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Curso de Psicologia Antropologia cultural Professora Maria Lucia Bulgari. “Contos de Fadas” São Paulo, SP. 2012 Curso de Psicologia Antropologia cultural Professora Maria Lucia Bulgari. Cristiane – RA: 1221430-0 Isabel Cristina – RA: 1221346-8 Maria Aparecida – RA: 1221360-9 Naiara Baum - RA: 1218932-0 Nara Sakakibara – RA: 1221938-2 “Contos de Fadas” Trabalho apresentado à disciplina de Antropologia, Ministrada pela professora Maria Lucia Bulgari, para obtenção de nota parcial no curso de Graduação em Psicologia, da Universidade Camilo Castelo Branco- UNICASTELO. São Paulo, SP. 2012. Curso de Psicologia Antropologia cultural Professora Maria Lucia Bulgari. 1. Introdução Os contos de fadas são de grande importância para as crianças, porque desenvolve a subjetividade e as ajuda a descobrir a sua identidade, comunicação e no desenvolvimento de seu caráter e aprendem a resolver seus questionamentos interiores como a resolução de problemas que para elas pareciam não haver solução aprende e que na medida do possível, sempre haverá um escape, mas nem sempre será da forma que ela gostaria que fosse o importante de tudo isso é que ela terá forças para suportar as reações que virão por consequência de suas ações, boas ou más haverá uma repercussão. Segundo Charles Dickens o conto de fadas ajuda as crianças a adquirir uma consciência madura para diminuir as pressões de seus inconscientes a para, Sigmund Freud o mito Édipo tornou-se a imagem pela qual compreendemos os problemas. Freud referiu-se a essa estória antiga para dar-nos consciência de muitas emoções que cada criança tem que lidar numa certa idade. No conto de fadas encontram-se possíveis conteúdos que fazem parte do crescimento infantil, tanto no campo consciente quanto inconsciente, que fazem com que as crianças se identificam com os aspectos da estória, descobrindo suas emoções e encontrando expressões para suas angústias e medos inconscientes. Na terapia, o conto de fadas ajuda o paciente encontrar sua própria solução da estória, com base em seus conflitos internos neste momento da vida, pois no indivíduo a estrutura do interior é a mesma, o que muda é a cultura. Os contos de fadas abrem-nos as portas para o mundo dos sonhos, mas não só. São importantes para manter acesa a chama do inconformismo, da inquietação, no fundo para formar cidadãos capazes de perceber que a realidade nem sempre é aquilo que parece. E que está em nossas mãos à possibilidade de transformar essa mesma realidade. Vítor Quelhas tem dedicado parte da sua vida a garantir que a tradição dos contos não se perca. Curso de Psicologia Antropologia cultural Professora Maria Lucia Bulgari. 2. O Conto O lobo e os três porquinhos: duas versões. Encontrasse duas versões do conto a primeira é a história Os três porquinhos por autoria do folclorista Australiano Joseph Jacob que publicou o conto em 1980 a versão traduzida localizamos no livro Contos de Fadas de Perrault, Griin, Andesen e outros. A segunda versão foi feita pelos estúdios Walt Disney lançada em 1933 trazendo uma cantiga que marcou a vida de muitas crianças e até hoje é conhecida até os dias de hoje o conto foi considerado uma resposta à crise econômica de 1929. A história dos três porquinhos (Joseph Jacobs, 1980). Na história, uma porca sem condições de sustentar sua ninhada os mando que tentassem melhor sorte pelo mundo. O primeiro deles pediu palha a um homem, com oque construiu sua casa, o lobo chegou e pediu para entrar o porquinho disse que não, então o lobo soprou, bufou destruiu a casa e comeu o porquinho. O segundo porquinho pediu a um homem galhos de tojo com e construiu sua casa o lobo veio e quis entrar, e o porquinho disse que não então o lobo assoprou, enfim derrubou sua casa e o comeu. O terceiro porquinho fez sua casa com tijolos que pediu a um homem, o lobo quis entrar e o dialogo se repetiu porem o lobo soprou e por mais esforço que fizesse não obteve sucesso. Então para atrair o porquinho para fora da casa o lobo o convidou para colher nabos na manha seguinte. O porquinho saiu uma hora mais cedo do que havia combinado, colheu os nabos e voltou para casa antes que o lobo chegar. O lobo convidou o porquinho para colher maça marcando para o dia seguinte uma hora mais cedo, o porquinho saiu antes do combinado e quando colhia maças sobre á arvore o lobo chegou, ele então lançou uma maça para distrai-lo e correu em direção a sua casa. O lobo por fim convidou o porquinho para ir à feira a tarde, mas o porquinho saiu antes que o lobo chegasse e na volta, quando viu o lobo próximo a sua casa se escondeu em uma Curso de Psicologia Antropologia cultural Professora Maria Lucia Bulgari. desnatadeira que trazia da feira e rolou morro abaixo assustando o lobo que fugiu com medo. O lobo voltou a casa do porquinho e contou que se assustou com algo que rolou e o porquinho disse que era ele dentro da desnatadeira. O lobo furioso disse que ia entrar pela chaminé para comê-lo. O porquinho pôs um caldeirão com agua em baixo da lareira onde o lobo caiu, sendo cozido junto com os condimentos da feira e comido pelo porquinho que viveu feliz da vida. Os três porquinhos (Walt Disney, 1933). Na versão animada, os porquinhos batizados em português como Cicero, Heitor e Prático iniciam a historia construindo suas casas. O porquinho que construiu sua casa de palha disse que assim o fez para não se esforçar, pois o que gostava mesmo era de tocar flauta. O segundo porquinho fez sua casa com paus para poder tocar violino e dançar. O terceiro porquinho construiu sua casa com cimento e tijolos a prova de lobo e afirma que trabalha e não dança por não ser tolo. Depois de construírem as casas de palha e madeira os dois porquinhos saíram e fizeram troça do terceiro porquinho porque essa não sabe cantar, dançar nem brincar. O terceiro porquinho disse que não se importava, pois não seria “brincadeira” quando o lobo aparecesse. Eles riam ainda mais dançando e cantando: “Quem tem medo do lobo mau? Lobo mau. Lobo mau”. Quando o lobo apareceu vestindo uma calça remendada e desfiada, presa com um suspensório e uma cartola amassada na cabeça e uma mala os dois porquinhos correram para se esconder cada um em sua casa. O lobo foi atrás do primeiro porquinho, mandou que abrisse a porta o porquinho disse que não então o lobo inchou e soprou mandando a casinha para os ares. O porquinho sobrevivente correu para a casinha de pau e o lobo correu atrás sem conseguir alcança-lo, fingindo que desistia se disfarçou de ovelha e pediu ajuda, mas os porquinhos não se deixaram entrar nem ser enganados. O lobo inchou, soprou e derrubou a casa de pau. Os dois porquinhos correram para casada de tijolos do terceiro porquinho, dizendo que havia os prevenido, mas que mesmo assim iria os proteger do lobo. Quando este chegou disfarçado de vendedor de ambulante de escovas, os dois primeiros porquinhos se esconderam de baixo da Curso de Psicologia Antropologia cultural Professora Maria Lucia Bulgari. cama, enquanto o terceiro porquinho abriu uma fresta da porta pegou uma escova e o acertou na cabeça derrubando-o. O lobo irritado inchou, assoprou ate ficar roxo e deixar suas vestes caírem. Então despido e nervoso subiu a chaminé e ao cair num caldeirão com agua fervente e terebintina, voou e fugiu para sempre. Osporquinhos felizes comemoraram cantando “Quem tem medo do lobo mau? Lobo mau. Lobo Mau” e por fim, o porquinho esperto bateu na madeira do piano imitando batidas na porta e os dois primeiro porquinhos medrosos voltaram a se esconder e baixo da madeira tremendo pensando se tratar do lobo. Reflexão quanto ao conto “Os Três Porquinhos” O conto de fadas “Os três porquinhos” lida com os princípios dos prazer e da realidade, contos como este são mais prestigiados pelas crianças do que os contos realistas. As crianças se fascinam com os personagens fantasiosos, chegando a se identificar com eles e dessa forma, sutil e encantadora, o conto de fadas arremetem as crianças aos caminhos disponíveis na trajetória da vida sem impor a elas qual caminho deverá ser seguido, pois esta decisão cabe somente ao indivíduo. O conto, “Os três porquinhos”, apresenta à criança os problemas de levar a vida na brincadeira, as consequências da acomodação, o perigo das atitudes imediatistas vivendo de acordo com o princípio do prazer. Mostra também que existe recompensa do trabalho árduo, benefício no amadurecimento e uma certa proteção quando se vive de acordo com o princípio da realidade. O conto mostra que não necessariamente tenha que escolher entre o prazer ou a realidade, mas que há um progresso de um para outro sugerindo uma transformação sem deixar totalmente de lado o prazer mas em conjunto buscando respeitar as condições impostas pela realidade. Por fim, orienta a criança a refletir sobre seu próprio desenvolvimento e a extrair dessa reflexão suas próprias conclusões. Segundo Bruno Bettelheim: Curso de Psicologia Antropologia cultural Professora Maria Lucia Bulgari. “À criança, que, ao longo da história, foi convidada a se identificar com um de seus protagonistas, não apenas é dada a esperança como também é dito que, desenvolvendo a inteligência, poderá se sair vitoriosa até mesmo sobre um oponente muito mais forte.” 1 Aspectos da dinâmica imaginária presentes no conto O lobo representa o nosso inimigo mais feroz, o estranho interiorizado, aquele que nos seduz induzindo-nos ao erro, representa todos os poderes antissociais e inconscientes. È o lado ruim da criança sendo exteriorizado e a projeção de sua maldade. Mas a ruindade do lobo teve sérias consequências, pois foi punido, demonstrando que não era indestrutível e que é possível vencer, lidar com isto construtivamente e derrotar nosso próprio ego. Os três porquinhos demonstram através de suas ações o transformação da personalidade controlada pelo id em uma personalidade guiada pelo superego, porém controlada pelo ego. Cícero e Heitor representam o princípio do prazer, agem simplesmente com a finalidade de se beneficiarem, com o menor esforço possível e para satisfazerem seus prazeres sem pensar nas consequências. Prático, o porquinho mais velho representa o amadurecimento de acordo com o princípio da realidade, sem deixar o prazer de lado ele consegue refletir sobre suas reais necessidades e é beneficiado por isso, pois consegue vencer o lobo. 1 BETTELHEIM, Bruno. A Psicanálise dos Contos de Fadas. 22ª Ed. São Paulo: Editora Paz e Terra S/A, 2008. p. 64 Curso de Psicologia Antropologia cultural Professora Maria Lucia Bulgari. 3. Considerações finais Bem sabemos que no belo e encantador mundo das fadas tudo acaba bem e de forma maravilhosa e mesmo existindo seres perversos e cruéis muitas vezes retratados por lobos monstros bruxas e dragões em contrapartida haverá sempre a esperança do bem que vença o mau e esse “mau” sempre representado nos contos por príncipes e guerreiros destemido puros e de boa índole levando a crer que o crime não compensa que que há sempre uma esperança e que o final feliz pertence as pessoas de bom coração. E essa é a função dos contos de fadas transmitirem a informação de seja qual for o sofrimento ou o medo tudo dará certo, os contos são capazes de trazer paz e tranquilidade e esperança. Os contos de fada são ímpares, não só como uma forma de leitura, mas como obras de arte integralmente compreensíveis pela criança como nenhuma outra forma de arte o é. Como sucede com toda grande arte, o significado mais profundo conto de fadas será diferente para cada pessoa, e diferente para a mesma pessoa em vários momentos de sua vida. A criança extrairá significados diferentes do mesmo conto de fadas, dependendo de seus interesses e necessidades do momento. Tendo oportunidade, voltará ao mesmo conto quando estiver pronta a ampliar os velhos significados ou substituí-los por novo. (BETTELHEIM 2007, p. 20-21) Enfim através de nossas pesquisas bibliográfica e webgráficas podemos observar que os contos vão muito além de meras historinhas para dormi são complexas e simbólicas. Em consensos os contos de fadas são responsáveis para a construção da subjetividade do ser fazendo-se necessária que seja apreciado, interpretado e internalizados para assim o conto cumprir sua função criando bases sólidas na criação da personalidade intelectual, moral e psíquica do ser. Pois quando atingida a fase adulta saberão que de alguma forma um final feliz os aguarda apesar das dificuldades e conflitos que terão de enfrentar porem terão uma estrutura mais forte e saberá que depois de todas as amarguras e obstáculos a vida sempre possibilita uma nova descoberta a oportunidade de um recomeço. Curso de Psicologia Antropologia cultural Professora Maria Lucia Bulgari. 4. Bibliografia Bettelheim,B.A psicanalise dos contos de fadas. Rio de Janeiro: Paz e terra, 1980. Corso, D.L & Corso M. Fadas no divã- Psicanalise nas historias infantis. Porto Alegre: Artmed, 2006. VON FRANZ, Marie-Louise – A Individuação nos Contos de Fadas. Edit. Paulus, São Paulo, 1980. Mais em: http://www.qdivertido.com.br/verartigo. php?codigo=39#ixzz2BSxjSfd9 Viver com as fadas. Entrevista com Vítor Quelhas Notícias Magazine (11 de Abril de 2004) Texto de Sofia Barrocas http://tapetedesonhos.wordpress.com/2007/08/30/viver-com-as-fadas/. A IMPORTÂNCIA DOS CONTOS DE FADAS NAPERSONALIDADE INFANTIL Por Mirian Fidelis Guimarães RA: 307101880 http://pt.scribd.com/doc/31194988/A-IMPORTANCIA-DOS-CONTOS-DE-FADAS-NA- PERSONALIDADE-INFANTIL 5. Anexos Canção: Quem tem medo do Lobo Mau (Desenho do Walt Disney) Com palha eu faço a casa Pra não me esforçar Na minha casinha Eu toca a flautinha Eu gosto é de brincar! De vara é minha casa É onde eu vou morar Mas eu não me amofino Vou tocando violino O que eu gosto é de dançar! Eu faço a minha casa Curso de Psicologia Antropologia cultural Professora Maria Lucia Bulgari. Com pedra e com tijolo Pra trabalhar não sei dançar Pois não sou nenhum tolo Ele não sabe brincar, nem cantar, nem dançar Só o que sabe é trabalhar Podem rir, dançar e brincar Que não vou me aborrecer Mas não vai ser brincadeira Quando o lobo aparecer Quem tem medo do Lobo mau, Lobo mau, Lobo mau------------ Bis Dou um soco no nariz Eu dou-lhe um bofetão Eu dou-lhe um pontapé Derrubo ele no chão Quem tem medo do Lobo mau, Lobo mau, Lobo mau------------ Bis Curso de Psicologia Antropologia cultural Professora Maria Lucia Bulgari. Resumo O conto dos Três Porquinhos foi muito amenizado para as crianças de hoje, ao contar uma história cheia de violência sem mostrar violência. Terminamos com um conto muito simplório que mostra “como é bomser esperto”. A história original perdeu muito. O conto original não é mais longo, já que o lobo mau não perde tanto tempo assoprando casas. Ele faz isso para pegar os dois primeiros porquinhos. Aqueles coitados são logo pegos e devorados. O terceiro porquinho — o mais esperto de todos — é o entrave. Sem conseguir assoprar a casa de tijolos, o lobo tenta blefar. Ele faz de tudo para trazer o porco para fora de casa, promete nabos, maçãs, e uma visita à feira. O porco recusa a tentação, sabendo que há coisas mais importantes. O lobo decide então voltar à violência. Ele escala a casa e entra pela chaminé. Porém, o porquinho tinha planejado isso, e colocou um caldeirão de água fervendo na lareira. O lobo cai ali dentro e morre. Ele — e os dois outros porquinhos em seu estômago — são agora o sinistro jantar do terceiro porco.