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Teoria das Filas - Parte 1

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Prof. Lorí Viali, Dr. – PUCRS – FAMAT: Departamento de Estatística
Curso: Engenharia de Produção
Por que aparecem as filas?
Não é eficiente, nem racional, que cada um
disponha de todos os recursos individualmente.
Por exemplo:
que cada pessoa disponha do uso exclusivo de
uma rua para se movimentar;
que cada pessoa tenha um supermercado para o
seu abastecimento exclusivo;
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Recursos limitados devem ser
compartilhados.
Ao compartilhar recursos, pode acontecer
que no momento em que se queira fazer uso
de um recurso, este esteja ocupado;
necessidade de esperar
aparecem as filas
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Um fluxo é o movimento de alguma
entidade através de um ou mais canais de
capacidade finita para ir de um ponto a
outro.
Capacidade finita significa que o canal só
pode satisfazer a demanda a uma taxa finita.
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Exemplos:
� fluxo de automóveis (entidades)
através de uma rede de caminhos
(canais)
� transmissão de mensagens telefônicas
(entidades) através da rede (canal)
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Os fluxos podem ser classificados em:
� Determinísticos: sistemas no qual o
comportamento da demanda pelo serviço é
previsível;
� Aleatório: não é possível predizer como
vai se comportar a demanda pelo serviço.
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Para descrever um sistema de filas
um processo de entrada e um de saída
devem ser especificados. Alguns
exemplos podem ser vistos na tabela
seguinte:
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Sistema Entrada Saída
Banco Correntistas Atendentes
Pizzaria 
on-line
Requisição de
pizza
Atendente envia
motoqueiro com a pizza
Pedágio Automóveis Atendente cobra e libera o
veículo
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A entrada é geralmente denominada de
processo de chegada. Chegadas são
denominadas de clientes. Em todos os
sistemas será assumido que não mais do que
uma chegada pode ocorrer em um único
instante.
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Será assumido que o processo não é
afetado pelo número de clientes no sistema. Se
o processo de chegada não é afetado pelo
número de consumidores presentes ele é
descrito pela especificação de uma distribuição
de probabilidade para os tempos inter
chegadas sucessivas.
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Para descrever o processo de saída
(processo de atendimento) de um sistema de
filas é normalmente especificado uma
distribuição de probabilidade – distribuição
do tempo de serviço – que fornece o tempo de
atendimento dos clientes.
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Em muitas situações será assumido que o
tempo de atendimento é independente do
número de clientes presentes. Geralmente dois
regimes de atendimento são considerados: em
série e em paralelo.
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Regimes de atendimento
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O serviço é paralelo se todos os atendentes
fornecem o mesmo tipo de atendimento e o
cliente só precisa passar por um atendente. Ele
é em série se o cliente precisa passar por vários
atendentes antes de ter seu serviço completado.
Uma linha de montagem é um exemplo de tal
tipo de serviço.
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A disciplina da fila descreve o método
usado para determinar a ordem em que os
consumidores serão atendidos. O método mais
comum é o FIFO (First In First Out) em que os
clientes são atendidos pela ordem de chegada.
Outro métodos é o LIFO (Last In FirstOut).
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Em alguns casos a ordem em que os
clientes chegam não faz diferença é o método
SIRO (Service In Randon Order). Um último
método de atendimento é o atendimento por
prioridade que classifica cada cliente de
acordo com a maior ou menor necessidade de
atendimento.
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Outro fator que deve ser considerado é o
processo que um cliente utiliza para decidir
em qual fila ele vai entrar. Por exemplo em
alguns bancos o cliente deve entrar numa fila
única. Quando existem várias ele vai optar
pela mais curta.
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Na maioria das aplicações de filas
deve-se tentar refletir a realidade e
mantê-la computacionalmente tratável,
assim a escolha mais comum é a
distribuição Exponencial.
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


<
≥λ
=
λ
0 t se 
t se e.
)t(f
t
0
0-
Uma variável aleatória T tem uma
distribuição exponencial de parâmetro λ se sua
fdp for do tipo:
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Considere que a duração, em minutos,
seja uma VAC exponencial com duração média
de µ = 10. Se alguém chegou justo na sua
frente na cabine telefônica, determine a
probabilidade de que você tenha que esperar
mais do que 10 minutos.
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[ ]
%,,e
)e(elim
dte,)X(P
t,
t
t,
793636790
1010
1
110
10
10
===
=−−=
=∫=≥
−
−−
∞→
∞
−
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0,0
0,5
1,0
1,5
2,0
1 11 21 31 41 51 61 71 81 91 101
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A função F(t) = P(T ≤ t) é dada por:
 
 0 t se e-1
0 < t se 0
)t(F
t-



≥
=
λ
Obs.: Tente determinar!
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0,00
0,10
0,20
0,30
0,40
0,50
0,60
0,70
0,80
0,90
1,00
0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10
5
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λ
=





λ
−−
=∫+−=
=∫ λ=∫=
λ−
λ−
∞
∞ λ−λ− ∞
∞ λ−+∞
∞−
1e
et
dte]et[
dte.tdt)t(f.t)T(E 
t
t
0
0
tt
0
0
t
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σ2 = V(T) = E(T2) – E(T)2
λ
=
λλ
=∫ λλ
=
=∫+−=
=∫ λ=∫=
∞ λ−
∞ λ−λ− ∞
∞ λ−+∞
∞−
20
t
0
tt2
0
0
t222
21
.
2
dtet
2
dtte2]et[
dte.tdt)t(f.t)T(E 
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A variância será então:
λ
=
λ
−
λ
=





λ
−
λ
=
=−==σ
222
2
2
222
11212
)T(E)T(E)T(V 
E o desvio será:
λ
=σ
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Assim se T tem uma distribuição exponencial, 
então:
λ
1
σ
λ
1)T(E)T(E)T(Vσ
λ
1)T(Eµ
ee)t(F)t(F)tTt(P
e)tT(P
e1)tT(P)t(F
eλ f(t)
2
222
λ-λ-
1221
tλ-
tλ-
tλ-
t2t1
=
=−==
==
−=−=≤≤
=>
−=≤=
=
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Seja T uma VAC com distribuição
exponencial de parâmetro λ. Determinar o
a probabilidade de T assumir valores
superiores ao seu valor esperado.
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%79,36 3679,0 e 
]e1[1)µ(F1)µX(P
1
λt
===
=−−=−=≥
−
−
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Um dos motivos da utilização da
Exponencial na teoria das filas é a sua
propriedade de falta de memória:
P(T > t + h/ T ≥ t) = P(T > h)
Para quaisquer valores não negativos de
t e h.
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Pode ser mostrado que nenhuma
outra VAC tem esse mesmo tipo de
propriedade. Essa propriedade é
denominada de falta de memória da
variável.
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Isto significa que se sabemos que
um tempo t transcorreu desde a
última chegada então a probabilidade
de transcorra um tempo h até a
próxima chegada não depende de t.
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Assim se quisermos saber o tempo
para a próxima chegada não importa há
quanto tempo tenha ocorrido a última
chegada. Essa propriedade pode
simplificar a análise dos sistemas de filas.
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Se o tempo entre chegadas é
exponencial então a distribuição do
número de chegadas em qualquer
intervalo de tempo t é dado pelo seguinte
teorema:
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Tempos interchegadas são
exponenciais com parâmetro λλλλ se e só se o
número de chegadas que ocorre num
intervalo de tempo t segue uma
distribuição de Poisson com parâmetro λλλλt.
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Uma VAD X tem uma distribuição de
Poisson com parâmetro λλλλ se, para x = 0, 1, 2, ...,
a probabilidade de P(X = x) é dada por:
f(x) = P(X = x) = (e-λλλλλλλλx)/x!
para x = 0, 1, 2, …
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Se X tem uma distribuição de Poisson
com parâmetro λλλλ então, tem-se que:
E(X) = V(X) = λλλλ
Assim: λ=σ
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Se definirmos x como o número de
chegadas que ocorrem durante
qualquer intervalo de tempo t, então o
teorema diz que:
P(Xt = x) = [e
-λt(λt)x]/x!
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Como Xt tem uma distribuição de Poisson
com parâmetro λλλλt então:
E(Xt) = V(Xt) = λλλλt
Uma média de λλλλt chegadas ocorre durante
um intervalo de tempo t, assim λλλλ pode ser
pensado como o número médio de chegadas
por unidade de tempo ou taxa de chegadas.
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Para que a taxa de chegadas seja
considerada exponencial algumas hipóteses
devem ser satisfeitas:
1. Chegadas sobre intervalos de tempo não
sobrepostos são independentes;
2. Para valores de t pequenos, a probabilidade
de uma chegada é proporcional ao tamanho
do intervalo.
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Se as condições 1 e 2 forem
verdadeiras então:
Xt segue uma distribuição de Poisson
com parâmetro λλλλt onde os tempos
interchegadas são exponenciais de
parâmetro λλλλ.
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Em resumo: se a taxa de chegadas é
estacionária e chegadas passadas não afetam as
futuras, então os tempos interchegadas seguem
uma distribuição exponencial com parâmetro λλλλ
e o número de chegadas em qualquer intervalo
de tempo t é Poisson com parâmetro λλλλt.
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Se o tempo interchegadas não é
exponencial, então ele pode ser modelado pela
distribuição de Erlang. Uma distribuição de
Erlang é uma VAC cuja fdp depende de dois
parâmetros: r = taxa e k = forma (que deve ser
um inteiro positivo). Dados os parâmetros r e k
a fdp da Erlang é dada por:
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Uma VAD T tem uma distribuição de
Erlang de parâmetros r e k
f(t) = [r(rt)k-1e-rt]/(k – 1)! para t ≥ 0
Obs. A distribuição de Erlang será
representada por E(r, k).
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A distribuição de Erlang é
um caso particular da
distribuição Gama.
Agner Krarup Erlang (1878 –
1929), engenheiro dinamarquês que
utilizou a teoria da Probabilidade
para modelar e resolver problemas
de telefonia.
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Utilizando integração por partes podemos
mostrar que se T tem uma distribuição de
Erlang com parâmetros r e k, então:
E(T) = k/r
V(T) = k/r2
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DANTAS, Carlos Alberto Barbosa. Probabilidade: Um
Curso Introdutório. 2 ed. São Paulo: EDUSP, 2000.
GRIMMETT, G. R., SITRZAKER, D. R. Probability
and Random Processes. Oxford (London): Oxford
University Press, 1991.
WISTON, Wayne L. Operations Research:
Applications and Algorithms. 3 ed. Belmont (CA):
Duxbury Press, 1994.

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