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Neurotransmissores NEURÔNIOS COLINÉRGICOS Sintetizam e liberam Acetilcolina, neurotransmissor da junção neuromuscular (fundamental para a contração). É sintetizada por todos os motoneuronios somáticos que se localizam na medula e no tronco cerebral. •Síntese: precisa da enzima colina acetiltransferase (CoAT) (marcadora de neurônios colinérgicos, pois só está presente nos neurônios colinérgicos e se localiza no citoplasma no terminal nervoso colinérgico. Ela catalisa a síntese de acetilcolina, e para isso ela utiliza colina e acetilcoenzima A como substrato.) Acetil CoA (fonte de energia do Ciclo de Krebs) pode vir da degradação de glicose, glicogênio, lipídeos, proteínas (com liberação de alguns aminoácidos que podem ser utilizados para a formação de Acetil CoA) Colina vem da alimentação e da degradação da acetilcolina. Acetiltransferase transfere o grupamento acetila da coenzima A para a colina, a fim de formar a acetilcolina. Quando formada, a acetilcolina será transportada para dentro das vesículas sinápticas por um transportador especifico de acetilcolina presente na membrana da vesícula. Ela foi sintetizada no citoplasma do terminal nervoso e posteriormente é armazenada na vesícula, até que tenha um estimulo nervoso para que se tenha despolarização suficiente, com entrada de íons cálcio, para ter a exocitose dessas vesículas e liberar a acetilcolina. •Colina está presente no fluido extracelular que circunda os neurônios. •Captação de colina, para dentro do terminal nervoso (uma vez que ela está no fluido extracelular), ocorre por transportadores proteicos, chamados de co-transportadores (pois utiliza energia proveniente da diferença de concentração do sódio) colina-sódio. •Transporte de colina para dentro do terminal nervoso é a etapa limitante da síntese de acetilcolina, pois precisa da colina dentro do terminal para que se possa formar a acetilcolina. Depois que a acetilcolina é liberada, ela atua nos receptores específicos (nicotínicos e muscarínicos). Mais tarde a ação dela tem que ser finalizada, pois se não for finalizada, a acetilcolina fica livre na fenda sináptica e gera estimulação excessiva de receptores. Para evitar isso, ocorre a degradação. •Degradação para que a acetilcolina seja degradada, precisa-se da enzima acetilcolinesterase (ACoE) (que está localizada na membrana neuronal colinérgica e de demais neurônios, não colinérgicos, e presente também na lâmina basal, na fenda sináptica, no espaço entre um neurônio pré-sináptico e um neurônio pós). Hidrolisa a molécula de acetilcolina, na fenda, e libera acetato (fica no fluido extracelular e é usado em vias bioquímicas coo fonte de energia) e colina (transportada pelo cotransportador colina-sódio para dentro do terminal nervoso colinérgico, para formar nova molécula de acetilcolina). ACETILCOLINA ACETATO + COLINA Dentro do terminal nervoso tem a síntese, então a colina tem que ser levada para dentro. A acetilcolina formada vai ser armazenada na vesícula pelo transportador de acetilcolina vesicular. Em resposta ao estímulo nervoso ela é liberada e atua nos receptores, como nos neurônios pré e pós-sinápticos. A enzima acetilcolinaesterase é alvo de medicamentos e de inseticidas. Tem-se os anticolinaesterases, como a neostigmina, que inibem a produção de ACoE Ex: Neostigmina inibe a produção de ACoE (acetilcolinaesterase) para aumentar os níveis de acetilcolina, tem aumento de transmissão colinérgica, a fim de aumentar a capacidade de contração muscular do indivíduo. (Reversível). É utilizada em pacientes que possuem miastenia gravis. Alguns inseticidas também inibem a produção da enzima, sendo irreversível. Uma grande atividade colinérgica pode levar a diminuição de frequência cardíaca, diminuição de contração cardíaca, diminuição de pressão sanguínea, e geralmente a morte ocorre por parada cardiorrespiratória. ACETILCOLINA Encontra-se amplamente distribuída no cérebro, recebe tanto efeito excitatório como inibitório. RECEPTORES (acetilcolina) Efeitos excitatórios ao atuar nos subtipos de receptores nicotínicos E em alguns subtipos de receptores muscarínicos (M1, M3, M5 estimulante/excitatório; subtipos M2 e M4 efeito inibitório) Efeitos inibitórios Receptores muscarínicos no cérebro: Mais predominantes: M1. Associados à formação da memória e aprendizado. Receptores pré-sinápticos (M2), pois estão presentes na membrana neuronal pré-sináptica: inibem liberação Ach. Atuam como autorreceptores, servindo para controlar a liberação de um neurotransmissor (reduzindo a liberação). Se tiver muita acetilcolina na fenda sináptica, ela se liga a esse autorreceptor, é um sinal para o neurônio para evitar que haja excesso de acetilcolina na fenda sináptica. Efeitos comportamentais são decorrentes da atuação da acetilcolina em receptores muscarínicos. Receptores nicotínicos (receptores ionotrópicos): Ionotrópicos pentaméricos formados por 5 subunidades Presentes no SNC. Maior parte tem localização pré-sináptica; a acetilcolina se liga a esses receptores nicotínicos, com a finalidade de facilitar/ regular a liberação de outros neurotransmissores, principalmente glutamato e dopamina. Também existem receptores nicotínicos pós-sinápticos. Geram efeitos despolarizantes, para gerar efeito excitatório/estimulante e ativar o neurônio pós. NEURÔNIOS CATECOLAMINÉRGICOS Sintetizado pelo aminoácido tirosina (proveniente da degradação proteica alimentação) Estrutura química: catecol (anel aromático ligado a duas hidroxilas) Os neurônios que liberam esses neurotransmissores são chamados coletivamente de catecolaminas: Dopamina Noradrenalina Adrenalina Localização: regiões no SNC [importante para regulação do movimento (principalmente a dopamina), atenção, humor e funções viscerais] Síntese: No citosol do terminal nervoso, precisa-se ter o aminoácido tirosina para a formação das catecolaminas, assim tem-se a enzima Tirosina hidroxilase (TH), que adiciona hidroxila à tirosina a fim de formar dopa. Atividade da TH (etapa limitante na síntese das catecolaminas), pois determina a velocidade de síntese regulada das catecolaminas (através de sinais – citosol) Sinais (meios de regulação): Se houver diminuição da liberação catecolaminas, sobra catecolamina nas vesículas e no citosol do terminal nervoso. O que leva à inativação da Tirosina Hidroxilase. “Inibição pelo produto”. Se houver aumento da liberação catecolaminas, leva ao aumento da concentração intracelular de cálcio, pois o cálcio faz com que a vesícula se ligue à membrana para sofrer exocitose e liberar o neurotransmissor, aumento cálcio intracelular, que ativa TH, para que ela ative os neurotransmissores que serão armazenados nas vesículas, para repor o que foi liberado. Períodos prolongados de estimulação. Ou seja, períodos com grandes liberações de neurotransmissores. Leva ao aumento da expressão do RNAm que codifica a enzima (TH), que sintetiza mais os neurotransmissores. A tirosina é transformada em dopa. O próximo passo que ocorre nos três neurônios do grupo é a transformação da dopa em dopamina. Para que isso ocorra, tem-se mais uma enzima, a dopa descarboxilase. Dopa descarboxilase tira uma carboxila da dopa para formar dopamina. A dopamina formada é transportada para dentro das vesículas sinápticas, nos três neurônios (tanto no dopaminérgico, como noradrenérgico e no adrenérgico). No neurônio dopaminérgico acaba nessa etapa. Quantidade de dopamina formada depende da disponibilidade de dopa. Se tem queda de concentração de dopa, tem redução formação de dopamina. Se tem queda na ingestão de aminoácidos,tem queda de tirosina, o que leva à queda de formação de dopa e dopamina. Obs.: Doença de Parkinson (idosos). Ocorre degeneração (lenta e progressiva) de neurônios dopaminérgicos, que faz com que o indivíduo libere menos dopamina. Por isso, no tratamento há a administração de dopa, pois, administrando dopa, dá-se o substrato para a síntese de dopamina. Neurônios noradrenérgicos dopamina β-hidroxilase (ocorre no interior da vesícula, pois a enzima se localiza dentro da vesícula). Acrescenta mais uma hidroxila à dopamina para formar noradrenalina, finalizando a síntese de neurotransmissor. Neurônios adrenérgicos fentolamina N-metil-transferase (presente no citosol do terminal nervoso adrenérgico). Adiciona uma metila à noradrenalina, que teve que sair da vesícula, o citosol recebeu a metila, forma a adrenalina que volta para a vesícula, finalizando o processo. Neurônios adrenérgicos Adrenalina glândula adrenal (chamada de hormônio) Não existe enzima (degradação rápida) de catecolaminas na fenda. Por isso, elas têm que ser retiradas por co-transportadores dependentes de sódio presentes no terminal nervoso pré- sináptico para levar dopamina, noradrenalina e adrenalina para dentro do seu terminal nervoso pré-sináptico. Finalização: transportadores dependentes de sódio Terminal axonal transportadores que levam para as Vesículas sinápticas. O que exceder o armazenamento é degradado no citoplasma pela enzima MAO. Degradação: MAO (mono-amino-oxidase) no citosol do terminal Transportadores que transportam para dentro do terminal sináptico, são sensíveis a drogas, como a cocaína (atua nos co-transportadores, inibindo a captura/retorno das monoaminas, fazendo com que o indivíduo tenha mais catecolaminas na fenda sináptica, associando à euforia, bem-estar e aumento da frenquência cardíaca) e anfetamina (inibe o retorno/captura e potencializa a liberação de mais monoaminas/catecolaminas, por isso que se usa anfetamina para estudar, porém gera hipertensão). Atuam nesses transportadores de catecolaminas. NORADRENALINA Corpos celulares dos neurônios noradrenérgicos se localizam principalmente na ponte e bulbo Ramificações axonais para o cérebro e medula. A ramificação a nível da medula é importante para a reativação do Sistema Nervoso Simpático, que compõe o sistema nervoso autônomo, enviando as informações periféricas. ASPECTOS FUNCIONAIS Noradrenalina está relacionada ao estado de alerta e humor e à regulação da pressão sanguínea. Neurônios noradrenérgicos (é o principal, pois é o que se tem em maior quantidade), está localizado no locus coeruleus (LC), uma região da ponte (corpos celulares nessa região). Manda terminações nervosas para o córtex, hipocampo e cerebelo, a fim de levar o estímulo noradrenérgico para essas regiões. Axônios córtex, hipocampo e cerebelo Outro grupo de noradrenérgicos localizados próximo ao LC (ponte e bulbo) se ramificam pro hipocampo, hipotálamo e prosencéfalo; Cerebelo e medula espinhal. Ativando o SN Simpático Neurônios adrenérgicos (grupo menor) se localiza no tronco cerebral se ramifica pro bulbo, ponte e hipotálamo 80% da liberação no SNC é noradrenalina e 20% é adrenalina. Ocorre o contrário na glândula suprarrenal, 80% de adrenalina e 20% de noradrenalina. DOPAMINA Envolvida em vários distúrbios da função cerebral: Doença de Parkinson (leva a uma queda de dopamina) Esquizofrenia (tem excesso de dopamina) Déficit de atenção (baixos níveis de dopamina) Distúrbios endócrinos (diminuição de liberação de prolactina e aumento da liberação do hormônio do crescimento) Localização: Mais abundante: corpo estriado (região sistema motor extrapiramidal responsável pelo controle dos movimentos). No córtex estriado do sistema motor extrapiramidal tem-se terminações nervosas dos neurônios dopaminérgicos. Elevadas concentrações no sistema límbico e no hipotálamo Finalização da ação: co-transportadores dependentes de sódio que vão para a dopamina fazendo o terminal nervoso dopaminérgico (terminal axonal pré-sináptico), lá é armazenada nas vesículas ou o excesso é degradado pela MAO e pela COMT (Catecol-Orto-Metil- Transferase). No citosol do terminal dopaminérgico degradam o excesso de dopamina. Isso leva a formação de dois produtos finais: ácido homovanílico e o ácido diidroxifenilacético, que acabam sendo eliminados. RECEPTORES A dopamina atua em duas famílias de receptores: D1: D1 e D5 ativam proteína Gs, que ativa a Adenilato ciclase, estimulando cascatas de fosforilação proteica. D2: D2, D3 e D4 ativam a proteína Gi, que inativam adenilato ciclase e diminuição dos processos de fosforilação. Receptores transmembrana acoplados à proteína G (Gi ou Gs) Os receptores de dopamina são expressos no cérebro em áreas distintas, porém superpostas Receptores D1 Mais abundantes Mais generalizados, localizados no estriado, sistema límbico, tálamo e hipotálamo, que são áreas de grande inervação dopaminérgica. Receptores D2 Estriado, sistema límbico, tálamo e hipotálamo Hipófise. Na adenohipófise tem receptores D2. Antipsicóticos se ligam no receptor D2 (antagonistas de receptor D2 tem efeito colateral motor, em função de ter receptor D2 no estriado), e em pequenas quantidades nos receptores D3 e D4 Receptores D3 Sistema límbico Não está localizado no estriado, sendo importante no caso dos antipsicóticos, pois não tem efeito colateral motor. Receptores D4 Expressos mais fracamente Córtex e sistema límbico Receptores D5 são expressos ainda mais fracamente. PAPEL FUNCIONAL CÓRTEX alerta, humor SISTEMA LÍMBICO emoção, comportamento estereotípico ESTRIADO controle motor, se tem antagonista do estriado no receptor D2, não vai ter o controle motor que normalmente teria. HIPOTÁLAMO E HIPÓFISE inibe secreção de prolactina DOPAMINA: também atua perifericamente pré e pós-sinapticamente Receptores D2: autorreceptores na região pré-sináptica inibem síntese e liberação de dopamina Receptores D1: tem efeito periférico causando vasodilatação renal. Tem receptor D1 no músculo cardíaco, relacionado a aumento da contratilidade miocárdio DOPAMINA FUNÇÃO NEUROENDÓCRINA Controle da secreção de prolactina. Tem dopamina armazenada no hipotálamo. Hipotálamo libera dopamina, atua na adenohipófise no receptor D2. Inibe atuação da prolactina Muitos fármacos antipsicóticos são antagonistas de receptor D2, impedem que a dopamina atue em receptor D2 na adenohipófise, por isso, os indivíduos têm, como efeito colateral, secreção de prolactina, crescimento de mamas, dor e lactação. Estimula o aumento da produção do hormônio do crescimento, o que, na infância, pode levar a acromegalia. Dopamina atua em receptores D2 no bulbo, estimulando a produção de náuseas e vômitos. Quando se tem náuseas e vômitos, uma da forma de tratar, é a administração de um antagonista de dopamina. Ex: domperidona e metoclopramida (plasil), tem efeito antiemético. NEURÔNIOS SEROTONINÉRGICOS •Contém o NT Serotonina (também chamado de 5-hidroxitriptamina 5HT) •Sintetizado a partir do Aminoácido triptofano •Sistemas cerebrais (regulam humor, comportamento emocional e sono) •Síntese em 2 etapas: 1. Triptofano deverá estar presente dentro do terminal nervoso serotoninérgico, ou seja no citoplasma do terminal nervoso, onde tem a enzima triptofano hidroxilase que vai adicionar uma hidroxila no triptofano, e esse vai passar a ser o 5-hidroxitriptofano. 2. No citosol ainda, esse intermediário vai sofrer a ação de outra enzima, a 5- hidroxitriptofanodescarboxilase, que retira a carboxila do intermediário, a fim de formar a serotonina. Uma vez formada, a serotonina é levada por um transportador para dentro da vesícula. Síntese (limitada) pela disponibilidade de triptofano (é proveniente do liquido extracelular, que vem do sangue, que vem da alimentação carnes, grãos e lacticínios.) •Fonte (encefálico) sangue (dieta) •Deficiência de triptofano redução da síntese de serotonina no encéfalo •Finalização da ação transportadores protéicos (co-transportadores de sódio-serotonina) para o terminal pré-sináptico serotoninérgico se exceder o armazenado em vesículas, tem- se ação da MAO, no citosol, degrada o excesso da serotonina. O transporte de serotonina pelo co-transportador sódio-serotonina pré-sináptico é sensível a drogas Ex.: fluoxetina (Prozac) antidepressivo (depressão = baixo nível de serotonina). É classificada como uma inibidora da recaptura de serotonina, ficando com mais serotonina livre na fenda sináptica. DEGRADAÇÃO (MAO) Excesso de SEROTONINA é degradado pela MAO 5-hidroxindolacetaldeído desidrogenação Ácido 5-hidroxindolacético (eliminado através urina, impedindo um excesso de serotonina no citosol) Localização: ponte; principalmente na parte superior do bulbo. RECEPTORES DE SEROTONINA Quase todos são receptores acoplados à proteína G (metabotrópicos) Exceção: 5-HT3 (canal iônico dependente de ligante). Não é metabotrópico, e sim ionotrópico. Todos estão expressos no SNC RECEPTORES 5-HT1 Efeitos predominantemente inibitórios. Atuam como autorreceptores (SEMPRE EM NEURONIO PRÉ-SINÁPTICO), pois regulam a liberação de serotonina, com o objetivo de diminuir a liberação. 5-HT1A (localizados nos núcleos da rafe no sistema límbico) 5-HT1B, 5-HT1D (localizados nos núcleos da base) Essa classe vem sendo usada para tratar depressão e ansiedade, principalmente 5-HT1. RECEPTORES 5-HT2 Localizados principalmente no córtex e sistema límbico Efeitos excitatórios (pós-sinápticos por potencializar a ação do glutamato) Efeitos inibitórios (pós-sinápticos por potencializar a ação de GABA) RECEPTORES 5-HT3 Localizada principalmente na “area póstrema” (na região do bulbo), na zona quimioceptora de gatilho. A serotonina atuando nessa região estimula a produção de náuseas e vômitos. Também está presente em outras partes do tronco cerebral, no córtex e no SNP •Receptores ionotrópicos excitatórios. Únicos que não são acoplados à proteína G e tem resposta rápida (por ser ionotrópico) RECEPTORES 5-HT4 Presentes no TGI Cérebro (Sistema límbico, gânglios basais, hipocampo e substância negra) Tem efeito facilitador pré-sináptico (por estimular a liberação de acetilcolina, o que faz com que esteja associada a melhora da função cognitiva) Receptores 5-HT5 são expressos fracamente RECEPTORES 5-HT6 Presentes apenas SNC (córtex, hipocampo e sistema límbico) São alvo para fármacos, utilizados com objetivo de melhorar a função cognitiva e aliviar sintomas de esquizofrenia RECEPTORES 5-HT7 Estão mais dispersos. São encontrados: Hipocampo Córtex cerebral Tálamo e hipotálamo Vasos sanguíneos TGI Por estarem mais espalhados, acabam tendo mais ações. Efeitos: termorregulação e regulação endócrina, regulação do humor, função cognitiva e sono. À noite tem-se diminuição dos níveis de serotonina (também é utilizada no cérebro para formar melatonina) e aumento de melatonina (quanto mais melatonina tiver, mais sono se tem). Por isso é importante dormir tempo suficiente e no escuro, pois quanto mais escuro for, maior a produção de melatonina e melhor o sono. ** DEPRESSÃO: relacionada a alterações no metabolismo/ síntese de dois grandes neurotransmissores (noradrenalina e serotonina e, em menor grau, de dopamina). ASPECTOS FUNCIONAIS Funções fisiológicas e comportamentais: Excesso de serotonina gera alucinações e alterações comportamentais Regula o sono, despertar e humor Comportamento alimentar, quanto maior o nível de serotonina, menos vontade de comer se tem. Atuam em receptores que regulam a saciedade Controle da transmissão sensitiva (vias da dor), tanto na medula quanto no córtex. Pois ela atua inibindo a propagação da dor. Regulação temperatura corporal Regulação pressão sanguínea, embora a noradrenalina seja a grande reguladora. Função sexual CLASSES DE FÁRMACOS Inibidores de recaptura serotonina (fluoxetina). Utilizada por ser um antidepressivo. Agonista de receptor 5HT1A (buspirona). Utilizada devido ao seu efeito ansiolítico (trata ansiedade generalizada). Antagonista de receptor 5HT3 (ondansetrona). Utilizada por ser um antiemético. Impede a produção de náuseas e vômitos, atuando no tronco cerebral nos receptores HT3 impedindo a atuação da serotonina e da geração de náuseas e vômitos. Antipsicóticos (clozapina). Também atua em receptores de serotonina, sendo o principal 5- HT1. Agonista receptor 5HT1D (sumatriptana). Este receptor está presente nos vasos sanguíneos cerebrais e é utilizada para tratar enxaqueca, pois realiza vasoconstrição. NEURÔNIOS AMINOACIDÉRGICOS Contém aminoácidos. Os aminoácidos GLUTAMATO, GLICINA e GABA servem como neurotransmissores na maioria das sinapses do SNC •GABA (ácido gama-amino-butírico) presente apenas em neurônios gabaérgicos ou aminoacidérigicos. (Utilizado como neurotransmissor) Não é aminoácido. Mas faz parte desse grupo por ser formado por glutamato, que é um aminoácido. Por não ser um aminoácido, ele só está presente em neurônio gabaérgico, então ele não está presente nas outras células do nosso organismo, pois ele não é utilizado na síntese proteica. •Glutamato e glicina ambos são aminoácidos (logo, estão presentes em todas as células). Utilizados como síntese proteica e de energia (ATP). Podem ser formados a partir de glicose e outros precursores. Dependem da degradação da glicose, da formação de piruvato, da entrada do piruvato no ciclo de Krebs, para formar oxaloacetato que vai ser usado para formar o glutamato. GLUTAMATO Transmissor excitatório principal Amplamente distribuído no SNC Síntese: degradação da glicose via ciclo de krebs Glutamina liberada pelos astrócitos (células gliais) Degradação das proteínas Ação finalizada: depende de transportadores dependentes de sódio; a captura de glutamato está acoplada à entrada de sódio na célula, pois tem-se um cotransportador sódio-glutamato. Esse cotransportador está presente tanto no terminal pré-sináptico glutamatérgico quanto nos astrócitos. Além de ser levado para dentro do terminal nervoso, é também levado para dentro dos astrócitos. Dentro dos astrócitos, para que o glutamato possa ser reutilizado, ele deverá ser transformado em glutamina, para isso tem-se uma enzima chamada glutamina-sintase. Ela liga o glutamato a uma molécula de amônia, o que dá origem à glutamina. A glutamina formada consegue sair do astrócito, pois existe transportador que leva ela para o fluido extracelular. Como no neurônio existe transportador de glutamina, ela consegue ser levada até um terminal nervoso. No terminal nervoso, tem-se uma outra enzima, chamada glutaminase, que tem a função de desaminar a glutamina. A amônia que tinha se ligado ao glutamato é retirada, liberando glutamato e amônia. O glutamato liberado é transportado para dentro da vesícula em troca da saída de um próton. Ambos os mecanismos de recaptura são importantes para evitar uma excitotoxicidade. Se houver problema na recaptura neuronal ou por célula glial, pode haver excesso de atividade sináptica que podelevar a convulsão. Transporte vesicular: transportadores movidos pelo gradiente de prótons (membrana vesicular), o que faz com que, quando o glutamato entra na vesícula sináptica, um próton saia da vesícula. Mecanismo de Antiporte. SUBTIPOS DE RECEPTORES NMDA, AMPA e Cainato receptores ionotrópicos Classificação: agonista 4 subunidades proteicas que formam um canal iônico Receptores metabotrópicos que são receptores acoplados à proteínas G (receptores tipo 2) RECEPTORES NMDA (relacionado à formação da memória a longo prazo) É importante. É alvo de vários medicamentos Formado por combinação de subunidades chamadas NR1, NR2 Isoformas diferentes, o que faz com que se tenha vários subtipos de receptores NMDA Altamente permeáveis ao Ca++ e outros cátions (ex: sódio), é permeável a sódio e cálcio para que haja despolarização, mas também é permeável ao potássio para que haja repolarização da membrana. É o receptor de glutamato ionotrópico mais permeável a cálcio. É bloqueado pelo Mg++ (dependente de voltagem), quando a membrana neuronal está em potencial de repouso, tem-se um íon magnésio bloqueando o canal iônico. Isso acontece em concentração fisiológica de magnésio. Para que o receptor NMDA seja ativado, precisa, além do glutamato, de glicina e glutamato. Tem um sítio receptor de glutamato e um sítio modulador, que é onde a glicina se liga. Para o receptor ser ativado e possibilitar a entrada de sódio e cálcio, o glutamato tem que se ligar ao sítio ativo, a glicina tem que se ligar ao sítio modulador. Quando ambos se ligaram, o canal de sódio se abre, o que possibilita a entrada de sódio e cálcio. Mas eles são bloqueados pelo magnésio. Deverá ocorrer uma despolarização anterior da membrana neuronal, que ocorre devido ao glutamato atuar em receptor AMPA, que vai gerar essa despolarização da membrana que será necessária para o magnésio se retirar do canal. Quando o magnésio for retirado, haverá passagem de sódio e cálcio. Fármacos que atuam como antagonistas competitivos no sítio de ligação da glicina se ligam no sítio modulador, impedindo ação do glutamato. D-serina (aminoácido) liberada por astrócito. Atua também como agonista da glicina, ou seja, pode se ligar ao sítio modulador (no receptor NMDA onde a glicina se liga). Por se ligar a esse modulador, favorece a abertura do receptor NMDA potencializa a ação do glutamato, como a glicina. A serina impede que a glicina se ligue, mas como é agonista, realiza a mesma função. Certos anestésicos (como cetamina e fenciclidina) atuam como antagonistas de receptor NMDA. Por isso, também impedem a ação do glutamato. MK801 é outro antagonista do receptor NMDA, pois impede ação do glutamato. RECEPTORES AMPA Formado por combinação de subunidades GluR1 a GluR4 Na ausência de GluR2 são permeáveis ao cálcio. Os receptores AMPA são permeáveis ao sódio. Mas os receptores AMPA que não tiverem a subunidade GluR2 serão permeáveis ao cálcio. RECEPTORES CAINATO Formados por subunidade GluR5, GluR6 e GluR7com KA1,2. São mais permeáveis ao sódio do que ao cálcio. RECEPTORES METABOTRÓPICOS 8 subtipos para glutamato Extremidade aminoterminal voltada para o meio extracelular, e é onde o glutamato se liga. Cauda N-terminal extracelular grande Subdividos em classes I, II, III (proteína G) I: mGLU1 e mGLU5: receptores acoplados à (ativam) proteína Gq, ativa fosfolipase C que produz Trifosfato de Inositol (IP3), levando a um aumento da concentração intracelular de cálcio. II: mGLU2 e mGLU3: ativam a proteína Gi, inibem adenilato ciclase, inibindo a formação do segundo mensageiro, AMPc. III: mGLU4, mGLU6, mGLU7 e mGLU8: ativam a proteína Gi O glutamato, embora seja um neurotransmissor excitatório, atuando em receptor metabotrópico da classe 2 e 3, gera efeito inibitório. RECEPTORES DE GLUTAMATO Localização: núcleos da base e vias sensitivas PAPEL DOS RECEPTORES Sempre que tiver ativação do receptor AMPA e em certas regiões do cérebro (cainato) tem- se transmissão sináptica excitatória rápida. Primeiro por ser receptor ionotrópico; segundo por ser rápido por não ter bloqueio de magnésio, como tem o NMDA, e não são dependentes de voltagem. Receptores NMDA: Coexistem com AMPA nas membranas neuronais, pois depende da ativação do receptor AMPA Componente lento (potencial excitatório pós-sináptico), pois depende da ativação do receptor AMPA, gerando despolarização para que seja deslocado o magnésio para concluir o potencial excitatório pós-sináptico. Receptores metabotrópicos: Presentes na membrana pré e pós-sináptica e nos astrócitos Efeitos: moduladores (pois não é direto) Efeitos excitatórios pós-sinápticos (envolve receptor Classe I) por bloquear canal de potássio; não tem saída de potássio da célula o que possibilita a despolarização. ** potássio está relacionado à repolarização quando abre o canal de potássio. Mas está relacionado à despolarização quando bloqueia o canal. Efeitos inibitórios pré-sinápticos (envolve receptores Classe II e III), por impedir a abertura de canal de cálcio, não tendo entrada de cálcio, não tem exocitose de vesículas e não tem liberação de neurotransmissores. O efeito vai sempre depender do local onde estão atuando. GABA (neurotransmissor aminoacidérgico/ neurônio gabaérgico) Formado pelo glutamato. Para que isso ocorra, precisa da enzima glutamato descarboxilase (ácido glutâmico descarboxilase), retirando a carboxila do glutamato formando GABA (ocorre dentro do terminal nervoso de neurônios gabaérgicos) É responsável pela transmissão sináptica inibitória. Só exerce efeito inibitório. Principal transmissor inibitório do cérebro, uma vez que na medula espinhal e tronco cerebral tem-se um outro neurotransmissor (glicina) Abundante (±10umol/g de tecido): sistema nigroestriado Concentração significativa (2-5umol/g de tecido): toda substância cinzenta Destruição: reação de transaminação É recaptado, tanto para o terminal nervoso como pelos astrócitos. Uma vez dentro do astrócito sofre ação de uma enzima sofrendo transaminação, que é chamada de GABA transaminase. Como que GABA sai da fenda: tem-se cotransportadores sódio e GABA no terminal nervoso gabaergico e no terminal nervoso dos astrocitos. Dentro do terminal nervoso, o GABA é levado para dentro da vesícula e será armazenado. A entrada de GABA ocorre acoplada à saída de próton. No astrócito, GABA sofre ação da enzima GABA transaminase, retirando um grupamento amino de GABA, transfere para alfa-oxoglutarato formando glutamato e liberando semialdeído succínico, sendo depois transformado em succinato que entra no ciclo de krebs. O glutamato vai ser transformado em glutamina, pela ação da glutamina sintase. A glutamina é liberada no fluido extracelular, é recaptada pelo neurônio gabaérgico, onde sofre ação da glutaminase para desaminar a glutamina e formar o glutamato, que será descarboxilado (pela glutamato descarboxilase) formando GABA que é levado para dentro da vesícula. Cerca de 20% (neurônios do SNC) são Gabaérgicos: Maior parte são Interneurônios curtos (nãos e propagam para outras regiões do cérebro) Tratos Gabaérgicos longos (neurônios de projeção, que se propagam/enviam informações nervosas para o corpo estriado e cerebelo) Praticamente todos os neurônios são sensíveis ao efeito inibitório mediado por GABA SUBTIPOS DE RECEPTORES GABA GABAA canal iônico regulado por ligante (receptor tipo I) Classe estrutural (receptor nicotínico) Pentâmero formado por cinco subunidades proteicas É um canal de Cloro Localização: o Pós-sináptica o Pré-sináptica Tanto pós como pré-sináptica: leva a abertura do canal de cloro, que possibilita a entrada de cloreto no neurônio, gerando hiperpolarização, potencializando sinapse inibitória. Por isso GABA tem efeito inibitório. No pós-sináptico é mais rápido. GABAB receptor acoplado à proteína Gi (receptor tipo II) Inibe a ativação da adenilato ciclase Localização: o Pós-sináptica (canais K+): GABAb gera hiperpolarização por levar a abertura do canal de potássio. Se abre o canal de potássio, sai potássio e hiperpolariza o neurônio. o Pré-sináptica (canais Ca++): GABA atuando em receptor GABAb, atua inibindo abertura do canal de cálcio. Não possibilita a entrada de cálcio na célula, e impossibilita a saída de neurotransmissor. o **adenilato ciclase GLICINA Neurotransmissor inibitório, presente em alta concentração (5µmol/g) na substância cinzenta (medula) Gera hiperpolarização inibitória O canal de glicina é canal iônico dependente de ligante Tem vários subtipos de receptor de glicina ou de subunidades que formam o receptor que formam receptor glicina. Obs.: estricnina interfere na ação da glicina. É um veneno, antagonista de glicina. Se liga ao receptor de glicina, impedindo a ligação de glicina. Impede abertura de canal de cloro e hiperpolarização. Gera rigidez muscular, convulsões e leva a morte por parada respiratória. HISTAMINA Está presente em outros locais, então não atua só como neurotransmissor, mas também como substância liberada, uma vez que ela também está presente na pele, pulmões e participa de reações alérgicas •Cérebro •Tecidos (pele e pulmões) •Corpos celulares se localizam no hipotálamo, de onde saem terminações nervosas que se ramificam para outras regiões do cérebro. •Não possui mecanismo de captura de histamina. Ou seja, a finalização da histamina ocorre na fenda sináptica, ela não retorna para o terminal nervoso. Na fenda ela sofre reação de metilaçao. Sofre ação da enzima n-metiltransferase, inativando a ação da histamina. •Atua em 3 tipos de receptores: H1, H2 e H3 •Todos são receptores acoplados à proteína G (receptores metabotrópicos) •H1 possuem localização pós-sináptica. Possuem efeito excitatório através da ativação da proteína Gq, que eleva a concentração intracelular de cálcio. •H2 pós-sinápticos ativam a proteína Gs (ativando adenilato ciclase) •H3 pré-sinápticos que ativam a proteína Gi e Go. São autorreceptores. Com função de reduzir a liberação de histamina para a fenda sináptica. •Os receptores H1 estão relacionados ao despertar e alerta. Os anti-histamínicos que atuam como antagonista de receptor H1 causam sedação. Outras funções: •Controle da ingestão água e alimentos •Termorregulação OUTROS (TRANSMISSORES E MENSAGEIROS) •Além dos neurotransmissores classificados como aminoácidos (glutamato, glicina e GABA) e aminas (noradrenalina, acetilcolina, serotonina, glutamina), ainda existem várias substâncias que atuam como mediadores químicos a nível do sistema nervoso. •Moléculas pequenas PURINAS •Nas purinas tem-se adenosina e ATP. Ambos podem atuar como transmissores e/ou moduladores (a nível de SNC e SNP) O ATP quando liberado por vesículas, por neurônios é considerado neurotransmissor. •ADENOSINA é um neuromodulador Produzida a partir da hidrólise do ATP Não é armazenada em vesículas Uma vez sendo formada, ela pode ser liberada para a fenda sináptica a partir de transportadores específicos •ATP atua tanto como transmissor rápido (pois atua em receptor ionotrópico) como neuromodulador local (pois atuam em receptor metabotrópico) •Diferente da adenosina, o ATP é armazenado em vesículas sinápticas, tanto em SNC como em SNP •Por ser armazenado em vesículas, a liberação é dependente de potencial de ação, de exocitose e do aumento da concentração intracelular de cálcio. •ATP também pode ser liberado em resposta à lesão tecidual (extravasamento) •Quando em grande quantidade, passa a ser chamado de excitotoxicina (pois em grande quantidade gera lesão neuronal. Adenosina protege contra esse efeito) ATP •Armazenado em vesículas (transmissores) (Ex: vesículas catecolaminérgicas, podem ter, junto com a catecolamina, ATP armazenado) Ex.: ATP + vesícula [noradrenalina (catecolamina)] •Quando liberado, o ATP ativa as células pós-sinápticas quando atuar em canais de cátions (ou seja, receptor ionotrópico, gerando a despolarização da célula) •Receptores de nucleotídeos (receptores onde o ATP se liga) •Rapidamente convertido em adenosina (formada no terminal nervoso) tem efeito protetor (oposto ao do ATP) Receptores de ATP: são receptores de nucleotídeos, classificados como receptores P2 ATP mediador de dor (gera dor também) •Receptores P2. Subdivididos em P2x e P2y P2x (canais iônicos dependentes de ligantes. Gera sempre efeito despolarizante, pois é um canal de cátion. Efeito estimulatório); P2y (receptores acoplados à proteína G, que gerarão efeito modulador e efeito inibitório.) Obs.: efeitos pré e pós-sinápticos Todos receptores (cérebro) •ATP atua na nocicepção, pois é propagador de estímulo doloroso, pois o ATP é liberado pela lesão tecidual (as próprias fibras nociceptivas podem liberar ATP), atuando em receptor P2x, presente em terminações nervosas amielinicas (fibras nocicpetivas C, amielínicas. Fibras nociceptivas tem receptor P2x, abrindo o canal iônico, possibilitando a entrada de cátions (sódio e cálcio), gerando despolarização, possibilitando a potencialização do estímulo doloroso e a propagação dele até os neurônios do corno posterior e hipotálamo. ADENOSINA (neuromodulador) •Receptores acoplados à proteína G, e envolvem receptores A •A1, A2A, A2B, A3 •Efeito geral: inibitório Sonolência Descoordenação motora Analgesia Atividade anticonvulsivante Obs.: neuroproteção (Tem efeito inibitório, impedindo a estabilidade neuronal e liberação excessiva de glutamato, protegendo os neurônios contra lesões, convulsões, lesões isquêmicas, que acontece quando tem liberação excessiva de glutamato.) ÓXIDO NÍTRICO e MONÓXIDO DE CARBONO Dependente da liberação de glutamato •Moléculas gasosas pequenas, também produzidas pelo nosso sistema nervoso •Síntese: dependente de glutamato. No neurônio pós-sináptico, tem receptores NMDA. Quando um neurônio pré libera glutamato, o glutamato atua no receptor NMDA , levando ao aumento da concentração de cálcio. O cálcio ativa a enzima óxido nítrico sintase, estimulando a formação do óxido nítrico. E também ativa a enzima hemoxigenase, formando o monóxido de carbono. A formação desses dois mediadores depende da ativação sináptica excitatória, mediada pelo glutamato, atuando em receptor NMDA no neurônio pós-sináptico. •Uma vez formados esses mediadores, eles apresentam difusão ampla. São liberados através da membrana neuronal e não precisam de transportadores para chegar à fenda sináptica. •Atuam: elementos pré, pós-sinápticos e sinapses vizinhas ÓXIDO NÍTRICO •Difusão ampla (membranas celulares) •SÍNTESE óxido nítrico sintase neuronal (pois tem 3 isoformas dessa enzima. Está presente em 2% dos neurônios). Depende de Cálcio e de calmodulina para ser ativada. O cálcio se liga à calmodulina formando um complexo que ativa a oxido nítrico sintase. Essa enzima transforma a Arginina em óxido nítrico e citrulina (outro aminoácido). •O óxido nítrico não é armazenado em vesícula sináptica. Por isso não é considerado um neurotransmissor, mas sim um mediador químico. Excesso de óxido nítrico liberado favorece a formação de glutamato. •Exerce seus efeitos: 1- Óxido nítricoem níveis fisiológicos, ativa a enzima guanilato ciclase (GMPc) [baixas concentrações 0,1 micromolar (uM)], que leva a formação do GMPc, que ativa cascatas de fosforilação proteica. 2- Grandes quantidades de óxido nítrico reagem com radical livre superóxido ou ânion superóxido (1-10uM), formando o ânion peróxinitrito (altamente tóxico). Esse pode ser protonado (H+) que formará o ácido peróxinitrito, que, espontaneamente, leva a formação do radical hidroxila (gera dano no DNA, em proteínas, em lipídios, favorecendo lesão neuronal). Oxido nítrico é liberado em grandes quantidades em lesão isquêmica. ** ON + O2- ânion peróxinitrito H+ ácido peróxinitrito OH- MONÓXIDO DE CARBONO •Síntese endógena. É sintetizado em neurônios também, para isso precisa ter a enzima hemoxigenase. •Enzima hemoxigenase leva a formação de CO •Em níveis fisiológicos ativa guanilato ciclase, forma GMPc, favorecendo cascata de fosforilação (fosforilação de proteínas). É um mediador importante principalmente no cerebelo e no nervo olfatório. Numa intoxicação por CO, ele inibe a cadeia respiratória, ou seja, inibe a formação de ATP. Além disso, o CO ligado às hemácias impede a oxigenação.
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