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Mecanismos Gerais: toxicocinética 1 Fases da intoxicação I EXPOSIÇÃO Vias de introdução TOXICANTE disponibilidade química II TOXICO CINÉTICA III TOXICO DINÂMICA Processos de transporte: absorção distribuição biotransformação excreção Natureza da ação TOXICIDADE IV CLÍNICA sinais e sintomas INTOXICAÇÃO biodisponibilidade Moraes e col, 1991 Absorção O que determina o transporte através da membrana? Peso molecular, tamanho e forma Coeficiente de partição octanol-água K=B/A B=mg/mL=C em clorofórmio A=mg/mL=C em água Bicamada lipídica Barbitúrico Coeficiente de partição Porcentagem de absorção Barbital 0.7 12 Fenobarbital 4.8 20 Ciclobarbital 13.9 24 Pentobarbital 28.0 30 Secobarbital 50.7 40 Absorção: grau de ionização Meio extracelular Meio intracelular RCOOH H+ + RCOO- R-NH3+ H+ + RNH2 A equação de Henderson-Hasselbach pode ser empregada na previsão do comportamento farmacocinético de fármacos pKa = pH + log (R-COOH) (R-COO-) pKa = pH + log (R-NH3+) (R-NH2) 10 pKa-pH = (forma molecular) (forma ionizada) 10 pKa-pH = (forma ionizada) (forma molecular) Mucosa gástrica – pH 1 Mucosa intestinal – pH 5 Plasma – pH 7,4 COO COOH NH2 NH3+ Efeito do pH na ionização do ácido benzóico (pKa = 4) e da anilina (pKa = 5) Absorção: grau de ionização 5 O que influencia na absorção? Absorção oral Fatores físico-químicos pH do meio pKa da substância Velocidade de dissolução Peristaltismo intestinal Presença de alimentos Mucosa gástrica – pH 1 Mucosa intestinal – pH 5 pKa = pH + log (R-COOH) (R-COO-) pKa = pH + log (R-NH3+) (R-NH2) Absorção oral – ciclo entero-hepático http://ltc.nutes.ufrj.br/toxicologia/mII.digs.htm Curso de toxicologia do Núcleo de Saúde Coletiva da Universidade Federal do Rio de Janeiro Impermeabilidade: íons e soluções aquosas Permeabilidade: toxicantes sólidos, gases e líquidos lipossolúveis Efeito local e específico: irritação, corrosão, sensibilização e mutação gênica Substâncias que causam efeitos locais também podem causar efeito sistêmico Substâncias com alto coeficiente de partição óleo/água absorvidas por difusão lipídica Absorção dérmica 8 Absorção respiratória Curta distância Alta vascularização Extensa área superficial Absorção rápida e geralmente completa Diâmetro (µm) Retenção Destino 5 Nasofaríngea Eliminação por assopro, espirro ou limpeza 9 Absorção respiratória Material Particulado Diâmetro (µm) Retenção Destino 5 Nasofaríngea Eliminação por assopro, espirro ou limpeza Absorção de partículas suspensas no ar Diâmetro (µm) Retenção Destino 5 Nasofaríngea Eliminação por assopro, espirro ou limpeza 10 Gases e substâncias voláteis Vapores hidrossolúveis Retidos parcialmente Vapores lipossolúveis Absorção respiratória Introdução do xenobiótico na circulação Plasma Xenobiótico ligado às proteínas Xenobiótico livre Líquido intersticial Xenobiótico ligado às proteínas Xenobiótico livre Células alvo Xenobiótico ligado a sítios inertes Xenobiótico livre Complexo xenobiótico-alvo Eliminação Fora do organismo Intensidade do efeito tóxico Esquema da distribuição de um xenobiótico até seu local de ação. OGA S., CARMARGO, M.M.A., BATISTUZZO, J.A.O. Fundamentos de toxicologia. 3ª ed. São Paulo: Editora Atheneu,,2008. Distribuição Equilíbrio de distribuição Tecidos com grande circulação X tecidos pouco irrigados Distribuição Volume de distribuição Valores altos > 30 L – amplamente distribuído com pequena fração do plasma Valores baixos maior fração no plasma, >ligação com proteínas plasmáticas Barreiras biológicas Sistema nervoso central: barreira hematoencefálica Fetal: barreira placentária Xenobiótico Biotransformação Pode ser eliminado sem alteração Sofrer transformações que facilitem a eliminação Sofrer alterações estruturais aumentanto ou diminuindo o efeito tóxico Oxidação Biotransformação: fase I 15 Redução Biotransformação: fase I Ocorre em condições de baixa concentração de oxigênio O citocromo P-450 transfere o elétron diretamente ao substrato Xenobiótico com grupamentos aldeído, cetona, dissulfeto, sulfóxido, quinonas, N-óxidos, alquenos, azo e nitro. Hidrólise Biotransformação: fase I Xenobióticos com grupamentos funcionais éster, ácido carboxílico, amidas, tio-ésteres, ésteres de ácidos fósfóricos Enzimas envolvidas (ampla distribuição tecidual e plasmática): carboxilesterases, pseudocolinesterases e paroxonases Biotransformação: fase II Reações de conjugação Ligação covalente com ácido glicurônico, sulfato, glutationa Compostos conjugados polares inativos e amplamente eliminados Síntese do composto endógeno que será ligado (sintetases) Transferência dos compostos endógenos com o xenobiótico (transferases) 18 Biotransformação: fase II 19 Excreção: vias Rim Bile Pulmão Saliva Suor Leite materno Ar exalado Excreção: renal Filtração glomerular: Baixo peso molecular, hidrossolubilidade. Substâncias com alto coeficiente de particição óleo/água não sofrerão filtração ou serão reabsorvida Secreção tubular: Transporte ativo de substâncias ácidas e básicas Reabsorção: Túbulos por mecanismo de difusão passiva ou transporte ativo 21 Excreção: pulmonar Substância Coeficiente de partição SG/ar Tempo de equilíbrio (min) Excreção Clorofórmio 15 > 60 lenta Etileno 0,14 8-21 rápida Dependente da solubilidade no sangue 22 Excreção: trato digestivo 23 Excreção: leite e saliva Leite substâncias lipossolúveis pH do leite e da saliva inferior ao do sangue excreção de substâncias de caráter alcalino excreção de substâncias de caráter básico. 24 Parâmetros biológicos indicadores da eliminação índice de função renal Meia vida biológica (t1/2) tempo requerido para que a concentração plasmática seja reduzida a 50% Depuração (Dp) capacidade de eliminar uma substância do plasma, fígado e rim, depuração total=soma das depurações individuais Depuração renal de creatinina 25 Mecanismos Gerais: toxicodinâmica Profa. Dra. Virgínia Martins Carvalho (virginiamc@pharma.ufrj.br) Faculdade de Farmácia, Laboratório de Análises Toxicológicas 26 Interação molecular do xenobiótico Tipos de reação com o sítio de ligação Agentes eletrofílicos- afinidade para átomos nucleofílicos- proteínas e ácidos nucléicos Ligação covalente - irreversível Radicais livres •OH DNA - câncer Organofosforados - inibição irreversível da acetilcolinesterase intermediário estável intoxicação persistente Tipos de reação com o sítio de ligação Abstração de hidrogênio – peroxidação lipídica R’’ C C C C C R’ H H H H H HO. H2O R’’ C C C C C R’ H H H H . HO. Retira o H atômico do ácido graxo insaturado da molécula lipídica Tipos de reação com o sítio de ligação Abstração de hidrogênio – peroxidação lipídica C C H H Molécula lipídica, L Cl C Cl Cl . + + C C H Radical lipídico, L. . Cl C Cl Cl H Tipos de reação com o sítio de ligação Transferência de elétronsFe++ Fe+++ Mecanismo direto oxidação da hemoglobina - metemoglobina Ação em membranas excitáveis/ Efeito direto sobre os canais- voltagem dependente DDT, inseticidas piretróides e toxinas do veneno de escorpião: inibem o fechamento dos canais de sódio voltagem dependente, despolarização permanente Tetrodotoxina e saxitoxina: antagonistas seletivos do canal de sódio, inibem a despolarização Efeito indireto- síntese, estocagem, liberação e remoção de transmissores Anfetaminas: liberação dos estoques e recaptação de NOR e DA, inibidores da MAO- NOR Antidepressivos tricíclicos: inibidores da MAO Ação em membranas excitáveis/ Carcinogênese Química 1701/1800 –Inglaterra Percival Pott Carcinogênese Crescimento novo, massa anormal de tecido cujo crescimento não é coordenado e persiste após a cessação do estímulo que o provocou (Willis, 1992) NEOPLASIA 35 Múltiplos eventos sucessivos Subversão dos mecanismos de controle Célula transformada (vantagem seletiva) Carcinogênese Oncogenes Antioncogenes Genes de Apoptose Genes de Antiapoptose Genes de Reparo do DNA 36 Carcinogênese Estágios de desenvolvimento 20 – 40 anos 37 Iniciação - alteração no DNA causada por agente iniciador, desregulação no mecanismo de crescimento e multiplicação celular Promoção – ação de oncopromotores facilitam a divisão celular de clones neoplásicos Progressão – multiplicação descontrolada e irreversível das células mutadas Pode haver manifestação clínica Carcinogênese iniciação promoção progressão Estágios de desenvolvimento 38 Iniciador Eletrófilos - reagem com locais nucleofílicos (DNA, RNA e proteínas) na célula (reações não-enzimáticas) Maioria dos carcinógenos requer ativação metabólica para a conversão em carcinógenos finais 39 Carcinogênese - iniciador Hidrocarbonetos policíclicos aromáticos Nitrosaminas e aminas aromáticas Agentes alquilantes mecloroetamina Aflatoxina B1 40 image1.png image2.emf pH Ácido benzoico % não ionizado Anilina % não ionizado 1 2 3 4 5 6 7 99,9 99 90 50 10 1 0,1 0,1 1 10 50 90 99 Documento_do_Microsoft_Word_97_-_20031.doc pH Ácido benzoico % não ionizado Anilina % não ionizado 1 2 3 4 5 6 7 99,9 99 90 50 10 1 0,1 0,1 1 10 50 90 99 image3.jpeg image4.jpeg image5.jpeg image6.png image7.png image8.png image9.png image10.png image11.png image12.png image13.png image14.png image15.png image16.png image17.png image18.png image19.jpeg image20.png image21.png image22.jpeg image23.jpeg image24.jpeg image25.png image26.png image27.png image28.jpeg image29.png image30.jpeg image31.png image32.png