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Basico em Teologia


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TTeeoollooggiiaa 
Módulo I 
 
 
Parabéns por participar de um curso dos 
Cursos 24 Horas. 
Você está investindo no seu futuro! 
Esperamos que este seja o começo de 
um grande sucesso em sua carreira. 
 
Desejamos boa sorte e bom estudo! 
 
Em caso de dúvidas, contate-nos pelo 
site 
www.Cursos24Horas.com.br 
 
Atenciosamente 
Equipe Cursos 24 Horas 
 
 
 
 
 
Sumário 
 
Introdução.....................................................................................................................3 
Unidade 1 – Contextualização Histórica........................................................................4 
1.1 – História de Israel .............................................................................................5 
1.2 – Palestina em tempos de Jesus.......................................................................... 10 
1.3 – História da Igreja ............................................................................................ 16 
1.4 – História da igreja medieval ............................................................................. 20 
1.5 – História da igreja no Brasil ............................................................................. 22 
Unidade 2 – Introdução aos Estudos Religiosos .......................................................... 26 
2.1 – A igreja contemporânea.................................................................................. 27 
2.2 – Introdução à teologia ...................................................................................... 31 
2.3 – Teologia nas religiões..................................................................................... 34 
2.4 – Bíblia ............................................................................................................. 39 
2.5 – Idiomas da bíblia ............................................................................................ 48 
2.6 – Antigo testamento........................................................................................... 52 
2.7 – Novo testamento............................................................................................. 54 
2.8 – Dogmas .......................................................................................................... 58 
Conclusão do Módulo I............................................................................................... 61 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
3
 
Introdução 
 
Olá! 
 
Seja bem-vindo(a) ao Curso de Teologia! 
 
Neste curso, estudaremos o povo antigo, que justamente através dos registros 
divinos do Antigo Testamento tratam os israelitas como o povo escolhido de Deus. 
Veremos brevemente a história de Israel, as contribuições do povo judeu e todos os 
fatores que precedem o nascimento do culto cristão. Trataremos das complexas relações 
ocorridas na Palestina nos tempos de Jesus Cristo. Abordaremos as transformações da 
instituição Igreja, desde a antiguidade, perpassando pela igreja medieval, chegando à 
igreja contemporânea e seus desdobramentos sociais e culturais, no Brasil. 
 
Daremos introdução à disciplina teológica propriamente dita, falando dos 
estudos teológicos em suas mais diversas religiões e das suas formas de se relacionar 
com Deus. Em um segundo momento, adentraremos aos ensinamentos bíblicos, onde 
mostraremos as importantes reflexões e pensamentos que figuram na bíblia, observando 
isso sob uma perspectiva filosófica, ou seja, sugerindo possíveis interpretações da 
palavra divina. Posteriormente, estudaremos a língua utilizada na maioria dos rituais 
cristãos, o latim. 
 
Veremos também uma síntese do Antigo Testamento, livro este, base para os 
mulçumanos. Em seguida, abordaremos importantes episódios do Novo Testamento de 
Cristo, bem como os impactos de sua filosofia e de sua doutrina na sociedade daquela 
época, em alguns momentos, até revolucionária, se considerarmos o contexto sócio-
histórico em que foram enunciados seus ensinamentos. Os dogmas serão 
pormenorizadamente estudados, veremos como se criam os dogmas, e como estes 
controlam o imaginário das sociedades. 
 
Bom estudo! 
 
 
4
 
Unidade 1 – Contextualização Histórica 
 
Olá! 
 
Nesta unidade veremos o panorama histórico de Israel, lugar este que é berço da 
religião monoteísta. Posteriormente analisaremos a história da Palestina em tempos de 
Jesus. 
 
Trataremos da igreja antiga, seus rituais mais significativos e de que forma 
exercia influência sobre a sociedade daquela época. Também falaremos da história da 
igreja medieval e seu aspecto dogmatizador, bem como a história da igreja no Brasil. 
 
Analisaremos quais os caminhos da igreja contemporânea, igreja está inserida 
em um contexto sócio-histórico bem distinto de outrora, ou seja, a sociedade mudou e a 
igreja teve que acompanhar estas transformações. 
 
Por fim, veremos as noções básicas de teologia, tanto do cristianismo quanto nas 
religiões de um modo geral. 
 
Bom curso! 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
5
 
1.1 – História de Israel 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
A história de Israel remonta aos primórdios das civilizações. A cidade nasceu 
num ambiente histórico de três mil anos. Neste período, as nações antigas começavam a 
desenvolver suas culturas e contavam com uma vasta produção literária. 
 
Anteriormente a este período histórico, as crenças se baseavam no animismo, 
isto é, a manifestação das religiões por meio dos elementos inanimados da natureza. A 
partir daí, começa-se a se desgarrar deste dogma, passando aos sistemas politeístas de 
religião. Foi neste ambiente politeísta que a religião em Israel teve sua origem. Sob a 
orientação de Moisés, como o profeta de Yahweh, a fé de Israel rompe definitivamente 
com a crença politeísta, resultando finalmente no monoteísmo dos profetas. 
 
Após diversos estudos e discussões acerca das narrativas bíblicas sobre a 
libertação dos israelitas da escravidão no Egito, muito se sabe. De um modo geral, os 
estudiosos e historiadores não têm mais indagações a respeito da veracidade dos fatos 
narrados. É muito difícil entender o Antigo Testamento, sob o novo conhecimento das 
ciências bíblicas, sem levar em conta o momento de transformação da religião, ou seja, 
sem considerar as experiências dos israelitas no processo de libertação do povo no 
 
 
6
 
Egito. Essa libertação foi comandada por Moisés, segundo a bíblia, a fé e a confiança no 
seu povo permitiram ao profeta liderar o povo judeu a caminho da tão sonhada 
liberdade. 
 
Os escritores da bíblia admitiram que a fé de Abraão teve grande 
representatividade, entretanto, o fato mais relevante ocorre no concerto de Javé com o 
povo de Israel, evento ocorrido no Monte Sinai. Foi justamente nesta ocasião que o 
povo de Israel fora escolhido por Deus. 
 
Este sentimento peculiar, a fé do povo de Israel, é o que distingue a religião do 
Antigo Testamento de todas as outras. De acordo com os escritores bíblicos, a religião 
era algo com que o fiel se relacionaria pelo resto da vida. 
 
A libertação dos israelitas do Egito juntamente com a formaçãoda vida nacional 
deste povo se estabeleceram solidamente sedimentadas em suas tradições religiosas. 
Neste sentido, a Páscoa fora guardada em suas tradições com o intuito de lembrar a 
libertação do povo judeu. 
 
As doutrinas teológicas dos israelenses nasceram das suas relações com o Deus 
todo poderoso, e nestas experiências religiosas, Deus era quem tomava a iniciativa, isto 
é, dava as direções certas. Por trás da história de Moisés, havia a orientação maior do 
poder do Senhor. A decisão de Deus em tornar Israel o povo santo, foi anunciada por 
Moisés, o mensageiro de Deus. 
 
Resumo da história de Israel 
 
Abraão foi chamado de “Ur dos Caldeus”, o primeiro judeu. Deus fez promessas 
a ele, a respeito da terra de Canaã, e sua semente. Ele morreu sem ter recebido estas 
promessas. 
 
Isaac era filho de Abraão do qual estava preparado para oferecer o seu filho em 
sacrifício. Abraão era fiel, e Deus confirmou Sua promessa feita a ele por um 
 
 
7
 
juramento. A vontade de Isaac de morrer em obediência ao mandamento de seu pai é 
como se fosse a imitação de Cristo. As promessas foram renovadas a Isaac (Gen.26:3-5) 
 
Jacó era filho de Isaac. As promessas foram repetidas para ele também. Ele teve 
12 filhos, Rúben era o mais velho, Benjamin o mais novo. Levi foi aquele de quem os 
sacerdotes descendiam e José era o favorito. 
 
José tinha dois irmãos. Eles ficaram com ciúmes e o venderam como escravo 
para o Egito. Lá ele se tornou um governante e organizou a conservação de milho para 
ser usado durante sete anos de fome que afligia a região. 
 
Durante este tempo, Jacó e seus filhos vieram morar com José no Egito. Eles e 
seus descendentes viveram em Goshen, no Egito. Um faraó, tempos depois, perseguiu o 
povo de Israel, tornando-os escravos. 
 
Moisés nasceu neste tempo. O bebê estava escondido em juncos, depois 
encontrado pela filha do faraó e adotado por ela. Quando era jovem, matou um egípcio 
que estava batendo em um israelita. Moisés fugiu para Midiã, onde trabalhou por 40 
anos, como pastor. Deus então apareceu para ele em uma sarça ardente. Foi-lhe dito 
para ir até o faraó e exigir a libertação de Israel. Ele fez milagres para provar que ele era 
realmente enviado de Deus. 
 
No entanto, o faraó não abriria mão de Israel, portanto, dez pragas foram 
enviadas sobre o Egito, por exemplo, rãs, escuridão, granizo e, finalmente, matar todos 
os primogênitos. 
 
Os israelitas tiveram que matar um cordeiro e aspergir o sangue na porta de suas 
casas. Isto apontava para a forma como o sangue de Jesus pode nos salvar da morte. 
Esta festa se tornou conhecida como a Páscoa. 
 
 
 
 
 
8
 
 Êxodo 
 
Os israelitas foram finalmente autorizados a deixar o Egito. Eles viajaram 
guiados por um anjo de Deus em uma coluna de nuvem durante o dia, e uma coluna de 
fogo de noite. O exército do faraó os perseguiu até o Mar Vermelho. 
 
As águas se abriram milagrosamente para deixar as pessoas passarem e em 
seguida as águas voltaram ao normal, afogando os egípcios. O povo de Israel viajou 
pelo deserto rumo à terra prometida de Canaã. Deus deu-lhes água para beber de uma 
rocha e pão em forma de maná, e isso, foi fornecido todas as manhãs. 
 
Quando eles chegaram ao Monte Sinai, Deus lhes deu os dez mandamentos da 
Lei de Moisés. Eles foram então denominados Reino de Deus e ordenados a fazer uma 
tenda especial, chamada de tabernáculo, local em que Deus podia ser adorado. 
Receberam um sumo sacerdote e sacerdotes que poderiam oferecer seus sacrifícios a 
Deus. Todos os elementos do tabernáculo e do sacerdócio apontavam para Jesus. 
 
A Terra Prometida acabou sendo alcançada. Doze espiões foram enviados, dez 
dos quais voltaram dizendo que era muito difícil tomar a terra de Canaã. Os outros dois 
espiões, Josué e Calebe disseram a verdade, a terra poderia ser possuída por eles, se 
tivessem fé nas promessas de Deus. 
 
Pelo fato das pessoas compartilharem da mesma atitude dos dez espiões, Israel 
teve que vagar pelo deserto por 40 anos, até que todos os que tinham mais de 20 anos 
quando saíram do Egito, já estivessem mortos. 
 
Josué foi o sucessor de Moisés, e levou Israel à terra de Canaã. A primeira 
cidade a ser tomada foi Jericó, onde viveu Raabe, e depois Ai. Uma vez que eles 
estavam estabelecidos na terra, foram governados por juízes de forma intermitente, 
embora Deus fosse seu rei real. Estes incluíam homens como Gideão, Jefté e Sansão. 
Eles todos haviam libertado Israel de seus inimigos, quando se arrependeram de pecar 
contra Deus. 
 
 
9
 
A história de Israel está repleta de exemplos do povo sendo desobediente a 
Deus, em seguida sendo punido por invasões de nações vizinhas, arrependendo-se de 
seus pecados, então Deus os liberta e novamente o povo de Israel volta a pecar. O 
último juiz foi Samuel. Em seu tempo, o povo de Israel rejeitou a Deus como seu rei, 
pedindo um rei humano, como nas nações ao redor deles. 
 
Reis 
 
Seu primeiro rei foi Saul, que apesar de começar bem, acabou por ser um 
homem mau, ele era desobediente aos mandamentos de Deus, e perseguira David. 
Depois de sua morte, David tornou-se o próximo rei, e foi um dos melhores de Israel. 
Deus fez grandes promessas para ele. 
 
Depois dele, veio seu filho Salomão, que depois de um bom começo foi 
afastando-se da verdadeira fé, justamente pelas muitas esposas que ele tinha tomado das 
nações vizinhas. 
 
Após sua morte, o reino dividiu-se em dois, dez tribos formaram o reino de 
Israel, inicialmente sob Jeroboão; das outras duas tribos, Judá e Benjamin, formou-se o 
reino de Judá, inicialmente sob o comando de Roboão, filho de Salomão. 
 
O Reino de Israel (as dez tribos), não teve bons reis. Eles estavam sempre 
rebeldes contra Deus que enviou-lhes muitos profetas a rogar em seu favor para se 
arrependerem, mas os fiéis não cediam ao arrependimento. Portanto, os Assírios os 
invadiram, e os levaram para o cativeiro. Eles estavam espalhados por todo o mundo. 
 
O Reino de Judá (as duas tribos) teve alguns reis bons (por exemplo, Ezequias), 
mas, também, eram geralmente desobedientes a Deus. Os babilônios foram, portanto, 
enviados para invadi-las, e os mantiveram em cativeiro na Babilônia, por 70 anos. E 
eles nunca mais tiveram um rei. 
 
 
 
10
 
Após 70 anos, alguns voltaram para a terra de Israel, sob a liderança de Esdras, 
Neemias, Josué (o Sumo Sacerdote na época) e Zorobabel, o governador. Eles foram 
governados primeiro pela Pérsia, depois pela Grécia e, finalmente, por Roma. E estavam 
sob o comando de Roma quando Jesus nasceu. 
 
Como resultado da rejeição dos judeus, Deus enviou os romanos para destruir 
Jerusalém em 70 d.C. Por fim, todos os judeus foram expulsos da terra de Israel. 
 
Nos últimos anos, os judeus começaram a voltar para a terra, em cumprimento 
parcial das profecias do Antigo Testamento. O renascimento do Estado de Israel é um 
sinal certo de que em breve Jesus voltará para restabelecer o Reino de Israel, como o 
Reino de Deus. 
 
1.2 – Palestina em tempos de Jesus 
 
 
 
A Palestina não era nem um pouco semelhante com o que é hoje, e não era um 
lugar muito agradável para se viver. A política era muitodiferente, o Mar da Galiléia e o 
Mar Morto eram maiores – o aquecimento global e o assoreamento do Mar Morto, hoje 
em dia, têm diminuído essas águas nos últimos anos. 
 
 
11
 
O Mar da Galiléia estava propenso a tempestades como ainda hoje, mas muito 
mais nos tempos em que era maior. O clima é quente durante o dia e frio extremo, em 
especial nas áreas de deserto, à noite. Chuvas eram raras, mas quando chegavam, eram 
torrenciais. 
Politicamente, os judeus tinham o seu próprio “rei” (Herodes), embora ele não 
fosse mais do que um “fantoche” governante, sob o jugo do Império Romano. O 
governador da região no tempo de Jesus, especialmente no momento da crucificação, foi 
Pôncio Pilatos. 
Pilatos não teria sido particularmente bem respeitado pelo imperador romano 
caso não tivesse agido daquele jeito. A Palestina, mais especificamente a área da Judeia, 
foi tida como um ponto problemático por causa da insurgência religiosa e propensa a 
tumultos. 
Os judeus se ressentiam com os romanos por terem ocupado e governado seu 
país, e muitos grupos de insurgentes apareciam para resistir a eles. O ressentimento foi, 
em parte, devido ao fato de que os romanos adoravam muitos "deuses" e também 
adoravam o imperador como "divino", para grande desgosto dos judeus que adoravam o 
único e verdadeiro Deus. 
Um desses grupos de insurgentes foram os zelotes, um dos quais, Simão, o 
Zelote, tornou-se um discípulo de Jesus. Foi neste clima que Jesus viveu e realizou sua 
missão. Quando ele chegou à Jerusalém, montado em um jumento, ele foi aclamado 
como o "Rei dos Judeus", como uma profecia no Antigo Testamento predisse: “O 
Messias prometido, cavalgando para Jerusalém e montado em um jumento, em vez de 
um cavalo guerreiro”. 
No entanto, pelo fato do paraíso prometido por Jesus estar no céu, seu "reino" 
não era deste mundo e não seria ele quem libertaria os judeus dos romanos pela força 
militar, como muitos esperavam que o Messias fosse. 
 
 
 
12
 
Ele era alguém muito mais importante do que isso, um libertador dos nossos 
próprios pecados para o mundo inteiro, e não apenas para os judeus. Não é de se 
admirar, que as autoridades judaicas facilmente persuadissem as pessoas crédulas a se 
voltarem contra ele e a exigirem sua execução logo em seguida. 
 
Ambiente cultural / vida diária 
 
Jesus passou a maior parte de sua vida em torno da área agrícola de Nazaré. 
Semelhante a muitas aldeias agrícolas em todo o mundo, a vida foi se transformando 
após tradições, papéis e rituais transmitidos de muitas gerações passadas. Vejamos: 
 
� População: a área da vila de Nazaré foi povoada em sua maioria por judeus, 
mas também com alguma diversidade de sírios, gregos e romanos. A maior 
cidade da Palestina foi Jerusalém, que era mais cosmopolita e continha maior 
diversidade étnica. 
 
� Idioma: o idioma comum no Império Romano era o grego. No entanto, no 
momento em que era comum para os judeus também usarem o hebraico, o 
aramaico e o latim. O idioma diário usado por Jesus era o aramaico. 
 
� Vila: o centro de uma vila era o mercado e as lojas. E para uma aldeia judaica, a 
sinagoga era um lugar de encontro central e também tinha a sede do governo 
judaico local. 
 
� Habitação: as casas eram muito parecidas e formadas por um ou dois cômodos 
quadrados, com piso de terra, telhados planos, portas baixas e estreitas, e portas 
frontais de madeira. Muitas vezes, as pessoas dormiam em telhados planos 
durante as noites quentes. As casas foram dispostas em torno de um pátio central 
compartilhado, onde os vizinhos realizavam tarefas diárias, como lavar, cozinhar 
etc, sempre em conjunto. A água era conseguida a partir de um poço público e 
armazenada num reservatório localizado no pátio. 
 
 
13
 
Vejamos alguns aspectos peculiares daquele período: 
 
Iluminação 
 
Era fornecida por lâmpadas de barro com óleo. As pessoas dormiam em esteiras 
e possuíam poucos objetos pessoais. 
 
Alimentação 
 
O trabalho diário da mulher incluía preparar a comida para sua família, por 
exemplo, elas moíam os grãos, assavam pães, tiravam o leite dos animais e fabricavam 
queijo. 
 
Normalmente, uma família comia duas refeições: café da manhã (pequena 
porção de alimentos leves) e jantar (uma refeição grande com queijo, vinho, frutas, 
legumes e ovos). 
 
Quanto à carne, o peixe era mais comum, seguido de frango ou aves. A carne 
vermelha (carne de cordeiro) era servida apenas em ocasiões especiais, a carne de porco 
ou os crustáceos eram absolutamente proibidos. 
 
A maioria dos alimentos era cozido ou refogado em uma panela grande e 
temperados com sal, cebola, alho, cominho, coentro, hortelã, endro e mostarda. 
Alimentos eram adoçados com mel silvestre ou xaropes de uva. Os alimentos eram 
geralmente servidos em uma tigela comum e comidos com as mãos. 
 
Roupas 
 
A roupa de baixo era chamada de "túnica". O vestuário exterior era chamado de 
"manto" do qual consistia em uma roupa longa, solta e com franjas, amarradas por uma 
fita azul. 
 
 
 
14
 
Os homens usavam um cinto de couro, com aproximadamente 10 centímetros de 
largura ou um pano amarrado em lugar do cinto. Se alguém estava vestindo apenas a 
roupa de baixo, então se dizia estar "nu" ou "despido". 
 
As pessoas também usavam sandálias em seus pés e um pano branco sobre a 
cabeça, até a altura dos ombros para que se protegessem contra o sol. 
 
Físico 
 
A maioria dos judeus era bastante baixa em estatura, de pele clara, mas 
bronzeada do sol. Uma grande parte da população tinha cabelo preto ou castanho e era 
bem comprido, e os homens usavam barba. 
 
Estrutura familiar 
 
O marido era o chefe espiritual e a autoridade da casa. Ele era responsável por 
alimentar, abrigar e proteger a família. As crianças eram orientadas desde muito cedo a 
honrar os seus pais. 
 
A família judia vivia sob rigorosas regras morais, sociais e religiosas. Pais, filhos 
solteiros, um filho casado e o/a cônjuge, muitas vezes viviam todos sob o mesmo teto. 
 
O papel da mulher 
 
No século primeiro, as mulheres israelitas eram consideradas cidadãs de segunda 
classe, semelhantes aos escravos. 
 
O fato de que elas são mencionadas como ávidas seguidoras de Jesus, é 
incomum, tanto que elas seriam autorizadas a segui-lo com os seus discípulos. Os 
autores de biografias de Jesus raramente mencionam cenas em que as mulheres 
pudessem fazer parte. 
 
 
 
15
 
A vida em família 
 
José, pai de Jesus, era um carpinteiro, tornando a sua família uma parte da classe 
média. Maria (mãe de Jesus) era uma adolescente que foi "prometida" por seus pais a se 
casar com José (no momento em que Jesus foi considerado milagrosamente concebido). 
 
Após seu casamento e o nascimento de Jesus, especula-se que Maria e José 
tiveram outros filhos depois de Jesus. 
 
Definição religiosa 
 
Líderes judeus lutaram pela pureza de sua crença em um Deus, na face do 
conflito das religiões estrangeiras. No entanto, ao mesmo tempo, os judeus foram se 
fragmentando em seitas,divididos por variações da lei judaica. 
 
O povo judeu acreditava em um único Deus (monoteísmo), que era invisível e 
não poderia ser retratado. Em contraste, as culturas circundantes acreditavam em muitos 
deuses (politeísmo), que podiam ser representados por imagens ou ídolos. 
 
A tradição judaica foi centrada no Sabbath, o dia começa na sexta-feira ao pôr 
do sol e termina no pôr do sol de sábado. O Sabbath é iniciado com uma oração, as 
velas são acesas pela mulher da casa, seguido de um jantar alegre na sexta-feira. 
 
Este dia santo é (e a tradição permanece inalterada) considerado um dia de 
descanso e adoração, onde tudo o que se fazia era em honra de Deus. 
 
O povo judeu estava buscando um "Messias" ou salvador. Eles esperavam o 
líder que Deus havia prometido que, de acordo com a sua compreensão, lhes traria 
renovação espiritual e liberdade política de séculos de opressão estrangeira, a partir do 
Império Romano. 
 
 
 
16
 
A cultura da Israel do primeiro século era muito interessada no sobrenatural, era 
comum que as pessoas acreditassem em maldições e fossem controladas por 
superstições. O feriado religioso mais importante durante o ano judaico é a festa da 
Páscoa, celebrando a libertação do povo judeu da escravidão no Egito. 
 
Durante a Páscoa, muitos judeus iam viajar à Jerusalém para celebrar na cidade 
santa. É por isso que Jesus e seus discípulos viajaram até Jerusalém para sua última ceia 
juntos, eles estavam celebrando a Páscoa. Esta é também a tradição que fez com que 
tantos judeus estivessem presentes em Jerusalém no momento da prisão de Jesus, em 
seu julgamento e sua crucificação. 
 
1.3 – História da Igreja 
 
 
Neste tópico falaremos da complexidade de se estudar fatos relacionados à 
igreja. Também mencionaremos algumas formas de se obter um estudo mais esclarecido 
da teologia. 
 
 
 
 
17
 
Qual é a história da igreja? 
 
É o mesmo que perguntar: O que é a Igreja? Foi a igreja que prometeu ser uma 
unidade externa e visível? Se assim for, é preciso ter a visão católica da história da 
igreja de alguma forma. 
 
Seria a igreja, por outro lado, o nome para a sociedade inteira (invisível) de 
crentes reais? E as igrejas individuais, como são constituídas? Esta seria a visão mais 
protestante, e como tal, a história da igreja tende a ser levada para todas essas direções. 
 
O ponto de vista sobre esta questão irá impactar diretamente a nossa visão da 
história da igreja, assim como veremos no contorno dos períodos históricos a seguir. 
Sob o ponto de vista dos protestantes, há uma tendência de se concentrar mais em 
reforma e menos sobre o progresso institucional. 
 
Como os conservadores protestantes, pode-se colocar menos ênfase, por 
exemplo, no Movimento Ecumênico. Os protestantes conservadores independentes 
viam reformas anteriores como sendo incompletas, uma vez que acreditavam que os 
fiéis mantiveram o princípio da igreja do Estado vivo. 
 
Nossa visão neste curso será ampla, ou seja, falaremos sob os dois pontos de 
vista: o ecumênico e o conservador (ou congregacional), e também das várias formas de 
protestantismo (ou independentes). 
 
Nós certamente teríamos alguns problemas se levássemos este ponto de vista por 
apenas uma vertente. Por exemplo: Como tratar as outras tradições da igreja? Ou, como 
explicar e enfrentar o rápido afastamento da “verdade”, em várias áreas de ensino da 
igreja primitiva? 
 
Para que possamos ter um olhar crítico acerca dos estudos teológicos devemos, 
primeiramente, ter em mente algumas questões que são de suma importância para que 
aproveitemos nosso curso da melhor maneira: 
 
 
18
 
� Por que estudar a igreja?; 
 
� O crescimento espiritual; 
 
� Compreender as questões do nosso dia; 
 
� Buscar conhecimento de como a Escritura veio a ser escrita; 
 
� Atentar sempre para as ferramentas teológicas que permitem avaliar e evitar 
erros; 
 
� Ferramentas práticas que você pode não ter ouvido falar antes; 
 
� Conhecimento de como a tradição da igreja veio a ser estabelecida; 
 
� Humildade, perspectiva e caridade; 
 
� Cuidado quando se confrontar com "novas" ideias (para que nunca se faça um 
julgamento parcial); 
 
� Por que o tema “julgamento” não pode nunca ser totalmente esclarecido, uma 
vez que devemos respeitar todos os pontos de vista? 
 
Como a história da igreja pode ser conhecida? 
 
Atualmente, em virtude da tecnologia e das facilidades da internet, a história da 
igreja pode ser pesquisada através de diversas fontes. Contudo, temos alguns materiais 
que inspiram maior segurança quanto a sua veracidade, vejamos quais são: 
� Fontes históricas; 
� Bíblia; 
� Inscrições; 
 
 
19
 
� Documentos; 
� Obras de Arte; 
� Livros etc. 
Formas de interpretar a história 
Naturalmente que tratando-se de escrita, podemos ter várias interpretações de 
um único enunciado, justamente porque a linguagem nos permite criar possibilidades de 
entendimento, acerca de determinado assunto. O fato é que ao longo do tempo, o 
homem interpretou as escrituras (bíblia) sob os seguintes pontos de vista: 
Interpretação otimista: o homem veio para melhorar de forma constante. 
Interpretação pessimista: sem um Deus para organizar a história, não há nada para se 
fazer, mas apenas "desconstruir" o passado. Possivelmente a história é sem sentido. 
História nada mais é que uma luta de poder em que as diferentes facções tentam 
arrancar do passado “provas” para servir a seus propósitos atuais. 
Leitura católica: Deus supervisionou o desenvolvimento de sua igreja e tem nos dado, 
até os dias de hoje, os santos e os papas. 
Leitura protestante: A igreja sempre foi dividida em várias facções. A total unidade da 
igreja nunca foi realmente alcançada. Sempre houve diferentes doutrinas, tanto do lado 
católico quanto do lado protestante. 
Observamos que muitos fatores influenciam no entendimento da história da 
igreja. Certo é que os estudos teológicos estão em auxílio do homem na compreeensão 
desses fatos. Como citamos acima, um estudo amplo da igreja necessita de um conjunto 
de fontes de informações seguras e imparcialidade para interpretar os fatos históricos e 
bíblicos. 
 
 
 
 
20
 
1.4 – História da igreja medieval 
 
 
O cristianismo foi um fator unificador 
importante entre Europa Ocidental e Oriental antes 
das conquistas árabes, mas a conquista da África 
do Norte separou as ligações marítimas entre essas 
áreas. 
 
Cada vez mais a Igreja Bizantina, que 
posteriormente se tornou a Igreja Ortodoxa, difere 
na linguagem e nas práticas litúrgicas da igreja 
ocidental, que se tornou a igreja católica. A igreja 
oriental utilizava o grego em vez do latim ocidental. 
Diferenças teológicas e políticas também surgiram pelo início a meados do 
século VIII, questões como iconoclastia, casamento clerical e controle estatal da igreja 
tinham aumentado o suficiente para que as diferenças culturais e religiosas fossem 
maiores do que as semelhanças. 
O rompimento formal veio em 1054,quando o papado e o patriarcado de 
Constantinopla discordaram sobre a supremacia papal e, então, foram mutuamente 
excomungados. Este fato levou à divisão do cristianismo em duas igrejas: a Igreja 
Católica Romana e a Igreja Ortodoxa Oriental. 
A estrutura eclesiástica do Império Romano sobreviveu às invasões bárbaras no 
oeste, ficando quase intacta, mas o papado foi pouco requisitado. A atenção dos bispos 
estava voltada para uma posição maior: almejavam a posição de bispos de Roma, 
obtendo assim grande liderança religiosa ou política. 
A maioria dos papas anteriores ao ano de 750 estava mais preocupada com os 
assuntos bizantinos e orientais do que com preocupações teológicas. Alguns 
documentos e cartas arquivadas do Papa Gregório, o Grande, (papa 590-604) foram 
pequisadas. Nas mais de 850 cartas, encontrou-se a prova de que a grande maioria dos 
 
 
21
 
clérigos (membros do papado) estava preocupada com os assuntos na Itália, ou em 
Constantinopla. 
A única parte da Europa ocidental onde o papado teve influência foi na Grã-
Bretanha, local em que Gregório tinha enviado a missão gregoriana de 597, para 
converter os anglo-saxões ao cristianismo. 
Outros esforços missionários foram levados pelos irlandeses, que entre os 
séculos V e VII, foram os missionários mais ativos na Europa Ocidental, indo primeiro 
para a Inglaterra e Escócia, e mais tarde para o continente. 
O início da Idade Média testemunhou a ascensão do “monaquismo” no 
Ocidente, que era o modo de vida daquele que deixa os assuntos do mundo e se devota 
aos assuntos religiosos. A forma do monaquismo europeu foi determinada por tradições 
e ideias que se originaram nos desertos do Egito e da Síria. 
O estilo do “monaquismo” que incide sobre a experiência da comunidade da 
vida espiritual é chamado cenobitismo, iniciado por Pacômio, no século IV. Os ideais 
monásticos propagaram-se do Egito para a Europa ocidental nos séculos V e VI, através 
da literatura hagiográfica. 
Os monges e os mosteiros tiveram um efeito profundo sobre a vida política e 
religiosa do início da Idade Média, em vários casos, atuando como fiadores de terras 
para as famílias poderosas, centros de propaganda e apoio real em regiões recém-
conquistadas, além de servirem também como bases para as missões. 
Não obstante, eles foram os principais postos de educação e alfabetização, uma 
vez que a escrita não era acessível a maioria da população, talvez por isso a igreja 
concentre um número enorme de documentos e relíquias históricas. 
Muitos dos manuscritos sobreviventes dos clássicos romanos foram copiados 
em mosteiros no início da Idade Média. Os monges foram também os autores de obras 
novas, incluindo tratados de teologia, história e outros assuntos relacionados à igreja. 
 
 
22
 
Como podemos notar, a história da igreja possui diversos fatos que ainda são polêmicos 
se discutidos sob um ponto de vista único. 
Vale ressaltar mais uma vez, que para se estudar teologia ou qualquer assunto 
voltado para as religiões, antes de qualquer coisa, é necessário manter uma visão 
pluralizada, ou seja, capturar informações de diferentes fontes. 
Lembramos ainda que os estudos teológicos fazem parte da história de cada 
povo, e que dependemos de documentos históricos para fazermos um levantamento 
coerente acerca dos estudos voltados à igreja e às religiões. Para tanto, é necessário um 
olhar mais focalizado nesses detalhes que dão contornos únicos para os estudos 
teológicos, de acordo com o local e os costumes culturais de cada etnia. 
 
1.5 – História da igreja no Brasil 
 
A Igreja Católica Apostólica 
Brasileira (ICAB) é uma igreja 
independente criada em 1945, pelo 
brasileiro bispo Dom Carlos Duarte 
Costa, um ex-bispo católico romano 
de Botucatu. 
 
A ICAB tem 58 dioceses e possui 
cerca de 7 milhões de membros, em 
17 países. Seu principal comandante 
era o patriarca Dom Luis Fernando 
Castillo Mendez, membro do 
Conselho Mundial de Igrejas 
Católicas Apostólicas, uma comunhão de igrejas espalhadas por 14 países. 
 
 
 
 
23
 
A ICAB observa sete sacramentos: 
 
� batismo; 
� eucaristia; 
� confirmação (ou crisma); 
� penitência; 
� unção dos enfermos; 
� ordenação; 
� matrimônio. 
 
A ICAB propõe estas práticas para todos os cristãos que reconhecem a presença 
real de Cristo na Eucaristia. A igreja reconhece o divórcio como uma realidade da vida e 
permitido na Sagrada Escritura, e reconhece o casamento com pessoas divorciadas após 
o processo eclesiástico de Investigação. 
 
A igreja católica permite o batismo de filhos de pais divorciados ou solteiros. 
Também ensina que o controle da natalidade é aceitável em certas circunstâncias (por 
exemplo, para a prevenção de doenças). 
 
Ela se opõe ao aborto, à eutanásia, à pena de morte e qualquer outra forma de se 
tirar a vida humana. A igreja tem três ramos administrativos, de acordo com a 
concepção de um Estado: 
 
1. Executivo (Conselho Episcopal); 
2. Legislativo (Conselho Nacional); 
3. Judicial (Superior Tribunal Eclesiástico). 
 
Em 1949, o governo brasileiro, temporariamente, proibiu o funcionamento 
público da ICAB, afirmando que a semelhança de sua liturgia e vestimentas com os da 
Igreja Católica Romana, resultaria em confusão e traria decepção do público. 
 
 
24
 
No entanto, alguns meses depois, as igrejas foram autorizados a reabrir, desde 
que a sua liturgia não duplicasse a liturgia católica romana e seu clero deveria usar traje 
clerical cinza, em contraste com a roupa preta usada pelo clero católico. 
 
Dom Carlos Duarte Costa começou a implementar uma série de reformas na 
ICAB que ele via como problemas na Igreja Católica Romana, como por exemplo, a 
abolição do celibato clerical. Algumas regras para a reconciliação dos divorciados e 
recasados foram implementadas. 
 
A liturgia foi traduzida para o vernáculo, o clero deveria viver e trabalhar entre o 
povo, e sustentar a si e seus ministérios, mantendo o emprego secular, ou seja, próximo 
ao povo. Logo após a fundação da igreja, Dom Carlos Duarte Costa ordenou a mais dois 
bispos, Salomão Barbosa Ferraz (1945), e o venezuelano Luis Fernando Castillo 
Mendez (1948), que fortalecessem os laços da comunidade com a igreja. 
 
Dom Salamão Ferraz atuou como co-consagrador para Dom Castillo Mendez. 
Estes três bispos passaram a estabelecer igrejas autônomas semelhantes a Católica 
Apostólica Brasileira, em vários outros países da América Latina. Duarte Costa, 
pessoalmente, serviu como consagrador ou co-consagrador de 11 bispos adicionais, 
cada um dos quais tiveram um papel de liderança em outras igrejas do Brasil. 
 
Em 1958, o bispo Ferraz deixa a ICAB e volta para a Igreja Católica Romana 
onde sua consagração episcopal foi aceita como válida. Pouco tempo depois, em 1961, 
Dom Carlos Duarte Costa falece e o ICAB sofre vários anos de tumulto como a falta de 
entendimento, as cismas e os múltiplos pretendentes para o trono patriarcal deixaram a 
igreja em desordem. 
 
Após este curto período, a Igreja encontrou estabilidade e crescimento sob o 
falecido Patriarca Castillo Mendez. Algumas fontes indicam que o bispo Luis Castillo 
Méndez assumiua liderança da ICAB após a morte de Duarte Costa. Em 1982, Castillo 
Méndez foi eleito presidente do Conselho Episcopal. Ele foi designado Patriarca de 
ICAB em 1988, e Patriarca de ICAN (a comunhão internacional), em 1990. 
 
 
25
 
Após este período, o Conselho de Bispos havia votado contra reunir a Igreja 
Católica Romana. Os bispos afirmaram que muito sofrimento e tortura haviam sido 
infligidos em grande parte, a pedido da Igreja Católica Romana. A sucessão apostólica é 
um fator defendido pela ICAB. A igreja cita o caso de Salomão Barbosa Ferraz, como 
prova de que sua sucessão apostólica é válida, mesmo para os padrões católicos. 
 
Pouco mais de um mês após a fundação da igreja, em 15 de agosto de 1945, 
Dom Duarte Costa presidiu como o celebrante principal na consagração episcopal de 
Salomão Barbosa Ferraz. Treze anos mais tarde (em 1958, sob o comando do Papa João 
XXIII), Ferraz reconciliado com a Igreja Católica Romana, foi integralmente 
reconhecido como bispo, mesmo já sendo casado na época. Ferraz não foi ordenado 
novamente, no entanto, ele não foi nomeado para uma diocese imediatamente. 
 
No final do século XX, um movimento da igreja (teologia da libertação), que 
incide sobre os pobres como os principais destinatários da mensagem de Cristo, primou 
pela busca de justiça social. A igreja passou a se organizar em Comunidades Eclesiais 
de Base em todo o país, para trabalhar nas causas sociais e em nível local. 
 
Os católicos, em seguida, viram a ascensão do movimento de Renovação 
Carismática, como forma de compensar o rápido crescimento do protestantismo 
pentecostal no país. Um conselho mundial da comunhão foi realizado no Brasil, em 
2005. Houve ainda outro conselho nos Estado Unidos, em junho de 2009, em Fort 
Worth, no estado do Texas. 
 
A intenção desses conselhos, tanto no Brasil quanto nos Estados Unidos da 
América, além de promover a unificação da igreja por todo o mundo, também tem a 
intenção de trazer todos os membros da igreja para uma mesma linha de foco: o social, 
que parece ser a nova e universal preocupação dos religiosos, de qualquer doutrina 
religiosa. 
 
 
 
 
 
26
 
Unidade 2 – Introdução aos estudos religiosos 
 
Olá! 
 
Nesta unidade, trataremos da história da igreja contemporânea, isto é, a igreja 
enquanto instituição. Posteriormente abordaremos os princípios básicos que nos 
introduzirão aos primeiros estudos teológicos. 
 
Trataremos da Teologia das religiões, fazendo uma leitura panorâmica acerca 
dessa prática social ancestral. Também analisaremos, pormenorizadamente, algumas 
passagens da bíblia, fazendo uma leitura imparcial acerca dos fatos históricos, 
ressaltando suas metáforas e linguagem. 
 
Estudaremos de maneira superficial a língua do latim, idioma este que serviu de 
base para boa parte dos textos litúrgicos daquele período. Veremos o antigo e o novo 
testamento, levando em conta o contexto sócio-histórico dos quais os textos foram 
produzidos. 
 
Por fim, analisaremos os dogmas, bem como eles surgem e influenciam 
comportamentos e práticas sociais. Em outras palavras, mostraremos como os aspectos 
socialmente convencionais afetam o “modus vivendi” do homem moderno. 
 
Bom curso! 
 
 
 
 
 
 
27
 
2.1 – A igreja contemporânea 
 
Neste tópico, falaremos sobre alguns 
aspectos gerais do culto cristão contemporâneo 
em congregações ocidentais. O culto 
contemporâneo é uma forma de adoração 
cristã que surgiu, inicialmente, no 
protestantismo ocidental evangélico no século 
XX. 
 
Ele foi originalmente confinado ao 
movimento carismático, mas agora é 
encontrado em graus diferentes em uma ampla gama de igrejas, incluindo muitas que 
não se subscrevem sob uma teologia carismática. 
 
A igreja contemporânea conhecida em alguns países como templos de “adoração 
contemporânea”, geralmente tem os cultos caracterizados pelo uso de música de 
adoração contemporânea em um ambiente informal. O culto contemporâneo é praticado 
em igrejas com uma tradição litúrgica. 
 
Os termos de culto, adoração ou culto litúrgico são, por vezes, usados para 
descrever as formas de adoração convencionais e distingui-los de adoração 
contemporânea. 
 
Cobriremos alguns aspectos sobre como surgiu a igreja contemporânea e 
algumas controvérsias que apareceram (e que ainda aparecem) sobre a nova roupagem 
deste tipo de culto, que atrai principalmente o público mais jovem. 
 
 
 
 
 
 
28
 
História 
 
Historicamente, o fenômeno de adoração contemporânea surgiu a partir do 
Movimento de Jesus na América do Norte, na década de 1960, e do "movimento de 
renovação carismática" na Austrália e na Nova Zelândia, durante os anos 1970 e 1980. 
 
A função da música nos cultos, o estilo, o seu desempenho, a teologia explícita 
das letras e da teologia implícita nestes aspectos distinguem a "adoração 
contemporânea" do culto tradicional na prática. 
 
As músicas de adoração contemporânea são parte significativa do serviço da 
igreja. Repetições de frases reforçam o conteúdo teológico deste serviço litúrgico. O 
impacto é intensificado e as orações formais são raramente usadas. 
 
Teologicamente, música de adoração contemporânea são influenciadas por 
teologias pentecostais e evangélicas. No entanto, o fenômeno tem influenciado todas as 
principais denominações em algum grau. Há uma grande variedade, na prática, entre as 
igrejas. Adoração contemporânea é intrínsecamente relacionada com a indústria da 
música cristã contemporânea. 
 
Controvérsia 
 
A mudança para o culto contemporâneo tem sido uma fonte de controvérsia 
significativa, às vezes chamado de "guerras de adoração", em muitas igrejas. Apesar de 
algumas divergências que resultaram, principalmente, de uma resistência às mudanças 
no estilo de adoração ao qual estavam acostumados. O estilo musical de adoração 
contemporânea é muito influenciado pela música popular e o uso de instrumentos 
modernos é comum. 
 
Aqueles que criticam o aparecimento deste novo tipo de adoração, dizem que 
este estilo de música é 'mundano' e associado a um estilo de vida imoral. Um pequeno 
 
 
29
 
número de teólogos se opõe aos cultos contemporâneos e principalmente ao uso da 
música no estilo jovem. 
 
As principais controvérsias a partir do conteúdo lírico da música de adoração 
contemporânea, vão de encontro aos hinos tradicionais e que muitas vezes refletem uma 
teologia carismática. A crescente influência da música é vista, pelos mais 
conservadores, como a introdução de ensinamentos carismáticos pela porta dos fundos. 
 
Além disso, a crítica tem sido feito acerca da formulação de muitas canções de 
adoração contemporânea, que segundo estes críticos religiosos mais ortodoxos, são 
produções “banais” e sem profundidade. 
 
Finalmente, os críticos têm argumentado que os cultos contemporâneos são, na 
verdade, “entretenimento”, alegando que os valores mais elevados deste tipo de música 
(muitas vezes tocada por uma banda) e a falta de intercessão, criam uma atmosfera 
artificial. Opositoresao culto contemporâneo, isto é, o culto carismático, têm feito 
profundas ressalvas à ala mais conservadora da igreja evangélica, esta por sua vez, 
também se opõe ao movimento carismático. 
 
Fato é que esta forma de culto vem crescendo cada dia mais. Não obstante é 
possível observar o gênero musical gospel, produto este, criado em razão da alta 
aceitação do culto carismático. Para melhor entendermos o sucesso deste novo culto 
religioso é preciso analisar aspectos secundários como: 
 
Bloco de adoração 
 
 A adoração contemporânea normalmente inclui um número de canções cantadas 
em sequência. Nas formas mais tradicionais de culto, seria normal que hinos fossem 
intercalados com orações, leituras, ítens litúrgicos etc. A prática tradicional é muitas 
vezes referida como "louvor e adoração". 
 
 
 
 
30
 
Líder de adoração 
 
 Uma característica notável do culto contemporâneo é o líder de adoração. Um 
líder de adoração normalmente é um músico (muitas vezes um guitarrista ou pianista), 
com capacidade de cantar bem, cujo papel é o de conduzir o canto congregacional. 
 
Muitos compositores de canções de adoração contemporâneos são também 
líderes. O líder de adoração tem um papel de destaque nos cultos contemporâneos e é 
responsável por grande parte da direção espiritual da reunião. Muitas vezes é ele quem 
vai escolher as músicas que serão cantadas. 
 
Isto pode ser contrastado com as igrejas tradicionais, onde todo serviço é 
normalmente liderado por um membro do clero, isto é, um padre ou diácono. Além 
disso, em muitos casos o líder de adoração é responsável pelo recrutamento de outros 
músicos para compor uma banda de culto. 
 
A maioria das igrejas que está adotando a adoração contemporânea, tem uma 
banda de culto e louvor tocando músicas durante o rito. Em outros termos, como equipe 
de louvor, grupo de louvor ou grupo de música também são utilizados. 
 
Bandas de culto são mais comuns em denominações evangélicas, mas também 
podem ser encontradas entre outras denominações cristãs. A maioria das bandas de 
culto é baseada na doutrina da própria igreja. 
 
No entanto, algumas bandas de música cristã contemporânea também atuam 
como bandas de culto para eventos. Esses conjuntos musicais têm diferentes 
composições e usam uma variedade de instrumentos não-tradicionais da igreja, como 
guitarra elétrica, bateria, cavaquinho, tambores etc. 
 
Hoje em dia, a influência do gênero musical rock nas igrejas é generalizada e o 
uso de instrumentos elétricos aumentou. Uma banda de culto pode criar um som 
contemporâneo para a adoração que os fiéis mais jovens podem se identificar. Bandas 
 
 
31
 
de culto também podem ser utilizadas com agentes captadores de fiéis, sobretudo os 
jovens, uma vez que constituem uma forma de entretenimento. 
 
O movimento carismático também resultou em um grande número de canções 
sendo escritas. Desta forma, tornou-se impraticável para igrejas usar hino ou livros de 
música, já que neles figuravam apenas os velhos sermões e não as novas canções 
religiosas contemporâneas. 
 
A adoração contemporânea, muitas vezes, inclui outros elementos não 
encontrados em formas convencionais de adoração. Cada dia mais vemos novas igrejas 
aumentando seu patrimônio maior, isto é, seus fiéis. 
 
2.2 – Introdução à teologia 
 
O primeiro estudioso acerca dos estudos 
teológicos foi Agostinho de Hipona (354-430), 
teólogo Latino. Suas escritas sobre o livre-arbítrio 
e o pecado original permanecem incrivelmente 
influentes na cristandade ocidental. Ele definiu o 
equivalente latino, teologia, como um "raciocínio 
ou discussão a respeito da Divindade". 
 
Outro grande personagem foi Alberto 
Magno (1193/1206-1280), padroeiro dos teólogos 
católicos romanos. Já neste período, começa-se a 
explorar outros campos do conhecimento, interseccionando saberes filosóficos, 
etnográficos, históricos, espirituais etc, para ajudar a compreender, explicar, defender 
ou promover qualquer miríade de temas religiosos. 
 
O termo “teologia” vem de “Θεός” palavra grega que significa "Deus", e 
“λόγος”, isto é, logia, que significa "estudo de”, portanto, é o estudo sistemático e 
 
 
32
 
racional da religião e suas influências, bem como o estudo da natureza das verdades 
religiosas. Entre os objetivos dos estudos teologicos destacam-se: 
 
A palavra grega theologia (θεολογια) foi usada com o significado de "discurso 
sobre Deus", no século IV a.C., por Platão na República Ch, Livro II, 18 anos. 
Aristóteles dividiu a filosofia teórica em três partes: mathematike, physike e theologike. 
Este último aproxima-se muito à metafísica, que, para Aristóteles, incluía discurso sobre 
a natureza do divino. Com base em fontes gregas, o escritor latino Varrão distingue três 
formas de discurso como: 
 
� Míticos: quanto aos mitos dos deuses gregos; 
 
� Racionais: análise filosófica dos deuses e da cosmologia; 
 
� Civis: sobre os ritos, deveres de público e observância religiosa. 
 
Estudiosos, estreitamente relacionados com teologia, aparecem em alguns 
manuscritos bíblicos, como por exemplo, no título do livro de Apocalipse: apokalypsis 
ioannoy theologoy, "a revelação de João Theologos”. 
 
Alguns autores latino-cristãos, como Tertuliano e Agostinho, este último 
veremos com frequência no decorrer deste curso, estão entre os outros que já percebiam 
a necessidade de se criar uma ciência religiosa. Criou-se um consenso geral sobre o 
raciocínio ou discussão a respeito da divindade. 
 
Em outra instância, teologia poderia referir-se estritamente ao conhecimento 
devoto e inspirado de ensinar sobre a natureza essencial de Deus. Em algumas fontes 
medievais gregas e latinas, a teologia poderia simplesmente referir-se ao estudo da 
Bíblia. 
 
 O autor Latino Boécio, ao escrever no início do século VI, usava a teologia para 
denotar uma subdivisão da filosofia como um objeto de estudo acadêmico, que lida com 
 
 
33
 
a realidade, imóvel e incorpórea (ao contrário da física, que trata de realidades corporais 
e do movimento). 
 
Nas escolas latinas, o termo passou a designar o estudo racional das doutrinas da 
religião cristã, ou, mais precisamente, a disciplina acadêmica que investigou a 
coerência, as implicações da linguagem, as reivindicações da Bíblia e da tradição 
teológica (este último muitas vezes representada nas sentenças de Pedro Lombardo, um 
livro de extratos dos Pais da Igreja). 
 
Somente a partir do século XVII, tornou-se também possível a utilização do 
termo "teologia" para se referir ao estudo das ideias religiosas e ensinamentos que não 
são especificamente cristãos. 
 
O termo "teologia" pode agora também ser usado em um sentido derivado para 
significar “um sistema de princípios teóricos”. Uma ideologia, impraticável ou rígida, 
dos estudos religiosos. 
 
Em círculos acadêmicos teológicos há debates discutindo se a teologia é uma 
atividade peculiar à religião cristã, de tal forma que a palavra "teologia" deve ser 
reservada para a teologia cristã, bem como as palavras utilizadas para nomear discursos 
análogos dentro de outras tradições religiosas. 
 
Issoé visto por alguns críticos como um único termo apropriado para o estudo 
das religiões que adoram uma divindade (theos), e pressupõe a crença na capacidade de 
falar e raciocinar sobre esta divindade (logia). 
 
Desta forma, sendo menos apropriada em contextos religiosos que são 
organizados de forma diferente, bem como as religiões sem uma divindade ou que 
negam que tais assuntos possam ser estudadas logicamente. 
 
 
 
34
 
Neste sentido, a palavra "Hagiografia" tem sido proposta como um termo 
substituto e mais genérico para designar a mesma ciência que a teologia, contudo sob 
um prisma mais abrangente. 
 
Algumas investigações acadêmicas dentro do Budismo, dedicados à investigação 
racional de um entendimento budista do mundo, preferem a designação de filosofia 
budista à teologia budista, já que o budismo não tem a mesma concepção de um theos. 
 
Neste sentido, o budismo é ateológico, rejeitando a noção de Deus. Entretanto, 
se observarmos por outra perspectiva, notaremos que a filosofia budista, está presente 
nos mesmos pressupostos que há nas igrejas convencionais. 
 
O fato é que Deus está presente em todas as religiões e correntes filosóficas, 
mesmo que estas não admitam a existência de uma consciência onipresente, geradora do 
cosmos. 
 
2.3 - Teologia nas religiões 
 
 
 
 
 
35
 
Como observamos, a teologia consiste num vasto campo de estudo, que não se 
limita apenas a uma religião. Pelo contrário, os estudos religiosos e teológicos são 
aplicáveis em qualquer corrente religiosa. 
 
Na filosofia hindu, por exemplo, há uma tradição sólida e antiga de especulação 
filosófica sobre a natureza do universo de Deus (chamado de "Brahman" em algumas 
escolas de pensamento hindu) e do “Atman” (alma). A palavra sânscrita para as várias 
escolas de filosofia hindu é Darshana (que significa"vista" ou "ponto de vista"). 
 
A teologia vaishnava tem sido um tema de estudo para muitos devotos, filósofos 
e estudiosos na Índia durante séculos, e nas últimas décadas também foi tomada por um 
número de instituições acadêmicas com forte influência na Europa. 
 
A discussão teológica islâmica, que se assemelha à discussão teológica cristã é 
chamada de "Kalam", termo derivado da frase Kalam Allah, em árabe: "palavra de 
Deus", que se refere ao Alcorão. 
 
No judaísmo, a ausência histórica da autoridade política fez com que a reflexão 
teológica acontecesse dentro do contexto da comunidade judaica, em vez de dentro das 
instituições acadêmicas especializadas. 
 
No entanto, a teologia judaica, historicamente, tem sido altamente significativa 
para a teologia cristã e islâmica, trazendo profundas colaborações no que se refere à 
interpretação das escrituras sagradas. 
 
A teologia no universo acadêmico 
 
A história do estudo da teologia em instituições de ensino superior é tão antiga 
quanto a história de tais instituições. Naturalmente que desde o início, a ciência 
teológica cristã foi um componente central nestas instituições, como também foi no 
estudo da igreja ou no direito canônico. 
 
 
 
36
 
As universidades desempenharam um papel importante na formação de pessoas 
para cargos eclesiásticos. Elas ajudaram a igreja na busca do esclarecimento em defesa 
do seu ensino, no apoio jurídico à igreja contra os governos e nos sistemas econômicos 
seculares. 
 
Durante a alta idade média, a teologia era, portanto, o tema final em 
universidades, sendo nomeado "A Rainha das Ciências" e servindo como ponto crucial 
para os jovens estudarem. 
 
Isso significava que as outras disciplinas, incluindo psicologia e filosofia, 
existiam principalmente para ajudar o pensamento teológico. Com seu lugar de 
destaque, a teologia cristã começou a ser contestada durante o Iluminismo europeu, 
especialmente na Alemanha. 
 
Desde o início do século XIX, várias abordagens diferentes surgiram no 
Ocidente propondo a teologia como disciplina acadêmica. Muito da teologia foi posto 
em debate em universidades e centros de ensino superior. 
 
Em alguns contextos, a teologia foi taxada como uma disciplina acadêmica sem 
filiação formal a qualquer igreja em particular, embora os membros individuais da 
equipe pudessem muito bem ter filiação a igrejas diferentes. Nesta época, os estudos 
religiosos eram normalmente vistos como a exigência da verdade ou a constatação de 
falsidade das tradições religiosas estudadas. 
 
Os estudos religiosos que envolvem pesquisas e práticas históricas ou 
contemporâneas, bem como as ideias dessas tradições usando ferramentas intelectuais 
não ligadas a nenhuma tradição religiosa, logo são entendidos como uma leitura neutra 
ou laica. A amplitude da teologia acaba por aumentar seu campo de atuação, onde 
destacam-se: 
 
� Antropologia da religião; 
 
 
 
37
 
� Religião comparada; 
 
� História das religiões; 
 
� Filosofia da religião; 
 
� Psicologia da religião; 
 
� Sociologia da religião. 
 
Perspectivas teológicas 
Como é observável, a teologia das religiões se refere ao ramo da teologia cristã 
que tenta teologicamente e biblicamente avaliar os fenômenos das religiões. Três 
escolas importantes neste campo são: 
O pluralismo 
Trata-se, basicamente, da crença de que as religiões do mundo são verdadeiras e 
igualmente válidas em sua comunicação da verdade sobre Deus, o mundo e a salvação. 
Esta é a visão popular de que todas as religiões levam ao mesmo Deus, e todos 
os caminhos levam para o céu. Neste sentido, o cristianismo não é o único caminho da 
salvação, mas um entre vários. 
O inclusivismo 
O inclusivismo é a crença de que Deus está presente em religiões não-cristãs 
para salvar adeptos através de Cristo. 
A visão inclusivista deu origem ao conceito do cristão anônimo, que é 
compreendido como um adepto de uma religião, em particular a quem Deus salva 
 
 
38
 
através de Cristo, mas que pessoalmente não conhece o Cristo da Bíblia, nem se 
converteu ao cristianismo bíblico. Esta posição foi popularizada no início do século XX. 
Sob esta perspectiva, uma religião não-cristã é uma religião lícita. Além disso, a 
religião está incluída no plano de Deus. A corrente teologica inclusivista tem um grande 
apelo nas pessoas por causa da sua abordagem simpática à religião. 
O exclusivismo 
Exclusivismo é a posição teológica que sustenta a finalidade da fé cristã em 
Cristo. A finalidade de Cristo significa que não há salvação em religiões não-cristãs. 
Baseado no conceito aristotélico da verdade, muitos exclusivistas consideram 
todas as outras reivindicações religiosas como falsas e inválidas, exceto se a revelação 
cristã for por elas aceita como verdade. 
Os exclusivistas acreditam que a salvação é pelo Cristo. É através de uma 
experiência pessoal de compromisso com Cristo que se recebe a garantia de salvação. 
Os não-crentes não podem receber tal garantia, uma vez que não são nem conscientes da 
singularidade de Cristo, e também não reconhecem seu senhorio. 
O exclusivista apoia-se à bíblia, como a fonte de todo o conhecimentosobre a 
espiritualidade e salvação. A bíblia é o critério de toda a verdade religiosa, ela relata a 
história de redenção, dá uma base para a fé pessoal, sendo um guia da comunidade 
cristã, e fala sobre o futuro do mundo que liga toda a história, vida e serviço com 
significado e propósito. 
O exclusivismo, assim, estabelece a singularidade e identidade do cristianismo 
entre as religiões do mundo. Exclusivismo pode assumir tanto uma perspectiva 
extremista quanto um ponto de vista moderado: 
– A visão extremista concebe todas as religiões não-cristãs como demoníacas e 
inimigas do verdadeiro cristianismo. 
– A visão moderada vê algumas religiões não-cristãs como aceitáveis. 
 
 
39
 
A visão exclusivista vê a exclusividade da bíblia em seu anúncio de Cristo como 
o único caminho da salvação. A bíblia também fala de Deus envolvido na história das 
nações e dos povos antigos. 
Estas correntes integram, de certa forma, outras tradições religiosas ligadas ao 
cristianismo e tentam responder questões sobre a natureza de Deus e da salvação. O fato 
é que enquanto ciência, a teologia tem se mostrado eficiente e esclarecedora acerca das 
relações humanas com a Divindade. Muito ainda deve ser estudado, mas o caminho da 
compreensão está sendo trilhado a cada dia, por todos nós. 
 
2.4 – Bíblia 
 
A Bíblia (do grego koiné τὰ 
βιβλία, lê-se /ta bíblia/, designa "os 
livros") é uma coleção de textos 
considerados canônicos. É um livro 
sagrado no judaísmo ou no 
cristianismo. 
 
A Bíblia Hebraica, ou Tanakh, 
contém 24 livros divididos em três 
partes: os cinco livros do Torá 
("ensino" ou "lei"), o Nevi'im 
("profetas"), e os Ketuvim ("escritos"). 
 
A primeira parte da bíblia cristã é o Antigo Testamento, que contém os 24 livros 
da bíblia hebraica, divididos em 39 livros. Estes livros são ordenados de forma diferente 
na bíblia hebraica. 
 
A igreja católica e as igrejas cristãs orientais também possuem certos livros 
deuterocanônicos, isto é, livros e partes de livros bíblicos do Antigo Testamento e do 
 
 
40
 
Novo Testamento que foram utilizados por um grande número de cristãos ao longo da 
história do cristianismo, sendo considerados apócrifos no judaísmo e pelos sucessores 
da reforma durante o século XX, iniciada por Lutero e Calvino no século XVI. 
 
A segunda parte é o Novo Testamento, que contém 27 livros, os quatro 
evangelhos canônicos, Atos dos Apóstolos, 21 epístolas, ou cartas, e o livro do 
Apocalipse. 
 
Por volta do século II a.C., grupos de judeus haviam chamado o conjunto de 
livros da bíblia de livros santos. Hoje em dia, os cristãos chamam os livros do Antigo e 
do Novo Testamento da bíblia cristã de "Bíblia sagrada", (τὰ βιβλία τὰ ἅγια) ou 
"Sagradas Escrituras" (Αγία Γραφή). Muitos cristãos acreditam que todo o texto 
canônico da bíblia foi divinamente inspirado e escrito por pura iluminação de Deus. 
 
A bíblia foi dividida em capítulos no século XIII, por Stephen Langton, e 
posteriormente em versos no século XVI, pelo francês Robert Estienne. A bíblia tem 
vendas anuais que ultrapassam 25 milhões de cópias, e tem sido uma grande influência 
sobre a literatura e a história, especialmente no Ocidente, onde foi primeiramente 
impressa. 
 
 
Etimologia 
A palavra Bíblia vem do Latim e do grego koiné τὰ βιβλία, ta biblia 
"os livros" (biblion βιβλίον singular). O substantivo “bíblia” gradualmente 
passou a ser considerado como um substantivo feminino singular (biblia, 
gen. bibliae) em latim, no período medieval, e assim a palavra foi 
emprestada para as línguas vernáculas da Europa Ocidental e para as línguas 
derivadas do latim. 
A palavra βιβλίον tinha o significado literal de "papel" ou 
"pergaminho" e passou a ser usada como a palavra comum para "livro". É o 
 
 
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diminutivo de βύβλος, lê-se /bublos/ e significa “papiro egípcio”. 
Possivelmente chamada por conta do nome dos fenícios de Byblos, 
referindo-se ao mar do porto (também conhecido como Gebal) de onde o 
papiro egípcio foi exportado para a Grécia. 
O termo grego “ta bíblia” (pequenos livros de papiro) foi uma 
expressão judia usada para descrever os livros sagrados (Septuaginta). 
Estudos bíblicos observam que Crisóstomo, parece ser o primeiro escritor 
(em suas Homilias sobre Mateus) a usar a frase grega ta bíblia (os livros) 
para descrever tanto o Antigo quanto o Novo Testamentos juntos. 
 
Bíblia cristã 
 
A bíblia cristã é um conjunto de livros que uma denominação cristã considera 
como divinamente inspiradas e constituindo, assim, as sagradas escrituras, estas por sua 
vez, são as próprias vontades de Deus. 
 
Embora a igreja primitiva usasse a Septuaginta ou os Targuns aramaico entre os 
falantes de idiomas diversos, os apóstolos não deixaram um conjunto definido de novas 
escrituras, em vez disso o cânon do Novo Testamento, desenvolvido ao longo do tempo, 
foi sua maior herança. 
 
Grupos dentro do cristianismo incluem livros diferentes como parte das 
escrituras sagradas mais proeminentes. Entre os quais estão os apócrifos bíblicos ou 
livros deuterocanônicos, como já mencionados antes. 
 
Abaixo temos um interessante texto, reproduzido da internet, a respeito das 
escrituras sagradas. Nele têm-se curiosidades sobre alguns fatos descritos na bíblia. 
Trata-se de uma leitura bem humorada, contudo, bem verdadeira dos episódios bíblicos, 
observe: 
 
 
 
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Top – 5 pragas: 
I. Quando os hebreus eram escravos no Egito, o Senhor enviou 
dez pragas contra os opressores do povo escolhido. A primeira delas foi 
transformar toda a água do país em sangue. (Êxodo 7:21) 
 
II. Como o faraó não libertava os hebreus, o Senhor radicalizou: 
matou, numa só noite, todos os primogênitos do Egito. “E houve grande 
clamor no país, pois não havia casa onde não houvesse um morto”. 
(Êxodo 12:30) 
 
III. Desgostoso com os pecados de Sodoma e Gomorra, Deus 
destruiu as duas cidades com uma chuvarada de fogo e enxofre. (Gênesis 
19:24) 
 
IV. Para punir as desobediências do rei Davi, o Senhor enviou 
uma doença não identificada, que matou 70 mil homens e 200 mil 
mulheres e crianças. (2 Samuel, 24: 1-13) 
 
V. Quando a nação dos filisteus roubou a arca da Aliança, onde 
estavam guardados os dez mandamentos, o Senhor os castigou com um 
surto de hemorróidas letais. “Os intestinos lhes saíam para fora e 
apodreciam”. (1 Samuel 5:9) 
 
 
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Os possíveis autores: 
 
1200 a.C. – Moisés 
 
Segundo uma lenda judaica, a Torá (obra precursora da Bíblia) 
teria sido escrita por ele. Mas há controvérsias, pois existe um trecho da 
Torá que diz: “Moisés morreu e foi sepultado pelo Senhor próximo a 
Fegor”. Ora, se Moisés é o autor do texto, como ele poderia ter relatado a 
própria morte? 
 
1000 a.C. – Javista 
 
Viveu na corte do rei Davi, no antigo reino de Israel, e era um 
aristocrata. Ou, quem sabe, uma aristocrata: para o crítico Harold Bloom, 
Javista era mulher. Isso porque os personagens femininos da Bíblia (Eva 
e Sara, por exemplo) são muito mais elaborados que os masculinos.Século IV a.C. – Esdras 
 
Líder religioso que reformou o judaísmo e possível editor do 
Pentateuco (cinco primeiros livros da Bíblia). Vários trechos bíblicos 
editados por ele pregam a violência: “Derrubareis todos os altares dos 
povos que ides expropriar, queimareis as casas, e mudareis os nomes 
desses lugares”. 
 
Século I – Paulo 
 
Nunca viu Cristo pessoalmente, mas foi o primeiro a escrever 
sobre ele. Nascido na Turquia, Paulo viajou e fundou igrejas pelo Oriente 
 
 
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Médio. Ele escrevia cartas para essas igrejas, contando a incrível 
aventura de um tal Jesus – que foi crucificado e ressuscitou. 
 
Século I - Maria Madalena 
 
Estava entre os discípulos favoritos de Jesus e, diferentemente do 
que o Vaticano sustentou durante séculos, nunca foi prostituta. Pelo 
contrário: tinha influência no cristianismo e é a suposta autora do 
Apócrifo de Maria, um livro em que fala sobre sua relação pessoal com 
Jesus e divulga os ensinamentos dele. 
 
Século I – João 
 
Escreveu o 4º evangelho do Novo Testamento (João) e o Livro do 
Apocalipse, o último da Bíblia. Para ele, Jesus não é apenas um messias, 
é um ser sobrenatural, a própria encarnação de Deus. Essa interpretação 
mística marca a ruptura definitiva entre judaísmo e fé cristã. 
 
Século V – Jerônimo 
 
Nascido no território da atual Hungria, este padre foi enviado a 
Jerusalém com uma missão importantíssima: traduzir a Bíblia do grego 
para o latim. Cometeu alguns erros, como dizer que o profeta Moisés 
tinha chifres (uma confusão com a palavra hebraica karan, que na 
verdade significa “raio de luz”). 
 
Século XVI - William Tyndale 
 
Possuir trechos da Bíblia em qualquer idioma que não fosse o 
latim era crime. O professor Tyndale não quis nem saber, traduziu tudo 
para o inglês, e acabou na fogueira. Mas seu trabalho foi incrivelmente 
 
 
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influente: é a base da chamada “Bíblia do Rei James”, até hoje a tradução 
mais lida nos países de língua inglesa. 
Top – 5 satanagens: 
I. Após a destruição de Sodoma, os únicos sobreviventes eram Ló e suas 
duas filhas. As filhas de Ló embebedaram o pai e tiveram com ele a noite 
mais incestuosa da Bíblia. (Gênesis 19:31). 
 
II. O Cântico dos Cânticos, atribuído ao rei Salomão, é altamente erótico. 
Um dos trechos: “Teu corpo é como a palmeira, e teus seios, como cachos 
de uvas”. (Cânticos 7:7) 
 
III. Os anjos do Senhor tiveram chamegos ilícitos com mulheres mortais. 
“Vendo os Filhos de Deus que as filhas dos homens eram formosas, 
tomaram-nas como mulheres tantas quanto desejaram”. (Gênesis 6:2). 
 
IV. A Bíblia diz que os antigos egípcios eram muito bem-dotados. Após a 
fuga para Canaã, a judia Ooliba tem saudades dos tempos em que se 
prostituía no Egito. Tudo porque “seus amantes (...) ejaculavam como 
cavalos”. (Ezequiel 23:20). 
 
V. O hebreu Onã casou com a viúva de seu irmão, mas não conseguia 
fazer sexo com ela – preferia o prazer solitário. Do nome dele vem o 
termo “onanismo”, que significa masturbação. (Gênesis 38:9) 
 
 
 
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As história da história: Como o livro sagrado evoluiu ao longo dos 
tempos. 
Tanach – Século V a.C. 
É a Bíblia judaica, e tem três livros: Torá (palavra hebraica que 
significa “lei”), Nebiim (“profetas”) e Ketuvim (“escritos”). É parecida 
com a Bíblia atual, pois os católicos copiaram seus escritos. Contém as 
sementes do monoteísmo e da ética religiosa, mas também pregações de 
violência. A primeira das bíblias tem trechos ambíguos e misteriosos, 
algumas passagens dão a entender que Javé não é o único deus do 
Universo. 
Septuaginta – Século III a.C. 
O Oriente Médio era dominado pelos gregos e pelos 
macedônios. Muitos judeus viviam em cidades de cultura grega, como 
Alexandria, e desejavam adaptar sua religião aos novos tempos. Diz a 
lenda que Ptolomeu, rei do Egito, reuniu um grupo de 72 sábios judeus 
para traduzir a Tanach , e fizeram tudo em 72 dias. Por isso, o resultado 
é conhecido como Septuaginta. Inclui textos que não constam da 
Tanach. 
Novo Testamento – Século I 
A língua do Antigo Testamento é o hebraico, mas o Novo 
Testamento foi escrito num dialeto grego chamado coiné. Contêm os 
relatos sobre vida, milagres, morte e ressurreição de Jesus, os 
evangelhos. Em alguns trechos, vai deixando evidente a divergência 
entre cristianismo e judaísmo. É o caso, por exemplo, do Evangelho de 
João, em que Jesus é descrito como uma encarnação de Deus (coisa na 
qual os judeus não acreditavam). 
 
 
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Católica – Século IV 
Seus autores decidiram incluir sete livros que os judeus não 
reconheciam. São os chamados Deuterocanônicos: Tobias, Judite, 
Sabedoria, Eclesiástico, Baruque, Macabeus 1 e 2 (mais trechos dos 
livros Daniel e Ester). A Bíblia católica bate na tecla do monoteísmo: a 
palavra hebraica Elohim, usada na Tanach para designar a divindade, é 
o plural de El, um deus cananeu. Mas foi traduzida no singular e virou 
“Senhor”. 
Ortodoxa – Por volta do século IV 
É baseada na Septuaginta, mas também inclui livros 
considerados apócrifos por católicos e protestantes: Esdras 1, Macabeus 
3 e 4 e o Salmo 151. A tradução é mais exata (nesta Bíblia, Moisés 
nunca teve chifres, um erro de tradução introduzido pela Bíblia latina), 
e os escritos não são levados ao pé da letra: para os ortodoxos, o que 
conta são as interpretações do texto bíblico, feitas por teólogos ao longo 
dos séculos. 
Protestante – Século XVI 
Ao traduzir a Bíblia para o alemão, Martinho Lutero excluiu os 
livros Deuterocanônicos e mudou algumas coisas. Um exemplo é a 
palavra grega metanoia, que na Bíblia católica significa “fazer 
penitência”, uma referência à confissão dos pecados, um dos 
sacramentos católicos. Já Lutero traduziu metanoia como “reviravolta”. 
Para ele, confessar os pecados era inútil. O importante era transformar a 
vida pela fé. 
 
 
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Top – 5 milagres 
I. O maior de todos os milagres divinos foi o primeiro: a Criação do 
mundo, pelo poder da palavra. “E Deus disse: que haja luz. E houve 
luz”. (Gênesis 1:3) 
II. Para dar-lhe uma amostra de seus poderes, o Senhor leva Ezequiel a 
um campo cheio de esqueletos, e os traz de volta à vida. “O vento do 
Senhor soprou neles, e viveram”. (Ezequiel, 37; 1-28) 
III. Graças à benção divina, o herói Sansão tinha a força de muitos 
homens. Certa vez, foi atacado por um leão. “O espírito do Senhor deu-
lhe poder, e Sansão destroçou a fera com as próprias mãos, como se 
matasse um cabrito”. (Juízes 14:6) 
IV. Josué liderava uma batalha contra os amalequitas, mas o Sol estava 
se pondo. Como não queria lutar no escuro, o hebreu pediu ajuda 
divina, e o Sol ficou no céu. (Josué 10:13) 
V. Para fugir do Egito, os hebreus precisavam atravessar o mar 
Vermelho. E não tinham navios. Moisés ergueu seu bastão e as águas 
do mar se dividiram. Após a passagem dos hebreus, o profeta deixou 
que as ondas se fechassem sobre os exércitos do faraó. (Êxodo 14; 21-
30) 
Fonte: http://super.abril.com.br/religiao/quem-escreveu-biblia-447888.shtml