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PRODUÇÃO DE SABÃO DE ÓLEO BABAÇU

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0 
 
UNIVERSIDADE FEDERAL DO MARANHÃO 
CENTRO DE CIÊNCIAS EXATAS E TECNOLOGICAS 
BACHARELADO INTERDISCIPLINAREM CIÊNCIA E TECNOLOGIA 
 
 
ALCINO ARAUJO NASCIMENTO NETO 
JEFFERSON MOURA SANTOS 
MATHEUS FONTENELE DO CARMO 
PABLO RAMALHO LUCIO 
SAMARA DA PAIXAO SANTOS VIEIRA 
 
 
 
 
 
 
 
PRODUÇÃO DE SABÃO DURO DE ÓLEO BABAÇU 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
São Luís - MA 
2015 
1 
 
ALCINO ARAUJO NASCIMENTO NETO 
JEFFERSON MOURA SANTOS 
MATHEUS FONTENELE DO CARMO 
PABLO RAMALHO LUCIO 
SAMARA DA PAIXAO SANTOS VIEIRA 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
PRODUÇÃO DE SABÃO DURO DE ÓLEO BABAÇU 
Trabalho apresentado à disciplina Fundamentos de 
Química Orgânica e Biotecnologia do curso de 
Ciência e Tecnologia da Universidade Federal do 
Maranhão - UFMA, como requisito para a obtenção 
da terceira nota semestral. 
 
Orientador: Prof. Dr. Jose Renato De Oliveira Lima 
 
 
 
 
 
 
 
 
São Luís - MA 
2015 
2 
 
RESUMO 
 
O trabalho começa tratando do contexto histórico do sabão, dando uma visão geral 
de como ele surgiu, e como os métodos de fabricação do mesmo evoluíram até o 
que é hoje. Trata-se apenas de uma breve formalização do texto, pois o que é 
tratado de fato é reação de saponificação e tudo que envolve este processo e seus 
derivados, como é o caso dos lipídeos, que são matéria prima básica para a 
fabricação do sabão, assim como o hidróxido de sódio ou potássio itens essenciais 
de sua constituição. Na reação de hidrólise ácida ocorre a formação de glicerol que 
é um importante armazenador de energia, o qual é base da membrana de muitos 
seres vivos dentre outras várias utilidades na indústria na produção de diversos 
produtos. Enquanto que na reação de hidrólise básica ocorre a formação de sais de 
ácidos graxos os quais são chamados popularmente de sabão, que tanto podem ser 
líquidos como em barra, os quais nos são de enorme utilidade vista sua capacidade 
de limpeza determinado por sua constituição molecular, a qual possui característica 
polar e apolar, onde uma de suas extremidades se uniu com moléculas de gordura, 
pois é lipofílica, e a outra com moléculas de água, pois é hidrofílica, constituindo 
assim sua capacidade de limpeza. A partir dessas informações de cunho 
basicamente teórico, o trabalho termina com os resultados da parte prática, onde foi 
realizada a reação em questão, seguindo um roteiro pré-estabelecido cujo qual 
presou pela praticidade em detrimento da complexidade, pois tem como função 
ensinar ao público como fazer sabão de forma rápida eficaz e segura. 
 
Palavras-Chave: Sabão. Óleo de Babaçu. Reação de Saponificação. Limpeza. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
3 
 
SUMÁRIO 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
1 Introdução....................................................................................................... 4 
2 Fundamentação Teórica................................................................................ 5 
2.1 História e Evolução do Sabão.......................................................................... 5 
2.2 Produção Industrial do Sabão.......................................................................... 7 
2.3 Propriedades e Classificações do Sabão......................................................... 7 
2.3.1 Índice de saponificação.................................................................................... 7 
2.3.2 Tipos de Sabões............................................................................................... 8 
2.4 Potencial Oleaginoso do Coco Babaçu............................................................ 8 
3 Principais Matérias Primas do Sabão Duro................................................. 9 
3.1 Óleos e Gorduras............................................................................................. 9 
3.1.2 Ácidos Graxos.................................................................................................. 10 
3.1.3 Glicerol.............................................................................................................. 12 
3.2 Soda Cáustica.................................................................................................. 13 
4 Questão ambiental.......................................................................................... 16 
5 Química do sabão.......................................................................................... 17 
5.1 Reação de Saponificação................................................................................ 17 
5.2 Ação de Limpeza.............................................................................................. 19 
6 Objetivos ........................................................................................................ 24 
6.1 Objetivo Geral.................................................................................................. 24 
7 Metodologia ................................................................................................... 24 
7.1 Reagentes e Materiais ..................................................................................... 24 
7.2 Procedimento Experimental............................................................................. 25 
8 Conclusão ...................................................................................................... 26 
 Referência Bibliográfica................................................................................ 27 
 Anexo.............................................................................................................. 27 
4 
 
1 Introdução 
 
A poluição atualmente pode ser considerada um dos maiores problemas 
enfrentados pela população mundial, que vem evoluindo devido ao crescimento 
urbano desordenado e a alta produção de lixo. De acordo com LEFF (2001), a crise 
ambiental suscitou novas direções para o processo de desenvolvimento de novas 
demandas para os movimentos sociais-ambientais. Onde, faz-se necessário 
incorporar uma “dimensão ambiental” ao âmbito do planejamento econômico, 
científico, tecnológico e educativo, induzindo novos valores no comportamento dos 
agentes sociais e problematizando todo um conjunto de disciplinas científicas que 
são o suporte da racionalidade econômica e tecnológica dominantes. 
Assim, diariamente em todas as residências do mundo são produzidos 
toneladas de lixo que muitas das vezes não têm o seu destino certo. Um dos 
produtos desde lixo são os óleos, que sem dúvida, na maioria dos casos é 
despejado em qualquer lugar (pia, solo, vasos etc.) sem a mínima preocupação com 
o que o seu descarte incorreto poderá provocar. O óleo de cozinha jogado 
diretamente na pia pode agredir o meio ambiente no que diz respeito à mortalidade 
da vida marinha, pois quando este alcança os leitos dos rios, por ser menos denso 
do que a água cria uma camada superficial o que impede a entrada de luz e 
oxigenação da mesma. 
Por outro lado, quando o produto vai para as redes de esgoto encarece o 
tratamento dos resíduos em até 45%, entope tubulações, provoca a 
impermeabilização dos leitos dos rios e terrenos, o que contribui para que ocorram 
as enchentes. A tentativa para uma solução deste problema seria a reciclagem do 
óleo vegetal descartado incorretamente. Para isto existem várias maneiras de 
reaproveitar esse produto sem dar prejuízos ao meio ambiente (LOPES, BALDIN 
2009). 
Assim, e sabendo que os óleos e as gorduras são os lipídeos mais 
abundantes na natureza, formados essencialmente por glicerol e ácidos graxos, a 
partir de uma reação entre estes (triacilgliceróisou triaglicirídeos), uma forma de 
reutilizar estes óleos é transformando-os em sabões ou detergentes. Os sabões são 
produzidos a partir de óleos e gorduras através de reações de saponificação. Neste 
processo, de um modo geral, os ácidos graxos, onde os oléicos são os normalmente 
usados e encontrados nas moléculas de triacilgliceróis (óleos vegetal) será posto 
5 
 
para reagir com soda cáustica o que irá produzir moléculas de glicerol e o sabão 
propriamente dito. 
O sabão produzido irá apresentar uma longa cadeia carbônica em sua 
estrutura molecular, ele é capaz de se solubilizar tanto em meios polares quanto em 
meios apolares. Ele também é tensoativo, ou seja, reduz a tensão superficial da 
água, aderindo assim melhor às superfícies. 
Dentre os grupos de substâncias utilizadas presentes nos sabões pode-se 
citar as substâncias saponificáveis (óleos e gorduras vegetais e animais), e outras 
substâncias aditivas que aumentam a detergência ou dão características específicas 
ao sabão. 
Assim, a reciclagem do óleo usado de frituras possui aspectos 
importantes, principalmente, educacionais, culturais, sanitários, ambientais, 
econômicos, sociais, políticos e institucionais. A reciclagem é um meio de 
gerenciamento muito atrativo para o “lixo”. Embora tenha diversas vantagens, dentre 
as quais a preservação do meio ambiente, esta prática é muito pouco utilizada no 
nosso país (MANO, 2005). Atualmente a indústria de sabão responde por 
aproximadamente 25% da demanda de produtos de limpeza doméstica. Grande 
parte da produção de sabão é proveniente de pequenas indústrias ou indústrias 
artesanais, dada à facilidade e acessibilidade das técnicas de produção, o que 
merece maior atenção e investimento por parte das gestões políticas, para assim 
colher maiores benefícios. 
 
2 Fundamentação Teórica 
 
2.1 História e Evolução do Sabão 
 
A indústria de artigos de lavanderias, usualmente conhecida com a 
indústria de sabões de acordo com Barbosa e Silva (1995) “tem raízes no passado, 
há mais de 2000 anos atrás, uma manufatura de sabão foi encontrada nas 
escavações de Pompéia”. No entanto, entre as diversas indústrias químicas, 
nenhuma teve modificação fundamental de matérias-primas tão grande quanto a 
indústria da saboaria. 
O historiador romano Plinio, o velho (23-79 d.C) já descreve a fabricação 
do sabão duro e mole, no século I, mais foi somente a partir do século XIII que o 
6 
 
sabão passou a ser produzido em quantidades suficientes para ser considerado uma 
indústria. . Apesar disso, “até o princípio do século XIX, pensava-se que o sabão 
fosse apenas uma mistura de gordura e álcali” (MACEDO, 2012 apud SHEREVE; 
BRINK, 1980). 
Até o princípio do século XIX, pensava-se que o sabão fosse uma mistura 
mecânica de gordura e álcali; um químico francês, Chevreul, mostrou que a 
formação do sabão era na realidade uma reação química. Nesta época, 
Domeier completou estas pesquisas, recuperando a glicerina das misturas 
da saponificação (CONSELHO REGIONAL DE QUÍMICA). 
 
O sabão era considerado um artigo de luxo, por não ser muito conhecido 
no restante da Europa, nem no mundo. Além disso, com os conhecimentos da época 
não se obtinha o álcali necessário para produção do sabão, sendo ele produzido por 
meio da evaporação de águas alcalinas naturais ou lixiviação bruta da cinza de 
madeiras (MACEDO, 2012 apud SHEREVE; BRINK, 1980) 
Em meados do século XVIII, iniciou-se a Revolução Industrial na 
Inglaterra e o processo de industrialização facilitou a produção de sabão em larga 
escala, destacando o método de Nicolas Leblanc no qual obtinha a barrilha a baixo 
custo a partir do cloreto de sódio; e mais tarde, sendo substituído pelo método 
Solvay, proposto em 1861, que utiliza salmoura e carbonato de cálcio na obtenção 
do carbonato de sódio. 
Durante 2000 anos, os processos básicos de fabricação de sabões 
permaneceram praticamente imutáveis. Envolviam a saponificação descontínua dos 
óleos e gorduras, mediante um álcali, seguida pela salga, para separar o sabão. As 
modificações maiores ocorreram no pré-tratamento das gorduras e dos óleos, no 
processo de fabricação e no acabamento do sabão; por exemplo, na secagem a 
atomização. Conseguiram-se novas e melhores matérias-primas mediante a 
hidrólise, a hidrogenação, a extração em fase líquida e a cristalização a solvente das 
diversas gorduras e óleos. Os processos contínuos datam de 1937, quando Procter 
& Gamble instalaram um processo contínuo de neutralização e hidrólise a alta 
pressão, em Quincy, Massachusetts. O passo seguinte foi o processo de 
saponificação contínua, desenvolvido, em conjunto, por Sharples e pelos irmãos 
Lever e instalado na usina dos últimos, em Baltimore, em 1945. Desde então foram 
erguidas instalações de ambos os tipos. Estes processos contínuos de fabricação de 
sabão, embora sendo desenvolvimentos tecnológicos de extrema importância, foram 
7 
 
parcialmente superados pela introdução dos detergentes sintéticos (MACEDO, 2012 
apud SHEREVE; BRINK, 1980). 
Atualmente o sabão se tornou indispensável para as necessidades 
diárias, tanto de limpeza pessoal como de limpeza doméstica. Os produtos de 
limpeza passam então por inovações constantes a fim de atender às necessidades e 
exigências dos consumidores além de oferecer segurança e eficiência sem agredir o 
meio ambiente. 
 
2.2 Produção Industrial do Sabão 
 
No século XIII, a indústria de sabão foi introduzida na França, procedente 
da Itália e Alemanha. No séc. XIV se estabelece na Inglaterra. Na América do norte, 
o sabão era fabricado artesanalmente até o séc. XIX. No Brasil, a indústria de 
sabões data da segunda metade do séc. XIX. Na zona rural, ainda hoje, a população 
produz o sabão de forma artesanal misturando se todo tipo de óleos e gorduras com 
um extrato aquoso de cinzas (DICUADA apud FARIAS, 2007). 
Hoje a indústria do Sabão transformou-se num dos mais importantes 
braços da indústria química, como uma matéria prima de extrema importância para 
hospitais, lavanderias e grandes centros industriais. 
Todo sabão é produzido através de uma hidrólise alcalina. Esta reação é 
denominada de saponificação, ocorre pela mistura de um ácido graxo presente em 
óleos e gorduras com uma base de forte aquecimento (hidróxido ou carbonato de 
sódio) na presença de água (ALLINGER, 1976). Esta Reação gera a glicerina, que é 
retirada do processo (by-product) por ter um alto valor comercial, mais do que o 
produto primário, o sabão, é vendida como matéria prima da indústria química. Todo 
o maquinário industrial de processamento do sabão foi projetado com esse princípio 
de retirada da glicerina. 
 
2.3 Propriedades e Classificação dos Sabões 
 
2.3.1 Índice de saponificação 
 
Para criar um sabão caseiro que não ofereça riscos a saúde humana e 
tenha uma qualidade satisfatória são necessários que sejam levados em conta 
8 
 
alguns critérios. O índice de saponificação é um deles. Esse índice mostra a 
quantidade necessária de soda que deve ser usada para reagir com os diferentes 
tipos de óleos e gorduras (MERCADANTE et al, 2009). 
 
Materiais Graxos Fator de Multiplicação para Calcular a soda 
Óleo de mamona (ríncio) 0,129 
Óleo de milho 0,137 
Óleo de oliva 0,1353 
Óleo de soja 0,136 
Sebo bovino 0,,14 
Sebo de ovelha 0,139 
Tab 2.3.1: Índice de saponificação de diferentes óleos e gorduras. 
Fonte: MERCADANTE et al, 2009, p. 5-6. 
 
 
2.3.2 Tipos de Sabões 
 
As principais classes dos sabões são os sabonetes e os sabões 
industriais. Os detergentes substituíram mais de 80% de todos os sabões. Exceto 
nos casos dos sabonetes, aduzem-se aos sabões diversas substâncias,como 
cargas ou reforçadores, para aperfeiçoar economicamente as qualidades globais de 
limpeza. Praticamente, todo sabão comercializado contém de 10 a cerca de 30% de 
água. Quase todos os sabões contêm perfume, mesmo não aparentando, o qual 
serve apenas para encobrir seu odor original. 
 
2.4 Potencial Oleaginoso do Coco Babaçu 
 
A produção de óleos e gorduras atualmente merece destaque. O aumento 
da demanda de óleos para a produção do biodiesel e para o uso como insumo na 
indústria de um modo geral, principalmente para a indústria cosmética, farmacêutica 
e alimentícia, têm voltado à atenção dos pesquisadores para o potencial oleaginoso 
das plantas nativas. 
Dentre essas plantas, o babaçu tem ocupado lugar de destaque. O 
babaçu é uma palmeira nativa encontrada nas regiões Nordeste, Norte e Centro 
Oeste, dentre os estados nordestinos que produzem amêndoas de babaçu destaca-
se o Maranhão, palmeira nativa, vem sendo tradicionalmente explorado para o 
aproveitamento da amêndoa na produção de óleo. Os babaçuais apresentam uma 
cobertura de mais de 10 milhões de hectares, apenas no estado do Maranhão. 
9 
 
A separação das etapas de coleta e beneficiamento é uma importante 
medida de avanço para a eficiência na obtenção dos subprodutos do babaçu. 
Atualmente, as quebradeiras de coco babaçu realizam este trabalho de coleta e trato 
do material coletado no mesmo local. 
A produção nacional de amêndoas chega a cerca de 200 mil toneladas 
por ano, produzindo 70 mil toneladas de óleo (SOUZA et al, 1980) o que é inferior à 
demanda nacional e mundial. O aumento da produção depende da adoção de 
técnicas de manejo adequado, do uso diversificado de todas as partes da palmeira, 
corrigindo os desperdícios da produção. 
Várias indústrias do Piauí e Maranhão refinam e comercializam este óleo 
(MENDES, 1983). Hoje o óleo de babaçu, no Brasil, tem sido usado quase que, 
exclusivamente, na fabricação de produtos de higiene e limpeza. O seu emprego na 
indústria de alimentos, principalmente margarina, aparece como secundário. Há, no 
entanto, um interesse em desenvolver mercados e novas alternativas para o uso do 
óleo de babaçu (MACHADO et al. 2006). 
Dois tipos de óleos podem ser obtidos a partir do babaçu: um para fins 
comestíveis e outro para fins industriais, com elevado teor de ácido láurico. A 
extração pode ser feita por prensagem ou por solventes, sendo a primeira mais 
utilizada quando o óleo for para fins terapêuticos; e a segunda para obter maior 
rendimento. 
 
3 Principais Matérias Primas do Sabão Duro 
 
3.1 Óleos e Gorduras 
 
O termo óleos e gorduras referem-se a substâncias de origem animal ou 
vegetal insolúveis em água, que são constituídas principalmente por triacilgliceróis, 
também chamados de triglicerídeos, ésteres formados pela condensação entre 
glicerol e ácidos graxos (Figura 3.1). A diferença entre óleos e gorduras, segundo o 
Conselho Nacional de Normas e Padrões para Alimentos (CNNPA), está no estado 
físico em que se apresentam a uma temperatura abaixo de 20ºC e a pressão ao 
nível do mar. 
 
10 
 
 
Figura 3.1: Formação das gorduras e óleos. 
Fonte: www.google.com/imagens 
 
Os triacilgliceróis sólidos ou semissólidos a temperatura ambiente são 
chamados gorduras. As gorduras são normalmente obtidas de animais e em geral 
compostas de triacilgliceróis com ácidos graxos saturados ou ácidos graxos com 
apenas uma ligação dupla. 
Os triacilgliceróis líquidos são chamados óleos. De modo geral, os óleos 
são obtidos dos produtos vegetais, como, milho, feijão-soja, olivas e amendoins. 
 
3.1.1 Ácidos Graxos 
 
Os ácidos graxos são ácidos carboxílicos que correspondem a 95% da 
composição de óleos e gorduras e, portanto, sua diversidade estrutural é 
fundamental para as propriedades e determinação da qualidade e para classificação 
de óleos e gorduras. 
Os ácidos graxos diferem entre si pelo comprimento da cadeia 
hidrocarbônica e pelo número e posição das ligações duplas. Ácidos graxos sem 
ligações duplas na cadeia hidrocarbônica são ditos saturados (mais comuns em 
gorduras de origem animal) e aqueles com uma ou mais ligações duplas na cadeia 
hidrocarbônica são chamados de insaturados, monoinsaturados e poli-insaturados, 
(comuns em óleos vegetais e organismos marinhos). 
Uma observação sobre os ácidos graxos saturados (gordura animal), é 
que eles não ficam rançosos quando submetidos a altas temperaturas, para fim de 
cozimento, e como já foi supramencionado, são sólidos ou semissólidos à 
temperatura ambiente (margarinas). 
De acordo com Carvalho e Souza (2014, p.24) algumas diferenças são 
encontradas quando analisadas as estruturas dos ácidos graxos monoinsaturados e 
poli-insaturados. Assim se percebe que: os monoinsaturados apresentam uma 
11 
 
ligação dupla, na forma de dois átomos de carbono duplamente ligados entre si e, 
portanto, faltam dois átomos de hidrogênio. Sendo produzido pelo organismo 
humano a partir dos ácidos graxos saturados, tem uma dobra ou curvatura na 
posição da ligação dupla de tal forma que eles não se encaixam tão facilmente umas 
nas outras como as saturadas e, portanto, tendem a ficar líquida a temperatura 
ambiente, sendo relativamente estáveis, não ficam rançosas facilmente, podendo 
ser utilizadas para cozimento. O mais comum encontrado em nosso corpo é o ácido 
oléico (Figura 3.1.1(b)). 
 
 
Figura 3.1.1(b): Ácido oléico. 
Fonte: http://www.infoescola.com/bioquimica/acidos-graxos/ 
 
Por outro lado, ainda segundo Carvalho e Souza (2014, p.25) os poli-
insaturados tem dois ou mais pares de ligações duplas, faltando quatro ou mais 
átomos de hidrogênio, o mais comum encontrado na alimentação é o ácido linoleico 
duplamente insaturado (com duas ligações duplas – também conhecido como 
ômega-6) e o ácido linolênico triplamente insaturado, contendo três ligações duplas- 
também conhecido por ômega-3 (o número ômega indica a posição da primeira 
ligação dupla). Como o organismo humano não consegue produzi-los são chamados 
de essenciais sendo obtidos dos alimentos, eles têm uma dobra ou curvatura na 
posição da ligação dupla e por isso não se encaixam tão facilmente umas nas 
outras, os elétrons não emparelhados das ligações duplas tornam esses óleos 
altamente reativos, ficando rançosos com facilidade nunca podendo ser aquecidos 
ou usados para cozimento (Figura 3.1.1(c)). 
 
12 
 
 
Figura 3.1.1(c): Ácido graxo poli-insaturado (ácido linolênico). 
Fonte: http://www.infoescola.com/bioquimica/acidos-graxos 
 
 
3.1.2 Glicerol 
 
O glicerol é o nome popular dado ao composto de nomenclatura IUPAC 
propano 1, 2,3-triol, que representa um álcool. É uma pequena molécula que tem um 
papel importante na célula. A temperatura ambiente (25ºC) apresenta-se como 
líquido viscoso incolor e inodoro. Quimicamente, apresenta três grupos hidroxila o 
que lhe confere uma grande solubilidade em água. O glicerol apresenta forma 
estrutural e molecular obedecendo a esta disposição: C3H8O3 (Figura 3.1.2). 
 
 
Figura 3.1.2: Formula estrutural do glicerol 
Fonte: http://www.google.com.br/imgens 
 
Como afirma Guerra (2010, p.8), a molécula de glicerol é um dos 
precursores dos triglicerídeos, uma forma de lipídeos especializada no 
armazenamento de energia. Tal como o nome indica, estes são ésteres derivados 
de uma molécula de glicerol e três moléculas de ácidos graxos. É também um dos 
precursores dos fosfolipídios, que são os principais constituintes das membranas 
biológicas das células e organelas. Este é um composto atóxico que pode ser 
utilizado como matéria prima para a produção de diversos produtos. Pode ser 
encontrado em azeites e óleosde coco, dendê, soja e oliva ou até mesmo em 
animais, na combinação de ácido graxo e glicerina. 
13 
 
Quando estes compostos se encontram puro pode ser aplicado na 
indústria de cosméticos, farmacêutica, detergentes, na fabricação de resinas, 
aditivos e também na indústria de alimentos. Ele resulta da reação de saponificação, 
na produção de sabão, das moléculas de triacilgliceróis, presentes em óleos, azeites 
ou sebo com hidróxido de sódio ou de potássio. 
 
3.2 Soda Cáustica 
 
De acordo com César (2010) soda cáustica (NaOH – hidróxido de sódio) 
é, nas condições ambiente, um sólido branco bastante higroscópico (absorve a 
água presente no ar). Caracteriza-se por ser uma base de Arrhenius muito forte, 
portanto, é utilizada para neutralizar ácidos fortes ou tornar rapidamente alcalino um 
meio reacional, mesmo em poucas concentrações. Sua obtenção origina-se 
da eletrólise de cloreto de sódio (NaCl) em meio aquoso. 
Reage violentamente com ácidos, aldeídos, metais e outros produtos 
orgânicos. Reage com alumínio, zinco, estanho e o cobre, podendo haver corrosão e 
geração de hidrogênio, o qual pode formar misturas explosivas com o ar Considerar 
a existência de reação exotérmica quando diluída na água, álcool e glicerol. 
O hidróxido de sódio não apresenta-se como um sólido molecular, sendo 
um sólido completamente iônico, onde seus cátions sódio (Na+) e seus ânions 
hidróxido (OH-) ficam dispostos numa rede cristalina como na (Figura 3.2). 
 
 
Figura 3.2: Hidróxido de sódio 
Fonte: www.google.com/ imagens 
 
14 
 
Abaixo apresentamos algumas medidas técnicas apropriadas para o 
manuseio: 
• Precauções para manuseio seguro: Manuseie em uma área ventilada ou com 
sistema geral de ventilação/exaustão local. Evite formação de vapores ou 
névoas. Evite inalar o produto em caso de formação de vapores ou névoas. 
Evite contato com materiais incompatíveis. Use luvas de proteção, roupa de 
proteção, proteção ocular e/ou proteção facial; 
• Medidas de higiene: Lave as mãos e o rosto cuidadosamente após o 
manuseio e antes de comer, beber, fumar ou ir ao banheiro. Roupas 
contaminadas devem ser trocadas e lavadas antes de sua reutilização. 
Remova a roupa e o equipamento de proteção contaminado antes de entrar 
nas áreas de alimentação; 
• Condições adequadas: Armazene em local bem ventilado, longe da luz solar. 
Mantenha o recipiente fechado. Não é necessário adição de estabilizantes e 
antioxidantes para garantir a durabilidade do produto. Este produto pode 
reagir, de forma perigosa, com alguns materiais incompatíveis. 
• Produto Deve ser eliminado como resíduo perigoso de acordo com a 
legislação local. O tratamento e a disposição devem ser avaliados 
especificamente para cada produto. Devem ser consultadas legislações 
federais, estaduais e municipais, dentre estas: Resolução CONAMA 
005/1993, Lei n°12.305, de 02 de agosto de 2010 (Política Nacional de 
Resíduos Sólidos). 
O manuseio do hidróxido de sódio deve ser feito com total cuidado, pois 
apresenta um quadro considerável de danos ao homem. Se for ingerido, pode 
causar danos graves e as vezes irreversíveis ao sistema gastrointestinal, e se for 
inalado pode causar irritações, sendo que em altas doses pode levar à morte. O 
contato com a pele também é um fato perigoso (Figura 3.2.3), pois pode causar de 
uma simples irritação até uma úlcera grave, e nos olhos pode causar queimaduras e 
problemas na córnea ou no conjuntivo. 
 
15 
 
 
Figura: 3.2.3: Queimadura por hidróxido de sódio 
Fonte: www.mundoeducacao.com 
 
Em casos de contato com o hidróxido de sódio, deve-se colocar a região 
exposta em água corrente por 15 min e procurar ajuda médica, se for ingerido deve-
se dar água ou leite à vítima sem provocar vômito na mesma, se for inalado levar a 
vítima para um local aberto para que possa respirar. Se caso a vítima não esteja 
respirando, é necessário usar respiração artificial. 
 
4 QUESTÃO AMBIENTAL 
 
Os impactos ambientais na atualidade tomam dimensões inimagináveis, 
devido às sucessivas agressões que o homem vem provocando ao nosso planeta. 
Isto se justifica pelo sistema que prioriza o imediatismo, o lucro e descarta a 
qualidade de vida das gerações atuais e futuras. Porém, na contramão desse 
modelo vislumbra um desenvolvimento sustentável que se apoia em bases 
ecológicas, sociais e econômicas. "A busca de sustentabilidade resume-se à 
questão de se atingir harmonia entre seres humanos e a natureza, ou de se 
conseguir uma sintonia com o relógio da natureza cuja influência algumas pessoas 
gostariam de eliminar” (CAVALCANTI, 1994, p. 97). 
O óleo de cozinha utilizado em frituras diariamente em residências e 
estabelecimentos comerciais como restaurantes e lanchonetes acabam em muitos 
casos sem destino correto, sendo escoados em ralos de pias, ou sendo despejados 
diretamente na água e no solo, comprometendo canos e tubulações, e ainda os 
16 
 
ecossistemas tanto terrestres quanto aquáticos, além de contribuírem para a 
proliferação de pragas e doenças. Conforme Rebouças (2010 apud RIGO et. al, 
2010, p. 210) o descarte de forma incorreta dos mais variados tipos de óleos 
representa uma proporção em que a cada um litro de óleo despejado na pia ou no 
vaso sanitário, a contaminação chega até um milhão de litros de água. Isso porque, 
como óleo é menos denso que a água, ele fica na superfície, criando uma barreira a 
qual dificulta a entrada de luz e a oxigenação da água, comprometendo assim, a 
base da cadeia alimentar aquática, os fitoplânctos, provocando deste jeito a 
mortalidade da vida marinha. 
Atualmente, segundo Neto e Pino (2011, p. 42) as tecnologias mais 
utilizadas para reciclagem de óleo vegetal usado em frituras são: a saponificação, a 
produção de biodiesel e a constituição de ração animal. Uma pequena parcela 
também é destinada a utilização como matéria prima para a fabricação de tintas e 
massa de vidraceiro. Entre as várias alternativas possíveis, o óleo de cozinha pode 
ser transformado em sabão, por meio de uma reação orgânica de saponificação. 
Neste sentido a fabricação de sabão caseiro oferece uma alternativa para 
a reutilização do óleo de cozinha usado, proveniente de frituras, por exemplo, ou até 
mesmo a utilização de alguns óleos vegetais, o que evita uma possível 
contaminação e agressão direta do meio ambiente, pois age contra um descarte 
incorreto desses materiais ou uma via sustentável para a produção de sabões e 
outros derivados. Além do óleo, outros ingredientes são usados para que ocorra o 
processo de saponificação, como já foi explanado. 
A necessidade de que haja uma maior educação ambiental no meio da 
sociedade mundial representa uma possibilidade para que o meio ambiente seja 
menos agredido e assim possa contribuir para a manutenção da vida terrestre. A 
reciclagem do óleo de fritura usado traz benefícios diretos para a natureza, 
economia e melhora a qualidade de vida. Este fato é concretizado, pois uma 
quantidade considerável deixará de contaminar as águas e o solo todos os anos. 
Desta forma, como já foi explicado, esses óleos deixariam de ser resíduos 
contaminantes, e se transformariam, por exemplo, em sabões em pedra e 
detergentes além de outros produtos como biodiesel, energia renovável, ou até 
mesmo um gerador de renda para financiamento de projetos que ajudam a melhorar 
as condições de vida da nossa população mais carente. 
17 
 
Desta forma de acordo com Carvalho e Souza (2014, p. 36) pode-se estimar 
que com uma redução considerável de óleos depositados em esgotos, solo e águas 
pluviais, e fluviais, os seguintes pontos se alcançariam e devem ser ressaltados: 
Redução considerável dos custos com o tratamento da água que 
abastece cidades; 
 Diminuição de despesas com limpeza em caixas de gordura e os 
custos de manutenção de redes de esgotos; 
 A transformação de um resíduo custoso e impactante, que é o óleo 
residual, em insumo de valor econômico e ambiental. 
 Assim, se constata que a produção de sabão e seus derivados a partir da 
reutilização de óleos, vêm ganhando destaque no cenário econômico mundial e já 
representa uma saída sustentável para a manutenção e equilíbrio do meio ambiente. 
 
5 A QUÍMICA DO SABÃO 
 
5.1 Reação de Saponificação 
 
O sabão é produzido através da reação de hidrolise alcalina de um tipo 
especial de Ester, os triglicerídeos. Na produção de sabão podem-se utilizar 
matérias-primas de diversas origens. O triglicerídeo que é o tipo de gordura mais 
abundante na natureza, pode ser proveniente do sebo de origem animal, dos óleos 
vegetais ou da mistura de ambos. Estes sofrem hidrolise básica a quente, 
produzindo sais de álcalis de ácidos carboxílicos de cadeia longa (SILVA; PUGET, 
2010). 
Essa reação, denominada de saponificação, pode ser representada pela 
seguinte equação: 
 
 
 
 A representação abaixo (Figura 5.1) mostra o mecanismo da reação de 
saponificação (substituição nucleofílica), utilizando como base o Hidróxido de Sódio. 
Éster de ácido graxo + Base forte Glicerol + Sal de ácido graxo 
18 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Figura 5.1: mecanismo da reação de saponificação 
Fonte: http://www.google.com.br/imgens 
 
As hidroxilas, nucleófilas, atacam os carbonos da carbonila, que possui 
caráter positivo devido a polaridade da ligação, ocasionada pela diferença de 
eletronegatividade entre o carbono e o oxigênio, assim a ligação π é quebrada 
transformando o carbono em sp3. Como os oxigênios ficam com carga negativa 
atraem o sódio com carga positiva, após a ligação há a saída da hidroxila, resultado 
como produto final um sal de ácido graxo e glicerol. 
De acordo com Mercadante et al (2009) os tipos de sabões fabricados 
variam de acordo com a propriedade de seus componentes. Os óleos e as gorduras 
por possuírem propriedades diferentes, fabricam sabões diferentes. O óleo ajuda a 
aumentar a suavidade e a espuma. 
Os sabões de baixo peso molecular, por exemplo, de óleo de coco, são 
mais solúveis em agua e são especialmente eficientes para estabilizar espumas, de 
outro lado os sabões de alto peso molecular, como os de sebo, dão espuma 
espessa, com bolhas estáveis e finas e apresenta propriedades detergentes 
excelentes. 
 
5.2 Ação de Limpeza 
 
O sabão é um sal originado pela reação de uma base forte com algum 
lipídio, sendo assim ele possui em parte caracteristicas de composto iônico, o que é 
19 
 
um fator da origem de uma forte polarização, já que se forma um dipolo elétrico. 
Desta forma dizemos que os sabões, por serem sais, apresentam pelo menos um 
ponto de forte polarização em sua molécula. A Figura 5.2(a) e 5.2(b) apresenta a 
molécula de um sabão e a reação de saponificação de uma gordura, 
respectivamente. Observe o produto resultante e a polaridade (zona marcada) 
características das moléculas de sabão. 
 
 
Figura 5.2(a): molécula de sabão 
Fonte: http://www.google.com.br/imgens 
 
 
 
Figura 5.2(a): reação de saponificação 
Fonte: http://www.google.com.br/imgens 
 
O sabão com caráter básico como é o caso do exemplo acima, não 
funciona bem em meios ácidos, visto que iria ocorrer reações ácido-base no meio, o 
que impediria uma boa interação das moléculas polar e apolar do sabão, com a 
água e a gordura ou óleo respectivamente. 
Os líquidos possuem uma característica chamada de tensão superficial, o 
qual confere a eles a capacidade de manter coesas as moléculas de sua superfície 
devido as forças de atração e repulsão entre elas, mantendo assim: forma, 
viscosidade e tanto menor tendência de se esparramar quanto maior for sua tensão 
superficial. 
 
20 
 
 
Figura 5.2(c): tensão superficial dos líquidos 
Fonte: http://www.google.com.br/imgens 
 
O entendimento dessa propriedade é necessário para compreender como 
o sabão atua em nível molecular sobre líquidos. O mercúrio, por exemplo, é o líquido 
com maior tensão superficial, o que confere a ele hipoteticamente maior resistência 
a atuação do sabão. Observe que o mercúrio não é uma substância molecular, pois 
não realiza, neste caso, ligação covalente e sim metálica (o mercúrio é um metal que 
na temperatura ambiente é líquido). Por esse motivo não poderemos falar em 
interações intermoleculares e nem de moléculas de mercúrio. Nesse caso 
deveremos levar em conta a coesão dos átomos dentro do retículo metálico. Já a 
tensão superficial do álcool etílico (etanol) e da água podem ser comparadas com 
base nas relações intermoleculares pois, estas substâncias são moleculares. 
Como já foi mostrado, a molécula de sabão possui característica polar e 
apolar, é desse fato que deriva a capacidade dela de se unir com outras também 
polares e/ou apolares, ocorrendo assim uma redução do número de interações entre 
as moléculas do líquido dissolvente e, como consequência, reduz-se amplamente 
sua tensão superficial. Por esse motivo, sabões e detergentes são chamados de 
substâncias tensoativas. Como efeito, observa-se que quando colocamos sabão em 
água e agitamos a solução, forma-se espuma em sua superfície. Nas figuras abaixo 
(Neto e Pino, 2011, p. 37) é demonstrado como atua o sabão nas sujidades. 
 
 
 
 
21 
 
Esquema do funcionamento do sabão: 
 
 
Figura 5.2(d) 
 
 
 
 
 
 Figura 5.2(e) 
 
22 
 
 
 Figura 5.2(f) 
 
 
 
 
 Figura 5.2(g) 
 
23 
 
 
 Figura 5.2(e) 
 
O que vemos a seguir é a formação de micelas, que são conglomerados 
de sujeira, com moléculas de sabão em volta e imerso em água, isso ocorre como já 
mencionado devido a característica polar e apolar do sabão, o qual possui a cabeça 
polar apontada para a água, pois é hidrofílica e a cuada apontada para gordura pois 
é lipofílica. Esse processo desprende a sujeira do corpo, pois cria uma espécie de 
casulo em volta dela. 
 
 Figura 5.2(f) 
 
6 Objetivos 
 
Avaliar as fases do processo de produção do sabão de óleo babaçu, bem 
como demonstrar como esse produto funciona e as características que o dota de 
capacidade de limpeza, assim como demonstrar a forma correta de fazê-lo com 
24 
 
segurança. Dessa forma, aprofundar-se no entendimento das fases químicas da 
fabricação e toda logística histórica e comercial em volta deste produto. 
 
7 Metodologia 
 
7.1 Reagentes e Materiais 
 
 100 g de óleo de babaçu; 
 14 gramas mililitros de água; 
 15 gramas de soda cáustica em escamas (concentração superior a 
95%); 
 Essência; 
 Corante; 
 Recipientes para o molde do sabão (formas específicas, bandejas de 
plástico ou embalagens longa vida); 
 1 espátula; 
 Luvas para lavar louças; 
 Máscara descartável; 
 Óculos de proteção; 
 2 béquers; 
 Suporte universal; 
 Bico de Bunsen; 
 Tela de amianto. 
 
7.2 Procedimento Experimental 
 
1. Coloque o béquer na balança e tare, depois comece a adicionar pequenas 
quantidades de hidróxido de sódio até chegar em 15 gramas tomando sempre 
bastante cuidado, pois ele é bastantecorrosivo. Enquanto isso, pese 100 
gramas de óleo de babaçu e coloque-o para aquecer até 40°; 
2. Em seguida pese 14 mL de água. Feito isso já pode ser despejado aos 
poucos o hidróxido de sódio até que ele dissolva totalmente, é utilizado nesse 
processo um suporte universal com tela de amianto e abaixo um bico de 
25 
 
bunsen para aquecer a solução, auxiliando na dissolução do soluto em 
questão; 
3. Tendo dissolvido todo o hidróxido, despeje a solução no óleo de babaçu aos 
poucos já mexendo-a por cerca de 10 minutos. Mexa até que o sistema fique 
com um aspecto pastoso, bem denso; 
4. Tendo feito isso, basta agora colocar caso queira, o sabão em moldes e 
esperar pelo menos 24 horas. Recomenda-se, ainda, deixar em processo de 
cura por mais 15 dias, de preferência em um recipiente opaco, que fique num 
lugar fresco e sob abrigo do Sol. Esse processo visa garantir a reação 
completa da soda cáustica, além de permitir ao sabão perder a umidade 
excessiva. 
 
8 Conclusão 
 
Este trabalho buscou-se de forma teórica e prática, analisar os 
ingredientes envolvidos na produção e utilização do sabão caseiro feito a partir do 
óleo de babaçu. Visando, assim, a minimização dos impactos ambientais gerados 
pelo descarte incorreto de óleos e gorduras. 
Levantamos dados bibliográficos sobre as origens e evolução do sabão, 
destacado os primeiros métodos de produção. A partir do entendimento dos vários 
processos de produção do sabão duro e conhecimentos adquirido na disciplina 
química orgânica, pudemos propor um método de fácil acesso para a comunidade 
local para confecção do sabão utilizando como fonte de ácido graxo o óleo babaçu. 
Sendo um produto genuinamente maranhense, o óleo de babaçu, 
utilizado para a fabricação de sabão caseiro poderá alavancar as comunidades 
locais, sendo mais uma fonte de rendas para as famílias que trabalham diretamente 
com o coco babaçu. 
Dentre os produtos químicos utilizados, a soda cáustica se mostrou como 
o ingrediente de maior periculosidade em seu manuseio, devido a sua toxidez e o 
modo inadequado de manuseá-la. Assim, destacamos que para a produção do 
sabão devesse atentar para todas as normas de segurança de utilização da soda 
caustica. 
 
26 
 
Referência Bibliográfica 
 
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27 
 
Anexo 
 
 
 
Figura a-1: Materiais utilizados no experimento: óleo de babaçu, soda cáustica 
e água 
 
 
Figura a-2: Preparo da solução de hidróxido de sódio 
 
28 
 
 
Figura a-3: Misturando os componentes 
 
 
 
 
Figura a-4: Produto final no molde

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