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NOÇÕES DE FARMACOLOGIA

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Prof Geraldo Sampaio
NOÇÕES DE FARMACOLOGIA
FARMACOLOGIA
 Ciência que estuda as drogas e suas ações (absorção, mecanismo de ação, excreção e efeitos adversos) no organismo
Surgiu como ciência em meados do século XIX, baseada mais em princípios de experimentação do que em dogma, assim como as outras ciências novas que surgem neste período.
CONCEITOS DE FARMACOLOGIA
Droga: Substância química capaz de produzir alterações fisiológicas ou patológicas no organismo vivo, resultando em efeitos benéfico ou maléficos. 
- Medicamento ou fármaco: qualquer droga ou associação de drogas que atua no organismo vivo para beneficiá-lo.
Tóxico: qualquer droga que atua no organismo produzindo efeitos maléficos e pode levar a dependência.
 Remédio: tudo que é feito com a intenção de combate a dor e a doença, sem ter comprovação científica nem margem de segurança.
 Placebo: Administração de uma solução
sem efeito terapêutico visando o bem estar psicológico do paciente. 
 Dose: quantidade de medicamento administrada. Classifica-se em:
Dose mínima
Dose máxima
Dose terapêutica ou de manutenção
Dose letal
Dose de ataque: uma dose utilizada para surtir efeito imediato.
Margem de segurança: é o limite existente entre a dose terapêutica e a dose tóxica da droga.
 Reações adversas: resposta previsível ou não do organismo frente a droga.
NOMENCLATURA
 Nome genérico: denominação do fármaco ou princípio ativo, de registro legalmente obrigatório e não patenteados por laboratórios, portanto, de menor custo.
Nome comercial: nome fantasia dado para o princípio ativo de uma droga. 
	 Um mesmo medicamento pode ser encontrado no comércio com várias denominações colocadas por seus laboratórios fabricantes: Ex. nome genérico: Dipirona, nome comercial: Novalgina. 
ORIGEM DOS MEDICAMENTOS
 Natural: os princípios ativos são extraídos da natureza. Podem ser:
animais: extraídos de glândulas de animais. Ex. Insulina.
Vegetais: extraídos de folhas, raízes etc.; ex. Digoxina (medicamento indicado para arritmias cardíacas).
Minerais: extraídos de minérios em suas formas mais simples ou compostas; ex. Iodo e sulfato ferroso.
 Sintética: medicamento extraído da natureza, porém, preparado por meio de processo químico (artificialmente) laboratoriais, como as sulfas. 
 Semi-sintética: medicamento de origem natural, alterados laboratorialmente a fim de modificar a ação inicialmente exercida.
AÇÃO DOS MEDICAMETOS
 Ação local (pele ou mucosa), pode ser:
Anti-séptica (inibe o desenvolvimento de microrganismos).
Adstringente (utilizada quando se deseja a contração do tecido).
Paliativa (utilizada para aliviar a dor local).
 Farmacocinética: É o caminho que a droga faz no organismo. Note que não é o estudo do seu mecanismo de ação mais sim as etapas que a droga sofre desde a administração até a excreção, que são: absorção, distribuição, biotransformação e excreção.
Farmacodinâmica: É a área da farmacologia que estuda o efeito de uma determinada droga (ou fármaco, ou medicamento) em seu tecido-alvo, ou simplesmente estuda como uma droga age no tecido-alvo. Entende-se tecido-alvo como o órgão ou sítio onde uma determinada droga tem efeito.
FORMA FARMACÊUTICA
 A forma farmacêutica é o conjunto de características físicas (apresentação) e químicas (composição) do medicamento. As formas de medicamentos encontrados são:
SÓLIDOS
Pó: Bicarbonato de sódio.
Comprimido
Cápsula
Drágea: um comprimido revestido com uma camada de açúcar, geralmente polido, com ou sem corante. Sua principal intenção é que a absorção seja intestinal. Serve também para facilitar a deglutição. Quando as drágeas são pequenas são pequenas, são chamadas de pílulas. 
Supositórios
Óvulo: forma sólida revestida por gelatina, de formato ovóide, para aplicação vaginal.
SEMI-SÓLIDOS
Pomada
Creme
Pasta: Medicamento de consistência macia, aquoso, que contém 20% de pó.
LÍQUIDOS
Solução: preparado líquido que apresenta uma ou mais substâncias dissolvidas, formando uma mistura homogênea.
Xarope: Solução aquosa com açúcar contendo medicamentos. 
- Suspensão: particulas de medicamentos dispersas em meio líquido, porém dissolvidas, mesmo após homogeneização; em repouso, as partículas se depositam no fundo do frasco.
Elixir: Solução composta de álcool, açúcar, água e agente medicinal, destinada a uso oral.
GASOSOS
Gás: oxigênio
Aerossóis: partículas de medicamentos sólidos ou líquidos distribuídas em névoa ou ar.
INTERAÇÃO MEDICAMENTOSA
 É a interferência de um medicamento na ação, na absorção, no metabolismo ou na excreção de outra substância.
 As interações podem ser positivas ou negativas. 
	As positivas são aquelas que aumentam o efeito terapêutico ou reduzem possíveis efeitos tóxicos de um medicamento, e as negativas são aquelas que potencializam os efeitos indesejáveis ou que podem aumentar o risco de reações adversas.
 OS TIPOS MAIS COMUNS DE INTERAÇÃO SÃO:
- Droga–droga: ocorre entre dois medicamentos, como é o caso do uso concomitante de diuréticos com alguns anti-inflamatórios, que pode resultar numa menor eficácia do efeito da substância.
- Droga–alimento: existem medicamentos que devem ser ingeridos em jejum e outros em que é aconselhável fazer uso após as refeições. Isso pode ser explicado devido à interferência que os alimentos podem ter na absorção dos medicamentos. Alimentos com cálcio, por exemplo, não devem ser ingeridos antes ou junto com hormônios tireoidianos, pois estes podem não ser corretamente absorvidos.
Droga–álcool: as interações entre algumas substâncias com o álcool podem potencializar seus efeitos sobre a coordenação motora e a cognição e ainda seus efeitos sedativos, como é o caso do uso concomitante de álcool com indutores do sono e ansiolíticos.
Droga–exames laboratoriais: alguns medicamentos podem interferir no resultado de exames laboratoriais.
GRUPOS DE MEDICAMENTOS
 Antibióticos
São substâncias produzidas por células vivas que inibem ou matam microrganismo, podem ser produzidas a partir de fungos, bactérias, leveduras e de forma sintética. Os antibióticos podem ser de amplo aspectro (eficaz contra muitos M.O.) ou de aspectro limitado (eficaz contra alguns M.O.)
	Os antibióticos podem ser também bactericidas, quando destroem diretamente as bactérias, ou bacteriostáticos, quando impedem a multiplicação das mesmas, facilitando o trabalho das nosso sistema imune no controle da infecção.
Antibióticos de 1ª, 2ª e 3ª geração
	As cefalosporinas formam um grupo de antibióticos beta-lactâmicos relacionados com as penicilinas, usados no tratamento de infecções bacterianas. As cefalosporinas e cefamicinas apresentam mecanismo de ação muito parecido com o das penicilinas, ou seja, impedem a síntese da parede do microorganismo e, por esse motivo, são antibióticos bactericidas.
	As cefalosporinas são classificadas em antibióticos de primeira, segunda e terceira gerações; mais recentemente surgiram as cefalosporinas de quarta geração, no qual estão englobados as cefpiroma, cefepima e cefquinima.
Bactérias gram-positivas e gram-negativas
 São aquelas que obtêm uma coloração violeta ou azul escura através da técnica de Gram. São o oposto das bactérias Gram-negativas, que são incapazes de fixar a violeta de genciana, retendo em seu lugar o corante de contraste (safranina ou fucsina) que lhes dá a tonalidade vermelha ou rosa. 
	Os organismos Gram-positivos são capazes de reter o corante violeta devido à grande quantidade de peptidoglicano na sua parede celular. As paredes celulares de organismos Gram-positivos normalmente carecem da membrana periférica presente nas bactérias Gram-negativas.
 As cefalosporinas de primeira geração são aquelas que começaram este grupo de antibióticos, caracterizadas por espectro de ação antimicrobiana mais estreito, agindo predominantemente sobre bactérias gram-positivas; também são ativas contra estafilococos sintetizadores de penicilinase. Ex. Cefazolina (Ceftrat), indicada no pré-operatório de cirurgias contaminadas.
As cefalosporinas de segunda geração
são menos ativas quando comparadas as de primeira geração contra bactérias gram-positivas; contudo, apresenta maior atividade contra bactérias entéricas gram-negativas. Ex. Cefuroxima (Medcef)  infecções urinárias, faringites,etc.
As cefalosporinas de terceira geração apresentam maior espectro de ação contra bactérias gram-negativas, porém, são menos ativas contra bactérias gram-positivas. Ex. Ceftriaxona (Rocefin) indicada em casos de infecções abdominais, ósseas e das articulações, da orofaringe, nariz, ouvido, etc.
As de quarta geração apresentam atividade mais potente contra bactérias gram-negativas, quando comparadas ao grupo de cefalosporinas de terceira geração. Este grupo de antibióticos é utilizado em casos de:
- Septicemia;
- Pneumonia, com exceção de casos de espécies conhecidamente resistentes;
- Infecção das vias biliares;
- Infecções do trato urinário;
- Sinusite bacteriana.
DROGAS QUE ATUAM NO SISTEMA NERVOSO CENTRAL
 Anestésicos gerais: São fármacos cujo resultado é produzir analgesia, perda de consciência, relaxamento muscular e redução da atividade reflexa, porém de forma reversível.
	Os anestésicos podem ser administrado por via inalatória e intravenosa e em conjunto com outros fármacos para complementação da anestesia. Outra finalidade do uso dos anestésicos gerais intravenosos é a manutenção do como induzido.
 Anestésicos inalatórios: podem ser líquidos ou gasosos. Apresentam vantagens sobre os anestésicos intravenosos por poderem mudar a concentração inalada rapidamente e não apresentar depressão respiratória pós-operatória pelo fato de sua eliminação ser rápida.
		A seguir, são relacionados alguns anestésicos importantes ressaltando que o oxigênio é utilizado como diluente neste tipo de anestésico. 
- Éter: apresenta-se sob forma líquida incolor e recebe o nome de éter dietílico, éter etílico e éter sulfúrico, altamente volátil e inflamável; produz boa analgesia e relaxamento muscular. É eliminado lentamente através dos pulmões e pela urina.
- Halotano: É derivado do halógeno do hetano. Apresenta-se como líquido incolor, é fotossensível e deve ser conservado à temperatura de 25°C. Geralmente é administrado junto com o óxido nitroso, a fim de diminuir riscos de depressão circulatória. Produz indução rápida da anestesia (7 a 10 minutos). É biotransformado no fígado, atravessa a barreira placentária, é excretado pelo leite materno e principalmente (60 a 80%) através dos pulmões e restante pela urina.
Óxido nitroso: Anestésico fraco.
Oxigênio: É indicado em casos de hipóxia, anestesia por inalação como diluente. 
ANESTÉSICOS INTRAVENOSOS
Alfetonila: é um fármaco resultante da molécula de morfina, e sua estrutura é semelhante a da fentanila, é administrada em associação com barbitúricos, óxido nitroso.
Fentanila: Produto sintético resultante da simplificação da molécula da morfina, porém de 50 a 100 vezes mais potente. 
Pode ser administrada em conjunto com óxido nitroso ou outros anestésicos intravenosos. Utilizado em cirurgias cardiovasculares, neurológicas, ortopédicas.
- Curare: São drogas antagonizam a ação neurotransmissora, promovendo um relaxamento da musculatura esquelética. Facilitam a intubação traqueal.
PRINCIPAIS CUIDADOS PÓS ANESTÉSICOS:
1 Verificar sinais vitais e atentar para possíveis complicações.
2 Manter oxigenoterapia S/N.
3 Observar náusea e vômito no período pós anestésico.
4 Manter cliente aquecido.
ANSIOLÍTICOS E TRANQUILIZANTES
 Podem causar dependência química, depressão do sistema nervoso central, como depressão respiratória. As principais drogas ansiolíticas/tranquilizantes são:
- Bromazepan 
Clonazepan
Diazepam
Midazolan
 Hipnóticos: São medicamentos indutores do sono ou de sedação quando utilizados em doses menores.
- Fenobarbital
- Tiopental 
 Neurolépticos ou antipsicóticos: São drogas que induzem o sono, diminuem a atividade psíquica e motora, podem provocar hipotermia, hipotenção, taquicardia etc.
Clorpromazima 
Levomepromazina
Haloperidol
 Antidepressivos: Os efeitos colaterais são secura na boca, tremor, insônia ou sonolência, inquietação, etc.
Amitriptilina
imipramina 
 ANESTÉSICOS LOCAIS
	Bloqueiam reversivelmente a geração e a condução de impulsos nervosos. Sua ação está na capacidade de deprimir os impulsos dos nervos aferentes da pele, superfície da mucosa e músculos ao SNC. São usados em cirurgias odontológicas ou ainda em pequenas incisões cirúrgicas feitas na pele.
Benzocaína;
Procaína;
Bupivacaína;
Lidocaína
ANALGÉSICOS OPIÓIDES E NÃO-OPIÓIDES
	Opióides: Derivados do ópio, causam analgesia e sonolência e podem levar a dependência química e depressão respiratória. Por este motivo são controlados. Atuam em dores profundas. Ex. Morfina, Clodeína+paracetamol, meperidina.
 Não-opióides: Possuem vários princípios ativos e não causam dependência. São eles:
Aspirina
Tylenol
Novalgina
INSULINA
 É um hormônio produzido no pâncreas, é responsável pela produção metabólica dos carboidratos e das gorduras.
Tipos de insulina:
- A insulina regular é uma insulina rápida e tem coloração transparente. Após ser aplicada, seu início de ação acontece entre meia e uma hora, e seu efeito máximo se dá entre duas a três horas após a aplicação. 
- A Insulina NPH é uma insulina intermediária e tem coloração leitosa. A sigla NPH que dizer Neutral Protamine Hagedorn, sendo Hagedorn o sobrenome de um dos seus criadores e Protamina o nome da substância que é adicionada à insulina para retardar seu tempo de ação. Após ser aplicada, seu início de ação acontece entre duas e quatro horas, seu efeito máximo se dá entre quatro a 10 horas e a sua duração é de 10 a 18 horas.
9 CERTOS PARA ADMINISTRAÇÃO DE MEDICAMENTOS
1 - Paciente certo
2 - Droga certa 
3 - Via certa
4 - Dose certa 
5 - Horário certo
6 - Documentação certa
7 - Ação certa - Garantir que o medicamento é prescrito pela razão certa.
8 - Forma certa
9 - Resposta certa 
VIAS DE ADMINISTRAÇÃO DE MEDICAMENTOS
 VIA ORAL: é segura e não requer técnica estéril na sua preparação, nessa via os medicamentos podem ser na presença de comprimidos, drágeas, cápsulas ou líquidos; são absorvidos, principalmente, no estômago e intestino. 
	A medicação via oral não é indicada em pacientes que apresentam náuseas, vômitos, diarreia ou indivíduos que tenham dificuldade de deglutir.
Administração por sonda gástrica ou enteral: Deve-se usar o mesmo critério da medicação VO, diluindo o comprimido ou as gotas e líquidos que devem ser aspirados e administrados em seringa de 10 e 20 ml.
 VIA SUBLINGUAL (SL): o medicamento deve ser colocado sob a língua, deve-se orientar que o paciente permaneça com o medicamento sob a língua até sua absorção total, o paciente também não deve conversar nem ingerir líquido ou alimentos.
VIAS INJETÁVEIS
	Os medicamentos por via injetáveis tem a vantagem de fornecer uma via mais rápida; quando a via oral é contra indicada, favorecendo, assim a absorção mais rápida.
 VIA INTRADERMICA (ID):Essa é uma via muito restrita usada para pequenos volumes, sendo a solução introduzida na camada superficial da pele, chamada derme. A via intradérmica é uma via de absorção muito lenta, utilizada principalmente nas seguintes situações:
-Para a administração da vacina BCG-ID; 
- Para a realização de prova de hipersensibilidade, como o PPD.
	O máximo de volume indicado para essa via é de 0,1 até 0,5ml.
 VIA SUBCUTÂNEA (SC): A medicação é introduzida na região subcutânea, ou seja, no tecido subcutâneo ou hipoderme e possui uma absorção lenta, através dos capilares, de forma contínua e segura. É utilizada para administração de vacinas, como por exemplo, a antirrábica e antissarampo, anticoagulantes como heparina e também para insulina.
O volume indicado para esta via é de 0,1ml até 2ml.
 VIA INTRAMUSCULAR: permite que você injete o medicamento diretamente no músculo em graus de profundidade variados. É usado para administração suspensões aquosas e soluções oleosas, garantindo sua absorção em longo prazo.
Paciente adulto
com massa muscular dentro dos parâmetros de normalidade: 3 ml.
Idosos e crianças: 2 ml.
A região glútea e vasto lateral até 5 ml.
ATENÇÃO: até os 3 anos de idade o local a ser administrada medicação intramuscular é no vasto lateral. 
 VIA ENDOVENOSA (EV): permite a aplicação de medicações diretamente na corrente sanguínea através de uma veia. A administração pode variar desde uma única dose até uma infusão contínua. A resposta do paciente é imediata.
 Outras vias de administração de medicamentos são:
Via retal
Via inalatória
Via nasal
Via ocular
Via vaginal
Via auricular

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