Buscar

A Era da Guerra Total

Esta é uma pré-visualização de arquivo. Entre para ver o arquivo original

A Era da Guerra Total
Eric Hobsbawm
Grande conflito mundial 1914-1945;
Breve século XX: marcado pela guerra: “viveu e pensou em termos de guerra mundial, mesmo quando os canhões se calavam e as bombas não explodiam” (30);
Século XIX foi um período de guerras pontuais, com duração pequena e com poucos países envolvidos
Guerra da Criméia (1854-1856): Rússia x Grã-Bretanha e França;
Guerras coloniais no ultramar, “espetacularmente unilaterais” (31)
Corrida armamentista desde inícios do século XX, precipitadas pelas marinhas britânica e alemã
Grande Guerra
I Guerra Mundial
Envolveu “todas” as grandes potências;
Tropas coloniais de ultramar foram enviadas para lutar fora de suas regiões específicas;
Soldados coloniais lutaram nos exércitos metropolitanos;
II Guerra Mundial
Quase todos os Estados independentes se envolveram;
Campos de batalha nas mais diversas regiões do mundo;
Era do Massacre;
Guerras com mais de 1 milhão de mortos [150 mil era o maior número no século XIX]
Primeira Guerra
Aliados: França, Grã-Bretanha e Rússia, depois ampliada: participação decisiva dos EUA
Potências Centrais: Alemanha e Império Áustro-Húngaro, depois Turquia e Bulgária;
Guerra de Trincheiras, com elevadíssima mortalidade e nenhum resultado prático;
Vitória dependeria de superioridade técnica:
Utilização do gás venenoso, pelos alemães e rejeitado pelos governos
Aeronaves, embora a guerra aérea estivesse equilibrada
Submarino: forma de cortar o abastecimento de civis;
Ajuda dos EUA foi decisiva
Causas da Guerra
Abandono da diplomacia [século XIX] pela guerra;
Guerra não se deu por objetivos específicos;
Característica da Era dos Impérios: “a política e a economia haviam se fundido. A rivalidade política internacional se modelava no crescimento e competição econômicos, mas o traço característico disso era precisamente não ter limites” (37);
Expansão e competição Imperialista [política e economia] e a concentração industrial [economia e política] não tinham limites específicos. 
Alemanha desejava sobrepujar politicamente [já o fizera economicamente] a Inglaterra;
França queria manter sua posição frente à Alemanha;
Interesses não conciliáveis entre as potências, pois implicava a submissão e derrota das outras potencias
O mundo depois da I Guerra
“Controle” da Alemanha;
Paz punitiva (culpa de guerra): confisco da marinha e de grande parte de sua força aérea;
Limitação do exército a 100 mil homens;
Reparações financeiras;
Perda das colônias de ultramar
Fim dos Impérios Austro-húngaro, Russo e Otomano;
Criação de estados-nação nos antigos impérios derrotados;
Reconhecimento da Revolução Russa;
Remapeamento do Oriente Médio pela Inglaterra e França;
Acordo de paz que evitasse novas guerras;
Isolar a União Soviética do resto do mundo;
Liga das Nações
Retirada dos EUA;
Eliminação da Alemanha e URSS, ambas potências europeias
Segunda Guerra Mundial
“nenhum historiador sério jamais duvidou de que a Alemanha, o Japão e (hesitante) a Itália foram os agressores. Os Estados arrastados à guerra contra os três, capitalistas ou socialistas, não queriam o conflito, e a maioria fez o que pôde para evitá-lo. Em termos mais simples, a pergunta sobre quem o que causou a Segunda Guerra Mundial pode ser respondida em duas palavras: Adolf Hitler” (43);
Segunda Guerra Mundial
Alemanha: insatisfação com a situação imposta pelo Tratado de Versalhes;
Rússia: envolvida com o processo revolucionário;
Turquia: se manteve fora da Guerra;
Itália: ascensão do fascismo e insatisfação com os “prêmios de guerra”;
Japão: insatisfação e expansão econômica para o Oriente;
Causas se deveram à ofensivas dos países descontentes: Alemanha, Itália e Japão;
Não intervenção da Liga das Nações a essas ofensivas;
Guerra moderna
Envolve todos os cidadãos;
Produção de armamentos exige “um desvio de toda a economia para sua produção, e são usados em quantidade inimagináveis” (51);
Guerras de massa;
Mobilização para as guerras do século XX
Mobilização da população em torno de 20% da população;
Economia industrializada de alta produtividade;
Mobilização e organização do movimento operário;
Emprego de mulheres;
Recursos naturais se tornaram fundamentais para a guerra: petróleo, carvão, ferro, pólvora, minerais;
Revolução nos processos produtivos para ampliar ainda mais a produção já massificada agora para recursos de guerra
França produzia 200 mil granadas por dia
EUA encomendou 519 milhões de pares de meia e 219 milhões de calças;
Necessidade de organização e administração;
Formação de complexos industrial-militar
Mobilização para as guerras do século XX
Financiamento do esforço de Guerra
A administração da Guerra tinha também um custo e uma operacionalização financeira;
Planejamento total da economia e da alocação dos recursos
Grã Bretanha na II Guerra garantiu condições para a população civil superiores às de antes da guerra;
Alemanha se utilizou dos países conquistados, mão-de-obra escrava e utilizou todos os recursos disponíveis aos civis;
Avanço tecnológico: física nuclear, aeronáutica, computação, química
Tendência da tecnologia poderia ocorrer, mais lentamente, mesmo sem as guerras;
Desenvolvimento do plástico e das fibras sintéticas;
Utilização da eletricidade na produção [racionalização das linhas de transmissão];
Novos processos para a liga de aço e refino de petróleo [uso de aviões e automóveis];
Operação e produção em grande escala;
Guerra e crescimento econômico
A Guerra promoveu crescimento econômico?
Não: as perdas de recursos produtivos foram muito pesadas;
Queda na população ativa;
“É provável que o efeito econômico mais duradouro das duas guerras tenha sido dar à economia dos EUA uma preponderância global sobre todo o Breve Século XX, o que só começou a desaparecer aos poucos no fim do século” (55)
Efeitos extremamente positivos para os Estados Unidos
EUA se consolidou como a maior potência industrial, financeira e comercial do mundo;
Produção de manufaturas triplicou de 23 bilhões em 1914 para 60 bilhões em 1919;
EUA superou a produção de países como Alemanha, Grã-Bretanha, França e Bélgica;
Maior credor mundial;
Coordenação na reconstrução europeia via investimentos, financiamentos e programas de ajuda e administração financeira, tanto dos Aliados quanto das Potências Centrais;
Ajuda financeira foi fundamental para eliminar a hiperinflação do pós- I Guerra  bancos privados mediaram as políticas econômicas
Durante todo o curso da guerra, os beligerantes colocaram, em particular, duas ciências em requisição: a história e a química. A necessidade imposta à química, sem contrariar sua natureza, pôde, ao servir aos exércitos, realizar preciosas descobertas. A História, ao contrário, ao lançar-se na arena, frequentemente perdeu isso em que consiste sua essência mesma: a crítica e a imparcialidade. Sucedeu a ela deixar-se levar pela paixão, defender algumas teses, não mais se preocupar em compreender; enfim, se subordinar aos militares e políticos. Nisto, nada de surpreendente. Em todas as épocas, os príncipes pretenderam colocá-la ao serviço de sua ambição ou de seu apetite [...] Nossos Estados nacionais, entretanto, impuseram a ela um missão diversamente mais pesada que esta dos estados Absolutistas do Antigo Regime. Não se trataria mais de agir sobre alguns diplomatas: ela deveria convencer sobre a justiça de suas causas multidões de cidadãos que votam e que combatem. Não bastava mais , como outrora, interpretar as genealogias principescas e discutir os tratados: ela deveria sustentar a coragem e a convicção dos povos evocando todo o seu passado em interesse da guerra, mostrando nos adversários, inimigos naturais e hereditários, os delineando desde os tempos mais remotos como tendo sempre estado em guerra, como se a grandeza de uns acarretasse necessariamente a submissão dos outros; como se, enfim, sua civilização lhes pertencesse, fosse a manifestação exclusiva de seu gênio, a criação original de seu espírito e como se mesmo sua existência estivesse em jogo na luta. 
(Pirenne, De la Méthode Comparative en Histoire, 1923)
Revolução no consumo de eletrodomésticos
Predominância inicial nos EUA;
Avanço de 10 a 25% do consumo final, sobretudo veículos motorizados e eletrodomésticos [rádios e geladeiras;
Válvula eletrónica [rádio];
Geladeira custo caiu de 18 para 3 meses de salário médio, entre 1916 e 1920;
Vendas anuais 3 milhões em 1940 e 50% dos lares norte-americanos;
Aquecedores, fogão elétrico, ferro de passar, aspirador de pó;
Expansão das viagens aéreas na década de 1930 [antes apenas com objetivos militares];
Produção automobilística
1921  10 milhões de carro nos EUA;
50% do consumo nacional de estanho, níquel e aço;
1/3 da produção nacional de alumínio e ¾ de vidro e borracha;
Expansão da indústria automobilística na Europa;
1921  10 carros nos EUA para 1 na Europa;
1930  5 carros nos EUA para 1 na Europa;

Teste o Premium para desbloquear

Aproveite todos os benefícios por 3 dias sem pagar! 😉
Já tem cadastro?

Continue navegando