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* Rinite alérgica FACIMPA - 2012 Curso de Imunologia Médica * É mais feliz quem respira pelo nariz!! * Funções do nariz Como via respiratória: umidificação do ar aquecimento regulagem do fluxo aéreo filtração e defesa (retenção de partículas e microrganismos, reflexo da tosse e espirros) Como órgão olfatório Cavidade de ressonância vocal Estética * * Funções do nariz O nariz pode ser considerado um aparelho de ar condicionado. Partículas inaladas de até 10 m ficam retidas na mucosa nasal. O nariz é controlado pelo SN autônomo e por vários reflexos locais. Controla temperatura e umidade do ar que chegará aos pulmões. * “Em uma única fungada o nariz transforma um inverno escandinavo num verão espanhol” * * Rinite alérgica - definição Inflamação da mucosa nasal desencadeada pela inalação de certas substâncias (denominadas alérgenos) às quais o paciente está previamente sensibilizado (possui IgE específica). Adaptado de Bousquet & ARIA Workshop Group - JACI 2001; 108: S147-334 * Rinite alérgica quadro clínico Na clínica, a rinite alérgica se manifesta por: Coceira no nariz, na garganta, nos ouvidos Espirros Coriza Entupimento do nariz (obstrução nasal) * * Rinite alérgica - Sintomas associados prurido ocular, olho vermelho, olheiras, lacrimejamento: conjuntivite. gotejamento pós-nasal tosse perda do olfato sono agitado, respiração oral irritabilidade, dificuldade de concentração * * Epidemiologia É a doença alérgica mais frequente no consultório do alergista (20-40% dos casos). Pode ter início na infância, adolescência e adultos jovens. Marcha atópica: dermatite atópica → rinite → asma Mais frequente em crianças. Rara antes dos 2 anos de idade. * * Prevalência de asma, rinite e eczema atópico isolado ou associado: Escolares 13-14 anos, SP, ISAAC 2003 Castro & Solé, 2004 Asma - 46,9% têm Rinite Rinite - 32,2% têm Asma * ARIA * Classificação da rinite alérgica -ARIA * Rinite alérgica - Fatores de risco Antecedente de doença atópica História familiar de doença atópica Baixo pêso ao nascer Exposição a fumaça de tabaco Infecção respiratória grave no 1° ano Ausência de aleitamento materno Hábitos de vida (?) * Reação de Hipersensibilidade Tipo I e a Mucosa Nasal * * Aeroalérgenos Irritantes inespecíficos Mudanças Climáticas Fatores infecciosos Exercícios Aspirina e AINH Fatores Emocionais Rinite alérgica: Desencadeantes e Agravantes * Aeroalérgenos Ácaros: D.pteronyssinus D.farinae Blomia tropicalis Baratas: Blatella germanica Periplaneta americana Animais: Cão Gato Fungos Pólens Adaptado de Bousquet & ARIA Workshop Group - JACI 2001; 108:S147-334 * * Eosinófilo Macrófago Linfócito Outras células Histamina Leucotrienos cisteínicos Citocinas pró-inflamatórias Mediadores quimiotáticos Citocinas Th2 Reação tardia Hiperreatividade Glândulas mucosas Vasos sanguíneos Estimulação nervosa Papel dos Mastócitos na Rinite Adaptado de Bousquet & ARIA Workshop Group - JACI 2001; 108: S147-334 * Células Th1/Th2 e mecanismos envolvidos na sua polarização Romagnani – JACI 2004;113: 395-400 * * RAP Controles p “Relationship between nasal hyperreactivity, mediators and eosinophils in patients with perennial allergic rhinitis and controls” Graaf-int Veld et al - Clin Exp Allergy 1996; 26:903-8 * Escore de sintomas Tempo (h) Fase imediata Histamina LTs cisteínicos Prostaglandinas Fase tardia LTs cisteínicos Citocinas (IL-4, IL-5) Células inflamatórias (eosinófilos) Rinite alérgica: resposta imediata e tardia Togias - J Allergy Clin Immunol 2000; 105: S599-04 Diamont et al - Clin Exper Allergy 1999; 29: 42-51 0 2 4 6 8 10 * Escore de sintomas Tempo (h) Fase imediata Histamina LTs cisteínicos Prostaglandinas Fase tardia LTs cisteínicos Citocinas (IL-4, IL-5) Células inflamatórias (eosinófilos) Rinite alérgica: resposta imediata e tardia Togias - J Allergy Clin Immunol 2000; 105: S599-04 Diamont et al - Clin Exper Allergy 1999; 29: 42-51 0 2 4 6 8 10 * Inflamação mínima persistente A exposição frequente ao alérgeno leva a uma inflamação crônica da mucosa. Doses cada vez menores do alérgeno são suficientes para desencadear os sintomas. O paciente torna-se sensível a vários estímulos inespecíficos. Ex: ar frio, cheiros fortes, perfumes, fumaças, ingestão de alcool, etc. * * Complicações da rinite Maior risco de asma Maior risco de sinusite / otite / conjuntivite Maior risco de apnéia do sono Maior risco de hipertensão arterial Alterações do desenvolvimento buco-maxilo-facial Alterações do desenvolvimento torácico Maior risco de infecções respiratórias DIMINUI A QUALIDADE DE VIDA!! * Diagnóstico da rinite alérgica História clínica: sintomas, duração, fatores desencadeantes, patologias associadas, história familiar, descrição dos ambientes. Exame físico: facies: prega de Dennie-Morgan, ollheiras, aspecto cansado, respiração oral rinoscopia anterior boca e cavum mucosa ocular * * * Diagnóstico da rinite alérgica Testes alérgicos leitura imediata rápidos permitem testar vários alérgenos simultaneamente mais sensíveis que o RAST mais econômicos que o RAST Outros exames: nasofibroscopia, citologia nasal, hemograma, dosagem de IgE, RAST * * Rinite Alérgica - Tratamento Etapas 1. Medidas de controle ambiental: visando diminuir a exposição do paciente ao alérgeno. 2. Medicamentos 3. Imunoterapia * Tratamento - ARIA intermitente leve controle da exposição a alérgenos e a irritantes * * Medidas de controle ambiental Para evitar ácaros: Capas impermeáveis em colchões e travesseiros. Lavagens frequentes da roupa de cama. Móveis de courvim ou couro. Sem carpetes, cortinas, tapetes, bichos de pelúcia, caixas, papel, etc. Não vestir roupas guardadas há mais de 2 meses. Piso liso e sem gretas. Desumidificadores. Aspiradores com filtro HEPA. * Ácaros da poeira domiciliar Em média:10 mil ácaros/gr de poeira Acima de 500/gr já pode causar sintomas de rinite e asma. 80-90% dos pacientes com rinite está sensibilizado ao ácaro. Alimentam-se de escamas de pele humana e de fungos Vida média 2 a 4 meses Condições ideais: temperatura de 18ºC a 30ºC e umidade entre 60% e 80%. São fotofóbicos. * Medicamentos para tratar RA Anti-histamínicos Descongestionantes Corticóides tópicos nasais Corticóides via oral * (dextrocetirizine) (levocetirizine) H1-receptor H1-receptor * Descongestionantes Descongestionantes são drogas simpaticomiméticas. Úteis quando associados aos antihistamínicos para aliviar a obstrução nasal. Efeitos colaterais: agitação, insônia, cefaléia, retenção urinária, hipertensão, aumento da pressão intraocular. Pode levar ao vício e ao quadro de rinite medicamentosa. Uso oral no máximo por 5-10 dias. Uso tópico no máximo por 5 dias. * Corticoesteróides Melhores antiinflamatórios conhecidos: Reduzem o infiltrado inflamatório Reduzem a permeabilidade capilar Reduzem o edema Aumentam o tônus simpático Reduzem a resposta das glândulas mucosas estimuladas por AceCo Reduzem a hiperreatividade nasal * Corticoesteróides na rinite Uso tópico nasal: para a fase aguda e manutenção efeito máximo a partir do 3° dia de uso tem mínima absorção sistêmica facilidade de uso: 1X ou 2 X/dia em crianças: escolher os de mais baixa absorção * * Corticoesteróides na rinite Uso por via oral: por curtos períodos para controle da fase aguda tempo de uso limitado pelos efeitos colaterais * Outros medicamentos Cromoglicato de sódio Estabiliza membrana de mastócitos reduzindo liberação de mediadores Uso tópico Mínimos efeitos colaterais Dificuldade de uso: 4X a 6X/dia Seguro em grávidas e crianças pequenas * Outros medicamentos Antileucotrienos: montelucaste Bloqueiam o receptor dos leucotrienos cys (LTB4, LTC4 e LT D4) Efeitos favoráveis na asma e rinite 1X/dia Poucos efeitos colaterais Máximo efeito após o 10 ° dia Custo elevado * Imunoterapia Indicações Sintomas perenes Resposta insatisfatória à medicação convencional Associação com asma Rinossinusite recorrente ou otite recorrente Recomendado a partir de 4 anos * Medicina baseada em evidências: Eficácia da Imunoterapia na asma + rinite Análise de 75 grupos comparáveis em termos de eficácia, em 67 estudos publicados entre 1980 e 2003, todos duplo-cego com grupo placebo: Eficácia clínica irrelevante: 16 Baixo grau de eficácia: 22 Melhora parcial: 26 Melhora ótima: 13 * Tratamento cirúrgico Indicado para melhorar a obstrução nasal. Visa diminuir tamanho dos cornetos ou corrigir defeitos anatômicos das fossas nasais. Ex: desvio de septo, presença de pólipos, cornetos muito aumentados. * Resumo A rinite alérgica afeta aprox. 20% da população. Os principais sintomas são prurido nasal, coriza , espirros e obstrução. A rinite alérgica é uma inflamação. Tem a participação de um anticorpo específico IgE. Acompanha-se de uma hiperreatividade nasal inespecífica. É um fator de risco importante para asma. * Resumo Os ácaros são os aeroalérgenos mais importantes no Brasil. O tratamento da rinite alérgica sempre inclui medidas de controle ambiental e o uso de medicamentos. Os medicamentos mais utilizados no tratamento são os corticoesteróides tópicos e os antihistamínicos. Imunoterapia pode ser útil em casos selecionados. * OBRIGADA!! * Leituras Imunologia Médica – Parslow-Stites – cap 26 – pag 309 - 312 Imunologia Básica e Clínica – Peakman – pag 190 Imunologia – Benjamini – pag 171 Imunologia – do básico ao aplicado – Wilma Neves Forte – pag 190 - 197
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