Liquido Sinovial - Trabalho Acadêmico - Fluidos Biológicos

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FACULDADE MAURÍCIO DE NASSAU
ANTÔNIO WESLEY ARAÚJO DOS SANTOS
DÉBORA MARIA PORTELA DOS SANTOS
JOEL VERAS DE OLIVEIRA
RONALDO FONTELES DA ROCHA
THIAGO BRUNO MACIEL DA SILVA ARAÚJO
FELIPE SANTOS
GLEUDIANO
FLUIDOS BIOLOGICOS – UM ESTUDO SOBRE LÍQUIDO SINOVIAL
BACHAREL EM BIOMEDICINA – NOTURNO
FORTALEZA – CE
2015
ANTÔNIO WESLEY ARAÚJO DOS SANTOS
DÉBORA MARIA PORTELA DOS SANTOS
JOEL VERAS DE OLIVEIRA
RONALDO FONTELES DA ROCHA
THIAGO BRUNO MACIEL DA SILVA ARAÚJO
FELIPE SANTOS
GLEUDIANO
FLUIDOS BIOLOGICOS – UM ESTUDO SOBRE LÍQUIDO SINOVIAL
Trabalho científico de revisão bibliográfica para apresentação à Profa. Dra. Ana Lúcia Hanneman da disciplina de Fluidos Biológicos na Faculdade Maurício de Nassau a fim de obtenção de parte da nota do processo avaliativo. 
FORTALEZA – CE
2015
FLUIDOS BIOLOGICOS – UM ESTUDO SOBRE LÍQUIDO SINOVIAL
Estudos epidemiológicos apontam para um relativa importância prognóstica e diagnóstica sobre a detecção de algumas patologias que estão fisiopatologicamente envolvidas na infecção e inflamação de articulações. Como já esperado, uma vez que haja um processo inflamatório na região articular, normalmente ocorre a formação de edema, rubor e dor, apresentando clinicamente alguma manifestação anormal aos mecanismos fisiológicos. Para que o médico possa proceder com o tratamento do paciente, será necessário, inicialmente, uma investigação típica com interrogatórios ao paciente, para, posteriormente realizar uma artrocentese, encaminhar a amostra de líquido sinovial ao laboratório de análises clínicas para que possam ser realizados os exames necessários para compor o arsenal diagnostico do paciente. Esses exames compõem a análise física, química e microscópica, sendo estas duas últimas mais fidedignas para um diagnóstico específico e diferencial. Uma vez realizados todos os exames necessários, o analista clínico descreve o observado em um laudo para que o profissional médico prossiga com o tratamento e acompanhamento médico do paciente enfermo.
Palavras-chave: Artrocentese. Líquido sinovial. Diagnóstico
FLUIDOS BIOLOGICOS – UM ESTUDO SOBRE LÍQUIDO SINOVIAL
Epidemiological studies point to a relative prognostic and diagnostic for the detection of some diseases that are pathophysiologically involved in infection and inflammation of joints. As expected, since there is an inflammatory process in the joint region usually occurs the formation of edema, redness and pain, clinically presenting an abnormal event to physiological mechanisms. So the doctor can proceed with the treatment the patient will require initially a typical research with interviews to the patient, to subsequently perform an arthrocentesis, transporting the samples of synovial fluid to clinical laboratory so that tests can be carried out necessary to compose the arsenal diagnosis of the patient. These tests make up the physical, chemical and microscopic analysis, the latter being more reliable for a specific and differential diagnosis. Once all the necessary examinations, clinical analyst describes the observed in a report to the medical professional proceed with treatment and medical care of the sick patient.
Keywords: Synovial fluid. Diagnosis. Arthrocentesis.
SUMÁRIO
INTRODUÇÃO
O presente trabalho tem por objetivo a demonstração dos processos clínicos e laboratoriais envolvidos no diagnóstico de doenças que acometem as articulações de organismos humanos, uma vez eu tenha sido realizado análises macroscópicas da região reclamada pelo paciente e também de toda a superfície corporal como método preventivo. O procedimento inicial deveria ser a análise da região lesionada ou inchada para poder verificar a possibilidade de realizar uma artrocentese. Uma vez que o procedimento de coleta possa ser realizado, amostra de líquido sinovial será encaminhada para o laboratório de analises clínicas rapidamente para que os exames possam ser realizados, desde o físico ao microscópico, que melhor define o estado patológico do paciente. 
Para melhor entendimento, será abordado o mecanismo fisiológico do líquido sinovial para possui uma tese teórica da análise científica de um processo patológico.
COMPOSIÇÃO DO LÍQUIDO SINOVIAL
O Líquido sinovial é um fluido biológico que está presente nas articulações com a função básica de lubrifica-las através de sua composição gelatinosa e mucinosa semelhantes ao aspecto de uma clara de ovo (MUNDT & SHANAHAN, 2012, p. 256).
Para MUNDT & SHANAHAN (2012, p. 256), “Todas as articulações humanas, exceto aquelas de suporte de peso, são revestidas por um tecido denominado membrana sinovial.”. Essa membrana citada pelo autor é uma bolsa que produz o líquido sinovial na região articular e esta envolvida por uma cápsula fibrosa composta por colágeno, principalmente.
O líquido sinovial é formado por níveis de glicose, ácido úrico e pequenos traços de proteínas que se combina com um mucopolissacarídeo, o hialuronato, que é sintetizado pela membrana sinovial. Todos esses compostos possuem função de nutrir o local da cartilagem articular que não é irrigada por vasos sanguíneos ou linfáticos e nem inervada por nervos (MUNDT & SHANAHAN, 2012, p. 256 e ZAMBRANO et al. 2011, p. 927).
O estudo deste líquido se torna importante já que, segundo CASTILLO, NÚÑEZ & CABIEDES (2009, p. 317), “Siendo la articulación el microambiente donde se desarrolla la inflamación, con todos sus efectos, el estudio del LS proporciona información importante para establecer los diagnósticos y en su caso iniciar el tratamiento.”.
FORMAÇÃO DO ULTRAFILTRADO
A formação do líquido sinovial é um processo fisiológico que decorre da filtração do plasma sanguíneo, uma vez que este passe pela membrana sinovial e pela cápsula fibrosa e se uma ao hialuronato (MUNDT & SHANAHAN, 2012, p. 256).
Segundo MUNDT & SHANAHAN (2012, p. 257), “A quantidade de líquido contido nas articulações em geral é pequena. O joelho normalmente contém até 4 mL de líquido.”, além disso, o mesmo ainda cita que o aspecto deste líquido é límpido, incolor e bastante viscoso podendo apresentar pequenas inclusões e ser coagulado na presença de fibrinogênio(MUNDT & SHANAHAN, 2012, p. 257).
Um estudo recente mostrou a necessidade de alongamento e aquecimento físico antes de qualquer atividade física referente ao esforço físico aplicado durante práticas de treino, onde citou a melhor lubrificação das articulações e menores lesões na cápsula fibrosa dos ossos (ALENCAR & MATIAS, 2010).
MÉTODOS DE COLETA
O procedimento médico realizado para coletar líquido sinovial de uma região que tenha inchaço articular é chamado de artrocentese, uma vez que seja um método invasivo de extração de fluidos a partir de uma cavidade corporal. Essa técnica consiste inicialmente na higienização do local da articulação, com posterior punção da agulha com seringa coletora através da pele realizando um empuxo até que chegue à cápsula sinovial. O líquido, então, é aspirado através da retração do êmbolo da seringa causando uma pressão no interior da membrana sinovial que puxa o fluido para dentro da seringa. Posteriormente a agulha é retirada, vedada e identificada para ser direcionada ao laboratório de analises clínicas rapidamente para evitar contaminações ou alterações da composição do líquido (MUNDT & SHANAHAN, 2012, p. 256).
É importante destacar que se for necessária a análise bioquímica para a presença de glicose no liquido sinovial, o paciente deve ter passado por jejum de seis horas para que possa ter havido o equilíbrio da concentração de glicose plasmática e sinovial (MUNDT & SHANAHAN, 2012, p. 256).
DIAGNÓSTICO LABORATORIAL
Quando a amostra do paciente chega ao laboratório, deve ser registrado o volume coletado no prontuário do paciente, já que, segundo CASTILLO, NÚÑEZ & CABIEDES (2009, p. 317), “El volumen máximo de LS que se puede obtener de de una articulación normal es de aproximadamente 3,5 ml (entre 0,1 y 3,5 ml). Si se obtiene un volumen mayor es indicativo de un processo inflamatorio”,em seguida, serão realizados os exames físicos da amostra detectando seu aspecto, podendo apresentar-se límpido e incolor, turvo e amarelados, sendo indicativos de processos inflamatórios, turvo e branco podendo conter cristais na composição da amostra e vermelho, castanho ou xantocrômico sendo indicativo de hemorragia ou coleta traumática. Podem conter ainda, inclusões que apresentam aspectos de “corpos de arroz”, comum na artrite reumatoide, pois consistem na degeneração autoimune da membrana sinovial. O grau de viscosidade pode ser avaliado pelo teste do fio, onde, após a artrocentese, a amostra e gotejada em um tubo de ensaio e espera-se que forme um “fio” de 5cm antes que se rompa. Extensões menores do “fio” indicam menor viscosidade do líquido, sendo comum em processos inflamatórios. Em alguns casos, o fibrinogênio pode penetrar na cápsula sinovial, uma vez que essa possua danos estruturais. Muitos laboratórios utilizam tubos que contenham anticoagulantes para evitar esse processo de coagulação, pois dificulta a posterior análise microscópica. Outro processo de coagulação está relacionada à composição de mucina, feito o teste de Ropes para avaliar a integridade do hialuronato, uma vez que a formação de um coágulo firme indiquem uma maior integridade do mesmo, ao passo que a formação de um coágulo frouxo indica diluição do hialuronato ou até mesmo destruição (MUNDT & SHANAHAN, 2012, p. 257-258).
Segundo ZAMBRANO et al. (2011, p. 927), “A analise do liquido sinovial é realizada para identificar alterações citológicas e químicas de afecções inflamatórias supurativas e não supurativas, hemorragias, neoplasia ou doenças infecciosas.”
Exames químicos
Os exames químicos são baseados nos processos bioquímicos de análises de moléculas.
Proteínas
A composição proteica fisiológica do liquido sinovial apresenta somente macromoléculas de baixo peso molecular, ou seja, não é fisiológico que haja presença de albumina e fibrinogênio, basicamente, em quantidades elevadas. Os níveis de proteína no liquido sinovial podem variam de 1-3g/dL (MUNDT & SHANAHAN, 2012, p. 258).
Seguem abaixo, algumas patologias que apresentam elevação dos níveis de proteína na articulação:
Espondilite anquilosante;
Artrite;
Artropatias correlacionadas à doença de Crohn;
Gota;
Psoríase;
Sindrome de Reiter;
Colite Ulcerativa.
Glicose
A análise de glicose no líquido sinovial deve ser correlacionada com os níveis séricos, já que há um equilíbrio entre estes dois líquidos na composição de glicose (MUNDT & SHANAHAN, 2012, p. 259).
Segundo MUNDT & SHANAHAN (2012, p. 259), “Normalmente, os níveis de glicose do líquido sinovial são 10 mg/dL inferiores aos níveis séricos.”.
Geralmente, alterações nos níveis de glicose no líquido sinovial são decorrentes de processos infecciosos, geralmente associados à presença de bactérias (MUNDT & SHANAHAN, 2012, p. 259).
Ácido láctico
É normalmente utilizado para diagnosticar artrite séptica, uma vez que se baseie no conhecimento do metabolismo de algumas bactérias que utilizam a glicose como substrato e a convertem em lactato (MUNDT & SHANAHAN, 2012, p. 259).
Desidrogenase láctica (LDH)
Geralmente apresentam aumentados quando o paciente apresenta artrite reumatoide, artrite infecciosa ou gota, uma vez que a leucocitose influencie nos níveis desta enzima (MUNDT & SHANAHAN, 2012, p. 259).
Ácido úrico
É utilizado para diagnosticar gota, sabendo-se que é normal apresentar de 6 a 8 mg/dL. É possível visualizar, ainda, a visualização de cristais de ácido úrico durante a análise microscópica (MUNDT & SHANAHAN, 2012, p. 259).
Fator reumatoide
É uma imunoglobulina formada pelo próprio organismo com a região de reconhecimento específica para outros anticorpos (MUNDT & SHANAHAN, 2012, p. 259).
Exame microscópico
O exame microscópico é realizado para identificar microestruturas que são influentes para um bom diagnostico do paciente.
Contagem de células
Segundo CASTILLO, NÚÑEZ & CABIEDES (2009, p. 317), “La cuenta celular debe realizarse dentro de las 2 primeras horas posteriores a la toma de la muestra, lecturas posteriores influyen en los resultados, debido a la fragilidad de las células fuera de la articulación.”
É normalmente realizada como contagens feitas com outros fluidos corporais, podendo ser diluída quando apresentar grande quantidade de células ou feita uma citocentrifugação da amostra do paciente para que os esfregações feitos sejam mais adequados quando corados com Wright e observação facilitada (MUNDT & SHANAHAN, 2012, p. 259).
Para uma análise fidedigna da amostra de LS, a leitura e contagem de células deve ser realizada em uma câmara de Neubauer, sendo a amostra diluída em solução salina hipotônica para melhorar a contagem, pois os métodos automatizados, neste caso, pode apresentar resultados errôneos em função da viscosidade da amostra e a grande presença de artefatos (CASTILLO, NÚÑEZ & CABIEDES, 2009, p. 317).
A importância da contagem diferencial destas células se deve a investigação de processos infecciosos, verificando a presença, principalmente de neutrófilos, macrófagos e linfócitos, ainda avaliar a suas determinadas morfologias, detectando degenerações nucleares ou citoplasmáticas (MUNDT & SHANAHAN, 2012, p. 260).
Cristais
É normalmente utilizada para o diagnóstico de gota, uma vez que tenham sido encontrados urato monossódico, pirofosfato de cálcio di-hidratado, cristais de colesterol e apatita. Cada cristal possui sua morfologia específica que os diferencia para o diagnóstico correto (MUNDT & SHANAHAN, 2012, p. 260-261).
Exame microbiológico
O líquido sinovial pode ser infectado por diversos microrganismos como fungos, vírus e bactérias, sendo mais comum a infecção bacteriana. A diferenciação inicial é a coloração de Gram para detectar diferenças entre Gram negativas e positivas e posteriormente culturas para detecção da espécie do patógeno (MUNDT & SHANAHAN, 2012, p. 262).
CONCLUSÃO
A partir do presente estudo, pode-se deferir a necessidade de análise laboratorial do fluido biológico, pois é o mesmo que demonstra os processos que estão ocorrendo no interior da região inflamada, apresentando em sua composição os analitos bioquímicos e microscópicos que possibilitam o diagnóstico específico e diferencial para que o tratamento possa ser realizado corretamente, uma vez que sejam realizados os procedimentos e análise corretamente pelo analista clínico. 
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
ALENCAR, Thiago A M; MATIAS, Karinna F S. Princípios fisiológicos do aquecimento e alongamento muscular na atividade esportiva. Revista Brasileira de Medicina do Esporte. Ed 16. N 03. Goiás. 230-234. 2010.
CASTILLO, Araceli M; NÚÑEZ, Carlos; CABIEDES, Javier. Análisis de líquido sinovial. Reumatología clínica. Ed. 06. N 06. Elsevier: España. 316-321 p. 2009.
MUNDT, Lillian A.; SHANAHAN, Kristy. Exame de urina e de fluidos corporais de Graff. 02. Ed. Porto Alegre: Artmed,2012.
ZAMBRANO, Roberto dos S. et al. Aspectos fisicoquímicos e citológicos do líquido sinovial da articulação temporomandibular de equinos em diferentes idades. Pesq. Veterinária Brasileira. Ed. 31. N 10. Brasília. 926-932 p. 2011.