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RESUMO - Direito Administrativo (Atos administrativos e Intervenção do estado na propriedade privada)

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ATOS ENUNCIATIVOS
Atos Enunciativos são todos aqueles em que a administração se limita a certificar ou atestar um fato, ou então a emitir uma opinião acerca de um determinado assunto. Dentre os atos mais comuns desta espécie temos as certidões, os atestados e os pareceres administrativos. 
Tipos 
Declaratórios – possuem efeito jurídico próprios
Certidões administrativas são cópias ou fotocópias fiéis e autenticadas de atos ou fatos constantes no processo, livro ou documento que se encontre nas repartições públicas. Podendo ser inteira ou resumida, desde que expressem fielmente o que se contém no original de onde foram extraídas.
Atestados administrativos são atos pelos quais a Administração comprova um fato ou uma situação de que tenha conhecimento por seus órgãos competentes. Pareceres administrativos são manifestações de órgão técnico sobre assuntos submetidos à sua consideração, tem caráter meramente opinativo, não vinculado à Administração ou aos particulares a sua motivação ou conclusões, salvo se aprovado por ato subsequente.
Embora contenha um enunciado opinativo, pode ser de existência obrigatória no procedimento administrativo e dar ensejo à nulidade do ato final se não constar do processo, como ocorre, por exemplo, nos casos em que a lei exige a prévia audiência de um órgão consultivo, antes da decisão terminativa da Administração. 
Apostilas são atos enunciativos ou declaratórios de uma situação anterior criada por lei. Apostilar significa averbar, contar, registrar. Temos como exemplo averbação de tempo de serviço.
Opinativos – não possuem efeitos jurídicos próprios
Parecer normativo é aquele que, ao ser aprovado pela autoridade competente, é convertido em norma de procedimento interno. Tal parecer, para o caso que propiciou, é ato individual e concreto, já para os casos futuros, é ato geral normativo. Parecer técnico é o que provém de órgão ou agente especializado na matéria, não podendo ser contrariado por leigo ou por superior hierárquico. Nesse parecer ou julgamento não prevalece a hierarquia administrativa, pois não há subordinação no campo da técnica.
Característica comum
- não contem manifestação de vontade da administração, ou seja, nenhum dos enunciados decide nada;
ATOS PUNITIVOS
Atos punitivos são os que contêm uma sanção àqueles que infringem disposições legais, regulamentares ou ordinatórias dos bens e serviços públicos, visam punir e reprimir as infrações administrativas ou a conduta irregular dos servidores ou dos particulares perante a Administração. 
Os atos administrativos punitivos podem ser de atuação externa e interna. Internamente, cabe à administração punir disciplinarmente seus servidores e corrigir os serviços defeituosos por meio de sanções estatutárias. Externamente, incumbe-lhe de velar pela correta observância das normas administrativas.
EXTINÇÃO DOS ATOS ADMINISTRATIVOS
Formas de extinção
Decorre de decisão da Administração Pública ou do Poder Judiciário
Tipos
Anulação (o defeito é o ato)
Revogação (judiciário não pode fazer esse tipo, e o defeito é inconveniente)
Cassação (o defeito é no exercício do direito decorrente do ato)
Outras formas de desfazimento do ato
a) não decorrem de ato de vontade (decisão)
b) tipos:
- extinção natural: esgotamento normal de seus efeitos
EX: termo final de autorização de uso de bem publico
- extinção subjetiva: desaparecimento do sujeito beneficiado pelo ato
EX: morte daquele autorizado a portar arma de fogo
- extinção objetiva: desaparecimento do objeto do ato
EX: extinção da empresa interditada por ato administrativo
- caducidade: o ato torna-se ilegal diante de nova lei
EX: autorização para uso de bem publico que se torna área de reserva ambiental
- contraposição: desfazimento através de outro ato incompatível, editado pela autoridade competente para ambos.
Anulação
É a invalidação de um ato ilegítimo e ilegal, realizada pela Administração ou pelo Judiciário.
A anulação deve ocorrer quando há vício no ato, relativo à legalidade ou legitimidade ofensa à lei ou ao direito como um todo. É sempre um controle de legalidade, nunca um controle de mérito.
Um vício de legalidade ou legitimidade pode ser sanável ou não. A anulação do ato que contenha vício insanável é obrigatória; já o ato que contenha vício sanável e não acarrete lesão ao interesse público nem prejuízo a terceiros pode ser anulado ou convalidado (a convalidação é ato discricionário, privativo da administração). A anulação de atos com vícios insanáveis, por ser obrigatória, é, ela própria, um ato vinculado.
Principais lições: A Administração com relação aos seus atos administrativos pode: 
ANULAR quando ILEGAIS.
REVOGAR quando INCOVENIENTES ou INOPORTUNOS ao interesse publico.
Revogação 
São a supressão de um ato administrativo legítimo e eficaz realizada pela Administração - e somente por ela - por não mais lhe convir sua existência.
A revogação tem fundamento no poder discricionário. Ela somente se aplica aos atos discricionários. A revogação é, em si, um ato discricionário, uma vez que decorre exclusivamente de critério de oportunidade e conveniência.
A revogação de atos administrativos configura o denominado "controle de mérito", que incide sobre atos válidos, sem quaisquer vícios, diferentemente do controle de legalidade ou de legitimidade, que incide sobre atos ilegais ou ilegítimos, anulando-os. A revogação somente produz efeitos prospectivos, para frente (ex nunc), porque o ato revogado era válido, não tinha vício nenhum. Além disso, devem ser respeitados os direitos adquiridos.
A revogação é ato privativo da administração que praticou o ato que está sendo revogado.
São insuscetíveis de revogação:
a) os atos consumados, que já exauriram seus efeitos
b) os atos vinculados, porque não comportam juízo de oportunidade e conveniência;
c) os atos que já geraram direitos adquiridos, gravados por garantia constitucional
d) os atos que integram um procedimento
Também não é cabível a revogação quando já se exauriu a competência da autoridade que editou determinado ato.
Cassação
A cassação é a extinção do ato administrativo quando o seu beneficiário deixa de cumprir os requisitos que deveria permanecer atendendo, como exigência para a manutenção do ato e de seus efeitos.
Convalidação
A convalidação é o refazimento de modo válido e com efeitos retroativos do que fora produzido de modo inválido.
Os atos que apresentem defeitos sanáveis poderão ser convalidados pela própria Administração em decisão na qual se evidencie não acarretarem lesão ao interesse público nem prejuízo a terceiros.
Só é admissível o instituto da convalidação para a doutrina dualista, que aceita possam os atos administrativos ser nulos ou anuláveis. Os vícios sanáveis possibilitam a convalidação, ao passo que os vícios insanáveis impedem o aproveitamento do ato. Os efeitos da convalidação são ex-tunc (retroativos).
Há razoável consenso na doutrina quanto aos vícios de legalidade do ato administrativo que podem ser enquadrados como defeitos sanáveis. São eles:
a) vício relativo à competência quanto à pessoa (não quanto à matéria), desde que não se trate de competência exclusiva;
b) vício de forma, desde que a lei não considere a forma elemento essencial à validade daquele ato.
DIFERENÇAS IMPORTANTES
ANULAÇÃO 
Retirada de atos inválidos, com vicio, ilegais.
Opera retroativamente, resguardados os efeitos já produzidos perante terceiros de boa-fé.
Pode ser efetuada pela administração, de oficio ou provocada, ou pelo Judiciário, se provocado.
Pode incidir sobre atos vinculados e discricionários exceto sobre o mérito administrativo.
A anulação de ato com vicio insanável é um ato vinculado. A anulação de ato com vicio sanável que fosse passivel de convalidação é um ato discricionário.
REVOGAÇÃO 
Retirada de atos válidos sem qualquer vicio.
Efeitos prospectivos; não é possivel revogar atos quejá tenham gerado direito adquirido.
Só pode ser efetuada pela própria administração que praticou o ato.
Só incide sobre atos discricionários (não existe revogação de ato vinculado).
A revogação é um ato discricionário.
CONVALIDAÇÃO
Correção de atos com vícios sanáveis, desde que tais atos não tenham acarretado lesão ao interesse público nem prejuizo a terceiros.
Opera retroativamente. Corrige o ato, tomando regulares (os seus efeitos, passados e futuros.
Só pode ser efetuada pela própria administração que praticou o ato. Pode incidir sobre atos vinculados e discricionários.
A convalidação é um ato discricionário. Em tese, a administração pode optar por anular o ato, mesmo que ele fosse passivel de convalidação.
No âmbito federal, estipula o prazo decadencial de cinco anos para a administração pública anular atos ilegais favoráveis ao administrado, salvo comprovada má-fé. Passado esse prazo sem que ocorra a anulação, ela não mais poderá fazê-lo, ainda que se trate de vício insanável. Ora, como o ato, depois da decadência do direito de anulá-lo, permanecerá no mundo jurídico produzindo efeitos que passarão a ser considerados válidos desde sempre, pode- se afirmar que ocorreu a sua convalidação. Note-se, porém, que, nesse caso, não há um ato de convalidação, e sim uma omissão do poder público cujo resultado é impedir a anulação de um ato inicialmente viciado, acarretando a sua manutenção no mundo jurídico como se fora um ato válido e eficaz.
INTERVENÇÃO DO ESTADO NA PROPRIEDADE
Generalidades
Fundamento geral: Supremacia do interesse publico
Fundamento especifico: Função social da propriedade
Servidão administrativa
Servidão administrativa é o direito real público que autoriza o Poder Público a usar da propriedade imóvel para permitir a execução de obras e serviços de interesse coletivo.
São exemplos de servidão administrativa: a instalação de redes elétricas, de redes telefônicas.
As servidões administrativas podem ser instituídas por duas formas distintas:
a) acordo administrativo; o proprietário do imóvel particular e o Poder Público celebram um acordo formal por escritura pública, que garante ao Estado o direito de uso da propriedade, para determinada finalidade pública.
Esse acordo deve ser sempre, precedido da declaração de necessidade pública de instituir a servidão por parte do Estado.
b) sentença judicial. (quando não há, acordo entre as partes. Não havendo acordo, o Poder Público promove ação contra o proprietário, demonstrando ao juiz a existência do decreto específico, indicativo da declaração de utilidade pública.)
Indenização
A indenização presume-se desnecessária.
A indenização não será pela propriedade do imóvel (não há perda de propriedade, a propriedade não é transferida do particular para o Poder Público), mas sim pelos danos ou prejuízos que o uso dessa propriedade pelo Poder Público efetivamente causar ao imóvel. Isso se o proprietário provar efetivos danos.
Extinção
O desaparecimento do bem gravado com a servidão, a incorporação do bem gravado ao patrimônio da pessoa em favor da qual foi instituída a servidão, o desinteresse superveniente do Estado em continuar utilizando o imóvel particular, objeto da servidão.
Principais características
a) a natureza jurídica é a de direito real;
b) incide sobre bem imóvel;
c) tem caráter de definitividade;
d) a indenização é prévia e condicionada (só se houver prejuízo);
e) inexistência de autoexecutoriedade: só se constitui mediante acordo ou sentença judicial.
Requisição
Requisição é o instrumento de intervenção estatal mediante o qual, em situação de perigo público iminente, o Estado utiliza bens móveis, Imóveis ou serviços particulares com indenização ulterior, se houver dano.
Objeto e indenização
O objeto da requisição abrange móveis, imóveis e serviços particulares. o Poder Público requisitar o uso de imóvel de particular, dos equipamentos e dos serviços médicos de determinado hospital privado etc.
A indenização pelo uso dos bens alcançados pela requisição é condicionada:
O proprietário só fará jus à indenização se houver dano; inexistindo danos, não há que se falar em indenização; existindo indenização, será ela sempre ulterior,
Instituição e extinção
Presente a situação de perigo iminente, a requisição pode ser decretada de imediato, sem necessidade de prévia autorização judicial. O ato administrativo que formaliza a requisição é autoexecutório, não depende de qualquer apreciação Judicial previa.
A requisição é instituto de natureza transitória: sua extinção dar-se-á tão logo desapareça a: situação de perigo público iminente que justificou sua instituição.
Principais características
a) é direito pessoal da Administração (a servidão é direito real);
b) seu pressuposto é o perigo público iminente (na servidão inexiste essa exigência, bastando a existência de interesse público);
c) incide sobre bens móveis, imóveis e serviços (a servidão só incide sobre bens imóveis);
d) caracteriza-se pela transitoriedade (a servidão tem caráter de definitividade);
e) a indenização, somente devida se houver dano, é ulterior (na servidão, a indenização, embora também condicionada à existência de prejuízo, é prévia).
Ocupação temporária
Ocupação temporária é a forma de intervenção pela qual o Poder Público usa transitoriamente imóveis privados, como meio de apoio à execução de obras e serviços públicos.
Instituição, extinção e indenização
A instituição da ocupação temporária dá-se por meio da expedição de ato pela autoridade administrativa competente, que deverá fixar, desde logo, e se for o caso, a justa indenização devida ao proprietário do imóvel ocupado. É ato autoexecutório, que não depende de apreciação prévia do Poder Judiciário.
A extinção da ocupação temporária dá-se com a conclusão da obra ou serviço pelo Poder Público. Se a ocupação temporária é instituída em razão da realização de uma obra ou serviços públicos, segue-se que a propriedade privada deve ser desocupada tão logo esteja concluída a atividade pública.
Extinta a causa que lhe deu origem, extingue-se o efeito da ocupação.
Na ocupação temporária, a indenização é também condicionada à ocorrência de prejuízo ao proprietário: em princípio não haverá indenização alguma, mas esta deverá ocorrer se o uso do bem particular acarretar prejuízo ao seu proprietário.
Características
a) cuida-se de direito de caráter não real (igual à requisição e diferente da servidão);
b) só incide sobre a propriedade imóvel (neste ponto é igual à servidão, mas se, distingue da requisição, que incide sobre móveis, Imóveis e serviços);
c) tem caráter de transitoriedade (o mesmo que a requisição; a servidão, ao contrário, tem natureza de permanência);
d) a situação constitutiva da ocupação é a necessidade de realização de obras e serviços públicos normais (a mesma situação que a servidão, mas diversa da requisição, que exige situação de perigo público iminente);
e) a indenização varia de acordo com a modalidade de ocupação temporária: se for vinculada à desapropriação, haverá dever indenizatório; se não for, inexistirá em regra esse dever, a menos que haja prejuízos para o proprietário (a requisição e a servidão podem ser, ou não, indenizáveis; sendo assim, igualam-se, nesse aspecto, à ocupação temporária não vinculada à desapropriação, mas se diferenciam da primeira modalidade, com desapropriação, porque esta é sempre indenizável).
Limitações administrativas 
Limitações administrativas são determinações de caráter geral, por meio das quais o Poder Público impõe a proprietários indeterminados obrigações de fazer, ou obrigações de deixar de fazer alguma coisa, com a finalidade de assegurar que a propriedade atenda sua função social.
Exemplos:
- obrigação de manter terrenos limpos (obrigação de fazer)
- proibição de construir acima de determinado numero de pavimentos (obrigação de não fazer)
Instituição, extinção e indenizaçãoÉ instituído e extinto por lei, e a indenização é indevida, pois não tem especificidade, então não tem como aplicar indenização.
Características
a) são atos legislativos ou administrativos de caráter geral (todas as demais formas interventivas decorrem de atos singulares, com indivíduos determinados);
b) têm caráter de definitividade (igual ao das servidões, mas diverso da natureza da requisição e da ocupação temporária);
c) o motivo das limitações administrativas é vinculado a interesses públicos abstratos (nas demais formas interventivas, o motivo é sempre a execução de obras e serviços públicos específicos);
d) ausência de indenização (nas outras formas pode ocorrer indenização quando há prejuízo para o proprietário).
Tombamento
Tombamento é a modalidade de intervenção na propriedade por meio da qual o Poder Público procura proteger o patrimônio cultural brasileiro.
O tombamento pode recair sobre moveis, imóveis e monumentos naturais.
Espécies
- Tombamento voluntário quando o proprietário consente no tombamento, seja por meio de pedido que ele mesmo formula ao Poder Público, seja concordando voluntariamente com a proposta de tombamento que lhe é dirigida pelo Poder Público.
- Tombamento compulsório ocorre quando o Poder Público realiza a inscrição do bem como tombado, mesmo diante da resistência e do inconformismo do proprietário.
- Tombamento é provisório enquanto está em curso o processo administrativo instaurado pela notificação do Poder Público.
- Tombamento definitivo quando, depois de concluído o processo administrativo, o Poder Público procede à inscrição do bem como tombado, no respectivo registro de tombamento.
Instituição
O tombamento é sempre resultante de vontade expressa do Podei Público, manifestada por ato administrativo do Executivo.
Processo do tombamento
O ato de tombamento deve ser precedido de processo administrativo, no qual serão· apurados os aspectos que materializam a necessidade de intervenção na propriedade privada para a proteção do bem tombado.
Efeitos do tombamento 
a) é vedado ao proprietário, ou ao titular de eventual direito de uso destruir demolir ou mutilar o bem tombado; 
b) o proprietário somente poderá reparar, pintar ou restaurar o bem após a devida autorização do Poder Público;
c) o proprietário deverá conservar o bem tombado para mantê-lo dentro de suas características culturais; para isso, se não dispuser de recursos para proceder as obras de conservação e restauração, deverá necessariamente comunicar o fato ao órgão que decretou o tombamento, o qual poderá mandar executá-las a suas expensas;
d) independentemente de solicitação do proprietário, pode o Poder Público, no caso de urgência, tomar a iniciativa de providenciar as obras de conservação;
e) no caso de alienação do bem tombado, o Poder Público tem direito de preferência; antes de alienar o bem tombado, deve o proprietário notificar a União, o Estado e o Município onde se situe, para exercerem dentro de trinta dias, seu direito de preferência; caso não seja observado direito de preferência, será nula a alienação, ficando autorizado o Poder Público a sequestrar o bem e impor ao proprietário e ao adquirente multa de 20% do valor do contrato;
f) o tombamento do bem não impede o proprietário de gravá-lo por meio de penhor, anticrese ou hipoteca;
g) não há obrigatoriedade de ó Poder Público indenizar o proprietário do imóvel no caso de tombamento.
Indenização
Regra: cabível (o valor depende do valor da propriedade);
Exceção: tombamento de uma cidade inteira (o dano se torna geral, traz valor econômico para a cidade já que vira turística).
Desapropriação
Desapropriação é o procedimento de direito público pelo qual o Poder Público transfere para si a propriedade de terceiro, por razões de utilidade pública, de necessidade pública, ou de interesse social, normalmente mediante o pagamento de justa e prévia indenização.
Pressupostos
a) a utilidade pública ou a necessidade pública;
b) o interesse social.
Fundamentos 
- Tem previsto em lei
- Tem previsto na constituição
Bens desapropriáveis
Como regra, a desapropriação pode ter por objeto qualquer espécie de bem susceptível de valoração patrimonial. O bem a ser desapropriado pode ser móvel ou imóvel, corpóreo ou incorpóreo.
Há bens que não podem ser desapropriados. São exemplos a moeda corrente do País e os chamados direitos personalíssimos, as margens dos rios navegáveis. Também não é cabível a desapropriação de pessoas jurídicas, pois estas são sujeitos de direitos, e não objetos.
Os bens públicos pertencentes às entidades políticas podem ser objeto de desapropriação, mas devem ser observadas as restrições vazadas.
Requisitos
1) que a desapropriação se dê dos entes federados de nível territorial mais abrangente para os de nível territorial menos abrangente; 
2) que exista lei, editada pelo ente federado que procederá à desapropriação, autorizando que ele o faça.
Casos especiais 
- desapropriação por Município ou Estado de bem pertencente a ente administrativo da União: possível; 
- desapropriação por Município de bem pertencente a ente administrativo do Estado: possível; 
- requisito: autorização do Presidente da República por decreto.
Pressupostos
Utilidade pública: a transferência do bem para o Poder Público é conveniente (mas não imprescindível)
Necessidade publica: a transferência ocorre por emergência.
Interesse social: realça a função social da propriedade; o bem não é destinado ao Poder Público, mas a terceiros.
Competência
Tipos
Legislativa: é privativa da União, quer dizer que só a União pode criar regras jurídicas novas sobre esse instituto. Essa competência privativa, porém, poderá ser delegada aos Estados e ao Distrito Federal, para o trato de questões específicas, desde que a delegação seja efetivada por meio de lei complementar.
Declaratória: é da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios, pois a eles cabe proceder à valoração dos casos de utilidade pública e de interesse social que justifiquem a desapropriação. Há um caso de desapropriação por interesse social em que a competência para a sua declaração é privativa da União: a hipótese de desapropriação por interesse social para o fim específico de promover a reforma agrária, mas somente para a reforma agrária a competência da União é privativa; nos demais casos de desapropriação, ainda que por interesse social, a competência para a declaração é de todos os entes federativos.
Executória: além da União, dos Estados, do Distrito Federal, dos Municípios e das entidades da Administração indireta desses entes políticos, as empresas que executam serviços públicos por meio de concessão ou permissão, podem executar a desapropriação, figurando no processo com todas as prerrogativas, direitos, obrigações, deveres e respectivos ônus, inclusive o relativo ao pagamento da indenização. Entretanto, para as pessoas que exercem funções delegadas do Poder Público a competência é condicionada, visto que só podem propor a ação de desapropriação se estiverem expressamente autorizados em lei ou contrato.
Destinação dos bens 
Os bens desapropriados passam a integrar o patrimônio das entidades ligadas ao Poder Público que providenciaram a desapropriação e pagaram a respectiva indenização.
EX: desapropriação de bens para abastecimento emergencial da população.
Procedimento de desapropriação
O procedimento administrativo de desapropriação é composto, basicamente, de duas fases distintas: 
- fase declaratória:
Meio: executivo (decreto), legislativo (lei) 
Conteúdo do decreto: descrição do bem, finalidade da desapropriação, enquadramento legal
Efeitos do decreto: entrada do bem; termo inicial da caducidade; fixação do estado do bem para fins de indenização.
Declaração de interesse do ente político na desapropriação do bem, o Poder Público declara a existência de utilidade pública ou interesse social para a desapropriação dedeterminado bem, pois são esses os pressupostos constitucionais que legitimarão a futura transferência da propriedade de tal bem para o seu domínio.
- fase executória: 
Meio: acordo ou via judicial
Providencias para transferir o bem para o Poder Público (definitiva ou provisoriamente), o Poder Público passa a agir efetivamente para ultimar a desapropriação, para completar a transferência do bem para o expropriante e assegurar ao expropriado a devida indenização.
Ação de desapropriação
O sujeito ativo da ação de desapropriação será o Poder Público ou a pessoa privada que exerce função delegada, esta quando autorizada em lei ou contrato. O proprietário nunca atua como parte no polo ativo da ação de desapropriação. Portanto, o autor da ação de desapropriação poderá ser a União, os Estados, o Distrito Federal, os Municípios, uma sociedade de economia mista, uma empresa pública, uma fundação pública, uma autarquia, um concessionário ou permissionário de serviço público. O sujeito passivo do processo (o réu) será sempre o proprietário do bem a ser desapropriado, que contestará a proposta feita pelo Poder Público, apresentando suas razões. O Ministério Público intervirá, obrigatoriamente, em qualquer processo de desapropriação.
- A contestação só poderá versar sobre vício do processo judicial ou impugnação do preço: qualquer outra questão deverá ser decidida por ação direta. Na contestação, a lei só permite que se discuta o preço e questões processuais.
- Em regra, a posse do expropriante sobre o bem expropriado somente ocorre quando tiver sido ultimado todo o processo de desapropriação, com a transferência jurídica do bem, após o pagamento da devida indenização.
Porém, desde que haja declaração de urgência e depósito prévio, é possível a imissão provisória na posse, isto é, que o expropriante passe a ter a posse provisória do bem antes da finalização da ação de desapropriação.
- A sentença no processo de desapropriação soluciona a lide, decidindo o mérito e fixando o valor da justa indenização a ser paga pelo expropriante ao expropriado. Efetuado o pagamento da indenização, consuma-se a desapropriação, adquirindo o Poder Público a imissão definitiva na posse do bem expropriado e o direito de providenciar a regularização da transferência do bem perante o Registro de Imóveis.
- A indenização deve ser prévia (antes da emissão definitiva na posse), justa e em dinheiro (inclui: juros compensatórios; juros moratórios; atualização monetária; honorários advocatícios). São esses os princípios aplicáveis à indenização na desapropriação: precedência, justiça e pecuniariedade.
- Caso não subsistam os; motivos que provocaram a iniciativa do processo expropriatório, pode o Poder Público desistir da desapropriação, inclusive no curso da ação judicial. O expropriado não pode opor-se à desistência, mas terá direito à indenização por todos os prejuízos causados pelo expropriante. A desistência pode ser declarada diretamente na ação de desapropriação, requerendo o Poder Público a extinção do processo sem julgamento do mérito, ou por meio da revogação do decreto expropriatório.
Desapropriação indireta
Desapropriação indireta é o fato administrativo por meio do qual o Estado se apropria de bem particular, sem observância dos requisitos da declaração e da indenização prévia.
Desapropriação por zona
Quando o poder público expropria uma extensão de área maior do que a estritamente necessária para a realização de uma obra ou serviço, com a inclusão de áreas adjacentes que ficam reservadas para uma das finalidades seguintes:
a) ulterior continuação do desenvolvimento da obra ou do serviço;
b) para serem alienadas depois que, em decorrência da obra ou do serviço, ocorrer a sua valorização.
Direito de extensão
É o direito do expropriado de exigir que a desapropriação e a respectiva indenização alcancem a totalidade do bem, quando o remanescente resultar esvaziado de seu conteúdo econômico. Pode ser exercido via administrativamente e por via judicial.
Tredestinação
É a destinação desconforme com o plano inicialmente previsto no ato expropriatório. Na Tredestinação, o Poder público desiste dos fins da desapropriação e transfere a terceiro o bem desapropriado ou pratica desvio de finalidade, permitindo que terceiro se beneficie de sua utilização. Quando não atendida nenhuma finalidade, ou seja, for atendido interesse particular, a desapropriação é nula, o proprietário passa a ter direito a retrocessão. 
Retrocessão
Se a coisa expropriada para fins de necessidade ou utilidade pública, ou por interesse social, não tiver o destino para que se desapropriou, ou não for utilizada em obras ou serviços públicos, caberá ao expropriado direito de preferência, pelo preço atual da coisa.
Desapropriação rural
A desapropriação rural tem por fim transferir para o Poder Público imóvel qualificado como rural, para fins de reforma agrária, ou qualquer outro fim compatível com a política agrícola e fundiária. A competência é exclusiva da União. A função social é cumprida quando a propriedade rural atende, simultaneamente, segundo critérios e graus de exigência estabelecidos em lei, aos seguintes requisitos:
a) aproveitamento racional e adequado;
b) utilização adequada dos recursos naturais disponíveis e preservação do meio ambiente;
c) observância das disposições que regulam as relações de trabalho;
d) exploração que favoreça o bem-estar dos proprietários e dos trabalhadores.
Por outro lado, a Constituição considera insuscetíveis de desapropriação para fins de reforma agrária:
a) a pequena e média propriedade rural, assim definida em lei, desde que seu proprietário não possua outra;
b) a propriedade produtiva.
Indenização:
- regra: justa, mas não em dinheiro, e sim em títulos da dívida agraria da propriedade;
- benfeitorias uteis e necessárias: pagamento em dinheiro.
* terra invadida não pode ser desapropriada para reforma agraria, mesmo que a invasão seja parcial.
* o levantamento de dados e informações sobre o imóvel só pode ser realizado após previa notificação do proprietário.
Procedimento:
A Constituição estabeleceu que lei complementar disciplinasse o procedimento contraditório especial, de rito sumário, para o processo judicial de desapropriação.
Desapropriação confiscatória
A desapropriação confiscatória tem por fim a expropriação, sem qualquer indenização ao proprietário de glebas em que sejam localizadas culturas ilegais de plantas psicotrópicas, as quais serão destinadas ao assentamento de colonos para o cultivo de produtos alimentícios e medicamentosos. A competência para propor a ação expropriatória é privativa da União. Inexiste direitos de terceiros sobre o bem. Engloba toda área do imóvel.
PROCESSO ADMINISTRATIVO NO ÂMBITO DA ADMINISTRAÇÃO FEDERAL (LEI 9.784/1999)
Abrangência e aplicação
Trata-se ela de uma lei administrativa federal, isto é, suas normas são aplicáveis à administração pública federal, direta e indireta, inclusive aos órgãos dos Poderes Legislativo e Judiciário da União, quando estes estiverem desempenhando funções administrativas. Portanto, não obriga estados, municípios ou o Distrito Federal, vale dizer, não é uma lei nacional.
Princípios
A Administração Pública obedecerá, dentre outros, aos princípios da legalidade, finalidade, motivação, razoabilidade, proporcionalidade, moralidade, ampla defesa, contraditório, segurança jurídica, interesse público e eficiência.
Também abrange o princípio da publicidade: a Administração Pública não deve cometer atos obscuros, à revelia da sociedade e dos órgãos de controle, devendo divulgar suas ações de forma ética e democrática. Para tanto, a doutrina tem apostado no entendimento majoritário de que um dos principais objetivos do princípio da publicidade é mostrar a toda a sociedade os atos praticados pelos gestores públicos. 
E o princípio da impessoalidade: a Administração deve manter-se numa posição de neutralidade em relação aos administrados,ficando proibida de estabelecer discriminações gratuitas. Só pode fazer discriminações que se justifiquem em razão do interesse coletivo, pois as gratuitas caracterizam abuso de poder e desvio de finalidade, que são espécies do gênero ilegalidade. 
Critérios 
I - atuação conforme a lei e o Direito;
II - atendimento a fins de interesse geral, vedada a renúncia total ou parcial de poderes ou competências, salvo autorização em lei;
III - objetividade no atendimento do interesse público, vedada a promoção pessoal de agentes ou autoridades;
IV - atuação segundo padrões éticos de probidade, decoro e boa-fé;
V - divulgação oficial dos atos administrativos, ressalvadas as hipóteses de sigilo previstas na Constituição;
VI - adequação entre meios e fins, vedada a imposição de obrigações, restrições e sanções em medida superior àquelas estritamente necessárias ao atendimento do interesse público;
VII - indicação dos pressupostos de fato e de direito que determinarem a decisão;
VIII – observância das formalidades essenciais à garantia dos direitos dos administrados;
IX - adoção de formas simples, suficientes para propiciar adequado grau de certeza, segurança e respeito aos direitos dos administrados;
X - garantia dos direitos à comunicação, à apresentação de alegações finais, à produção de provas e à interposição de recursos, nos processos de que possam resultar sanções e nas situações de litígio;
XI - proibição de cobrança de despesas processuais, ressalvadas as previstas em lei;
XII - impulsão, de ofício, do processo administrativo, sem prejuízo da atuação dos interessados;
XIII - interpretação da norma administrativa da forma que melhor garanta o atendimento do fim público a que se dirige, vedada aplicação retroativa de nova interpretação.
Dos direitos dos administrados
O administrado tem os seguintes direitos perante a Administração, sem prejuízo de outros que lhe sejam assegurados:
I - ser tratado com respeito pelas autoridades e servidores, que deverão facilitar o exercício de seus direitos e o cumprimento de suas obrigações;
II - ter ciência da tramitação dos processos administrativos em que tenha a condição de interessado, ter vista dos autos, obter cópias de documentos neles contidos e conhecer as decisões proferidas;
III - formular alegações e apresentar documentos antes da decisão, os quais serão objeto de consideração pelo órgão competente;
IV - fazer-se assistir, facultativamente, por advogado, salvo quando obrigatória a representação, por força de lei.
Dos deveres do administrado
São deveres do administrado perante a Administração, sem prejuízo de outros previstos em ato normativo:
I - expor os fatos conforme a verdade;
II - proceder com lealdade, urbanidade e boa-fé;
III - não agir de modo temerário;
IV - prestar as informações que lhe forem solicitadas e colaborar para o esclarecimento dos fatos.
Tramitação prioritária
Terão prioridade na tramitação, em qualquer órgão ou instância, os procedimentos administrativos em que figure como parte ou interessado.
Da forma
Os atos do processo administrativo não dependem de forma determinada senão quando a lei expressamente a exigir.
Os atos do processo devem ser produzidos por escrito, em vernáculo, com a data e o local de sua realização e a assinatura da autoridade responsável.
Salvo imposição legal, o reconhecimento de firma somente será exigido quando houver dúvida de autenticidade.
A autenticação de documentos exigidos em cópia poderá ser feita pelo órgão administrativo.
O processo deverá ter suas páginas numeradas seqüencialmente e rubricadas.
Do tempo 
Os atos do processo devem realizar-se em dias úteis, no horário normal de funcionamento da repartição na qual tramitar o processo. Serão concluídos depois do horário normal os atos já iniciados, cujo adiamento prejudique o curso regular do procedimento ou cause dano ao interessado ou à Administração.
Inexistindo disposição específica, os atos do órgão ou autoridade responsável pelo processo e dos administrados que dele participem devem ser praticados no prazo de cinco dias, salvo motivo de força maior.
O prazo previsto neste artigo pode ser dilatado até o dobro, mediante comprovada justificação.
Do lugar
Os atos do processo devem realizar-se preferencialmente na sede do órgão, cientificando-se o interessado se outro for o local de realização.
Comunicação dos atos
Objeto: devem ser objeto de intimação os atos do processo que resultem para o interessado em imposição de deveres, ônus, sanções ou restrição ao exercício de direitos e atividades e os atos de outra natureza, de seu interesse.
O órgão competente perante o qual tramita o processo administrativo determinará a intimação do interessado para ciência de decisão ou a efetivação de diligências.
Intimação deverá conter:
- identificação do intimado e nome do órgão ou entidade administrativa;
- finalidade da intimação;
- data, hora e local em que deve comparecer;
- se o intimado deve comparecer pessoalmente, ou fazer-se representar;
- informação da continuidade do processo independentemente do seu comparecimento;
- indicação dos fatos e fundamentos legais pertinentes.
A intimação observará a antecedência mínima de três dias úteis quanto à data de comparecimento.
A intimação pode ser efetuada por ciência no processo, por via postal com aviso de recebimento, por telegrama ou outro meio que assegure a certeza da ciência do interessado.
No caso de interessados indeterminados, desconhecidos ou com domicílio indefinido, a intimação deve ser efetuada por meio de publicação oficial.
As intimações serão nulas quando feitas sem observância das prescrições legais, mas o comparecimento do administrado supre sua falta ou irregularidade.
O desatendimento da intimação não importa o reconhecimento da verdade dos fatos, nem a renúncia a direito pelo administrado. No prosseguimento do processo, será garantido direito de ampla defesa ao interessado.
Instrução
São inadmissíveis no processo administrativo as provas obtidas por meios ilícitos.
Quando a matéria do processo envolver assunto de interesse geral, o órgão competente poderá, mediante despacho motivado, abrir período de consulta pública para manifestação de terceiros, antes da decisão do pedido, se não houver prejuízo para a parte interessada.
Antes da tomada de decisão, a juízo da autoridade, diante da relevância da questão, poderá ser realizada audiência pública para debates sobre a matéria do processo.
Cabe ao interessado a prova dos fatos que tenha alegado, sem prejuízo do dever atribuído ao órgão competente para a instrução e do disposto no art. 37 desta Lei.
Quando o interessado declarar que fatos e dados estão registrados em documentos existentes na própria Administração responsável pelo processo ou em outro órgão administrativo, o órgão competente para a instrução proverá, de ofício, à obtenção dos documentos ou das respectivas cópias.
O interessado poderá, na fase instrutória e antes da tomada da decisão, juntar documentos e pareceres, requerer diligências e perícias, bem como aduzir alegações referentes à matéria objeto do processo.
Os elementos probatórios deverão ser considerados na motivação do relatório e da decisão.
Somente poderão ser recusadas, mediante decisão fundamentada, as provas propostas pelos interessados quando sejam ilícitas, impertinentes, desnecessárias ou protelatórias.
Quando for necessária a prestação de informações ou a apresentação de provas pelos interessados ou terceiros, serão expedidas intimações para esse fim, mencionando-se data, prazo, forma e condições de atendimento.
Não sendo atendida a intimação, poderá o órgão competente, se entender relevante a matéria, suprir de ofício a omissão, não se eximindo de proferir a decisão.
Em caso de risco iminente, a Administração Pública poderá motivadamente adotar providências acauteladoras sem a prévia manifestação do interessado.
O órgão de instruçãoque não for competente para emitir a decisão final elaborará relatório indicando o pedido inicial, o conteúdo das fases do procedimento e formulará proposta de decisão, objetivamente justificada, encaminhando o processo à autoridade competente.
Concluída a instrução de processo administrativo, a Administração tem o prazo de até trinta dias para decidir, salvo prorrogação por igual período expressamente motivada.

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