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Taxa e contribuição de melhoria aula

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Prof. Pedro Barretto. Mais de 45 EXAMES conduzindo alunos à 
 APROVAÇÃO no EXAME DE ORDEM 
1 
 
 Prof. Pedro Barretto – PB 
 A DIFERENÇA FAZ A DIFERENÇA. 
 
 
 
 
2ª FASE EXAME DE ORDEM – DIREITO TRIBUTÁRIO 
 
APOSTILA DE TAXAS E CONTRIBUIÇÃO 
DE MELHORIA 
 
 Professor: Cleber Barros 
 
I- TAXAS E CONTRIBUIÇÃO DE MELHORIA 
 
1- INTRODUÇÃO: 
Impostos- 1º geração de tributos – Conduta do administrado- Capacidade contributiva- 
Fato gerador revelador de riqueza- Justiça contributiva. 
Taxas e Contribuição de melhoria- 2ª geração de tributos- Conduta da administração- 
Justiça retributiva. 
Os impostos são arrecadados e administrados pelos entes públicos mas essa arrecadação 
é um bem de titularidade coletiva, por isso, é chamado de erário público. 
Assim o dinheiro arrecadado pelos impostos devem ser utilizados para atender o interesse 
público universal. O capital coletivo oriundos dos impostos não pode ser utilizados em 
prol de alguns (ut singuli) mas sim de todos (ut universi). 
As taxas e posteriormente a contribuição de melhoria surgem para corrigir essa 
imperfeição do uso do dinheiro coletivo dos impostos de forma singularizada. Assim 
ambas se fundam na Justiça retributiva. 
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 APROVAÇÃO no EXAME DE ORDEM 
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 Prof. Pedro Barretto – PB 
 A DIFERENÇA FAZ A DIFERENÇA. 
A contribuição de melhoria e as taxam visam concretizar a justiça retributiva. A diferença 
principal entre ambos tributos é que a contribuição de melhoria tem por finalidade impedir 
o enriquecimento sem causa dos administrados que obtiveram valorização de seus 
imóveis com investimentos do erário público, finalidade essa que as taxas não possuem. 
 
2- CLASSIFICAÇÕES: 
 
As taxas e contribuição de melhoria são tributos da 2ª geração que tem por característica 
ser vinculado, retributivo, sinalagmático ou contraprestacional. 
 
3- COMPETÊNCIA: 
O artigo 145, II e III da CRFB/88 define que a competência para a instituição das taxa e 
da contribuição de melhoria é comum a União, Estados, Municípios e Distrito Federal. O 
fundamento para que a competência seja comum é que os entes em todas as esferas 
autônomas federativa possa ser implementada a justiça retributiva que objetivam ambos 
os tributos supracitados. 
“A União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios poderão instituir taxas, 
em razão do exercício do poder de polícia ou pela utilização, efetiva ou em 
potencial, de serviços públicos específicos e divisíveis, prestados ao contribuinte 
ou postos a sua disposição” (art. 145, II, da CF). 
 
“Para efeito de instituição e cobrança de taxas, consideram-se compreendidas no 
âmbito das atribuições da União, dos Estados, do Distrito Federal ou dos 
Municípios aquelas que, segundo a Constituição Federal, as Constituições dos 
Estados, as Leis Orgânicas do Distrito federal e dos Municípios e a legislação com 
elas compatível, competem a cada uma dessas pessoas de direito público” (art. 80 
do CTN). 
 
Assim, a pessoa política competente para instituir e cobrar a taxa é aquela competente 
para desempenhar a atividade relacionada com o fato gerador. 
 
4- LEI INSTITUIDORA: 
Tanto as taxas como a contribuição de melhoria são originadas seguindo a regra da 
instituição por lei ordinária. 
 
5- PRINCÍPIOS DA LEGALIDADE E DA ANTERIORIDADE: 
As taxas e a contribuição de melhoria se submetem tanto ao princípio da legalidade 
Prof. Pedro Barretto. Mais de 45 EXAMES conduzindo alunos à 
 APROVAÇÃO no EXAME DE ORDEM 
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 Prof. Pedro Barretto – PB 
 A DIFERENÇA FAZ A DIFERENÇA. 
( artigo 150, I, da CRFB/88 ) como também o da anterioridade do exercício financeiro 
seguinte ( artigo 150, III, b da CRFB/88) e o da anterioridade nonagesimal ( artigo 150, 
III, c da CRFB/88). 
 
6- LANÇAMENTO 
Ambos os tributos se sujeitam ao lançamento de ofício pois o fato gerador é perceptível 
pela administração públicas, logo, a mesma interpreta a lei tributária, calcula o valor 
devido e notifica o administrado para que promova o pagamento. 
 
7- IMUNIDADES: 
As imunidades previstas no artigo 150, VI, a, b, c, da CRFB/88 é referente a impostos, 
assim não alcançam as taxas e contribuições de melhoria. 
Imunidades de taxas na Constituição: 
Artigo 5º, XXXIV  imunidade na cobrança de taxas no exercício do direito de petição, 
assim algumas certidões serão expedidas sem custos para o administrado. 
Artigo 5º, XXXV  imunidade na cobrança de taxa judiciária aos pobres que poderão 
ter acesso ao judiciário sem pagar a respectiva taxa. 
Artigo 5º, LXXVII  imunidade de taxa judiciária para qualquer pessoa quando a mesma 
impetra o Habeas corpus ou Habeas data. 
 
8- ISENÇÃO: 
É relevante lembrar que a isenção não é extensiva às taxas e as contribuições de melhoria, 
salvo disposição em contrário com fulcro no art. 177, I do CTN: 
 
Art. 177. Salvo disposição de lei em contrário, a isenção não é extensiva: 
I - às taxas e às contribuições de melhoria; 
 
9- TAXA E PREÇO PÚBLICO 
 
O preço público está submetido a regime de direito privado, de natureza contratual, sendo 
imprescindível para a validade de sua cobrança a efetiva utilização do serviço prestado 
ao usuário, de modo que não se admite a cobrança de preço público pela utilização em 
potencial do serviço, como ocorre validamente com a taxa. 
 
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 A DIFERENÇA FAZ A DIFERENÇA. 
Na visão do direito financeiro, taxa é tipo de receita pública derivada, como todo tributo, 
ao passo que o preço público é tipo de receita pública originária. Disto decorre a diferença 
de tratamento que receberão do ordenamento jurídico, conforme analisaremos abaixo. 
Percebe-se então que na taxa há o elemento da compulsoriedade de seu pagamento, 
quando estiverem presentes os requisitos previstos na Constituição e na legislação 
infraconstitucional (prévia lei instituidora, serviço público específico e divisível, etc.), o 
que não ocorre com o preço público, que por ser de natureza contratual, regido por normas 
de direito privado, pressupõe a facultatividade da adesão ao serviço. 
 
 
 
II- TAXAS: 
 
1- CONCEITO: 
Taxa é uma espécie de tributo que tem por hipótese de incidência uma atuação 
estatal conferida ao contribuinte, que pode consistir num serviço público ou ato de 
polícia. A taxa é um tributo vinculado a ação estatal, atrelando-se à atividade 
pública, e não à ação particular. 
 
 Daí existem taxas de serviço e taxas de polícia. A taxa é denominada de tributo 
vinculado, pois o seu fundamento está na atuação estatal. 
 
Não há previsão constitucional para outras modalidades de taxas além da taxa de 
serviço e a taxa de polícia previstas na Constituição (art.145,II) e como também no 
CTN (art.77). 
 
 
2- FATO GERADOR 
 
 
“As taxas cobradas pela União, Estados, Distrito Federal ou pelos Municípios, no 
âmbito de suas atribuições, têm como fato gerador o exercício regular do direito de 
polícia, ou a utilização, efetiva ou em potencial, de serviço público específico e 
divisível, prestado ou posto à sua disposição” (art. 77 do CTN). 
 
“A União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios poderão instituir taxas, 
em razão do exercício do poder de polícia ou pela utilização, efetiva ou em 
potencial, de serviços públicos específicose divisíveis, prestados ao contribuinte 
ou postos a sua disposição” (art. 145, II, da CFRB/88). 
 
 
 
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 A DIFERENÇA FAZ A DIFERENÇA. 
3- TAXAS DE SERVIÇO: 
 
Basta que o serviço seja prestado, ou seja, colocado a disposição do administrado, para 
que já fique o mesmo obrigado ao pagamento da taxa. Não é necessário que ocorra o 
efetivo uso do serviço pelo contribuinte. 
 
A obrigação tributária surge com a efetiva prestação do serviço, sendo indiferente se o 
contribuinte utilizará realmente o mesmo (usuário efetivo) ou se apenas se resumirá a ser 
um usuário potencial. 
 
Serviço público é aquele prestado pela Administração ou por quem lhe faça as vezes, 
submetido ao regime de direito público, para preservação do interesse público. 
 
Quem pratica o fato gerador da obrigação tributário é o próprio sujeito ativo 
(administração pública) e não o sujeito passivo (administrado). 
 
A taxa de serviço será cobrada em razão da prestação estatal de um serviço público 
específico e divisível. Atenção pois os requisitos de especificidade e divisibilidade do 
serviço público são cumulativos e não alternativos. 
 
 
Serviços públicos gerais ou universais (“uti universis”): São aqueles que alcançam toda a 
coletividade. Ex: iluminação pública; segurança pública, etc 
 
Os serviços públicos gerais não podem ser remunerados por meio de taxas, sendo 
custeados pelas receitas das pessoas políticas que o prestam (impostos) ou por 
contribuição. 
 
Serviços públicos específicos ou singulares (“uti singulis”): São aqueles que alcançam 
pessoas individualmente consideradas. Ex: taxa de coleta de lixo domiciliar. 
 
Específico: Aqueles que podem ser destacados em unidades autônomas de intervenção, 
de utilidade ou de necessidade (art. 79, II do CTN). São serviços públicos específicos ou 
singulares (“uti singulis”) permitindo assim identificar o sujeito passivo. Específico a um 
número determinado de pessoas. 
 
Divisível: Aqueles que podem ser utilizados separadamente por parte de cada usuário e 
assim aferir a utilização efetiva ou em potencial individualmente considerada (art. 79, III 
do CTN). É aquele passível de individualização ou seja quantificável, assim traz um 
benefício individualizado para o destinatário da ação estatal. 
 
Prestado (Efetivo): Aqueles utilizados efetivamente (usufruídos) pelo contribuinte (art. 
79, I “a” do CTN). Serviço concretamente prestado a coletividade. 
 
Posto á disposição (Potencial): Aquele utilizado potencialmente pelo contribuinte, pois 
sendo de utilização compulsória, estão postos à sua disposição mediante atividade 
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administrativa em efetivo funcionamento (art. 79, I, “b” do CTN). Potencial se refere a 
utilização do serviço e não a disponibilização do mesmo. 
 
4- TAXA DE POLÍCIA 
 
O fato que gera a obrigação de pagar a taxa de polícia é o exercício regular do poder de 
polícia pela Administração Pública. Ou seja, a conduta que faz nascer a relação 
obrigacional tributária é a atividade de fiscalização sobre certos administrados. E são 
exatamente esses administrados fiscalizados que serão os sujeitos passivos da cobrança 
do tributo. Ou seja, aqueles que provocam a fiscalização pagarão a taxa para retribuir ao 
erário os custos suportados pelo Estado no exercício do poder de polícia que se realizou. 
Portanto, basta que ocorra de fato o exercício do poder de polícia e nascerá o direito de 
se cobrar a taxa de polícia das pessoas fiscalizadas. 
 
Para que se considere ocorrido o poder de polícia (e assim se tenha materializado o fato 
gerador da obrigação tributária de pagar a taxa de polícia) não é necessário que ocorra 
uma diligência presencial no estabelecimento da pessoa fiscalizada. Basta que se prove 
que o órgão/autarquia da administração fiscalizadora está em regular funcionamento. Ou 
seja, o STF já pacificou que se considera ocorrido o poder de polícia (e, logo, se pode 
cobrar o tributo) quando se comprova que a entidade fiscalizadora se encontra em normal 
exercício, em regular funcionamento. Basta isso. Não é imprescindível, frisamos, que se 
concretize uma operação de fiscalização in loco, já que atualmente se admite o poder de 
polícia sendo exercido à distância. 
 
 
“Considera-se poder de polícia atividade da administração pública que, limitando ou 
disciplinando direito, interesse ou liberdade, regula a prática de ato ou abstenção de fato, 
em razão de interesse público concernente à segurança, à higiene, à ordem, aos costumes, 
à disciplina da produção e do mercado, ao exercício de atividades econômicas 
dependentes de concessão ou autorização do Poder Público, à tranquilidade pública ou ao 
respeito à propriedade e aos direitos individuais e coletivos” (art. 78 do CTN). 
 
“Considera-se regular o exercício do poder de polícia quando desempenhado pelo órgão 
competente nos limites da lei aplicável, com observância do processo legal e, tratando-se 
de atividade que a lei tenha como discricionária, sem abuso ou desvio de poder” (art. 78, 
parágrafo único do CTN). 
 
 
 “Preço de serviços públicos e taxas não se confundem, porque estas, diferentemente 
daquelas, são compulsórias e têm sua cobrança condicionada à prévia autorização 
orçamentária, em relação à lei que as instituiu” (súmula 545 do STF). 
 
. 
 
 
 
 
 
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 A DIFERENÇA FAZ A DIFERENÇA. 
5- BASE DE CÁLCULO E ALÍQUOTA 
 
“As taxas não podem ter base de cálculo própria dos impostos” (art. 145, §2º da CF). 
Realmente, as taxas não podem ter a base de cálculo dos impostos, pois devem estar 
relacionadas com os fatos geradores que lhe deram origem. 
 
Atenção: 
 
Súmula Vinculante 29 
É constitucional a adoção, no cálculo do valor de taxa, de um ou mais elementos da base 
de cálculo própria de determinado imposto, desde que não haja integral identidade entre 
uma base e outra. 
 
Precedente Representativo 
"Além disso, no que diz respeito ao argumento da utilização de base de cálculo própria 
de impostos, o Tribunal reconhece a constitucionalidade de taxas que, na apuração do 
montante devido, adote um ou mais dos elementos que compõem a base de cálculo própria 
de determinado imposto, desde que não se verifique identidade integral entre uma base e 
a outra. (...) O que a Constituição reclama é a ausência de completa identidade com a base 
de cálculo própria dos impostos e que, em seu cálculo, se verifique uma equivalência 
razoável entre o valor pago pelo contribuinte e o custo individual do serviço que lhe é 
prestado." RE 576.321 RG-QO, Relator Ministro Ricardo Lewandowski, Tribunal 
Pleno, julgamento em 4.12.2008, DJe de 13.2.2009. 
 
 
 
6. TAXA DE LIMPEZA PÚBLICA – TLP. INCONSTITUCIONAL. TCLLP: 
INCONSTITUCIONAL. 
 
Só se pode cobrar uma taxa de serviço quando o serviço público é específico e divisível 
assim não basta que se tenha a prestação de um serviço público para que se possa cobrar 
uma taxa de certas pessoas buscando retribuir ao erário o valor gasto na prestação do 
serviço. 
 
É fundamental que o serviço seja dotado de especificidade e divisibilidade, o que nãoocorre no serviço de limpeza pública (em outras palavras, serviço de varredura de ruas, 
limpeza de praças, remoção de resíduos das vias públicas), que é serviço indivisível. 
 
Não se pode cobrar de um grupo de pessoas uma taxa para retribuir o custo despendido 
na execução de um serviço que se prestou a todas as pessoas do povo e não apenas àquele 
grupo. e é o que ocorria no caso em análise. Os municípios cobravam dos proprietários 
de imóveis uma taxa pelo serviço de limpeza pública . 
 
Ocorre que tal serviço não é prestado apenas aos donos de imóveis mas sim a toda 
população indivisamente, além de outras pessoas, como turistas, trabalhadores de cidades 
vizinhas, transeuntes, mendigos, etc. portanto, o STF declarou inconstitucional a TLP. 
 
 
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 A DIFERENÇA FAZ A DIFERENÇA. 
7. TAXA DE COLETA DE LIXO DOMICILIAR – TCLD. 
 
Diferente da TLP é a TCLD – Taxa de Coleta de Lixo Domiciliar, essa, plenamente 
tributável, aceita pelo STF e realmente não violadora dos mandamentos constitucionais 
tributários. O serviço de coleta de lixo produzido nos domicílio é prestado apenas aos 
donos desses imóveis para os quais o serviço é destinado e não a toda e qualquer pessoa. 
 
O serviço TEM DIVISIBILIDADE. A Taxa É CONSTITUCIONAL. O grande problema 
que ocorria no Brasil é que diversos municípios de forma sorrateira instituíam por lei uma 
taxa que na verdade não se resumia a ser a TCDL e pretendiam englobar sorrateiramente 
e embutida também a TLP. Ou seja, buscavam taxar os contribuintes, proprietários de 
imóveis, exigindo a retributividade do custo dos dois serviços, o de coleta de lixo 
domiciliar mais o de limpeza pública. Tentavam camuflar a Taxa de Limpeza Pública 
inclusa na cobrança da Taxa de Coleta de Lixo Domiciliar. Era a chamada Taxa de Coleta 
de Lixo e Limpeza Pública – TCLLP. 
 
Por lógico que O STF declarou INCONSTITUCIONAL a cobrança da TCLLP, afinal, 
como explicado no item anterior, o serviço de limpeza pública não é passível de taxação, 
pois é serviço indivisível. Nesse contexto é que foi expedida a Súmula Vinculante 19 – 
STF, afirmando só ser constitucional a taxa que é cobrada exclusivamente em razão do 
serviço de coleta de lixo domiciliar. Logo, reafirmando, a TCLD é constitucional; a TLP 
e a TCLLP são inconstitucionais. 
 
 
Súmula Vinculante 19 
A taxa cobrada exclusivamente em razão dos serviços públicos de coleta, remoção e 
tratamento ou destinação de lixo ou resíduos provenientes de imóveis não viola o 
artigo 145, II, da Constituição Federal. 
 
Precedente Representativo 
"(...) observo, inicialmente, que o Supremo Tribunal Federal fixou balizas quanto à 
interpretação dada ao art. 145, II, da Constituição, no que concerne à cobrança de taxas 
pelos serviços públicos de limpeza prestados à sociedade. Com efeito, a Corte entende 
como específicos e divisíveis os serviços públicos de coleta, remoção e tratamento ou 
destinação de lixo ou resíduos provenientes de imóveis, desde que essas atividades sejam 
completamente dissociadas de outros serviços públicos de limpeza realizados em 
benefício da população em geral (uti universi) e de forma indivisível, tais como os de 
conservação e limpeza de logradouros e bens públicos (praças, calçadas, vias, ruas, 
bueiros). Decorre daí que as taxas cobradas em razão exclusivamente dos serviços 
públicos de coleta, remoção e tratamento ou destinação de lixo ou resíduos provenientes 
de imóveis são constitucionais, ao passo que é inconstitucional a cobrança de valores 
tidos como taxa em razão de serviços de conservação e limpeza de logradouros e bens 
públicos. (...) Além disso, no que diz respeito ao argumento da utilização de base de 
cálculo própria de impostos, o Tribunal reconhece a constitucionalidade de taxas quem 
na apuração do montante devido, adote um ou mais dos elementos que compõem a base 
de cálculo própria de determinado imposto, desde que não se verifique identidade integral 
entre uma base e a outra." RE 576.321 RG-QO, Relator Ministro Ricardo 
Lewandowski, Tribunal Pleno, julgamento em 4.12.2008, DJe de 13.2.2009. 
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8. TAXA JUDICIÁRIA. 
 
 Não obstante as coerentes críticas da doutrina, o STF vem aceitando como constitucional 
a utilização do valor da causa como base de cálculo da taxa judiciária, de modo a que 
quem paga mais é quem pede uma vantagem maior, retribuindo menos quem postula 
menor valor. Entretanto, a Suprema Corte estabeleceu que o valor da causa até pode ser 
a base de cálculo, mas NÃO ILIMITADAMENTE. Há de se ter um teto máximo. 
 
Do contrário, pedidos em valores muito altos imputariam uma taxa excessivamente cara, 
o que poderia inviabilizar o acesso ao judiciário para pessoas de menor poder aquisitivo. 
 
Nesses termos é que o STF determinou que há de se ter um teto para que se utilize o valor 
da causa como base de cálculo, sob pena de se comprometer o acesso à justiça. Esse é o 
tema que fomentou a edição da Súmula 667. 
 
Súmula 667/STF. Tributário. Taxa judiciária. Cálculo sem limite sobre o valor da 
causa. Poder Judiciário. Ofensa à garantia de acesso à jurisdição. Caracterização. 
CF/88, art. 5º, XXXVI e 145. CTN, art. 97, § 2º. 
«Viola a garantia constitucional de acesso à jurisdição a taxa judiciária calculada sem 
limite sobre o valor da causa.» 
 
 
Precedente ADI 1926 PE 
 
Ementa 
Taxa Judiciária: sua legitimidade constitucional, admitindo-se que tome por base de 
cálculo o valor da causa ou da condenação, o que não basta para subtrair-lhe a natureza 
de taxa e convertê-la em imposto: precedentes (ADIn 948-GO, 9.11.95, Rezek; ADIn MC 
1.772-MG, 15.4.98, Velloso). II. Legítimas em princípio a taxa judiciária e as custas ad 
valorem afrontam, contudo, a garantia constitucional de acesso à jurisdição (CF, 
art. 5º, XXXV) se a alíquota excessiva ou a omissão de um limite absoluto as tornam 
desproporcionadas ao custo do serviço que remuneraram: precedentes (Rp 1.077-RJ, 
28.3.84, Moreira, RTJ 112/34; Rp 1.074- , 15.8.84, Falcão, RTJ 112/499; ADIn 948-GO, 
9.11.95, Rezek; ADIn MC 1.378-5, 30.11.95, Celso, DJ 30.5.97; ADIn MC 1.651-PB, 
Sanches, DJ 11.9.98; ADIn MC 1.772-MG, 15.4.98, Velloso). III. ADIn: medida cautelar: 
não se defere, embora plausível a argução, quando - dado o consequentes 
restabelecimento da eficácia da legislação anterior - agravaria a inconstitucionalidade 
denunciada: é o caso em que, se se suspende, por aparentemente desarrazoada, a limitação 
das custas judiciais a 5% do valor da causa, seria restabelecida a lei anterior que as 
tolerava até 20%. IV. Custas dos serviços forenses: matéria de competência concorrente 
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da União e dos Estados (CF 24, IV), donde restringir-se o âmbito da legislação federal ao 
estabelecimento de normas gerais, cuja omissão não inibe os Estados, enquanto perdure, 
de exercer competência plena a respeito (CF, art. 24, §§ 3º e 4º). V. Custas judiciais são 
taxas, do que resulta - ao contrário do que sucede aos impostos (CF, art. 167, IV)- a 
alocação do produto de sua arrecadação ao Poder Judiciário, cuja atividade remunera; enada impede a afetação dos recursos correspondentes a determinado tipo de despesas - no 
caso, as de capital, investimento e treinamento de pessoal da Justiça - cuja finalidade te 
m inequívoco liame instrumental com o serviço judiciário. 
 
 
9. TAXA DA CVM. 
 
A União fiscaliza continuamente um importante segmento da atividade econômica, qual 
seja, o mercado no qual atuam os operadores financeiros, e, em especial, através da 
circulação de valores e títulos mobiliários, destaque, por exemplo, para a Bolsa de Valores 
e o mercado de Ações. Para que se mantenham respeitadas as normas que regem tal órbita 
de atuação dos investidores e operadores, é exercido o poder de polícia pelo Governo 
federal, o que se faz através de uma Autarquia fiscalizadora, a Comissão de Valores e 
Títulos Mobiliários, a CVM. 
 
Para retribuir o custo dessa fiscalização, os operadores são taxados com a famosa Taxa 
da CVM. Polêmica que envolveu o tributo resultou do fato de a lei instituidora determinar 
que A BASE DE CÁLCULO É O PATRIMÔNIO LÍQUIDO DA PESSOA 
FISCALIZADA. Ou seja, se o empresário fiscalizado tinha maior patrimônio líquido, a 
taxa era mais cara; se menor, pagava uma prestação retributiva menor. Foi questionada a 
constitucionalidade da lei faze à vedação do art.145,§2º da CRFB, alegando-se que a lei 
havia utilizado base de cálculo que seria própria de imposto, pois estaria mensurando a 
intensidade da capacidade contributiva dos contribuintes. 
 
Apesar de alguns ministros aceitarem a tese, prevaleceu a vontade do legislador, e, por 
maioria, o Supremo acolheu a constitucionalidade, pois restou provado que a fiscalização 
se concentrava em elementos do patrimônio líquido, e, caso esse fosse maior, realmente 
a fiscalização era mais custosa, daí porque a taxa deveria ser mais cara. Desse modo, não 
se estava valorando a intensidade da capacidade contributiva e sim o custo da fiscalização. 
E assim surgiu no ano de 2003 a SÚMULA 665, STF, afirmando a constitucionalidade 
da lei e da taxa. 
 
Frise-se que aos depois, já em 2008, o STF, com nova composição de Ministros, reafirma 
a constitucionalidade da Taxa da CVM, sendo que alguns Ministros chegaram até mesmo 
a afirmar que seria possível valorar a capacidade contributiva em algumas taxas, 
especialmente aquelas que se cobram de agentes econômicos, como era o caso da CVM, 
relativizando o dogma de que o princípio da capacidade contributiva não se aplicaria nas 
taxas. 
 
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Súmula 665/STF. Tributário. Taxa de Fiscalização dos Mercados de Títulos e 
Valores Mobiliários. Constitucionalidade. Lei 7.940/89, art. 1º. CF/88, art. 145, II e 
§ 2º. 
«É constitucional a Taxa de Fiscalização dos Mercados de Títulos e Valores Mobiliários 
instituída pela Lei 7.940/89.» 
 
Precedente RE 177.835-1/PE 
TAXA DE FISCALIZAÇÃO - COMISSÃO DE VALORES MOBILIÁRIOS - BASE 
DE CÁLCULO - PATRIMÔNIO LÍQUIDO -PRECEDENTE DO PLENÁRIO - 
RESSALVA DE ENTENDIMENTO PESSOAL - RE -NEGATIVA DE 
SEGUIMENTO.1. O Tribunal de origem negou acolhida a pedido formulado em 
apelação, em acórdão assim sintetizado:Tributário. Taxa de Fiscalização dos Mercados 
de Titulos e Valores Mobiliários. Cobrança com base em tabela, por faixas de 
contribuintes. Inexistência de violação do art. 77, CTN, ou do art. 145, parágrafo 2º, 
da Constituição Federal. Apelo e remessa oficial providos (folha 163). 
No extraordinário de folha 196 à 203, interposto com alegada base na alínea a do 
permissivo constitucional, argumenta-se com a inconstitucionalidade da taxa de 
fiscalização do mercado de títulos e valores mobiliários, que tem como fato gerador o 
poder de polícia atribuído à Comissão de Valores Mobiliários e como base de cálculo o 
patrimônio líquido das empresas. Aponta-se violação ao artigo 77 do Código Tributário 
Nacional, bem como ao artigo 145,inciso II, § 2º, da Carta Política da República, 
desenvolvendo-se raciocínio no sentido de que a Lei nº 7.940/89 criou um verdadeiro 
imposto sobre o patrimônio, porquanto inexistente a contraprestação do Estado. 
2. O tema versado neste extraordinário já foi objeto de exame pelo Plenário desta Corte. 
Na oportunidade, defendi tese no sentido de conflitar com a Carta da Republica a Taxa 
de Fiscalização cobrada pela Comissão de Valores Mobiliários - CVM, a partir da Lei 
nº 7.940/89 e incidente sobre o patrimônio líquido. Assim pronunciei-me:Em jogo faz-se 
a harmonia, ou não, da Lei nº 7.940, de 20 de dezembro de 1989, no que criou a Taxa de 
Fiscalização do Mercado de Valores Mobiliários, com a Carta da Republica, 
especialmente com o preceito do§ 2º do artigo 145:As taxas não poderão ter base de 
cálculo própria de impostos. 
De acordo com as razões do extraordinário,seria impróprio tomar-se o total do patrimônio 
líquido da empresa como base para a fixação do valor a ser recolhido a título da taxa em 
comento.Na assentada em que teve início o julgamento,o Relator, Ministro Carlos 
Velloso, reportou-se ao enfoque dado à matéria pelo Juiz Hugo de Brito Machado, 
aludindo, assim, ao fato de não se ter o patrimônio líquido como base de cálculo, mas 
como simples balizamento para definir-se o valor da taxa. 
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No trecho transcrito, há referência à circunstância de o princípio da capacidade 
contributiva estar ligado aos impostos (artigo 145, § 1º, da Constituição Federal), o que 
não impediria fosse observado em relação às taxas. Conclui, então, Sua Excelência, no 
sentido de não conhecer o recurso. Seguiram-no os Ministros Nelson Jobim, Maurício 
Corrêa e Ilmar Galvão. Passo a votar sobre o tema. 
A lei instituidora da Taxa de Fiscalização dos Mercados de Títulos e Valores Mobiliários 
(Lei nº 7.940, de 20 de dezembro de 1989) define como fato gerador da taxa "o exercício 
do poder de polícia legalmente atribuído à Comissão de Valores Mobiliários (CVM)" 
(artigo 2º). 
Já o artigo 3º dessa lei versa sobre os contribuintes : Art. 3º São contribuintes da taxa as 
pessoas naturais e jurídicas que integram o sistema de distribuição de valores mobiliários, 
as companhias abertas, os fundos e sociedades de investimentos, os administradores de 
carteira e depósitos de valores mobiliários, os auditores independentes, os consultores e 
analistas de valores mobiliários e as sociedades beneficiárias de recursos oriundos de 
incentivos fiscais obrigadas a registro na Comissão de Valores Mobiliários - CVM 
(art. 9º da Lei nº 6.385 de 7 de dezembro de 1976 e art. 2º do Decreto-Lei nº 2.298 de 21 
de novembro de 1986). 
Previu-se a satisfação trimestral, revelando-se, em anexo, o que se apontou como "taxa 
progressiva, de acordo com o patrimônio líquido do contribuinte". A grande diversidade 
de contribuintes levou à divisão em grupos: de um lado, as companhias abertas; de outro, 
as sociedades beneficiárias de incentivos fiscais, seguindo-se as corretoras, bancos de 
investimentos, bolsas de valores e de futuros, distribuidoras e bancos múltiplos com 
carteira de investimento e, num terceiro grupo, os fundos mútuos de ações, fundos de 
conversão, fundos de investimento e carteiras de títulos e valores mobiliários (capital 
estrangeiro). 
Em tais classificações foi considerado o patrimônio líquido. As denominadas companhias 
abertas foram escalonadas, conformeo patrimônio líquido em Bônus do Tesouro 
Nacional, em três classes: a) até dez milhões de BTN's: taxa de mil e quinhentos BTN's; 
b) de dez milhões e um a cinqüenta milhões de BTN's: taxa de três mil BTN's; c) acima 
de cinqüenta milhões de BTN's: taxa de quatro mil BTN's. Já o segundo grupo,ou seja, o 
formado pela sociedades beneficiárias de incentivos fiscais, foi dividido da seguinte 
forma: a) patrimônio líquido até um milhão de BTN's: taxa de setecentos BTN's; b) 
patrimônio líquido de um milhão e um a três milhões de BTN's: taxa de mil e trezentos 
BTN's; c) patrimônio líquido acima de três milhões de BTN's: taxa de dois mil BTN's. O 
terceiro grupo,encabeçado pelas corretoras, mereceu a seguinte divisão: a) patrimônio 
líquido até quinhentos mil BTN's: taxa de um mil BTN's; b) patrimônio líquido de 
quinhentos mil e um BTN's até um milhão e quinhentos mil BTN's: taxa de três mil 
BTN's; c) patrimônio líquido acima de um milhão e quinhentos mil BTN's:taxa de quatro 
mil BTN's. Por último, o derradeiro grupo, formado pelos fundos, teve a estipulação de 
taxa única, cogitando-se de patrimônio acima de cinco milhões de BTN's. 
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Ninguém contesta a serventia da taxa, tendo em vista o poder de polícia a ser exercido 
pela Comissão de Valores Mobiliários. O Texto Constitucional viabiliza a criação, pela 
União, pelos Estados, o Distrito Federal e Municípios, de "taxas, em razão do exercício 
do poder de polícia, ou pela utilização efetiva ou potencial de serviços públicos 
específicos e divisíveis, prestados ao contribuinte ou postos à sua disposição" (inciso II 
do artigo 145 da Constituição Federal de 1988). 
A busca incessante de receita tem levado a distorções, ante a razão de ser desta espécie 
tributária, que é a taxa. Invariavelmente, esta Corte vem proclamando a necessidade de o 
valor cobrado estar ligado, em si, a dispêndio pela administração, quer se trate do 
exercício do poder de polícia, quer da colocação à disposição de contribuintes de serviços 
públicos específicos e divisíveis. Jamais placitou hipótese de instituição de taxa sem o 
respaldo em tal fator, ou seja, o gasto realizado. E assim sempre procedeu, tendo em conta 
a razão de ser do tributo, a necessidade de contar-se com recursos suficientes à atividade 
pública. As glosas havidas nesta Corte ocorreram, acima de tudo, para preservar-se o 
preceito constitucional, no que junge a taxa ao exercício do poder de polícia ou a serviços 
públicos específicos e indivisíveis, que podem ser usufruídos, porque úteis, pelo 
contribuinte. 
Os pronunciamentos mostram-se harmônicos com a melhor doutrina, cabendo lembrar, 
como fez o Juiz Castro Meira perante a Corte de origem, ao votar como Relator na 
Argüição de Inconstitucionalidade na Apelação em Mandado de Segurança nº 2.367/CE, 
a lição de Rubens Costa Gomes de Souza: Por outras palavras, a ordem normal das coisas 
é que o pressuposto material ou jurídico da incidência defina a natureza do tributo e 
determine a escolha de sua base de cálculo. Mas, quando a base de cálculo adotada pela 
lei fiscal seja incompatível com pressuposto material ou jurídico da incidência, então a 
ordem normal das coisas se inverte, e a natureza jurídica do próprio tributo passa a ser 
determinada pela base de cálculo, e não pela definição legal de incidência. Esta última 
fica, assim, reduzida a uma simples afirmação, vazia de sentido, porquanto desmentida 
pela determinação legal de se calcular o tributo sobre circunstâncias outras, que com ela 
não tenha relação, ou que dela não decorra necessariamente (RDT nº 51,página 192). 
É o caso de indagar-se: qual a relação entre o poder de polícia e o patrimônio líquido do 
contribuinte? Inexiste elo que justifique o cálculo a partir da saúde da empresa. Aliás, 
surge até mesmo um contra-senso: quanto menor esta última, maior, presume-se, a 
necessidade de fiscalização. Em síntese, o patrimônio líquido, considerada a ordem 
natural das coisas, não serve a dimensionar o dispêndio, pela administração, no exercício 
do poder de polícia. 
Conforme ressaltado por Cretella Jr., em "Comentários à Constituição Federal de 1988", 
"...qualquer tipo de tributo deve ter uma base de cálculo, derivada não da mente da 
autoridade pertencente à entidade tributante, mas oriunda da natureza das coisas". 
Calcular-se a taxa a partir da grandeza do contribuinte é descaracterizá-la, ensejando-se 
o arbítrio. Para evitar este último, o legislador deve ter presente a advertência de Pontes 
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de Miranda: "As taxas têm de ser conforme o que importa como valor do que se 
presta"("Comentários à Constituição Federal de 1967"). 
 Aliás, colha-se de "Taxas de Polícia", da autoria de Régis Fernando de Oliveira, a visão 
de Hector Vilegas :A fixação do montante não pode levar em conta circunstâncias 
inerentes à pessoa ou aos bens do obrigado (que são hipóteses de incidência de imposto), 
mas só circunstâncias atinentes à atividade vinculante em si mesma, por ser ela, e não 
outra coisa, a hipótese de incidência da obrigação correspondente às taxas (página 51). 
No mesmo sentido pronunciou-se Sacha Calmon Navarro Coelho : Sendo a taxa um 
tributo cujas hipóteses de incidência (fatos geradores) configuram atuações do Estado 
relativamente à pessoa do obrigado, a sua base de cálculo somente pode mensurar tais 
atuações. Entre a base de cálculo e o fato gerador dos tributos existe uma relação de 
inerência quase carnal (inhaerente et ossa), uma relação de pertinência, de harmonia. Do 
contrário, estaria instalada a confusão e o arbítrio com a prevalência do nome iuris, isto 
é, da simples denominação formal sobre a ontologia jurídica e conceitual dos tributos, 
base científica do direito tributário (Comentários à Constituição de 1988, Sistema 
Tributário, página 109). 
Na verdade, a estipulação da taxa a que estão obrigadas as citadas pessoas jurídicas a 
partir do patrimônio líquido descaracteriza essa espécie de tributo, pouco importando que 
não se tenha, aqui, o patrimônio líquido como base de incidência de uma alíquota. O 
tributo surge fixado em valor global, e o que se deve levar em conta é que este último 
nada tem a ver com a atividade desenvolvida. Tome-se como exemplo situação de pessoa 
jurídica cujo patrimônio líquido seja praticamente zero. Nem por isso deixará de ser 
exercido o poder de polícia, acarretando este último dispêndio para a administração. 
Dir-se-á, como já o fez o Relator, que se estará levando em conta o princípio concernente 
à capacidade econômica do contribuinte. Ora, a teor do disposto no § 1º do 
artigo 145 da Constituição Federal, tal princípio está ligado à espécie de tributo que é o 
imposto, no qual não se tem relação entre o dispêndio pela administração pública e o 
benefício colocado à disposição do contribuinte. Conforme consta do preceito, no 
imposto considera-se o caráter pessoal, o que não ocorre relativamente à taxa. 
A capacidade econômica do contribuinte mostra-se como balizamento inadequado à 
espécie de tributo que é a taxa, porquanto o valor respectivo há de ter íntima vinculação 
com o citado exercício do poder de polícia ou o serviço público prestado ou colocado à 
disposição do contribuinte, conforme visto nos precedentes citados. Daí a Carta da 
Republica ser explícita ao aludir não ao gênerotributo versado na cabeça do artigo145, 
mas à espécie imposto. Vale dizer que, não se tratando deste último, descabe cogitar da 
capacidade econômica do contribuinte. Acresça-se que a natureza, em si, da taxa levou o 
legislador ordinário a prever, no parágrafo único do artigo77 do Código Tributário 
Nacional, na redação decorrente do Ato Complementar nº 34, de 30 de janeiro de 1967, 
a impossibilidade de considerar-se, para cálculo da taxa, seja qual for o critério utilizado 
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(base de incidência ou balizamento), para chegar-se a valor absoluto, o capital das 
empresas. 
 Eis o teor do preceito :Art. 77.....Parágrafo único. A taxa não pode ter base de cálculo ou 
fato gerador idêntico aos que correspondam a imposto, nem ser calculado em função do 
capital das empresas. Ora, esse dispositivo, no que veda levar-se em conta o gênero capital 
das empresas, a alcançar o patrimônio líquido, é harmônico, a mais não poder, com a 
correlação estabelecida no inciso II do artigo 145 da Carta da Republica. 
Em última análise, acabou o legislador, sem observância até mesmo do veículo próprio 
que seria a lei complementar, por introduzir, no cenário jurídico, verdadeiro imposto e 
que, sem grandes esforços, pode ser enquadrado na previsão do inciso VII do artigo 153 
da Carta de 1988 relativa às grandes fortunas. Patrimônio líquido é suficiente a revelá-la. 
Daí o meu convencimento sobre a inconstitucionalidade da taxa criada, conclusão 
externada pelo Professor Pedro Luciano Marrey Júnior na Revista de Direito Tributário 
nº 51:Desde logo se constata que a base de cálculo da taxa sob enfoque não está medindo 
a atuação da CVM, mas está sendo calculada em razão do patrimônio líquido do 
contribuinte. 
Ou seja, não importa se a atuação da CVM é maior ou menor em relação a um 
determinado contribuinte; a taxa variará, para mais ou para menos, em razão do seu 
patrimônio líquido, que nada tem a ver com o maior ou menor trabalho despendido pela 
CVM. Ora, conforme já demonstrado acima, é requisito fundamental que as taxas reflitam 
o maior ou menor custo despendido pelo poder público, eis que a sua base de cálculo é, 
Necessariamente, a medida desta atuação, sob pena de infringência à Constituição 
Federal. Tanto isso é verdade que a "fiscalização de uma corretora de pouco movimento, 
mas de grande patrimônio líquido, não acarretará maior trabalho, pelo contrário, o 
trabalho é menor que a fiscalização de uma corretora de grande movimento, mas que 
possua um patrimônio líquido pequeno. Entretanto, a primeira pagará uma taxa mais 
elevada que a segunda, apesar do trabalho da CVM ser menor do que aquele despendido 
na fiscalização da segunda corretora. 
Peço vênia ao nobre Relator e aos Ministros que o acompanharam para conhecer e prover 
este recurso extraordinário, declarando a inconstitucionalidade da Lei nº 7.940/89 e, 
portanto, para conceder a segurança pleiteada. É como voto na espécie. Entrementes, 
fiquei isolado nessa óptica. O Pleno veio a assentar a legitimidade constitucional da 
cobrança, redigindo o Relator ementa nos seguintes termos : EMENTA: - 
CONSTITUCIONAL. TRIBUTÁRIO. TAXA DE FISCALIZAÇÃO DOS MERCADOS 
DE TÍTULOS E VALORES MOBILIÁRIOS - TAXA DA CVM. Lei nº 7.940, de 
20.12.89.FATO GERADOR. CONSTITUCIONALIDADE.I. - A taxa de fiscalização da 
CVM tem por fato gerador o exercício do poder de polícia atribuído à Comissão de 
Valores Mobiliários - CVM. Lei 7.940/89,art. 2º. A sua variação, em função do 
patrimônio líquido da empresa, não significa seja dito patrimônio a sua base de cálculo, 
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mesmo porque tem-se, no caso, um tributo fixo. Sua constitucionalidade. II. - R.E. não 
conhecido (Recurso Extraordinário nº 177.835-1/PE, relatado pelo Ministro Carlos 
Velloso, perante o Pleno e julgado em 22 de abril de 1999).3. Diante do precedente, 
descabe concluir pelo enquadramento deste extraordinário na previsão da alínea a do 
inciso III do artigo 102 da Carta da Republica, no que o Regional Federal teve como 
legítima a cobrança. Impõe-se a ressalva do entendimento pessoal, homenageando-se, 
destarte, a uniformização da jurisprudência, sem a qual cai por terra a unidade do 
Direito.4. Destarte, nego seguimento ao recurso.5. Publique-se. Brasília, 22 de setembro 
de 1999.Ministro MARÇO AURÉLIO Relator . 
 
 
9. TAXA DE ILUMINAÇÃO PÚBLICA. CONTRIBUIÇÃO DE ILUMINAÇÃO 
PÚBLICA. TIP x CIP. SÚMULA 670, STF. EC 39/02. 
 
Os municípios cobravam a velha Taxa de Iluminação Pública, a qual foi declarada 
inconstitucional já que ILUMINAÇÃO PÚBLICA É SERVIÇO INDIVISÍVEL. 
 
O STF, vide Súmula 670¸ pacificou esse entendimento. Apesar, foi feita a EC 39/02, a 
qual criou o art.149-A na CRFB/88 e passou então a ficar autorizada a cobrança da 
CONTRIBUIÇÃO ESPECIAL DE ILUMINAÇÃO PÚBLICA – CIP, de competência 
dos Municípios e do Distrito Federal. 
 
A CIP é tributo autorizado pela Constituição, tem como FATO GERADOR O 
CONSUMO DE ENERGIA ELÉTRICA e como SUJEITO PASSIVO O 
PROPRIETÁRIO DO IMÓVEL AONDE SE CONSOME A ENERGIA ELÉTRICA. 
Portanto, atenção na prova de vocês: se de um lado, a TIP é inconstitucional, a CIP é 
autorizada pela Carta e admitida no STF, tendo sido autorizada pela EC 39/02. 
 
Utiliza-se como BASE DE CÁLCULO A INTENSIDADE DO CONSUMO DE 
ENERGIA ELÉTRICA, de sorte a que quem consome mais paga mais. 
 
A CIP é COBRADA NA FATURA DE ENERGIA ELÉTRICA, já que os Municípios 
celebram convênios com as concessionárias e aproveitam a estrutura de cobrança da tarifa 
de consumo de luz, sendo então feita uma única cobrança das duas dívidas, a tarifa de 
energia elétrica e a contribuição de iluminação pública, esta última, de natureza tributária. 
 
Art. 149-A Os Municípios e o Distrito Federal poderão instituir contribuição, na 
forma das respectivas leis, para o custeio do serviço de iluminação pública, observado o 
disposto no art. 150, I e III. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 39, de 2002) 
Parágrafo único. É facultada a cobrança da contribuição a que se refere o caput, na 
fatura de consumo de energia elétrica. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 39, de 
2002) 
 
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Súmula 670/STF. Tributário. Iluminação pública. Remuneração mediante taxa. 
Inadmissibilidade. Súmula Vinculante 41/STF. CF/88, art. 145, II. 
«O serviço de iluminação pública não pode ser remunerado mediante taxa.» 
 
Precedente: RE 233332 RJ 
 
Relator(a): Min. ILMAR GALVÃO 
Julgamento: 10/03/1999 
Ementa 
TRIBUTÁRIO. MUNICÍPIO DE NITERÓI. TAXA DE ILUMINAÇÃO PÚBLICA. 
ARTS. 176 E 179 DA LEI MUNICIPAL Nº 480, DE 24.11.83, COM A REDAÇÃO 
DADA PELA LEI Nº 1.244, DE 20.12.93. Tributo de exação inviável, posto ter por fato 
gerador serviço inespecífico, não mensurável, indivisível e insuscetível de ser referido a 
determinado contribuinte, a ser custeado por meio do produto da arrecadação dos 
impostos gerais. Recurso não conhecido, com declaração de inconstitucionalidade dos 
dispositivos sob epígrafe, que instituíram a taxa no município. 
 
 
10. TAXADE CONTROLE E FISCALIZAÇÃO AMBIENTAL - TCFA 
 
A União desenvolve, através do IBAMA, o exercício de poder polícia fiscalizando alguns 
industriais e fabricantes, os quais se caracterizam, em razão de suas atividades e do tipo 
de lixo e dejetos que geram no exercício das mesmas, como potenciais poluidoras do meio 
ambiente. 
 
A fiscalização se desenvolve no propósito de exigir que sejam respeitadas as normas de 
proteção do meio ambiente. Para retribuir o custo de tal atividade fiscalizadora é que se 
cobra dessas pessoas uma taxa de polícia, a TAXA DE CONTROLE E FISCALIZAÇÃO 
AMBIENTAL – TCFA. O FATO GERADOR da TCFA é o exercício do poder de polícia, 
o qual, no caso, é exatamente essa fiscalização protetiva do meio ambiente. 
 
A grande polêmica residiu no fato de que diversos sujeitos passivos alegaram que nunca 
haviam sido fiscalizados, pois jamais um fiscal do IBAMA ou qualquer outra pessoa em 
sua representação teria desenvolvido a fiscalização do estabelecimento. 
 
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 O STF entretanto aceitou a tese da Procuradoria da União de que para se provar que 
houve exercício de poder de polícia não é necessário que seja realizada uma diligencia de 
fiscalização IIN LOCU no estabelecimento, guiada por um servidor presencialmente. 
 
O STF acolheu a tese do “poder de polícia a distância”, aceitando que BASTA QUE SE 
PROVE QUE O ÓRGÃO / AUTARQUIA FISCALIZADORES ESTEJAM EM 
REGULAR FUNCIONAMENTO. No caso, como o IBAMA sempre esteve em regular 
funcionamento, o STF aceitou a tese de que o poder de polícia jamais deixou de ser 
exercido, e por logo, declarou a CONSTITUCIONALIDADE DA TCFA. 
 
Jurisprudência: 
 
EMENTA: AGRAVO REGIMENTAL. RECURSO EXTRAORDINÁRIO. 
TRIBUTÁRIO. TAXA DE CONTROLE E FISCALIZAÇÃO AMBIENTAL – TCFA. 
INSTITUTO BRASILEIRO DO MEIO AMBIENTE E RECURSOS NATURAIS E 
RENOVÁVEIS – IBAMA. LEI Nº 10.165/2000. LEGITIMIDADE. PLENÁRIO. O 
Supremo Tribunal Federal declarou a legitimidade da Taxa de Controle e Fiscalização 
Ambiental – TCFA, no julgamento do RE 416.601, Relator o Ministro Carlos Velloso. A 
propósito, menciono as seguintes decisões singulares, todas com trânsito em julgado: RE 
465.371, Relator o Ministro Sepúlveda Pertence; RE 440.890, Relator o Ministro Gilmar 
Mendes; 464.006, Relator o Ministro Celso de Mello; e RE 433.025, de minha relatoria. 
Agravo regimental desprovido. (RE-AgR 401071, CARLOS BRITTO, STF). 
 
 
 
 
III – CONTRIBUIÇÕES DE MELHORIA 
 
 
1- CONCEITO 
 
Contribuição de melhoria é uma espécie de tributo que tem por hipótese de incidência 
uma atuação estatal indiretamente conferida ao contribuinte, que se constitui numa obra 
pública que cause valorização imobiliária ao particular. 
 
CRFB/88, Art. 145. A União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios poderão 
instituir os seguintes tributos: 
III - contribuição de melhoria, decorrente de obras públicas. 
CTN, Art. 81. A contribuição de melhoria cobrada pela União, pelos Estados, pelo 
Distrito Federal ou pelos Municípios, no âmbito de suas respectivas atribuições, é 
instituída para fazer face ao custo de obras públicas de que decorra valorização 
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imobiliária, tendo como limite total a despesa realizada e como limite individual o 
acréscimo de valor que da obra resultar para cada imóvel beneficiado. 
Art. 82. A lei relativa à contribuição de melhoria observará os seguintes requisitos 
mínimos: 
I - publicação prévia dos seguintes elementos: 
a) memorial descritivo do projeto; 
b) orçamento do custo da obra; 
c) determinação da parcela do custo da obra a ser financiada pela contribuição; 
d) delimitação da zona beneficiada; 
e) determinação do fator de absorção do benefício da valorização para toda a zona 
ou para cada uma das áreas diferenciadas, nela contidas; 
II - fixação de prazo não inferior a 30 (trinta) dias, para impugnação pelos 
interessados, de qualquer dos elementos referidos no inciso anterior; 
III - regulamentação do processo administrativo de instrução e julgamento da 
impugnação a que se refere o inciso anterior, sem prejuízo da sua apreciação judicial. 
§ 1º A contribuição relativa a cada imóvel será determinada pelo rateio da parcela 
do custo da obra a que se refere a alínea c, do inciso I, pelos imóveis situados na zona 
beneficiada em função dos respectivos fatores individuais de valorização. 
§ 2º Por ocasião do respectivo lançamento, cada contribuinte deverá ser notificado 
do montante da contribuição, da forma e dos prazos de seu pagamento e dos elementos 
que integram o respectivo cálculo. 
DECRETO-LEI Nº 195, DE 24 DE FEVEREIRO DE 1967 dispõe sobre a cobrança da 
Contribuição de Melhoria. 
Deve existir uma relação de causalidade entre a obra e a valorização nos imóveis e em 
suas imediações. Tem fundamento no princípio de que não pode haver enriquecimento 
sem causa. 
 
 
Só caberá tributação quando a obra estiver concluída, pois é com o término que se aufere 
a valorização, e só poderá ser cobrada uma vez para cada obra. 
 
 
 
 
 
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2- FATO GERADOR 
 
O fato gerador do dever de pagar a contribuição de melhoria é a obtenção de valorização 
imobiliária decorrente de uma obra pública, isto é, aumento do valor de Mercado de 
imóveis localizado em suas imediações. 
 
O fato que gera o direito de tributar por parte do ente federativo não é apenas fazer a obra 
pública. É fundamental que da obra decorra a valorização imobiliária. O tributo não é 
uma contribuição “de obra” e sim uma contribuição “de melhoria”. 
 
 
 
3- SUJEITO PASSIVO 
 
O sujeito passivo é o proprietário do imóvel valorizado. 
CTN, Art. 121. Sujeito passivo da obrigação principal é a pessoa obrigada ao pagamento 
de tributo ou penalidade pecuniária. 
Parágrafo único. O sujeito passivo da obrigação principal diz-se: 
I - contribuinte, quando tenha relação pessoal e direta com a situação que constitua o 
respectivo fato gerador. 
 
4- BASE DE CÁLCULO 
 
A base de cálculo que se utiliza para se cobrar a contribuição de melhoria é o limite da 
valorização obtida. Em outras palavras, a análise do quantun de valorização auferida é 
que servirá como base para que se faça o cálculo de modo isonômico, distribuindo-se 
entre todos os sujeitos passivos os valores que cada um pagará. 
 
Logo, quem obtiver mais valorização, pagará mais; quem lograr menos benesse, pagará 
menos. A base para se fazer o cálculo distributivo das cobranças fixando os valores 
individuais de cada sujeito passivo, será o quantum de melhoria obtido. 
 
 É no uso dessa base que se fará a distribuição do valor da obra dentre os proprietários 
dos imóveis valorizados, apurando-se isonomicamente os valores individuais que cada 
um terá que pagar. 
 
 
5- LIMITES 
 
Existem dois limites que norteiam a cobrança da contribuição de melhoria. De um lado, 
o chamado limite geral ou global, e, por outra perspectiva, o chamado limite individual 
ou personalizado. 
 
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 APROVAÇÃO no EXAME DE ORDEM21 
 
 Prof. Pedro Barretto – PB 
 A DIFERENÇA FAZ A DIFERENÇA. 
Pelo primeiro limite, o limite geral, se determina que a Administração não pode arrecadar 
mais do que gastou com a obra. Logo, a soma de todas as contribuições de melhorias 
cobradas não pode ultrapassar o limite do custo total com a obra. Não pode ocorrer 
arrecadação em limite que extrapole a despesa suportada. 
 
Pelo segundo limite se fixa que nenhum contribuinte ficará sujeito a uma cobrança em 
valor superior ao quantum de melhoria individualmente obtida. 
 
Logo, nenhum ente arrecadará mais do que gastou com a obra e nenhuma pessoa pagará 
mais do que obteve a título de melhoria. 
 
6- OBRA DE “PAVIMENTAÇÃO ASFÁLTICA ORIGINÁRIA OU 
CALÇAMENTO”. DIFERENTE DE OBRA DE “RECAPEAMENTO 
ASFÁLTICO”. 
 
Merece especial atenção a questão que envolve a obra de recapeamento asfáltico, ou, na 
linguagem popular, a obra de “tapar buracos das ruas” ou de “recapeamento de asfalto”. 
Essa obra não gera valorização imobiliária. 
 
Quando o ente federativo (em regra o Município) faz esse tipo de obra, os proprietários 
de imóveis na área circunscrita têm a falsa noção de que seus imóveis estão sendo 
valorizados. Na verdade, quando a Administração Pública faz uma obra como essa, 
tapando os buracos, está apenas conservando e recuperando o patrimônio público, e, 
quando muito, devolvendo aos imóveis o seu real valor, o qual se encontrava depreciado 
em razão da omissão de conservação das vias públicas. 
 
Tanto o STF como o STJ uniformizaram entendimento no sentido que não ocorre 
valorização nos imóveis em razão de obras de recapeamento, mas apenas, quando muito, 
a devolução de um valor que estava inferiorizado. 
 
Não se confunde, entretanto, a obra de recapeamento com a obra de primeira 
pavimentação de uma via que jamais foi asfaltada. No avanço do urbanismo se promove 
o primeiro calçamento, a pavimentação asfáltica originária de certas vias, as vezes até 
então de terra, de barro, de paralelepípedo. Inegável que quando ocorre esse tipo de obra, 
os imóveis da região se valorizam. Nesses termos, cabe a contribuição de melhoria. 
 
Portanto, para a prova, fiquem atentos: CABE contribuição de melhoria quando se realiza 
a obra de pavimentação asfáltica originária (primeiro calçamento), mas NÃO CABE a 
cobrança do tributo quando a obra é a de recapeamento, já que, nesse último caso, não 
ocorre fato gerador. 
 
Nunca esqueça que nada é possível ao que não crê e tudo é possível ao que crê ! Faça a 
sua parte e acredite na sua aprovação! 
 Um abraço, 
 Cleber Barros 
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 A DIFERENÇA FAZ A DIFERENÇA.

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