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Resolução: cap 1-7 (VAL DUSEK-FILOSOFIA DA TECNOLOGIA)

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Capítulo 1: Filosofia da ciência e tecnologia.
Você pensa que o indutivismo é adequado como teoria do método científico? Se não é, por que tantos cientistas em atividade atêm-se a ele?
Apesar de haver controvérsias, acredito no indutivismo como teoria do método científico desde que quando chegar a determinada conclusão não fechem as portas às novas possibilidades de contestamento. A exemplo dos cisnes (já comentados em sala de aula): “todos os cisnes são brancos até que provem o contrário.” Se não houvesse espaço para questionamentos e fosse afirmado que todos os cisnes são brancos, ao visitar a Oceania, o europeu entraria em conflito com suas conclusões já que foi comprovada a existência de cisnes negros, logo “nem todos os cisnes não brancos”
As teorias científicas dão refutadas decisivamente por contra-indícios ou elas “dançam conforme a música”, por assim dizer, sendo reajustadas para corresponderem ao que era contra-indício para a versão antiga? Dê um exemplo, não do capítulo, se possível.
O método refutacionista, que foi afirmado por Popper, consistia num método bastante usado por cientistas da época e dizia que quanto mais uma teoria é refutável mais científica ela é. A partir disso, é possível refletir que quando uma teoria é refutada e as outras anteriores não são mais aceitas, em alguns casos ela pode ser totalmente excluída, como no caso da contrarreforma da Igreja Católica em que, primeiramente vista como absoluta, teve seu poder contestado por Lutero que criou a Reforma Protestante e ela reagiu a isso fazendo a Contrarreforma da Igreja Católica.
As teorias científicas são resultados diretos da observação ou também são influenciadas por pressupostos e visão de mundo dos seus criadores?
Às teorias científicas cabem quaisquer tipos de influência que possam ser comprovadas posteriormente quando forem estudadas. Desde influências emocionais ou sobre afinidades como as mais lógicas e racionais visto que é impossível se dissociar por completo de seus gostos, prioridades, pressupostos etc. portanto isso afetará seus objetos de estudo e pesquisas.
Você pensa que os cientistas envolvidos nas “guerras da ciência” que descartam e ridicularizam descrições sociológicas e literárias do sucesso das teorias científicas estão justificados na rejeição de aspectos sociais, políticos e retóricos da ciência como irrelevantes para a verdade e validade científicas?
A rejeição de aspectos sociais nas “guerras da ciência” pode ser entendida no contexto real como bastante radical visto que não é possível haver uma total desvinculação de todos os aspectos socais, sejam lá quais forem eles, a um cientista quando analisado como apenas um cidadão. Isso é extremamente limitante e não é visto como algo positivo para alguém que está inserido nesses aspectos.
A abordagem realista instrumental elimina os problemas suscitados por descrições anteriores da ciência, como a abordagem indutiva, a refutacionista de Popper e a kuhniana?
A abordagem instrumental não pode eliminar todos os problemas trazidos pelas descrições anteriores da ciência. Apesar de tratar as teorias limitantemente como instrumento de previsão e isso ser benéfico para o método indutivista, no que diz respeito aos problemas das descrições anteriores da ciência, isso não pode ser considerado a solução para todos os problemas. Em se tratando de Popper acerca do refutacionismo, considerar uma teoria meramente como instrumento de previsão pode redimir a negativa sobre uma teoria que foi refutada já que esta não era absoluta e sim uma previsão. Com Kuhn acontece algo parecido em se tratando de sua opinião sobre a física aristotélica, porém esta não pode ser descartada com apenas uma refutação. Logo não elimina todos os problemas citados no questionamento e pela própria possibilidade de refutação desta teoria.
Capítulo 2: O que é tecnologia? Definindo ou caracterizando a tecnologia.
Você acha que podemos ter discussões bem-sucedidas de tópicos controvertidos sem nos incomodarmos com definições de termos importantes?
Todas as discussões sobre quaisquer assuntos levam em consideração a definição dos termos, pois sobre cada assunto temos determinados conceitos já formados que se montam de acordo com a vivência individual. Mesmo que haja determinados conceitos iguais por duas pessoas, esses conceitos se formaram de uma forma particular e isso pode afetar discussões que incomodem pessoas que têm a mesma opinião sobre qualquer assunto. Nem as discussões sobre o que vem a significar “definição” são unanimes, por exemplo, existem vários tipos de definições (real, estipulante, relatante, sumarizante) e se alguém entende o conceito geral de definição como o conceito de “definição real” facilmente entrará em conflito com alguém quem atêm-se ao conceito geral por “definição relatante”.
Podemos fazer as palavras significarem qualquer coisa que desejemos? Em que sentido isso é verdade e em que sentido é falso?
As palavras não podem significar qualquer coisa que desejamos pois há diretrizes para as definições. Como exemplo não podemos usar definições circulares (“brilhante” não poderia ser “qualquer coisa que brilha”); nem metáforas ou figuras de linguagem; como também não podemos usar extremos como ser muito ampla ou muito restrita etc. O que podemos fazer é tentar adaptar o que desejamos que uma coisa signifique com a palavra, mas sempre respeitando as diretrizes.
Há quaisquer áreas de conhecimento ou matérias em que existam “definições reais”? Há quaisquer áreas em que existam definições essenciais?
A tríade filosófica grega (Sócrates, Platão e Aristóteles) buscou ater-se à definição real das coisas, assim sendo, “uma definição correta corresponderá à natureza real das coisas” e isso serve para áreas das ciências exatas como matemática e química. E se definindo como real o que é essencial, que correspondem aos “tipos naturais” das coisas, esses filósofos questionaram as pessoas acerca dos significados de palavras e chegaram a essa conclusão a achar divergências entre as definições e as noções que deixavam de se corresponder (Sócrates).
Que tipos de classes de coisas poderiam ter apenas “semelhança de família” e nenhuma definição essencial? (Dê outros exemplos que não os dois dados no capítulo e explique sua resposta.)
Partindo de Ludwig Wittgenstein e assim sendo os objetos que são classificados sob um único nome não partilham nenhuma característica individual, mas uma “semelhança de família” podemos exemplificar com a palavra “estado” que tanto pode ser o “conjunto de condições físicas e morais de uma pessoa” quanto a “divisão territorial de um país”; “sociedade ou nação politicamente organizada” (Dicionário Luft) e dentro dessas duas últimas significações os estados podem ter características distintas como quanto a sua forma de governo e sobre sua participação no total do país e este ser submisso a ele ou ter autonomias próprias.
O filósofo Arne Naess (décadas depois o fundador da “ecologia profunda”), em seu trabalho inicial, fez um levantamento das definições de vários termos filosóficos junto a pessoas comuns. Que tipo de definições ele estava coletando? Você acha que esta é uma maneira profícua de esclarecer questões filosóficas?
Arne Naess buscava definições de termos junto a pessoas comuns e assim estava fazendo o uso da definição relatante que como o próprio nome dia, é um relato de como as pessoas comumente usam as palavras. Podendo esta definição tanto ser verdadeira como não. Sabendo que a filosofia, como a arte e a religião são formas para explicar a vida, o uso de definições dadas por pessoas comuns torna tudo mais humanizado assemelhando as reais definições com o que as pessoas entendem por elas.
Você acha que a caracterização da tecnologia como ciência aplicada é correta? Dê exemplos que sustentem essa caracterização e exemplos que vão contra ela (que não os oferecidos no capítulo).
É limitante definir tecnologia apenas como ciência aplicada, porém não é errado, tendo visto os avanços tecnológicos dos dias de hoje. A definição deciência aplicada como ensaio e erro faz ate os tempos mais antigos como a pré-história como tecnológica. Pelos erros que foram transformados em descobertas temos vários exemplos no campo das ciências exatas (física e química) como a descoberta da polaridade de substâncias, o magnetismo e condução de corrente elétrica por metais/semi-metais.
Esta noção de tecnologia sem ferramentas faz sentido? Se não faz, por que não? Se faz, tente oferecer exemplos não mencionados no capítulo.
Só faz sentido a noção de tecnologia sem ferramentas quando a inteligência humana puder ser considerada como o principal instrumento produtor de tecnologia. Mesmo a tecnologia nem sempre funcionará perfeitamente como o desejado se a inteligência não agir como é o exemplo de um Iphone entregue à um índio que nunca teve contato com a civilização. A tecnologia como sistema requer que um objeto tecnológico seja inserido num contexto para desempenhar seus papéis. E essa mesma definição de sistemas tecnológicos tem um argumento tal qual “o indivíduo não está fora do sistema, mas dentro dele” e pode ser exemplificada pela influência que uma publicidade .de um determinado produto, como o próprio Iphone que foi entregue ao índio tem sobre os cidadãos 
Capítulo 3: A tecnocracia.
A tecnocracia é desejável? Por quê? Ou por que não?
Uma das principais negativas da tecnocracia é que com esse “governo por especialistas técnicos” o “todo” não possa ser apreciado com sua devida importância pois quanto mais específica a área de atuação do profissional, mais difícil será a compreensão do todo. E também o fato de não saber quais os profissionais técnicos estariam qualificados para exercer esse governo. Por isso a tecnocracia pode desprivilegiar outros tipos de profissionais que têm uma visão mais ampla e que assim consiga enxergar as melhores decisões que devem ser tomadas sobre assuntos que abranjam toda a estrutura governamental, mas, mesmo com todas essas controvérsias, a tecnocracia tem maior tendência de aceitação futura.
A versão “sutil” da tecnocracia, a tecnoestrutura de Galbraith, é verdadeira para sua sociedade? Isto é, os líderes políticos e corporativos principais têm suas decisões pré-estruturadas por conselheiros técnicos a ponto de suas decisões serem dirigidas pelo input de nível inferior?
E essa realidade está cada vez mais presente no mundo empresarial. Por se esperar que o líder seja um profissional que tem uma visão ampla (em não se tratando de um regime tecnocrático) ele necessita se aprofundar nos assuntos que dizem respeito às questões que serão tomadas e ninguém é mais adequado que um especialista técnico para trazer essas informações para o líder, sendo assim, o técnico terá cada vez um valor maior dentro da corporação já que é portador de amplo conhecimento que nem sempre é também partilhado pelo líder. Essa é uma aplicação mais interessante da tecnocracia já que todos têm a oportunidade de demonstrar conhecimentos específicos na formulação do todo.
A mudança de nossa economia, de economia manufatureira para “economia de serviços”, justifica a afirmação de que ela está se tornando uma tecnocracia? Que tipos de empregos contam como empregos de “serviços”? Estes são, todos ou a maioria deles, relevantes para a economia de alta tecnologia?
A tecnocracia vem a ser mais forte do que a substituição feita na economia brasileira que foi analisada, estudada no contexto adequado para assim ser aplicada e não foi imposta, como tende a ser a tomada de decisões pelos tecnocratas. Os setores que mais são famosos por sua especialização em serviços são os de tarefas básicas como construção civil, limpeza etc. e também alguns como funcionários de segurança, recepcionistas, secretárias, porteiros, entre outros. Sendo assim, os mais conhecidos profissionais das áreas de serviços não são especialistas de alta tecnologia.
Adolph Berle na década de 1930 e J. K. Galbraith na década de 1960 afirmaram que, na moderna corporação, há uma separação entre propriedade e controle. Isto é, as corporações são possuídas por acionistas que não supervisionam as operações diárias da corporação. A administração, que não possui a corporação, controla suas operações. Você acha que isto descreve com exatidão as corporações de hoje? Aplica-se a todas, algumas ou nenhuma delas?
Esse fato é bastante ocorrente em empresas multinacionais que tem lucros maximizados quando abrem seu patrimônio para o mercado com a venda de ações. Como não tem conhecimento sobre como agir na administração da corporação, esta função é feita por profissionais especializados, quizá técnicos, mostrando assim que, como essas empresas têm abrangência sobre a maior parte dos países influentes do mundo a tecnocracia venha a se espalhar cada vez mais e assim se tornar uma realidade válida sobre as vidas nas corporações e posteriormente ser adotada por empresas que não possuem o mesmo porte das multinacionais.
Capítulo 4: Racionalidade, racionalidade tecnológica e razão.
A racionalidade formal (matemático-tecnológica) captura completamente o que significa ser racional?
Muitos filósofos veem a matemática como um paradigma da racionalidade e juntamente com o fato da racionalidade científica ser mais ampla que a racionalidade matemática, essa já não pode capturar completamente o significado de ser racional. Porém o maior conflito gira em torno do “fenômeno tecnológico” de Jacques Ellul que sugeria a aplicação da técnica a todos os aspectos da vida e da sociedade chegando até chegar ao triunfo completo do processo da racionalização que foi descrito por Max Weber. Já com a tradição de Kant e Hegel, a racionalidade tecnológica é vista como inferior e por isso precisa ser suplementada.
Existe racionalidade “metafísica” ou “dialética” acima e além da racionalidade instrumental ou técnica?
A racionalidade instrumental está situada em um nível acima da racionalidade metafísica como afirmou Hegel pois a instrumental acreditava que havia meio e fim para esta, logo, se as coisas acontecessem como o pretendido, determinado resultado ocorrerá (Comte). Já a dialética de Hegel, apesar de ele compreender a razão como Kant afirmava (instrumental), dizia ser possível ir além dos limites que foram propostos para a compreensão.
A análise de risco/benefício é aceitável como meio de avaliar projetos tecnológicos ou deve ser rejeitada por negligenciar direitos e justiça exceto em função de consequências monetárias?
A análise risco/benefício apresenta muitas limitações justamente por negligenciar direitos e justiça, porém é bastante adequada para o estudo de aplicação de novos projetos/investimentos em um ambiente empresarial. Tanto ela é adequada como já é bastante utilizada em nosso dia-a-dia pois é uma maneira de organizar o pensamento antes de tomar decisões que tanto podem ser simples como bastante importantes como no caso de ambientes empresariais o fechamento de negócios com novos parceiros.
A valorização da vida (assim como das coisas vivas não humanas e do cenário natural) em termos monetários deve ser rejeitada ou devemos usá-la porque é o único método de equilibrar vidas (e espécies ou cenário) perdidas como os benefícios dos projetos tecnológicos?
Quando usamos a análise sobre risco/benefício em nossas vidas já estamos “coisificando” o ser humano, porém isso não deve acontecer pois coisas como a vida humana têm um preço inestimável. Em certos casos isso ocorre como quando pessoas morrem em acidentes de trânsito e o seguro DPVAT tenta ressarcir os familiares por uma estipulação do valor da vida do acidentado fatal. O valor da indenização não pode ser equiparado ao valor de uma vida porém esse valor não serve para substituir a vida e sim para, quem sabe, facilitar a passagem pelo momento difícil já que os valores que realmente são importantes são os deixados por essa pessoa que sempre permanecerão vivos, são esses valores que essa pessoa agregou à nossa existência.
Capítulo 5: Filosofia, hermenêutica e tecnologia.
Você acha que a descrição de nossas percepções e intuiçõesé uma maneira eficaz de compreender a tecnologia? É suficiente? Se não, o que mais é necessário? Você pensa que prova e argumento lógicos são abordagens melhores ou piores? As duas devem suplementar-se mutuamente?
As nossas descrição de percepções nem sempre indicam exatamente tudo o que queremos expressar, sendo assim, não é suficiente usar nossas próprias descrições. Devemos apurar o máximo de estímulos possíveis e tentar descrever o mais precisamente elas além de analisar as percepções e intuições alheias e estudar as diferentes reações que temos à ela. Prova e argumento lógicos são abordagens positivistas quanto ao seu método de abordagem, porém a associação das duas devem, se não se complementar, contribuir para o entendimento.
Você acha que os instrumentos científicos são extensões da percepção humana? As observações instrumentais são incorporadas em nossa experiência corpórea?
Mesmo que artificiais, podem sim se tratar de extensões da percepção humana já que captam de maneira mais profunda as percepções que o homem demarca para eles como por exemplo câmeras que captam mais imagens/segundo que um olho humano, esta serve para que nós percebamos coisas que apenas com nossa condição não seríamos capazes de perceber. O caso exemplificado no livro que trata-se do telefone responde positivamente ao segundo questionamento pois para a maior praticidade não precisamos nos deslocar para entrar em contato com o outro. Esse objeto (o telefone) já foi incorporado na vida de grande parte das pessoas.
Quando lemos um metro ou mostrador em um instrumento científico, estamos, na verdade, “lendo a natureza”, ou nossa leitura de mostradores e ato intelectual são separados da natureza?
O que estamos lendo não é a natureza pois essa é incapaz de ser definida em números/letras/códigos, o que estamos fazendo é analisando a compreensão que o homem fez da natureza e assim é possível que a interpretação desses dados seja feita. Essa dimensão interpretativa que tais instrumentos possuem da natureza faz com que a hermenêutica cultural entenda sobre áreas que antes não eram estudadas.
Você acha que os computadores digitais podem perceber e ser conscientes? Um computador precisa de um corpo para ser consciente?
Entendendo “consciência” como “lucidez; capacidade de julgar a moralidade das próprias ações; senso de responsabilidade” (Dicionário Luft) um computador digital só será capaz de perceber e/ou serem conscientes se alguém o delimitar essas condições para seu funcionamento como, por exemplo, delimitar a moralidade de suas ações, responsabilidades etc. e para isso o computador não precisa de um corpo para se tornar consciente e sim de predefinições humanas sobre o que podem ou não fazerem. Logo um computador só será capaz de agir conscientemente quando realizar as mesmas ações que esperamos que um homem realize.
A negação por Dreyfus das perspectivas de sucesso do projeto de inteligência artificial é refutada pelo desenvolvimento da teoria de redes neurais?
A negação de Dreyfus acerca da inteligência artificial parte do pressuposto de ele achar que esta “apresentava como base pressupostos incorretos a respeito do pensar e do significar”. Juntamente com a ideia de que a IA não compreende perfeitamente percepção e raciocínio do cotidiano pois há razões implícitas em nossa capacidade de julgar. A teoria de redes neurais por sua vez trata de inspirações nos sistemas neurais do cérebro e com os perceptrons tentam imitar um sensor corporal humano (retina) e assim obtendo bastante sucesso. Com isso pode-se afirmar que a teoria da IA foi refutada pela teoria de redes neurais.
Você acha que podemos alcançar “uma relação livre com a tecnologia”, como Heidegger afirma? Como esta poderia ser?
 Se por “livre” for entendida uma relação de não dependência, dificilmente a alcançaremos. Cada vez mais nos tornamos dependentes da tecnologia chegando ela a nos influenciar diretamente até em nossa maneira de percepção do mundo. Como Heidegger enfatizava a existência vivida, esta deveria ser restringida sobre a participação da tecnologia na nossa percepção, assim poderíamos ter uma relação livre e benéfica com a tecnologia.
Capítulo 6: O determinismo tecnológico.
Dê um exemplo de descrição determinista tecnológica dos efeitos de alguma invenção não discutida no capítulo.
Usando o pensamento de que o determinismo tecnológico e o determinismo cultural devem ser aplicados caso a caso, a ideia do feedback entre cultura e tecnologia pode ser exemplificada com a invenção da imprensa, por Johannes Gutenberg, datada por volta de 1400 .com sua criação, o conhecimento pode ser difundido com mais facilidade em livros que antes eram copiados a mão e isso explicava os seus elevados preços.
Você acha que a existência do livre-arbítrio humano demonstra que o determinismo tecnológico é falso?
O livre arbítrio humano não põe o determinismo tecnológico como falso pois apesar de pessoas escolherem manter determinada distância de tecnologia é inegável o total desvinculamento desses já que com o advento da globalização o câmbio de informações ocorre em velocidade cada vez mais rápida. Até mesmo comunidades rurais que vivem com certo afastamento de tecnologias necessitam de estar em seu contato seja com uso de equipamentos eletrônicos e/ou outras invenções humanas como o automóvel, equipamentos de irrigação ou quando são submetidos à urna eletrônica em épocas de eleição etc.
Um determinismo suave ou determinismo estatístico é válido apesar do livre-arbítrio humano?
A ideia de livre arbítrio é válida tanto para o determinismo suave quanto para o estatístico. No determinismo suave, o livre arbítrio (Mesthene e Heilbroner) se encaixa com sua definição que entra em oposição com o determinismo duro, logo o determinismo suave está associado com compatibilismo que associa determinismo e liberdade afirmando que apesar de sermos determinados, somos responsáveis pelos nossos atos. Já o determinismo estatístico (Idem), em que também existe liberdade mas as tendências estatísticas são maiores, a ideia de livre arbítrio está menos evidente, pois mas forte que a presença da liberdade é o sentido em que os atos emanam de nós são produzidos por causa físicas externas.
“Consequências não pretendidas da ação humana” levam a um tipo de determinismo tecnológico?
Um exemplo que responde positivamente o questionamento é o surgimento da internet. No seu processo de criação não era prioridade que esta se tornasse um fenômeno que atinge a maior parte do mundo, pelo contrário, ela foi criada no contexto pós crise dos mísseis (Cuba, 1962) e seu intuito seria a criação de um banco de dados que seria altamente restrito em que seriam armazenadas informações que visassem proteger um país contra ataques em níveis nucleares de inimigos. Para isso seriam usados dados de satélites que iriam rastrear/mapear as ações inimigas.
Capítulo 7: A tecnologia autônoma.
A noção de Winner de “adaptação inversa” descreve com exatidão o efeito dos sistemas tecnológicos importantes na sociedade? Isto é, os sistemas tecnológicos moldam a opinião de políticos, consumidores e outros para apoiar e promover os objetivos do sistema? Winner está certo quanto a coisas como a exploração espacial ou a tecnologia militar? Dê um exemplo ou contra-exemplo diferente dos que estão no texto.
A “adaptação inversa” descrita por Winner poderia se encaixar perfeitamente à realidade atual já que, ao pensar, o homem que moldará a tecnologia de acordo com sua necessidade este se torna cada vez mais seu refém. A aceitação de novas tecnologias facilmente ocorrente nos dias de hoje mostra essa dependência que achamos ter por causa de uma persuasão/influência bastante grande por parte da mídia. E o que Winner disse também cabe aos políticos que são “seduzidos” pela tecnologia como forma de avanço ou até mesmo de uma postura de poder frente aos possíveis inimigos. O uso da conexão de internet sem fio pode ser um exemplo adequado visto que com a sua chegada ao país, à cidade de Manaus a disponibilizou gratuitamentepara os cidadãos e isso começou a gerar uma certa pressão para as demais cidades também o fazerem.
A afirmação de Ellul de que os tecnólogos são ignorantes em política, os políticos e negociantes são ignorantes em tecnologia e os cidadãos em geral são ignorantes nos aspectos técnicos e sociais ainda é válida hoje? As firmas de computadores e biotecnologia geridas por cientistas e tecnólogos refutam essa afirmação? O desenvolvimento de textos populares de ciência e tecnologia demonstra que os cidadãos estão mais informados do que afirma Ellul?
No contexto da época em que Jacques Ellul fez essa observação seria bem provável que essa pudesse ser considerada verdadeira, porém nos dias atuais e com o advento da globalização o que diz respeito às massas serem ignorantes tanto no aspecto de questões técnicas quanto sociais, os cidadãos em geral vêm diminuindo essa ignorância e o desenvolvimento de textos científicos e tecnológicos, mesmo que pouco, tem contribuído para a massa deixar de ser acrítica. Acerca da gerência de cientistas e tecnólogos refutarem ou não a afirmação de Ellul, é claro que um profissional técnico terá dificuldades na administração visto que quanto mais específica à área, menor, provavelmente, será o conhecimento do todo.
Os fracassos ocasionais de grandes estratégias de comercialização (como o carro Edsel da Ford Motor Company, amplamente divulgado, mas sem sucesso de vendas) mostram que a tese da “adaptação inversa” de Winner está errada?
Os fracassos de vendas de produtos que tiveram fortes publicidades envolvidas não são suficiente para classificar como incorreta a teoria de Ellul. Várias outras questões podem estar envolvidas nesse caso como por exemplo a economia não fosse tão bem durante o período, outros fabricantes poderiam ter lançado um carro com as mesmas e até mais funcionalidades anteriormente, o modelo pode não ter agradado ao consumidor etc. várias questões podem explicar esse fracasso que não a teoria da “adaptação inversa” estar incorreta. Isso só mostra que nem sempre é a publicidade que solucionará todos problemas de vendas.
Mar

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