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OAB XVIII EXAME – UTI 60H 
Direito Administrativo – Aulas 01 e 02 
Matheus Carvalho 
1 
DIREITO ADMINISTRATIVO. 
 
REGIME JURÍDICO. 
 
- Confere prerrogativas (Princípio da 
Supremacia do Interesse Público sobre o 
Particular) e restrições (Perece da 
Indisponibilidade do Interesse Público) - 
São os SUPERPRINCÍPIOS, dos quais 
decorrem os outros Princípios. 
 
- Garrido Falla: Denomina tal circunstância 
de “o Binômio do direito administrativo” 
(prerrogativas e sujeições). Maria Sylvia 
chama de “Bipolaridade do Direito 
Administrativo”. 
 
Princípios decorrentes desses 02 (dois) 
Princípios (SUB-PRINCÍPIOS). Art. 37, 
caput, da CF: Princípios Constitucionais da 
Legalidade, Impessoalidade, Moralidade, 
Publicidade e Eficiência. 
 
 LEGALIDADE. A Administração Pública 
só pode atuar conforme a lei, todas as suas 
atividades estão subordinadas aos 
comandos legais. Diferentemente da 
Legalidade no âmbito do Direito Civil, onde o 
que não está proibido está permitido (art.5°, 
II, CF). Por outro lado, na Legalidade 
Administrativa, o administrado só atuará 
com prévia autorização legal, sem a qual a 
Administração não pode agir. 
 
 IMPESSOALIDADE (art. 37, § 1º, da 
CF). A Administração Pública tem que agir 
objetivamente em prol da coletividade. Os 
atos de pessoalidade são vedados, o 
exercício da atividade administrativa é 
atribuição da Administração e a ela são 
imputadas todas as condutas dos agentes 
públicos. Teoria do Servidor (agente público 
de fato). 
 
- As publicidades da Administração não 
poderão conter nomes de administradores 
ou gestores, serão meramente informativas, 
educativas ou de orientação social. 
 
OBS: O Novo CPC, define que a União, os 
Estados, o Distrito Federal, os Municípios e 
suas respectivas autarquias e fundações de 
direito público gozarão de prazo em dobro 
para todas as manifestações processuais, a 
partir da sua vista dos autos. 
 
 MORALIDADE. Maurice Hauriou, 1927: 
noção de Administração proba, a Moralidade 
Administrativa seria um conjunto de regras 
extraídas da boa e útil disciplina interna da 
Administração. Representa um conjunto de 
valores que fixam um padrão de condutas 
que deve ser observado na atividade 
administrativa, no sentido de que ela atue 
com retidão de caráter, ética, honestidade, 
decência, lealdade, boa-fé. 
 
- Não basta que as atividades da 
Administração estejam de acordo com a lei, 
essas atuações têm que ser conduzidas 
com Lealdade, Ética e Probidade. 
 
 Art.5°, LXXIII da CF/88  Ação Popular 
para controlar a Moralidade Administrativa 
dos agentes públicos. 
 
 PUBLICIDADE. Transparência no 
exercício da atividade administrativa. 
 
- Exceções: Assuntos que tratem da 
segurança nacional; certos interesses 
sociais, ou de foro íntimo (privacidade, 
intimidade). 
 
 EFICIÊNCIA. Introduzido pela EC 19/98, 
antes já era Princípio Infraconstitucional. A 
atuação da Administração deve ser: 
 
 Rápida: Dinamismo, celeridade, 
descongestionar e desburocratizar. 
 Perfeita: Completa, satisfatória. 
 Rentável: ótima, máxima com menor 
custo. 
 
Outros Princípios da Administração Pública: 
 
 Princípio da Finalidade Pública. 
 
 Finalidade Pública Geral. Impõe que a 
atuação administrativa seja sempre voltada 
à coletividade, ao interesse público, nunca 
para atender interesses particulares. 
 
 
 
 
 
 
 
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OAB XVIII EXAME – UTI 60H 
Direito Administrativo – Aulas 01 e 02 
Matheus Carvalho 
2 
 Finalidade Pública Específica. 
Determinados atos devem atingir fins 
específicos. Se este ato é praticado para 
atingir outro fim que não seja o seu fim 
específico, estará ferindo o Princípio da 
Finalidade Pública (desvio específico de 
finalidade). 
 
 Princípio da Presunção de 
Legitimidade ou Veracidade dos Atos 
Administrativos. 
 
 Até que se prove o contrário os atos da 
Administração são legais e legítimos 
(presunção relativa, juris tantum). Sua 
ilegalidade terá que ser provada, e até que 
se prove os atos serão válidos. 
 
 Princípio da Auto-tutela 
(Constitucional). 
 
 A Administração tem prerrogativa de 
controlar sua própria atuação para corrigir 
seus próprios atos. PODERÁ anular o ato 
que ela mesma praticou, quando o ato 
estiver eivado de ilegalidade  Súmula 
346, STF: “A Administração Pública pode 
declarar a nulidade de seus próprios atos”. 
 
 A Administração PODERÁ invalidar seus 
próprios atos eivados de ilegalidade (dos 
quais não se originam direitos) e revogar 
atos por motivos de conveniência e 
oportunidade.  Súmula 473, do STF: ”A 
Administração pode anular seus próprios 
atos, quando eivados de vícios que os 
tornem ilegais, porque deles não se originam 
direitos, ou revogá-los, por motivo de 
conveniência ou oportunidade, respeitados 
os direitos adquiridos, e ressalvada, em 
todos os casos, a apreciação judicial”. 
 
 Em todos esses casos de invalidação e 
revogação, o Poder Judiciário poderá ser 
provocado e deverá apreciar os atos de 
invalidação e os de revogação. No entanto, 
a apreciação judicial restringe-se a aspectos 
formais, não havendo controle de mérito, 
pois não se pode apreciar a conveniência e 
oportunidade da revogação. Daí o caráter de 
não definitividade do autocontrole da 
Administração, que não faz coisa julgada. 
 
 Lei 9.784/99, art. 53  Processo 
Administrativo Federal: “A Administração 
DEVE ANULAR seus próprios atos, quando 
eivados de vícios de legalidade e PODE 
REVOGÁ-LOS por motivos de conveniência 
ou oportunidade, respeitados os direitos 
adquiridos”. 
 
 Princípio da Motivação. 
 
 Em regra, a Administração deve enunciar 
as razões que a levaram a expedir 
determinado ato. Incisos IX e X, do Estatuto 
da Magistratura: As decisões administrativas 
no exercício de função atípica do judiciário 
devem ser fundamentadas. 
 
 Entende-se por Motivo a razão de fato ou 
de direito que autorizou ou determinou a 
prática de um ato. Já a Motivação se trata 
da Exigência de explicitação, de enunciação 
dos motivos. 
 
 Exceções ao Princípio da Motivação: A 
Exoneração ad nutum, que se refere àquela 
aplicável aos ocupantes de cargo em 
comissão, prescinde de motivação. 
Entretanto, se a Administração motivar ato 
que poderia não ser motivado, estará 
vinculada aos motivos que explicitou. Os 
motivos vinculam todo o ato, e se não forem 
respeitados, o ato poderá ser apreciado pelo 
Judiciário (Teoria dos Motivos 
Determinantes). Ex. agente destituído por 
improbidade, esta deverá ser provada. 
 
 Princípio da Proporcionalidade Ampla 
ou da Razoabilidade (STF). 
 
 Os meios adotados pela Administração, 
voltados a atingir determinados fins, devem 
se apresentar como: 
 
a) Adequados: deve lograr com sucesso a 
realização do fim. 
b) Necessários: entre os diversos meios 
igualmente adequados, a Administração tem 
 
 
 
 
 
 
 
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Direito Administrativo – Aulas 01 e 02 
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que optar pelo meio que menos restrinja o 
direito do administrado. 
c) Proporcionais, em Sentido Estrito 
(elemento da proporcionalidade ampla): a 
Administração deve promover ponderação 
entre vantagens e desvantagens, entre o 
meio e o fim, de modo que haja mais 
vantagens que desvantagens, sob pena de 
desproporcionalidade do ato. 
 
 Princípio da Continuidade. 
 
 Estampado no art. 6º, §1º, da lei 
8.987/95, define que a atuação 
administrativa deve ser ininterrupta. 
 
 Ressalva 1 – o servidor público tem 
direito de greve que será exercido nos 
termos de lei específica. 
 
 Ressalva 2 – o art. 6º, §3º, da lei 
8.987/95, permite a interrupção do serviço 
por razões de ordem técnica e por motivo de 
inadimplemento do usuário em situações de 
urgência,ou se houver prévio aviso. 
 
 *PODERES ADMINISTRATIVOS* 
 
CONCEITO. 
 
- Conjunto de medidas, meios ou 
instrumentos dos quais se valem os sujeitos 
da Administração Pública como necessários 
ao desempenho de suas próprias atividades 
administrativas. 
 
- São Poderes Instrumentais utilizados como 
meios para satisfação do interesse público, 
enquanto dever da administração, sem os 
quais a mesma não atuaria, eles são 
inerentes à Administração Pública, nascem 
com ela (Poder-Dever). São Poderes 
Jurídicos, criados pelo Direito. 
 
Ao extrapolar o caráter instrumental, ocorre 
abuso de poder. 
 
Abuso de poder se divide em excesso de 
poder e desvio de poder. 
Excesso de poder – vício de competência. 
Desvio de Poder – vício de finalidade. 
PODER VINCULADO. Competência 
vinculada expedir atos vinculados. 
 
- Hely Lopes: Poder que a ordem jurídica 
confere à Administração para expedir atos 
de sua competência, cujos elementos e 
requisitos já vêm previamente estabelecidos 
por lei. Confere à Administração uma 
competência para expedir atos vinculados 
ou regrados, no âmbito dos quais a 
Administração não goza de nenhuma 
liberdade administrativa, devendo expedi-los 
sem ponderações. 
 
OBS: Alguns autores (Maria Sylvia) negam 
a autonomia desse Poder, sob o argumento 
de que ele só impõe sujeições e limitações à 
Administração, que não terá liberdade na 
prática do ato. 
 
PODER DISCRICIONÁRIO. 
 
- A Ordem jurídica confere à Administração 
Pública, na expedição de determinados atos, 
a possibilidade de se valer do juízo de 
conveniência e oportunidade na escolha do 
objeto e na avaliação dos motivos do ato 
praticado. 
 
- Concede à Administração certo espaço, 
com possibilidade de ponderações e 
escolhas na prática do ato. Pode deliberar a 
respeito do motivo e do objeto do ato, 
quando a lei deixar alguns dos elementos 
para prática de um ato para que a 
Administração atue de forma mais livre, com 
possibilidade de tomada de mais de uma 
decisão. 
 
Competência Sempre decorrente de lei, 
ato vinculado. 
Finalidade Sempre vinculada. 
Forma Quando prescrita em lei, 
será vinculada. 
Motivo e 
Objeto 
Elementos deixados à 
discricionariedade 
administrativa. 
 
- Entretanto, a Administração deve adotar, 
dentre os vários motivos e objetos possíveis, 
o mais benéfico. Nunca poderá escolher 
 
 
 
 
 
 
 
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Direito Administrativo – Aulas 01 e 02 
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qualquer objeto ou motivo. É uma liberdade 
relativa, condicionada. 
 
OBS: O Judiciário pode fazer o controle de 
mérito, não de forma ampla, mas dentro do 
contexto dos princípios constitucionais. 
 
PODER HIERÁRQUICO. 
 
- Confere à Administração uma capacidade 
para ordenar, coordenar, controlar, corrigir, 
delegar (quando conveniente) e avocar suas 
funções. Este Poder estabelece a relação 
hierárquica entre órgãos do mesmo âmbito e 
escalão da Administração e a divisão de 
competências. 
 
 Capacidade de Ordenar. Organizar as 
funções administrativas, distribuindo-as e 
escalonando-as entre os órgãos e agentes 
públicos, estabelecendo uma relação de 
subordinação entre eles. As ordens 
emanadas pelos órgãos e agentes 
superiores devem ser cumpridas fielmente 
pelos seus inferiores, salvo se 
manifestamente ilegais (quebra do dever de 
obediência  infração disciplinar, punida 
pela Administração através de seu Poder 
Disciplinar). 
 
 Capacidade de Coordenar. 
Coordenação, harmonização das funções, 
internamente, quando a cargo do mesmo 
órgão administrativo. 
 
 Capacidade de Controlar. Controlar o 
próprio desempenho dos agentes público, 
fazendo também com que sejam observadas 
as leis e instruções necessárias ao 
cumprimento das funções. 
 
 Capacidade para Corrigir 
(AUTOTUTELA). Invalidar atos ilegais e 
revogar atos que não sejam mais 
convenientes e oportunos ao interesse 
público. 
 
 Capacidade para Delegar Atividade ou 
Função Administrativa. Art. 12, da Lei 
9.784/99, do Processo Administrativo 
Disciplinar. Poderá haver quando for 
conveniente e não houver impedimento legal 
(delegar competência para julgamento de 
recurso administrativo; para edição de atos 
normativos ou quando o ato deva ser 
praticado com competência exclusiva), 
mesmo entre órgãos de igual ou inferior 
escalão, mesmo que o órgão ou o agente 
delegado não sejam subordinados ao órgão 
ou agente delegante. A delegação é regra, 
sendo sua proibição uma excepcionalidade. 
OBS: O responsável pelo ato será o agente 
que recebeu a delegação (delegado). 
 
 Capacidade para Avocar. Art. 15, da Lei 
9.784/99. É o chamamento da competência 
pela autoridade que não era, 
originariamente, competente para prática 
ato, tirando a competência da autoridade 
que assim o era. É excepcional, só será 
possível quando permitida por lei. A 
autoridade avocante deverá ser superior à 
autoridade avocada. Deve ser justificada e 
temporária. O Poder Hierárquico está 
presente somente em âmbito interno (poder 
de organização interna). Entre os órgãos da 
Administração Direta e dentro dos próprios 
órgãos da Administração Indireta. Não há 
Poder Hierárquico de órgão da 
Administração Direta sobre órgão da 
Administração Indireta, tampouco de uma 
entidade da Administração Indireta sobre 
outra entidade da Administração indireta, já 
que não há Poder Hierárquico no âmbito 
externo. OBS: Não é controle de 
subordinação o que ocorre da Administração 
Direta sobre a Indireta. É um controle 
finalístico (incide sobre os fins e objetivos, 
nunca sobre os meios) para o qual foi criada 
a entidade da Administração indireta: Tutela 
Administrativa. No âmbito da União: 
supervisão Ministerial (as entidades da 
Administração indireta se vinculam a um 
Ministério). 
 
PODER NORMATIVO (Gênero) Vale 
para todos os órgãos da Administração 
Pública. 
Poder Regulamentar. É atribuído 
exclusivamente às Chefias do Executivo 
para executarem fielmente a lei 
(regulamento de execução), regular matéria 
 
 
 
 
 
 
 
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não reservada à lei (regulamento autônomo) 
ou disciplinar internamente, em caráter geral 
e abstrato, as atividades cometidas ao 
Executivo (regulamento administrativo). 
 
PODER DISCIPLINAR. 
 
Aplicação de penalidades a todos aqueles 
que possuam vínculo especial com o Poder 
Público, como os servidores públicos e 
contratados pela Administração. A aplicação 
das penalidades depende de respeito ao 
Devido Processo Legal, no qual sejam 
respeitados o Contraditório e a Ampla 
Defesa. 
 
PODER DE POLÍCIA. 
 
- Conceito Amplo. Toda e qualquer 
atividade desempenhada pelo Estado e 
dirigida a se restringir as liberdades 
individuais. Alcança os Poderes Executivo e 
Legislativo. Mesmo uma lei que venha a 
restringir uma liberdade seria decorrente do 
Poder de Polícia. 
 
- Conceito Estrito. O Poder de Polícia é 
toda atividade administrativa exercida pelas 
entidades, órgãos e agentes da 
Administração Pública para limitar e 
condicionar o exercício das liberdades 
individuais e o uso, gozo e disposição da 
propriedade, visando adequá-los e 
conformá-los aos interesses públicos e bem-
estar geral da coletividade. É um Poder de 
Polícia Administrativa. 
 
- É Poder Jurídico, mera atividade 
administrativa (Ex. interdição de fábrica 
poluente). 
 
 Objeto do Poder de Polícia. Um bem, 
direito ou atividade exercida pelo particular, 
serão limitados pelo Poder de polícia da 
Administração que, entretanto, não poderá 
abolir os direitos dos administrados, apenas 
limita-los de modo que não ponham a 
coletividade em risco. 
 
 Motivo: Razão de fato ou de direito que 
enseja a atuação doEstado. 
 Manifestação: É uma atividade 
administrativa manifestada através de atos 
com destinatários indeterminados, gerais ou 
abstratos, individuais ou concretos; de 
prevenção ou fiscalização. 
 
 O Poder de Polícia, em regra, é 
discricionário. No entanto, a Administração 
não pode ficar inerte, tem que exercê-lo, tem 
o dever de responder, decidir a respeito dos 
pedidos do administrado. Na hipótese da 
Administração manter-se inerte, esta inércia 
poderá ser apreciada pelo Judiciário. 
Exceções: As licenças são atos vinculados 
quando o particular cumpre todos os 
requisitos. 
 
 Atributos do Poder de Polícia. 
 
 É imperativo, coercitivo, impõe restrições 
mesmo sem a vontade do particular. 
 Auto-Executável, atributo sem o qual o 
Poder de Polícia ficaria esvaziado; Exigível. 
 Presunção juris tantum de Legitimidade 
(não pode haver abusos no Poder de 
Polícia). 
 
 Delegação. O Poder de Polícia 
pressupõe prerrogativas a particulares. 
Portanto, se um particular detivesse o Poder 
de Polícia haveria um desrespeito ao 
Princípio da Igualdade. Daí porque, a 
doutrina entende que esse Poder é 
indelegável aos particulares. Exceção: 
Capitães de navios e aeronaves; entidades 
da Administração Indireta; agências 
reguladoras; concessionários, 
permissionários, delegatários, também o 
possuem, mas de forma mais restrita. OBS: 
Apenas os atos e atividades materiais que 
precedem (colocação de fotossensores) e 
que sucedem (a efetiva demolição de uma 
casa) o Poder de Polícia podem ser 
delegados. 
 
 Sanções. Devem ser previstas 
expressamente em lei. As sanções prevêem 
o resultado útil do Poder de Polícia. Ex. 
Interdições, apreensões, demolições, 
multas. 
 
 
 
 
 
 
 
 
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 Setores do Poder de Polícia. Ex. Polícia 
Ambiental, Polícia Edilícia (SUCOM), 
INMETRO. 
 
*ORGANIZAÇÃO DA ADMINISTRAÇÃO* 
 
FORMAS DE PRESTAÇÃO DA ATIVIDADE 
ADMINISTRATIVA. 
 
DESCONCENTRAÇÃO. Atividade 
distribuída dentro do próprio núcleo, da 
própria Pessoa Jurídica. Há hierarquia, 
subordinação. 
 
DESCENTRALIZAÇÃO. 
 
 Por Outorga. O Poder Público transfere a 
titularidade mais a execução do serviço. Só 
pode ser feita através de lei e para as 
Pessoas Jurídicas de Direito Público da 
Administração Indireta. 
 
 Delegação. Transfere somente a 
execução do serviço, o Poder Público 
mantém a titularidade. Pode ser feita a 
qualquer um (Administração Direta, Indireta, 
particulares). Pode ser feita por: 
 
a) Lei (Legal). quando for para Pessoas 
Jurídicas de Direito Privado da 
Administração Indireta (Empresas Públicas, 
Sociedade de Economia Mista). 
 
b) Contrato (contratual). quando a 
delegação for para particulares 
(concessionárias, permissionárias, 
organizações sociais e todos que prestem 
atividade administrativa). 
 
ADMINISTRAÇÃO DIRETA (Decreto-lei 
200/67). Núcleo da Administração. 
 
 Teoria do Mandato. O Estado transfere 
poderes a seus agentes através de um 
contrato de mandato. Não serve porque o 
Estado não pode manifestar vontade, 
portanto, não pode celebrar contrato de 
mandato. 
 
 Teoria da Representação. O Estado é 
tratado como incapaz, por isso precisaria de 
um representante. Não serve porque, no 
Brasil, o Estado é responsável por seus atos 
e de seus agentes, não é incapaz. 
 
 Teoria do Órgão ou Teoria da 
Imputação (Hely Lopes). Utilizada no 
Brasil, o agente exerce o poder, manifesta a 
vontade do Estado em razão de um Poder 
Legal, decorre de uma previsão legal. A 
vontade deve ser imputada ao órgão, não 
sendo imputada ao agente. 
 
ÓRGÃO PÚBLICO. 
 
- Núcleo especializado de competências que 
serve para prestação de atividade 
administrativa. Não pode celebrar contrato. 
Não têm Personalidade Jurídica, por isso 
não tem aptidão para ser sujeito de direitos 
e obrigações. Mas pode ir a juízo, desde que 
preenchidas duas condições (ir em busca de 
prerrogativas funcionais, sempre como 
sujeito ativo). Tem CNPJ. É possível a 
existência de órgão público na 
Administração direta e na indireta (Lei 
9784/99). 
 
 CLASSIFICAÇÃO. 
 
a) Quanto à Posição Estatal: 
 
A Independentes. Gozam de 
independência, estão no ápice de cada um 
dos poderes. Ex. São as chefias de cada 
Poder: Presidência, Câmara Municipal. 
 
BAutônomos. Estão subordinados, 
diretamente ligados aos órgãos 
independentes. Ex. secretarias de Estado, 
Ministérios. 
 
C Superiores. Ainda possuem poder de 
decisão, mas estão subordinados aos 
órgãos autônomos e aos independentes. Ex. 
Procuradorias. 
 
DSubalternos. Não possuem poder de 
decisão, só executa o que foi mandado pelo 
órgão independente ou autônomo. Ex. 
zeladoria, almoxorifado. 
 
 
 
 
 
 
 
 
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Direito Administrativo – Aulas 01 e 02 
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b) Quanto à Posição Estrutural: 
 
 ASimples. Não possuem outros órgãos 
agregados à sua estrutura. Ex. Gabinetes. 
 
B Compostos. Possuem outros órgãos 
agregados à estrutura. Ex. Delegacia de 
Ensino- Escolas ligadas. 
 
c) Quanto à Atuação Funcional: 
 
A Singulares. Compostos por um único 
agente. Ex. presidência, governadoria. 
 
B Colegiados. Compostos por vários 
agentes. Ex. Assembleia Legislativa. 
 
ADMINISTRAÇÃO INDIRETA: 
 
- Possuem Personalidade Jurídica Própria. 
Aptidão para ser sujeito de direitos e 
obrigações, é responsável pelos próprios 
atos e os de seus agentes. Não existe 
relação de hierarquia entre Administração 
Direta e Indireta. 
 
- Patrimônio e Recursos Próprios, autonomia 
técnica, financeira (decide como vai aplicar o 
dinheiro), administrativa. Só não tem 
autonomia, nem capacidade legislativa. 
OBS. No máximo poderá regular, 
complementar, disciplinar o que está 
previsto em lei. 
 
 Formas de Controle: 
 
 Interno. Feito pela própria entidade da 
Administração Indireta. 
 
 Exterior. Poder Legislativo (CPI´s e 
TCU); Poder Judiciário; pelos cidadãos, 
através da Ação Popular; Pelo Poder 
Executivo (supervisão Ministerial, dirigentes 
escolhidos pelo Ministério, receitas e 
despesas fiscalizadas, finalidades 
predeterminadas). 
 
 AUTARQUIAS. 
 
 Conceito. Pessoa Jurídica de Direito 
Público que serve para prestação de 
atividades típicas do Estado, com autonomia 
administrativa, técnica e financeira, mas sem 
capacidade legislativa. São criadas e 
extintas por lei ordinária específica. 
 
 Finalidade vinculada à finalidade para a 
qual a lei a criou. Não são criadas para visar 
o lucro. 
 
 Atos e Contratos. 
 
a) Auto-Executáveis, presunção de 
legitimidade, imperatividade, como qualquer 
outro ato administrativo. 
b) Contrato Administrativo regido pelo 
Direito Público, com cláusulas exorbitantes. 
c) Necessidade de Licitação, mesmo para 
contratos regidos pelo Direito Privado. 
 
 Responsabilidade Civil. 
 
a) Conduta + Dano + Nexo (sem 
necessidade de comprovação de culpa ou 
dolo). Será Objetiva: quando houver ação 
por parte do Estado; Subjetiva: quando em 
razão de omissão do Estado, e a 
responsabilidade do servidor também será 
subjetiva. 
b) OBS: Se a Autarquia não tiver 
patrimônio, o Estado responderá de forma 
objetiva, subsidiariamente pelo Dano. 
c) Exceção: Nos Casos das PPP´s, a 
Responsabilidade do Estado é Solidária. 
 
 Bens Autárquicos: São bens públicos, 
segue regime de bens públicos. 
 
a) Inalienabilidade relativa. Todos os bens 
públicos são alienáveis de forma 
condicionada. Para haver alienação, há um 
procedimento a ser seguido: (Desafetação- 
Autorização Legislativa- Licitação). 
 
b) Impenhorabilidade: É vedada a 
penhora, o arresto (bens indeterminados), o 
seqüestro (bens determinados).c) Impossibilidade de Oneração: O Bem 
Público não pode ser objeto de Direito Real 
de Garantia (O Penhor, a Hipoteca e a 
Anticrese são vedados). 
 
 
 
 
 
 
 
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d) Imprescritíveis (prescrição aquisitiva). 
Bens públicos são insuscetíveis de 
usucapião, nem do pró-labore, nem os bens 
dominicais. 
 
 Regime de Precatório (art. 100, CF). 
 
a) Documento através do qual, o Tribunal 
reconhece débito com procedência 
transitada em julgado. Os Precatórios 
constituídos até 01º de julho devem ser 
pagos no exercício financeiro seguinte, se 
existir disponibilidade orçamentária. Podem 
ser pagos em parcelamentos anuais (10 por 
ano). 
 
b) Cada Pessoa Jurídica tem a sua própria 
fila, cada autarquia tem uma fila própria. 
OBS: Alimentos: Obedecem ao Precatório, 
mas têm fila própria dentro da fila geral. 
Exceção: Há um valor de 60 salários 
mínimos, no qual a pessoa estará fora do 
precatório. 
 
 Privilégios Processuais. 
 
a) Prazo para recurso: prazo quádruplo, 60 
dias. Contestação: prazo duplo, 30 dias. 
 
OBS: A partir da vigência do Novo CPC, a 
União, os Estados, o Distrito Federal, os 
Municípios e suas respectivas autarquias e 
fundações de direito público gozarão de 
prazo em dobro para todas as suas 
manifestações processuais, a partir da sua 
vista dos autos, não havendo mais 
disposições sobre prazos diversos. 
 
OBS: O Novo CPC, no seu art. 493, também 
aumentou o valor-limite estabelecido para o 
reexame necessário (remessa), nos casos 
de condenações dos Entes Públicos, para 
mil salários mínimos quando se tratar de 
União e suas respectivas autarquias e 
fundações de direito público, para 
quinhentos salários mínimos em se tratando 
de Estado e suas respectivas autarquias e 
fundações de direito público e de cem 
salários mínimos em se tratando de 
Municípios e suas respectivas autarquias e 
fundações de direito público. 
b) Duplo grau obrigatório de Jurisdição, 
reexame necessário: Se o processo não for 
submetido ao duplo grau obrigatório, não 
haverá coisa julgada. 
 
OBS: Quanto ao reexame necessário, com a 
vigência do Novo CPC os valores limites 
sofrerão alterações. 
 
 Regime Tributário. 
 
a) Imunidade Tributária Recíproca somente 
quanto aos impostos. A imunidade não é 
absoluta: restringe-se às finalidades 
específicas de cada Autarquia, previstas na 
sua lei de criação. As atividades 
complementares estão sujeitas aos 
impostos. 
 
b) OBS: Há cobrança dos outros tributos. 
 
c) Procedimento Financeiro: Lei 4.320/64 
(Lei de Finanças Públicas) e LC 101/2000 
(Lei de Responsabilidade Fiscal). 
 
d) Regime de Pessoal (EC 19 aboliu o 
Regime jurídico único): 
 
A Estatutário: Para titulares de cargo 
público (só nas Pessoas Jurídicas de Dir. 
Público). Preferencialmente, deve ser 
adotado o Regime Estatutário, de cargo 
público. 
 
B Celetista: Para titulares de emprego 
público. 
 
 CONSELHOS DE CLASSE (OAB, CRA, 
CRM, CRO). 
 
 Antigamente. Natureza de Autarquia. 
Porém, a Lei 9.649/98, no art. 58, 
estabelece que os Conselhos de Classe 
possuem natureza de Pessoa Jurídica de 
Direito Privado. 
 
 STF, ADIN n. 1717. Como os Conselhos 
de Classe têm como função principal o 
Poder de Polícia, fiscalizando as atuações 
profissionais, não podem ser considerados 
pessoas jurídicas de direito privado. 
 
 
 
 
 
 
 
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9 
Declarou inconstitucional o art. 58 da Lei 
9.649/98, determinando que os Conselhos 
de Classe terão natureza de Autarquia. 
 
 Concurso Público. Doutrina majoritária 
entende que o concurso público é 
obrigatório. 
 
 Foro Competente. Súmula 66, STJ: 
Justiça Federal ou Vara da Fazenda Pública. 
 
 Anuidade: Natureza tributária, 
contribuição. 
 
 Controle pelo Tribunal de Contas; Deve 
Obedecer a Lei 4.320/64 (Lei de Finanças). 
 
 Exceção OAB: A contribuição da OAB 
não tem natureza tributária; Não sofre 
controle do Tribunal de Contas e não deve 
obediência à Lei de Finanças Nacional. 
 
 AUTARQUIAS DE REGIME ESPECIAL. 
 
 Surgiram para conceituar as 
Universidades Públicas, que têm mais 
autonomia e liberdade. Reitor: Tem prazo 
certo de mandato, só sairá depois da 
expiração do mesmo. São escolhidos por 
eleição. Não é cargo de livre nomeação, 
nem de livre exoneração. 
 
 OBS. Banco Central: É autarquia 
comum, mas seu Presidente é nomeado 
pelo Presidente após prévia aprovação do 
Senado. 
 
 AGÊNCIAS REGULADORAS (Espécie). 
 
a) Finalidade. Regular, fiscalizar, 
disciplinar, normatizar determinadas 
atividades. Não é atividade nova, antes era 
exercida diretamente pelo Estado. 
 
b) Capacidade Legislativa. Não a tem, não 
podendo, de tal sorte, legislar. Têm o papel 
de complementar as leis, com normas 
técnicas específicas de sua atuação. 
 
c) Regime Especial. Têm mais autonomia, 
liberdade normativa, liberdade econômica e 
financeira. 
 
d) Nomeação de Dirigentes. Presidente 
nomeia com prévia aprovação do Senado. É 
investidura ou nomeação especial, porque 
depende de prévia aprovação do Senado. 
 
e) Mandato com Prazo certo e 
determinado. A lei de criação de cada 
autarquia de regime especial irá determinar 
o prazo do mandato (máximo. de 04 anos). 
OBS: Já há projeto de lei querendo 
uniformizar o prazo: 04 anos para todas. 
 
f) Vedação (Quarentena). Quando o 
dirigente sai do cargo, deve ficar 04 meses 
ou 01 ano (a depender da lei da autarquia 
especial) sem poder atuar na área de 
atuação da agência reguladora. 
 
g) Distinções. 
 
AProcedimento Licitatório. 
 
- Lei 9.472/97: em contrariedade ao disposto 
na Lei 8.666/93, cada agência teria seu 
próprio procedimento licitatório, previsto na 
sua lei de criação. Com modos específicos 
de licitação (Pregão e Consulta). 
 
- STF, ADIN n. 1.668: Se a agência 
reguladora é autarquia, terá que seguir a 
Lei 8.666/93, deixando, entretanto, que elas 
tenham as modalidades específicas 
determinadas pela Lei 9.472/97, Pregão e 
Consulta. 
 
- O Pregão já tem a Lei 10.520/02, que o 
estendeu a todos os Entes, não sendo mais 
modalidade específica das agências 
reguladoras. Atualmente, a consulta, que 
ainda não tem lei lhe regulando, é a 
modalidade específica das agências 
reguladoras. 
 
B Regime de Pessoal. 
 
- Lei 9.886/00. Regime Celetista, com 
contratação temporária. A doutrina já dizia 
 
 
 
 
 
 
 
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10 
que o regime da CLT só deveria ser adotado 
em situações excepcionais, para funções 
subalternas ou para contratações 
temporárias. 
 
-ADIN n. 2.310, STF. Declarou que não era 
hipótese para contratação temporária, que é 
excepcional, e que, portanto, não deveria 
adotar o regime celetista. Declarou a 
Inconstitucionalidade das 02 regras: regime 
celetista e contratação temporária. 
 
- MP n. 155/03 Lei 10.871/04: Determinou 
o Regime Estatutário, com concurso 
público, para todas as agências reguladoras. 
Os que entraram por contratação temporária 
sairão depois de findo o tempo do contrato. 
 
h) Exemplos de Agências. 
 
AANS; ANTT; ANTAQ; ANAC; ANP; ANA 
(bens públicos); ANCINE (fomento). 
 
B Autarquias: ADA (Agência de 
Desenvolvimento da Amazônia, substituiu a 
SUDAM), ADENE (Agência de 
Desenvolvimento do Nordeste, substituiu a 
SUDENE) e AEB (Agencia Espacial); 
 
C Serviços Sociais Autônomos: APEX, 
ABDI. OBS: CVM: deveria ser agência 
reguladora, mas é autarquia comum. 
 
 AGÊNCIAS EXECUTIVAS. 
 
a) São autarquias ou fundações públicas 
que precisamser modernizadas, e para isso 
fazem um planejamento para reestruturação. 
 
b) Contrato de Gestão. Celebrado entre 
uma autarquia ou fundação pública e o 
Poder Público. Serve para dar mais 
autonomia ou recurso público. Ex: autarquia 
A  contrato de gestão  agência 
executiva A. 
 
c) O título de Agência Executiva é 
temporário. Findo o contrato de gestão, o 
ente que se tornou agência executiva 
temporariamente voltará a ser autarquia ou 
fundação pública. Ex. de agência executiva: 
INMETRO. 
 
d) Liberdade Específica (só para 
agências executivas): Art. 24, parágrafo 
único, da Lei 8.666/93: Dispensa de 
licitação. Regra geral: 
 
AValor de até 10% do convite (até R$ 
150.000, se obras ou serviços de 
engenharia; até R$ 80.000 para os outros 
serviços); 
BLicitação dispensada (R$ 15.000 ou R$ 
8.000). 
 
e) Dispensa para as agências executivas: 
20% do valor do convite, ou seja, quando o 
valor da licitação for até R$ 30.000 ou R$ 
16.000, a agência executiva estará 
dispensada de licitação. Essa dispensa vale 
também para: sociedades de economia 
mista, empresas públicas e consórcios 
públicos. Só vale para as autarquias e 
fundações públicas, quando qualificadas 
como agência executiva. 
 
 FUNDAÇÃO PÚBLICA. 
 
 São instituídas e constituídas pelo Poder 
Público, fazendo parte da Administração. 
OBS: Quando forem constituídas pela 
iniciativa privada, não serão Fundações 
Públicas. 
 
 FUNDAÇÃO PÚBLICA DE DIREITO 
PÚBLICO. 
 
a) Natureza Jurídica. Regime de Direito 
Público. É uma espécie de autarquia e faz 
parte da Fazenda Pública. Tem todos os 
privilégios e obrigações de uma autarquia. 
OBS: Quando o concurso falar de fundação 
pública, será a de Direito Público. 
 
OBS: A partir da vigência do Novo CPC, a 
União, os Estados, o Distrito Federal, os 
Municípios e suas respectivas autarquias e 
fundações de direito público gozarão de 
prazo em dobro para todas as suas 
manifestações processuais, a partir da sua 
 
 
 
 
 
 
 
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11 
vista dos autos, não havendo mais 
disposições sobre prazos diversos. 
 
OBS 1: O Novo CPC, no seu art. 493, 
também aumentou o valor-limite 
estabelecido para o reexame necessário 
(remessa), nos casos de condenações dos 
Entes Públicos, para mil salários mínimos 
quando se tratar de União e suas 
respectivas autarquias e fundações de 
direito público, para quinhentos salários 
mínimos em se tratando de Estado e suas 
respectivas autarquias e fundações de 
direito público e de cem salários mínimos 
em se tratando de Municípios e suas 
respectivas autarquias e fundações de 
direito público. 
 
 FUNDAÇÃO PÚBLICA DE DIREITO 
PRIVADO (fundações governamentais). 
 
a) Natureza Jurídica: Regime de Direito 
Privado, derrogado parcialmente por 
algumas normas de direito público. 
 
b) Foro Competente (foro privativo): 
Justiça Federal ou Vara da Fazenda Pública. 
 
c) Privilégio Processual: Não tem prazo 
especial, porque não faz parte da Fazenda 
Pública. 
 
d) Tem sua Criação autorizada por lei 
ordinária. Já a lei complementar deve 
determinar a finalidade das fundações 
públicas de direito privado. 
 
e) OBS: Celso Antonio entende que não há 
essa divisão. Segundo ele, quando se fala 
em fundação pública, todas elas são de 
Direito Público. 
 
 EMPRESAS ESTATAIS  Empresas 
Públicas 
 Sociedade de Economia Mista 
 
 EMPRESAS PÚBLICAS. 
 
a) Pessoa jurídica de direito privado; Podem 
prestar serviço público ou explorar atividade 
econômica; sua criação é autorizada por lei. 
b) Têm capital exclusivamente público. 
Pode ser capital de vários entes da 
federação. Entretanto, não poderá haver 
capital de uma sociedade de economia 
mista investido na empresa pública, do 
contrário ela perderá esse status. 
 
c) Tem livre Constituição. Pode ser 
constituída por qualquer atividade 
empresarial. 
 
d) Têm foro privativo. Justiça Federal ou 
Vara da Fazenda Pública. 
 
 SOCIEDADE DE ECONOMIA MISTA: 
 
a) Pessoa Jurídica de Direito Privado; 
Podem prestar serviço público ou explorar 
atividade econômica; criação autorizada por 
lei. 
 
b) Têm capital misto. O capital do Ente 
Público deve ser a maioria do capital 
votante. Devem ser constituídas, 
obrigatoriamente, como sociedades 
anônimas. 
 
c) Não têm foro privativo. São julgadas na 
Justiça Estadual. 
 
d) Finalidades: 
 
A Prestar Serviço Público. Quando 
forem prestadoras de serviço público, 
haverá prevalência do Direito Público sobre 
o Direito Privado. 
 
B Explorar atividade econômica. 
Quando forem exploradoras de atividade 
econômica, haverá prevalência do regime de 
Direito Privado, com alguma influência do 
Direito Público. 
 
OBS: Art. 173, da CF (Hipóteses em que o 
Estado pode explorar atividade 
econômica): 
 
1. Quando for necessário aos imperativos da 
segurança nacional. 
 
 
 
 
 
 
 
 
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12 
2. Quando houver interesse coletivo, 
conforme o definido em lei. 
 
OBS: Terão estatutos próprios definidos na 
lei que autorizou sua criação. 
 
REGIME JURÍDICO DAS EMPRESAS 
ESTATAIS. 
 
A LICITAÇÃO. 
 
01. Quando for prestadora de serviço 
público. Obedecerá à Lei 8.666/93. 
 
02. Quando exploradora de atividade 
econômica. Podem ter estatuto próprio, que 
regerá o procedimento licitatório de cada 
pessoa jurídica. Entretanto, até hoje, não há 
estatuto. Assim, deverão obedecer à Lei 
8.666/93. Dispensa e Inexigibilidade (Arts. 
24 e 25 da Lei 8.666/93). 
 
BFALÊNCIA. 
 
01. Antes: Se prestadoras de serviço público 
 não estavam sujeitas à falência; se 
exploradoras de atividade econômica  
estavam sujeitas à falência. 
 
02. Agora (Lei de Falências, 11.101/05, 
art. 2º). Empresas públicas e sociedades de 
economia mista, sejam exploradoras de 
atividade econômica, sejam prestadoras de 
serviço público, não estão sujeitas à 
falência. 
 
OBS: A doutrina critica tal orientação, 
dizendo que as exploradoras de atividade 
econômica devem estar sujeitas à lei de 
falências, já que estão muito próximas do 
Direito Privado. 
 
C  RESPONSABILIDADE CIVIL. 
 
01. Prestadoras de Serviço Público 
(art.37, §6º, da CF). A responsabilidade 
será objetiva, de regra. E a responsabilidade 
do Estado será subsidiária e objetiva. 
 
02. Exploradoras de Atividade 
Econômica. A Responsabilidade civil delas 
será regida pelo Direito Civil, que 
determinará os casos em que a 
responsabilidade será objetiva ou subjetiva. 
E o Estado não responde subsidiariamente. 
 
D REGIME TRIBUTÁRIO. 
 
01. Regra Geral: As empresas públicas e as 
sociedades de economia mista não têm 
imunidade tributária recíproca e privilégios 
não extensíveis à iniciativa privada. 
 
02. Exceção. Quando o bem e as atividades 
estiverem vinculados à prestação do serviço 
público, terão imunidade tributária. 
 
03. Empresa dos Correios e Telégrafos. 
Exerce atividade exclusiva e indelegável do 
Estado (serviço postal), por isso é tratado 
como Fazenda Pública. Goza de imunidade 
tributária recíproca; Tem privilégios 
processuais (prazos diferenciados); Os seus 
bens públicos são impenhoráveis, não 
oneráveis e imprescritíveis; Estão sujeitas 
ao regime de precatório. OBS: Isso não vale 
para as franquias privadas da Empresa. 
 
E REGIME DE BENS. 
 
01. Regra Geral. São penhoráveis. Mas são 
imprescritíveis, sempre. 
 
02. OBS: José dos Santos C. Filho entende 
que só os bens das pessoas jurídicas de 
direito público são bens públicos, ou seja, os 
bens das entidades governamentais não são 
bens públicos. 
 
03. Doutrina majoritária. Os bens públicossão todos aqueles pertencentes às pessoas 
jurídicas de direito público e os diretamente 
ligados à prestação do serviço público nas 
entidades governamentais, concessionárias, 
permissionárias e autorizatárias. Neste 
ultimo caso, os bens seguirão as regras dos 
bens públicos. 
 
F REGIME DE PESSOAL. 
 
 
 
 
 
 
 
 
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13 
01. Celetista. Titular de Emprego (Não é 
emprego público. Este e o cargo público são 
exclusivos das PJ´s de Direito Público). 
 
Equiparam-se aos servidores em alguns 
aspectos: 
 
- Exigência de concurso público; 
 
- Sujeitos às regras de vedação de 
acumulação; 
-Respondem por improbidade (Lei 
8.429/92) de cargo, emprego e função 
pública; 
- São funcionários Públicos para fins 
penais; 
- Estão sujeitos aos remédios 
constitucionais; 
- Teto remuneratório. Estarão sujeitos ao 
teto do STF se a empresa pública ou a 
sociedade economia mista receberem ajuda 
do Estado para o custeio; se não receberem 
ajuda para custeio, não estão sujeitos ao 
teto; 
- Dispensa do empregado. Para maioria da 
doutrina, a dispensa do empregado só 
poderá ser realizada motivadamente, após 
processo administrativo disciplinar com 
contraditório. Porém, TST Súmula 390, 
orientação jurisprudencial  Não há 
necessidade de motivação para dispensa 
dos empregados, já que os mesmos não 
gozam de estabilidade. Também não há 
necessidade de processo administrativo. 
 
 ENTES DE COOPERAÇÃO (Entes 
Paraestatais). 
 
 São entes paraestatais, pessoas jurídicas 
de direito privado que não fazem parte da 
Administração pública, mas que cooperam 
com o Estado na consecução de alguns fins 
públicos. 
 
 01º Setor (Estado); 
 
 02º Setor (mercado); 
 
 03º Setor. Entes de cooperação 
(paraestatais), que serão apontados abaixo; 
 
 04º Setor (economia informal). Não têm 
fins lucrativos e servem para ajudar o 
Estado na prestação de um serviço público 
ou no fomento de uma atividade. 
 
 
 SERVIÇO SOCIAL AUTÔNOMO 
(Sistema “S”, SEBRAE, SENAT, SESC, 
SESI). 
 
a) Privilégios: Recebem recursos 
orçamentários. Têm capacidade tributária. 
São beneficiárias da Parafiscalidade. 
 
b) Sujeitas às regras de licitação da Lei 
8.666/93 e à fiscalização do Tribunal de 
Contas. 
 
c) OBS: APEX e ABDI são agências com 
natureza de Serviço Social Autônomo. 
 
 ORGANIZAÇÃO SOCIAL. 
 
a) Lei 9.637/98. As organizações sociais 
servem para prestação de serviços públicos, 
serviços estes que estão listados nesta lei. 
Ex.: meio-ambiente; pesquisa; saúde; 
desenvolvimento tecnológico. 
 
b) As organizações sociais surgiram como 
órgãos públicos extintos, que foram 
transformadas em pessoas jurídicas de 
direito privado com esta denominação 
(organização social). 
 
c) Criação das Organizações Sociais: 
celebração do contrato de gestão: É o 
vínculo jurídico das organizações sociais o 
Estado (“entidade fantasma” segundo Maria 
Sylvia, já que 01º celebra-se o contrato de 
gestão, para que depois as organizações 
sociais existam no mundo jurídico). 
 
d) A empresa não precisa existir no mundo 
jurídico, nem ter experiência prévia no ramo 
em que for atuar para que celebre o contrato 
de gestão. Ato administrativo discricionário 
do Ministério do Planejamento e Gestão, 
após a celebração do contrato de gestão, dá 
o status de organização social. 
 
 
 
 
 
 
 
 
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14 
e) Controle/ Licitação. Art. 24, XXIV, da Lei 
8.666/93: Dispensa a Administração de 
licitar com as organizações sociais quando o 
contrato a ser firmado for decorrente de 
contrato de gestão. 
 
Entretanto, as organizações sociais estão 
sujeitas às regras de licitação. Estão sujeitas 
ao controle do Tribunal de Contas, já que 
podem receber dotações orçamentárias, 
cessão de servidores públicos e receber 
bens públicos. Ex. Instituto de matemática 
pura e aplicada. 
 
 OSCIP - ORGANIZAÇÕES DA 
SOCIEDADE CIVIL DE INTERESSE 
PÚBLICO. 
 
a) Lei 9.790/99. Diferenças para as 
organizações sociais: 
 
A A pessoa jurídica precisa existir no 
mundo jurídico no mesmo ramo de 
atividade, há pelo menos 01 ano, para 
tornar-se uma OSCIP. 
 
B O vínculo jurídico com o Estado é o 
Termo de Parceria, que tem natureza de 
contrato administrativo, segundo parte da 
doutrina. 
 
C Regra Geral: Não há cessão de 
servidores, não há transferência de bens 
públicos, nem dotação orçamentária (não 
participa diretamente do orçamento, mas 
recebe recursos públicos via depósito 
bancário). 
 
D Estão sujeitas às regras de licitação e 
ao controle dos Tribunais de Contas. 
 
E O Conselho de Administração da 
OSCIP deve ser formado por particulares, 
diferentemente das Organizações Sociais, 
onde os Conselhos de Administração e 
Fiscal podem ser compostos por servidores 
públicos. 
 
F OBS: O que tem ocorrido é que a 
Administração contrata as OSCIP´s para, via 
de regra, burlar o concurso público, já que 
os empregados das OSCIP´s não 
necessitam de concurso. 
 
 ENTIDADES DE APOIO. 
 
a) Constituição As Entidades de Apoio 
podem ser constituídas como Fundação, 
Associação ou Cooperativas, criadas por 
servidores públicos com a finalidade de 
melhor desenvolver suas atividades. 
 
b) Funcionam ao lado das Universidades 
Públicas e Hospitais Públicos. São 
Fundações Privadas que atuam com a 
estrutura e o dinheiro do Estado. Vínculo 
jurídico: convênio celebrado com a 
Universidade. Ex. As Entidades de Apoio 
fazem convenio com a Universidade Pública 
para organizarem uma pós-graduação, da 
qual se poderá cobrar mensalidade. 
 
c) Lei 8.958/94: Entidades de Apoio que 
atuam junto às Universidades Públicas. 
Quanto às outras entidades ainda não há 
legislação. 
 
 ORGANIZAÇÃO DA SOCIEDADE CIVIL 
(Lei 13.019/04). 
 
TERMO DE COLABORAÇÃO – Planos de 
Trabalho propostos pela Administração 
Pública em regime de mútua cooperação 
 
TERMO DE FOMENTO - Planos de 
Trabalho propostos pela Entidade 
Privada em regime de mútua cooperação. 
 
Transferência de recursos 
 
Atividades a serem executadas 
 
Prestação de contas 
 
PROCEDIMENTO DE MANIFESTAÇÃO DE 
INTERESSE SOCIAL. 
Organizações da sociedade civil, 
movimentos sociais e cidadãos poderão 
apresentar propostas ao poder público para 
que este avalie a possibilidade de realização 
de um chamamento público objetivando a 
celebração de parceria. 
 
 
 
 
 
 
 
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CHAMAMENTO PÚBLICO 
 
 Públicação do edital no site do órgão 
interessado 
 
 Classificação das propostas pela 
comissão de seleção 
 
Comissão – 2/3 – servidores 
Julgamento objetivo – vinculação ao edital 
 
 Habilitação da entidade 
Sem fins lucrativos 
3 anos de existência 
Experiência no objeto 
Capacidade técnica e operacional 
 
 Encerramento 
 Homologação e adjudicação 
 
DISPENSA E INEXIGIBILIDADE DO 
CERTAME 
 
Inexigibilidade - inviabilidade de 
competição 
 
Dispensa - rol exaustivo 
 
1 - no caso de urgência decorrente de 
paralisação ou iminência de paralisação 
de atividades de relevante interesse 
público - mesmas condições da vencedora. 
2 - nos casos de guerra ou grave 
perturbação da ordem pública - 
assistência social, saúde ou educação. 
3 - de proteção a pessoas ameaçadas ou 
em situação que possa comprometer a sua 
segurança. 
CONTRATOS FIRMADOS ENTRE AS 
ORGANIZAÇÕES DA SOCIEDADE CIVIL E 
TERCEIROS 
Procedimento seletivo simplificado via 
internet. 
 
 PRESTAÇÃO DE CONTAS 
 
1 - Relatório de Execução do Objeto:elaborado pela organização da sociedade 
civil, assinado pelo seu representante legal, 
contendo as atividades desenvolvidas para o 
cumprimento do objeto e o comparativo de 
metas propostas com os resultados 
alcançados. 
2 - Relatório de Execução Financeira: 
assinado pelo seu representante legal e o 
contador responsável, com a descrição das 
despesas e receitas efetivamente 
realizadas. 
Prazo de até 90 dias + 30 dias 
 
RESPONSABILIZAÇÃO DA 
ORGANIZAÇÃO DA SOCIEDADE CIVIL E 
APLICAÇÃO DE PENALIDADES 
 
a) advertência: 
b) suspensão temporária da participação 
em chamamento público e impedimento de 
celebrar termos de fomento, termos de 
colaboração e contratos com órgãos e 
entidades da esfera de governo da 
administração pública sancionadora, por 
prazo não superior a 2 (dois) anos. 
c) declaração de inidoneidade para 
participar em chamamento público ou 
celebrar termos de fomento, termos de 
colaboração - Ministro de Estado ou do 
Secretário Estadual ou Municipal. 
 
* ATOS ADMINISTRATIVOS * 
 
CONCEITO DE ATOS DA 
ADMINISTRAÇÃO: 
 
- Atos jurídicos, ou não, por meio dos quais 
a Administração emite uma declaração de 
vontade para executar a lei aos casos 
concretos e fazer prevalecer o interesse 
público sobre os interesses particulares, no 
desempenho das suas atividades. 
 
CLASSIFICAÇÃO DOS ATOS DA 
ADMINISTRAÇÃO (CELSO ANTÔNIO): 
 
 -Atos Jurídicos Regidos pelo Direito 
Privado: a Relação Jurídica é horizontal, há 
igualdade entre os contratantes 
(administração x particular), a administração 
não se vale da sua supremacia. 
 
 -Atos Materiais = FATO ADMINISTRATIVO. 
Não são atos jurídicos, apenas realizam, 
 
 
 
 
 
 
 
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executam uma atividade do Estado. (Ex. 
construção de uma estrada, pavimentação). 
 
 - Atos Políticos ou de Governo: São de 
natureza jurídica, editados pelo Estado no 
exercício de função política de soberania. 
Ex. sanção do presidente a um projeto de 
lei. 
 
ATOS ADMINISTRATIVOS (espécie do 
gênero ‘Ato da Administração’). 
 
 Conceito: É um ato jurídico¹ por meio do 
qual o Estado, ou quem lhe faça as vezes², 
exprime uma declaração unilateral de 
vontade, no exercício de suas Prerrogativas 
Públicas, consistentes em providências 
jurídicas complementares da Lei³, a título de 
lhe dar execução, sujeitas ao controle de 
legitimidade pelo Judiciário, no desempenho 
de atividades essencialmente 
administrativas da gestão dos interesses 
coletivos. 
 
01. É Ato jurídico: tem por fim criar, alterar, 
extinguir algo no mundo do Direito, no que 
se diferenciam do fato administrativo 
(realizações da administração sem 
declaração de vontade). 
 
02. Estado (Três Poderes) e Quem lhe faça 
as vezes (delegatários, concessionários, que 
atuam em nome do Estado e podem 
exprimir declaração de vontade em nome do 
mesmo, emitindo atos administrativos). 
 
03. Providências jurídicas complementares 
da Lei: atividade precípua da administração 
na sua função de executar a lei, de ofício, ao 
caso concreto. 
 
 Atributos e Qualidades dos Atos 
Administrativos. 
 
 Presunção de Legitimidade, juris 
tantum: o ato administrativo presume-se 
editado de acordo com as normas e 
princípios gerais de Direito. Decorre da 
Legalidade Ampla. O ato vigora enquanto 
não afastado. 
 
 Presunção de Veracidade, relativa: ao 
conteúdo do ato e aos fatos que o compõe, 
corresponde à verdade de fato  Fé 
Pública. 
 
 Imperatividade. Não é atributo de todo 
ato, e sim dos atos que encerram 
obrigações para os administrados. O 
administrado fica constituído em uma 
obrigação, ainda que contra sua vontade. 
 
 Coercitividade. dos atos administrativos, 
decorrentes da imperatividade: só poderá 
haver resistência judicial ao ato, enquanto 
isso não ocorrer, o particular estará a ele 
obrigado. Os atos negociais, que apenas 
permitem certas atividades ao administrado, 
não possuem esse atributo. 
 
 Exigibilidade: capacidade de exigir que a 
obrigação imposta ao administrado seja 
cumprida, sob pena de a administração se 
valer de meios indiretos de coação. Ex. 
Multa. 
 
 Auto-Executoriedade: Esse atributo tem 
que vir expresso em lei, salvo se não for 
possível outra solução no caso concreto. A 
administração se vale de meios direitos de 
coação para execução do ato. Ex. demolição 
de obra. 
 
 Tipicidade: todo ato administrativo está 
previamente tipificado em lei. 
 
 Elementos e Requisitos dos Atos 
Administrativos: A Doutrina Majoritária 
aponta cinco elementos, com base na Lei de 
Ação Popular, 4.717/65, art. 2°, a falta de 
um dos requisitos torna o ato inválido 
(anulável, podendo ser sanado). Diogo 
Gasparini e Celso Antônio incluem mais dois 
elementos (conteúdo e causa). 
 
 Competência/Sujeito: Conjunto de 
atribuições definidas por lei, conferida aos 
órgãos e agentes públicos para, em nome 
do Estado, exprimir a declaração de vontade 
do mesmo através dos atos administrativos. 
Decorre sempre da lei, é sempre vinculada, 
 
 
 
 
 
 
 
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portanto, mesmo quando o ato é 
discricionário, sem o qual o ato é inválido. 
 
OBS: O Novo CPC continua com a 
possibilidade de prorrogação de 
competência relativa no âmbito judicial, 
mudando só o artigo que trata da matéria. 
 
 Finalidade: Ato que foge da sua 
finalidade específica prevista em lei, mesmo 
que atenda a uma outra finalidade benéfica 
ao interesse público, estará incorrendo em 
desvio de finalidade ou desvio de poder, e 
será inválido. A finalidade específica de 
cada ato está sempre prevista em lei, é 
sempre elemento vinculado, mesmo que ato 
seja discricionário. Ex. ato de remoção, a 
finalidade específica é uma melhor 
prestação do serviço público. 
OBS: Não pode existir ato administrativo 
Inominado. 
 
 Forma: É o revestimento do ato 
administrativo. Este ato é, em regra, escrito 
e no idioma nacional, a forma está prescrita 
em lei, (requisito vinculado). Exceções à 
forma prescrita em lei: quando a lei se omitir 
a respeito da forma, está será livre, poderá 
ser oral, através de gestos, placas (ex: 
sinais de trânsito). 
 
OBS: diferencia-se de Formalidade  não é 
elemento de todo ato administrativo, é uma 
solenidade especial para prática de 
determinados atos que a exigem. O não 
cumprimento da formalidade torna o ato 
irregular, já o vício de forma gera nulidade. 
Ex. Regulamento (o Decreto é ato 
administrativo que serve como formalidade 
para eficácia do regulamento). 
 
 Motivo: Razão de fato ou de direito que 
autoriza ou determina a prática do ato por 
parte da Administração (Ex. Demissão  o 
motivo é a razão que levou a Administração 
a praticar o ato). O motivo será elemento 
vinculado quando o ato for vinculado; será 
discricionário quando o ato assim o for 
(ocorre quando a lei não elenca o motivo, 
deixando que a Administração o pondere). 
 
OBS: Diferencia-se de Motivação (Princípio 
Constitucional que estabelece a exigência 
da Administração em revelar, manifestar os 
motivos do ato) Teoria dos Motivos 
Determinantes: O motivo revelado pela 
Administração para a prática do ato deve ser 
seguido estritamente, sob pena de 
invalidade do ato. Os motivos determinam e 
condicionam a validade do ato. 
 
 Objeto/Conteúdo: É o próprio conteúdo, 
disposição jurídica do ato (o que o ato 
dispõe juridicamente). É a própria essência 
do ato, a própria Administração vai escolher 
qual o seu objeto. É elemento discricionário, 
quando o ato for discricionário, ou vinculado, 
quando o ato assim o for. Ex. Remoção (o 
objeto é a própria remoção). 
 
****OBS: Corrente Minoritária(Diógenes 
Gasparini, Celso Antônio) existem mais 
02 Elementos: 
 
 Causa: Exigência de correlação, ou 
relação de pertinência lógica entre o motivo 
e o conteúdo do ato à luz de sua finalidade, 
sobretudo nos atos discricionários. Para 
Celso Antônio, a causa é pressuposto de 
Validade lógico. 
 
 Conteúdo (separado do objeto): Seria a 
própria disposição do ato, enquanto o 
objeto. Seria aquilo sobre o qual o conteúdo 
incide, coisa ou relação jurídica sobre o qual 
recai o ato. O objeto seria o elemento 
extrínseco ao ato e o conteúdo seria o 
elemento intrínseco. 
 
 Classificação dos Atos 
Administrativos: 
 
 Quanto à Vontade para a Formação do 
Ato: 
 
a) Simples (01 vontade): É todo ato 
administrativo que decorre de uma única 
vontade, expressada por um único órgão ou 
agente público, a maioria dos atos é simples 
(ex: nomeação, exoneração). Pouco importa 
se o órgão é singular ou colegiado. 
 
 
 
 
 
 
 
 
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b) Complexo (01 + 01 vontade): Ato cuja 
formação depende de mais 01 ou mais 
vontade emanada por mais de um órgão. 
Ex. Promoção por merecimento dos 
desembargadores dos TRF´s (o TRF forma 
uma lista tríplice  a encaminha para o 
Presidente  que escolherá 01 dentre os 03 
nomes). 
 
c) Composto (01 + 01 vontade): Decorre de 
uma única vontade, emanada de 01 único 
agente ou órgão público, mas que depende 
de uma vontade acessória de outro agente 
ou órgão para lhe dar eficácia e validade. 
 
O Ato composto depende de aprovação 
discricionária, prévia ou posterior. Ex. 
Nomeação de Min. do STF, após a 
aprovação do Senado (vontade acessória) 
 posterior nomeação pelo Presidente; 
Estado de Defesa, Intervenção Federal 
(aprovação posterior do Congresso); Estado 
de Sítio (aprovação prévia pelo Senado). 
 
 Quanto aos Destinatários do Ato: 
 
a) Geral: São Atos Normativos (sempre atos 
gerais). Têm como destinatários os 
indivíduos em geral, incertos e 
indeterminados. 
 
b) Individuais: Atinge pessoa determinada, 
ou pessoas determinadas. Ex. nomeação, 
exoneração. 
 
 Quanto aos Efeitos do Ato: 
 
a) Constitutivo: Decorre sempre do 
exercício do juízo discricionário por parte da 
administração. Quando seus efeitos se 
prestarem a criar, inovar, construir uma 
situação jurídica antes inexistente. Ex. 
Autorização, permissão. 
 
b) Declaratórios: Os efeitos se destinam a 
reconhecer uma situação jurídica 
preexistente. Ex. Todos os atos vinculados. 
 
c) Enunciativos: Emitem um juízo de 
conhecimento ou opinião sobre uma 
situação de fato ou de direito conhecida pela 
Administração Pública. Não constituem, nem 
declaram, apenas emitem juízo de opinião. 
Ex. certidões, declarações. 
 
 Quanto ao Conteúdo do Ato: 
 
Atos negociais – atos nos quais a 
manifestação de vontade do Estado 
coincide com o requerimento do 
particular. 
 
a) Autorização: Ato administrativo 
discricionário, unilateral, precário, gratuito ou 
oneroso, através do qual a Administração 
faculta a um terceiro interessado o exercício 
de uma atividade material ou uso em caráter 
privativo de um bem público, ou a prestação 
em caráter precaríssimo de um determinado 
serviço público. Ex: autorização para exercer 
atividade material  táxi, porte de armas; 
autorização de uso de bem público, quando 
predominar o interesse particular; 
Autorização de serviço público  Ex. Rádios 
comunitárias. 
 
b) Permissão: Discricionário, Precário 
(menos que a autorização), através do qual 
a Administração faculta ao particular 
interessado o uso privativo de um bem 
público, ou prestação de um serviço público 
também em razão de interesse público, que 
neste caso é predominante. OBS.: Lei 
8.987/95, art. 40  Tornou a Permissão 
para prestação de serviço público um 
Contrato Administrativo Bilateral, 
distinguindo-se da autorização para 
prestação de serviço público porque esta é 
ato administrativo unilateral e aquela leva 
em conta, sobretudo, o interesse particular. 
Autorização de uso público X Permissão de 
uso público: o interesse envolvido na 
autorização de uso público, que é bem mais 
precário, leva em conta o interesse 
particular; já a permissão de uso público 
leva em conta o interesse público 
predominantemente. 
 
c) Licença: Ato vinculado e definitivo, 
através do qual a Administração reconhece 
um direito subjetivo do administrado, ora 
para exercer atividade material, ora para 
 
 
 
 
 
 
 
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exercer atividade jurídica, condicionadas no 
seu exercício ao prévio reconhecimento por 
parte da Administração (a lei, ao tempo que 
reconhece um direito ao administrado, 
condiciona o seu exercício a esse prévio 
reconhecimento). 
 
Se houver recusa por parte da 
Administração em reconhecer o exercício da 
atividade, desde que o administrado tenha 
cumprido todas as exigências, este poderá 
interpor Mandado de Segurança. Dá-se 
através do Alvará de Licença (ato formal 
vinculado). 
 
d) Admissão: Não é ato de provimento. É 
ato vinculado, através do qual a 
Administração reconhece ao administrado o 
direito de usufruir um serviço público. Ex. 
matrícula em escola ou universidade 
pública. 
 
 Normativos: atos que exprimem 
normas gerais 
 
a) DECRETO (Chefes de Executivo): Só 
são emanados pelos Chefes de Executivo 
(prefeito, presidente e governador) podem 
expedir decreto p/ formalizar determinado 
ato administrativo, tendo por destinatários 
pessoas incertas e indeterminadas. Ex. 
Decreto Expropriatório (formaliza, dá 
solenidade à desapropriação, sem o decreto 
a desapropriação é nula). 
 
OBS 1: Decreto Regulamentar: São 02 
atos administrativos, de Competência 
Privativa dos Chefes do Executivo, que 
podem expedir atos gerais, abstratos ou 
individuais (nomeação de Min. do STF). 
Servirá sempre como formalidade para outro 
ato. 
 
OBS 2: O Decreto Lei foi abolido do Brasil 
com a Constituição Federal de 1988 
permanecendo apenas os Decretos 
Anteriores à Carta Magna que estejam em 
vigor. 
 
OBS 3: Diferenciam-se do Decreto 
Legislativo, que é Lei “lato senso”. 
OBS 4: Diferenciam-se da Resolução 
Legislativa, que é Lei “lato senso” de efeitos 
internos às Casas Legislativas. Exceção: 
Possibilidade do Decreto Autônomo 
(art.84, VI da CF): para Extinguir Cargos 
Vagos e para Organização da 
Administração, desde que não crie novas 
despesas. 
 
b) RESOLUÇÕES: Atos Administrativos 
formais que os órgãos colegiados utilizam 
para exprimirem as suas deliberações a 
respeito de determinada matéria. Ex. 
Agencias Reguladoras possuem órgãos 
colegiados que podem expedir resoluções. A 
Resolução formaliza o ato do órgão 
colegiado. Não pode ser expedida por órgão 
singular. Resoluções Administrativo-
Normativas: São as Resoluções com efeitos 
gerais e abstratos. 
 
OBS: Diferenciam-se das Resoluções 
Legislativas, que são lei em sentido amplo, 
embora de efeito interno à câmara 
legislativa. 
 
c) INSTRUÇÕES (Ministros e 
Secretários): Tem caráter abstrato, são 
atos formais através dos quais a 
Administração expede normas gerais de 
orientação interna. Põem em execução os 
Decretos Executivos, para regulamentar os 
regulamentos do Poder Executivo. 
 
Atos ordinatórios: atos de organização 
interna da atividade pública: 
 
a) ORDEM DE SERVIÇO: Ato 
Administrativo que certas autoridades 
públicas editam para determinarem a 
implementação ou realização de algum fato 
material (fato administrativo). Ex. Ordem de 
construção. 
 
b) PORTARIA (qualquer autoridade 
administrativa que não seja o Chefe do 
Executivo). Utilizada para qualquer ato que 
disponha sobreo próprio servidor e sua vida 
funcional. Ex. Instauração de Inquérito 
policial (quando não for instaurado por auto 
de prisão em flagrante); Instauração de 
 
 
 
 
 
 
 
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Processo Administrativo Disciplinar, 
Sindicância. 
 
c) CIRCULARES (Natureza Concreta, 
Autoridades Superiores) As autoridades 
superiores emitem ordens uniformes. 
Dirigentes de órgãos públicos emitem-na 
aos funcionários do órgão para regulamentar 
internamente a execução dos serviços. 
 
Atos Punitivos: atos de aplicação de 
penalidades. 
 
Atos enunciativos: atos que atestam 
fatos ou emitem opiniões. 
 
 Extinção dos Atos Administrativos 
 
 
a) Cumprimento dos efeitos do ato 
b) Desaparecimento da pessoa ou do 
objeto da relação que o ato constituiu. 
 
c) Renúncia: Pedido de Exoneração. 
 
d) Retirada do Ato anterior por outro ato 
posterior: 
 
A CASSAÇÃO: a ilegalidade é 
superveniente à edição do ato. 
 
BCADUCIDADE: incompatibilidade do ato 
anteriormente editado que antes não existia. 
 
CCONTRAPOSIÇÃO/DERRUBADA : 
Edição de novo ato contrário, (ex. 
demissão). 
 
DREVOGAÇÃO; Causa de extinção ou 
supressão do ato administrativo válido e de 
seus efeitos, por razões de conveniência e 
oportunidade. 
 
1. Sujeito Ativo da Revogação: Só a própria 
Administração, no âmbito de cada Poder da 
República. Não é possível a revogação 
judicial de um ato administrativo. Os outros 
Poderes poderão revogar seus próprios atos 
administrativos. OBS: O Judiciário não 
poderá revogar ato administrativo no 
exercício de sua função típica, que é a 
função jurisdicional, já que não pode 
adentrar no mérito administrativo. 
 
2. Objeto da Revogação: Só o Ato Válido 
poderá ser revogado. Apesar de válido, o 
ato torna-se inconveniente à Administração. 
 
3. Fundamento: Existência de uma 
competência discricionária para rever a 
conveniência e oportunidade dos atos 
anteriormente editados. 
 
4. Limites (atos irrevogáveis são a exceção): 
 
- Atos Vinculados são irrevogáveis: Ex. 
Revoga-se uma autorização, nunca uma 
licença. 
- Atos que já Exauriram seus Efeitos (atos 
Consumados). 
- Atos fontes de Direitos Adquiridos: Nem 
Emenda Constitucional pode revogá-los. 
OBS: STF: Não há Direito Adquiridos a 
Regime Jurídico. Súm. 473: Poder de 
Autotutela da Administração. A 
Administração pode revogar seus próprios 
atos, respeitado o dir. adquirido. 
-Atos Meramente Enunciativos: Ex. Certidão 
Negativa de Débito. 
 
5. Motivos da Revogação: Juízo de 
Conveniência e Oportunidade. O ato deixa 
de ser conveniente e oportuno. 
 
6. Efeitos da Revogação: Ex Nunc. Impede 
a produção dos efeitos futuros do ato, 
permanecendo os efeitos pretéritos. 
 
E INVALIDAÇÃO : vício na origem. 
 
1. Conceito: Causa de Extinção ou 
supressão de Ato Administrativo Inválido ou 
Viciado, por razões exclusivamente de 
Legalidade ou Legitimidade. 
 
2. Sujeito Ativo: Administração Pública 
(Poder de Auto-tutela, Controle Interno) e o 
Judiciário (controle externo judicial, quando 
provocado por terceiros). Só o Judiciário 
pode Invalidar atos de todos os Poderes. 
 
 
 
 
 
 
 
 
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3. Objeto: Ato Viciado, Ilegal, contrário ao 
Direito. 
 
4. Motivos: Ilegalidade, Ilegitimidade do Ato. 
 
5. Efeitos: Ex-Tunc para os atos que atinjam 
pessoas indeterminadas, para atos 
restritivos dos Direitos dos administrados. 
Para os terceiros de Boa-fé e para os Atos 
ampliativos dos Direitos do administrado: A 
Invalidação terá efeito Ex-Nunc. 
 
6. Prazo Decadencial: A Administração 
Pública tem 05 anos para declarar a 
Invalidação do Ato. Passados os 05 anos, a 
Administração não poderá mais invalida-la 
 Convalidação Temporal. OBS: Ação 
Judicial p/ Anulação de Ato Administrativo: 
Prazo Prescricional de 05 anos. 
 
7. Espécies de Invalidação (Lei 9.784/99, 
art. 55): 
 
- Nulidade (atos nulos): 
 
• Não podem ser reeditados, não são 
convalidáveis; 
• Quando o Vício atingir a finalidade, o 
motivo ou o objeto, o ato será nulo, não 
convalidável, não reeditável. 
• Podem ser Convertidos: Mudança de 
categoria de um ato, quando sai de uma 
categoria na qual o ato era nulo, para uma 
outra onde o ato seja válido, também tem 
efeito retroativo. Diferencia-se de convalidar 
(reeditar o mesmo ato sem o vício que o 
contamina, com efeitos retroativos). 
• Pode haver conversão de atos nulos com 
vício de conteúdo e objeto. (Nomeação de 
servidor para cargo sem concurso público, 
pode ser convertido em nomeação para 
cargo de confiança). 
 
- Anulabilidade (Atos Anuláveis): 
 
• Podem ser convalidados, racionalmente 
reeditados. OBS: Doutrinadores defendem 
que, quando houver possibilidade de 
convalidação, a Administração está obrigada 
a Convalidar o ato, apesar de a Lei 9784/99 
tratar a convalidação como faculdade da 
administração. 
• Quando houver vício na competência: 
desde que o ato seja ratificado pela 
autoridade competente, Confirmado, haverá 
a convalidação. 
• Quando houver vício na forma: reedita-se 
o ato com a forma prescrita em lei. 
• OBS. GERAL: Os ATOS INVÁLIDOS 
NÃO GERAM DIREITO ADQUIRIDO. 
 
*CONTROLE DA ADMINISTRAÇÃO* 
 
Controle Político (mecanismo de freios e 
contra-pesos): 
 
- É controle previsto constitucionalmente, 
feito por um Poder sobre atos de outro 
Poder. 
 
- Ex: Sanção e veto do presidente; Rejeição 
do veto pelo Congresso; Impeachment do 
presidente. 
 
Controle ADMINISTRATIVO: 
 
- É controle sobre a função administrativa do 
Estado. 
 
1ª Fase: Verificação da Legalidade dos 
Atos. 
 
2ª Fase: Verificação das Políticas 
Públicas (ADPF No 45) 
 
EC 45/05  Criou os Conselhos Nacionais 
de Justiça e do Ministério Público, que é 
mecanismo de controle da atividade 
administrativa do Judiciário e do MP. 
 
a. CONTROLE Quanto ao CONTROLADOR: 
 
I) Controle Legislativo: Faz o controle 
administrativo através do Tribunal de Contas 
e através das CPI´s. 
 
II) Controle Judicial ou Judiciário: Todo 
ato administrativo pode ser revisto pelo 
Judiciário no que disser respeito à sua 
legalidade. Ex: Mandado de Segurança, 
Ação Civil Pública, Ação Popular, etc. 
 
 
 
 
 
 
 
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III) Controle Administrativo: Realizado 
pela própria administração. Meios de 
Controle Administrativo: Ex. Recurso 
Administrativo Hierárquico, Direito de 
Petição, Supervisão Ministerial; Poder 
Hierárquico. 
 
 Controle Administrativo Hierárquico: 
Quando o superior fiscaliza os seus 
subordinados. Obs. Entre a Administração 
Direta e a Indireta não há relação de 
hierarquia. 
 
 Controle Finalístico: É o controle 
exercido pela Administração Direta sobre a 
Indireta, através da Supervisão Ministerial. 
Poderá controlar despesas e receitas, regras 
orçamentárias, cumprimento de finalidades, 
nomeação de dirigentes. 
 
b. CONTROLE quanto à EXTENSÃO: 
 
I) Interno: Controle realizado dentro da 
própria estrutura. 
 
II) Externo: Controle realizado por outros 
órgãos. 
 
c. CONTROLE quanto à NATUREZA: 
 
I) Legalidade: Pode ser exercido pela 
Administração, pelo Judiciário. 
 
II) Mérito: Só a própria Administração pode 
exercê-lo. 
 
OBS: Princípio da Autotutela: quando esses 
dois controles forem exercidos pela própria 
Administração. 
 
d. CONTROLE quanto à OPORTUNIDADE: 
 
I) Controle Prévio: Ex. Análise jurídica 
para a publicação de edital de licitação. 
 
II) Controle Concomitante. 
 
III) ControlePosterior: Ex. Homologação 
do Processo; Controle pelo Tribunal de 
Contas. 
*AGENTES PÚBLICOS* 
 
• Todo aquele que exerce função pública, 
quer seja temporária, quer sem 
remuneração (Ex: integrantes do júri, 
mesário). É a expressão mais abrangente, 
compreendendo os Agentes Políticos, 
Servidores Estatais e Agentes 
Honoríficos. 
 
a) AGENTE POLÍTICO  Chefes do 
Executivo e seus auxiliares imediatos 
(Secretários e Ministros), Membros do 
Legislativo, Membros do Ministério Público 
(Procurador e Promotor de Justiça) e Poder 
Judiciário. Seguem Regime Estatutário ou o 
chamado Regime Legal. 
 
OBS: Há divergência se Ministério Público e 
Judiciário se enquadrariam nesse conceito. 
A corrente Majoritária admite seu 
enquadramento. 
 
b) SERVIDOR ESTATAL  Todo aquele 
que atua no Estado, não sendo 
necessariamente ‘Funcionário Público’. 
 
▪ Servidor Estatal  Servidor Público 
  
Servidor de Entes 
Governamentais de 
Direito Privado 
 
 
 
 
E.C. 19/98, CF/88  Acabou com o Regime 
Jurídico Único, o que veio a igualmente 
abolir a expressão ‘Funcionário Público’, 
uma vez que essa denominação referia-se 
ao servidor que, com exclusividade, podia 
exercer cargo publico. 
 
Após a EC 19/98, pode-se ser tanto titular 
de CARGO PÚBLICO (vínculo Estatutário), 
quanto de EMPREGO PÚBLICO (vínculo 
celetista). A lei que cria o cargo/emprego é 
que definirá o Regime a ser adotado. 
 
 
 
 
 
 
 
 
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 Servidores de Entes Governamentais 
de Direito Privado  São aqueles 
integrantes das Empresas Públicas ou de 
Sociedade de Economia Mista. Só podem 
ter EMPREGOS PÚBLICOS (CLT), mas se 
equiparam aos servidores públicos nos 
seguintes aspectos: 
 
I) Estão sujeitos a CONCURSO 
PÚBLICO; 
 
II) Vale o Regime da NÃO CUMULAÇÃO 
de CARGO ou EMPREGO; 
 
III) Se a empresa pública ou Sociedade de 
Economia Mista NÃO receber dinheiro para 
custeio (verba governamental para 
sobreviver no dia-dia), NÃO se SUBMETE 
ao TETO REMUNERATÓRIO. No entanto, 
se depender do Estado para sobreviver, 
SUBMETE-SE ao TETO; 
 
IV) Submetem-se à Lei de IMPROBIDADE 
ADMINISTRATIVA; 
 
V) Sujeitam-se aos REMÉDIOS 
CONSTITUCIONAIS (MS, HD etc); 
 
VI) Equiparam-se a Servidores Públicos 
para EFEITOS PENAIS; 
 
VII) Não gozam de ESTABILIDADE, não 
sendo necessário Processo Administrativo, 
nem de motivação para ser despedido 
Súm. 390 e OJ 247 do TST 
 
c) AGENTES HONORÍFICOS É o 
Particular em Colaboração, que podem ser: 
 
 Voluntários (ex. Amigos da Escola); 
 Requisitados (ex. Mesários, Jurados do 
Júri e Serviço Militar Obrigatório); 
 Aqueles que exercem Atos Oficiais. 
 Serviço Notorial (Cartório de Registro 
Público, delegados de função, art. 236 da 
C.F/88). OBS: quem legisla sobre cartórios é 
o Estado federado. 
 
01. CARGO PÚBLICO 
 
 
 
a) CARGO EM COMISSÃO  É o chamado 
cargo de parente ou comissionado. 
 
É de livre nomeação e exoneração  
Exoneração AD NUTUM. Qualquer pessoa 
pode exercer cargo de confiança, desde que 
se reserve um limite mínimo que detenha 
cargo efetivo, pelo principio da continuidade. 
 
OBS: CARGO DE CONFIANÇA ≠ FUNÇÃO 
de CONFIANÇA  A Função é um plus que 
só pode ser exercido por cargo efetivo, que 
ganhara gratificação pela responsabilidade a 
maior (lei 8.112/90). 
 
b) CARGO EFETIVO  Nomeado por 
Concurso Público, em caráter definitivo, 
podendo vir a adquirir a estabilidade. O 
cargo é efetivo e não estável, já que essa 
última qualidade pertence ao servidor. 
 
Quando o servidor se torna estável, só 
poderá ser demitido via Processo 
Administrativo, processo Judicial transitado 
em julgado ou avaliação periódica. 
 
c) CARGO VITALÍCIO  só pode haver 
dispensa via processo judicial transitado em 
julgado (ex. Ministério Público, Juiz, Tribunal 
de Contas, esse ultimo sequer precisa de 
concurso publico para contratação) 
 
PROVIMENTO 
 
• Necessário para o preenchimento de um 
cargo (art.10, lei 8.112/90). 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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Direito Administrativo – Aulas 01 e 02 
Matheus Carvalho 
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a) Provimento ORIGINÁRIO  Só ocorre 
por Nomeação, a qual depende de 
aprovação em concurso público. 
 
▪ NOMEAR  Designar, atribuir ao servidor. 
Resulta no provimento. 
 
▪ EMPOSSAR  Aceitar o cargo (assina os 
papéis). Quando se anui à posse, têm-se a 
investidura, que é a formação de relação 
jurídica com a Administração. 
 
Se nomeado, tem 30 dias para tomar 
posse. Empossado, terá 15 dias para entrar 
em exercício. 
 
Se o nomeado não tomar posse nos 30 
dias, a nomeação torna-se sem efeito. 
Perde-se a vaga no concurso. Se tomar 
posse, mas não entrar em exercício nos 15 
dias, ocorrerá desinvestidura mediante 
EXONERAÇÃO de OFÍCIO. 
 
OBS: A desinvestidura também poderá ser 
pela modalidade de demissão, porém sem 
aplicabilidade no caso anterior, pois a 
demissão sempre será uma penalidade 
disciplinar. 
 
OBS: No provimento Originário, admite-se 
as seguintes hipóteses de 
DESNECESSIDADE de CONCURSO 
PÚBLICO: 
 
 Cargo em COMISSÃO; 
 
 Hipóteses Constitucionais (Regra do 
Quinto Constitucional, Ministro do STF, 
Tribunal de Contas, etc.); 
 
 Contratação TEMPORÁRIA (via 
processo seletivo simplificado); 
 
 Agentes Comunitários de Saúde e de 
Combate a Endemias (via processo 
seletivo, art. 198, §4º, C.F/88); 
 
b) Provimento DERIVADO 
 
 
 
 Provimento VERTICAL  Ascensão na 
carreira; ascensão funcional. A única 
hipótese possível é a Promoção. 
 
 Provimento HORIZONTAL  
Recolocação do Servidor com limitação 
física (surdez, problemas cardíacos, etc.). A 
única hipótese é a READAPTAÇÃO, na 
qual muda de cargo sem ascender na 
carreira (ex. professora, que por problemas 
de saúde, torna-se atendente de biblioteca). 
 
OBS: Remoção não é provimento, pois é 
forma de deslocamento de um lugar para 
outro. A Lei 8.112/90, art.10º elenca rol 
taxativo quanto aos casos de provimento. 
 
 Provimento por REINGRESSO  
Servidor retorna à Administração, isso só 
quando o mesmo gozar de estabilidade (art. 
41 da C.F/88). 
 
I) REINTEGRAÇÃO  Quando o 
afastamento se deu por conta de uma 
ilegalidade contra o servidor (ex. 
desligamento de estável sem processo 
administrativo). 
 
II) RECONDUÇÃO  São duas hipóteses: 
 
A  Quando o antigo ocupante do cargo 
for Reintegrado. 
B  Quando houver retorno do servidor 
estável ao cargo anteriormente ocupado, 
tendo em vista a sua inabilitação em estágio 
probatório de outro cargo (art.29, I da lei 
8.112/90). 
 
OBS: Quando ocorrer Excesso de Despesa 
com Pessoal (art.169 da C.F/88). Para 
tanto, observa-se os limites de gasto com 
pessoal impostos no art. 19 da LC 101/00 
que estabelece os seguintes índices: 
 
 
 
 
 
 
 
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Direito Administrativo – Aulas 01 e 02 
Matheus Carvalho 
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  União  50% 
art. 19 da LC 101/00  Estado 60% 
  Município  60% 
 
Excedido o limite, começa-se a despedir na 
seguinte ordem: 
 
1º  Pelo menos 20% dos CARGOS em 
COMISSÃO; 
 
2º  Servidores NÃO ESTÁVEIS (em 
estágio probatório); 
 
3°  Servidores ESTÁVEIS (só poderão 
exonerá-los após todos os não estáveis e os 
20% dos cargos de confiança). Será por via 
EXONERAÇÃO (não é demissão, por não 
ser uma pena), sendo que a Administração 
só poderá se valer desse novo cargo (pois o 
anterior terá que ser extinto), ou cargo a ele 
análogo, depois de 04 anos de sua 
extinção. 
 
OBS: Se houver dispensa sem observância

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