras plantas cujos caules apresentam uso medicinal são Allium sativum L. (alho) e Allium cepa L. (cebola).
Os catafilos desse bulbo tunicado (cebola) e as escamas dos bulbilhos (alho) são utilizados em infusões que
visam o tratamento de diversos tipos de infecções e inflamações geradas por fungos e bactérias. 
Um rizoma bastante utilizado na medicina tradicional é o gengibre (Zingiber officinale Roscoe), que possui
diversas indicações medicinais, como aumento da imunidade e ação antioxidante. As cascas do tronco de 
Erythrina verna Vell., conhecida popularmente como mulungu, e de diversas espécies do gênero Salix
(salgueiro) podem ser utilizadas para fins medicinais. 
Mulungu
O mulungu possui indicação para auxiliar no
alívio da ansiedade e insônia leve.
Salgueiro
O salgueiro auxilia no alívio dos sintomas da dor
articular leve e da febre associada ao resfriado.
Saiba mais
Uma das plantas com atividade comprovada e uso bastante difundido e indicado é a carqueja (Baccharis
trimera (Less.) DC.). A parte da planta utilizada medicinalmente é o caule alado. Faz-se um decocto para
auxiliar no alívio de sintomas dispépticos e é comercializado de forma rasurada em feiras livres e
estabelecimentos de produtos naturais. 
Diferenças externas entre os caules de monocotiledônea e
eudicotiledônea
O caule de monocotiledôneas geralmente é herbáceo e, além disso, os tubérculos e bulbos também são tipos
de caules muito encontrados nas monocotiledôneas. Em contrapartida, o caule de eudicotiledôneas apresenta
qualquer tipo de lenhificação, como é o caso dos troncos. Os tubérculos são a exceção a essa classificação,
pois podem ser encontrados comumente em eudicotiledôneas, embora não sejam lenhificados. 
Assim, notamos que a grande diferença entre caules de monocotiledôneas e de eudicotiledôneas é a
lenhificação, considerando a morfologia externa. 
Morfologia interna do caule
O caule é um órgão de crescimento primário, entretanto, na maioria das eudicotiledôneas, apresenta
crescimento secundário. Ao observar a anatomia do caule em um corte transversal, pode-se notar a presença
de tecidos oriundos dos sistemas de revestimento, fundamental e vascular. Começando pela parte mais
externa e indo em direção à porção mais interna, conseguimos observar, no corpo primário, a epiderme, o 
córtex, a medula e os tecidos vasculares. 
O córtex caulinar ocupa desde a epiderme até a região delimitada pelos tecidos vasculares. 
Relembrando
A epiderme é responsável por revestir e proteger todo o corpo primário da planta. 
A medula caulinar é a região presente na parte mais interna do caule, normalmente delimitada pelos tecidos
vasculares. 
Os tecidos vasculares, no caule primário, formam os feixes vasculares, com xilema e floema primários em
posições opostas, com o procâmbio entre eles. A presença de feixes vasculares é uma importante
característica para diferenciar raízes de caules primários anatomicamente. 
Esquema de corte transversal de caule primário.
Diferenças internas entre os caules de monocotiledônea e
eudicotiledônea
A maior diferença entre os dois grupos aqui estudados está no cilindro vascular. As monocotiledôneas
apresentam feixes vasculares distribuídos aleatoriamente no caule (padrão atactostelo), enquanto as
eudicotiledôneas possuem os feixes vasculares dispostos em um ou mais anéis concêntricos (padrão eustelo),
delimitando uma região central chamada medula. Dessa forma, apenas eudicotiledôneas apresentam uma 
medula caulinar delimitada. 
Além disso, há também diferenças quanto aos feixes vasculares colaterais, os quais são formados pelo xilema
e pelo floema dispostos em cada lado do procâmbio. Nas monocotiledôneas, o feixe colateral é fechado,
envolto por camadas de fibras e o procâmbio torna-se inativo após um certo tempo. Na maioria das
eudicotiledôneas, o feixe colateral é aberto, as fibras não delimitam o feixe e o procâmbio ainda está ativo. 
Corte transversal exibindo espessamento secundário
de monocotiledôneas.
Esquema do atactostelo de monocotiledôneas (A) e do eustelo de eudicotiledôneas
(B).
O procâmbio ainda ativo e as células parenquimáticas adjacentes aos feixes vasculares, que formam o anel
concêntrico em eudicotiledôneas, originarão o tecido meristemático secundário, o câmbio vascular. Por sua
vez, o câmbio vascular dará origem ao xilema secundário (lenho) para o interior do caule e ao floema
secundário para o exterior. Logo, aqui temos outra diferença entre os dois grupos. 
As eudicotiledôneas possuem um crescimento secundário verdadeiro, com formação de câmbio vascular
produzindo xilema secundário (lenho) para o interior e floema secundário para a periferia do órgão, enquanto
nas monocotiledôneas, não há formação de tecidos secundários. Assim, o processo é completamente
diferente. 
O crescimento em espessura é chamado de espessamento
secundário e ocorre a partir do desenvolvimento do 
meristema de espessamento secundário, que se forma
externamente aos feixes vasculares primários dispostos de
forma aleatória no caule. Esse meristema com atividade
bidirecional originará tecido parenquimático para o exterior
e para o interior do corpo vegetal, bem como outros feixes
vasculares colaterais fechados.
Embora o lenho seja a característica mais marcante na
diferenciação de caules de monocotiledôneas e
eudicotiledôneas, o floema secundário e outros tecidos
externos também identificam essa distinção. Por exemplo, 
floema secundário e periderme são ausentes nas
monocotiledôneas. A periderme é o tecido de revestimento
do corpo secundário do vegetal que se origina a partir do
felogênio. A periderme, junto com o floema secundário, forma a casca nos caules das eudicotiledôneas. Dessa
forma, as monocotiledôneas possuem apenas o corpo primário, mantendo a epiderme esclerificada ao longo
de toda vida do vegetal. Isso nos dá uma importante dica sobre a maleabilidade e a flexibilidade das
monocotiledôneas. 
Estudo do lenho: madeiras comerciais
Neste vídeo, o especialista apresenta os critérios e os conceitos básicos utilizados na identificação de
madeiras.
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Vem que eu te explico!
Os vídeos a seguir abordam os assuntos mais relevantes do conteúdo que você acabou de estudar.
Classificação quanto a ocorrência, forma e função de caules
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Crescimento e espessamento secundário de caules
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Verificando o aprendizado
Questão 1
Dentre os tipos de caule ereto das raízes aéreas, há caules herbáceos, lenhosos e que apresentam marcasevidentes. Os caules silicosos flexíveis com nós e entrenós evidentes são chamados de
A
tronco.
B
escapo.
C
estipe.
D
colmo.
E
haste.
A alternativa D está correta.
Os colmos ocos e cheios são caules aéreos e eretos do tipo silicosos, com nós e entrenós evidenciados. O
tronco e o estipe são caules lenhosos, já a haste e o escapo, caules herbáceos.
Questão 2
Dentre os caules subterrâneos, há um com maior especialização para reservar nutrientes em seu interior.
Esses caules intumescidos e com estruturas conhecidas como “olhos” são conhecidos como
A
tubérculos.
B
bulbilhos.
C
cormos.
D
rizomas.
E
bulbos tunicados.
A alternativa A está correta.
Os tubérculos são caules subterrâneos intumescidos com "olhos" nas regiões dos nós e especializados na
reserva de nutriente. Bulbilhos, cormos e bulbos tunicados são tipos de caules subterrâneos cônicos
conhecidos como bulbo e são compostos por um prato, onde estarão inseridos os catafilos. O rizoma é um
caule subterrâneos espesso com nós e entrenós bastante marcados.
3. Folha
Introdução à folha de Monocotyledoneae e
Eudicotyledoneae
A folha das plantas medicinais é o principal órgão usado como matéria-prima para produção de fitoterápicos.
Elas são responsáveis pela fotossíntese, processo realizado por um complexo sistema do metabolismo
primário das plantas. 
Em geral, a estrutura foliar é laminar e verde por causa da clorofila, mas isso não é uma regra, há uma grande
diversidade de cores, formatos, tamanhos e texturas que podem facilitar a sobrevivência de uma planta em
um ambiente específico. Quando utilizamos a morfologia e a anatomia da folha para descrever uma espécie,
conseguimos observar diferenças marcantes entre monocotiledôneas e eudicotiledôneas. 
Folhas com diferentes formas e tamanhos.
Características gerais das folhas
As folhas podem ser consideradas expansões laterais do caule e são encontradas nos ramos caulinares com
partes aéreas ou submersas. Na maioria das espécies, são encontradas, estruturas meristemáticas chamadas
gemas axilares nos pontos em que as folhas se inserem, os nós caulinares. A folha geralmente tem formato
laminar, com simetria bilateral e crescimento limitado. 
Uma folha completa apresenta as seguintes partes constituintes: 
Limbo: é a parte laminar e bilateral.
Pecíolo: é a haste que sustenta o limbo e prende a folha ao caule.
Bainha: é a região alargada da folha que abraça o caule, pode estar na base do pecíolo ou diretamente
no limbo.
Algumas folhas possuem ainda apêndices: 
Estípulas: podem ser laminares ou na forma de espinhos, perenes ou caducas, solitárias ou aos pares.
Podem estar presas na base do pecíolo ou entre os pecíolos de duas folhas do mesmo nó.
• 
• 
• 
• 
Esquemas com as principais partes de uma folha.
As folhas podem ser classificadas conforme a presença das suas diferentes partes constituintes: 
Folha completa
Possui limbo, pecíolo e bainha. Ex: Folha de
taioba.
Folha peciolada
Possui limbo e pecíolo. Ex: Folha peciolada de
espirradeira.
Folha invaginante
Possui limbo e bainha. Um exemplo é o milho,
cuja bainha das folhas se prende diretamente
no caule.
Folha séssil
Este tipo de folhas possui apenas o limbo.
Comentário
A observação dessas características será importante em um controle de qualidade de drogas vegetais. 
Morfologia externa e as classificações da folha
O limbo é a parte da folha que possui maior diversidade e possibilita várias classificações. Conhecê-las
poderá auxiliar no reconhecimento de matérias-primas vegetais para fitoterápicos. Para isso, características
como consistência, textura, pilosidade, nervação, forma, ápice, base e bordo do limbo devem ser
consideradas. 
Atenção
Cabe ressaltar que é necessário cuidado ao identificá-las, pois as folhas são órgãos com grande
plasticidade fenotípica e sofrem grande influência dos fatores ambientais. 
Quanto à consistência, as folhas podem ser: 
Membranáceas
São delicadas e flexíveis, como as folhas de hortelã.
Cartáceas
São folhas que se quebram ao serem dobradas, como as folhas de
abacateiro e muitas outras do cerrado.
Coriáceas
São folhas mais rígidas e resistentes, como couro, observadas em Ficus
elastica, uma figueira.
Suculentas
Também chamadas de carnosas, possuem suas células cheias de água,
como as espécies de Crassulaceae.
Quando à textura, as folhas podem ser classificadas em lisas, como as folhas de eucalipto, ou rugosas, como
as folhas de hortelã. 
Folhas lisas
Eucalipto
Folhas rugosas
Hortelã
As folhas possuem ainda uma classificação quanto à presença ou ausência de tricomas, que são o anexo
epidérmico que protege a superfície do órgão. O tricoma pode ser rígido ou macio, curto ou longo. 
A nervação é o padrão de distribuição das nervuras no limbo, e tem um caráter importante para diferenciar as
monocotiledôneas, de folhas paralelinérveas, das eudicotiledôneas, de folhas reticuladas. As principais formas
de nervação são: 
Paralelinérvea
Nervuras paralelas umas às outras, como no
capim limão.
Peninérvea
Nervura primária indo da base ao ápice e
nervuras secundárias partindo da primária,
como em eucalipto e goiabeira.
Folhas pilosas ou velutíneas 
As folhas pilosas ou velutíneas são as que
possuem tricomas na sua superfície, como o
boldo miúdo.
Folhas glabras 
As folhas que não possuem tricomas
são chamadas glabras, como a
espinheira santa.
Palminérvea
Nervuras partindo da base do limbo, seguindo
em diversas direções do bordo, como em melão
de São Caetano e Centella asiatica.
Peltinérvea ou radiada
Nervuras partindo do centro do limbo, seguindo
para diversos pontos do bordo, como em vitória
régia.
Ainda, as folhas podem apresentar formatos de limbo muito variados, que possuem também uma
classificação. 
Formas de limbo das folhas.
A base e o ápice das folhas também possuem diversas classificações, pois são muito variáveis. 
Principais formatos de ápice das folhas
Principais formatos da base das folhas
Principais tipos de bordo das folhas
As folhas recebem uma classificação quanto à composição ou recorte do limbo, que é uma característica
importante de diagnose de algumas famílias botânicas. 
Folhas simples: o limbo é formado por uma só unidade, que pode ser inteira ou recortada.
Folhas compostas ou pinadas: o limbo é recortado formando subunidades secundárias, os folíolos. São
folhas características de muitas espécies de leguminosas, como o feijão e a soja.
Folhas recompostas ou bipinadas: o limbo é recortado em subunidades terciárias, os foliólulos, também
encontradas em espécies de leguminosas, como o flamboyant.
Folhas bipinada (A) e pinada (B).
As folhas podem apresentar diversos pigmentos que, em diferentes concentrações, geram as colorações
vistas na natureza. Os principais pigmentos presentes nas folhas são a clorofila (cor verde), os carotenoides
(cores amarelo, laranja e vermelho), e as antocianinas (cores roxa e púrpura). Esses pigmentos atribuem
diferentes padrões ao limbo: 
Concolores, com as duas faces do limbo da mesma cor;
Discolores, com as duas faces em cores diferentes;
Variegadas, com manchas em todo o limbo.
Folhas discolores Folhas variegadas
Filotaxia
• 
• 
• 
• 
• 
• 
Essa característica corresponde à distribuição das folhas ao longo do eixo caulinar. Vamos observar a seguir
as classificações de filotaxia. 
Alterna
Somente uma folha em cada nó caulinar.
Oposta
Pares em cada nó caulinar, com folhas de lados opostos.
Verticilada
Três ou mais folhas formando verticilos em cada nó caulinar.
Geminada
Em cada nó caulinar, ocorrem folhas em pares em um único ponto.
Fasciculada
Três ou mais folhas em um único ponto em cada nó caulinar.
Rosulada
Ocorrem folhas em nós caulinares, separados por entrenós muito curtos e
semelhantes a rosetas.
Espalhamento
Espiralada
Folhas dispostas em diversos planos em relação ao caule.
Alpinia zerumbet (Pers.) B.L. Burtt & R.M. Sm.
Guaçatonga.
Dística
Folhas dispostas em apenas um plano em relação ao caule.
Cruzadas
Folhas dispostas em planos quese alternam em relação ao caule.
Exemplos de uso das folhas para fins medicinais
A infusão das folhas de Alpinia zerumbet (Pers.) B.L. Burtt &;
R.M. Sm, conhecida como colônia, é indicada para auxiliar
no alívio de sintomas relacionados à ansiedade. As folhas
dessa espécie são herbáceas, glabras e lisas, e possuem
bainha invaginante e lígula. O limbo é lanceolado, com ápice
cuspidado, bordo inteiro e base cuneada. Além disso,
apresentam padrão de inervação peninérvea.
Outra folha medicinal com uso bastante difundido é a
guaçatonga (Casearia sylvestris Sw.), indicada para o
tratamento de sintomas dispépticos. Na guaçatonga, as
folhas pecioladas estão organizadas em filotaxia alterna
dística. São lanceoladas, com ápice acuminado,
bordo serrado e base cuneada com a presença
de estípulas. 
As folhas do capim-cidreira (Cymbopogon
citratus (dc.) stapf) são utilizadas
tradicionalmente como antiespasmódico, para
alívio de cólicas menstruais e intestinais, e
como tratamento de ansiedade e insônia. As
folhas dessa espécie apresentam bainhas
invaginantes e padrão de inervação
paralelinérveo. São lanceoladas, com ápice
acuminado, bordo inteiro e base atenuada.
Também possuem como característica serem
glabras, lisas e de consistência herbácea. 
Capim-cidreira.
Uma das espécies com indicação como antitussígena é o Eucalyptus globulus Labill., conhecido popularmente
como eucalipto. Essa espécie apresenta folhas com morfologias distintas em suas diferentes fases de
desenvolvimento, o que caracteriza a heterofilia. Quando jovem, essa espécie vegetal possui folhas sésseis,
não recortadas, glabras, lisas e de filotaxia oposta. O limbo é oblongo, com ápice mucronado, bordo inteiro e
base obtusa. É peninérvea, de consistência coriácea e discolor. Já nas plantas adultas, as folhas são
pediceladas com filotaxia alterna dísticas e com formato lanceolado, de ápice acuminado, bordo inteiro e base
obtusa. 
Folhas de planta jovem (A) e adulta (B) de Eucalyptus globulus Labill.
Cynara scolymus L.
Por fim, as folhas principais da espécie Cynara scolymus L.,
conhecida popularmente como alcachofra, possui indicação
para o tratamento de sintomas dispépticos e flatulência.
Essa atividade acaba sendo associada às brácteas
presentes nessa planta, que se assemelham a folhas
suculentas, com forma ovada, ápice cuspidado ou
emarginado e dispostas em roseta. Entretanto, as brácteas
estão associadas à proteção das estruturas reprodutivas,
isto é, dos aparatos florais, apesar de realizarem processos
fotossintéticos.
As folhas principais dessas plantas são lanceoladas,
pinatipartidas, e possuem como característica serem
discolores, pilosas e de consistência herbácea.
Adaptação dos órgãos vegetais aos diferentes ambientes
Neste vídeo, vamos explorar as diferentes adaptações do vegetal aos diferentes ambientes e condições ao
qual foi submetido. Trataremos dos conceitos de anatomia ecológica e de mecanismos de defesa, bem como
falaremos da sobrevivência do vegetal frente a diferentes fatores bióticos e abióticos.
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Morfologia interna das folhas
Assim como os demais órgãos, as folhas possuem os três sistemas teciduais em sua estrutura: sistema de
revestimento, fundamental e vascular. O limbo e pecíolo podem apresentar características anatômicas
bastante específicas. 
O pecíolo é constituído pela epiderme contínua, sem muitas modificações, e em seu interior é possível
encontrar um tecido fundamental. Por sua vez, este é composto pelo parênquima, que muitas vezes está
relacionado ao preenchimento e à reserva nutricional, e pelo colênquima, que irá gerar sustentação flexível ao
pecíolo. Já o sistema vascular no pecíolo apresenta feixes vasculares, o xilema volta-se para a face adaxial e o
floema para a face abaxial, envolvendo uma medula que pode estar presente ou não. 
Em geral, os feixes vasculares apresentam-se em forma de meia-lua com a presença ou não de feixes
acessórios. O pecíolo ainda pode apresentar células esclerenquimáticas associadas aos feixes ou espalhadas
pelo córtex e pela medula, que irão auxiliar na sustentação rígida dos demais tecidos. 
Algumas especializações podem ser vistas no limbo da folha, que também é constituído por todos os sistemas
teciduais. A epiderme foliar é contínua pelas duas faces e pode ser unisseriada, com apenas uma camada de
células, ou multisseriada, com mais de uma. Esse tecido é revestido pela cutícula, que é uma camada formada
por cutina e ceras cuticulares, com a função de evitar a perda excessiva de água. 
Esquema ilustrando um estômato.
Esquema do interior de uma folha.
Na epiderme, nota-se a presença de muitas
estruturas resultantes de especializações
celulares, formando anexos. Entre as principais,
estão os estômatos, relacionados às funções
de trocas gasosas e transpiração.
Os estômatos podem se organizar em
conjuntos celulares dependendo do número e
da posição de suas células subsidiárias em
relação às células-guarda. Eles também podem
estar presentes em apenas uma das faces
foliares ou nas duas.
As folhas podem ser classificadas em função da
distribuição dos estômatos: 
Anfiestomáticas: quando ocorrem em
ambas as faces foliares.
Epistomáticas: quando ocorrem apenas na face superior ou adaxial.
Hipoestomáticas: quando ocorrem apenas na face inferior ou abaxial.
Os estômatos podem estar acima, abaixo ou no mesmo nível da epiderme. Os tipos e distribuição de
estômatos são boas características diagnósticas em controle de qualidade. 
Dentre as diferenças visíveis, é possível identificar que, nas folhas das eudicotiledôneas, os estômatos se
encontram dispersos de maneira aleatória ao longo do órgão, já nas folhas de monocotiledôneas, os
estômatos costumam estar dispostos em fileiras paralelas. 
Os tecidos fundamentais presentes entre as duas faces da epiderme constituem o mesofilo. O mesofilo é
constituído, normalmente, por parênquima clorofiliano paliçádico e lacunoso, isto é, com aspecto de paliçada e
com grandes espaços intercelulares. 
Em alguns casos, contudo, podem ser encontrados também tecidos colenquimáticos e esclerenquimáticos
que fornecem maior rigidez ao limbo. Quando as camadas de parênquima paliçádico e lacunoso são bastante
marcadas, pode-se atribuir a classificação como dorsiventral e isobilateral ao mesofilo. 
• 
• 
• 
Esquema da folha de uma monocotiledônea com a
bainha kranz.
Mesofilo dorsiventral
Quando há camadas de parênquima clorofiliano
voltadas para a face adaxial e de parênquima
lacunoso voltada para a face abaxial.
Mesofilo isobilateral
Quando as camadas de parênquima lacunosos
estão centralizadas e há parênquima paliçádico
voltado para as faces adaxial e abaxial.
Mesofilo homogêneo
Quando não há camadas bem diferenciadas.
Os tecidos vasculares estão organizados em feixes e localizados no meio do mesofilo. Ramificações dos feixes
com menor calibre partem de uma nervura principal de maior calibre e apresentam diferentes posições. Feixes
reticulados são típicos de folhas peninérveas de eudicotiledôneas, enquanto feixes paralelos são associados
ao padrão paralelinérveo de monocotiledôneas. 
Outra característica marcante da maioria das
monocotiledôneas é a bainha kranz, uma camada de células
clorofiladas em torno dos feixes vasculares. Nesse arranjo,
há a presença de células com quantidade superior de
cloroplastos maiores do que o normal. O feixe pode possuir
células esclerenquimáticas que alcançam ambas as faces
epidérmicas. Essa anatomia diferenciada está associada
aos processos fisiológicos do metabolismo C4.
Vem que eu te explico!
Os vídeos a seguir abordam os assuntos mais relevantes do
conteúdo que você acabou de estudar.
Adaptações na epiderme da folha
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Classificação e adaptações do mesofilo
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Verificando o aprendizado
Questão 1
As folhas podem ser classificadas de acordo com o tamanho, o formato, a textura eo recorte do limbo.
Quando classificados quanto à consistência, os limbos com aspecto quebradiço são chamados de
A
coriáceos.
B
membranáceos.
C
suculentos.
D
herbáceos.
E
cartáceos.
A alternativa E está correta.
Os limbos de consistência quebradiça são conhecidos como cartáceos. Herbácea, membranácea, coriácea
e suculenta, apesar de serem classificações de consistência, são limbos mais flexíveis.
Questão 2
O sistema vascular é responsável pelo transporte de água, sais minerais e nutrientes no interior da planta. Os
tecidos vasculares no limbo foliar estão organizados em
A
cilindros.
B
feixes.
C
arcos.
D
meia-lua.
E
cordões.
A alternativa B está correta.
No limbo foliar, os tecidos vasculares estão organizados em feixes colaterais ou bicolaterais. A organização
em meia-lua é vista junto aos feixes acessórios no pecíolo. O cilindro vascular é visto nas raízes, onde o
xilema pode estar organizado em arcos e o floema em cordões.
4. Órgãos reprodutivos
Introdução aos órgãos reprodutivos de Monocotyledoneae
e Eudicotyledoneae
Os órgãos reprodutivos são aqueles responsáveis pela reprodução sexuada e pela disseminação dos vegetais,
ou seja, as flores, os frutos e as sementes. Todos os órgãos estão associados entre si, uma vez que todas as
partes dos frutos e sementes são oriundos das flores. 
O fruto normalmente resulta do desenvolvimento do ovário floral, enquanto a semente é resultado do
desenvolvimento do óvulo depois da fecundação. Não podemos esquecer que a natureza nos surpreende com
diversas variações de flores, frutos e sementes, assim como é diversa a origem dessas estruturas. Esses
órgãos apresentam diferenças claras em plantas monocotiledôneas e eudicotiledôneas, o que nos permite
identificá-las de forma correta. 
Flores de Helianthus annuus Linnaeus.
Características gerais
As flores são o principal órgão utilizado para classificação taxonômica dos vegetais, pois apresentam poucas
variações frente a diferentes condições ambientes, logo, suas características morfológicas são persistentes.
Esse órgão tem como função central todos os processos envolvidos na reprodução sexuada das plantas. A
partir do desenvolvimento dos ovários das flores após a fecundação, há o surgimento de frutos e sementes.
Os frutos podem apresentar diferentes tipos, formatos, cores, texturas e estruturas acessórias. 
Flor
Na estrutura básica de uma flor, observamos o pedúnculo, que prende a flor ao caule, o receptáculo, região
terminal dilatada do pedúnculo, onde se prendem os verticilos protetores e os verticilos reprodutores. 
Os verticilos protetores são as sépalas, estruturas foliáceas geralmente menores e mais consistes que as
pétalas e, na maior parte das vezes, principais responsáveis pela proteção do botão floral, e as pétalas,
estruturas membranáceas, amplas e coloridas, que podem estar unidas entre si ou livres e que auxiliam na
atração de polinizadores. O conjunto de sépalas é denominado cálice, o de pétalas é chamado de corola. O
somatório de ambos é chamado de perianto, quando são diferentes entre si, como na rosa, ou perigônio,
quando semelhantes, como nos lírios. 
Esquema das estruturas florais.
Acerca do perianto, há classificações relacionadas à presença de peças, à homogeneidade, às posições e à
disposição de peças florais. Quanto à presença de peças: 
Aclamídeas
São as flores que não apresentam as peças do
perianto.
Monoclamídeas
São as flores que contêm uma das peças, cálice
ou corola.
Diclamídeas
São as flores que contêm ambas as peças,
cálice e corola.
Com relação à homogeneidade, as flores podem ser classificadas da seguinte forma: 
Homoclamídeas
São aquelas que apresentam pétalas e sépalas
semelhantes entre si. Nesse caso, são
denominadas tépalas.
Heteroclamídeas
São as flores que apresentam pétalas e sépalas
diferentes entre si.
A simetria floral também pode ser uma referência para classificar a diversidade de flores. Esse órgão
reprodutivo pode apresentar vários planos de simetria, conforme apresentamos abaixo: 
Actinomorfa ou radial
Quando apresentam vários planos de simetria.
Zigomorfa ou bilateral
Quando apresentam apenas um plano de
simetria.
Assimétrica
Quando não apresentam nenhum plano de
simetria.
Outra característica utilizada para classificação é a disposição de peças florais, que se dá da seguinte forma: 
Acíclica
São assim denominadas quando todas as peças
florais estão dispostas em espirais.
Cíclica
São assim denominadas quando a disposição
das peças florais forma círculos concêntricos.
Quanto aos verticilos protetores, podemos classifica-los em cálice e corola. O cálice normalmente tem
coloração verde ou semelhante às pétalas (chamado, então, de petaloide). A corola normalmente é colorida ou
semelhante as sépalas (chamada, então, de sepaloide). 
As sépalas e pétalas podem ser categorizadas de acordo com a sua soldadura: sendo gamossépala ou 
gamopétala quando as peças são soldadas entre si e dialissépala ou dialipétala quando as peças são livres
entre si. 
Gamossépala.
Gamopétala.
As quantidades de sépalas e pétalas também são usadas para classificar o cálice e a corola. Flores com três
peças ou múltiplas de três são denominadas trímeras; com quatro ou múltiplas de quatro, tetrâmeras; e com
cinco ou múltiplas de cinco, pentâmeras. 
Por fim, a duração das sépalas e das pétalas é utilizada por botânicos para identificar uma espécie. Quando
essas estruturas florais caem antes da flor ser fecundada, elas são caducas. Há casos em que elas persistem
no fruto, sendo denominadas persistentes. 
Ainda, a corola pode ser categorizada segundo a sua forma. As flores dialipétalas e actinomorfas podem
apresentar o formato de cruz (crucífera), de roseta (rosácea) e com unha longa e limbo lacinulado
(cariofilácea). Flores dialipétalas e zigomorfas podem ter duas classificações com relação ao seu formato: 
orquidácea, com as pétalas diferenciadas em asas e labelo, e papilionácea, com pétalas desiguais entre si. 
Orquidácea.
A corola de flores gamopétalas e actinomorfas apresentam os formatos: 
tubulosa, em forma de tubo cilíndrico;
rotácea, pétalas em forma circular com ápices arredondados;
campanulada, em forma de sino (ápice e base alargados);
infundibuliforme, em forma de tubo afunilado;
urceolada, em forma de jarro (ápice estreito e base larga);
hipocatreriforme, em forma de taça (ápice largo e base estreita).
Por último, flores gamopétalas e zigomorfas podem apresentar os formatos: labiada, com pétalas fundidas na
base e com parte apical dividida em dois lobos, como lábios; personada, também apresentam parte apical
Marcescentes 
As sépalas e as pétalas que são persistentes,
mas atrofiam ou murcham são consideradas
marcescentes.
Acrescentes 
As sépalas persistentes que continuam
se desenvolvendo e recobrem os frutos
são acrescentes.
• 
• 
• 
• 
• 
• 
Estrutura do gineceu.
dividida em dois lobos, sendo que o lobo inferior tem uma porção inflada; ligulada, em forma de língua; e 
digitaliforme, em forma de dedo. 
Os verticilos florais reprodutores são formados pelo gineceu
e pelo androceu.
O gineceu ou pistilo é a estrutura reprodutora feminina de
uma flor. Ele é formado pelos carpelos. O carpelo é
constituído pelo ovário, uma estrutura composta por uma ou
mais folhas modificadas com óvulos a serem fecundados, e
pelo estilete, prolongamento do ovário que o liga até o 
estigma, a extremidade do estilete que é receptiva ao grão
de pólen. 
Cada parte do órgão feminino tem diferentes classificações.
O ovário também pode ser encontrado em diferentes
posições em relação ao perianto: 
súpero (hipógino), acima do perianto;
ínfero (epígino), abaixo do perianto;
semi-ínfero, parcialmente abaixo do perianto;
perígino, quando o perianto está inserido em um receptáculo côncavo, podendo deixar o ovário livre ou
estar concrescido a ele. Chamamos este receptáculo de hipanto.
Esquema dos verticilos florais.
Outra classificação feita é referente à soldadura e ao número dos carpelos do gineceu. Os carpelos livresentre si são denominados apocárpicos ou dialicarpelares, já os carpelos soldados entre si são chamados de 
sincárpicos ou gamocarpelares. As flores podem apresentar um (unicarpelar), dois (bicarpelar), três
(tricarpelar) ou quatro ou mais carpelos (pluricarpelar). 
Além disso, podemos analisar detalhes cada vez menores: os lóculos, compartimentos onde os óvulos ficam
armazenados no ovário. As flores podem ter ovários uniloculares (um lóculo), bilocular (dois lóculos), trilocular
(três lóculos), ou plurilocular (com quatro ou mais lóculos). 
• 
• 
• 
• 
Estrutura do estame.
A estrutura masculina da flor é chamada de 
androceu, um conjunto de estames ou folhas
modificadas que tem como função a produção
de pólen. Na natureza, entretanto, podemos
ainda encontrar estames estéreis, os 
estaminódios.
 
Os estames são compostos pelo filete,
estrutura que sustenta as anteras e as fixa no
receptáculo, e pela antera, sacos terminais do
estame das flores revestidos internamente por
estruturas que produzem grãos de pólen.
Acerca do sexo, podemos classificar as flores
em: 
unissexuada, com presença de apenas
estruturas femininas ou masculinas;
hermafrodita ou bissexuada, com estruturas de ambos os sexos;
estéril, com estruturas não funcionais ou ausentes.
Flor unissexuada Flor bissexuada
No que tange à estrutura masculina das flores, o estame pode ser encontrado em diferentes posições. São
considerados epipétalos quando soldados às pétalas, inclusos quando seu tamanho é menor que o perianto, e
excertos, quando seu tamanho é maior que o perianto. 
Estames inclusos Estames excertos
• 
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• 
Atenção
Para não confundir: há estames que são completamente soldados (sinandro), há aqueles livres entre si
(dialistêmone), e os soldados pelos filetes (gamostêmone ou adelfo). 
O número de estames no androceu também é uma característica essencial para identificar uma espécie. Há
flores que apresentam uma quantidade de estames menor que o número de pétalas (oligostêmone); o dobro
do número de pétalas (diplostêmone); igual ao número de pétalas (isostêmone); e superior ao número de
pétalas (polistêmone). 
Os estames podem apresentar diferentes tamanhos. Estames com o mesmo tamanho são denominados
homodínamos e com diferentes tamanhos, heterodínamos. Quando há o total de quatro estames, sendo dois
maiores e dois menores, denominamos didínamos. Já com o total de seis estames, sendo quatro maiores e
dois menores, chamamos de tetradínamos. 
A disposição de flores em uma planta também pode ser utilizada para identificar uma espécie vegetal. As 
inflorescências são ramos florais, nos quais as flores se originam e ficam dispostas em diferentes posições.
Quando encontradas nas axilas foliares, as inflorescências são axilares. Inflorescências opostas às folhas são
denominadas opostas e, quando presentes no ápice terminal, são chamadas de terminais. 
As inflorências possuem diferentes tipos de ramificações, conforme podemos ver abaixo: 
Racimosas ou indefinidas
Flores se abrem de baixo para cima e de fora para dentro.
Cimosas ou definidas
Flores se abrem de dentro para fora e de acordo com os eixos que são
formados.
Cacho ou racimo
Flores partem de diversos eixos em diferentes níveis.
Corimbo
Flores partem de diversos eixos e estão dispostas no mesmo nível.
Umbelas
Flores partem de um único eixo e estão dispostas no mesmo nível.
Capítulo
Flores apoiadas em um eixo alargado.
Espiga
Flores sésseis e dispostas em diferentes níveis.
Espádice
Semelhante à espiga, mas acompanhada de uma bráctea chamada de
espata.
Amento
Semelhante à espiga, mas o eixo primário é pendente.
Monocásio - Escorpioide
Eixos formados não apresentam divisões e de cada eixo parte apenas um
novo eixo. Esses eixos partem de um mesmo lado.
Monocásio - Helicoide
Eixos formados não apresentam divisões e de cada eixo parte apenas um
novo eixo. Esses eixos partem de lados opostos e se intercalam.
Dicásio
Eixos formados não apresentam divisões e de cada eixo partem dois novos
eixos.
Pleiocásio
De cada eixo terminal partem diversos eixos.
Glomérulo
Flores sésseis aglomeradas.
Ciátio
Flor unissexuada feminina única rodeada por flores unissexuadas masculinas
envolvidas por um invólucro.
Sicônio
Flores unissexuadas dispostas no interior de um receptáculo escavado.
Ainda falando sobre reprodução, nós podemos encontrar as brácteas, estruturas foliares associadas ao
sistema reprodutivo, com as funções de proteger e de atrair polinizadores. Há brácteas férteis, as quais
apresentam flores nas axilas, ou vazias, sem flores. O calículo é formado por brácteas dispostas em círculo na
base do cálice, enquanto a cúpula é composta por brácteas persistentes e endurecidas na base dos frutos. A 
espata é constituída de brácteas bastante desenvolvidas que protegem as espádices. Por fim, temos as 
glumas, duas brácteas estéreis que protegem as espigas, e o periclínio, conjunto de brácteas presentes junto
aos capítulos. 
Calículo Cúpula
Espata
Glumas Periclínio
Assim como as demais partes de um vegetal, as flores também são utilizadas para fins medicinais. As flores
de diferentes espécies do gênero Crataegus (o cratego) possuem indicação para o tratamento da ansiedade e
da insônia. As flores brancas e pentâmeras dessa espécie estão organizadas em inflorescências do tipo
corimbo, e são pediceladas, hermafroditas, dialipétalas e actinomorfas. 
Flor de Achyrocline satureioides (Lam.) DC.
Flor do gênero Crataegus.
As inflorescências racimosas em capítulo da macela ou
camomila nacional (Achyrocline satureioides (Lam.) DC.) são
outro conjunto utilizado para fins medicinais. São indicadas
como anti-inflamatórias e para auxiliar no alívio de sintomas
dispépticos e afecções leves das vias aéreas.
As flores amarelo-douradas pentâmeras da periferia do
capítulo são unissexuadas, já as centrais, hermafroditas.
Ambas são gamopétalas e actinomorfas com corola tubular.
As características taxonômicas das flores também podem
ser utilizadas para diferenciar plantas monocotiledôneas e
eudicotiledôneas. Nas monocotiledôneas, as flores são 
trímeras, enquanto as flores em eudicotiledôneas são 
dímeras, tetrâmeras ou pentâmeras. 
Flor de monocotiledônea (A) e flor de eudicotiledônea (B).
Fruto
A vagem é um exemplo de fruto deiscente.
Após a fecundação de um vegetal, os ovários das flores femininas se desenvolvem e formam os frutos que
abrigam as sementes. Os frutos podem apresentar distintos tipos, formatos, cores e estruturas acessórias. As
principais características desse órgão residem no pericarpo, a parede do fruto que é dividida em: 
Epicarpo: camada mais externa que se origina a partir da epiderme externa da parede do ovário.
Mesocarpo: camada intermediária oriunda do mesofilo dos carpelos.
Endocarpo: camada mais interna formada a partir da epiderme interna da parede do ovário.
Ainda, o pericarpo pode ser suculento (fruto carnoso) ou não (fruto seco). 
Principais partes do fruto.
Os frutos podem ser classificados conforme as diversas características presentes. 
Há frutos que contêm diferentes quantidades de sementes, podendo haver uma semente (monospérmicos),
duas (dispérmicos), três (trispérmicos), quatro sementes ou mais (polispérmicos). Também é possível
encontrar frutos partenocárpicos, isto é, frutos formados sem que haja a fecundação e, consequentemente,
sem sementes. 
Além do número de sementes, a deiscência, ou abertura
para liberação e/ou exposição de sementes, é uma
característica importante. Frutos deiscentes amadurecem e
se abrem espontaneamente, enquanto os indeiscentes,
mesmo maduros, não se abrem de forma natural.
A identificação do vegetal ainda é possível pelo número de
carpelos de onde se originaram os frutos. Um gineceu com
um único carpelo originará frutos monocárpicos; com vários
carpelos soldados, originará frutos sincárpicos; enquanto o
gineceu com carpelos livres entre si dará origem a frutos 
apocárpicos. 
Os frutos podem ser categorizados também segundo o número de ovários que os originam. Frutos simples se
desenvolveramde um único ovário, enquanto frutos múltiplos são originados de flores com diversos ovários.
Quando temos uma inflorescência, podemos observar o crescimento de um fruto composto ou infrutescência
a partir da fusão dos ovários de cada flor. Por fim, os frutos complexos ou pseudofrutos se originam de um
ovário, mas outras partes florais participaram de sua constituição. 
Os grupos em que os diversos frutos estão organizados levam em consideração a deiscência, a consistência
do pericarpo e a classificação geral quanto ao número de ovários que os originaram. Vamos observar as
possíveis classificações para frutos simples, secos e deiscentes: 
Pixídio
Fruto sincárpico com deiscência transversal. A abertura se dá por uma
parte do fruto que se assemelha a uma tampa.
• 
• 
• 
Cápsula
Fruto sincárpico com deiscência longitudinal e abertura por fendas.
Folículo
Fruto monocárpico com deiscência longitudinal e abertura única.
Legume
Fruto monocárpico com deiscência longitudinal e duas aberturas.
Síliqua
Fruto sincárpico com deiscência longitudinal e duas a quatro aberturas. A
abertura ocorre de baixo para cima.
Opecarpo
Fruto sincárpico com deiscência através de poros (aberturas).
Observaremos também as possíveis classificações dos frutos simples, secos e indeiscentes. 
Aquênio
Fruto monocárpico com semente presa ao pericarpo por um único ponto.
Cariopse
Fruto sincárpico com semente presa ao pericarpo por toda a sua
extensão.
Noz ou bolota
Fruto sincárpico com pericarpo lenhoso e envolvido por revestimento
semelhante a uma redoma.
Sâmara
Fruto monocárpico com expansão alada do pericarpo.
Craspédio
Fruto monocárpico. Suas partes formam pequenos envelopes nas
sementes, mas a sua moldura não é perdida.
Lomento
Fruto monocárpico. Suas partes formam pequenos envelopes nas
sementes, mas a sua moldura é perdida.
Quanto aos frutos carnosos, ou seja, com pericarpo suculento, temos diferentes grupos para classificar os
frutos simples, carnosos e indeiscentes. 
Drupas
São frutos monocárpicos com endocarpo
endurecido (pirênio), como observamos em
pêssegos.
Bagas
São frutos sincárpicos com um endocarpo não
endurecido, como o mamão e o tomate.
As bagas podem ser consideradas hesperídeas, quando oriundas de um ovário súpero, peponídeas, quando
oriundas de um ovário ínfero com lóculos no mesmo nível, ou balaústas, quando o ovário da flor era ínfero,
mas com lóculos em diferentes níveis. 
Baga hesperídea Baga peponídea
Baga balaústa
A partir daqui, trabalharemos classificações de frutos que ainda são discutidas por diferentes botânicos, pois
podem se encaixar em mais de uma categoria. Os frutos múltiplos podem ser classificados como polifolículo, 
poliaquênio ou polidrupa, por exemplo. 
Polidrupa.
Além disso, temos os frutos compostos ou infrutescências que são divididas em sorose, quando seu eixo,
suas peças florais e seu ovário fazem parte do fruto, ou sicônio, quando o fruto forma-se da inflorescência de
mesmo nome e o receptáculo recobre os frutos. 
Sorose Sicônio
Por fim, temos os frutos complexos ou pseudofrutos, que podem ser categorizados em:
Pseudofrutos
Também podem ser chamados de falsos frutos.
Pomo
A parte desenvolvida do fruto é o receptáculo
floral e o fruto verdadeiro está no interior.
Hipocarpo
A parte desenvolvida é o pedúnculo floral e o
fruto verdadeiro está adjacente.
Cinórrodo
A parte desenvolvida é o receptáculo floral e os
frutos verdadeiros estão em seu interior.
Conocarpo
A parte desenvolvida é o receptáculo floral e os
frutos verdadeiros estão sobre este.
Utilizando essas classificações, podemos identificar diversas espécies conhecidas popularmente por tratar
doenças. A infusão dos frutos múltiplos (polifolículos) de Illicium verum Hook F. (anis-estrelado) e dos
aquênios Silybum marianum (L.) Gaertn. (cardo mariano) é indicada como antidispépticos. Ademais, a tintura
das drupas de saw-palmetto (Serenoa repens (W. Bartram) Small) pode auxiliar nos sintomas do trato urinário
baixo relacionados à hiperplasia prostática benigna. 
Frutos de Serenoa repens (W. Bartram) Small.
Saiba mais
Considerando a evolução das angiospermas, podemos observar algumas características de frutos que
são diferentes entre as classes mono e eudicotiledônea. Nas monocotiledôneas, os frutos apocárpicos e
sincárpicos apresentam três carpelos. Já nas plantas eudicotiledôneas, os frutos apocárpicos e
sincárpicos possuem dois, quatro ou mais carpelos. Cabe ressaltar aqui que o fruto do tipo monocárpico
pode ser encontrado em ambos os grupos. 
Trabalho com diferentes matrizes vegetais
Neste vídeo, trataremos dos diferentes órgãos vegetais e das possíveis substâncias de interesse
biotecnológico. Ainda, demonstraremos como definir os métodos ideais para as diferentes análises de
variadas matrizes vegetais.
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Semente
As sementes são óvulos desenvolvidos após a fecundação. Neste órgão reprodutivo composto pela casca ou 
tegumento, encontramos o embrião que irá originar os outros vegetais. Sementes que apresentam apenas um
tegumento (testa) são denominadas como unitegumentadas; as que apresentam dois tegumentos, um externo
(testa) e um interno (tegma), são chamadas de bitegumentadas; já aquelas sem cascas são chamadas de 
ategumentadas. 
Na sua constituição, a semente é formada por amêndoa (embrião + tecido de reserva) e tegumento. O
embrião é formado por quatro importantes divisões denominadas radícula, caulículo, gêmula e cotilédones,
que darão origem às raízes, aos caules, às gemas e às folhas primordiais, respectivamente. 
Sementes de castanha da índia.
Sementes de guaraná.
Como exemplo de sementes de uso medicinal, temos as de
castanha da índia (Aesculus hippocastanum L.), utilizadas
para o tratamento de distúrbios circulatórios venosos.
Já as sementes de guaraná Paullinia cupana Kunth ex H.B.K.
var. sorbilis (Mart.) Ducke podem aliviar os sintomas de
fraqueza e fadiga.
Há uma característica importante das sementes, que é
diferente entre monocotiledôneas e eudicotiledôneas. Nas
monocotiledôneas, a semente apresenta apenas um
cotilédone, enquanto as sementes de eudicotiledôneas
apresentam dois cotilédones. 
Sementes de monocotiledônea e eudicotiledônea.
Vem que eu te explico!
Os vídeos a seguir abordam os assuntos mais relevantes do conteúdo que você acabou de estudar.
Classificação quanto a organização das inflorescências
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Classificação quanto a forma dos frutos
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Verificando o aprendizado
Questão 1
O órgão flor é constituído por pedúnculo, receptáculo e verticilos florais. Os verticilos florais externos e
internos podem estar organizados de forma que as peças florais estejam em diferentes simetrias. Quando as
peças florais não apresentam planos de simetria, podem ser chamadas de
A
zigomorfas.
B
radiais.
C
actinomorfas.
D
assimétricas.
E
bilaterais.
A alternativa D está correta.
As flores assimétricas não apresentam planos de simetria, já as zigomorfas apresentam um plano de
simetria e as actinomorfas, diversos planos de simetria.
Questão 2
Os frutos podem ser classificados de acordo com o número de sementes que possuem. Dessa forma, qual o
nome dado para os frutos que não possuem sementes?
A
Monospérmicos
B
Polispérmicos
C
Partenocárpicos
D
Trispérmicos
E
Dispérmicos
A alternativa C está correta.
Os frutos formados quando não há fecundação são chamados de partenocárpicos. Por isso não possuem
sementes. Os frutos com designações terminadas em -spérmicos possuem sementes e recebem prefixo de
acordo com a quantidade.
5. Conclusão
Considerações finais
Neste estudo, foi possível perceber como há diferentes estruturas que compõem a grande variedade dos
órgãos vegetativos e reprodutivos das plantas. Aprendemos sobre as diferentes classificações quanto à
forma, à cor, à textura, ao tamanho e à quantidade das estruturas ou órgãos

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