TEMA 5 - Artrópodes Parasitas ou Vetores de Doenças e Animais Peçonhentos

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Artrópodes parasitas ou vetores de doenças e animais
peçonhentos 
Profa. Raquel Fernandes Silva Chagas do Nascimento
Apresentação
Você vai estudar as características morfológicas e ecológicas dos
principais artrópodes parasitas e artrópodes vetores de doenças, bem
como dos animais peçonhentos, conhecimento primordial para o
estabelecimento de medidas de combate e prevenção de doenças e
acidentes.
Propósito
Objetivos
Módulo 1
Insetos parasitas e causadores de doenças
Descrever os principais insetos parasitas e causadores de doenças
pertencentes à ordem Hemiptera e Diptera.
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Módulo 2
Artrópodes parasitas e causadores de
doenças
Reconhecer os principais artrópodes parasitas causadores de
doenças pertencentes à ordem Siphonaptera, à subordem Anoplura e
à subclasse Acari.
Módulo 3
Acidentes com animais peçonhentos
Descrever os principais acidentes causados pelos animais
peçonhentos.
Introdução
Os metazoários estão distribuídos pelos mais variados
ambientes. Eles pertencem ao reino Animalia (ou Metazoa), são
seres vivos eucariontes, pluricelulares e heterotróficos,
considerados consumidores de diferentes tipos: herbívoros,
carnívoros, parasitas, saprófagos, predadores etc. São divididos
em invertebrados (sem coluna vertebral) e vertebrados (com
esqueleto cujo eixo principal é formado por uma coluna
constituída por vértebras). 
O filo Arthropoda é formado por animais invertebrados que
apresentam como principal característica o corpo segmentado,
membros articulados e toda a superfície externa revestida por um
exoesqueleto contendo quitina. Os grupos de maior interesse
sanitário pertencem às classes Insecta (insetos) e Arachinida
(aranhas, escorpiões, ácaros e carrapatos), que atuam como

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vetores de doenças ou animais peçonhentos. Já os animais
vertebrados pertencentes ao filo Chordata são os mais
conhecidos. Nesse filo, os répteis (crocodilos, jacarés, serpentes)
pertencentes à classe Reptilia também podem ser perigosos
animais peçonhentos. 
Neste conteúdo vamos estudar os insetos endoparasitas e
ectoparasitas, os aracnídeos causadores de doenças e os
acidentes causados por animais peçonhentos. Vamos lá!
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1 - Insetos parasitas e causadores de doenças
Ao final deste módulo, você será capaz de descrever os principais insetos parasitas e
causadores de doenças pertencentes à ordem Hemiptera e Diptera.
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Origem e fisiologia dos insetos 
Os insetos pertencem à classe Insecta, que apresenta animais
extremamente diversos e resistentes. Essa classe é constituída por
aproximadamente 80 milhões de espécies. Isso corresponde a 53% do
total de organismos existentes no planeta.
O sucesso evolutivo dessa classe está relacionado também a alguns
fatores como:
Tamanho reduzido.
Plasticidade genética.
Alta capacidade sensorial e neuromotora.
Diversidade de interações evolutivas com outros organismos.
Desenvolvimento de metamorfose completa.
Adultos alados.
Conquista do ambiente terrestre.
Eusocialismo.
Seleção sexual.
A morfologia dos insetos é bem característica, apresentando
tagmatização, que se refere à divisão bem definida do corpo em cabeça,
tórax e abdome, e pela presença um exoesqueleto de quitina. Além
disso, esses organismos possuem três pares de pernas articuladas,
peças bucais do tipo ectógnata, asas, inúmeras cerdas, um par de olhos
compostos e um par de antenas.
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Tagmatização de um inseto.
Por ser feita de quitina, a carapaça apresenta-se como uma forte
armadura, possibilitando maior resistência à temperatura, perda de
água, ataques de predadores etc.
Os insetos, em sua maioria, possuem grande importância ecológica e
econômica, pois fazem parte do grupo de organismos responsáveis por
reciclagem de nutrientes, polinização e dispersão de sementes, controle
de pragas e produção de materiais utilizados pelo homem. Além disso,
são capazes de servir como alimento para outras espécies de animais e
atuam como excelentes modelos experimentais para a pesquisa.
Animal se alimentando de inseto.
O controle populacional de insetos, que possuem importância
econômica, é feito quase que exclusivamente com a utilização de
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inseticidas sintéticos (organofosforados e piretroides), que podem
acarretar sérios danos ambientais, tanto por serem tóxicos aos seres
vivos quanto por aumentarem a frequência de insetos resistentes. 
Comentário
Por mais que haja políticas públicas de educação ambiental para evitar
a perpetuação de doenças, é necessário investimento em pesquisas
para a criação de inseticidas seguros ao homem e sem prejuízos para o
ecossistema. Um método recente desenvolvido por pesquisadores
baseia-se no mosquito Aedes aegypti, o qual carrega bactérias
Wolbachia que não permitem que os vírus da dengue, zika ou
chickungunya se desenvolvam bem nesse inseto e sejam transmitidos
por eles.
Os insetos e suas características
Neste vídeo, você descobrirá as características dos insetos, como suas
formas se relacionam com suas funções e a importância deles para os
ecossistemas, a economia e a saúde pública. Assista!
Atividade 1
Os insetos possuem grande importância ecológica e econômica e são
necessários diversos estudos para controlar suas populações sem
causar danos aos ecossistemas que dependem desses animais para
funcionar. Uma das características dos insetos é a tagmatização, que
consiste em

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Parabéns! A alternativa B está correta.
Tagmatização é um termo utilizado para descrever animais
segmentados. Os insetos possuem o corpo dividido em cabeça, tórax e
abdome. Em outros artrópodes pode haver fusão de dois desses
segmentos, como nos aracnídeos que têm o corpo dividido em
cefalotórax e abdome.
Ordem Hemiptera
É considerada a maior ordem dos insetos hemimetábolos — insetos que
sofrem metamorfose incompleta, ou seja, as formas imaturas são
semelhantes aos adultos, mas não possuem maturidade sexual nem
asas. Esses insetos apresentam três estágios de desenvolvimento: ovo,
larva (podendo ter inúmeros instares larvais) e adultos.
Larva
Também chamada de ninfa.
A
estratégia de exalar fortes odores para atrair as
fêmeas.
B
constituição corporal com a cabeça, o tórax e o
abdome bem divididos.
C a presença de aparelho digestório completo.
D a presença de antenas com mecanorreceptores.
E classificação dos olhos compostos por ocelos.
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Ciclo de vida do Cimex sp. Um exemplo do ciclo de vida dos insetos da ordem Hemiptera.
Os insetos da ordem Hemiptera (do grego hemi = metade; pteron = asa,
referência ao aspecto diferente de seus pares de asas) estão presentes
em todo o globo terrestre, contabilizando cerca de 90 mil espécies, ou
seja, 10% de todas as espécies de insetos conhecidas.doenças e animais peçonhentos 
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Morfologia externa de uma aranha.
Os aracnídeos podem apresentar desenvolvimento direto (como
algumas espécies de escorpiões, que são vivíparos, ou seja, seus
filhotes já nascem formados) ou desenvolvimento indireto (como as
aranhas que são ovíparas, colocam seus ovos em uma bolsa produzida
a partir de fios de seda chamada ooteca).
O principal alimento de aranhas e escorpiões são os insetos, mas
existem espécies capazes de se alimentar de outros organismos. Para
obterem sucesso em suas caçadas em busca de alimento, eles utilizam
o seu veneno para imobilizar e matar suas presas. Veja como isso
acontece com aranhas e escorpiões.
Aranhas
O aparelho inoculador de veneno são as quelíceras, localizadas
na região anterior do cefalotórax.
Aranha venenosa.
Escorpiões
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O aparelho inoculador de veneno está localizado no último
segmento da cauda, chamado de aguilhão (ou télson), onde estão
localizadas as glândulas de veneno.
Aranha venenosa.
Observe a seguir a morfologia de um escorpião.
Morfologia externa de um escorpião.
Aranhas
Apesar de as aranhas e os escorpiões serem excelentes predadores de
insetos e ostentarem um arsenal de substâncias tóxicas nocivas para
suas presas, nem todos são capazes de causar graves acidentes em
humanos. Na maioria dos casos, os membros inferiores são os mais
acometidos, mas de modo geral os acidentes apresentam gravidade
leve, com poucos casos fatais.
O tratamento é feito com soro, observação, analgesia e, em alguns
casos, anestesia local e internação para melhor acompanhamento e
cuidados. Os acidentes por aranhas são tratados utilizando a
soroterapia, a partir dos soros antiaracnídicos.
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No Brasil, três gêneros de aranhas são capazes de causar acidentes,
conhecidos como araneísmo. Vamos agora conhecer um pouco mais
sobre esses gêneros.
As aranhas desse gênero têm cerca de 2 cm de tamanho e são
carnívoras, alimentando-se de insetos. Após a cópula, a fêmea
tece várias bolsas para armazenar seus ovos, enquanto os
machos, que vivem na teia da fêmea, geralmente morrem após o
acasalamento. Elas têm corpo preto com faixas vermelhas no
abdome arredondado e uma mancha vermelha em forma de
ampulheta na parte inferior. Suas teias são irregulares.
Viúvas-negras são encontradas em vegetação arbustiva,
gramíneas, cupinzeiros, fendas de barracos, mourões de
madeira, beirais de telhados, portas, janelas e debaixo de móveis.
Elas não são agressivas e geralmente picam apenas quando
comprimidas ou ameaçadas. No Brasil, acidentes com viúvas-
negras são raros, representando apenas 0,4% dos casos de
acidentes com aracnídeos peçonhentos.
Os sintomas da picada incluem dor intensa no local e pelo corpo,
agitação, contrações musculares e sudorese. Em casos graves,
pode haver complicações como pressão alta, taquicardia,
retenção urinária e choque anafilático.
Latrodectus sp.
As armadeiras são aranhas carnívoras que não usam teias para
capturar alimento e medem cerca de 15 cm. Após a cópula, a
fêmea produz e protege uma bolsa de ovos achatada até os
filhotes nascerem.
Viúva-negra (Latrodectus sp.) 
Aranha-armadeira (Phoneutria sp.) 
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Elas vivem em bananeiras, embaixo de cascas de árvores, entre
tijolos, telhas, entulhos e em cupinzeiros. As armadeiras são
muito agressivas e suas picadas causam dor imediata e intensa,
além de edema, sudorese e parestesia no local. Podem também
causar sintomas sistêmicos como taquicardia, hipertensão,
agitação e vômito.
Quando ameaçada, a armadeira se apoia nas pernas traseiras,
levanta as dianteiras e pode saltar mais de 30 cm. Ela recebe o
nome ‘armadeira' devido a essa postura defensiva.
Phoneutria sp.
Essas aranhas são carnívoras e se alimentam de insetos. Elas
têm cerca de 3 cm de comprimento, com corpo marrom e uma
mancha em forma de violino no cefalotórax. Seu abdome é oval,
e suas teias têm padrões irregulares. Após a cópula, a fêmea faz
uma bolsa de ovos arredondada que fica presa na teia.
Elas são encontradas em cavernas, embaixo de cascas de
árvores, em cupinzeiros e, nas áreas urbanas, em entulhos,
telhas, tijolos, sótãos e porões. As aranhas-marrons não são
agressivas e sua picada geralmente é indolor, mas o veneno é
extremamente perigoso.
Picadas de aranhas-marrons (loxoscélicas) causam dor,
vermelhidão, inchaço, equimose central com áreas pálidas (placa
marmórea), bolhas sero-hemorrágicas e endurecimento no local.
Casos graves podem levar a necrose seca, úlceras, mal-estar, dor
de cabeça, febre, erupções na pele, hemólise intravenosa e, em
alguns casos, insuficiência renal aguda.
Aranha-marrom (Loxosceles sp.) 
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Loxosceles sp.
As aranhas-caranguejeiras, embora sejam grandes e causem impacto
visual, são animais dóceis e não causam acidentes considerados
graves. São frequentemente encontradas em residências e jardins.
Escorpiões
No Brasil, apenas duas espécies pertencentes ao
gênero Tityus apresentam riscos aos seres humanos, são eles: o
escorpião amarelo (Tityus serrulatus) e o escorpião marrom (Tityus
bahiensis). Os acidentes causados pelos escorpiões são conhecidos
como escorpionismo. Em geral, ocorrem em zonas urbanas, e os
membros superiores são a parte do corpo mais acometida. Conheça
algumas características desses animais.
Tityus serrulatus.
Escorpião-amarelo (Tityus serrulatus)
Com cerca de 7 cm de comprimento, é carnívoro e se alimenta
de insetos. Tem pernas e cauda amareladas e corpo marrom-
escuro. As fêmeas se reproduzem por partenogênese várias
vezes ao ano e têm hábitos noturnos. Vivem em áreas urbanas,
como tijolos, telhas, entulhos, galerias de esgoto, e também na
natureza, sob cascas de árvores e troncos em decomposição.
O nome serrulatus vem das projeções serrilhadas no 3º e 4º
segmentos da cauda. Essa espécie pode causar graves
acidentes.
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Tityus bahiensis.
Escorpião-marrom (Tityus bahiensis)
Essa espécie é semelhante ao escorpião-amarelo, mas se
reproduz de forma sexuada, com a cópula ocorrendo após um
ritual de cortejo. Tem pernas amareladas com manchas
escuras, corpo marrom escuro e cauda marrom avermelhada.
Eles são encontrados em áreas urbanas, escondidos em tijolos,
telhas, entulhos e galerias de esgoto, e na natureza, sob cascas
de árvores e madeira em decomposição. São noturnos.
Os acidentes normalmente causam quadros de gravidade leve e os
óbitos são raros. As manifestações locais incluem dor, que pode ser
irradiada, parestesia, eritema e sudorese. Além disso, também podemos
listar:
Agitação psicomotora
Tremor
Náuseas
Vômitos
Sialorreia (salivação)
Hiper ou hipotensão
Arritmia
Insuficiência cardíaca congestiva
Edema pulmonar agudo
Choque
Para o tratamento, é recomendada a analgesia e o uso de soro
antiescorpiônico ou soro antiaracnídico.
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Acidentes com aranhas e escorpiões
Neste vídeo, você aprenderá sobre a morfologia e ecologia das aranhase dos escorpiões, conhecerá as espécies mais perigosas para humanos
e verá exemplos de acidentes reais para identificar suas características.
Assista!
Atividade 3
O araneísmo e o escorpionismo são acidentes causados por aranhas e
escorpiões, respectivamente. Sobre os acidentes com aranha-marrom,
em casos graves o paciente pode desenvolver

A insuficiência renal aguda.
B congestão nasal.
C sudorese.
D erupção dérmica.
E febre.
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Parabéns! A alternativa A está correta.
Uma das consequências decorrentes de acidentes com aranha marrom
é que o envenenamento pode causar alterações vasculares nos
pulmões, fígado e rins, sendo a mais grave a insuficiência renal aguda.
Serpentes
Também conhecidas como cobras, são animais vertebrados, carnívoros
e pertencentes à classe Reptilia. As principais características desses
répteis são:
Pele recoberta por escamas.
Ausência de membros, de pálpebras e ouvido externo.
Presença de uma língua bifurcada (bífida).
De acordo com a dentição, as serpentes podem ser classificadas da
seguinte forma:
Solenóglifas
Possuem um tipo de dentição com grandes presas móveis
inoculadoras de veneno, presentes na região anterior da boca.
Por exemplo: cascavel, jararaca e surucucu.
Proteróglifas
Apresentam presas pequenas e fixas localizadas na região
anterior da boca. Por exemplo: cobra-coral verdadeira.
Opistóglifas
Têm presas pequenas, fixas e localizadas no fundo da boca, o
que dificulta a inoculação da peçonha. Por exemplo: cobra-verde.
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Áglifas
Não possuem dentes modificados para injetar veneno e por isso
são não peçonhentas. Por exemplo: jiboias e sucuris. Mesmo não
tendo veneno, a picada dessas serpentes é altamente dolorosa e,
além disso, são extremamente perigosas. A jiboia, por exemplo,
mata sua presa por constrição.
Veja na imagem os diferentes tipos de dentição nas serpentes.
Adaptada de Andrade; Pinto; Oliveira, 2002, p.180.
Algumas espécies de serpentes podem provocar acidentes graves em
humanos, porém a maioria não oferece riscos. Algumas serpentes são
vivíparas e outras são ovíparas. Vejamos, a seguir, mais características
de algumas espécies.
Crotalus durissus.
Cascavel (Crotalus durissus)
A espécie se alimenta de roedores, é vivípara e encontrada em
regiões abertas, campos e cerrados. Apresenta como
comportamento de defesa postura armada para dar o bote e
vibração e barulho do chocalho, que serve para espantar
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possíveis ameaças. O bote e, consequentemente, a picada são
usados apenas como último recurso. Além disso, essa espécie
possui a presença da fosseta loreal, um buraco entre o olho e a
narina que atua como órgão sensorial termorreceptor.
Bothrops jararaca.
Jararaca (Bothrops jararaca)
As serpentes adultas se alimentam de pequenos mamíferos; e
as jovens, de filhotes de anfíbios e lagartos. A espécie é
vivípara, seu habitat costuma ser matas e campos cultivados. É
um animal longilíneo, com manchas triangulares escuras e
uma faixa preta após o olho e fosseta loreal. Muitas outras
espécies do gênero Bothrops também são consideradas
serpentes peçonhentas, são elas: caiçaca, jararacuçu, urutu
cruzeiro, jararaca-do-rabo-branco, jararaca-pintada etc.
Micrurus frontalis.
Cobra-coral (Micrurus frontalis)
Possui uma dieta carnívora, alimentando-se de outros répteis,
como anfisbenas (popularmente conhecido como cobra-de-
duas-cabeças) e de outras serpentes. É ovípara e apresenta o
corpo cilíndrico com uma cauda curta e rombuda, não tendo
distinção entre a cabeça e o resto do corpo. Todo o corpo é
circundado por anéis pretos, vermelhos e brancos (às vezes
amarelados). Os anéis pretos são organizados em um padrão
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de tríades (três anéis pretos separados por dois brancos ou
amarelos). Não é uma serpente agressiva.
Lachesis muta.
Surucucu (Lachesis muta)
Espécie carnívora que se alimenta de roedores e é ovípara. Está
presente na Mata Atlântica e Floresta Amazônica e possui
fosseta loreal. Essas serpentes são animais de grande porte,
com escamas granulares e corpo alaranjado e com manchas
negras.
Philodryas olfersii.
Cobra-cipó ou cobra-verde (Philodryas olfersii)
As serpentes dessa espécie apresentam nutrição carnívora
(elas comem anfíbios, roedores e aves). Elas são ovíparas. São
comumente encontradas em florestas e áreas abertas. Elas
possuem um corpo longilíneo de coloração verde e uma
característica faixa negra após os olhos.
No Brasil, os principais acidentes causados por serpentes (ofidismo)
são ocasionados pelos gêneros: Bothrops (jararaca), Crotalus (cascavel)
e Micrurus (coral-verdadeira). Veja a seguir um resumo desses
acidentes.
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Gênero Tipo de acidente
Manifestações
clínicas
Bothrops Botrópico
O veneno tem aç
proteolítica,
coagulante e
hemorrágica,
causando dor,
edema, equimos
bolhas
serosas/serosas
hemorrágicas, q
podem evoluir p
necrose e
infecções
secundárias. O
local de inoculaç
nem sempre é
visível, há
sangramento de
pele e mucosa,
hematúria,
hematêmese,
quadros
hemorrágicos e
hipotensão.
Crotalus Crotálico Provoca sintom
inespecíficos co
náuseas, mal-es
geral, sudorese 
“secura” da boca
As reações mais
severas envolve
dificuldade de
manter os olhos
abertos, com
aspecto sonolen
visão turva ou
dupla edema
discretos e
restritos, eritem
parestesia
oftalmoplegia,
distúrbios de olf
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Gênero Tipo de acidente
Manifestações
clínicas
e paladar, ptose
mandibular e
palpebral,
sialorreia, mialg
escurecimento d
urina. Pode oco
óbito por
insuficiência ren
aguda significat
neuroparalisia
craniocaudal.
Micrurus Elapídico
Dor e parestesia
discretas, fácies
miastênicas ou
nerotóxicas e
paralisia
progressiva da f
dos músculos
respiratórios.
Tabela: Acidentes causados por serpentes, manifestações clínicas e tratamento.
Raquel Fernandes Silva Chagas do Nascimento.
O risco de acidentes por serpentes pode ser reduzido tomando algumas
medidas gerais e bastante simples de prevenção:
Utilizar equipamentos de proteção individual (EPIs) no manuseio de
materiais de construção, lenhas, móveis, em atividades rurais etc.
Observar os locais de trabalho e de passagem.
Não colocar as mãos em tocas, buracos e espaços entre lenhas e
pedras.
Inspecionar roupas e calçados antes de usá-los.
Afastar camas das paredes.
De acordo com os dados do Sistema de Informação de Agravos de
Notificação (Sinan), no ano de 2019, apenas no estado de Santa
Catarina, foram notificados 9.518 casos de acidentes por animais
peçonhentos. A região Sul do país é a que mais registra acidentes
causados por aranhas e escorpiões, enquanto os acidentes por
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serpentes são comuns em todas as regiões do país, principalmente em
áreas de mata.
No caso de acidente com envenenamento, veja o que é indicado e
contraindicado pelo Guia de bolso: animais peçonhentos,da Fundação
Ezequiel Dias (Funed-2015).
Indicado
Lavar o local da
picada com água e
sabão.
Manter o membro
afetado elevado e
procurar
atendimento
médico
imediatamente.
No caso de
acidentes com
cobras, aranhas e
escorpiões,
capturar o animal,
vivo ou morto, para
que ele possa ser
identificado. Esse
procedimento
agiliza o
tratamento.
Contraindicado
Fazer torniquete ou
garrote.
Furar, cortar,
espremer, queimar
ou fazer sucção do
veneno no local da
ferida, pois
aumenta o risco de
infecções.
Aplicar folhas, pó
de café ou terra
para não provocar
infecções.
O envenenamento por animais peçonhentos exige notificação
obrigatória e imediata ao Sinan.
Acidentes com serpentes
Neste vídeo, você aprenderá sobre a morfologia, ecologia e dentição das
serpentes. Também verá casos reais de acidentes com diferentes tipos


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de serpentes (como botrópicos e crotálicos) e saberá o que fazer em
casos de acidentes com animais peçonhentos. Confira!
Atividade 4
O maior número de casos de acidentes com serpentes no Brasil
acontece com jiboia, cascavel e coral-verdadeira. As jiboias não
possuem veneno e matam suas presas por estrangulamento, elas são
classificadas como
Parabéns! A alternativa B está correta.
As serpentes áglifas, também chamadas de aglifodontes, possuem
todos os dentes iguais e maciços, sem nenhum canal ou sulco para a
passagem da peçonha. Por isso, usam a estratégia de matar suas
presas estrangulando-as.
A solenóglifas.
B áglifas.
C opistóglifas.
D proteróglifas.
E basófilas.
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O que você aprendeu neste
conteúdo?
A diversidade dos insetos, suas características morfológicas e
ecológicas e o ciclo de vida das espécies.
As principais doenças causadas por insetos das ordens Hemiptera
e Diptera, como doença de Chagas, leishmaniose, febre amarela,
zika e Chikungunya, além de suas manifestações clínicas, sintomas
e outras características.
Os artrópodes parasitas de importância médica e o ciclo de vida
das espécies.
As principais doenças causadas por pulgas, piolhos, carrapatos e
ácaros, como tungíase, escabiose, febre maculosa e sarna, além de
suas manifestações clínicas, sintomas e outras características.
As características dos animais peçonhentos, incluindo aranhas,
escorpiões, serpentes e abelhas, e os acidentes com esses animais,
os principais sinais e sintomas associados, as formas de prevenir e
de tratar cada caso.
Podcast
Agora, as especialistas Isabel Nogueira Carramaschi e Raquel
Nascimento encerram o assunto discutindo as principais características
epidemiológicas de artrópodes parasitas e animais peçonhentos. Ouça!

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Confira as indicações que separamos para você!
Leia o material Fundamentos básicos de entomologia: aspectos
morfológicos dos insetos, desenvolvido por Luciano Pacelli
Medeiros de Macedo.
Procure o e-book A doença de Chagas e seus principais vetores no
Brasil, desenvolvido pelo IOC/Fiocruz em 2008.
Leia o capítulo 30, Ordem Diptera, de Ruth Leila Ferreira-Keppler et
al., do livro Insetos aquáticos na Amazônia brasileira: taxonomia,
biologia e ecologia, para saber mais sobre os pequenos mosquito-
pólvora, também conhecidos como ceratopogonídeos..
Acesse o Guia de bolso: animais peçonhentos no site do Instituto
Vital Brasil para saber quais são as recomendações em caso de
acidentes.
No portal da Fiocruz, você pode encontrar mais informações sobre
a bactéria Wolbachia e a história desse método que está se
consolidando no combate à dengue no Brasil..
Referências
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laboratório: criação e experimentação [on-line]. Rio de Janeiro: Editora
Fiocruz, 2002.
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SAÚDE. Barriga verde: informativo epidemiológico 2019-2020. Ano XV,
Edição Especial, 2020. Consultado na internet em: 3 mar. 2021.
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Ezequiel Dias, 2015. Consultado na internet em: 3 mar. 2021.
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Pernamb Ciênc Agro, v. 8, p.169-189, 2013.
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3. ed. São Paulo: Roca, 2008.
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RAFAEL, J. A. et al. Insetos do Brasil: diversidade e taxonomia. Ribeirão
Preto: Holos, 2012. 810 p.
RESH, V. H.; CARDÉ, R. T. Encyclopedia of insects. 1. ed. San Diego
Academic Press, 2003. 1.266 p.
RICKLEFS, R. E. A economia da natureza: um livro-texto em ecologia
básica. Tradução de Cecília Bueno, Pedro P. de Lima e Silva. 5. ed. Rio de
Janeiro: Guanabara Koogan, 2003.
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https://stecine.azureedge.net/repositorio/00212sa/02049/index.html?brand=estacio# 84/84Morfologicamente, esses insetos apresentam um aparelho bucal
extremamente especializado, podendo ser adaptado para sugar ou
picar. Seu tamanho varia de 0,5 mm a 130 mm, a coloração
normalmente é uniforme (castanha ou negra) e o corpo mais compacto,
permitindo respostas químicas mais rápidas e complexas.
Das quatro subordens incluídas nessa ordem, a Heteroptera é a que
mais se destaca no contexto médico-veterinário. São organismos
pertencentes a essa subordem os famosos percevejos. Algumas
famílias podem apresentar nomes específicos como maria-fedida
(Pentatomidae) ou barbeiro (Reduviidae).
Maria-fedida (Pentatomidae).
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Barbeiro (Reduviidae).
Com tamanho variando de 0,5 mm a 110 mm de comprimento, os
percevejos geralmente são ovíparos, possuem olho composto bem
desenvolvido, são majoritariamente fitófagos (alimentação de material
vegetal como seiva), considerados pragas de diversas plantas
cultivadas.
Atenção!
No grupo Heteroptera, temos espécies predadoras, que são utilizadas
como controle biológico, e espécies hematófagas (alimentação do
sangue de outros animais), que atuam como vetores. A importância
ecológica e econômica desse grupo está associada aos danos que
causam às culturas de plantas, que servem de sustento ao homem, ou
às doenças que são capazes de transmitir.
Percevejos e triatomíneos
As famílias hematófagas (que se alimentam de sangue) dentro dessa
subordem são Cimicidae e Reduviidae.
Distribuídos mundialmente, os cimicídeos são chamados popularmente
de percevejos-de-cama. Podem apresentar também hábito
ectoparasitário temporário, alimentando-se principalmente de aves e
mamíferos como morcegos e humanos. Dois gêneros podem ser
destacados dos demais nessa família: Cimex e Leptocimex.
Acredita-se que as espécies do gênero Cimex acompanham os seres
humanos desde a época em que viviam em cavernas, com morcegos, o
que contribuiu para uma maior distribuição geográfica, principalmente
as espécies Cimex lectularius e Cimex hemipterus.
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Cimex lectularius.
Cimex hemipterus.
Ambas as espécies vivem em residências humanas, escondendo-se em
fendas e rachaduras. São encontradas também em colchões e
travesseiros, bem como no peridomicílio, em áreas anexas onde se
encontram os animais domésticos ou galinheiros. Esses organismos
não causam doenças diretas ao homem, mas podem provocar erupções
cutâneas severas e espoliação sanguínea, desencadeando anemia.
No mesmo habitat e com o mesmo tipo de alimentação, os chamados
barbeiros assassinos (pelo seu hábito predador), são pertencentes à
família Reduviidae.
Eles apresentam grande importância médica, pois são responsáveis por
desencadear a conhecida doença de Chagas nos homens, enfermidade
amplamente conhecida nas Américas.
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Inseto da família Reduviidae.
A subfamília Triatominae abriga muitas espécies que atuam como vetor,
ou que são vetores em potencial, do Trypanossoma cruzi, agente
etiológico dessa doença. São mais de 100 espécies no mundo capazes
de provocar a doença de Chagas, distribuídas nos
gêneros Panstrongylus, Rhodnius e Triatoma.
No Brasil, as espécies de barbeiro que merecem destaque são: Triatoma
infestans, Triatoma dimidiata, Triatoma barberi, Triatoma brasiliensis,
Triatoma maculata, Triatoma pseudomaculata, Triatoma rubrovaria,
Triatoma sordida, Rhodnius prolixus, Rhodnius ecuadoriensis, Rhodnius
pallescens e Panstrongylus megistus.
Triatoma infestans.
Insetos da ordem Hemiptera:
percevejos e triatomíneos
Neste vídeo, você aprenderá sobre o ciclo de vida e os estágios de
desenvolvimento dos insetos Hemiptera, além de uma visão geral da
morfologia dos adultos e de aspectos ecológicos. Também serão

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abordados os percevejos e triatomíneos e sua importância médica.
Confira!
Atividade 2
Insetos são animais bastante diversos em sua morfologia e ecologia.
De acordo com a sua alimentação, sobre os insetos hematófagos e
fitófagos, podemos dizer que
Parabéns! A alternativa C está correta.
A
hematófagos e fitófagos se alimentam
majoritariamente de seiva.
B
hematófagos e fitófagos se alimentam
majoritariamente de sangue.
C
hematófagos se alimentam majoritariamente de
sangue e fitófagos de seiva.
D
hematófagos e fitófagos se alimentam
majoritariamente de líquido aracnoide.
E
hematófagos e fitófagos se alimentam
majoritariamente de vitelo.
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Os insetos que se alimentam de sangue são classificados como
hematófagos (hemato = sangue) e os que se alimentam de seiva são
classificados como fitófagos (fito = vegetal).
Dípteros nematóceros: psicodídeos,
simulídeos e ceratopogonídeos
A ordem Diptera é constituída por aproximadamente 160 famílias e
inclui os insetos holometábolos conhecidos popularmente como
moscas, mosquitos, mutucas, borrachudos, maruins, entre outros.
Esses insetos apresentam metamorfose completa, ou seja, as formas
imaturas se apresentam como larvas vermiformes com diferente tipo de
alimentação e habitat dos insetos adultos. O estágio intermediário entre
a larva e o adulto é a pupa. São um dos grupos de insetos mais diversos
que existe, podendo ser encontrados em praticamente todos os
continentes e quase todos os habitat existentes.
Inseto da família Diptera.
Os dípteros têm o segundo par de asas modificado em estruturas
responsáveis pela manutenção do equilíbrio durante o voo, conhecidas
como halteres ou balancins. Dessa forma, o nome da ordem faz menção
ao número de suas asas funcionais (di = duas, pteron = asa).
Classicamente, essa ordem é dividida em duas subordens, veja!
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Nematocera
É constituída pelos mosquitos, simulídeos, maruins, pernilongos e
outros dípteros.
Brachycera
Abriga os insetos conhecidos popularmente por moscas e mutucas.
Dípteros nematóceros: psicodídeos, simulídeos e
ceratopogonídeos
Psicodídeos
A subfamília Phlebotominae apresenta maior importância médica
dentro dos psicodídeos.
Esses insetos cosmopolitas são conhecidos popularmente no Brasil
como mosquito-palha ou flebótomos. Medem de 2 mm a 4 mm de
comprimento, apresentam o corpo densamente coberto de pelos finos
em coloração clara; as fêmeas possuem hábito hematófago e suas
formas imaturas são encontradas geralmente em detritos, como solo,
entre as raízes de árvores, chão de cavernas etc.
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Inseto pertencente à subfamília Phlebotominae.
Dos quatro gêneros presentes nas Américas (Brumptomyia, Warileya,
Hertigia e Lutzomyia), Lutzomyia é o que apresenta numerosas espécies
transmissoras de leishmaniose. Essa doença é considerada uma
antropozoonose, ou seja, acomete animais silvestres, homens e cães
domésticos.
Simulídeos
São dípteros nematóceros conhecidos popularmente como
borrachudos, pertencentes à família Simuliidae e amplamente
distribuídos ao redor do planeta. Conhecidos como piuns na região
Norte, esses insetos têm as seguintes características:Medem de 1 mm a 5 mm de comprimento
Apresentam corpo robusto
Possuem coloração escura
O ciclo dos simulídeos é holometabólico, como ocorre em todo o seu
grupo, mas possui a peculiaridade de desenvolver todo o estágio de ovo,
larva e pupa exclusivamente dentro da água corrente. As fêmeas
depositam seus ovos em água corrente, de maneira que toda a fase
imatura desse inseto (ovo, larva e pupa) permanece na água. Quando o
organismo atinge a fase adulta, ele emerge e muda seu nicho para o
ambiente aéreo, conforme demonstramos na imagem a seguir.
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Estágios do ciclo de vida dos simulídeos.
Os simulídeos são hematófagos vorazes, o que causa um punctiforme
característico no local da picada da fêmea. Entre as espécies de
borrachudos, apenas Simulium incrustatum e Simulium guinense têm
hábito hematófago ou oportunista em seres humanos. Observe as
principais estruturas da fêmea de simulídeo.
Principais estruturas da fêmea de simulídeo.
Além da espoliação sanguínea, tanto em humanos quanto em animais,
eles são responsáveis pela transmissão da síndrome hemorrágica de
Altamira e, principalmente, dos vermes nematódeos Onchocerca
volvulus e Mansonella ozzardi, agentes da oncocercose e da
mansonelose, respectivamente.
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Onchocerca volvulus.
Mansonella ozzardi.
No Brasil, a oncocercose (também chamada de doença dos rios) é a que
mais se destaca e é transmitida pela picada da fêmea do simulídeo
contaminada com o filaídeo Onchocerca volvulus. Os pacientes
acometidos com essa doença podem ser assintomáticos ou
apresentarem lesões cutâneas e oculares graves.
Ceratopogonídeos
Conhecidos como mosquito pólvora ou maruins, os ceratopogonídeos
(Família: Ceratophogonidae) são dípteros diminutos, que medem de 1
mm a 5 mm de comprimento e possuem ampla distribuição geográfica,
incluindo o Brasil. As larvas são encontradas em ambientes úmidos ou
aquáticos e apresentam corpo alongado. Os adultos podem ser
encontrados próximos aos locais dos criadouros larvais.
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Inseto pertencente à família Ceratophogonidae.
A maioria das espécies dessa família possui o hábito crepuscular, sendo
as fêmeas hematófagas ou predadoras. A picada dessas fêmeas causa
irritabilidade na pele e muitas vezes é acompanhada de dor intensa.
Dentre os gêneros, destaca-se o Culicoide, pois são os principais vetores
de filarias, protozoários sanguíneos e alguns vírus.
Insetos da ordem Diptera:
flebótomos, borrachudos e maruins
Neste vídeo, você aprenderá sobre os dípteros nematóceros, incluindo
como identificá-los, suas características, ciclo de vida e importância
médica. Confira!
Atividade 3
Uma antropozoonose é uma doença primária de animais e que pode
ser transmitida aos humanos. Um exemplo de antropozoonose é a
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leishmaniose. Entre os gêneros de insetos dípteros, o que apresenta
espécies transmissoras de leishmaniose é o
Parabéns! A alternativa B está correta.
Embora existam quatro gêneros de insetos dípteros, somente um deles
é transmissor da leishmaniose: o gênero Lutzomyia.
Dípteros nematóceros: anofelinos e
culicíneos
Da ordem Diptera, a família Culicidae compreende um grupo de insetos
em que se incluem os mosquitos verdadeiros. Essa família é composta
por duas subfamílias:
Anophelinae, com 488 espécies
Culicinae, com 3.067 espécies
Na subfamília Culicinae, três gêneros são os mais importantes do ponto
de vista médico: os anofelinos do gênero Anopheles (subfamília
Anophelinae) e os culicíneos dos gêneros Aedes e Culex (subfamília
Culicinae). Conheça, a seguir, um pouco mais sobre cada um deles:
A Brumptomyia.
B Lutzomyia.
C Hertigia.
D Warileya.
E Culex.
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Aedes aegypti
São mosquitos que costumam
viver nos domicílios urbanos.
Possuem o hábito de voar curtas
distâncias. É a principal espécie
transmissora das doenças como
dengue, febre amarela, zika e
chikungunya.
Anopheles
São mosquitos que podem voar
longas distâncias e muitas
espécies transmitem malária,
uma doença comum e
potencialmente fatal no Norte do
Brasil, especialmente na
Amazônia.
Culex
Sã it h id
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Os mosquitos se caracterizam por apresentar pequeno porte e possuir
uma probóscide longa e fina, adaptada para sucção e perfuração. As
larvas e pupas são aquáticas e nadam ativamente em águas lentas. A
oviposição das espécies do gênero Culex é bem característica, pois
apresenta os ovos dispostos em forma de jangada. Já os
gêneros Anopheles e Aedes depositam seus ovos isoladamente, porém
podem ser diferenciados do primeiro, pois são flutuadores.
As larvas dos anofelinos, devido à ausência do sifão respiratório,
costumam ficar em uma posição paralela à água; enquanto as larvas
de Aedes e Culex, que apresentam um sifão, ficam em posição vertical.
Formas imaturas dos anofelinos (Anopheles) e culicídeos (Aedes e Culex).
Para diferenciar os principais mosquitos desses três gêneros, podemos
observar a coloração. Confira a seguir como essa característica varia
entre eles.
São mosquitos conhecidos
como pernilongos, muito
presentes nas residências
humanas. Transmitem doenças
como a encefalite e a febre do
Oeste do Nilo.
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Culex
O pernilongo comum é marrom, sendo mais claro do que os mosquitos
da dengue (Aedes) e da malária (Anopheles).
Aedes
O mosquito da dengue é mais escuro e apresenta listras brancas pelo
corpo, bastante visíveis principalmente nas pernas, e um desenho em
formato de lira em seu tórax.
Anopheles
O mosquito da malária também é mais escuro, assim como o da dengue
(Aedes), se comparado com o pernilongo comum (Culex).
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Uma característica interessante dos anofelinos é que, quando estão em
posição de repouso, esses mosquitos ficam com o abdome apontado
para cima, por isso são conhecidos em algumas regiões como
mosquito-prego. Observe!
Culicídeos
1. Fêmea em postura de repouso formando um arco com o
abdome apontando para baixo.
2. Escamas no abdome formam uma cobertura densa sem um
padrão colorido distinto.
3. O abdome é fechado.
Culicídeos em posição de repouso.
Anofelinos
1. Fêmea em postura de repouso típica dos Anopheles, o corpo
forma uma linha reta com o abdome erguido acima da cabeça.
2. As escamas no abdome estão ausentes.
3. O abdome é rombudo ou pontiagudo, dependendo da espécie.
Anofelinos em posição de repouso.
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Os mosquitos apresentam uma ampla distribuição geográfica, que vai
desde regiões temperadas a tropicais, além do Círculo Polar Ártico, com
grande diversidade de espécies. Uma elevada riqueza taxonômicaé
encontrada na região neotropical, com aproximadamente 1.090
espécies conhecidas.
No Brasil, há registros de 371 espécies de mosquitos,
que abrangem 41% das ocorrências neotropicais.
Muitos mosquitos apresentam grande importância
médica por serem vetores de arbovírus, nematódeos e
protozoários, que afetam o homem e outros animais.
Nesse cenário de arboviroses, os mosquitos das espécies Aedes
aegypti e Aedes albopictus se destacam como os principais ou
potenciais transmissores de doenças como dengue, zika, chikungunya e
febre amarela.
Aedes aegypti.
Aedes albopictus.
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Inseto do gênero Hemogagus.
A febre amarela no meio silvestre é causada exclusivamente por outros
mosquitos do gênero Hemagogus e Sabethes. Características e
sintomas das doenças são apresentados a seguir.
 Dengue
Causada pelos vírus DENV-1, DENV-2, DENV-3 ou
DENV-4 da família Flaviridea, pode ser
assintomática ou sintomática e entre os sintomas
encontramos dores no corpo, dores atrás dos olhos
e febre. Em algumas situações pode evoluir e se
tornar grave devido às alterações na coagulação,
ocasionando dengue hemorrágica.
 Zica
Causada pelo zika vírus (ZKV), a doença apresenta
sinais e sintomas como dores, principalmente nas
extremidades, manchas vermelhas com coceira
intensa, podendo provocar olhos vermelhos e
aversão à luz.
 Chikungunya
C d l í CHIKV d f íli T i id
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Insetos da ordem Diptera: Aedes
aegypti, Anopheles e Culex
Neste vídeo, você aprenderá sobre os insetos dípteros nematóceros,
como os anofelinos (Anopheles), o Aedes aegypti e os pernilongos
(Culex). Descubra como identificá-los, suas características, ciclo de vida
e importância médica.
Causada pelo vírus CHIKV da família Togaviridae
(gênero: Alphavirus), tem como sintoma dores
intensas nas articulações, podendo provocar
manchas vermelhas com coceiras e febre alta que
começa subitamente.
 Malária
Causada por protozoários do gênero Plasmodium,
que são transmitidos pela picada de fêmeas do
gênero Anopheles. Essa doença acomete centenas
de milhões de pessoas ao redor do mundo e já
causou a morte de mais de um milhão de pessoas.
No Brasil, a malária ainda é um caso sério de saúde
pública. Provoca sintomas genéricos inicialmente,
mas pode levar a um quadro de encefalopatia
(inflamação do encéfalo). Essa enfermidade tem
como principal vetor o Anopheles darlingi, e
o Plasmodium vivax é a espécie de protozoário
detectada na maioria dos casos.
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Atividade 4
Considere as afirmativas a seguir.
I. Arboviroses são doenças infecciosas causas por arbovírus e
transmitidas para humanos por picada de mosquitos, aranhas e
carrapatos.
II. A febre amarela pode ser transmitida apenas por um único vetor.
III. Alguns simulídeos têm hábito hematófago ou oportunista nos seres
humanos.
Parabéns! A alternativa E está correta.
Arbovírus são os vírus que infectam humanos por meio de transmissão
via picada de mosquitos, aranhas e carrapatos. Um exemplo são os
simulídeos, dípteras que se alimentam de sangue (hematófagos) e
assim transmitem as arboviroses aos humanos. A afirmativa II está
incorreta, pois em ambientes silvestres o vírus causador dessa doença
pode ser transmitido pelos mosquistos Hemagogus e Sabethes e em
meio urbano a transmissão ocorre pelo mosquito Aedes aegypti.
A Somente III é verdadeira.
B Somente I é verdadeira.
C I e II são verdadeiras.
D II e III são verdadeiras.
E I e III são verdadeiras.
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Dípteros braquíceros: mutucas e
moscas
A subordem Brachycera é composta por quatro infraordens, das quais
duas se destacam: Tabanomorpha e Muscomorpha.
Por mais que sejam capazes de gerar diversos benefícios ao meio
ambiente e à sociedade, elas podem causar danos severos à saúde do
homem e dos animais.
As fêmeas desses insetos apresentam comportamento hematófago
para realizar sua oviposição, e o macho normalmente se alimenta de
néctar — não sendo, assim, vetores de doenças.
Haematopota Pluvialis, inseto da infraordem Tabanomorpha.
A seguir, vamos entender melhor sobre essas duas infraordens que mais
se destacam na subordem Brachycera.
Tabanomorpha
Abriga os insetos conhecidos popularmente como mutucas e está
distribuída por diferentes regiões do mundo, somando mais de 4.200
espécies conhecidas. Seu hábito hematófago é influenciado diretamente
por fatores ambientais (temperatura, clima, umidade etc.) e é
essencialmente silvestre. Entretanto, a diminuição da fronteira
mata/cidade com o desmatamento tornou possível maior proximidade
desses insetos com os seres humanos e os animais domésticos.
A picada desse inseto é bem dolorosa, causa irritação e espoliação
sanguínea local. No gado, é comum que se desencadeie anemia severa,
causando graves problemas econômicos pela perda de peso do animal,
redução na produção de leite etc.
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Apesar da grande importância econômica, esse grupo ainda é muito
pouco estudado.
Fêmea de tabanídeo realizando o repasto sanguíneo.
Nos seres humanos, as doenças que são desencadeadas pela picada
desse inseto de forma mais comum são as seguintes:
Tularemia.
Antraz.
Anaplasmose.
Febre Q.
Vários tipos de tripanossomíases e filarioses (linfática ou
dermática).
As mutucas podem causar mais de 30 possíveis enfermidades,
principalmente pelo fato de atuarem como vetor de bactérias, vírus,
protozoários e helmintos.
Muscomorpha
Abriga as chamadas moscas, ou dípteros muscoides, grupo cujo porte
varia de médio a grande (em média 1,5 cm de comprimento), podendo
apresentar variação de cores metálicas com tons azulados, violáceos ou
esverdeados, até cores opacas ou escuras.
Comentário
Por depositarem seus ovos na matéria orgânica animal e vegetal em
decomposição (carcaças de animais, fezes, lixo etc.), as moscas são
tidas como animais imundos e causam repulsa.
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No homem, as moscas são capazes de veicular diversos agentes
patogênicos (bactérias, vírus, fungos, ovos de helmintos etc.). Esses
agentes estão dispostos em todo o corpo das moscas, grudados nos
pelos, nas patas, nas peças bucais (tromba), além das fezes.
A contaminação dos alimentos ocorre principalmente no momento da
ingestão, pois as moscas apresentam, no pelo de suas pernas,
glândulas gustativas que raspam o alimento e, em seguida, regurgitam
enzimas digestivas para conseguir ingeri-lo. Com isso ficam
depositadas enzimas sobre alimentos além de outros microrganismos
que podem estar grudados ao seu corpo.
Inseto da família Sarcophagidae e infraordem Muscomorpha.
Tanto as moscas como os patógenos abrigados por elas encontram
condições favoráveis de proliferação em locais de clima quente, com
condições de higiene precárias. Assim, os fatores climáticos e
socioambientais da região neotropical aceleram seu metabolismo e
ciclo de vida, permitindo a intensificação de sua dispersão populacional,
o que favorece a transmissão de agentes etiológicos de doenças.
As famosas moscas domésticas (pertencentes ao gênero Musca)
também apresentam grande importância na saúdehumana. Por serem
altamente antropofílicas, alimentam-se da matéria orgânica presente no
lixo doméstico, entrando diretamente em contato com os humanos.
Nesse grupo, destacam-se alguns gêneros: Glossina, Chrysomya,
Musca e Dermatobia, que podem transportar, por exemplo, os
protozoários Trypanossoma brucei gambiense e Trypanossoma brucei
rhodesiense. Esta última espécie é a que mais se destaca para a saúde
pública em áreas rurais de países como a África.
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Glossina.
A chamada doença do sono (ou tripanossomíase humana africana)
acontece por meio da picada do inseto vetor pertencente ao
gênero Glossina. As espécies de moscas transmissoras desses
protozoários são conhecidas como tsé-tsé. Veja o que acontece durante
a alimentação dessa mosca na imagem a seguir.
Mosca tsé-tsé no início da alimentação (A) e completamente ingurgitada com sangue — é possível
ver suas traqueias graças ao inchaço (B).
O gado e os animais domésticos e silvestres funcionam como
hospedeiros definitivos para o parasita Trypanossoma brucei
rhodesiense. Essa enfermidade afeta diretamente o sistema nervoso
humano, causando:
Confusão mental.
Mudanças de humor.
Fraqueza.
Convulsões.
Distúrbios no ciclo do sono etc.
Inicialmente ela não causa sintomas severos, mas pode gerar dores na
cabeça e dores nas articulações.
Outro vetor que também realiza a hematofagia, afetando diretamente a
bovinocultura, por causar problemas econômicos, é a mosca-dos-
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estábulos.
Esse é o nome popular da espécie Stomoxys calcitrans (Família:
Muscidae), que realiza seu repasto sanguíneo normalmente em bois e
cavalos.
Stomoxys calcitrans.
Além dessas doenças, as moscas são responsáveis pela miíase
 (conhecida como “bicheira”), uma infecção causada no homem e nos
animais pela larva das moscas da família Calliphoridae (principalmente),
Muscidae e Sarcophagidae. Essa infecção é classificada em primária ou
secundária. Veja a seguir a diferença.
Miíase
Etimologia: myia (do grego mosca).
Nas miíases furunculoides as larvas se alimentam de tecido vivo
e são causadas pela Dermatobia hominis (Linnaeus Jr., 1781)
(Gênero: Dermatobia).
Miíase primária causada pela Dermatobia hominis.
Miíase primária 
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As larvas se alimentam de tecido necrosado e são
desencadeadas por diferentes espécies de três gêneros,
conhecidas como moscas-
varejeiras: Cochliomyia (normalmente Cochliomyia
hominivorax [Coquerel]), Chrysomya (normalmente Chrysomya
megacephala [Fabricius, 1794] e Chrysomya bezziana [Villeneuve,
1914]) e Lucilia (normalmente Lucilia eximia [Wiedemann]).
Miíase secundária.
Algumas espécies desses gêneros podem atuar também como vetor
forético da espécie Dermatobia hominis. Essa é uma associação entre
indivíduos de espécies diferentes conhecida como forésia, em que uma
espécie utiliza outra espécie para dispersar seus ovos, sem causar
prejuízos. Ela pode ser definida também como um caso específico de
comensalismo.
Dependendo da espécie de mosca que irá ovipor, quando as larvas
eclodem, podem penetrar até mesmo na pele íntegra do indivíduo,
usando seu tecido saudável como recurso alimentar complementar.
Veja como ocorre a contaminação pela miíase, seus sintomas e o
diagnóstico.
Miíase secundária 
 Contaminação
Em todos os tipos de miíases, há a penetração das
larvas das moscas através da pele. Essa
penetração pode acontecer em razão de ferimentos
ou pela entrada por cavidades naturais como o
nariz (caso da miíase secundária) ou acontece pelo
contato da larva com regiões expostas da pele
como na miíase primária. Além disso, pode ocorrer
pela ingestão direta de alimentos e água
t i d h d ií
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Normalmente, em caso de berne, o médico utiliza vaselina, esparadrapo
ou toucinho no local da ferida para impedir a entrada de ar pelo orifício.
Assim, a larva precisará migrar para a superfície em busca de oxigênio.
Esse é o momento de “pinçá-la”.
Insetos da ordem Diptera: mutucas e
contaminados, nesse caso chamamos de miíase
acidental ou pseudomiíase.
 Sintomas
No local de penetração, a região afetada apresenta
aspecto avermelhado com um orifício central que
irá constantemente liberar sangue. Os sintomas
geralmente envolvem sensação de fisgada e
coceira na lesão. Na miíase secundária, as larvas
causam severos danos aos tecidos, formando
espécies de “galerias” profundas que podem coçar,
sangrar e causar danos à pele e aos órgãos
(dependendo da profundidade).
 Diagnóstico
Normalmente é feito apenas a partir dos sinais da
doença, e o tratamento envolve basicamente a
retirada manual das larvas, com a devida assepsia e
esterilização dos materiais utilizados. Quando a
lesão é muito grave, normalmente em casos
severos de miíase secundária, é necessária uma
medicação. As medicações orais mais utilizadas
para o tratamento são a ivermectina e antibióticos.

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moscas
Neste vídeo, você aprenderá sobre os insetos dípteros braquíceros,
como as mutucas e as moscas. Também verá como identificá-los, suas
características, ciclo de vida e importância médica. Assista!
Atividade 5
As moscas podem transmitir diversos microrganismos que causam
doenças tanto em humanos como em outros animais. Além da falta de
higienização, que outro fator pode contribuir para proliferação de
moscas?
Parabéns! A alternativa A está correta.
As moscas se reproduzem mais facilmente no clima quente, porque as
altas temperaturas facilitam a decomposição do material sobre o qual
A Clima quente
B Solo arenoso
C Uso de inseticidas
D Plantação de frutas
E Clima temperado
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se desenvolvem.
2 - Artrópodes parasitas e causadores de doenças
Ao final deste módulo, você será capaz de reconhecer os principais artrópodes parasitas
causadores de doenças pertencentes à ordem Siphonaptera, à subordem Anoplura e à
subclasse Acari.
Ordem Siphonaptera: as pulgas
Introdução aos ectoparasitas
Antes de falarmos sobre os artrópodes, é preciso definir o que são os
ectoparasitas, animais de diferentes espécies que vivem na pele e nos
pelos do hospedeiro. São considerados parasitas, pois se beneficiam
dos nutrientes do hospedeiro enquanto o prejudica, e diferenciam-se dos
endoparasitas porque não se instalam dentro do corpo do hospedeiro
(como os vermes), mas fora do corpo do hospedeiro.
Os ectoparasitas causam uma série de doenças ectoparasitárias, como:
Escabiose
Pediculose
Tungíase
Febre maculosa
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Essas doenças são bastante frequentes em diversas comunidades
carentes no Brasil e podem evoluir para quadros clínicos graves.
Estudos epidemiológicos apontam que até dois terços da população de
comunidades carentes nas grandes cidades e em áreas rurais são
acometidas por ao menos um tipo de ectoparasitose, sendo os mais
comuns:
Piolho
Pediculus humanus capitis.
Sarna
Ácaro Sarcoptes scabiei.
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Pulga
Tunga penetrans, também conhecida como bicho-de-pé.
O controle dos ectoparasitas no Brasil é um desafio para a saúde
pública devido à dificuldade de manejo das infestações, à falta de
atenção da população e dos profissionais de saúde, e aos aspectos
biológicos de alguns ectoparasitas, que têm ciclos de vida complexos
em animais reservatórios.
Ordem Siphonaptera: as pulgas
As pulgas são pequenos insetos ectoparasitas não voadores
(comprimento entre 2,5 mm a 3,0 mm), hematófagos, sem asas
(ápteros), com três pares de pernas longas, corpo marrom escuro e
achatado verticalmente.
São excelentes saltadoras, apresentam ao longo do corpo diversas
cerdas grossas e curtas, além de espinhos voltados para trás formando
uma espécie de pente, característica que facilita a locomoção no
hospedeiro, e aparato bucal picador-sugador.
Principais partes da pulga.
Ao longo de seu desenvolvimento, as pulgas passam por diferentes
fases. Vamos conhecê-las!
Ovos
D it d h d i
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Podem ter seu ciclo completo em semanas ou meses, dependendo das
condições do ambiente no qual se encontrem.
Em muitos casos, as formas imaturas são de difícil visualização, isso
dificulta o controle da infestação. Apesar de serem muito comuns
infestando cães e gatos (espécie Ctenocephalides felis), as pulgas da
espécie Tunga penetrans podem parasitar os seres humanos. Muitas
espécies são parasitas de mamíferos, e outras também podem infestar
aves.
Saiba mais
A peste bubônica, que matou ⅓ da população europeia no século XIV, é
transmitida pela pulga do rato, quando infectada pela bactéria Yersinia
pestis.
Nos humanos, esse sifonáptero é responsável por uma parasitose
conhecida como tungíase, que é causada por fêmeas grávidas de Tunga
penetrans que habitam o solo de zonas arenosas. A contaminação
ocorre quando a pessoa pisa no solo arenoso sem nenhuma proteção
nos pés. A fêmea grávida penetra na pele humana com a cabeça e
deposita seus ovos no exterior. Conheça o ciclo de vida dessas fêmeas!
Depositados no hospedeiro ou
no chão.
Larvas
Sem patas e cegas, alimentam-
se de fezes de adultos.
Pupa
Origina as formas adultas.
Inseto adulto
Hematófago, capaz de se
alimentar durante meses.
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Ciclo de vida da Tunga penetrans.
A maioria das lesões decorrentes da tungíase aparece nos pés, mas em
alguns casos, as mãos também podem ser afetadas.
As lesões podem ocorrer de forma isolada ou em elevado número,
dependendo da quantidade de pulgas presentes no solo. Uma típica
lesão causada por essa espécie apresenta-se como uma pequena
pápula marrom escura com um halo fino e claro ao seu redor. É comum
a ocorrência de dor ou prurido. Em casos mais graves, podem ocorrer
infecções secundárias e até abscessos no local de penetração.
Sola do pé com típica lesão de tungíase.
O diagnóstico é realizado de forma clínica e a partir de relatos do
paciente que indiquem o contato com o solo infestado. O tratamento é
realizado com a extração manual das pulgas com auxílio de agulha
estéril. É importante que todo o parasita seja retirado. Em seguida, deve-
se utilizar antisséptico no local da ferida.
Em caso de infecções secundárias, devemos tratar com
antibioticoterapia tópica ou sistêmica. A principal forma de prevenir a
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tungíase consiste basicamente em evitar contato com solo
contaminado e usar calçados fechados. A descontaminação do local
infestado, por meio de medidas sanitárias, também deve ser adotada.
Ectoparasitas e pulgas
Neste vídeo, você vai aprender o que são ectoparasitas e ver alguns
exemplos. Depois, conhecerá as pulgas, da ordem Siphonaptera, e
saberá como identificá-las, além de entender suas características, ciclo
de vida e importância médica. Confira!
Atividade 1
A tungíase caracteriza-se por uma lesão com pápula marrom escura e
um halo fino e claro ao seu redor. Qual é o agente causador dessa
doença?

A Aedes aegypti - pulgas.
B Tunga penetrans - barbeiro.
C Tunga penetrans - pulgas.
D Schistosoma mansoni - caramujo.
E
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Parabéns! A alternativa C está correta.
Tungíase é uma parasitose causada por fêmeas grávidas de uma
espécie de pulga, a Tunga penetrans. A contaminação ocorre quando o
indivíduo pisa no solo sem proteção nos pés. A fêmea grávida penetra
na pele humana com a sua cabeça e libera seus ovos para o exterior.
Subordem Anoplura: os piolhos
sugadores
Os piolhos, insetos da ordem Phthiraptera, são pequenos artrópodes
que medem de 0,5 mm a 8 mm de comprimento e exclusivamente
parasitas de aves e mamíferos. A morfologia externa dos piolhos
consiste em um corpo achatado dorsoventralmente, com a cabeça
horizontal menor e distinta do tórax, um aparelho bucal sugador, com
três pares de pernas robustas e garras que facilitam a aderência aos
pelos, cabelos ou penas do hospedeiro.
Morfologia do piolho.
Angiostrogylus costericensis - abelha.
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Eles são desprovidos de ocelos e asas, e a coloração do corpo varia de
marrom claro ao cinza escuro à medida que vão se alimentando do
sangue do hospedeiro.
Existem mais de 5 mil espécies de piolhos ao redor do mundo. Quase
um quinto delas estão distribuídas pelo Brasil, porém apenas 30
espécies são capazes de causar algum tipo de doença.
Ocelos
Um olho primitivo, um órgão de visão simples encontrado em alguns
artrópodes.
Os piolhos sugadores de sangue, responsáveis por parasitar os seres
humanos, estão presentes na subordem Anoplura e são do
gênero Pediculus.
A Pediculus humanus capitis é a principal espécie parasita de humanos,
que causa a pediculose. A mais conhecida é a pediculose do couro
cabeludo.
Pediculus humanus capitis preso no couro cabeludo.
A seguir, vamos entender como funciona a pediculose do couro
cabeludo.
1
Os piolhos se instalam no folículo piloso (base do cabelo) e lá
depositam seus ovos, chamados de lêndeas. Estas se fixam na
base do cabelo, bem próximas ao couro cabeludo e apresentam
um formato oval, com coloração amarela leitosa. As ninfas
podem levar de 6 a 9 dias para eclodir das lêndeas.
2
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Uma semana após a eclosão, as ninfas se tornam piolhos
adultos. As fêmeas são geralmente maiores que os machos e
capazes de depositar até oito lêndeas por dia. Como são
parasitas obrigatórios, os piolhos adultos precisam se alimentar
de sangue várias vezes ao dia para sobreviver, por isso se
mantêm constantemente sobre o hospedeiro. Dessa forma, o
ciclo de vida dos piolhos é tido como autoxênico, ou seja, todas
as formas são encontradas em apenas um hospedeiro.
Os piolhos adultos podem viver até 30 dias na cabeça de um hospedeiro
e costumam morrer em 2 dias quando fora dela. Veja a seguir o ciclo de
vida do P. humanus spp.
Ciclo de vida do P. humanus spp.
Os principais sintomas da pediculose são intensa coceira no couro
cabeludo, que resulta em feridas causadas pelo ato de coçar; marcas
visíveis daspicadas dos insetos; e aumento dos gânglios linfáticos.
Os casos mais graves de infestação podem desencadear infecções
secundárias. Crianças com infecções severas correm o risco de
desenvolver quadro de anemia em razão da elevada quantidade de
sangue sugado pelos ectoparasitas. As crianças infestadas ainda
podem apresentar baixo desempenho escolar por dificuldade de
concentração resultante da coceira ininterrupta e de distúrbios do sono.
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Criança com pediculose.
A via de transmissão mais comum ocorre pelo contato de cabeça com
cabeça. Porém, ao contrário do que muitos pensam, não é fácil de ser
transmitido. É necessário contato repetido e prolongado para que taxas
significantes de transmissão sejam atingidas.
Comentário
O tratamento da pediculose se dá através da administração de
ivermectina, porém a droga só tem eficiência contra as formas adultas
do parasito. É necessária a repetição do tratamento ao longo dos dias. O
tratamento baseado na aplicação de substâncias tópicas (por resultar
em baixa adesão do medicamento no couro cabeludo) pode levar à
dificuldade no tratamento e à resistência do parasita em relação a várias
dessas substâncias.
Além das espécies apresentadas, destacam-se também o piolho de
corpo e o piolho púbico. Vamos conhecê-los!
Pediculus humanus var. corporis
Conhecido como piolho de corpo, essa espécie é vetor de doenças
como tifo, febre das trincheiras e febre recorrente. Esses piolhos
causam coceira e pequenas picadas vermelhas na pele.
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Phthirus pubis
Conhecido como piolho púbico (chato), é um inseto parasita
responsável pela pediculose pubiana, sendo transmitido sexualmente e
também por fômites (como toalhas, roupas de uso diário e de cama).
Infesta os pelos pubianos e perianais, mas pode se espalhar para as
coxas, tronco e pelos faciais (barba, bigode e cílios).
Os piolhos sugadores
Neste vídeo, você aprenderá sobre os piolhos, ectoparasitas da
subordem Anoplura. Também verá como identificá-los, suas
características morfológicas, ecológicas, seu ciclo de vida e sua
importância médica. Confira!
Atividade 2
Uma criança começa a se queixar de cansaço e fraqueza, além de
apresentar coceira persistente no couro cabeludo. Esses sintomas
podem indicar que a criança está com piolho, pois

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Parabéns! A alternativa B está correta.
Os piolhos são hematófagos e se alimentam do sangue do hospedeiro.
Se uma criança ficar infestada por muito tempo, esses parasitas
podem consumir tanto sangue que podem causar anemia.
Subclasse Acari: os carrapatos e os
ácaros
Além de insetos como a pulga e o piolho, outros artrópodes podem
atuar como ectoparasitas dos seres humanos. Os ácaros e os
carrapatos são animais pertencentes à classe Arachnida, assim como
as aranhas e os escorpiões. Porém, diferentemente desses últimos, os
ácaros e os carrapatos fazem parte da subclasse Acari (ou Acarina). A
seguir vamos conhecer mais sobre eles.
A
o piolho infecta a corrente sanguínea com substância
tóxica.
B em casos graves pode desenvolver anemia.
C o piolho secreta uma substância que causa alergia.
D
é frequente o ser humano ter sua imunidade reduzida
em caso de pediculose.
E
o piolho pode acometer os músculos quando detectado
tardiamente.
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Ácaros em colchão.
Carrapatos
São pequenos aracnídeos hematófagos e ectoparasitas da ordem
Ixodida. Eles estão distribuídos por todo o planeta, tanto em áreas rurais
como em áreas urbanas. São um dos principais vetores de diversos
vírus, bactérias (especialmente as riquétsias) e protozoários e
transmitem inúmeras doenças aos seres humanos e a outros animais.
Eles costumam viver em touceiras, no mato, no chão, em regiões de
clima úmido ou seco.
Curiosidade
Carrapatos são animais extremamente antigos. Registros fósseis
sugerem sua existência há pelo menos 90 milhões de anos. Há mais de
800 tipos desses aracnídeos.
Os carrapatos geralmente têm a forma ovalada e, enquanto não se
alimentam, apresentam um aspecto achatado dorsoventralmente.
Porém, à medida que vão se alimentando, com frequência adquirem
formas convexas e até esféricas. A carapaça quitinosa de exoesqueleto
que reveste seu corpo impede o animal de se romper enquanto seu
tamanho é dilatado. Observe a morfologia de um carrapato.
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Morfologia do carrapato.
No Brasil, os carrapatos do gênero Amblyomma, principalmente a
espécie Amblyomma cajennense, são os principais reservatórios da
bactéria Rickettsia rickettsii, causadora de uma doença conhecida como
febre maculosa.
Amblyomma cajennense.
Esses carrapatos apresentam ampla distribuição por todo o território
brasileiro e são conhecidos popularmente como carrapato-estrela,
carrapato-do-cavalo ou rodoleiro. Suas ninfas são conhecidas por
“vermelhinhos” e suas larvas por “carrapatinhos” ou “micuins”. Cavalos,
capivaras e gambás desempenham papel importante no ciclo de
transmissão da febre maculosa.
Esses animais servem como reservatórios de Rickettsia e como
transportadores dos carrapatos infectados. Veja a seguir o ciclo de vida
do Amblyomma sp.
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Ciclo de vida do Amblyomma sp.
Vamos agora entender alguns aspectos importante sobre a febre
maculosa.
A febre maculosa é uma infecção febril aguda que pode variar
em gravidade, manifestando-se em seres humanos de forma leve
e atípica ou de forma grave, com alta taxa de letalidade.
Principalmente na região Sudeste do Brasil.
A infecção não ocorre de forma imediata; geralmente, o
artrópode fica preso ao hospedeiro por 4 a 6 horas para que a
bactéria seja inoculada, e não há contágio entre pessoas.
Doença 
Ocorrência 
Transmissão 
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Após um período de incubação de 2 a 14 dias, surgem os
primeiros sintomas, que não são muito específicos, como febre
alta, dor de cabeça, dores musculares intensas, mal-estar,
náuseas e vômitos, podendo ser confundidos com outras
doenças. Geralmente, entre o segundo e o quinto dia, aparece o
sintoma mais importante: uma erupção cutânea maculopapular
avermelhada, que pode evoluir para manchas roxas e pequenas
lesões, principalmente nas pernas.
Se não tratado, o paciente pode desenvolver necrose nas
extremidades. Nos casos graves, também podem ocorrer
inchaço das pernas, aumento do fígado e baço, diarreia, dor
abdominal, problemas renais com insuficiência renal aguda, e
outros sintomas gastrointestinais como náusea e vômito.
Identificar a doença é difícil, especialmente em sua fase inicial.
No entanto, a pessoa com suspeita de febre maculosa deve
procurar um hospital imediatamente.
O manejo da doença pode começar sem esperar pelos
resultados laboratoriais. Se iniciado nos primeiros cinco dias da
infecção, a febre geralmente desaparece em 24 a 72 horas.
Mesmo após a febre cessar, é importante continuar o uso de
medicamentos por mais três dias. O antibiótico doxiciclina é o
principalusado em casos leves e moderados.
Usar calças compridas, inserindo a parte inferior por dentro de
botas (preferencialmente de cano longo e vedadas com fita
adesiva de dupla face); e retirar os carrapatos do corpo com uma
pinça e não os esmagar com as unhas, para evitar contaminação
de outras partes do corpo com lesões.
Sinais e sintomas 
Diagnóstico 
Tratamento 
Medidas de prevenção 
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A vigilância sanitária tem a obrigação de alertar a população
sobre a infestação de carrapatos em locais públicos.
Ácaros
São pequenos aracnídeos que podem ser encontrados com frequência
nas residências, principalmente em colchões, travesseiros e almofadas,
onde se alimentam de restos celulares oriundos da descamação da
pele.
Os ácaros apresentam corpo sem segmentação com extrema fusão dos
segmentos do corpo, formando o ideossoma.
Microscopia eletrônica de um ácaro.
Já os outros aracnídeos apresentam o corpo segmentando com o
prossoma e opitossoma. Apresentam uma estrutura anterior bem
característica, chamada de gnatossoma, local onde estão localizadas as
peças bucais. Têm quatro pares de patas no estado adulto e geralmente
tamanho muito reduzido, os maiores com aproximadamente 0,75 mm —
assim, os ácaros só podem ser visualizados com auxílio de um
microscópio e são facilmente carregados pelo ar. Vamos conferir a
seguir a morfologia externa de um ácaro.
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Morfologia externa do ácaro.
Os ácaros desencadeiam reações de hipersensibilidade na pele do
hospedeiro, causando dermatites. Ademais, estão relacionados com
alergias respiratórias, como asma e rinite alérgica.
Entre as várias espécies existentes, a Sarcoptes scabiei hominis é
responsável pela principal dermatite causada por ácaros, a escabiose
humana, conhecida como sarna. É transmitida por relações sexuais ou
objetos compartilhados, como roupas de cama. A doença apresenta
uma prevalência de 10% entre a população carente, que vive em
condições precárias de higiene e em constante aglomeração.
Sarcoptes scabiei hominis.
O ciclo de vida dessa espécie apresenta os seguintes estágios:
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Ovo
Larva
Ninfa
Adultos
As fêmeas adultas podem depositar até três ovos por dia. A fase larval,
que ocorre após a eclosão dos ovos, dura cerca de quatro dias, com as
larvas apresentando apenas três pares de pernas. Após a muda das
larvas, são originadas as ninfas com os quatro pares de pernas
característicos dos aracnídeos.
Os adultos apresentam forma de saco, arredondada. As fêmeas
possuem de 0,30 mm a 0,45 mm de comprimento, enquanto os machos
são muito menores. Após a cópula, as fêmeas férteis procuram na
superfície da pele do hospedeiro um local adequado para depositar seus
ovos: perfuram a pele e cavam túneis onde depositam os ovos. A
longevidade média de uma fêmea adulta é de dois meses. Observe o
ciclo de vida do Sarcoptes scabiei hominis nesta imagem:
Ciclo de vida do Sarcoptes scabiei hominis e transmissão da sarna.
Agora veja os estágios da Sarcoptes scabiei hominis na epiderme.
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Estágios da Sarcoptes scabiei hominis na epiderme.
Durante o ciclo, os produtos metabólicos liberados pelos ácaros
desencadeiam uma reação alérgica que acarreta intenso prurido na pele
lesada, principalmente durante a noite.
As lesões podem ser perceptíveis a olho nu, apresentando-se como
pequenos trajetos lineares um pouco avermelhados com pontos
escoriados ou cobertos por crosta.
Entretanto, quanto mais o local é danificado pelo ato de coçar, mas
difícil fica de observar as linhas. Essas lesões podem evoluir para
infecções secundárias mais graves.
Lesões da escabiose.
O ácaro pode afetar qualquer área do corpo, porém as regiões mais
acometidas são entre os dedos das mãos e dos pés, ao redor dos
pulsos e cotovelos, nas axilas, na dobra do joelho e ao redor da cintura.
Em crianças pequenas e bebês, é comum acometer as regiões da
cabeça, pescoço e palmas das mãos.
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O principal medicamento utilizado para o tratamento da sarna é a
ivermectina. Além disso, para o efetivo controle da escabiose, é
necessário o tratamento de todos os familiares e parceiros sexuais,
mesmo daqueles que não manifestarem sintomas.
Carrapatos e ácaros
Neste vídeo, você conhecerá o ciclo de vida e os estágios de
desenvolvimento dos carrapatos e ácaros. Além disso, você verá a
morfologia dos adultos e seus aspectos ecológicos, as doenças que
causam, os sinais e sintomas, as formas de prevenção e tratamento.
Assista!
Atividade 3
No Brasil, os carrapatos Amblyomma cajennense são os principais
reservatórios da bactéria Rickettsia rickettsii, causadora da febre
maculosa. Os sinais e sintomas dessa doença são

A náuseas, vômitos, exantema entre outros.
B mialgia intensa, coceira e perda de visão.
C erupção na pele, aumento de glicemia e labirintite.
D dor de cabeça, visão turva e exantema.
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Parabéns! A alternativa A está correta.
Os principais sintomas da febre maculosa são febre, dor de cabeça
intensa, náuseas e vômitos, diarreia e dor abdominal, dor muscular
constante, inchaço e vermelhidão nas palmas das mãos e sola dos pés,
gangrena nos dedos e orelhas, além de paralisia dos membros que
inicia nas pernas e vai subindo até os pulmões causando paragem
respiratória.
3 - Acidentes com animais peçonhentos
Ao final deste módulo, você será capaz de descrever os principais acidentes causados pelos
animais peçonhentos.
Caracterização dos animais
peçonhentos
Para caçar ou se defender, alguns animais (vertebrados ou
invertebrados) possuem a capacidade de inocular substâncias tóxicas
produzidas em glândulas especializadas em seu corpo. São conhecidos
como animais peçonhentos e são responsáveis por inúmeros acidentes,
tanto em áreas urbanas quanto em áreas rurais.
E somente exantema.
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O veneno (ou peçonha) produzido por esses animais pode ser inoculado
de inúmeras formas. Veja como acontece em alguns deles:
Ofídios - cobras e serpentes
A inoculação do veneno ocorre
por meio de dentes
especializados. 
Aracnídeos - escorpiões
A inoculação do veneno ocorre
através do aguilhão, estrutura
bem característica desses
animais, localizada na ponta de
sua cauda. 
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Animais peçonhentos possuem preferência por ambientes quentes e
úmidos e são encontrados em matas fechadas, trilhas e próximo a
residências com lixo acumulado. Manter a higiene do local e evitar
acúmulo de coisas é a melhor forma de prevenir acidentes desse tipo.
Atenção!
Os acidentes causados por animais peçonhentos são um problema de
saúde pública no Brasil devido ao alto número de casos anuais e às
possíveis complicações resultantes desses ataques. Cerca de 110 mil
acidentes com animais peçonhentossão registrados no Brasil a cada
ano.
Existem animais conhecidos como venenosos que não são
considerados peçonhentos, como algumas espécies de sapos, lagartas
(a taturana) ou peixes (o baiacu). Os animais venenosos são aqueles
Aracnídeos - aranhas
A inoculação do veneno ocorre
através das quelíceras,
apêndices responsáveis por
injetar o veneno.
Insetos - abelhas
africanizadas
A inoculação do veneno ocorre
através do ferrão. Localizado na
ponta do abdome, é a estrutura
inoculadora.
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que não possuem nenhum órgão, apêndice ou estrutura capaz de
inocular o veneno. Nesses casos, o envenenamento ocorre pela
ingestão ou contato e não por inoculação.
Cuidados com animais peçonhentos
Neste vídeo, você verá as características dos animais peçonhentos,
exemplos desses animais e cuidados que devemos ter em relação a
eles. Além disso, conhecerá estatísticas sobre acidentes com animais
peçonhentos no Brasil e regiões/locais mais perigosos. Confira!
Atividade 1
Os escorpiões inoculam o veneno através do aguilhão, já as serpentes
são consideradas ofídios, isso porque

A o veneno é inoculado por dentes especializados.
B o veneno é inoculado pelos metâmeros.
C o veneno é inoculado pelos olhos.
D o veneno é inoculado pela língua.
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Parabéns! A alternativa A está correta.
As serpentes são animais ofídios, pois o veneno é inoculado pelos
dentes especializados, diferente de outros animais peçonhentos como
as aranhas e os escorpiões.
Abelhas
São animais invertebrados pertencentes à ordem Hymenoptera.
Diferenciam-se das vespas (também chamadas de marimbondos) por
se alimentarem de pólen e néctar.
Destaca-se nesse grupo a abelha africanizada chamada Apis mellifera,
uma espécie resultante do cruzamento de abelhas europeias com
abelhas africanas, que foram trazidas para o Brasil na década de 1950
com a intenção de potencializar a produção de mel no país. Essa
espécie vive muito bem no clima da região tropical e, atualmente, são
encontradas em todo o Brasil.
Apis mellifera.
Os enxames e as colônias se instalam em variados locais naturais ou
artificiais, tais como ocos de árvores, muros, caixas de luz, bueiros,
pneus velhos, postes e telhados.
A Apis mellifera mede em torno de 2 cm de comprimento e tem como
principais características morfológicas a cabeça e o tórax com
E o veneno é inoculado pela pele.
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coloração enegrecida e anéis abdominais nas cores preta e amarela
alternadamente.
Morfologia das abelhas.
As abelhas, em geral, têm o hábito de viver em sociedade e são divididas
em castas. Veja!
Abelha-rainha
Responsável pela reprodução e por manter a colônia unida.
Operárias
Estão sempre presentes em grande número e são as
responsáveis pela maior parte das atividades, tais como
produção de mel, defesa da colmeia, cuidados com a cria,
produção de cera e da geleia real e coleta de água, néctar e
pólen.
Zangões
Em menor número, existem as abelhas machos, os zangões,
que não possuem ferrão e são responsáveis pela fecundação
da rainha.
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Já a reprodução das abelhas pode acontecer de duas formas distintas:
Reprodução sexuada
Após a fecundação, a
abelha-rainha deposita
os ovos que darão
origem às abelhas-
operárias, passando por
alguns estágios larvais.
Se, durante a fase larval,
uma larva imatura for
alimentada com geleia
real por mais de três
dias, ela se transforma
em abelha-rainha ao
atingir a fase adulta.
Reprodução assexuada
A produção de zangões
ocorre pela reprodução
assexuada, a partir de
ovos não fecundados.
Nesse processo,
conhecido como
partenogênese, o
embrião se desenvolve
sem a necessidade de
fecundação entre
gametas masculinos e
femininos.
Por apresentarem características comportamentais bem defensivas (os
animais peçonhentos atacam quando se sentem ameaçados), as
abelhas são conhecidas popularmente como abelhas assassinas, em
razão de sua agressividade e ao fato de serem territorialistas. No
entanto, atuam na natureza com um importante papel ecológico de
agentes polinizadores. Ao visitarem flores em busca de pólen e néctar,
as abelhas acabam transportando os grãos de pólen aderidos ao seu
corpo, contribuindo assim com a polinização das plantas.
A grande adaptação de abelhas ao meio antrópico
associada à agressividade ressalta a importância do
estabelecimento de medidas de vigilância
entomológicas adequadas. Estudos indicam ainda que
as vítimas de abelhas africanizadas recebem dez
vezes mais picadas do que as vítimas de abelhas
europeias.
Os acidentes causados por abelhas ocorrem devido ao envenenamento
pela inoculação de substâncias tóxicas através do ferrão, podendo
resultar de uma única picada, de algumas ou de múltiplas picadas.
As manifestações clínicas são locais e sistêmicas. As locais são dor,
eritema (vermelhidão) e edema (inchaço). As sistêmicas são prurido,
rubor e calor generalizado, podendo surgir pápulas e placas
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urticariformes disseminadas. Quanto aos casos moderados e graves,
podemos citar os seguintes sintomas:
Moderados
Hipotensão, taquicardia, cefaleia, náuseas, vômito, cólicas abdominais e
broncoespasmos.
Graves
Choque anafilático, insuficiência respiratória, rabdomiólise e hemólise,
resultando em anemia, icterícia e hemoglobinúria, com evolução para
oligúria e insuficiência renal aguda.
Como tratamento, os ferrões devem ser retirados o mais rápido possível
e iniciar as compressas frias. Quando sintomático, indicam-se a
ingestão de analgésicos, o uso de anti-inflamatórios não esteroidais e
anti-histamínicos e corticoides, caso haja inchaço.
Acidentes com abelhas
Neste vídeo, você aprenderá sobre a morfologia, o comportamento e a
ecologia das abelhas, além de sua importância econômica e médica.
Também verá um caso real de acidente com abelhas, incluindo suas
características, seus sinais, sintomas e tratamentos. Confira!
Atividade 2
Os acidentes com abelhas ocorrem pelo envenenamento inoculado por
ferrão. Para amenizar as dores, indica-se a ingestão de analgésicos e
em caso de inchaço também são indicados
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Parabéns! A alternativa B está correta.
Em alguns casos, o uso de um anti-histamínico é recomendado para
tratar picadas que estejam inchadas e coçando, pois eles atuam
impedindo a liberação da histamina, podendo diminuir o inchaço.
Aracnídeos
As aranhas e escorpiões, pertencentes à classe Arachnida, estão
distribuídos em todos os ecossistemas. Tanto os aracnídeos como os
insetos fazem parte do filo Arthropoda, ou seja, são conhecidos como
animais artrópodes. No entanto, os aracnídeos apresentam algumas
diferenças em relação aos insetos, como:
Presença de quatro pares de pernas.
Ausência de antenas.
Divisão do corpo em duas partes: cefalotórax e abdome.
Além disso, aracnídeos apresentam um par de pedipalpos (com função
sensitiva) e um par de quelíceras (com função na alimentação).
A torniquete.
B anti-histamínicos.
C braceletes.
D antitérmicos.
E antifúngicos.
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