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Aula_15

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Bens do falecido que não deixou herdeiro conhecido: legítimo ou testamentário.
A jacência não significa que o falecido não tinha herdeiros, apenas são desconhecidos.
“É uma fase provisória e temporária, de expectativa de surgimento de interessados na herança” (Euclides Oliveira).
 
 Se providências realizadas para localizar herdeiros forem inexitosas, temos HERANÇA VACANTE. Haverá também vacância se todos os herdeiros chamados a suceder renunciem à herança.
Herança Jacente e Herança Vacante
artigos 1.142 a 1.158, do CPC
** CC: art. 1.819 a 1.823
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Procedimento:
 Herança Jacente:
* chegando a conhecimento do juiz herança jacente, determina-se a arrecadação dos bens – art. 1142, CPC
* não há necessidade de requerimento escrito, juiz, tomando conhecimento do fato, de ofício, determina a arrecadação.
* qualquer interessado, inclusive o MP, pode requerer a arrecadação.
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* por meio da arrecadação são inventariados todos os bens deixados pelo falecido.
* deve ser descrito o estado e a situação em que se encontram.
* ato contínuo, juiz nomeia curador (responsável pela guarda, administração e conservação dos bens até que o sucessor apareça ou sejam entregues aos entes públicos) – art. 1143
* herança jacente tem capacidade de ser parte. Em juízo, o curador representa a herança.
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* curador presta contas mensalmente ao juiz - art. 1144, CPC.
* formas para o procedimento da arrecadação: artigos 1.145 a 1.151, CPC.
* ultimada a arrecadação, juiz determina a expedição de editais (finalidade: tornar pública a existência de herança jacente)  art. 1.152, CPC.
* encontrados herdeiros, herança jacente converte-se em inventário  art. 1.153, CPC.
* MP intervém SEMPRE nos procedimentos de herança jacente.
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* credores herança podem habilitar-se (art. 1.154, CPC). Para habilitação é necessário apresentar título líquido e certo.
* juiz pode autorizar a venda de bens  art. 1.155, CPC
* Passado 01 (um) ano do primeiro edital, não havendo nenhuma habilitação ou não acolhidas as apresentadas, a herança é declarada VACANTE (art. 1.157, CPC), situação que se mantém por 05 (cinco) anos, contados da abertura da sucessão, quando então os bens passam ao domínio do Poder Público. VENOSA: “pela vacância, os bens são entregues ao Estado. Essa fase, porém, não tem o condão de incorporar os bens definitivamente ao Estado, o que só vem a acontecer após cinco anos da abertura da sucessão”. 
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 Herança VACANTE:
* não se teve êxito na localização por herdeiros.
* se herdeiros chamados a suceder renunciaram a herança, também há herança vacante (art. 1823, CC)
* declarada vacância, os bens são imediatamente entregues ao Município, ou ente público destinado (art. 1822, caput, CC).
* E se aparecerem herdeiros que tenham direito aos bens?
1 - se herdeiro for colateral com a declaração da vacância perde o seu direito à sucessão (art. 1.822. par. único, CC) 
*** os colaterais podem habilitar-se apenas na fase da jacência ***
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2 - transitada em julgado: art. 1.158, CPC. Não basta mera habilitação como na fase da jacência (ação de petição de herança (art. 1.824, CC)
 natureza da sentença: constitutiva  Eficácia ex nunc (efeitos não retroagem, valendo somente a partir da data da decisão tomada)
** Se alguém completar prazo de usucapião antes da sentença de vacância, torna-se proprietário da coisa.
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Capacidade de direito: atribui-se a todas as pessoas, sem exceção, a possibilidade de tornarem-se titulares de direitos e deveres na ordem civil (art. 1º, CC).
Capacidade de fato (de exercício): consiste na aptidão para exercer, por si só, os atos da vida civil. 
Se todas as pessoas têm capacidade de direito, nem todas têm de gozo ou exercício.
 
Da curatela dos interditos
artigos 1.177 a 1.198, do CPC
** Art. 1.768, ss, CC.
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Pessoas capazes: plena capacidade de fato.
Pessoas incapazes: não têm plena capacidade de fato.
Absolutamente incapazes: art. 3º, CC.
Relativamente incapazes: art. 4º, CC.
A partir dos 16 anos é possível requerer a interdição. Ainda que a idade faça a pessoa relativamente incapaz, caberá a interdição para que seja declarada a incapacidade absoluta, o que exige, na prática dos atos da vida civil, a representação e não a assistência.
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A interdição presta-se à declaração de incapacidade absoluta ou relativa daquele que está privado, total ou parcialmente, de seu discernimento e da aptidão de exprimir livremente sua vontade. 
O juiz fixará o grau de incapacidade e os limites da curatela, conforme o que for apurado.
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 Procedimento
* Deve ser requerida no foro do domicílio do interditando (vara da família);
* O requerimento poderá ser feito pelos pais ou tutor, pelo cônjuge (companheiro) ou por qualquer parente, ou pelo MP  art. 1.768 a 1.770, CC // art. 1.177 a 1.179, CPC.
* Petição inicial: interessado comprova a sua legitimidade (comprovante parentesco/casamento), indica os fatos em que fundamenta o pedido especificando aqueles que demonstram que o interditando não têm condições de exprimir, total ou parcialmente a sua vontade - art. 282, CPC + art. 1.180, CPC.
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* Quando não for o MP que tenha formulado o requerimento, será intimado para participar como defensor do interditando  art. 1.770, CC.
Função do MP: buscar o melhor para o incapaz, que poderá ser o acolhimento do pedido ou não.
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 Citação, interrogatório do interditando e perícia.
* Se petição inicial em termos, o juiz designa data para ouvir o interditando, determinando que ele seja citado para comparecer. Tanto as perguntas como as respostas são reduzidas a termo (agora “gravadas”). 
A audiência ocorre antes de o interditando ter a oportunidade de impugnar o pedido. Para o interrogatório deve ser intimado o MP, mas não o requerente  art. 1.181, CPC.
Se não for possível ao interditando deslocar-se, o juiz, o MP e o escrivão dirigir-se-ão ao local em que ele esteja e lá o ouvirão.
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* O interrogatório pode ser dispensado em circunstâncias excepcionais; Ex.: coma;
* Após a audiência, o interditando poderá impugnar o pedido, no prazo de 05 dias, constituindo advogado para defendê-lo. Mas só haverá defesa se o interditando tiver algum discernimento  art. 1.182, CPC.
* O MP zelará pelos interesses do interditando, salvo quando o MP for o requerente, caso em que o juiz dará um defensor ao interditando.
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* A falta de defesa não produz os efeitos da revelia, sequer faz presumir verdadeiros os fatos narrados na inicial, relativos à incapacidade. É preciso certificar-se que o interditando é mesmo incapaz.
* Se tiver sido citado por edital ou com hora certa, ou se estiver preso, necessária a nomeação de curador especial.
* Apresentada ou não a resposta, o juiz determinará a realização da prova pericial, nomeando perito que examine o suposto incapaz e constatem qual o problema e seu grau.
* As partes e o MP formularão quesitos e indicarão assistentes técnicos  art. 1.183, CPC.
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 Audiência de instrução, sentença e recursos.
* Encerrada a prova pericial, o juiz designará audiência de instrução e julgamento, quando for necessário;
* Para esta audiência aplicam-se as regras estabelecidas para os procedimentos de jurisdição contenciosa.
* Encerrada a instrução o juiz profere a sentença. Em caso de procedência declarará a interdição e assinará os limites da curatela.  art. 1.184, CPC.
* Na sentença, além de estabelecer os limites da curatela, o juiz indica quem será o curador  art. 1.775, CC.
* Contra a sentença cabe apelação/efeito devolutivo (1773, CC).
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Entre as atribuições do curador, além de representar ou assistir o incapaz, está a de promover o tratamento do interditando.
Cessada a causa que determinou a interdição, será requerido o seu levantamento (pedido apensado aos autos da interdição)
O pedido pode ser feito pela mesma pessoa que a requereu, pelo MP ou pelo interditando  art. 1.186, CPC.
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 Da nomeação e remoção de tutor ou curador.
Inicialmente trata a lei do procedimento de investidura do tutor ou curador nomeado. 
Feita a nomeação, eles serão intimados para, no prazo de 05 dias, prestar compromisso. O prazo decorre da nomeação ou da intimação do despacho que mandar cumprir o testamento  art. 1.187, CPC.
 art. 1.188 a 1.190, CPC: especialização da hipoteca legal.
O prazo para a escusa do curador não é mais a do art. 1.192, do CPC, mas a do art. 1.738, do Código Civil.  art. 1.193, CPC.
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 Procedimento da remoção do tutor ou curador.
 art. 1.194, CPC. Na petição de remoção deverão estar expostas, de forma especificada, as causas pelas quais a remoção deve ser deferida.
 art. 1. 195, CPC: procedimento das cautelares – art. 803
Em casos de extrema gravidade o juiz pode conceder liminar, suspendendo de imediato o exercício das funções e nomeando substituto interino  art. 1.197, CPC.
O tutor e o curador estão obrigados a exercer seu encargo por 02 anos  art. 1.765, CC.
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Alimentos: tudo o que se figurar necessário à manutenção de uma pessoa, incluindo não só alimentos in natura, mas habitação, saúde, educação, vestuário, lazer..
 Dever recíproco entre parentes, cônjuges e companheiros, consistente na prestação dos alimentos na proporção das necessidades de quem os receberá (alimentando) e de acordo com a capacidade de quem os prestará (alimentante) – art. 1694, CC.
 
Da ação de alimentos
Lei de alimentos – Lei 5.478/68, art. 1.694 e ss. CC
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O direito a alimentos é irrenunciável, sendo desprovido de valor qualquer documento neste sentido (art. 1707, CC; Súmula 379, STF)
 Entendimento diverso da doutrina e STJ em relação aos alimentos havidos entre cônjuges/companheiros:
Tendo sido homologado acordo no qual a parte renunciou ao direito de alimentos, inadmissível seu ulterior comparecimento em juízo para pleiteá-los (STJ. ROHC 11.690. DJU 19/11/2001)
 
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Legitimidade:
O dever de prestar alimentos é recíproco, inclusive entre parentes (irmãos, pais e filhos, avós e netos) – art. 1.696, CC
Por matrimônio ou união estável.
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Quando são devidos os alimentos?
 art. 1.695, CC.
A pensão alimentícia está calçada no binômio necessidade/possibilidade – capacidade de quem os presta e necessidade de quem os recebe.
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“Pensão avoenga”
 Artigo 1.698, do CC. 
* Refere-se à responsabilidade complementar e subsidiária, devendo a obrigação conjunta e divisível ser diluída entre todos os avós na proporção de seus recursos.
* Portanto, os avós maternos e paternos nestes casos devem ser chamados para integrar a lide.
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Fixação do quantum alimentar e a cessação do dever
Para a fixação, o juiz deve orientar-se pelas peculiaridades de cada caso, considerando condições pessoais e sociais.
Da cessação:
- cessa o dever em virtude de novo casamento ou união estável;
- pelo falecimento do alimentante;
- quando desaparecer a necessidade do alimentando.
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Espécies
- legítimos/legais: quando forem devidos por força de obrigação de lei, parentesco ou de casamento/união estável (art. 1.694, CC)
- testamentários: quando decorrem da fixação de legados (art. 1.920, CC)
- Convencionados ou voluntários: na hipótese de emanar entre vivos, de quem não estava obrigado a prestá-los (oferecimento de alimentos)
- Indenizatórios: quando resultar da prática de ato ilícito, como forma de indenização, pelo dano ex delicto (art. 948, II e 950,CC)
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Quanto ao momento procedimental:
* provisionais: manter a parte que deles necessita durante o processo, são obtidos por meio de medida cautelar (art.852, CPC);
* provisórios: obtidos através de liminar na ação de alimentos (lei 5.478/68), pode ser confirmada pela sentença.
* definitivos: fixados por sentença ou acordo homologado;
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Competência:
- Domicílio do alimentando (art. 100, II, CPC), perante a vara especializada, se houver.
- Competência relativa.
Inicial: art. 282, CPC + at. 3º LA + intervenção do MP + documentos.
Valor da causa: 
- soma de 12 prestações mensais pretendidas pelo autor.
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Despacho liminar/fixação de alimentos:
- Ao despachar a inicial, o juiz fixará desde logo os alimentos (caráter liminar) – art. 4º, LA
- Se for hipótese de alimentos solicitados pelo cônjuge, casado em regime de comunhão universal de bens, o juiz determinará que seja entregue ao credor parte da renda líquida dos bens comuns (art. 4º, parágrafo único, LA)
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Da audiência de conciliação, instrução e julgamento:
- Procedimento da ação de alimentos é concentrado, célere, abreviado, condensando todos os atos processuais em um único ato.
- Não comparecendo o autor, determina-se o arquivamento do pedido (art. 7º, LA); se réu não comparecer  revelia.
- Aberta a audiência, tenta-se a conciliação entre as partes; se frustrada, tem-se a inquirição das testemunhas e depoimento pessoal das partes; segue-se às alegações finais, manifestação do MP e sentença (art. 8º a 12, LA)
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Recursos:
- Da sentença cabe apelação, recebida no efeito devolutivo (art. 14, LA e art. 520, II, CPC)
- Se a sentença for de improcedência, a apelação será recebida no duplo efeito.
- Da decisão que concede alimentos provisórios cabe agravo.
Alimentos gravídicos:
- Lei nº 11.804/2008
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Da ação de oferta de alimentos: 
oferece espontaneamente os alimentos
- art. 24, LA
O procedimento na ação de oferta de alimentos é o mesmo da ação de alimentos.
Alimentos internacionais:
 
- Mesmo procedimento da ação de alimentos, contudo, a competência é da justiça federal, tendo-se a atuação do MPF
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