Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
UNIVERSIDADE FEDERAL DO OESTE DA BAHIA INSTITUTO DE CIÊNCIAS AMBIENTAIS E DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL QUÍMICA ORGÂNICA EXPERIMENTAL PROFª.: DRª. KATYÚSCYA VELOSO LEÃO ESTUDANTE: DANILO GUIMARÃES DO REGO Relatório 01 – Cromatografia Barreiras Maio de 2014 1. Introdução Os diversos métodos de separação cromatográficos têm sido aplicados em milhares de laboratórios no mundo para decifrar os números e complexos problemas da química, da bioquímica, das ciências ambientais, etc. Esses métodos cromatográficos variam desde os de extrema simplicidade, que podem ser facilmente manipulados até os de alta sofisticação. A cromatografia pode ser classificada pelo tipo de interação entre a fase móvel e a estacionária, pela natureza das fases ou quanto ao fluxo da fase móvel empregada. Quanto ao fenômeno principal responsável pela separação é possível classificar o tipo como: adsorção, partição, troca iônica e exclusão. Quanto ao estado físico da fase móvel empregado a cromatografia é classificada em gasosa e liquida. A seguir uma breve descrição de alguns métodos cromatográficos: 1.1. Cromatografia em camada fina A cromatografia em camada fina (TLC) e a cromatografia em camada fina de elevada performance (HPTLC) são freqüentemente referidas como métodos de Cromatografia Planar. Trata-se de uma técnica de separação clássica, internacionalmente estabelecida e distinguida pela sua flexibilidade, fiabilidade e rentabilidade. A cromatografia em camada fina oferece: Enorme flexibilidade; Método de separação econômico sem ser preciso recorrer a instrumentos sofisticados (apenas para a TLC); Possibilidade de processar amostras múltiplas (até 72) em simultâneo em condições semelhantes; Transparência e avaliação visual simultânea de todas as amostras e componentes das amostras; Preparação de amostras simplificada devido à utilização apenas da fase estacionária. 1.2. Cromatografia em coluna A cromatografia em coluna é uma técnica usada para a separação e purificação de muitos compostos, em um volume maior que os utilizados na cromatografia planar. Essa técnica fundamenta-se basicamente na polaridade relativa das moléculas envolvidas. Adiciona-se à coluna de vidro o adsorvente (fase estacionária), geralmente alumina ou sílica gel, e a mistura a ser analisada é aplicada na parte superior da coluna. O eluente é passado através da coluna por gravidade. A coluna de vidro a ser utilizada deverá conter uma válvula para controle de fluxo de solvente. 1.3. Cromatografia em papel Ou PC, do inglês "paper chromatography". É uma técnica de partição, utilizam dois líquidos, ou misturas de líquidos, um atuando como fase móvel (eluente) e outro, suportado sobre papel, atuando como fase estacionária. Ocorre a retenção das substâncias devido às diferentes afinidades para com as fases estacionária e móvel. Utiliza-se papel normal ou papel de filtro (mais utilizado) como suporte da fase estacionária. Exemplificando: a mistura é aplicada no papel e mergulhada na mistura das fases líquida e estacionária. A tira de papel de suporte é colocada em um cuba contendo o eluente. Esta fase móvel (solvente) sobe por capilaridade e arrasta a substância pela qual tem mais afinidade, separando-a das substâncias com maior afinidade pela fase estacionária. Como a maioria das substâncias separadas são incolores, utiliza-se um revelador. As manchas podem ser reveladas por meio de luz UV, vapores de iodo, soluções de cloreto férrico e tiocianoferrato de potássio, fluorescências, radioatividade, etc. 1.4. Cromatografia gasosa A fase móvel é um gás inerte, normalmente nitrogênio, hélio ou hidrogênio. Se a fase estacionária é um líquido temos a cromatografia gás-líquido ou cromatografia de partição, se a fase estacionária é um sólido temos a cromatografia gás-sólido ou cromatografia de adsorção. Em qualquer dos casos a coluna pode ser de empacotamento ou capilar aberta de sílica fundida. Deve-se conhecer a resolução e a eficiência da coluna para a amostra a ser analisada. RESOLUÇÃO de uma coluna é sua capacidade de separar satisfatoriamente dois picos adjacentes. EFICIÊNCIA de uma coluna é definida como sua capacidade de produzir picos estreitos e agudos. Na cromatografia gasosa existem diferentes detectores que devem ser selecionados de acordo com a mistura a ser separada. 1.5. Cromatografia de Exclusão por Tamanho Cromatografia de exclusão por tamanho (SEC) é o modo dominante de separação para polímeros. Ela é baseada na discriminação dos componentes individuais da amostra pelos poros do material empacotado. Moléculas grandes não podem, ou podem apenas parcialmente penetrar nos poros, enquanto moléculas menores podem acessar a maioria dos menores poros. Dessa forma, moléculas maiores eluem primeiro, moléculas menores eluem depois e moléculas que conseguem acessar todos os poros eluem por último da coluna. SEC é geralmente chamada de cromatografia por filtração em gel quando trabalha com polímeros solúveis em água, enquanto cromatografia por permeação em gel é preferida ao se trabalhar com polímeros solúveis em solventes orgânicos. 1.6. Cromatografia líquida de alta eficiência É uma técnica cromatográfica. Se distingue por usar a fase móvel à alta pressão (daí o "pressure" da sigla em inglês). O uso de pressões elevadas permite uma redução no diâmetro das partículas da fase estacionária, localizada no interior da coluna cromatográfica. O uso de partículas menores (na ordem de 5,0 µm) no recheio da coluna resulta em uma área superficial, o sítio de adsorção, maior (geralmente da ordem de centenas de metros quadrados por grama de fase estacionária), o que promove uma separação mais eficiente dos componentes da amostra. Essa "miniaturização" das partículas da coluna permite o uso de colunas menores, volumes menores de amostras e um gasto menor de fase móvel. Assim sendo, em cromatografia líquida de alta eficiência trabalha-se na faixa dos microlitros (µL). O advento dessa técnica analítica só foi possível graças à produção de cromatográficos líquidos totalmente automatizados (embora mesmo hoje ainda exista cromatográficos que não oferecem opção de injeção automática de amostragem). Nesses cromatográficos as bombas de fase móvel permitem o trabalho geralmente na faixa média de 2.500 psi. Hoje em dia são oferecidos, também as máquinas da chamada CLUE - Cromatografia Líquida de Ultra Eficiência (Em inglês, UPLC), que trabalham com partículas de colunas ainda menores (até 0,01 µm) e pressões ultra-elevadas (da ordem de 15.000 psi). 2. Objetivos O presente experimento tem por objetivo usar técnicas cromatográficas para separar dois compostos de uma solução e por meio deste entender um pouco acerca desta que é uma das técnicas de separação e identificação de substancias que tem fundamental importância em química Orgânica. 3. Procedimento Experimental Usamos a cromatografia em coluna para separar os compostos de uma solução preparada de azul de metileno e alaranjado de metila. Inicialmente para o preparo desta solução, foi pesado 5 mg de azul de metileno e 5 mg de alaranjado de metila, ambos dissolvidos em 20 ml de etanol. Para o preparo da coluna cromatográfica foi colocada uma quantidade mínima de algodão com o auxilio de uma haste flexível afim de não escoar a fase estacionária. Fizemos duas colunas cromatográficas, uma utilizando sílica gel (SiO2) como fase estacionária e a outra usando alumina (Al2O3). Ambas ocuparam um terço da coluna cromatográfica, e foram solubilizados com etanol. A preparação da coluna foi finalizada depois que a sílica gel decantou e o etanol escoou até ficar à um centímetro acimada sílica decantada. O mesmo procedimento foi feito para a alumina como fase estacionária. Em seguida, a solução de azul de metileno e alaranjado de metila foi distribuída no topo da coluna de sílica, então foi feita a eluição do etanol nas paredes internas da coluna para não causar distúrbios ou agitação. Depois que todo Alaranjado de metila foi eluido pelo etanol e retirado pela torneira, tentou-se eluir o azul de metileno com uma solução de água e ácido acético, como este não eluiu, foi usado ácido acético puro, e somente assim o azul de metileno pôde ser eluído. O mesmo procedimento foi repetido para a coluna cromatográfica de alumina, o Azul de metileno saiu primeiro com a eluição do etanol e o Alaranjado de metila sem dificuldade saiu depois com uma solução de água e acido acético. 4. Resultados e Discussões Na coluna de Sílica gel, a eluição com o etanol arrastou primeiramente o Alaranjado de metila juntamente com o álcool até o final da coluna, isso aconteceu devido à sílica gel ter um caráter ácido e o Alaranjado de metila também é um ácido. Como pode ser observado na estrutura abaixo, de forma que elas não interagem entre si, assim fazendo com que o Alaranjado de metila seja arrastado para fora da coluna pelo álcool etílico. O azul de metileno é uma base, como é possível observar na estrutura abaixo, de forma que interage fortemente com a sílica gel que como se sabe possui caráter ácido. Desta forma o Azul de metileno se mantém preso à fase estacionária. Como o ácido acético é um ácido fraco sua interação com o azul de metileno é desfavorecida em níveis energéticos se comparada á sílica gel, assim foi necessário uma concentração muito alta de ácido acético para que o azul de metileno pudesse se desprender da fase estacionária, o que ainda assim ocorreu de forma lenta. Para a coluna em que foi utilizada a alumina como fase estacionária saiu primeiramente o Azul de metileno eluído com o etanol, pois a alumina tem caráter básico e assim não houve interação entre o Azul de metileno e a alumina, então ele pôde ser retirado mais facilmente. O Alaranjado de metila é um ácido e a alumina tem caráter básico por causa disso houve uma forte interação entre eles e isso fez com que o Alaranjado de metila ficasse retido por mais tempo na coluna e só saiu depois da eluição com água e com acido acético. Figura 1: Alaranjado de metila Figura 2: Azul de metileno 5. Conclusão Foi observado que quanto mais fortemente o soluto foi absorvido mais lentamente ele se deslocou na coluna, a velocidade da saída dos líquidos também demonstrou dependência da compactação da coluna (introdução de ar na coluna). Os corantes foram arrastados de acordo com suas afinidades com a fase estacionária de forma que a alumina por ter caráter básico reteve o Alaranjado de metila que tem caráter acido e interage fortemente com a coluna ao contrário do Azul de metileno que sai facilmente por ser uma base e não interagir com a alumina. Analisando para a sílica gel a ordem de saída inverteu por causa de seu caráter ácido. 6. Referências bibliográficas Guia prático de química orgânica, V. 1: técnicas e procedimentos: aprendendo a fazer./ Ayres Guimarães Dias, Marco Antonio da Costa, Pedro Ivo Canesso Guimarães – Rio de Janeiro: Interciência, 2004. Fundamentos de Cromatografia: Carol H. Collins, Gilberto L. Braga e Peirina S. Bonato – Campinas, SP: Editora da Unicamp, 2006. Cromatografia: princípios básicos e técnicas afins/ Francisco Radler de Aquino Neto, Denise da Silva e Souza Nunes – Rio de Janeiro: Interciência, 2003. 7. Questões 1) Cite os principais tipos de forças que fazem com que os componentes de uma mistura sejam adsorvidos pelas partículas do sólido. R: Os principais tipos de forças de interação que fazem com que os componentes de uma mistura sejam adsorvidos pelas partículas do sólido são: formação de sais > coordenação > pontes de hidrogênio > Van der Waals. 2) Cite as características do solvente para lavar ou arrastar os compostos adsorvidos na coluna cromatográfica. R: A capacidade do solvente em arrastar ou lavar um composto adsorvido na coluna depende quase diretamente da polaridade do solvente com relação ao composto. 3) Fale sobre o princípio básico que envolve a técnica de cromatografia. R: A cromatografia é definida como a separação de dois ou mais compostos diferentes por distribuição entre fases, uma das quais é estacionária e a outra, móvel. Esta técnica é utilizada para analisar, identificar ou separar os componentes de uma mistura. 4) Por que se deve colocar papel filtro na parede da cuba cromatográfica? R: Para saturar a atmosfera no interior da cuba com o solvente, se não for feito isso o solvente que sobe pelo papel irá se evaporar para saturar a atmosfera e equilibrar o sistema liquido/gasoso, se isso acontecer, essa evaporação irá interferir no processo de eluição podendo produzir variações nos resultados de Rf. 5) Se os componentes da mistura, após a corrida cromatográfica, apresentam manchas incolores, qual o processo empregado para visualizar estas manchas na placa cromatográfica? R: A placa deve ser revelada, um método bastante comum é o uso de vapores de iodo, que reage com muitos compostos orgânicos formando complexos de cor café ou amarela, outros reagentes utilizados na visualização são: nitrato de prata (derivados halogenados), 2,4- dinitrofenilidrazina (para acetonas e aldeídos), verde de bromocresol (para ácidos), ninhidrina (para aminoácidos), etc. 6) O que é e como é calculado o Rf? R: É um parâmetro frequentemente usado na cromatografia de camada fina, que é dado em função do tipo de suporte (fase fixa) empregada e o eluente, é definido como a razão entre a distância percorrida pela mancha do componente e a distancia percorrida pelo eluente. 7) Quais os usos mais importantes da cromatografia de camada delgada? R: Ela é usada para determinar a pureza do composto, identificar componentes em uma mistura comparando-os com padrões, acompanhar o curso de uma reação pelo aparecimento dos produtos e desaparecimento dos reagentes e ainda para isolar componentes puros de uma mistura. 8) A alumina, ou óxido de alumínio, tem ação básica e interage fortemente com espécies ácidas; por sua vez, a sílica gel interage com espécies básicas devido a natureza ácida do óxido de silício. Baseado nessas informações, explique o comportamento distinto dos dois corantes empregados quando se usa alumina ou sílica como fase fixa. A estrutura dos dois produtos está apresentada abaixo: R: O azul de metileno, por ser um sal e ser mais polar tem maiores interações com a sílica do que o alaranjado de metila, sendo melhor adsorvido por ela.
Compartilhar