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Direito Penal

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SISTEMAS PENAIS;
Para o estudo do Conceito Analítico do crime que se propõe a organizar e conhecer os elementos integrantes da estrutura do delito, exige a construção de um sistema pessoal que se apóia em determinadas teorias que tentam esclarecer qual a posição ocupada por cada um dos elementos e a maneira como interagem uns com os outros. Diante desta constatação, tem-se algumas vantagens o estado sistemático do conceito analítico do crime;
Conceito analítico: crime é ato típico, antijurídico e culpável.
Cada sistema faz sua estruturação do conceito de crime;
Principais Sistemas Penais;
a) Sistema Clássico: ou sistema Liszt/Beling/Radbruch, que remonta ao final do século XIX e início XX;
b) Sistema Neoclássico: corresponde anterior, acrescido da Teoria de Reinhard Frank e de Edmund Nezger, surgido em 1907;
c) Sistema Finalista: Difundido a partir da década de 1930, por Hans Welzel;
Do sistema Clássico: é resultante de Franz Von Liszt e Enerst Beling com contribuição de Gustavo Radbruch.
Principais Teorias 
a) Teoria Casual ou naturalista da ação: ação como inovação muscular, produzida por energias de um impulso cerebral, que provoca modificação no mundo exterior;
A ação tão somente a movimentação muscular, não se relaciona com querer ou poder. Independe da vontade do agente
O exemplo do individuo que quer suicidar e se joga na frente do carro, o motorista será indiciado por homicídio mesmo que não tenha tido a intenção de matar, segundo o sistema clássico
Para este sistema clássico o dolo e a culpa estão na tipicidade. 
b) Teoria Psicológica da Culpabilidade: culpabilidade como vínculo como vínculo psicológico que une o autor ao fato, por meio do dolo ou da culpa. 
Para os penalistas clássicos o crime tinha dois aspectos:
a) Aspecto Objetivo: o fato típico: composto por ação e tipicidade e pela antijuricidade.
b) Aspecto Subjetivo: culpabilidade.
Fato típico: ação + tipicidade;
Antijuricidade: era a conseqüência inerente à tipicidade, ou seja, o fato típico presumia-se antijurídico SALVO quando presente alguma causa justificante. No entanto, tais causas justificantes tinham somente requisitos objetivos, ou seja, para a sua existência não necessitavam de elementos subjetivos ou psicológicos. Exemplo: o inimigo que se encontra através do muro 
Culpabilidade: era vinculo psicológico que unia o autor ao fato por intermédio do dolo ou culpa. 
CrimeEstrutura do Crime no Sistema Clássico
Aspecto Objetivo
Aspecto Subjetivo
Culpabilidade
Fato Típico
Antijuricidade
Dolo ou Culpa
Conduta
Tipicidade
Críticas ao Sistema Clássico
 a) Definição exageradamente ampla da ação;
b) A posição do dolo;
c) Injustiça na solução dos casos de coação moral irresistível ou obediência hierárquica
Sistema Neoclássico
Origem: o marco é 1907 em que se deu a publicação da obra de Reinhard Frank, sobre a culpabilidade. O manual de Emund Mezger, contudo, é tido como a obra que melhore sintetiza este sistema, que se inspirou nos ideiais filosóficos de Kant.
Principiais Teorias
Teoria Casual da Ação;
Teoria normativa da culpabilidade ou psicológico-normativa: a grande inovação desse sistema ocorreu na culpabilidade, onde Frank acrescentou a ela a noção de reprovalidade do ato. Neste caso, uma pena somente se justifica quando o agente, podendo agir de outro modo, decidiu cometer o crime. Não seria justo, por outro lado, impor a pena se o sujeito, no momento do fato, não possuía condições psicológicas de comportar-se de maneira distinto. Não se pode considerar reprovável (culpável) o ato de alguém que nas circunstancias, agiu da forma como qualquer pessoa mediana, em face da situação, teria agido. Diante desta constatação, a culpabilidade passou a ter um novo elemento, a exigibilidade de conduta diversa, isto é, a necessidade de se constatar que o agente podia de outro modo agir. 
A culpabilidade passou a ter 3 elementos: a imputabilidade (que deixou de ser um pressuposto); dolo e culpa; a exigibilidade de conduta diversa;
OBS! Da Teoria Psicológica (sistema clássico) para teoria psicológico-normativa ou normativa da culpabilidade, pois para esta a culpabilidade é uma juízo de valor sobre uma situação fática, existindo também como elemento normativo que está no juiz. 
Estrutura Do Crime Sistema Neoclássico
Crime
Injusto
Culpável
Antijuricidade
Fato Típico
Imputabilidade
Conduta
+
Tipicidade
Dolo e culpa
Exigibilidade de Conduta Adversa
	
Criticas ao Sistema Neoclássico
a) Elemento subjetivo do injusto: para os adeptos desta teoria algumas situações em que o exame da intenção do agente mostrara a fundamental do caráter criminoso do comportamento. Tratava de casos nos quais a análise subjetiva era indispensável para verificar a exigência do injusto. 
Exemplo: Um médico que tocava a região genital de uma mulher (...)
b) Dolo normativo ou dolo híbrido: os neoclássicos para solucionar o problema do erro de proibição passaram a afirmar que o dolo compunha-se de consciência, voluntariedade e consciência da ilicitude (dolo híbrido ou normativo). No erro de proibição, o agente realiza uma conduta tendo plena consciência do ato que pratica, mas acreditando que age conforme o direito, isto é, o agente sabe o que faz, mas crê erroneamente que não faz nada errado quando na verdade, comete um crime.
Exemplo: alguém que se apodera de um relógio perdido na rua supondo ter o direito de se apropriar do bem, com base no dito popular “achado não é roubado”, desconhecendo que a lei pune esse ato conforme o art. 169 parágrafo único, II, CP. 
Para os neoclássicos esta concepção de dolo, não bastam a consciência da conduta e a vontade de realizar o ato, exigindo, para este fim, que o agente tenha consciência da ilicitude do comportamento. Assim, aquele que age sem ter consciência da ilicitude de sua conduta não atua dolosamente. No exemplo acima o sujeito seria absolvido por falta de dolo. Ao se afirmar que o dolo contém a consciência da ilicitude corre-se o sério risco de tornar impunes criminosos habituais imagine se uma pessoa criada numa criada, que não teve acesso à educação e viveu no meio da violência como se isso fosse normal. É possível que ela não veja mal algum na venda de certa quantidade de droga para se sustentar. Pode até considerar esse comportamento correto, segundo seus padrões individuais. Esse sujeito então nunca seria punido criminalmente pelo tráfico de drogas. Pois a falta de consciência individual da ilicitude conduziria consoante o sistema neoclássico à ausência de dolo em suas condutas. 
Sistema Finalista
Marco 1931: publicação do trabalho de Hans Welzesl, intitulado de “Causalidade e Omissão”.
a) Teoria Finalista da Ação: para essa teoria a ação não constitui um simples movimento muscular gerados de relações de causalidade, mas uma conduta humana, consciente e voluntaria movida a uma finalidade. 
b) Teoria Normativa Pura da Culpabilidade: Welzel estrutura seu conceito de ação a partir da constatação de que todo comportamento humano é movido por uma finalidade. Todos os homens dirigem seus comportamentos finalisticamente, influenciados que são pelos conhecimentos prévios sobre as relações de causa e efeito. Assim, não se pode analisar a ação humana sem perceber o intuito que o moveu nos sistemas anteriores, a conduta era desprovida de qualquer finalidade, pois o dolo somente era estudado no campo da culpabilidade. Sendo a ação mais do que mero acontecer casual, portanto, um verdadeiro acontecer final, conclui-se que a conduta e a finalidade são inseparáveis. A teoria causal separava o dolo da ação.
Exp: O autoaborto (art. 124) > na forma culposa o dato é atípico. Por quê?! Por que o fato é atípico, a lei não pune o aborto culposo.
Adotando-se o Sistema Clássico teríamos um fato típico e antijurídico, pois a falta do dolo, neste sistema não conduz à atipicidade do comportamento, mas leva à exclusão da culpabilidade. Na pratica o Ministério Publico mesmo se constatar com absoluta certezaque a mãe não agir, deveria denuncia-la pelo crime do art. 124, C.P. Com o sistema finalista, esse abuso pode ser evitado, pois o MP postulará pelo arquivamento do Inquérito Policial. 
OBS! A retirada do dolo culpabilidade, dez com esta passasse a ser restrita a elemento exclusivamente normativo: a imputabilidade, a PC ilicitude e a e.c. diversa = eis a teoria normativa pura da culpa.
Culpabilidade
Antijuridicidade
Fato TípicoA Estrutura do Crime para o Sistema Finalista
Imputabilidade
Dolosa
Conduta
Potencial Consciência de Ilicitude
Culposa
Exigência de Conduta Adversa
Tipicidade
Resultado
Nexo Causal
OBS! Nota-se que no sistema clássico verifica-se o dolo ou culpa no final já no sistema finalista esta verificação ocorre no começo.
Do Fato Típico
Introdução:
No presente caso, passa-se a uma análise mais detalhada de cada um dos elemento que compõem a estrutura do fato típico.
Divisão:
Desde o finalismo, chegou-se a conclusão de que deve haver dois fatos típicos: o do crime doloso e o do crime culposo. Ambos contêm similaridades, mas devem ser distinguidos, pois, dolo e culpa não compõe a culpabilidade, mas integram o fato típico. 
Nos delitos dolosos, o fato típico possui os seguintes elementos:
a) Conduta Dolosa;
b) Tipicidade;
c) Resultado;
d) Nexo Causal;
e) Relação de Imputação objetiva; 
Nos delitos culposos, o fato típico possui os seguintes elementos:
a) Conduta Voluntária;
b) Resultado Involuntário;
c) Nexo Causal;
d) Tipicidade;
e) Relação de Imputação Objetiva;
f) Quebra do dever de cuidado objetivo (imprudência, negligencia ou imperícia);
g) Previsibilidade objetiva do resultado
Tipicidade
Constitui elemento necessário ao fato típico de qualquer infração penal. É analisada em dois planos: formal e material. Entende-se por tipicidade a relação de subsunção ente um fato concreto e um tipo penal (tipicidade formal) e a lesão bem penalmente tutelado (tipicidade material).
É o adjetivo que pode ou não ser dado a um fato, conforme ele se enquadre ou não na lei.
Fase do caráter indiciário da ilicitude ou da raccio cognoscendi: a tipicidade deixa de ter função meramente descritiva, representando um indicio de antijuricidade. Trata-se de uma presunção relativa.
Adequação Típica
Para muitos é sinônimo de tipicidade, ou seja, relação de subsunção entre o fato e a norma penal. É a lesão ou o perigo de lesão ao bem tutelado. Existem duas modalidades:
a) Adequação típica por subordinação imediata ou indireta:
Ocorre quando a adequação entre o fato e a norma penal incriminadora é imediata, direta. Não é preciso que se recorra a nenhuma norma de extensão do tipo.
Exemplo: alguém efetua dolosamente vários disparos contra a vítma: esse fato se amolda diretamente a norma penal incriminadora do art. 121.
b) Adequação por subordinação mediana ou indireta;
É o enquadramento fato\norma que não decorre direitamente exigindo-se o recurso a uma norma de extensão.
Exemplo: Se alguém, com intenção homicida, efetua vários disparos contra uma vítima e foge, sendo a vítima socorrida e salva, esse fato não se amolda ao tipo penal do art. 121, pois não houve morte. Assim, é necessária a utilização da norma de extensão do art. 14, II, que diz respeito ao crime tentado.
Resultado
Conceito: este termo possui dois significados, ou seja, resultado material ou naturalístico e resultado jurídico ou normativo. 
O resultado material consiste na modificação no mundo exterior provocada pela conduta. Trata-se de um evento que só se faz necessário em crimes materiais, ou seja, naqueles cujo tipo penal descreva a conduta e a modificação no mundo externo. Exigindo ambas para efeito de consumação.
Art. 121; Descreve conduta e implicitamente tem um resultado, precisando dos dois para que haja a consumação;
Art. 155; Conduta de subtrair. Teve um resultado (prejuízo no patrimônio da vítima) Precisando da subtração e do prejuízo da vitima para que haja consumação;
Os crimes formais, de intenção ou de consumação antecipada, por sua vez, são aqueles cujo tipo penal descreve uma conduta e um resultado, contentando-se com a conduta (dirigida ao resultado) para consumação
O Resultado Jurídico ou Normativo reside na lesão ou ameaça de lesão ao bem jurídico tutelado pela norma penal. Todas as infrações devem conter, expressa ou implicitamente, algum resultado, pois não há delito sem que ocorra lesão ou perigo (concreto ou abstrato) a algum bem penalmente protegido.
A doutrina moderna dá preferência ao exame do resultado jurídico. Este constitui elemento implícito de todo fato penalmente típico, pois se encontra ínsito na noção de tipicidade material.
Classificação dos crimes quanto ao resultado naturalístico:
a) Crimes materiais ou de resultado: o tipo penal descreve a conduta e um resultado material, exigindo-o para fins de consumação. Exemplos: homicídio (art. 121), furto (art. 155), roubo (157), estelionato (art. 171);
b) Crimes formais ou de consumação antecipada: o tipo penal descreve a conduta e um resultado material, porém não o exige para fins de consumação. Exemplo: extorsão (art. 158), extorsão mediante seqüestro (art. 159), seqüestro qualificado pelo fim libidinoso (art. 148,§ 1º, V)
c) Crime de mera conduta ou simples atividade: o tipo penal não faz nenhuma alusão a resultado naturalístico, limitando-se a descrever a conduta punível independentemente de qualquer modificação no mundo exterior. Exemplo: omissão de socorro (art. 135), violação de domicilio (art. 150).
Classificação dos crimes quanto ao resultado normativo ou jurídico:
a) Crimes de dano ou de lesão: quando a consumação exige efetiva lesão ao bem tutelado. Exemplos: homicídio, lesão corporal, furto, etc.
b) Crime de perigo ou de ameaça: caso a consumação se de apenas com situações expansão do bem jurídico a uma situação de risco. Perigo de contagio venéreo, 6perigo a vida ou a sanção de outrem.
 Do nexo de causalidade ou relação de causalidade (art. 13)
a) Entende-se por relação de causalidade o vinculo que une a causa, enquanto fato propulsor, a seu efeito, como consequência derivada. Trata-se do liame que une a causa ao resultado que produziu. O nexo de causalidade está prescrito no art. 13, CP. Esse vinculoesta presente nos crimes materiais ou de resultado.
b) Teorias sobre o NC
i) Teoria da condição simples, teoria da equivalência dos antecedentes causais ou teoria da ‘’conditiosinequa non’’ – esta teoria foi adotada pelo art. 13, CP. Sendo assim, todos os fatos que antecederam o resultado se equivalem desde que indispensáveis à sua ocorrência sendo considerado causa do resultado. Para verificarmos se o fato antecedente deu causa ao resultado basta aplicarmos o Processo Hipotéticode Eliminação de THYRÉN, da seguinte forma: a) supressão mental do fato em análise; b)verificar se mesmo assim houve aquele resultado; c)se SIM, não há relação de causalidade; d)se NÃO, há relação de causalidade.
Contudo, essa teoria possui duas grandes falhas: a) teremos uma regressão ‘’adinfinitium’’, tendo em vista que pratico tudo poderá ser considerado causa de determinado resultado. 
Exemplo: a mão do assassino!!! Se ela não tivesse tido o seu filho, ele não teria sido assassino (pois não teria nascido) e, com isso, o crime não ocorreria. Se o fabricante de armas não tivesse produzido a pistola, a mesma não teria sido adquirida pelo assassino e o crime não teria ocorrido. Por tudo isso, percebe-se que a referida teoria gera uma responsabilização penal infinita. B) não é possível definir a causa nas situações de causalidade cumulativa que são os fatos que, isoladamente, teriam plenas condições de produzi-los. Sendo assim, se ‘’a’’ e ‘’b’’ ministram, de forma independente, uma dose mortal de veneno a ‘’c’’, na mesma assim o resultado terá ocorrido. Por outro lado, se suprimimos mentalmente a conduta de ‘’b’’, ainda assim o resultado terá ocorrido. 
ii) Teoria da condição qualificada ou individualizadora – abrange aquelas teorias antecedentes diferente hierarquia ou grau de importância.A teoria da causalidade adequada é uma das espécies da teoria da condição qualificada. Segundo essa teoria se reputa causa o antecedente adequando à produção do resultado. Para que se posso considerar um resultado como causado por um homem, é necessário que este além de realizar um antecedente indispensável desenvolva uma atividade adequada à concretização do evento.
A teoria adotada em nosso código penal:
O nosso código penal adotou expressamente a teoria da equivalência dos antecedentes ou teoria da conditi o sine qua ndn; ou seja considera-se causa a ação ou omissão sem a qual o resultado não teria ocorrido.
Espécies de causa:
a) Causas absolutamente independentes: são as causas do Art. 13, caput. É a causa que teria acontecido vindo a produzir o resultado, mesmo se não tivesse qualquer conduta por parte do agente. Elas podem ser em relação a conduta do agente:
1) Pré-existente ou anteriores: ocorre antes da conduta do agente
2) Concomitantes ou simultâneas: ocorre ao mesmo tempo da conduta do agente.
3) Posteriores ou supervenientes: ocorre quando se verificam após a conduta do agente.
Conclusão: o agente respondera, nas causas absolutamente independente por tentativa.
b) Causas relativamente independentes: são as causas do art. 13, § 1º. É a causa que somente tem a possibilidade de produzir resultado se for conjugada com a conduta do a gente. A ausência de qualquer uma delas faça com que o resultado seja modificado. Podem ser:
1) Pré-existente ou anteriores: 
2) Concomitantes ou simultâneas: ocorre ao 
3) Posteriores ou supervenientes: ocorre quando posteriormente a conduta do agente, e com ela tem ligação. O código diz (art. 13, §1º) que essas causas só excluem a imputação do agente quando por si sós produzirem o resultado.
Exemplo: Pedro atira em Paulo, e este vindo a ser socorrido, morre em razão de a ambulância ter colidido com um trem. 
O Significado da expressão "por si só": quando a lei penal diz que superveniência de causa relativamente independente exclui a imputação por si só, produzindo o resultado quer dizer que só aqueles resultados que se encontrarem como um desdobramento natural, da ação, ou seja, estiverem na linha de desdobramento físico da mesma, é que poderão ser imputados ao agente. A expressão "por si só" tem a finalidade de excluir a linha de desdobramento físico, fazendo com que o agente somente responda pelos atos já praticados.
Se o resultado estiver na linha de desdobramento natural da conduta do agente, este deverá por ele responder. Caso contrário, o agente somente responderá pelo seu dolo. 
Exemplo: Paulo atira em Pedro que provalmente não faleceria em razão dos disparos. Pedro é socorrido e chega com vida ao hospital. Enquanto fazia era tratado Pedro contrai infecção hospitalar e vem a falecer. A infecção pode ser considerada desdobramento natural da conduta de Paulo. Logo, este respondera por homicídio doloso consumado.
Omissão Como Causa Do Resultado
Para o Código Penal, considera-se causa tanto a conduta positiva (ação) quanto a conduta negativa (omissão) com a ressalva de que, deve estar presente o DEVER JURIDICO de evitar, ou pelo menos tentar evitar, o resultado lesivo.
Os crimes omissivos podem-se dividir em:
a) Crimes Omissivos próprios, próprios, puros ou simples: são os objetivamente descritos com uma conduta negativa, de não fazer o que a lei determina, consistindo a omissão na transgressão da norma jurídica e não sendo necessário que resulte do naturalístico. Para a existência do crime, basta que o autor se omita quando deve agir.
b) Omissivos Impróprios: São os que, para a sua configuração, é preciso que o agente possua um dever de agir para o resultado. Esse dever de agir não é atribuído a qualquer pessoa, mas apenas àqueles que assumem o status de garantidor da não ocorrência do resultado lesivo. 
São situações em que surge a posição de garante: a) tenha por lei obrigação de cuidado, proteção ou vigilância; b) de outra forma, assumiu a responsabilidade de impedir o resultado; c) Como seu comportamento anterior, criou a risco da ocorrência do resultado.
Diferenças Básicas:
Nos crimes Omissivos próprios, o legislador descreve a conduta imposta ao agente. Caso ele se abstenha de praticá-lo cometido o delito. 
Exemplos: Omissão de socorro (art. 135, CP), abandono material, abandono intelectual, prevaricação, etc. Já os crimes omissivos impróprios não há descrição alguma, o julgador deve elaborar um trabalho de adequação, verificando a existência da posição de garantidor e, sua real possibilidade de agir. Nestes crimes, exigi-se a produção do resultado naturalístico, tendo em vista que ela corresponde à realização do tipo legal mediante uma ação ativa. 
A relevância da omissão o art. 13 § 2º do Código Penal dispõe que “a omissão é penalmente relevante quando o omitente devia e podia agir para evitar o resultado.
OBS! Não basta que o esteja na posição de garantidor, que possua o dever jurídico de agir para evitar o resultado. Deve também poder agir fisicamente neste sentido, A IMPOSSIBILIDADE FÍSICA AFASTA A RESPONSABILIDADE penal do garantidor.
A posição de garantidor: 
a) Tenha por lei a obrigação de cuidado, proteção ou vigilância. É a chamada obrigação legal. É a obrigação derivada de lei. Como a dois pais em relação aos filhos, a do salva-vidas.
b) De outra, assumiu a responsabilidade de impedir o resultado: nesta alínea a lei dispôs de forma a alcançar o maior numero de situações em que haja a assunção do dever de impedir o resultado danoso seja pela forma contratual ou não. Assim, tanto a babá, que assume a responsabilidade de impedir o resultado por meio de contrato de trabalho quanto o terceiro que assume a responsabilidade independentemente de contrato, responderão pelo dano eventualmente experimentado.
c) com o seu comportamento anterior criou o risco de ocorrência do resultado: aquele que criou o risco para o bem jurídico de terceiro esta obrigado a agir para impedir que o perigo se converta em dano sob pena de responder pelo resultado típico, como se tivesse causado por via comissiva (ação). 
DA DESISTENCIA VOLUNTÁRIA E ARREPENDIMENTO EFICAZ
Art. 15: o agente, voluntariamente, desiste de prosseguir da execução ou impede que o resultado produza, só responde pelos atos já praticados.
A desistência voluntária e o arrependimento eficaz são espécies da chamada tentativa qualificada ou tentativa abandonada. O art. 14. II: tentativa qualificada.
Desistência Voluntária: o sujeito ativa abandona a execução do crime quando ainda lhe sobra do ponto de vista objetivo, uma margem da ação.
Não confundir tentativa simples com desistência voluntaria: na tentativa simples há o inicio da execução e a consumação não ocorre por circunstâncias alheias à vontade do agente. Na desistência voluntária há o inicio da execução e o resultado não ocorre por circunstancias inerentes à vontade do agente. O agente abandona a vontade de consumar o delito. Por isso a desistência voluntária é chamada de tentativa abandonada começa como tentativa, mas abandona no meio.
Desistência voluntária diferente desistência espontânea: na desistência voluntária admite-se interferência externa. Na desistência espontânea, não. Nesta a desistência tem que partir de você. A lei não exige que a desistência parta do agente. Ela admite interferência externa.
Exemplo: Eu estou furtando um veículo. Uma pessoa olha e fala: não faz isso. É feio, é pecado. Eu abandono o intuito e vou embora. Há desistência voluntária, no mesmo exemplo, durante ação, uma luz se acende. Eu olho a luz e desisto de prosseguir. Há tentativa espontânea. 
Voluntária: é a desistencia sugerida ao agente e ele assimila, subjetivamente e prontamente, esta sugestão, esta influencia externa de outra pessoa. Se a causa que determina a desistência é circunstância exterior, uma influencia objetiva externa que compete ao agente a renunciar o propósito criminoso, haverá tentativa.
Consequência: Na tentativa simples, em regra, a consequência éreduzir a pena de 1 a 2/3. Na desistência voluntária não tem redução de pena. O agente para subtrair e desistiu. Ele responderá não pela tentativa de furto. Mas por dano. 
Verifica-se após a cassação dos atos executórios, quais infrações penais o agente cometeu até o momento da desistência. O objetivo do instituto é impedir que o agente responda pela tentativa.
 Questão sempre levanta na doutrina é o caso do agente que possuído uma única munição em sua arma dispondo-a, agindo com dolo de matar, e atinge a vítima em região não letal. No caso, poderia ele sustentar a desistência voluntária para se eximir da pena de tentativa? É lógico que não. O agente ao efetuar o disparo, exauriu todos os meios dos quais dispunha para causar o resultado morte.
Arrependimento eficaz: ocorre quando o agente, desejando retroceder na atividade delituosa percorrida, desenvolver nova conduta, após terminada a execução criminosa. O arrependimento eficaz esgotou os atos executórios, mas impede o resultado retroagindo, retrocedendo no seu comportamento, agindo de maneira inversa.
São quatro as fases do fier crimines: cogitação, preparação, execução e resultado.
Na desistência voluntaria há o inicio da execução e não consumação por circunstâncias inerentes a vontade do agente. Já no arrependimento eficaz tem-se o início da execução e a não consumação por circunstâncias inerentes à vontade do agente. A diferença esta: no arrependimento eficaz o agente esgota os atos executórios. Na desistência voluntaria o agente abandona antes de esgotar os atos executórios, isto é, ainda havia ato executório para ser realizada.
DO ARREPENDIMENTO POSTERIOR
Art. 16: Nos crimes cometidos sem violência ou grave ameaça a pessoa, reparado o dano ou restituída a coisa, ate o recebimento da denuncia ou da queixa, por ato voluntário do agente, a pena será reduzida de 1 a 2/4.
1. Noção;
2. Natureza jurídica: causa geral da diminuição de pena;
3. Momento para reparação do dano ou restituição da coisa: até o recebimento da denuncia;
4. Infrações que possibilitam a aplicação do arrependimento posterior;
5. Ato voluntario do agente:
 > corrente liberalista
Exige a pessoalidade do ato, não permitindo a redução de pena se este for realizado por terceiro, ainda que em nome do agente.
 > corrente lituralista
Esta atende ao interesses da vítima e do agente permite-se a aplicação da redução de pena.
6. Reparação ou restituição total, e não parcial;
7. Extensão da redução aos coautores;
Existem casos em que a subtração da coisa ou a reparação do dano à vítima são realizados com a participação de dois ou mais agentes. Como fica o problema da redução da pena neste caso? Se a coisa for restituída integralmente a vítima, ainda que só por um agente o benefício se estenderá aos demais. Se a coisa for restituída parcialmente nenhum dos agentes terá direito a redução de pena. Nem sequer aquele que teve a iniciativa. 
8. Difere arrependimento posterior e arrependimento eficaz;
9. Reparação do dano após o recebimento da denuncia;
 > art. 65, III, b, 2º parte, CP
10. Arrependimento posterior e crime culposo;
É possível redução de pena para crimes culposos? Sim.
Isto se justifica em razão do teor do item 15 da exposição de motivos da parte especial do Código Penal que deixa claro que a intenção de arrependimento posterior é beneficiar menos o autor que a vítima, fazendo que ela seja reparada dos danos sofridos o mais rápido possível. 
CRIME IMPOSSÍVEL
Art. 17: “Não se pune a tentativa, por ineficácia absoluta do MEIO ou por absoluta impropriedade do objeto, é impossível consumar-se o crime.”
Quando se tem a relatividade do meio e a relativa impropriedade do objetivo, tem-se uma tentativa.
1. Introdução:
> Tentativa Inidônea;
> Tentativa Inadequada;
> Quase-crime;
Quando o legislador trata do crime impossível parte do pressuposto que o agente já ingressou na fase de execução do delito e que este não se consumou por circunstâncias alheia à sua vontade. O crime impossível também é conhecido por tentativa inidônea, tentativa inadequada ou quase-crime.
2. Teorias Sobre o Crime Impossível;
a) Teoria Subjetiva: para esta teoria não importa se o meio ou o objeto são absoluta ou relativamente ineficazes ou impróprios, bastando que o agente tenha agido com vontade de praticar a infração penal para que seja configurada a tentativa. 
b) Teoria Objetiva pura: não interessa se os meios ou objetos eram absolutamente ou relativamente inidôneos para que se alcançasse o resultado. Em qualquer desses casos não haverá bem jurídico em perigo, não existindo fato punível.
c) Teoria Objetiva temperada: os atos praticados pelo agente só são puníveis se os meios e os objetos são relativamente eficazes.
3. Absoluta Ineficácia do Meio: 
O que se pode entender por meio é tudo aquilo utilizado pelo agente capaz de ajudá-lo a produzir o resultado por ele pretendido.
Exemplo: Envenenar alguém com açúcar; fabricação grosseira.
INDAGA-SE: O que vem a ser meio absolutamente ineficaz? É o meio que o agente se vale afim de cometer a infração penal, mas que, no caso concreto por mais que o agente queira realizar a conduta descrita no tipo, jamais o conseguirá com a utilização do meio escolhido, pois ele não possui qualquer aptidão para produzir os efeitos pretendidos.
4. Meio relativamente Ineficaz;
Ocorre a ineficácia relativa quanto este, embora normalmente capaz, o evento intencionário, falha no caso concreto por uma circunstância acidental na sua utilização. Neste caso o agente responderá por tentativa.
Exemplo: uso de munição velha em revólver para tentar matar alguém;
5. Absoluta Impropriedade do objeto;
O objeto é tudo aquilo contra o qual se dirige a conduta do agente. A impropriedade absoluta do objeto reside na impossibilidade de lesar o bem jurídico que não existe ou cuja lesão já se exauriu de forma a absoluta.
Exemplo: desferir tiros em direção a pessoa já morta.
6. Objeto relativamente impróprio;
Ocorre a impropriedade relativa do objeto quando este é colocado efetivamente numa situação de perigo, ou seja, está apto a sofrer com a conduta do agente que pode ou não vir a alcançar o resultado inicialmente pretendido.
Exemplo: se um sujeito quer bater a carteira do outro e erra o bolso, cometendo assim, tentativa de furto, mas se a vítima não possuía carteira em nenhum dos bolsos comete o crime impossível pela impropriedade absoluta.
7. Crime possível e a Súmula 145 do STF;
Não há crime, quando a preparação do flagrante pela polícia torna impossível a sua consumação. Flagrante preparado!
8. Natureza Jurídica do crime impossível;
O crime impossível configura causa de exclusão da adequação típica do crime tentado.
ILICITUDE ou ANTIJURIDICIDADE
É a relação de antagonismo, de contrariedade entre a conduta do agente e o ordenamento jurídico. Se essa contrariedade do fato se fizer em relação a uma norma penal, tornar-se-á uma ilicitude penal. Essa é a concepção formal de ilicitude protegidos pelas normas estatuídas pelo legislador. 
De acordo com a teoria ratio congnoscendi, que prevalece entre os doutrinadores, a tipicidade funciona como indício de ilicitude. Quase sempre fato típico será também antijurídico, só se concluindo pela licitude se o agente agir amparado por uma causa de justificação. 
Causas de exclusão da ilicitude: são também denominados cláusulas de exclusão de antijuridade , justificativas ou descriminantes. São condições especiais em que o agente atua que impedem que elas venham a ser antijurídicos. O art. 23, CP, prevê 4 formas de exclusão de ilicitude:
1. Estado de necessidade;
2. Legítima defesa;
3. Estrito cumprimento de dever legal;
4. Exercício regular do direito;
Do Estado de Necessidade;
Art. 24: “Considera-se em estado de necessidade quem pratica o fato para saber de perigo atual, que não provocou por sua vontade nem podia de outro modo evita, direito próprio ou alheio, cujo sacrifício, nas circunstâncias, não era razoável exigir-se” 
Para a verificação da prevalênciade um bem ou de outro, utiliza-se o principio da ponderação dos bens.
a) Perigo atual: a maioria da doutrina segue o sentido de que tanto a atualidade quanto a iminência são suficientes para preencher a exigência de atualidade, trazida pelo código. O Código Penal somente afasta o estado de necessidade se o perigo for passado, ou se o perigo for remoto ou futuro onde não haja possibilidade próxima.
b) Perigo provocado pelo agente;
O estado aqui quer dizer: somente o dolo ou dolo e culpa? Para Hungria e Magalhães Noronha entendem que a expressão dolo como a culpa de excluírem a possibilidade de ocorrência do estado de necessidade. Já para Fragoso e Greco entendem que a expressão quer traduzir somente conduta dolosa do agente na provocação da situação de perigo, seja esse dolo direito ou eventual. A segunda visão prevalece. 
“Sua vontade” = Dolo
Da estabilidade do dano, podem ocorrer duas situações distintas.
a) O agente tinha como evitar o dano, deixando de praticar a conduta
b) Entre duas opções danosas, o agente podia ter escolhido a menos gravosa para a ultima.
+ gravosa = ñ estado de necessidade
O sacrifício de uma dos bens juridicamente protegidos só esta autorizado quando a salvação do outro só se fazer a custa desse sacrifício. Se houver alguma possibilidade razoável de salvação do bem ameaçado de modo que evite ou que, pelo menos, reduza o dano a bem de outrem, a inevitabilidade do dano causado ou do dano maior desaparece. 
Se para salvar uma vem tem que destruir um carro ou uma bicicleta. Qual menos gravosa para a última? Bate na bicicleta.
OBS! Esse rol não é taxativo, pois há outras causas de exclusão de ilicitude na parte especial do CP. Exemplo: art. 128, 146, § 3º, C.P.;
OBS! Há também as chamadas causas supralegais de exclusão da ilicitude > exemplo consentimento do ofendido.

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