Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
123 2.18. PADRÃO DE AMV As ferrovias EFC, EFVM e FCA basicamente utilizam os padrões definidos pela norma AREMA. Eventualmente, outras soluções podem ser adotadas em função de evoluções tecnológicas, tais como adoção do jacaré de ponta móvel e contratrilho ajustável, dentre outras. 2.19. ABERTURA OU NÚMERO DO AMV O numero do jacaré define a sua abertura, ou seja, é a relação entre a distância da ponta teórica a uma determinada seção oposta a ponta, normal a bissetriz do ângulo do jacaré e a distância entre as linhas de bitola medida nesta seção. O número do jacaré, que é também o numero do AMV, pode ser também definido como a cotangente da metade do ângulo de abertura do jacaré. Assim o numero do jacaré define o número ou a razão de abertura do AMV. 2 CotgN Existem varias maneiras práticas de determinar o número do jacaré, sendo que na mais comumente utilizada, marca-se um ponto no núcleo do jacaré onde a abertura seja igual a 10 cm (ponto 1). Em seguida, desloca-se no sentido do marco de entrevia até encontrar uma abertura de 20 cm, marcando-se aí o ponto 2. Então, mede-se a distância horizontal L entre o ponto 1 e 2. O numero do jacaré será a distancia L em centímetros entre o ponto 1 e o ponto 2 dividido por 10. Ponto 2 Ponto 1 L Figura 133 - Método prático para verificação da razão de abertura do AMV 2.20. VELOCIDADES PERMITIDAS A velocidade de circulação no sentido normal (reta) dos AMV's está limitada à VMA do trecho no qual o mesmo está instalado, independente das características geométricas de agulha e jacarés. A velocidade de circulação de um veículo ferroviário pela linha desviada de um AMV varia em função do tipo, comprimento e ângulo das agulhas, do ângulo de abertura do jacaré e suas correlações com comprimento de agulhas, e da bitola da via. Assim, a velocidade máxima pela linha desviada pode estar limitada pelas características da agulha ou pelo raio de curvatura do trilho de ligação. A agulha da linha desviada de um AMV AREMA pode ser reta secante, curva secante, ou curva tangencial. Em situações onde houver seqüências de AMV's, deverão ser verificadas as condições geométricas e dinâmicas dos trens para determinar a velocidade máxima de circulação dos mesmos. Os AMV's com derivação lateral mais utilizado atualmente nas ferrovias brasileiras permitem as seguintes velocidades: Velocidade pela linha desviada em AMV de bitola métrica com detalhe de ponta 5100 (ponta Sanson): 124 Tabela 79 – Velocidade pela linha desviada em AMV de bitola métrica com detalhe de ponta 5100 (ponta Sanson) Velocidade pela linha desviada em AMV de bitola métrica com detalhe de ponta 6100: Tabela 80 - Velocidade pela linha desviada em AMV de bitola métrica com detalhe de ponta 6100: Velocidade pela linha desviada em AMV de bitola larga com detalhe de ponta 5100 (ponta Sanson): 125 Tabela 81 - Velocidade pela linha desviada em AMV de bitola larga com detalhe de ponta 5100 (ponta Sanson) Velocidade pela linha desviada em AMV de bitola larga com detalhe de ponta 6100: Tabela 82 - Velocidade pela linha desviada em AMV de bitola larga com detalhe de ponta 6100 Em Aparelho de Translação de Eixo da Via (pombinho), em função dos ajustes das cotas de salvaguarda necessários para circulação dos trens de bitola de 1600mm e de 1000mm, a velocidade máxima estabelecida é de 20km/h. 126 Linha principal Linha desvio Tipo AMV bitola mista Restrição de velocidade para bitola métrica Restrição de velocidade para bitola larga Restrição de velocidade para bitola métrica Restrição de velocidade para bitola larga E1D Sem restrição 20 km/h 20 km/h Velocidade limitada à abertura do AMV E1E 20 km/h Sem restrição Velocidade limitada à abertura do AMV 20 km/h D1D 20 km/h Sem restrição Velocidade limitada à abertura do AMV 20 km/h D1D Sem restrição 20 km/h 20 km/h Velocidade limitada à abertura do AMV Tabela 83 - Velocidades admissíveis para circulação em AMV de bitola mista 2.21. TIPOS DE AMV 2.21.1. AMV COM DERIVAÇÃO LATERAL AMV com uma das linhas em tangente e outra derivando para a esquerda ou direita. Figura 134 - AMV com uma das linhas em tangente e outra derivando para a esquerda ou direita 2.21.2. AMV SIMÉTRICO AMV com ambas as linhas derivando segundo o mesmo ângulo em relação à tangente de entrada. Figura 135 - AMV com ambas as linhas derivando segundo o mesmo ângulo em relação à tangente de entrada 2.21.3. AMV ASMÉTRICO AMV com as linhas derivando em ângulos diferenciados em relação a tangente de entrada. 127 Figura 136 - AMV assimétrico convexo Figura 137 - AMV assimétrico côncavo 2.21.4. AMV DE BITOLA MISTA AMV que permite circulação de trens com bitolas diferenciadas; a primeira letra indica a derivação da linha desviada e a segunda a posição da linha de bitola métrica, sempre no sentido da agulha para o jacaré. Temos as seguintes configurações para os AMV's mistos: D1D - Derivação à direita com bitola métrica à direita; Figura 138 - D1D - Derivação à direita com bitola métrica à direita D1E - Derivação à direita com bitola métrica à esquerda; Figura 139 - D1E - Derivação à direita com bitola métrica à esquerda E1E - Derivação à esquerda com bitola métrica à esquerda; 128 Figura 140 - E1E - Derivação à esquerda com bitola métrica à esquerda E1D - Derivação à esquerda com bitola métrica à direita; Figura 141 - E1D - Derivação à esquerda com bitola métrica à direita 2.21.5. AMV HÍBRIDO AMV onde são aplicados componentes que atendem as normas UIC e outros componentes que atendem as normas AREMA, como exemplo: AMV AREMA com jacaré de ponta móvel UIC; Figura 142 - AMV AREMA com jacaré de ponta móvel UIC AMV AREMA com contra trilhos ajustáveis. 129 Figura 143 - AMV AREMA com contra trilhos ajustáveis 2.22. APARELHO DE TRANSLAÇÃO DO EIXO DA VIA (POMBINHO) Aparelhos de translação do eixo da via são dispositivos que permitem a mudança da posição da linha de bitola métrica inserida em um linha de bitola mista. A posição da bitola métrica poderá ser alterada tanto em relação ao lado em que se encontra em relação à bitola larga ou para centralizá-la. Figura 144 - Alteração da bitola métrica em relação à bitola larga: de centralizada para à esquerda 2.23. COMPOSIÇÃO BÁSICA DE UM AMV O AMV é composto por três grandes regiões: Chave Algumas pessoas costumam chamar indevidamente o AMV de chave, quando na verdade, a chave é apenas uma das partes do AMV, encarregada de fazer variar a direção dos veículos. conduzindo-os pela via principal ou pelo desvio, conforme se deseje. Composta por agulha, trilho de encosto de agulha, escoras laterais, placas de apoio bitoladora e de deslizamento, barra de conjugação, aparelho de manobra e tirante de manobra e calços e parafusos. É comum a subdivisão da chave em meia chave direita e meia chave esquerda. A identificação do sentido de derivação (a esquerda ou a direita) da linha desviada bem dos componentes do AMV tem como referência o sentido da ponta de agulha para o jacaré. Para permitir que os veículos circulem em uma ou outra via, é preciso que as agulhas que fazem parte da chave, desloquem-se à esquerda ou à direita, pressionando-se uma delas ao trilho de encosto correspondente, desviando assim as rodas que passam por ali, e obrigando suas conjugadas a seguirem sobre o trilho de encosto. Parte intermediária ou de ligação: A parte de ligação ou intermediária é o conjunto formado pelos trilhosintermediários apoiados em placas de apoio, algumas delas especiais (chamadas placas gêmeas por atuarem em dupla e de maneira conjugada), que tem por função fazer a ligação entre a chave e o cruzamento. Composta pelos trilhos de ligação entre o coice da agulha e o jacaré e os trilhos externos e placas de apoio comuns e especiais. 130 Cruzamento: O cruzamento é constituído pelo jacaré, contratrilhos e seus respectivos trilhos de encosto. Sua função é guiar convenientemente os veículos ferroviários, possibilitando a passagem das rodas numa e noutra direção. Composto pelo jacaré, contratrilhos e trilhos de encosto dos contratrilhos e placas de apoio especiais para cruzamento. Figura 145 – Regiões de um AMV composto Como num AMV convencional procuramos passar de uma linha para outra, é necessário efetuar duas curvas reversas (uma ao contrário da outra) separadas por uma pequena parte reta onde colocamos o ponto de encontro das vias direta e desviada, fazendo com que o trilho direito da via direta encontre o trilho esquerdo da via desviada (caso do desvio à direita) formando um “X” que caracteriza o encontro ou cruzamento das duas vias. Este dispositivo é o jacaré. Figura 146 – “X” de trilhos – Jacaré Ao circular sobre o Jacaré as rodas encontram necessariamente uma descontinuidade na linha de bitola logo após a dobra da Garganta do Jacaré até a ponta do Coração, falha esta desenvolvida exatamente para permitir a circulação dos frisos na outra direção. 131 Figura 147 – Descontinuidade na linha de bitola do Jacaré Assim, é preciso que haja grande harmonia construtiva nos jacarés para permitir a circulação segura tanto dos veículos que percorrem o trilho A - B pela direita quanto daqueles que, entrando pela via desviada, percorrerem o trilho C - D devendo pois apresentar dobras ou bizelamento nas pontas das gargantas do jacaré representadas por R e S, além de calha ou gola apropriados e contratrilhos para garantia de proteção à ponta de 1/2”, assim denominada por apresentar meia polegada de espessura. 2.23.1. TIPOS DE JACARÉS DISPONÍVEIS A ABNT padronizou nove tipos básicos de jacarés que são : Jacaré de trilho aparafusado ou jacaré de trilhos - São construídos de trilhos usinados com ponta em bizel, ajustados e unidos rigidamente através de parafusos. A AREMA admite seu emprego em linhas de tráfego leve, desvios ou ramais industriais. Jacaré com núcleo removível em aço-manganês - São aqueles cujo núcleo central e a ponta são constituídos por uma única peça fundida em aço-manganês e rigidamente fixada em pedaços de trilhos por meio de parafusos formando um conjunto sólido. A AREMA recomenda o seu emprego em linhas de tráfego pesado onde a densidade de movimento é semelhante tanto na via principal como na desviada. Jacaré com ponta móvel ou jacaré móvel - São aqueles em que uma das pernas, por pressão de mola, fecha o espaço entre ela e a ponta do coração, mantendo contínua a superfície de rolamento na direção da via principal e que é afastada pelo friso da roda, que se encaminha para a via desviada. Jacaré com ponta removível - É aquele cuja ponta é removível. Jacaré móvel com aparelho - É o jacaré cujo coração é movimentado através de um aparelho elétrico. Jacaré móvel com mola - É aquele que é acionado pelo friso da roda, mantendo-se em posição constante através da ação de um dispositivo de mola. Jacaré maciço - É aquele inteiriço, isto é, fundido em uma peça única. Jacaré guia-rodas - São jacarés do tipo maciço com ressaltos laterais que guiam a roda, dispensando o uso de contratrilhos. Devem ser empregados em linhas onde a velocidade não ultrapasse a 48 Km/h. 132 Figura 148 - Jacaré guia rodas Jacaré duplo - É um jacaré especialmente construído para as linhas em bitola mista, apresentando 2 pontas de 1/2” ou diamantes além de possuir 4 configurações distintas, D1D, D1E, E1D e E1E em função do lado desviado e da posição da bitola estreita com relação ao eixo da via. Uma das suas linhas é curva e a outra reta. 2.23.2. IDENTIFICAÇÃO DOS COMPONENTES Os jacarés são identificados em alto relevo no fundo do canal, em frente à ponta prática. As agulhas são identificadas através de baixo relevo, no final do talão de reforço. A identificação contém o nome do fabricante, número de série, data de fabricação, número do jacaré, tamanho e lado da agulha. 2.24. INSPEÇÃO Os AMV requerem uma inspeção detalhada das peças e componentes que o compõem devido à alta complexidade de seu sistema de funcionamento. O defeito de uma peça ou componente poderá afetar todo o conjunto 2.25. COTAS DE SALVAGUARDA As cotas de salvaguarda são estabelecidas em função dos parâmetros dimensionais e tolerâncias de desgaste dos rodeiros dos veículos ferroviários que irão circular sobre os AMV. Cotas de salvaguarda em AMV padrão AREMA, jacaré com núcleo de aço manganês e asas em trilho e em jacaré de trilhos usinados: 133 PONTA DA AGULHA* COTA DE SALVAGUARDA (mm) PONTOS DE MEDIÇÃO VALOR IDEAL MEDIDO NA PONTA DA AGULHA (mm) BITOLA MÉTRICA BITOLA LARGA Abertura na ponta da agulha 120 115 115 Abertura na ponta da agulha em máquinas de chave Alston 147 142 142 Tabela 84 – Cotas de salvaguarda em AMV padrão AREMA, jacaré com núcleo de aço manganês e asas em trilho e em jacaré de trilhos usinados * a folga na livre passagem nas agulhas será medida no primeiro punho situado a 17” da ponta da agulha. COTA DE SALVAGUARDA (mm) PONTOS DE MEDIÇÃO BITOLA MÉTRICA BITOLA LARGA FLPa - Folga de livre passagem ao final da parte usinada da agulha >(B-920) >(B-1520) Abertura no centro do coice da agulha 159 159 Tabela 85 – Folga de livre passagem nas agulhas Figura 149 - Folga livre passagem em agulha deslocada ao final da face usinada da agulha Figura 150 – Abertura no coice da agulha Para agulhas com calço espaçador curto, com um parafuso no coice, a distância da ponta da agulha até o ponto de medição da abertura do coice será de 9050 mm. Para agulha curva, esta distância será de 7926mm. Caso a abertura for diferente do padrão, desmontar o coice para verificar escoamento do material ou desgaste do calço. 134 Figura 151 – Abertura no coice da agulha – corte na junta Figura 152 – Abertura da agulha no eixo do primeiro punho Tabela 86 – Cotas de salvaguarda por região do jacaré *Estes valores para proteção de ponta real do jacaré deverão ser utilizados nos AMV's dos trechos de linha que não operam com locomotivas modelos, GT-26, SD-40, BB-36, DDM e Dash 9. REGIÃO DO JACARÉ BITOLA MÉTRICA BITOLA LARGA COTAS DE SALVAGUARDA VALOR IDEAL (mm) COTA DE SALVAGUARDA (mm) VALOR IDEAL (mm) COTA DE SALVAGUARDA (mm) FLPj – Folga de livre passagem do jacaré 910 <911 1513 <1514 FLPc – Folga de livre passagem nas extremidades usinadas do contratrilho 100 >(B-920) 100 >(B-1520) PP - Proteção da ponta real do jacaré 960 >959 1522 >1552 * PP - Proteção da ponta real do jacaré 955 >952 Largura da calha do jacaré 50,5 < 58 50,5 <58 Largura da calha do contratrilho 48,0 < 58 48,0 <58 Profundidade do canal do jacaré 55,5 > 40 55,5 >40 Profundidade do canal do contratrilho 48,0 > 40 48,0 >40 135 Figura 153 – Pontos de medição das cotas de salvaguarda Figura 154 – Pontos de medição das cotas de salvaguarda no jacaré Figura 155 – Pontos de medição das cotas de salvaguarda no jacaré largura de calha Figura 156 – Pontos de medição das cotas de salvaguarda no jacaré profundidade da calha Folga livre passagem agulha deslocada Abertura da ponta da agulhaProteção ponta jacaré Proteção ponta jacaré Livre passagem no jacaré Livre passagem no jacaré Livre passagem no contra- trilho 136 2.25.1. COTAS DE SALVAGUARDA EM AMV DE BITOLA MISTA A analise das cotas de salvaguarda dos AMV’s em bitola mista são semelhantes a dos AMV’s de bitola métrica com pequenas diferenças devido à colocação do 3º trilho. Assim, o emprego de mais um trilho força a colocação de um segundo jacaré simples, além de um jacaré duplo que é na verdade, o único ponto de complexidade do AMV misto se comparado aos AMV’s da métrica e da larga. Ocorrendo o cruzamento de filas de mesmo nome (esquerda com esquerda ou direita com direita), têm-se ali um “xis” de trilhos cuja transposição só se resolve através do jacaré duplo. Figura 157 – “X” de trilhos – jacaré duplo Observe na figura que o jacaré duplo está exatamente no ponto onde se cruzam a fila esquerda da larga desviada com a fila também esquerda da métrica na direta (filas do mesmo nome). Por outro lado, os jacarés simples, qualquer que seja a situação, vão ser posicionados sempre na interseção das filas de nomes distintos (na figura, o jacaré da larga fica na interseção da fila esquerda da larga desviada com a fila direita da métrica na direta - filas de nomes distintos). Genericamente, a análise das cotas de salvaguarda no AMV’s mistos se limita ao estudo da circulação nos jacarés duplos já que as demais cotas têm solução comum por depender somente da observação daquelas medidas já definidas para a métrica e para a larga isoladamente. 2.25.2. COTAS DE SALVAGUARDA EM JACARÉ DUPLO D1D Figura 158 – Esquema jacaré duplo D1D Pela figura acima é fácil perceber que as rodas da larga que transitam saindo do AMV, vindas da linha desviada , devem encontrar livre passagem na ponta material indicada por I já que ali os frisos, circulam por dentro deixando de lado a ponta material que trabalha exatamente como uma agulha deslocada. 137 Para que isto ocorra a medida da calha esquerda deve ser de 56 a 59 mm para livre passagem, a medida da calha direita igual a 40 mm, garantindo apoio satisfatório para os rodeiros da métrica circulando pela direita (a soma das calhas igual a 99mm). Além disto, torna- se necessário fechar a bitola para 1586 mm. Figura 159 – Bitolas e calhas do jacaré duplo Pela figura anterior observa-se que a ponta material indicada com I, exige fechamento de bitola para a larga de 1600mm desviada, entretanto trabalha “normalmente” para a linha métrica na direita devendo-se observar ali as mesmas cotas já discutidas anteriormente para os jacarés convencionais. Na ponta material II a situação se inverte, ou seja, a métrica na direita passa agora “por dentro” forçando a necessidade de abertura suficiente para livre passagem com fechamento da bitola enquanto que na larga desviada tudo se passa normalmente com as mesmas cotas válidas para os jacarés convencionais. Para aperto na métrica deve-se então ter a calha esquerda maior ou igual a 53 mm na ponta II e a calha direita de 46 mm. Para padronização construtiva, adotam-se os números : 56 mm na calha externa e 43 mm na calha interna em ambas as pontas materiais do jacaré. A soma da calhas deve ser igual a 99 mm. Figura 160 – Jacaré Duplo D1D 138 2.25.3. COTAS DE SALVAGUARDA EM JACARÉ DUPLO D1E Figura 161 – Esquema jacaré duplo D1E A análise praticamente se repete em todos os demais tipos de jacaré duplo inclusive o D1E em questão, modificando somente a posição dos “apertos” da calha larga e da métrica. No jacaré D1E verifica-se na ponta I a necessidade de “aperto” para a linha de bitola larga na direta e na ponta II “aperto” para a linha de bitola métrica desviada, estando as demais cotas de acordo com aquelas dos jacarés convencionais. A calha direita deve ser igual a 59 mm e a calha esquerda igual a 40 mm em ambas as pontas materiais. Com isso garante-se 17 mm de aperto na métrica (Ponta II) e 14 mm de aperto na larga (Ponta I). Figura 162 – Jacaré duplo D1E 139 2.25.4. COTAS DE SALVAGUARDA EM JACARÉ DUPLO E1E Figura 163 – Esquema jacaré duplo E1E Valem aqui as mesmas considerações estabelecidas para o jacaré D1D. Até mesmo os “apertos das calhas” são idênticos. Existe aqui “aperto” para a larga desviada na ponta I e “aperto” para a métrica na direta na ponta II. Figura 164 – Jacaré duplo E1E 140 2.25.5. COTAS DE SALVAGUARDA EM JACARÉ DUPLO E1D Figura 165 – Esquema jacaré duplo E1D Pela figura acima, é fácil notar que no jacaré E1D os “apertos das calhas” se verificam na métrica desviada (Ponta II) e na larga da direta (Ponta I) exatamente como ocorre no jacaré D1E. Figura 166 - Jacaré duplo E1D De qualquer forma é bom observar que os jacarés D1D, D1E, E1D e E1E têm características específicas distintas em função do lado desviado que determina sua curvatura e da posição da métrica em relação à via, sugerindo cuidados especiais já que a substituição de um por outro inviabiliza as montagens adequadas. Normalmente o código do jacaré duplo é gravado em alto relevo nos trilhos do jacaré. 141 2.25.6. COTAS DE SALVAGUARDA NOS POMBINHOS Os Pombinhos, também conhecidos como chave fixa para conexão de vias, são dispositivos encontrados na bitola mista para permitir a mudança de posição da bitola métrica com relação à Via ou para desviar lateralmente apenas uma das bitolas, como mostrado nas figuras abaixo. Figura 167 - AMV Misto com Derivação Lateral da Métrica Figura 168 - AMV com Derivação Lateral da Larga Os dois AMV’s mostrados nas duas figuras anteriores fornecem dois outros exemplos de aplicação dos pombinhos agora integrados a AMV’s mistos com derivação lateral em apenas uma das bitolas. Observe-se que na primeira figura a métrica sempre estará desviada e a larga sempre ficará na direta. Na figura seguinte ocorre o inverso. A figura abaixo apresenta dois pombinhos que permitem a bitola métrica, antes à direita da via, passar agora para sua esquerda, acessando a uma plataforma de embarque/desembarque. De fato, sem os pombinhos os veículos oriundos da bitola métrica não teriam como acessar a plataforma. 142 Figura 169 – Esquema de AMV com chaves fixas Por outro lado, os AMV’s com chaves fixas (Pombinhos) exigem cuidados especiais de montagem e manutenção como ilustrados a seguir: Figura 170 – Cuidados especiais de montagem e manutenção de AMV com chaves fixas As rodas da métrica ao se inscreverem no pombinho (figura acima) devem encontrar condições tais que permitam livre passagem adequada além de proteção à ponta. Por outro lado, as rodas da larga (ver pontilhado na figura) devem passar por dentro deixando de lado a ponta material que funcionará sempre como uma agulha deslocada, tendo-se as mesmas condições encontradas nos jacarés duplos. Para termos uma situação segura de circulação deve-se ter o mesmo procedimento proposto para os jacarés duplos : Aumento da calha externa de 58 para 59 mm; Redução da calha interna de modo a não comprometer o apoio da roda garantindo- se a soma das calhas ( interna e externa ) igual a 99 mm; Redução da bitola larga para 1586 mm ; Restrição da velocidade ao máximo de 20 Km/h, para a bitola larga. Observação : Para os pombinhos recomenda-se não aumentar a calha externa sem a certeza de que a calha interna é pequena o suficiente para garantir a relação abaixo, que assegura às rodas apoio semelhante ao de um jacaré comum. Não se permite o emprego de pombinhos em linha corrida a não ser em situações especiais devidamente autorizadas. Na prática verifica-se a conveniência do emprego dospombinhos em curvas para facilitar o desenvolvimento do “disfarce”da métrica. De fato, nos pombinhos em tangente, dificilmente tem-se conseguido um aspecto visual mais aperfeiçoado. C int + C ext = 99 mm 143 Os pombinhos devem possuir um desenvolvimento mínimo de 36 metros sem o que não se consegue uma perfeita concordância geométrica. Para a instalação de pombinhos deve-se ter em mãos o croquis de locação e montagem. 2.26. LIMITE DE DESGASTE DE AGULHA E DO TRILHO DE ENCOSTO DA AGULHA Nas agulhas e nos trilhos de encosto dos AMV's os limites de desgaste vertical e horizontal devem atender os limites de utilização das rodas dos veículos ferroviários. Assim, os parâmetros são válidos para linhas de bitola métrica e larga. LIMITES ADMISSÍVEIS COMPONENTE DIMENSÃO MÍNIMO (mm) MÁXIMO (mm) AGULHA Distância vertical da face superior da agulha a superfície de rolamento do trilho de encosto 16 22 AGULHA Espessura da ponta de agulha 6100 1,5 3,2 TRILHO DE ENCOSTO REGIÃO AGULHA Desgaste máximo vertical no boleto no trilho de encosto NA 6,0 TRILHO DE ENCOSTO REGIÃO DA AGULHA Desgaste máximo lateral do boleto NA 2,0 Tabela 87 – Limites de desgaste no AMV 2.26.1. DISTÂNCIA VERTICAL DA FACE SUPERIOR DA AGULHA A SUPERFÍCIE DE ROLAMENTO DO TRILHO DE ENCOSTO Esta distância é função da altura mínima dos frisos novos que, com 25mm, não devem tocar e escalar a face superior das agulhas; o valor mínimo de 16mm é função da necessidade de ajuste da ponta da agulha ao trilho de encosto, sem atingir o raio da seção do boleto. Figura 171 – Esquema com distância vertical entre face superior da agulha e a superfície de rolamento do trilho 2.26.2. DESGASTE VERTICAL MÁXIMO NO BOLETO DO TRILHO DE ENCOSTO NA REGIÃO DA PONTA DE AGULHA O desgaste máximo vertical (achatamento) do trilho de encosto na região da agulha é função do limite máximo adotado para altura dos frisos, garantindo que os mesmos não toquem o talão da agulha. 144 2.26.3. DESGASTE VERTICAL MÁXIMO DA LATERAL DO BOLETO O desgaste máximo do trilho de encosto na região da ponta da agulha é função da necessidade de perfeita vedação da agulha ao trilho de encosto. Figura 172 - Desgastes admissíveis para trilho de encosto na região da agulha 2.26.4. ESPESSURA DA PONTA DA AGULHA DETALHE DE PONTA 6100 A espessura nominal da agulha nova é de 3,2mm. O limite de espessura de 1,5mm é adotado para evitar o risco de fratura da ponta da agulha. Figura 173 – Espessura nominal da agulha 2.26.5. PONTO DE MEDIÇÃO DOS PARÂMETROS DE PONTA DE AGULHA Todas as medidas relativas a trilhos de encosto da agulha e ponta de agulha devem ser tomadas a 38mm da extremidade da mesma, fora da região de concordância do raio da ponta da agulha. 145 Figura 174 – Ponto de medição dos parâmetros de ponta de agulha 2.27. LIMITE DE DESGASTE DE JACARÉ COM NÚCLEO DE AÇO MANGANÊS E JACARÉ DE TRILHOS USINADOS 2.27.1. DESGASTE VERTICAL DA LATERAL DO NÚCLEO DO JACARÉ O desgaste máximo da lateral do núcleo do jacaré deverá resultar em uma profundidade de canal mínima de 40mm, considerando que a altura máxima de friso de rodas é de 1 ½” (38,1mm). Durante os trabalhos de esmerilamento do núcleo do jacaré, o fundo do canal não deverá ser rebaixado; deverão ser removidas as arestas provenientes de escoamento do material, conformando os raios de concordância do núcleo. Desgaste de Jacaré AREMA Pontos de Medição Valor Nominal Mínimo (mm) Máximo (mm) Profundidade do canal em jacaré novo* 55,5 55,5 58,5 Desgaste vertical da lateral do núcleo NA 16 19 Desgaste vertical da ponta do jacaré NA 16 19 Profundidade do canal do jacaré 48 40 NA Tabela 88 – Desgaste de Jacaré AREMA *A EFVM tem adquirido jacarés com maior profundidade nominal de canal, permitindo assim aumento da vida útil do componente. Régua Desgaste núcleo Profundidade total do núcleo Figura 175 – Profundidade do canal do jacaré 146 Para verificação do desgaste vertical máximo da lateral do núcleo do jacaré, deve-se efetuar medida com régua e paquímetro, determinando a profundidade total do núcleo e o desgaste do núcleo. Depois de obtidos os valores, deve-se subtrair do valor da profundidade total do núcleo, o valor do desgaste do núcleo; o resultado deverá ser maior que 40mm, garantindo assim que o friso mais alto não toque o fundo do canal. (Profundidade total do núcleo – desgaste do núcleo) > 40mm 2.27.2. DESGASTE VERTICAL DA PONTA DO JACARÉ O desgaste máximo da ponta do jacaré deverá resultar em uma profundidade de canal mínima de 40 mm, considerando que a altura máxima de friso de rodas é de 1 ½” (38,1mm). Figura 176 – Desgaste da ponta do jacaré Para verificação do desgaste vertical máximo da ponta do jacaré, deve-se efetuar medida com régua e paquímetro, determinando a profundidade total do núcleo e o desgaste da ponta. Depois de obtidos os valores deve-se subtrair do valor da profundidade total o valor do desgaste da ponta. O resultado deverá ser maior que 40 mm, garantindo assim que o friso mais alto não toque o fundo do canal do jacaré. (Profundidade total do núcleo – desgaste da ponta) > 40mm O desgaste vertical da ponta do jacaré deverá ser medido a partir da ponta material do jacaré, ou seja, no ponto em que a bandagem da roda inicia o apoio no núcleo do jacaré, conforme indicado abaixo: ABERTURA DO JACARÉ DISTÂNCIA HORIZONTAL EM RELAÇÃO À PONTA MATERIAL DO JACARÉ (X) Jacaré 1:8 102 (mm)/4” Jacaré 1:10 127 (mm)/5” Jacaré 1:12 152 (mm)/6” Jacaré 1:14 178 (mm)/7” Jacaré 1:18 228 (mm)/9” Jacaré 1:20 254 (mm)/10” Jacaré 1:20 (EFVM) 381 (mm) / 15” Tabela 89 – Distância horizontal em relação à ponta material do jacaré 147 Figura 177 – Esquema de indicação da distância horizontal em relação à ponta material do jacaré 2.28. LIMITE DE FOLGA NA PONTA DA AGULHA E NO FINAL DA REGIÃO USINADA DA AGULHA A vedação de ambas as agulhas em relação ao trilho de encosto não devem apresentar folgas. 2.29. RECOMENDAÇÕES QUANTO A INSPEÇÕES DE AMV O QUÊ PONTOS DE MONITORAMENTO PROVIDÊNCIAS OBSERVAÇÃO AGULHAS Verificar a espessura das pontas das agulhas. Caso a ponta esteja com espessura acima do recomendado efetuar o seu esmerilamento. Caso a espessura esteja abaixo do recomendado a agulha ou a sua ponta deverão ser substituídos. Há casos em que as agulhas apresentam alguns decímetros de ponta já sem boleto. Entretanto, se não estiverem com as pontas rombudas e se estiverem vedando com pressão, não haverá perigo para o tráfego, principalmente se não estiverem ligadas à linha principal, onde é maior a velocidade dos trens. AGULHAS Verificar a existência de dormentes bons e com placas de apoio sob a ponta da agulha. A ponta de agulha requer dormentes bons para seu apoio e deve ter sua ponta faceando a extremidade das placas de apoio. A ausência ou falta de apoio da agulha poderá provocar sua abertura durante a passagem dos trens. Verificar se na barra de conjugação da abertura das agulhas não há folga e se existe pressão suficiente e por igual na ponta das mesmas. Havendo folga, regular a distribuição das pressões por meio de palhetas existentes dentro do aparelho ou substituir o a barra de conjugação. Usar as palhetas. Não colocar arruelas. Verificar se há desgaste na rosca ou deformação na barra de conjugação ou no tirante. Substituir de imediato a peça avariada. Peça avariada não permite regulagem. Verificar se os punhos que ligam a barra de conjugação à agulha não estão trincadosou com parafusos frouxos ou gastos. Substituir os punhos trincados e também os parafusos frouxos ou gastos. Punhos trincados podem causar acidentes por abertura da ponta das agulhas. AGULHAS Verificar se os patins das agulhas estão bem apoiados nas placas de deslizamento e se a superfície da ponta da agulha não está em nível superior ao do boleto do trilho de encosto. Nivelar e socar o coice da agulha e caso necessário, entalhar os dormentes nos locais do trilho de encosto. A superfície da agulha na região do coice deve estar no mesmo nível do trilho de encosto e trilho de ligação. Tabela 90 – Recomendações quanto às inspeções de agulhas de AMV 148 O QUÊ PONTOS DE MONITORAMENTO PROVIDÊNCIAS OBSERVAÇÃO Verificar o posicionamento, o estado e a socaria dos dormentes sob o coice da agulha. Se necessário substituir o dormente e realizar a socaria. O desnivelamento do coice da agulha poderá provocar a abertura da ponta da agulha. Verificar se os parafusos do coice não estão excessivamente apertados a ponto de impedir a vedação. Folgar os parafusos do coice do lado das agulhas. Os parafusos não podem estar frouxos. Apenas levemente apertados. Verificar se não há descontinuidade de alinhamento entre as extremidades a agulha e o trilho de ligação. Substituir a agulha ou o trilho de ligação. O desalinhamento entre o trilho de ligação e a agulha na região do coice ocasionam risco ao tráfego ferroviário. Verificar se há abertura de bitola no coice da agulha devido ao desgaste dos parafusos, talas e pontas dos trilhos de ligação que estejam quebrados ou gastos. Substituir as peças desgastadas ou quebradas e corrigir a bitola. Bitola fora das tolerâncias prejudicam as cotas de salvaguarda e geram riscos para a inscrição dos veículos ferroviários no AMV. COICE DA AGULHA Verificar se há desgaste do calço do coice de agulha. Substituir o calço do coice. Também verificar a furação dos calços. Caso estejam incorretos substituir trilho de encosto e corrigir a furação. Tabela 91 - Recomendações quanto às inspeções de coice de agulha de AMV O QUÊ PONTOS DE MONITORAMENTO PROVIDÊNCIAS OBSERVAÇÃO Verificar as cotas de salvaguarda do jacaré. Rebitolar o jacaré. Valores de cotas de salvaguarda incorretos implicam em desgaste excessivo dos componentes e impacto dos rodeiros quando da inscrição no jacaré. JACARÉ Verificar a existência e estado dos dormentes que apóiam a ponta do jacaré. Se necessário substituir ou reposicionar os dormentes sob a ponta do jacaré. A falta ou dormentes em estado ruim poderão ocasionar a fratura da ponta do jacaré. Tabela 92 - Recomendações quanto às inspeções de jacaré 149 O QUÊ PONTOS DE MONITORAMENTO PROVIDÊNCIAS OBSERVAÇÃO AMV Verificar se lastro está bem drenado e se não há perigo de formação de bolsa d’água sob o AMV. Desguarnecer, nivelar e socar o AMV. Lastro com drenagem ineficiente ocasiona defeitos de nivelamento no AMV. Nivelamento com defeito nas regiões das agulhas e jacaré geram riscos ao tráfego ferroviário. Tabela 93 - Recomendações quanto às inspeções AMV O QUÊ PONTOS DE MONITORAMENTO PROVIDÊNCIAS OBSERVAÇÃO Verificar se a alavanca de manobra está com a pressão adequada para movimentação e vedação das agulhas. Na ausência de pressão verificar o desgaste dos tirantes ou de componentes do aparelho de manobra.. O aparelho de manobra deve exercer uma pressão adequada para perfeita vedação das pontas das agulhas. Verificar a condição de fixação do aparelho de manobra e dos trincos aos dormentes . Corrigir as fixações, substituir os dormentes ou reposicionar o aparelho de manobra e trincos sobre o dormente. Aparelho de manobra e trincos sem fixação adequada prejudicam a correta vedação e movimentação das agulhas. APARELHO DE MANOBRA Verificar a existência de folgas nos trincos de travas do aparelho de manobra. Substituir os trincos. Folgas nos trincos dos aparelhos de manobra poderão propiciar que estranhos à operação ferroviária manejem as agulhas mesmo que estejam com cadeados aplicados. Tabela 94 - Recomendações quanto às inspeções de aparelho de manobra O QUÊ PONTOS DE MONITORAMENTO PROVIDÊNCIAS OBSERVAÇÃO Verificar se a abertura da calha do contratrilho está dentro dos limites adequados. Antes de substituir o contratrilho verificar o aperto dos seus parafusos. Substituir o contratrilho. Valores excessivos de abertura da calha do contratrilho prejudicam a cota de salvaguarda de proteção da ponta do jacaré. Verificar se o boleto do contratrilho não está em nível muito superior ao do boleto do seu trilho de encosto. Substituir o trilho de encosto do contratrilho. O desgaste do trilho de encosto poderá provocar o toque dos rodeiros nos calços dos contratrilhos. CONTRATRILHO Verificar o estado dos dormentes e fixações nas extremidades e centro dos contratrilhos. Substituir os dormentes e fixações que estejam inservíveis nas extremidades e centro dos contratrilhos. Dormentes ruis nas extremidades e centro dos contratrilhos podem provocar impacto indesejável na ponta do jacaré por deficiência na sua fixação. Tabela 95 - Recomendações quanto às inspeções de contratrilho Os Aparelhos de Mudança de Via situados na linha principal devem ser munidos de cadeados, como os desvios particulares, a fim de que no caso de passar trem direto pela estação, ficar a linha de passagem devidamente protegida contra qualquer manobra criminosa feita às agulhas. Os trilhos de ligação não sofrem a inclinação ordinária que se dá aos trilhos da via. Assentam-se normalmente sobre os dormentes especiais. Portanto, uma vez que os dormentes são fornecidos com as duas faces horizontais aplainadas, não haverá necessidade de fazer qualquer entalhe. É irregular e perigoso emendar dormentes para conseguir o comprimento necessário nos AMV. 150 As cotas de salvaguarda devem estar rigorosamente dentro das tolerâncias especificadas, independente das medidas de bitola e calhas de contratrilho e jacaré estarem dentro dos parâmetros estabelecidos. Os contratrilhos devem ter seus parafusos completos e solidamente fixados. Não será admitida a ausência dos parafusos das extremidades de contratrilho. Serão permitidos no máximo 2 dormentes inservíveis em seqüência, desde que fora da região da chave ou região do jacaré. Admite-se no máximo a taxa de 10% de dormentes inservíveis em todo AMV. O jacaré não deve estar desnivelado em relação aos seus contratrilhos e respectivos trilhos de encosto. 2.30. LIMITES E TOLERÂNCIAS PARA ASSENTAMENTO DE AMV A bitola nos AMV's deverá atender os limites das tabelas abaixo quanto do seu assentamento ou substituição de componentes. AMV EM BITOLA MÉTRICA EFVM BITOLA NOMINAL (mm) MÁXIMO (mm) MÍNIMO (mm) 1007 1010 1005 Tabela 96 – Limites de tolerâncias para assentamento de AMV em bitola métrica EFVM AMV EM BITOLA MÉTRICA FCA BITOLA NOMINAL (mm) MÁXIMO (mm) MÍNIMO (mm) 1000 1010 998 Tabela 97 - Limites de tolerâncias para assentamento de AMV em bitola métrica FCA AMV EM BITOLA LARGA FCA BITOLA NOMINAL (mm) MÁXIMO (mm) MÍNIMO (mm) 1600 1610 1598 Tabela 98 - Limites de tolerâncias para assentamento de AMV em bitola larga FCA AMV EM BITOLA LARGA EFC BITOLA NOMINAL (mm) MÁXIMO (mm) MÍNIMO (mm) 1608 1610 1605 Tabela 99 - Limites de tolerâncias para assentamento de AMV em bitola larga EFC A bitola deveráser medida a cada dormente, sendo que as variações entre pontos adjacentes deverão atender aos seguintes limites: VARIAÇÃO DAS MEDIDAS DE BITOLA A CADA DORMENTE VMA > 60KM/H VMA < 60KM/H 2 mm 3 mm Tabela 100 – Variação das medidas de bitola a cada dormente A concordância de bitola antes da ponta de agulha deverá ser feita numa distância mínima de 1,80 m a partir da ponta da agulha. Para monitoramento dos AMV's em operação, deverão ser sempre observados os limites das cotas de salvaguarda para intervenções de manutenção. Deverá se evitar a instalação de AMV em curvas. 151 2.31. RECOMENDAÇÕES QUANTO A MANUTENÇÃO Após o assentamento de AMV completo ou de componentes novos deverá ser efetuada marcação com marcador industrial indicando a data de assentamento e posição, bem como atualização de dados no sistema informatizado. Os componentes de AMV deverão ser cadastrados no sistema informatizado de gestão da manutenção, exceto para a FCA que não possui esta funcionalidade. Os componentes de AMV deverão possuir registro da data de seu assentamento e posição em local visível de suas peças. A concordância de bitola antes da ponta de agulha (avanço da agulha), deverá ser feita numa distancia mínima de 1,80 m a partir da ponta da agulha, com variação máxima de 2 mm por dormente. Os contratrilhos cuja largura da calha tenham atingido valores superiores a 52 mm deverão ser substituídos quando Ada substituição dos jacarés. Trilhos de encosto de contratrilhos que apresentem defeitos superficiais também deverão ser substituídos quando da substituição do jacaré. É proibido utilizar solda aluminotérmica ou elétrica no trilho de encosto do contratrilho na região de abrangência do contratrilho. É proibido utilizar solda aluminotérmica ou elétrica no trilho de encosto da agulha na região entre a ponta da agulha e o coice da agulha.. 2.32. MANUTENÇÃO DAS AGULHAS As agulhas devem ajustar-se perfeitamente aos seus respectivos trilhos de encosto. As agulhas devem se movimentar sobre as placas de deslizamento devidamente limpas e lubrificadas ou apoiadas em roletes próprios. As pontas das agulhas devem estar apoiadas nas placas de apoio dos dormentes especiais evitando sua movimentação vertical (efeito de “tesouramento”) no momento da passagem dos trens. Os parafusos que ligam os punhos às barras de conjugação devem ser aplicados de baixo para cima, provido de arruelas, porcas e contrapinos. A mesma atenção deve ser dada aos parafusos que fixam a barra de conjugação ao tirante do aparelho de manobra. Os dormentes do coice das agulhas devem estar bem apoiados, “socados” e nivelados, a fim de que não ocorram movimentações das pontas das agulhas, que costumam se abrir por ocasião da circulação de rodas num coice “arreado”. Pontas de agulhas com espessura superior a 3,2 mm deverão ser esmerilhadas. No caso de emprego do protetor de pontas de agulha interno, a bitola deverá ser ajustada em +10 mm, evitando o estrangulamento da bitola. 2.32.1. MANUTENÇÃO DO APARELHO DE MANOBRAS DE ACIONAMENTO MANUAL O aparelho de manobra deve estar devidamente regulado com pressão suficiente para vedar com segurança as agulhas nos dois sentidos. O manuseio do aparelho de manobra requer esforço para travamento da alavanca de manobra no trinco. Caso o travamento ocorra apenas com o peso da alavanca de manobra o aparelho e sistema de barras de conjugação e tirante de manobra deverão ser inspecionados e regulados. 2.32.1.1. REGULAGEM DOS APARELHOS DE MANOBRA NEW CENTURY A regulagem dos aparelhos de manobra novos ou recuperados, é tarefa simples, bastando apenas remanejar palhetas ou inserir outras, até conseguir-se a correta vedação em ambas as agulhas. Caso não se consiga a regulagem pelo simples remanejamento das palhetas, basta 152 deslocar-se o aparelho até que se consiga a condição de igualdade das folgas em ambos os lados, com o braço do aparelho na posição vertical. Entretanto, as inúmeras transposições de chave em sentido contrário, acrescidas do próprio desgaste natural das peças, acumulam folgas diversas que acabam por conduzir a situações onde se perfura as vigotas em boa parte de sua área de apoio na busca de melhor posição para o aparelho e, ao fim dos trabalhos, acaba resultando em chave com vedação insuficiente ou de pouca pressão. Em alguns casos, a enorme soma de folgas indica a necessidade de inserir calços espaçadores entre o punho e a agulha, única forma de conseguir-se vedação por igual até que se consiga reparar ou substituir o aparelho. A utilização de arruelas de pressão como calço é proibida pois no caso de fratura das mesmas a vedação ficará comprometida e o punho com aperto insuficiente. Figura 178 – Aparelhos de manobra New Century De fato, se imaginarmos que a agulha direita da figura acima, oferece vedação suficiente e a agulha esquerda ainda permite a pequena folga indicada, mesmo com o total remanejamento e inserção de palhetas para o lado esquerdo, então, antes de furarmos toda a vigota em busca de posição mais adequada, melhor será inserir calços espaçadores entre o punho e a agulha, aproximando a agulha do seu encosto, completando a vedação, conforme mostrado na figura abaixo. Esta operação deve garantir as cotas de livre passagem na agulha deslocada. Figura 179 – Arruelas do aparelho de manobra New Century Em seguida, deve-se solicitar um novo aparelho de manobras para substituição. Evidentemente antes de tentar-se a inserção de calços espaçadores, em caráter precário, deve-se garantir que a deficiência de vedação não se deva ao “pular os dentes” da coroa, muito comum em “chaves ao contrário” e facilmente solucionada com a simples desmontagem do aparelho e reposicionamento da coroa deslocada. A coroa dentada do aparelho de manobras de acionamento manual possui cinco falhas para encaixe dos dentes do “pinhão” e, com o braço do aparelho na posição vertical a falha central 153 deve encaixar-se em um dos dentes de tal sorte que fiquem sobrando na coroa dois espaços ou falhas para cada lado, permitindo a regulagem e vedação por igual nas duas direções. Figura 180 – Coroa dentada do aparelho de manobras Mesmo com o braço na posição vertical às vezes a torção do pinhão não permite encaixar um dos dentes no espaço central da coroa, advindo daí a necessidade de reposicionamento do aparelho conforme já detalhado. A utilização de arruelas no lugar das palhetas próprias para a regulagem do aparelho é proibida. Uma das principais folgas verificadas no aparelho de manobras ocorre na junção do eixo móvel com o excêntrico, propiciando maior esforço de torção no parafuso que une as peças, e que tem a função de impedir a queda do excêntrico, sendo conhecido, no campo, como “parafuso da cruzeta”. Com o aparecimento desta folga, o próprio movimento de manobra do aparelho poderá, com o tempo, cisalhar o “parafuso da cruzeta” pondo em risco a vedação, principalmente nos aparelhos que não dispõem de chapa soldada ou contra porca para proteção ao excêntrico. Figura 181 – Detalhamento do parafuso da cruzeta do aparelho de manobra 154 A recuperação dos aparelhos danificados nas oficinas de manutenção é rápida e simples, desde que não se verifique quebra ou empenamento do eixo móvel, do excêntrico ou das engrenagens (coroa e pinhão). Os Aparelhos de Mudança de Via situados na linha principal e de entrada para desvios particulares devem ser munidos de cadeados, a fim de proteger contra qualquer manobra criminosa feita às agulhas. 2.33. MANUTENÇÃO DE JACARÉ Todos os parafusos do Jacaré devem apresentar boas condições de conservação, aperto e travamento. Os dormentes do Jacaré devem apresentar boas condições de socaria e conservação, apresentando espaçamento correto e esquadrouniforme. Não deve existir material estranho na gola do jacaré, ou seja, entre o núcleo e as pernas do jacaré, bem como na garganta do jacaré. Os dormentes devem estar bem socados. A socaria deve ser realizada por meios mecanizados, ou através de socaria com ferramentas manuais, como picaretas de soca. Todos os dormentes sob o jacaré devem estar em bom estado, permitindo apoio adequado, evitando empenos e fraturas nos componentes. A ponta real do jacaré deve estar convenientemente apoiada sobre um dormente. As fixações e parafusos de juntas na região do jacaré e contratrilhos devem estar convenientemente ajustados e apertados. O núcleo de aço manganês é o componente que mais sofre ao desgaste, devido às altas cargas por roda atuarem nesse componente, que executa a transferência de um veiculo ferroviário de uma linha para outra, portanto a sua manutenção deve ser feita sempre preventivamente. As regiões que mais sofrem com o desgaste e amassamento estão localizadas próximo a seção A-A da figura 1, onde se forma um escoamento do material do núcleo de aço manganês que deve ser esmerilhado e reperfilado com um raio mínimo de 10,0mm, com objetivo de que o amassamento não se transforme em uma trinca e ocorra uma fratura nesta região. Para reperfilar os raios, deve ser usado o calibre conforme indicado na figura abaixo e este não deve tocar o fundo do canal, Quando isto ocorrer, o fundo do canal deve ser esmerilhado, sempre obedecendo os limites de desgaste. As figuras abaixo demonstram a necessidade da execução de Manutenção Preventiva representado Jacaré com desgaste e Jacaré novo. Figura 182 – Esquema do gabarito do friso do material rodante sem desgaste 155 Figura 183 - Representação de roda nova com jacaré desgastado Na figura acima se observa o desgaste na asa lateral direita e asa lateral esquerda, onde à asa esquerda verifica-se um escoamento maior do que a asa direita, isto ocorre porque na asa direita está com um pequeno raio . Recomenda-se que se reperfile o raio sempre conforme o gabarito de raio, principalmente com a transposição do jacaré para utilizar o lado da asa lateral que está com pouco uso. Figura 184 - Representação de roda nova com Jacaré novo Na figura acima se observa que os raios nas asas laterais tem sempre um raio de 16,0mm no caso do jacaré novo para evitar o escoamento do núcleo. 156 Figura 185 - Gabarito para verificação canal de jacaré Na figura acima observa-se que o gabarito de canal (LADO B) também não está ajustando perfeitamente; verifica-se à necessidade de reperfilar o raio e retirar o material escoado. Figura 186 - Gabarito de canal (LADO B) ajustado perfeitamente no canal do jacaré novo. 157 Figura 187 - Jacaré com desgaste/amassamento Na figura acima se observa que houve um desgaste na pista de rolamento, recomenda-se reperfilamento do raio para 10,0mm conforme gabarito de raio. Figura 188 - Jacaré novo Na figura acima se observa que no jacaré novo o gabarito tem um bom encaixe, isto é, o raio está perfeito. Deve-se garantir que o gabarito de raio tenha um bom acoplamento em toda a extensão do núcleo de aço manganês, assim como nos trilhos do jacaré que são as pernas e calcanhares que também sofrem o esmagamento pelo passar das rodas. 158 2.34. CRITÉRIOS DE REEMPREGO DE COMPONENTES DE AMV 2.34.1. CRITÉRIOS PARA CLASSIFICAÇÃO DE AGULHAS DE AMV Para a classificação de agulhas usadas, em reemprego ou inservível (sucata), devem ser observadas as condições abaixo: Verificar existência de empeno em relação ao plano vertical, principalmente na região do coice da agulha; agulhas com empeno que não apresentem condição de recuperação com macaco de desempenar trilhos serão consideradas como sucata. Verificar existência de trincas ou fraturas na seção do trilho bem como registro de defeitos identificados por ultra-som; neste caso a agulha será considerada como sucata. Verificar deformações na ponta da agulha que prejudique a correta vedação da mesma; no caso de agulha com ponta removível deverá ser analisada a condição de substituição da ponta; agulha com deformação na ponta e cuja substituição da mesma seja inviável será considerada como sucata. Verificar existência de fratura longitudinal na ponta da agulha; no caso de agulha com ponta removível deverá ser analisada a condição de substituição da ponta; agulha com fratura longitudinal na ponta e cuja substituição da mesma seja inviável será considerada como sucata. Verificar se as medidas da espessura da ponta da agulha atendem as condições da figura 1; no caso de agulha com ponta removível deverá ser analisada a condição de substituição da ponta; agulha com desgaste na ponta (espessura inferior a 2mm) e cuja substituição da mesma seja inviável será considerada como sucata.. Verificar se a região do coice da agulha apresenta excesso de furos, trincas partindo dos furos ou furos efetuados com maçarico; caso ocorram a agulha será considerada como sucata. Agulhas que não apresentem os defeitos acima serão consideradas reemprego. 2.34.2. CRITÉRIOS PARA CLASSIFICAÇÃO DE APARELHOS DE MANOBRA NEW CENTURY Os aparelhos de manobra new century são compostos por varias peças passíveis de substituição por desgaste ou avarias; portanto os aparelhos de manobra não serão considerados como sucata pois sempre são passiveis de recuperação. 2.34.3. CRITÉRIOS PARA CLASSIFICAÇÃO DE BARRAS DE CONJUGAÇÃO DE AMV Para a classificação de barras de conjugação usadas, em reemprego ou inservível (sucata), devem ser observadas as condições abaixo: Verificar existência de trincas ou fraturas na seção das barras e principalmente na região dos furos; barras com trincas ou fraturas serão consideradas sucata. Verificar existência de furos ovalizados que favorecem aparecimento de folgas; barras com furos ovalizados serão consideradas como sucata. Barras de conjugação que não apresentem os defeitos acima serão consideradas reemprego. 159 2.34.4. CRITÉRIOS PARA CLASSIFICAÇÃO DE CALÇO DE COICE DE AGULHA E CALÇO DE CONTRATRILHOS Para a classificação de calços de coice de agulha e de contratrilhos usados, em reemprego ou inservível (sucata), devem ser observadas as condições abaixo: Verificar existência de trincas ou fraturas nos calços; calços trincados ou fraturados serão considerados sucata. Verificar existência de deformação que prejudiquem o perfeito ajuste na agulha, no contratrilho e no seus respectivos trilhos de encosto. Calços que não apresentem os defeitos acima serão considerados reemprego. 2.34.5. CRITÉRIOS PARA CLASSIFICAÇÃO DE CONTRATRILHO DE AMV Para a classificação de contratrilhos de AMV usados em reemprego ou inservível (sucata), devem ser observadas as condições abaixo: Verificar existência de trincas, fraturas na região dos furos ou na região usinada (extremidades) e no corpo do contratrilho; verificar também a presença de excesso de furos, furos efetuados a maçarico ou com trincas partindo dos furos; contratrilhos trincados, fraturados ou com excesso de furos ou furados a maçarico serão considerados sucata. Verificar existência de deformações que podem ser causadas por descarrilamentos; contratrilhos deformados serão considerados sucata. Verificar se o desgaste na face interna do contratrilho atingiu ou está próximo do limite máximo; a calha máxima do contratrilho montando não deverá ser superior a 58mm. Contratrilhos que não apresentem os defeitos acima serão considerados reemprego. 2.34.6. CRITÉRIOS PARA CLASSIFICAÇÃO DE JACARÉS COM NÚCLEO DE AÇO MANGANES Para a classificação jacarés com núcleo de aço manganês em reemprego ou inservível (sucata), devemser observadas as condições abaixo: Verificar existência de trincas ou fraturas no núcleo de aço, nas patas de lebre; caso ocorra o jacaré será considerado como sucata. Verificar a ocorrência de deformações nas pernas ou no calcanhar, geralmente causadas por descarrilamentos; neste caso o jacaré será considerado sucata. Verificar se a profundidade da calha é inferior a 40mm devido desgaste no núcleo provocado pelo apoio de rodas. Jacaré com núcleo de aço manganês que apresentarem desgaste no núcleo e desgaste ou deformação na ponta deverá ser identificado e armazenado para posterior recuperação por empresas especializadas, mesmo para utilização em linhas secundarias. Figura 189 - Jacaré desgastado 160 Figura 190 - Jacaré em processo de recuperação Figura 191 - Jacaré recuperado 2.35. CRITÉRIOS CLASSIFICAÇÃO DE PARAFUSOS DE AMV Para a classificação parafusos de AMV, de junta ou para fixação RN em reemprego ou inservível (sucata), devem ser observadas as condições abaixo: Verificar existência de trincas ou fraturas no corpo do parafuso ou na ligação da cabeça com a parte circular do corpo ou com a gola do parafuso de junta. Caso ocorra o parafuso será considerado como sucata. Verificar existência de deformação por empeno; parafusos empenados serão considerados sucata. Verificar a ocorrência de deformações na rosca que impeçam a colocação das porcas; parafusos com roscas danificadas serão considerados sucata. Parafusos que não apresentarem os defeitos acima serão considerados como reemprego e deverão ser armazenados protegidos contra umidade e poeira e com as roscas lubrificadas. Figura 192 - Parafuso sucata devido deformação 161 Figura 193 - Parafuso sucata devido rosca danificada Figura 194 - Parafuso reemprego 2.36. CRITÉRIOS PARA CLASSIFICAÇÃO DE PLACAS BITOLADORAS PARA AMV Para a classificação de placas bitoladoras de AMV em reemprego ou inservível (sucata) devem ser observadas as condições abaixo: Verificar existência de trincas ou fraturas na chapa metálica, deformações que prejudiquem a colocação das escoras de encosto de agulha e empenos no plano horizontal; neste caso a placa será considerada como sucata. No plano vertical as placas bitoladoras possuem uma curvatura que é normal, sendo que a parte côncava da mesma deve sempre ser assentada na direção do jacaré, não constituindo, portanto, defeito. 2.37. CRITÉRIOS PARA CLASSIFICAÇÃO DE PLACAS DE APOIO PARA COICE DE AGULHA E DE CONTRATRILHO Para a classificação placas de apoio de coice de agulha ou de em reemprego ou inservível (sucata), devem ser observadas as condições abaixo: Verificar existência de trincas ou fraturas no corpo das placas, verificar se os furos para colocação das fixações apresentam-se ovalizados, se existem deformações na região de apoio do trilho e se a placa permite perfeito apoio na superfície dos dormentes. Placas com trincas, fraturas, furos ovalizados, empeno que prejudique o apoio do patim do trilho e o apoio das mesmas nos dormentes serão consideradas como sucata. 2.38. CRITÉRIOS PARA CLASSIFICAÇÃO DE PLACAS GEMEAS PARA AMV Para a classificação placas gêmeas para AMV em reemprego ou inservível (sucata), devem ser observadas as condições abaixo: 162 Verificar existência de trincas ou fraturas no corpo das placas, verificar se os furos para colocação das fixações apresentam-se ovalizados e verificar se o gancho para fixação do patim do trilho está rompido. Placas com trincas, fraturas serão consideradas como sucata. Placas gêmeas que apresentem empeno ou ovalização dos furos e mesmo com o gancho rompido deverão ser separadas e identificadas para recuperação por empresas especializadas, e reempregadas após recuperação colocando um tirefond no espaço deixado pelo gancho. 2.39. CRITÉRIOS PARA CLASSIFICAÇÃO DE TIRANTES DE APARELHO DE MANOBRA Para a classificação de tirantes de aparelhos de manobra em reemprego ou inservível (sucata), devem ser observadas as condições abaixo: Verificar existência de deformações, trincas ou fraturas no tirante. Tirantes com trincas, fraturas ou deformações serão considerados como sucata. 2.40. APLICAÇÃO DE DISPOSITIVOS DE MOLA EM AMV A chave de mola é um equipamento utilizado nas ferrovias principalmente em pátios de cruzamento de trens. A sua utilização em pátios de manobra não é recomendável em razão do risco de acidentes. É proibido manobrar veículos ferroviários utilizando os recursos do dispositivo de mola. A manobra deverá ser realizada manuseando o aparelho de manobra manualmente. Autos de linha e EGP deverão trafegar com velocidades reduzidas em regiões de AMV com dispositivo de mola pois podem descarrilar ao circularem do jacaré para o coice com a chave em posição reversa. O uso mais comum da chave de mola está representado nos esquemas A e B, onde após a definição das rotas dos trens as agulhas são posicionadas devidamente de forma que um trem, ao sair do pátio de cruzamento, sempre ultrapasse o AMV na posição contrária. Esquema A: Conforme indicado na figura, existe um sentido obrigatório para o cruzamento dos trens. Assim a chave 1 está feita na posição normal e a chave 3 na posição reversa. Um trem que venha no sentido da esquerda para a direita encontrará a chave feita na posição normal enquanto que a chave 3 estará na posição reversa. Ao aproximar-se da chave 3 o rodeiro do trem força as agulhas afastando-as, permitindo assim a passagem da composição sem que haja necessidade da mudança da posição da chave de via. O mesmo ocorre com um trem que circule no sentido oposto, que encontrará a chave 3 feita na posição reversa entrando no desvio e sairá através da chave 1 forçando as pontas das agulhas até a completa passagem do trem, voltando então a posição anterior. Figura 195 – Esquema A de cruzamento de trens Esquema B: 163 Uma mesma chave de mola permite a montagem à esquerda ou à direita da via. No desenho abaixo mostramos o mesmo pátio anterior, porém com a chave 1 feita na posição reversa e a chave 3 feita na posição normal. Figura 196 - Esquema B de cruzamento de trens A aplicação da chave de mola com máquina de chave tipo S-20 da WABCO permite que o trem entre na chave com velocidade normal de circulação na linha, pois esta máquina de chave possui um sistema de travamento da ponta da agulha que elimina a aplicação do travador tipo U-5. Quando um trem se aproxima pelo coice das agulhas pelo desvio mesmo que a chave esteja feita na posição normal, o rodeiro do trem irá destravar a máquina forçando as agulhas,fazendo com que a chave de mola seja acionada permitindo a passagem do trem. Após a completa passagem do trem a chave de mola força as agulhas a voltarem a posição anterior e a chave trava novamente. Operação idêntica poderá ser executada quando a chave estiver feita para a posição reversa. 2.41. MANUTENÇÃO EM AMVS COM CHAVE DE MOLA A Chave de Mola é um dispositivo combinado de mola e amortecedor destinado a operar um aparelho de mudança de via. O AMV com dispositivo de mola também permite a operação manual normal do aparelho de manobra. O dispositivo de mola pode ser utilizado em AMV com qualquer perfil de trilho. Quando um trem passa através da chave, do coice para as pontas das aguIhas, a chave de mola permite que as pontas se afastem livremente do trilho de encosto e amortece o seu retorno até que atinjam a posição média. O tempo de retorno das pontas das agulhas à posição normal é de aproximadamente 15 segundos após a passagem do último rodeiro. O retorno das pontas das agulhas se fará em um curso de dois estágios: o primeiro é lento, e o segundo rápido fazendo uma perfeita vedação das pontas das agulhas.A haste do amortecedor é de ação dupla, de modo que o AMV com dispositivo de mola pode ser operado em ambas as posições normal e reversa. A mola do amortecedor exerce aproximadamente 500 kgf de força na sua haste. Essa força é intensa afim de assegurar o fechamento adequado das pontas das agulhas contra o trilho de encosto, desde que as mesmas não estejam obstruídas por acúmulo excessivo de sujeira, pedras, etc. Para garantir a força de 500 Kgf, a haste do pistão deverá deslocar 10mm para dentro ou para fora do cilindro, dependendo da posição de montagem, garantindo uma compressão da mola interna após a vedação das agulhas contra o trilho de encosto. Isso é a garantia do bom funcionamento do dispositivo de mola. A haste da chave de mola é adaptável para uso tanto nos AMV com desvio à direita quanto à esquerda. A figura abaixo mostra uma seqüência de posicionamento da haste da chave de mola quando um trem passa através das agulhas na posição centraria. A posição normal da figura mostra a condição da chave de mola antes das primeiras rodas do trem alcançarem as pontas das agulhas. 164 Figura 197 - Seqüência de posicionamento da haste da chave de mola quando um trem passa através das agulhas na posição centraria Nessa condição, as molas (10 e 11) centram a haste do pistão do amortecedor (2) dentro do cilindro (1) que está cheio de óleo. Montada sobre a haste do amortecedor, em cada extremidade do cilindro, há um pistão (3) e um conjunto de válvulas. Quando um trem passa através das pontas de agulha, a partir da rota reversa, a haste do amortecedor move-se juntamente com o movimento das pontas das agulhas. A haste do pistão do amortecedor (2) da figura acima está ligada à alavanca da chave de via através de uma barra atuadora e de uma garra com parafuso e permanece estacionária dentro do cilindro (1) que se move. O anel (8) preso a haste do pistão pela porca (48) e pela arruela de pressão (49), impede que o pistão se mova e, assim, resulta no deslocamento entre o pistão e o cilindro. O deslocamento inicial do cilindro e do pistão aplica uma pressão ao óleo no cilindro (1). O óleo sob pressão exerce uma força contra a válvula (6) fazendo com que ela se abra. Isto permite que o óleo flua através das passagens de óleo do pistão (3) para dentro do espaço ocupado anteriormente pelo pistão. Ao se equalizarem as pressões do óleo nas duas câmeras do cilindro, a válvula (6) fecha-se cortando o fluxo do óleo. A compressão das duas molas (10) e (11) causam uma pressão mecânica exercida contra o pistão (3) deslocado tentando forçá-lo para a posição 'anterior. A pressão mecânica contra o pistão desloca o óleo na câmara do pistão deslocado, sob pressão. Uma passagem reguladora de retorno lento na válvula anelar permite que um fluxo controlado de ó1eo volte para a outra câmara do cilindro. O curso de retorno lento continua até que o conjunto da válvula tenha atingido uma posição na passagem de retorno rápido, que permite 165 um movimento livre do óleo, aliviando a pressão do óleo e fazendo com que o cilindro retorne rapidamente durante a última parte do curso vedando a agulha contra o rilho de encosto. Figura 198 - Disposição típica da máquina de chave manual equipada com chave de mola A figura acima mostra uma disposição típica da máquina de chave manual equipada com chave de mola. Os detalhes de cada instalação podem variar devido aos padrões de diferentes chaves. 2.42. RECOMENDAÇÕES GERAIS PARA MANUTENÇÃO DE DISPOSITIVOS DE MOLA EM AMV As agulhas devem ser equipadas com barras de reforço na alma. Na montagem do AMV deve ser utilizado uma ou mais placas bitoladoras. As de escoras de encosto das placas deslizantes devem estar firmemente ajustadas aos trilhos de encosto. As pontas da agulha, em suas respectivas posições fechadas, devem se ajustar firmemente aos trilhos de encosto. O aparelho de manobra e os trincos de trava devem ser firmemente presos aos dormentes por meio de tirefonds. As pontas das agulhas devem estar limpas e lubrificadas de modo a funcionarem livremente. A abertura.da ponta da agulha (curso da barra de movimentação) não deve exceder a 4.3/4" (121,6 mm).Observar a cota de salvaguarda nas pontas das agulhas. A cota de salvaguarda das pontas das agulhas deve ser definida antes da furação da barra de fixação do cilindro ao punho, no caso em que a caixa amortecedora é instalada no centro da linha, entre as agulhas. Dependendo da posição do aparelho de manobra poderá ser necessário a conversão da haste do dispositivo de mola. Verificar o nível do óleo.no cilindro do amortecedor. O nível do óleo deve estar exatamente abaixo do filtro de tela no cilindro. 166 A utilização do dispositivo de mola com o nível de óleo abaixo do recomendado poderá danificá-lo ou ocasionar algum acidente em razão do não vedamento das agulhas. A agulha deverá estar alinhada e com os parafusos de coice ajustados. Verificar todos os parafusos e articulações. Verificar o funcionamento da chave de mola para se certificar de que as pontas das agulhas fecham-se adequadamente após a passagem do trem. O funcionamento da chave de mola pode ser verificado invertendo a alavanca do aparelho de manobra enquanto a ponta da aguIha está bloqueada, e em seguida retirando-se o bloco. O tempo de fechamento após a remoção do bloco deve ser de aproximadamente 10 a 24 segundos. Faça essa verificação para ambas as posições das pontas das agulhas. Verificar a chave de mola quanto a indícios de vazamento de óleo. Não é necessária nenhuma lubrificação externa do conjunto da chave de mola, uma vez que as peças móveis estão imersas em óleo dentro do cilindro. 2.43. CORREÇÃO GEOMÉTRICA 2.43.1. INTRODUÇÃO A Geometria da Via Permanente é constituída por três planos de referência que identificam a posição relativa dos trilhos. No sentido longitudinal, temos as inclinações ou rampas interligadas por curvas de concordância vertical compondo o perfil altimétrico da via. Em planta temos as tangentes, que interligadas por setores curvos horizontais de características variáveis formam o perfil planimétrico da via. Este plano também pode variar no espaço, no sentido transversal à grade, devido à necessidade de se adotar superelevação nas curvas, ou por anomalias no sentido longitudinal, por desnivelamento, empeno da grade (torção) ou outras anomalias. 2.43.2. ELEMENTOS ALTIMÉTRICOS 2.43.2.1. RAMPA Na altimetria os elementos básicos são curvas e tangentes vistos sob um plano vertical. As tangentes poderão estar posicionadas em rampas ou em nível. As curvas são os elementos de concordância que interligam as tangentes, podendo ser côncavas ou convexas. A concordância vertical resume-se em considerar dois greides retos definidos por suas respectivas declividades ou rampas, “i1” e “i2”, concordados por uma curva. Figura 199 – Altimetria da rampa As rampas são ascendentes ou descendentes de acordo com o sentido de circulação de determinado trem e seus valores são expressos em porcentagem que indicam a variação da cota ou posição vertical entre dois pontos em relação à distância horizontal entre eles. 167 Figura 200 – Esquema da rampa ab A expressão da rampa ab será dada pela relação: (H/D)*100. 2.43.2.1.1. RAMPA COMPENSADA A Rampa compensada expressa um valor fictício de rampa na qual a resistência imposta à circulação do trem é equivalente à soma das resistências impostas pela curva horizontal e pela rampa real da linha. Assim, quando se especifica uma rampa máxima de 1% compensada, quer dizer que em um segmento da ferrovia em tangente em planta o valor real da rampa será de 1%. Já em segmentos da ferrovia em curva em planta a rampa real será menor que o 1% especificado, de modo a compensaro fator restritivo adicional da curva. 2.43.3. PLANIMETRIA 2.43.3.1. CURVA CIRCULAR A curva circular se caracteriza por possuir um raio único em toda sua extensão. Os elementos de uma curva circular são: o Desenvolvimento: extensão da curva representada pelo arco TC b CT; o Tangentes da curva: segmentos a-TC e CT-c; o Pontos notáveis de entrada e saída de curva: “TC” e “CT”, respectivamente, tangente- circular e circular-tangente; o Raio de curvatura: “R”; o Ângulo central: “AC”; o Corda da curva: “C”; o Tangentes externas: prolongamento das tangentes a-TC e CT-c; o Ponto de interseção das tangentes externas da curva: “PI”; o Flecha: a flecha é determinada pela relação: R2 = (R-f)2 + (C/2)2. Logo: o Grau de curva: é o ângulo central que corresponde a uma determinada corda. O grau de curva é dado pela seguinte relação: G = (C * 180) / (π x R) Logo: Na EFVM as curvas são identificadas utilizando grau de curva para uma corda de 20 m. Logo: f = C2 / 8R G = 1145,92 / R 168 Figura 201 – Curva circular Na realidade das ferrovias não existem curvas circulares. A variação brusca entre o raio infinito das tangentes e o raio constante das curvas circulares, por maior que seja este raio, provoca esforços laterais no momento da inscrição dos trens que com o tempo acabará por si mesmo moldando um ramo de transição. 2.43.3.2. CURVAS COM SEGMENTOS DE TRANSIÇÃO EM ESPIRAL A curva de transição é uma forma geométrica que permite com que o raio varie gradualmente de um valor infinito no ponto de ligação com as tangentes (TE), até o valor específico do raio (R) da curva circular no ponto de ligação com esta (EC). No plano vertical, permite que a superelevação varie uniformemente desde o valor zero, no ponto de início da curva de transição (TE), até o valor dimensionado em função do raio e velocidade no início da curva circular (EC), mantendo-se constante a partir deste ponto, decrescendo uniformemente na curva de transição de saída até o valor zero no ponto onde se inicia nova tangente (ET). Em quase todas as ferrovias brasileiras foram adotadas como transição a curva espiral de Talbot, ou clotóide, em virtude da sua facilidade de locação e por seu rigor técnico. f CT 90 o 90 o R R AC C = corda O TC C/2 PI a b c 169 Figura 202 – Curva segmentos de transição em espiral 2.43.3.3. CURVA COMPOSTA A curva composta é formada por duas curvas circulares de mesmo sentido e diferentes raios, sem que haja uma tangente entre elas. Entre os segmentos circulares existe uma curva de transição espiral. 2.43.3.4. CURVA REVERSA A curva reversa é formada por duas curvas de sentido contrário entre si, sem que haja uma tangente entre elas. 2.43.4. NIVELAMENTO LONGITUDINAL É à disposição das cotas do topo de trilho no sentido longitudinal da via ao longo do traçado. O chamado desnivelamento longitudinal é caracterizado pela existência de pontos altos e baixos de ocorrência simultânea em ambas as filas de trilho ao longo da via. 2.43.5. NIVELAMENTO TRANSVERSAL O nivelamento transversal é a diferença de cota entre um trilho e outro no mesmo ponto de uma determinada seção transversal. O nivelamento transversal, medido nas tangentes, ou superelevação, medido nas curvas, nada mais é que a diferença cota entre o topo dos trilhos da linha, no mesmo ponto quilométrico. O objetivo da superelevação é compensar o efeito da força centrifuga nas curvas, onde o veículo tende a ser deslocado para o lado externo da curva. A compensação é feita realizando a elevação do trilho externo em função do raio da curva e da velocidade dos trens. 2.43.6. EMPENO A variação do nivelamento transversal entre dois pontos de medição definidos ou base de medição definida denomina-se "empeno". Nas curvas de transição, a superelevação tem que variar de zero até o valor limite calculado para a curva circular. Nesses segmentos, têm-se empenos dimensionados e que devem atender aos limites máximos de variação estabelecidos. 170 Figura 203 - Empeno em P1 = ((SE1) – (SE0)) Durante a medição deverá ser tomado um dos trilhos como referência. No exemplo acima, como os desnivelamentos estão em direção oposta, o empeno será dado por: P1 = ((SE1) – (-SE0)) => P1 = (SE1 + SE0). 2.43.7. SUPERELEVAÇÃO É o incremento de altura que se dá à fila externa dos trilhos nas curvas para que seja possível compensar num todo ou em parte a ação da força centrípeta. Este incremento é calculado em função do raio de curva e da velocidade máxima dos trens. Principais funções da superelevação na linha: Produzir uma melhor distribuição de cargas em ambos os trilhos; Reduzir os defeitos superficiais e desgastes dos trilhos e materiais rodantes; Compensar parcial ou totalmente o efeito da força centrífuga com redução de suas conseqüências; Proporcionar conforto aos passageiros. Figura 204 - Demonstração de superelevação Existem dois modelos para se calcular a superelevação: Superelevação teórica: É aquela na qual a resultante do peso e da força centrifuga é perpendicular ao plano dos trilhos. Neste caso ocorre uma distribuição uniforme da carga do eixo do veículo nos dois trilhos. Superelevação teórica: 171 Superelevação prática: Como na pratica os trens não operam sempre na VMA do trecho necessita-se adotar um critério no sentido de obter uma melhor situação entre os trens rápidos (vazios) e pesados (lentos), garantindo um valor mínimo de superelevação capaz de garantir completa segurança contra tombamento para o lado externo da curva. Nesse sentido algumas ferrovias adotam critérios como 2/3 do valor teórico. Obs.: A fórmula de superelevação pratica é a adotada como parâmetro para as linhas da Vale. Superelevação prática: R127 2VB 3 2h 2.43.7.1. CRITÉRIOS DE SUPERELEVAÇÃO MÁXIMA Para as linhas de bitola métrica, a superelevação máxima não deve ultrapassar o valor de 100 mm, devido ao risco de desequilíbrio dos vagões caso haja necessidade de sua parada. Se por algum motivo isso venha a ocorrer o trecho deverá ser bloqueado até que seja feita a correção. Para linhas de bitola larga a superelevação não deve ultrapassar o valor de 160 mm. Caso isso ocorra o trecho deverá ser bloqueado ate que seja feita a correção. 2.43.8. FLECHA E ALINHAMENTO A materialização no campo, das tangentes e curvas de projeto, ilustrada na figura abaixo, formam o eixo da linha. Em planimetria, toda e qualquer alteração da via em relação ao eixo é considerado um desalinhamento. Figura 205 - Curvas e tangentes em representação planimétrica Na prática o desalinhamento pode ser avaliado em valor absoluto quando na linha existirem marcos fixos de referência. No caso, basta verificar se a distância do eixo da linha até o marco está de acordo com o projeto. Na inexistência de marcos fixo o alinhamento é avaliado de maneira relativa, ou seja, em relação a uma base de medição que pode ser uma corda de 10 ou 12 metros quando em uma curva. A verificação da flecha (valor “f” da figura) permite avaliar a situação da curva em relação ao raio de projeto ou em relação aos limites de variação de flechas admissíveis e também ponto a ponto ao longo da curva. Na tangente a base de medição pode também ser uma corda de 10, 12 metros ou extensões maiores, em função do aparelho de medição disponível. As curvas de uma linha férrea têm por finalidade alterar a direção de marcha dos trens em movimento, isto é, fazer com que o material rodante gire em torno de seu eixo vertical; este giro deve ocorrer de forma a evitar impactos no material rodante. Quando se faz a medição de flechas
Compartilhar