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Professor Marcos Mesquita Filho * Polícia Médica Medicina Urbana Sanitarismo Medicina Científica Prof. Marcos Mesquita Filho * Definição de PARADIGMA São os “modelos” para um determinado grupo de atividades. Ex: paradigmas da SAÚDE PÚBLICA. Os paradigmas, sofrem mudanças através do tempo quando modelos antigos são convincentemente desafiados por novas evidências. * * Paradigmas em Saúde Se estruturam como resultado da relação entre : da intervenção do próprio pessoal da saúde; Condições econômicas, políticas e sociais da sociedade; Ideologia de seus grupos dominantes. Os paradigmas em saúde ainda que movendo-se com autonomia se movimentam no sentido de se ajustarem à evolução da sociedade, Constata-se no tempo diferentes paradigmas da prática em saúde.. * * PARADIGMAS ANTECEDENTES DO MODELO ATUAL Na Alemanha século XVIII se forma a ciência do Estado a Alemanha tardou a se unificar (séc. XIX); pequenas dimensões dos Estados, suas justaposições, seus perpétuos conflitos e pouco estatais; estagnação econômica; formação de um corpo de funcionários do estado * * Características do Mercantilismo A política mercantilista consiste na intervenção do Estado para: aumentar a produção da população, incentivar o aumento da população ativa, elevar a produção de cada indivíduo ativo, estabelecer fluxos comerciais que possibilitem a entrada no Estado da maior quantidade possível de dinheiro comércio exterior, O que permite a criação e pagamento de exércitos e tudo o que assegure a força e o poder de um Estado com relação aos outros. * * França, Inglaterra e Áustria iniciam o cálculo da força ativa de suas populações. Contabilidade (censos) das populações e estatísticas de nascimento e mortalidade Na Alemanha, se desenvolverá uma prática médica centrada na melhoria do nível de saúde da população. São propostos entre 1750 e 1770, programas de melhoria da saúde da população política médica de um Estado. Essa política recebe o nome de Medizínichepolizei: Polícia médica. * * POLÍCIA MÉDICA Alemanha – séculos XVIII e XIX. Características: 1º) Um sistema aperfeiçoado de observação da contabilidade da morbidade e mortalidade. 2º) Normalização da prática e do saber médicos controle, pelo Estado, dos programas de ensino e da atribuição dos diplomas. * * POLÍCIA MÉDICA: características 3º) Organização administrativa Controle da atividade dos médicos. Acúmulo das informações do esquadrinhamento médico da população, Subordinação da prática médica a um poder administrativo superior. * * POLÍCIA MÉDICA: características 4º) A criação de funcionários médicos nomeados pelo governo responsabilidade sobre uma região pirâmide de médicos médicos de distrito com responsabilidade sobre de seis e dez mil habitantes,e oficiais médicos entre trinta e cinco, e cinqüenta mil habitantes. médico como administrador de saúde. * * POLÍCIA MÉDICA O que a medicina de Estado QUER AMPLIAR: é a a força do Estado em seus conflitos, econômicos e políticos, com seus vizinhos. Teve grande impacto: crescimento populacional, presença suficiente de médicos Legislação eficiente em Saúde Pública * * A MEDICINA URBANA Ocorre na França em fins do século XVIII Tem por suporte o fenômeno da URBANIZAÇÃO Surge o MEDO URBANO:, "Todas as vezes que homens se reúnem, seus costumes se alteram; todas as vezes que se reúnem em lugares fechados, se alteram seus costumes e sua saúde". Cabanis, filósofo do final do século XVIII * * A MEDICINA URBANA medo urbano: medo das oficinas e fábricas que estão se construindo, do amontoamento da população, das casas altas demais, da população numerosa demais; das epidemias urbanas, dos cemitérios dos esgotos, das caves sobre as quais são construídas as casas que estão sempre correndo o perigo de desmoronar. * * MEDICINA URBANA: OBJETIVOS Analisar os espaços urbanos que poderiam provocar doenças, especialmente os cemitérios. Controle de circulação de fatores patogênicos (miasmas): água e ar Abertura de avenidas largas Destruição de casas e pontes. Organização de distribuições e seqüências: plano hidrográfico de Paris. * * MEDICINA URBANA: IMPORTÂNCIA Contato da prática médica com ciências extra-médicas, fundamentalmente a química. Não é verdadeiramente uma medicina dos homens, corpos e organismos: medicina das coisas: ar, água, decomposições, fermentos; uma medicina das condições de vida e do meio de existência. Cria a noção de Salubridade: “ o estado das coisas, do meio e seus elementos constitutivos, que permitem a melhor saúde possível.” * * SANITARISMO INGLÊS Surge na Inglaterra no século XIX Outros nomes: Medicina da força do trabalho; polícia sanitária. Objetivo: controle da Saúde e do Corpo das classes mais pobres. Surge durante a Revolução Industrial Objetivo: Medicalizar as camadas mais pobres da população para: aumento da produção Controlar a população pobre pobre como perigo. * * SANITARISMO INGLÊS 1834 – Surge a “Nova Lei dos Pobres”. Propicia a mobilização da população rural para a região urbana. Aumento da mão-de-obra para a indústria mercado competitivo da força de trabalho. Serviço de Saúde destinado aos pobres Cordão sanitário entre Ricos e Pobres * * SANITARISMO INGLÊS Complementando a Lei dos pobres Sistemas de Health service e os health officers. Funções Controle da vacinação, Organização do registro das epidemias e doenças capazes de se tornarem epidêmicas Localização de lugares insalubres e eventual destruição desses focos * * SANITARISMO INGLÊS três sistemas médicos superpostos e coexistentes: uma medicina assistencial destinada aos mais pobres (lei dos pobres); uma medicina administrativa encarregada de problemas gerais como a vacinação, as epidemias, (Health service e os health officers); uma medicina privada que beneficiava quem tinha meios para pagá−la. * * A MEDICINA CIENTÍFICA OU FLEXNERIANA É o modelo preponderante desde o início do século XX até os dias de hoje. Derivado do “RELATÓRIO FLEXNER” publicado em 1910. Esse relatório consolidava a inserção da prática médica e de saúde no Sistema Capitalista. O Sistema de Saúde não apenas está a serviço do controle social e reprodução da força de trabalho. Ela própria também se torna mercadoria:”um desejo para uns e um lucro para outros” * * A MEDICINA CIENTÍFICA OU FLEXNERIANA Relatório Flexner Definição de padrões de entrada e ampliação da duração do curso para 4 anos. Introdução do ensino laboratorial; Estímulo à docência em tempo integral; Expansão do ensino clínico, especialmente em hospitais; Vinculação das escolas Médicas às Universidades; * * A MEDICINA CIENTÍFICA OU FLEXNERIANA Relatório Flexner: Ênfase à pesquisa biológica como forma de superar o empirismo Vinculação da pesquisa ao ensino; Estímulo à especialização; Controle do exercício profissional. * * A MEDICINA CIENTÍFICA OU FLEXNERIANA Elementos estruturais da Medicina Científica: Mecanicismo – analogia do corpo humano com a máquina; Biologismo – reconhecimento exclusivo e crescente da natureza biológica das doenças, suas causas e conseqüências; Individualismo – tem como objeto o indivíduo excluindo de sua vida os aspectos sociais. Responsabiliza o indivíduo por sua saúde. Especialização – compartimentalização, hierarquização e expropiação das possibilidades de criatividade. * * A MEDICINA CIENTÍFICA OU FLEXNERIANA Elementos estruturais da Medicina Científica: Exclusão de práticas alternativas; Tecnificação do ato médico – engenharia biomédico como mediação entre o homem e as doenças Ênfase na medicina curativa: setor que incorpora a tecnologia, prestígio da doença em detrimento à saúde; Concentração de recursos – urbanocentrismo e hospitalocentrismo * * A CRISE DA MEDICINA CIENTÍFICA OU FLEXNERIANA Alto custo Baixa capacidade resolutiva das ações de saúde; Consumo intensivo e inadequado de tecnologias industriais e de procedimentos médicos; Especialização crescente dos profissionais; Segmentação e impessoalidade da assistência; Desigualdade * * A CRISE DA MEDICINA CIENTÍFICA OU FLEXNERIANA Desvalorização da relação médico-paciente; Aumento explosivo de custos e gastos em saúde; Iatrogenia crescente; Deseducação sanitária; Desatendimento das necessidades básicas de saúde nos planos individual, familiar e comunitário; Elitização da atenção à saúde. *
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