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TEORIA GERAL DOS CONTRATOS

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TEORIA GERAL DOS CONTRATOS
De início, se faz necessário identificar onde se situam os contratos dentro da legislação, a fim de conceituar e diferenciar das demais espécies de elementos que compõe o direito obrigacional. Ou seja, possibilitar uma real compreensão do que vem a ser Fato Jurídico, Ato Jurídico e Negócio Jurídico, para tão somente adentrarmos na parte em que a norma optou em nomear de Contratos.
Para tanto, analisamos a ordem de criação de vinculação crescente, a seguir:
Fato Jurídico>>>Ato Jurídico>>>Negócio Jurídico>>>Contratos
ESQUEMA DIDÁTICO
							Ordinários
		Fato da Natureza (sentido stricto)
							Extraordinários
Fato Jurídico	 (ato-fato jurídico)				
								Negócio Jurídico	CONTRATOS
		Fatos Humanos			Lícito
		(Ato Jurídico – sentido estrito)		 Ato Jurídico em Sentido Stricto
								Civil (Responsabilidade Civil)
							Ilícito
								Penal 
Ato-Fato Jurídico:É o evento que, embora oriundo de uma ação ou omissão humana, produz efeitos na órbita jurídica, independentemente da vontade de os produzir.
Diferença entre Ato Jurídico Stricto Sensu e Negócio Jurídico
Ato Jurídico stricto é aquele em que a vontade humana não pode alterar os efeitos jurídicos que estão pré-fixados na norma jurídica. Ex.: Reconhecimento de Paternidade (Lei n.º 8.560/92); por sua vez, no negócio jurídico vige o princípio da autonomia da vontade, ou seja, em regra, as partes podem ampliar ou restringir os efeitos da norma jurídica, ainda que de forma unilateral, ex.: Testamento (art. 1.857, CC/02).
Negócio Jurídico Unilateral DIFERENTE de Contrato de Efeito Unilateral.
__________________________ C O N T R A T O S ________________________
- Fonte das Obrigações
Fato Jurídico que faz nascer o vínculo obrigacional.
a)Contratos (art. 421 e ss); b) Declarações Unilaterais de Vontade (art. 854 e ss) e,c) Atos Ilícitos, dolosos e culposos (art. 186, 927 a 954 – responsabilidade civil).
1 - CONTRATOS
Conceito
Contrato é o acordo de duas ou mais vontades/, na conformidade da ordem jurídica/, destinada a estabelecer uma regulamentação de interesses entre as partes/, com o escopo de adquirir, modificar ou extinguir relações jurídicas de natureza patrimonial.
*Liberdade de Formas: art. 107, CC (escrito público ou particular, gestos, mímicas etc.).
Evolução Histórica
- Dir. Romano >>> RIGIDEZ / “LEI” – Vontade do Estado (escravo do contrato)
CONVENÇÃO: Contrato e Pacto
Pela convenção se compreende além dos negócios plurilaterais, as modificações e extinção de obrigações anteriormente existentes. Já o contrato serviria tão somente para criar obrigações, apenas os acordos normativos, enquanto que os pactos eram apenas acessórios da convenção.
- Rev. Francesa >>> Dir. Francês / Alemão >>> Autonomia da Vontade
- Pacta Sunt Servanda
- Estado Intervencionista >>> Função Social do Contrato
Nosso CC/02 acompanhou a evolução (Contrato: Espécie Neg. Jur.)
 “Quando ocorre alguma coisa de maior importância que impeça a execução fiel de minha promessa, eu não quis mentir, mas apenas não pude cumprir o que prometi.” – (Santo Agostinho)
- Função Social do Contrato (Artigo 421, do CC/02)
Promover o bem estar e a dignidade dos homens, primando pelo desenvolvimento social em harmonia com o interesse pessoal, de forma a “construir uma sociedade livre, justa e solidária”. (CF/88, art.3º, I).
Surgiu para renascer o equilíbrio social diante das injustiças sociais, do pensamento individualista, dos interesses particulares que sobressaiam nas relações contratuais da sociedade desde a Revolução Francesa.
 Limitar os princípios da Autonomia da Vontade e da Obrigatoriedade.
 Caráter INDIVIDUAL (relativo aos contratantes) e PÚBLICO (interesse da sociedade).
Art. 2.035 - Cláusulas Gerais (vincula o magistrado) 
São normas orientadoras sob forma de diretrizes, dirigidas precipuamente ao magistrado, vinculando-o, ao mesmo tempo que lhe conferem liberdade para decidir. Ex.: Determinar a indenização da parte que desatendeu a Função Social do Contrato; Declarar inexistente o contrato por falta de objeto; Modificar percentual de juros; Convalidar o contrato anulável...
Probidade e Boa-Fé (artigo 422, do CC/02)
- Contrato no Código de Defesa do Consumidor (Art. 5º, XXXII, CF - Lei n.º 8.078/90)
Com o advento do Código de Defesa do Consumidor ocorreram modificações à ordem jurídica nacional, em especial a legislação civil, visando restabelecer o equilíbrio entre as partes de uma relação de consumo, haja vista, que a legislação privada já não era suficiente para reger tais acordos, sendo responsável pela inclusão de princípios e regras em que se sobressai não mais a igualdade das partes, mas a vulnerabilidade do consumidor.
Consumo em Massa / Contratos de Adesão / Parte Vulnerável / Restabelecer o Equilíbrio.
Princípios decorrentes*: Boa-Fé (art. 51, IV); Obrigatoriedade da Proposta (art. 51, VIII); Intangibilidade das convenções (art. 51, X, XI, XIII), lesão nos contratos (art. 51, IV e §1º) e Onerosidade Excessiva (art. 51, §1º, III). 
 APLICADOS AINDA QUE NÃO HAJA RELAÇÃO DE CONSUMO.
- Interpretação mais favorável; - Inversão do ônus da prova diante da hipossuficiência...
CONDIÇÕES DE VALIDADE DO CONTRATO
Para que o negócio jurídico produza efeitos, possibilitando a aquisição, modificação ou extinção de direitos, deve preencher certos requisitos, apresentados como os de sua validade.
Se possui É VÁLIDO. Se não possui É NULO ou ANULÁVEL.
 O Contrato, como qualquer outro negócio jurídico, exige o concurso de alguns elementos fundamentais, para que assim possa ser válido.
Esses REQUISITOS são de duas espécies: GERAL e ESPECIAL.
- Ordem Geral: Comum a todos os contratos e negócios jurídicos, como a capacidade do agente, o objeto lícito, possível, determinado ou determinável, e a forma prescrita e não defesa em lei (art. 104, CC/02).
- Ordem Especial: Específicos dos Contratos, sendo o consentimento recíproco e o acordo de vontades, os quais devem ser livres e espontâneos, sob pena de terem a sua validade afetada pelos vícios ou defeitos do negócio jurídico: erro, dolo, coação, estado de perigo, lesão e fraude (art. 138 a 165, do CC/02).
Podem ser divididos em TRÊS grupo: SUBJETIVOS; OBJETIVOS; FORMAIS
REQUISITOS SUBJETIVOS: 
São os requisitos ligados as pessoas do contrato, consistindo na a) Manifestação de duas ou mais vontades e capacidade genérica dos contratantes; b) na aptidão específica para contratar e; c) no consentimento.
Capacidade Genérica; (art. 3º e 4º, do CC)
Nada mais é do que a capacidade de agir em geral, que pode inexistir em razão da menoridade, da falta do necessário discernimento ou de causa transitória (art. 3º), ou ser reduzida nas hipóteses mencionadas no artigo 4º, do CC/02.
O contrato/negócio jurídico pode ser Nulo (art. 166, I) ou Anulável (art. 171, I), caso a incapacidade absoluta ou relativa não for suprida pela representação ou assistência.
PESSOA JURÍDICA: Será representada ativa e passivamente, judicial ou extrajudicialmente, pelas pessoas constantes em seus estatutos ou atos constitutivos.
Aptidão Específica para Contratar
Trata-se de capacidade mais intensa que a normal, ou seja, não basta apenas à capacidade genérica, em certos contratos haverá a necessidade de uma capacidade especial, e caso inexistente, é compreendida como uma “falta de legitimação” ou impedimento para a realização de certos contratos / negócios jurídicos.
Ex.: Outorga Uxória - art. 1647, 1649 e 1650, CC/02. É como ocorre na doação, na alienação onerosa. Venda entre ascendentes e descendentes – art. 496, CC/02. 
DISPOSIÇÃO DA COISA (Ex. Mútuo) - Deve existir no momento da declaração de vontade.
Consentimento (livre e espontâneo)
Entende-se como requisito de ordem especial, próprio dos contratos, devendo ser livre e espontâneo, sob pena de ter a sua validade afetada pelos vícios ou defeitos do negócio jurídico: erro, dolo, coação, estado de perigo, lesão e fraude – artigo 171, II, do CC/02.
Devemnecessariamente abranger os seus três aspectos:
I – Acordo sobre a existência e natureza do contrato;
(as partes devem pretender celebrar o mesmo contrato: A – Fiança e B - Fiança).
II – Acordo sobre o objeto do contrato;
(as partes devem desejar o mesmo fim em si diante da celebração do contrato. Ex.: A – Quer comprar um carro e B – quer adquirir um carro).
III – Acordo sobre as cláusulas que o compõe;
(as partes devem estar de comum acordo sobre as condições que irão reger o contrato).
Obs.: Nesse sentido, nunca há um consentimento isolado, parte a parte, justo porque sempre há um objeto jurídico, um interesse em jogo, sobre o qual as partes necessitam entrar em acordo de vontades, mediante consentimento mútuo.
REQUISITOS OBJETIVOS:
Tais requisitos dizem respeito ao OBJETO do contrato, que deve ser lícito, possível, determinado ou determinável (art. 104, CC/02), dependendo assim da:
- Licitude de seu objeto:
Será dito como lícito o objeto que não ir de encontro com a Lei, a moral e os bons costumes.
Objeto Imediato e Mediato:
Registra-se, que o objeto imediato do negócio é sempre uma conduta humana e se denomina “prestação”, que pode ser: de dar, fazer ou não fazer. Por sua vez, objeto mediato são os bens ou prestações que incidirão sobre a relação jurídica obrigacional. Ex.: No contrato de empreitada, o modo de execução da obra.
Obs.: Caso o objeto seja ilícito por decorrência de dolo/imoralidade, as pessoas participantes do contrato não poderão ser ouvidas em Juízo, ante o princípio de que “ninguém pode valer-se da própria torpeza”. EX.: Artigo 814, CC/02, Jogo de Bicho.
- Possibilidade física ou jurídica do pedido
O objeto do contrato deve ser possível, algo que possa ser plenamente cumprido, posto que, sendo impossível o negócio será nulo (art. 166, II, CC/02).
A impossibilidade do objeto pode ser: Física ou Jurídica.
Física: Emana das leis físicas e naturais, estando presente quando o objeto não pode ser apropriado por alguém ou quando a prestação não puder ser cumprida por alguma razão, devendo ser absoluta, ou seja, alcançar a todos. Ex.: Construir um túnel ligando o Brasil ao Japão; ou Adquirir um lote no planeta marte; ou ganhar do time do Vasco da Gama (rsrsrs). 
Jurídica: É aquela vedada expressamente pelo ordenamento jurídico, pela lei. Ex.: Não pode ser objeto de contrato a herança de pessoa viva (art. 426, CC/02); ou Contrato de Compra e Venda de drogas.
Obs.: A ilicitude do objeto é mais ampla, pois engloba além da lei, os atos contrários a moral e os bons costumes.
- Determinação de seu objeto
O objeto do negócio jurídico deve ser determinado ou, pelo menos, determinável, sob pena de prejudicar não apenas a validade, mas, em último plano, a própria executoriedade do pacto. Todo objeto deve, pois, conter elementos mínimos de individualidade que permitam caracteriza-lo. Ex.: venda de uma casa, situada na rua X, n. X, com X quartos (determinado); venda da safra de cereais; um carro popular (determinável).
- Objeto Determinado: coisa única, singular, exclusiva e preciosa.
- Objeto Determinável: coisa genérica determinável pelo gênero e pela quantidade.
REQUISITOS FORMAIS:
É o meio técnico que o direito institui para a externação da vontade, podendo ser prescrita (prevista na lei), ou não defesa em lei (não contrária à lei). 
Sistemas no que tange a forma: Consensualismo e o Formalismo.
- Consensualismo: É o que reza pela liberdade da forma, ou seja, o contrato pode ser formulado de maneira livre, podendo ser escrito, público ou particular, ou verbalmente.
- Formalismo: O contrato deve obedecer a um rigor/forma previamente dita pela lei, que serve para dar maior segurança e seriedade ao negócio, não respeitando, diz à lei que ele será nulo (Art. 166, IV e V, CC/02). Ex.: ESCRITURA PÚBLICA: Art. 108, CC/02.
Obs.: No direito brasileiro o Consensualismo é a regra, enquanto que o Formalismo é a exceção, com efeito, o artigo 107 do Código Civil.
- Os requisitos formais se dividem em três espécies, são elas: Livre; Especial/Solene e Contratual.
FORMA LIVRE: 
É a que predomina no direito brasileiro (art. 107, CC/02), podendo ser entendida como qualquer meio de manifestação da vontade, não imposto obrigatoriamente pela lei. Ex.: Palavra escrita ou falada, escrito público ou particular, gestos, mímicas, etc.
FORMA ESPECIAL OU SOLENE:
É a forma exigida pela lei, como requisito de validade de determinados negócios jurídicos, cuja finalidade é assegurar a sua autenticidade, garantir a livre manifestação de vontade, demonstrar a seriedade e facilitar a sua prova.
Pode ainda ser ÚNICA ou MÚLTIPLA:
Tem-se por ÚNICA a forma, que por lei, não pode ser substituída por outra. Ex.: Art. 108 (escritura pública na compra e venda); Art. 1.964 (deserdação somente por testamento).
MÚLTIPLA, é aquela que, em que pese ser solene, a lei permite que seja exteriorizada de outra forma, podendo o agente optar por qualquer delas. Ex.: Art. 1.609 (o Reconhecimento de filhos); Art. 62 (instituição de uma fundação: escritura pública ou testamento).
FORMA CONTRATUAL: 
É a forma convencionada pelas partes, visando dar maior segurança e seriedade ao negócio, possibilitando que os contratantes, na celebração de um contrato, possam determinar, mediante uma cláusula, o instrumento público para validade do negócio, desde que este já não seja exigido para validade do ato. (art. 109, CC/02).
Exemplo: “A” está comprando um bem móvel de “B” e define com esse que o negócio será feito por escritura pública, apesar de poder ser feito por instrumento particular por ser bem móvel, para mais segurança do negócio, haja vista que “B” ficará, por exemplo, um ano na Itália.
Obs.: No caso de escritura particular, deve a mesma ser levada a registro público para que se dê validade ao ato. Sem a publicidade o negócio jurídico não se perfaz. (art. 221, CC/02).
TJSC. Da prova. Instrumento Particular. Efeitos contra terceiros. Necessidade de registro. Interpretação do art. 221 do CC/2002. Face o preconizado no art. 221 do novo Código Civil, para gerar efeitos contra terceiros, os instrumentos particulares deverão ser registrados no Registro Público. Assim, contrato de compra e venda com reserva de domínio, sem o devido registro, não é suficiente para autorizar o credor a exigir de um terceiro de boa-fé, que regularmente e posteriormente adquiriu o bem do devedor, a devolução deste bem.
- Forma ad solenitaten: é aquela onde a forma se apresenta como sendo da essência do ato, ou seja, a vontade somente produzirá efeitos se for exteriorizada com a observância da forma exigida (ex: compra e venda de imóveis).
- Forma ad probationem tantum: a princípio a vontade poderá ser materializada sem a observância de qualquer forma, mas as partes a desejam para servir como elemento de prova.
DIFERENÇA ENTRE FORMA E PROVA:
- Forma é o conjunto de solenidades, que se devem observar para que a declaração da vontade tenha eficácia jurídica, consistindo na maneira pela qual a vontade se exterioriza no sentido de conseguir a produção de efeitos jurídicos. 
- Prova, por sua vez, é o conjunto de meios empregados para demonstrar, legalmente, a existência de um negócio jurídico. Se a forma for livre, podem ser utilizados todos os meios de prova, contudo, sempre que o negócio jurídico reclamar forma especial, ela é a forma de prova. 
Obs.: Os contratos se provam, quando não reclamar a escritura pública (art. 215), pelos meios previstos no art. 212 e seguintes do CC/02.
PRINCÍPIOS FUNDAMENTAIS
Os contratos também se submetem a alguns princípios fundamentais. Podemos, de uma forma resumida, apontar como sendo tais princípios:
• Autonomia da vontade – contratantes têm ampla liberdade para estipular o que lhes convier, a liberdade de contratar ou não, de escolher o outro contratante; o conteúdo do contrato também pertence livremente à determinação das partes. Pode-se contratar sobre o que quiser, mesmo que não previsto em lei. Evidente que há limites para essa autonomia, conformeveremos.
• Observância das normas de ordem pública – a liberdade de contratar encontra seus limites na lei, na ordem pública (que são normas impositivas, cogentes e visam o interesse coletivo), nos bons costumes, etc., daí a supremacia da ordem pública sobre os contratos. Um exemplo é a proibição de contrato envolvendo herança de pessoa viva.
• Obrigatoriedade das convenções ⎯ o contrato faz lei entre as partes; suas estipulações devem ser fielmente cumpridas (em direito usamos o brocardo pacta sunt servanda), sob pena de execução patrimonial contra a pessoa que não cumpriu o contrato (salvo causas de força maior e caso fortuito). Em regra o simples acordo de duas ou mais vontades é suficiente para gerar um contrato válido. Veremos no final desta aula uma série de exceções a esse princípio da obrigatoriedade. Atualmente, cada vez mais vem se atenuando esse princípio.
• Relatividade dos efeitos do contrato ⎯ o contrato, em regra (veremos depois as exceções), não aproveita nem prejudica terceiros, vinculando exclusivamente as partes que nele intervierem. O contrato somente produz efeito entre os contratantes. Também não é um princípio absoluto. Vejam o que diz a “estipulação em favor de terceiros”, no final desta aula, onde há o favorecimento (nunca prejuízo) de terceiros.
• Boa fé objetiva – é um princípio estabelecido pelo novo Código Civil; trata-se de uma novidade no Direito Civil e que tem sido objeto de muitas perguntas em concurso, por ser novidade. Segundo ele, as partes devem agir com lealdade, probidade e confiança recíprocas (art. 422 CC), não só na elaboração, como na conclusão e execução do contrato, que além da função econômica de circulação de riquezas, serve, também, de mecanismo para se atingir a justiça social, solidariedade, dignidade da pessoa humana, etc., que são objetivos primordiais de nossa sociedade, estabelecidos na Constituição. Um contrato deve ser útil e justo.
CLASSIFICAÇÃO DOS CONTRATOS
Classificar os contratos significa analisar suas características, qualificando-os sob diversos aspectos que geram consequências jurídicas. São essas características que determinam se os contratos são gratuitos ou onerosos, bilaterais ou unilaterais, de execução futura ou imediata, etc. Portanto, o mesmo contrato incide sempre em várias classificações, as quais estudaremos a seguir.
Obs.: A classificação dos contratos é doutrinária, não comportando sua definição em lei. Por consequência, não é absoluta entre os vários autores que a descrevem, principalmente no que diz respeito às novas manifestações contratuais, pelo que torna variável o ângulo de enfoque.
A nossa Classificação dos Contratos a ser estudada será esta:
1) Contratos Unilaterais e Bilaterais (sinalagmáticos)
2) Contratos Onerosos e Gratuitos
3) Contratos Comutativos e Aleatórios
4) Contratos Consensuais e Reais
5) Contratos Solenes e Não-solenes
6) Contratos Principais e Acessórios
7) Contratos de Execução Imediata, de Execução Diferida e de Execução Continuada
8) Contratos Típicos e Atípicos
9) Contratos Paritários e de Adesão
1. CONTRATOS UNILATERAIS; BILATERAIS OU PLURILATERAIS (SINALAGMÁTICOS)
Toda relação contratual pressupõe a existência de duas ou mais manifestações de vontades, no entanto, isso não representa a certeza de que os efeitos patrimoniais serão sempre suportados pelas duas partes, daí decorre a seguinte classificação:
UNILATERAIS: É aquele cujas obrigações e direitos implique para apenas uma das partes, ou seja, a prestação pecuniária é suportada por apenas uma parte, enquanto que a outra figura como quem receberá a prestação. Ex.: Doação Simples; Comodato.
BILATERAIS ou PLURILATERAIS: A produção das obrigações e direitos se manifestam de forma simultânea, onde as prestações são recíprocas, ou seja, os dois contratantes têm responsabilidades um com o outro, sendo devedores e credores um do outro, por isso também é conhecido como sinalagmático (efeitos). Ex.: Compra e Venda; Empreitada; Empréstimo...
Obs.: Nesta espécie de contrato não pode um dos lados antes de cumprir suas obrigações, exigir o cumprimento do outro (Art. 476, do CC/02).
2. CONTRATOS ONEROSOS E GRATUITOS
ONEROSOS: São os contratos em que ambas as partes têm vantagem e proveito econômico. Ex.: os contratos bilaterais, onde ambas as partes ganham e perdem.
GRATUITOS: São os contratos em que só beneficiam uma das partes, enquanto que a outra parte suporta o ônus, ou seja, cria direito para uma das partes e obrigação para a outra.
Obs.: Geralmente todo contrato unilateral é gratuito, como na doação e no empréstimo. Porém pode haver contratos unilaterais e onerosos quando existe uma pequena contraprestação da outra parte, como na doação modal, aquela onde há um encargo (pequeno) por parte do donatário. Ex.: A doa um carro a seu filho com o ônus de levar a irmã para a escola – art. 553, CC/02.
3. CONTRATOS COMUTATIVOS E ALEATÓRIOS
Essa classificação só interessa aos contratos onerosos.
COMUTATIVOS: São comutativos quando existe uma equivalência entre a prestação (vantagem) e a contraprestação (sacrifício), ou seja, os contratantes, ab initio, já conhecem suas respectivas prestações a serem cumpridas. Ex.: Compra e Venda; Contrato Individual de Emprego.
ALEATÓRIOS: Diz aleatório quando a obrigação de uma das partes somente puder ser exigida em função de coisas ou fatos futuros, cujo risco da não ocorrência for assumido pelo outro contratante, aqui uma das partes vai ter mais vantagem do que a outra, a depender de um fato futuro e imprevisível chamado “alea” = sorte, destino. 
Ex.: contrato de seguro onde eu pago mil reais para proteger meu carro que vale vinte mil; se o carro for roubado eu receberei uma indenização muito superior ao desembolso efetuado, mas se durante o prazo do contrato não houver sinistro, a vantagem será toda da seguradora. Jogo e aposta, compra e venda de coisa futura.
4. CONTRATOS CONSENSUAIS E REAIS
Nesta classificação, o que interessa é à maneira (forma) pela qual o negócio jurídico é considerado ultimado, podendo assim ser:
CONSENSUAIS: Quando se concretizam com a simples declaração de vontade das partes, sendo entendidos como todos aqueles não solenes, cuja a lei não exige nenhuma forma especial para a sua celebração. Ex.: Locação; Parceria Rural; Mandato; Transporte.
REAIS: São aqueles em que só o consenso das partes é insuficiente, então além do acordo de vontades a lei vai exigir a entrega da coisa (tradição) para a sua celebração. Ex.: doação de bens móveis, comodato, mútuo, depósito. Casuística: A promete emprestar sua casa de praia para B passar o verão (= comodato), só haverá contrato após a ocupação efetiva da casa por B
Obs.: O contrato não se forma enquanto não houver a entrega da coisa, por isso ser chamado de real, e vindo isso ocorrer existirá quando muito um pré-contrato. A tradição não é requisito de validade, mas de existência dos contratos reais.
5. CONTRATOS SOLENES E NÃO-SOLENES
Nos reportamos aos sistemas previstos nos requisitos formais, ou seja o Consensualismo e o Formalismo.
NÃO SOLENES: Como na autonomia privada a liberdade é grande, sendo a regra em nosso ordenamento jurídico, a maioria dos contratos são informais e consensuais, bastando o acordo de vontades para sua formação (art. 107 e 104 III, do CC/02). 
SOLENES: São os contratos cuja forma é determinada e prevista em lei, sendo que a sua não observância acarreta a nulidade do mesmo. Ex.: Escritura Pública, artigo 108, CC/02. 
 O testamento, embora não seja um contrato, é um negócio jurídico que deve respeitar a forma, servindo de ilustração para fins didáticos.
6. CONTRATOS PRINCIPAIS E ACESSÓRIOS
PRINCIPAIS: Contrato principal é aquele que tem vida própria e existe por si só. A grande maioria dos contratos são principais, independentes e autônomos. 
ACESSÓRIOS: São aqueles cuja existência depende de outro contrato, como os contratos de garantia. E segundo regra do art. 184, CC/02, tais contratos acessórios seguem a sorte dos principais.
Ex.: a fiança é um contratoacessório que geralmente garante uma locação principal; a hipoteca é outro contrato acessório que geralmente garante um empréstimo principal. A fiança e a hipoteca vão servir assim para satisfazer o credor caso haja inadimplemento dos contratos principais. 
7.CONTRATOS INSTANTÂNEOS E DE DURAÇÃO
INSTANTÂNEOS: São os contratos que possuem vida curta, efêmera, onde a relação jurídica contratual tem seus efeitos produzidos de uma só vez, sendo esta a regra que deve o compor. 
Ex.: Compra e Venda à vista de bens móveis, em que o contrato se consuma com a tradição da coisa.
7.1 EXECUÇÃO IMEDIATA E DIFERIDA
No entanto, quanto aos efeitos produzidos poderá se dar de duas formas, seja imediata ou diferida.
EXECUÇÃO IMEDIATA: São os contratos em que a solução se efetua de uma só vez e por prestação única, tendo por efeito a extinção cabal da obrigação, como no caso da troca, compra e venda à vista, doação.
EXECUÇÃO DIFERIDA: São aqueles em que a prestação de uma das partes não se dá de um só vez, porém a termo, não ocorrendo a extinção da obrigação enquanto não se completar a solutio. Ex.: Compra e Venda a prazo.
DURAÇÃO: Também chamados de trato sucessivo ou execução continuada, sendo aquele que se cumpre por meio de atos reiterados. O que a caracteriza é o fato de que os pagamentos não geram a extinção da obrigação, que renasce, podendo sua duração ser determinada ou indeterminada, na medida em que haja ou não previsão expressa do termo final ou condição resolutiva a limitar a eficácia do contrato. Caso típico é a locação.
Observações desta Classificação:
Obs.: A teoria da imprevisão estará presente nos contratos de execução diferida e de duração;
Obs.: Parte da doutrina diz ser irrelevante distinguir se o contrato é diferido ou de duração, pois, havendo o elemento “prazo” no contrato, não é ele de execução instantânea, não merecendo, então, o tratamento exclusivo dessa classe.
8. CONTRATOS TÍPICOS E ATÍPICOS
TÍPICOS: Entendam-se como aqueles que possuem previsão legal, ou seja, são regulados por nossa legislação pátria, sendo disciplinados pelo legislador por serem os contratos mais comuns e importantes. 
ATÍPICOS: São aqueles não regulados em lei, sendo criados diante da criatividade e necessidade dos homens em se relacionar e fazer negócios. Ex.: Leasing; publicidade; excursão turística; mudança.
Obs.: Os contratos atípicos, como o leasing, devem ser escritos e minuciosos já que não há lei para regulamentá-los.
Obs.: Devem obedecer as normas de cláusulas gerais, assim como os princípios da função social e da boa-fé objetiva.
9. CONTRATOS PARITÁRIOS E DE ADESÃO
PARITÁRIOS: São contratos em que as partes estão em situação de igualdade no que concerne ao princípio da autonomia de vontade; discutem os termos do ato do negócio e livremente se vinculam fixando cláusulas e condições que regulam as relações contratuais.
ADESÃO: Se caracteriza pela inexistência da liberdade de convenção, porque exclui a possibilidade de debate ou discussão sobre os seus termos; um dos contratantes se limita a aceitar as cláusulas e condições previamente redigidas pelo outro, aderindo a uma situação contratual que já está previamente definida.
Obs.: Nos contratos de adesão, eventuais dúvidas oriundas das cláusulas se interpretam em favor de quem adere ao contrato (aderente). 
Obs.: O Código de Defesa do Consumidor, em seu artigo 54, oferece o conceito e dispõe sobre a admissão de cláusula resolutória. São espécies deste tipo de contrato, o seguro, o contrato de consórcio e o de transporte.
DA FORMAÇÃO DOS CONTRATOS
FORMAÇÃO DOS CONTRATOS
O nascimento de um contrato segue um verdadeiro processo de formação, cujo início é caracterizado pelas negociações preliminares, denominada de fase de pontuação, até que as partes chegam a uma proposta definitiva, seguida de imprescindível aceitação.
Obs.: Somente com a junção da Proposta + Aceitação é que se forma o CONTRATO.
FASE DE PUNTUAÇÃO (Negociações Preliminares)
Caracteriza-se pelo momento anterior à formação do contrato, ou seja, o período de negociações preliminares, onde permite que as partes discutam, ponderam, reflitam, estudam e pactuam a minuta do contrato, para que possam chegar a uma proposta final e definitiva.
Obs.: Sua principal característica é a não vinculação das partes a uma relação jurídica obrigacional, ou seja, enquanto não houver a proposta e o aceite definitivo, estaremos na fase de puntuação.
Obs.: Possibilidade de vinculação: Quando os indícios levam a crer que o contrato iria ser formalizado. Ex.: Parte que efetiva gastos na certeza da celebração do negócio > Res. Civ.
PROPOSTA DE CONTRATAR
A proposta, também denominada de policitação, consiste na oferta de contratar que uma parte faz à outra, com vistas à celebração de determinado negócio, sendo que, para a sua validade é necessário força vinculante, ou seja, ser séria e concreta. Meras declarações ou afirmações jocosas não traduzem proposta juridicamente válida e exigível.
3.1 ANÁLISE DO ARTIGO 427, DO CÓDIGO CIVIL/2002
Significa que a proposta de contratar obriga o proponente, que não poderá voltar atrás, ressalvadas apenas as exceções descritas na própria lei (artigo 427 e 428, do CC/02). Cuida-se do princípio da vinculação da proposta, ligado a segurança jurídica.
3.1.1 Se o Contrário não resultar dos termos dela:
É a possibilidade do proponente de reservar a possibilidade de se retratar ou de se arrepender de fechar o negócio.
3.1.2 Se o Contrário resultar da natureza do negócio:
É aquela limitada pela própria natureza em que a proposta é formulada, ocorrida com maior frequência nas propostas abertas ao público. Ex.: “Válidas até durarem o estoque”; “Promessa de Recompensa em rádio, onde o primeiro que responder consuma a obrigação”.
3.1.3 Se o Contrário resultar das circunstâncias do caso:
Trata-se dicção genérica, direcionada ao magistrado, que terá a liberdade para aferir, no caso concreto, situação que a proposta não poderia se considerar obrigatória. Ex.: Como em um evento de caso fortuito ou força maior.
3.2 PRAZO DE VALIDADE DA PROPOSTA
São as hipóteses previstas no artigo 428 do CC/02.
3.2.1 Pessoa PRESENTE e AUSENTE
Presente: São as pessoas que mantêm contato direto e simultâneo uma com a outra, ainda que não pessoalmente. Ex.: Pessoalmente; Contato Telefônico; Messenger; WhatsApp; Chat, etc.
Ausente: São aquelas pessoas que não mantêm contato direto e imediato entre si, havendo um intervalo entre a proposta feita e a manifestação do aceite. Ex.: Propostas realizada via carta postal; Telegrama, e-mail, fax.
3.3 Análise dos INCISOS I, II, III e IV, do art. 428, CC/02
3.3.1 INCISO I:
Se feita para pessoa presente, a resposta deve ser imediata, no ato, caso não aconteça, interpretará a recusa, ocasionando a perda da eficácia da oferta.
3.3.2 INCISO II: 
Hipótese em que a proposta é enviada, sem prazo, e decorre tempo suficiente para a resposta do aceitante, que não a encaminha ao proponente.
Obs.: Critério subjetivo do magistrado, que de acordo com o princípio da razoabilidade aplicará a melhor norma ao caso concreto. Como parâmetro, pode utilizar, o lapso temporal comumente/habitual em contratos daquela natureza.
3.3.3 INCISO III:
Neste caso, a proposta é feita a pessoa ausente, com definição de prazo, no entanto, decorre o prazo assinalado e a resposta não é expedida.
3.3.4 INCISO IV
Hipótese em que, antes ou simultaneamente, chega ao conhecimento da outra parte a retratação ou arrependimento do proponente, caso em que a oferta perderá sua obrigatoriedade.
3.4 OFERTA AO PÚBLICO (art. 429, CC/02)
Consiste na proposta de contratar feita a uma coletividade de pessoas, contudo, não se diferencia essencialmente das demais, singularizando-se apenas por se dirigir a um número indeterminado de pessoas.
Obs.: RETRATAÇÃO: Deverá ser feita na mesma via de divulgação, e desde que tal faculdade tenha sido ressalvada na própria oferta, caso contrário, haverá vinculação da proposta.
4 ACEITAÇÃO
Trata-se demanifestação de vontade concordante do aceitante ou oblato, que adere à proposta que lhe fora apresentada, devendo ser externada sem vícios de consentimento.
4.1 Aceitação Tardia (art. 430, CC/02)
Se a aceitação, por circunstâncias imprevistas, chegar tarde ao conhecimento do proponente, este deverá comunicar o fato imediatamente ao aceitante, sob pena de responder por perdas e danos.
Ex.: Compra de safra de banana.
4.2 Contraproposta (art. 431, CC/02)
Deve a aceitação ser integral aos termos ofertados pelo proponente, visto que, caso seja realizada fora do prazo; com adições; restrições ou modificações, importará em nova proposta.
4.3 Hipóteses de Aceitação Tácita (art. 432, CC/02)
O presente artigo reconhece duas formas básicas de aceitação tácita, sendo a primeira referente ao costume negocial, e a segunda, quando houver a dispensa do proponente, ocasião em que o contrato será dito como celebrado, quando a recusa não chegar a tempo.
Ex.: Não for usual aceitação expressa: Comerciante A que sempre remete mercadoria a determinado estabelecimento B, e o proprietário deste, em data certa, efetua o pagamento. Caso o comerciante B não tenha mais interesse nas mercadorias de A, deverá comunica-lo, sob pena de vincular a sua aceitação tácita, ante o costume negocial.
Ex.: Dispensa do proponente: A reserva um quarto no Hotel B, informando que chegará no dia X, assim, não havendo negativa do hoteleiro até o dia definido, o contrato se deu por celebrado.
4.3.1 silêncio como manifestação de vontade 
Não se confunde consentimento tácito com efeito vinculativo do silêncio, pois este, não sendo nem afirmação, nem negação, não pode ser considerado como manifestação tácita do querer.
Obs.: Silêncio Qualificado: se dá sempre que a lei, a vontade das partes ou o comportamento passado dos contratantes houver estabelecido para qualquer destes o dever de recusar expressamente oferta, sob pena de se imaginar que a aceitou.
5. FORMAÇÃO DOS CONTRATOS ENTRE AUSENTES
Diz respeito aos contratos firmados por partes não presentes, ou seja, pessoas em locais distintos, especialmente os pactuados mediante correspondência epistolar (e-mail, telegrama, fax, etc).
5.1 Teoria da Cognição (Informação)
Diz que o contrato entre ausentes somente poderia ser formalizado quando a resposta do aceitante chegasse ao conhecimento do proponente, ou seja, quando o policitante se inteira da resposta.
5.2 Teoria da Agnição
De acordo com esta teoria, o contrato se aperfeiçoa com a anuência do aceitante.
Todavia aqui se formam três subteorias, a saber:
5.2.1 subteoria da declaração propriamente dita: basta a formulação da resposta. Assim, por esse entendimento, o contrato se forma desde que o aceitante escreve, digita ou redija a sua carta. Ressalta-se que tal teoria peca por ser extremamente insegura, dada a dificuldade em se precisar o instante da resposta. 
Obs.: Nenhuma legislação adotou tal sistema.
5.2.2 Subteoria da expedição: não basta formular a resposta é preciso enviá-la, sendo este o momento que ocorre o aperfeiçoamento do contrato, pois nesse instante o aceitante perde o comando sobre a sua vontade, não podendo mais se arrepender.
5.2.3 Subteoria da recepção: não basta formular a resposta e enviá-la, é preciso que ela chegue materialmente (não é necessário que ele a leia) às mãos do policitante (art. 434, II, CC/2202).
Obs.: 	O ordenamento jurídico pátrio adotou, como regra, a teoria da agnição na forma da subteoria da recepção. Entendem assim: Pablo Stolze e Carlos R. Gonç.
6. LUGAR DA FORMAÇÃO DO CONTRATO
As partes têm liberdade de fixar o local de celebração, porém, em não fazendo, o lugar será determinado pelo legislador. E segundo a regra do artigo 435, do CC/02, o lugar da formação do contrato será aquele onde o mesmo foi proposto, ou seja, nascerá o vínculo contratual do local onde se deu a oferta.
Obs.: Regra Internacional: Segue o comando previsto no artigo 9º, §2º, da LIDB, que diz que a obrigação resultante do contrato reputa-se constituída no lugar em que residir o proponente.
6.1 Contratos na Internet
De início, para a celebração de contrato pela internet, em primeiro lugar é necessário precisar se o website contém uma série de elementos essenciais e suficiente para constituir uma oferta. Em caso afirmativo, é uma oferta ao público, vinculatória se for um contrato de consumo, que se conclui no momento em que o usuário transmite a declaração de aceitação. Se não contiver os elementos constitutivos de uma oferta, trata-se de um convite a ser oferecido; o “navegante” é quem oferece e o contrato se completa a partir do momento em que ele recebe a aceitação da parte do provedor.
Em regra, não havendo estipulação do local do contrato pelas partes, o lugar da formação do pacto será o do endereço do proponente, ou seja, a sua residência ou local empresarial, com base no artigo 435, do Código Civil.
Para uma maior segurança jurídica o ideal seria que as partes no ato da contratação estipulasse o lugar de formação do contrato, ou, no caso de impossibilidade desta estipulação, que o local da proposta fosse indicado de forma expressa.
Quanto ao contrato de consumo eletrônico internacional, obedece ao disposto no art. 9º, § 2º, da LINDB, que determina a aplicação, à hipótese, da lei do domicílio do proponente. Por essa razão, se um brasileiro faz a aquisição de algum produto oferecido pela Internet por empresa estrangeira, o contrato então celebrado rege-se pelas leis do país do contratante que fez a oferta ou proposta.

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