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Aula_11

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Jurisdição voluntária:
jurisdição ou 
administração pública de interesses privados, 
cometida ao Poder Judiciário??
Procedimentos especiais 
de jurisdição voluntária
artigos 1.103 a 1.112, do CPC
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Jurisdição 
 Motivos:
1 – Administração é tutela de interesse público.
2 – Jurisdição voluntária é tutela de interesse privado.
3 – Jurisdição voluntária: situação conflituosa que requer solução.
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Exemplos de conflitos:
* Alienação judicial de coisa comum: pode não existir consenso entre os condôminos a respeito da extinção do condomínio.
* Separação consensual: conflito não é evidente (o casal concorda com a separação). Existe insatisfação comum (conflito) com o estado atual (casamento) e a necessidade de requerer ao Judiciário a alteração deste estado.
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A existência de uma situação conflituosa e a necessidade de intervenção do Judiciário é o bastante para caracterizar a JURISDIÇÃO.
  Artigo 1º, CPC
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Para Cândido Dinamarco:
“Em todos os casos nos quais o Juiz é chamado a exercer a jurisdição voluntária existe sempre alguma situação conflituosa e em estado de insatisfação que afligem as pessoas e necessita solução. Pode ser um conflito mais ou menos aparente ou intenso, mais explícito ou menos explícito na demanda apresentada ao juiz e que ele resolverá mais diretamente ou menos – mas é sempre a realidade social de um conflito que leva o juiz a exercer a jurisdição voluntária, tanto quanto a contenciosa”.
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Características da Jurisdição Voluntária:
Não tem autor/réu. Mas, sim INTERESSADO.
 Interessados
Postura do que tem interesse em solucionar uma situação conflituosa, mas não contraposta.
 Princípio inquisitivo e não dispositivo (art. 1.107, CPC)
* Possibilidade de o Juiz investigar livremente, na busca da verdade real.
* O Juiz não precisa se ater ao fatos trazidos pelas partes.
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 Critério da legalidade estrita (artigo 1.109, CPC)
Permite ao órgão jurisdicional a adaptação do procedimento da jurisdição voluntária às peculiaridades do caso concreto.
Ex.: a) não-realização de ato que se revela desnecessário  interrogatório de interditando em coma.
b) guarda compartilhada regulamentada em 2008. Os Juízes sempre a admitiram, mesmo sem texto expresso de lei, na homologação de separações/divórcios consensuais; entendiam ser a solução mais correta para o caso concreto. 
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PROCESSUAL CIVIL. EMBARGOS DECLARATÓRIOS. PREQUESTIONAMENTO. OMISSÃO. ART. 535 DO CPC. JURISDIÇÃO VOLUNTÁRIA. ALVARÁ. EXPEDIÇÃO IMEDIATA. POSSIBILIDADE.
(...) II – Em se tratando de procedimento de jurisdição voluntária, em que não há necessidade de se observar a legalidade estrita, podendo o juiz decidir por eqüidade (art. 1.109 do CPC), a expedição imediata de alvará, antes do término do prazo para a interposição de recurso, não configura ofensa à lei processual. (...) (REsp 251.693/GO, Rel. Ministro FELIX FISCHER, 5a TURMA, j. 19.02.2002, DJ 18.03.2002 p. 281)
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 Sentença (artigo 1.110)
* Não faz coisa julgada material.
* Pode ser modificada se ocorrerem circunstâncias supervenientes ainda que tenha trânsito em julgado.
Faz uma petição intermediária nos autos da ação de separação/divórcio informando o restabelecimento conjugal.
* O Juiz não pode livremente alterar as sentenças.
Ex.: interdição.
Não cabe ação rescisória. Cabe ação anulatória (art. 486, CPC) – quase sempre decisão homologatória  Misael Montenegro Filho
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Regras gerais do procedimento:
 Legitimidade (artigo 1.104, CPC)
Pode ser iniciado de ofício.
Ex.: 
* alienação judicial de bens depositados judicialmente;
* execução de testamentos;
* arrecadação de herança jacente, bens de ausente, coisas vagas.
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 Petição Inicial
Artigo 282 CPC.
- Se houver vício: 10 dias para emendar
- Se não houver vício: citação dos interessados.
 Valor da causa: corresponde ao conteúdo econômico do pedido
 Competência: regra geral (art. 94, CPC)
 Citação (artigo 1.105, CPC)
“A presença do MP nos procedimentos de jurisdição voluntária somente se dá nas hipóteses explicitadas no respectivo título e no mencionado art. 82” (RSTJ, 8:282)
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 Resposta (artigo 1.106, CPC)
* Prazo: 10 dias.
* Não se fala em contestação, mas manifestação.
* Pode alegar preliminares do art. 301, CPC (exceção convenção de arbitragem).
* Pode discutir o mérito da demanda.
* Falta de resposta  revelia. Efeitos atenuados: princípio inquisitivo (o juiz pode investigar livremente).
* Pode valer-se das exceções.
* NÃO cabe RECONVENÇÃO.
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 Instrução e sentença
* Se for o caso o juiz determina a produção das provas necessárias e determina AIJ  observar art. 1.107, CPC
* Estrutura da sentença: mesma dos demais processos (relatório, motivação e dispositivo). Nos juizados especiais.
* Não há necessidade de observar o princípio da legalidade estrita.
* Ainda que se tenha trânsito em julgado, a sentença pode ser modificada se ocorrerem circunstâncias supervenientes.
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Pedidos que obedecem a Jurisdição Voluntária.
 (artigo 1.112, CPC)
Emancipação
a) voluntária: outorgada pelos pais, por escritura pública, ao filho que tenha pelo menos 16 anos;
b) judicial: depende de processo judicial, pode ser requerida por menores sob tutela (com 16 anos)
c) legal: casamento, exercício de emprego público efetivo, colação de grau em curso de nível superior
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Jurisdição voluntária: emancipação judicial.
- Autor do pedido: incapaz, não precisa ser assistido
- “Réu”: tutor
- Juiz pode determinar a produção de provas para verificar se autor tem condições de gerir sua própria vida e bens.
- Juiz determina interrogatório do autor (aferir grau de discernimento)
Competência: foro do domicílio do requerente.
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Sub-rogação
- Sub-rogação do vínculo ou do ônus
Ex.: bens gravados com cláusula de inalienabilidade.
- Artigo 1.911, CC  bem pode ser vendido mediante autorização judicial.
- Obriga que outros bens adquiridos com o produto da venda devem ter gravada a cláusula de inalienabilidade.
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Alienação, arrendamento ou oneração de bens dotais, de menores, de órfãos e de interditos
- Ainda no CC de 1916 caiu o regime dotal. CC de 2002 não o incluiu nos regimes de casamento.
- Bens de menores, órfãos e interditos não podem ser livremente alienados diante das restrições do artigo 1.691, caput, 1.750 e 1.774, CC.
- Indispensável autorização judicial para a proteção dos interesses e patrimônio dos incapazes. Atuação do MP.
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Alienação, locação e administração da coisa comum
- Se bem indivisível  forma de extinção do condomínio: alienação judicial de coisa comum.
- Deve ficar demonstrada a indivisibilidade.
- Autor: condômino que deseja a extinção do condomínio.
- Réu: demais condôminos.
- Competência: Móvel  domicílio réu. Imóvel  situação coisa.
- Resposta: prazo de 10 dias (observar art. 191 CPC)
- Réu pode alegar que a coisa é divisível.
- Se juiz julgar procedente a ação: alienação judicial (art. 1.117 e 1.118, CPC)
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Alienação judicial de quinhão em coisa comum
- Artigo 1.322, CC: direito de preferência aos demais condôminos.
- Se não obedecido o direito de preferência: condômino preterido ingressa com ação de preferência, deposita o valor pelo qual o bem foi vendido a estranho e pede adjudicação.
- Pode proceder à notificação extrajudicial para o exercício da prelação (art. 516, CC)
- Se proceder pela via judicial deve citar os demais condôminos para manifestarem o direito de preferência.
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Extinção de usufruto e de fideicomisso¹
- Artigo 1.410, CC: formas de extinção do usufruto
- Artigo 1.958, CC: formas de extinção do fideicomisso
- Em ambos os casos há os que independem de intervenção judicial e decorrem do fato em si. 
Ex. usufruto: morte do usufrutuário, termo de duração de usufruto.
Ex. fideicomisso: morte do fideicomissário antes do fiduciário
(herdeiro ou legatário) ou do testador.
¹ instituto pelo qual um testador deixa herança para certa pessoa e impõe que, após certo tempo, certa condição ou após a morte dessa pessoa, a herança ou legado se transmite para terceiro. Fideicomitente é o testador; fiduciário é o primeiro nomeado; fideicomissário é o substituto.
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Pode ser requerida a alienação judicial (art. 1.113 e art. 1.117):
a) quando houver bens depositados judicialmente que sejam de fácil deterioração, estiverem avariados ou exigirem grandes despesas para sua guarda.
É realizada de forma incidental, no curso do processo.
Ex.: estoque da devedora que dependa de refrigeração.
Pode ter início por determinação de ofício do Juiz, por requerimento das partes ou pelo depositário.
Das Alienações Judiciais
artigos 1.113 a 1.119, do CPC
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b) quando o imóvel, indivisível, deixado em herança, não couber no quinhão de um só herdeiro, salvo a hipótese de haver concordância entre eles, para que haja a adjudicação de um só (art. 1.117, I, CPC). Bens móveis também podem ser indivisíveis
c) quando houver condomínio em coisa indivisível e for requerida a sua extinção, não havendo acordo entre os condôminos para que ele seja adjudicado a um só. 
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d) dos bens móveis e imóveis de órfãos (menores sob tutela) nos casos em que a lei o permite e mediante autorização judicial. 
e) nos casos expressos em lei. Ex.: venda de bens necessários para o pagamento do passivo no inventário.
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Procedimento:
- Determinada a alienação judicial, o Juiz nomeia perito para avaliar o bem se ainda não tiverem sido ou se houve alteração do valor – art. 1.114, CPC
- O Juiz marca uma única hasta.
- O bem é vendido pelo maior lanço, ainda que inferior ao valor da avaliação (art. 1.115, CPC). Lei não estabelece preço mínimo. Observar jurisprudência.
- A alienação não poderá ser “ruinosa”.
- Alienação de bens de incapazes: proibição da alienação por valor inferior a 80% da avaliação (art. 701, CPC)
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- Feita a alienação, os valores resultantes ficarão depositados em juízo – art. 1.116, CPC
- Bem em condomínio: coproprietários terão direito de preferência a estranhos – art. 1.118, CPC
“Devendo a lavratura do auto de arrematação realizar-se 24 horas após a praça, ou leilão, irrecusável se torna o acolhimento do pedido de preferência, exercitado, dentro do mencionado prazo, pelo respectivo condômino” (RF, 258:272)
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Se o auto já foi assinado, o condômino a quem foi recusada a preferência pode requerer, antes de assinada a carta, o depósito do preço pelo qual a coisa foi vendida a terceiro, postulando que ela lhe seja adjudicada. 
 Processo autônomo, para qual serão citados o adquirente e os demais condôminos (art. 1.119, CPC)
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- Se mais de um condômino demonstrar interesse na coisa será preferido o que tiver feito as benfeitorias mais valiosas.
- Se nenhum fez ou as realizadas forem do mesmo valor, prevalecerá o interesse do que tem o maior quinhão.
- Se “empatar” (quinhão), juiz procede na forma do artigo 1.322, parágrafo único, do CC.
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