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Fichamento -Acumulação de capital e demanda efetiva- Introducao -Jorge Miglioli

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Evelyn Nagaoka 
 
MIGLIOLI, Jorge. Acumulação de capital e demanda efetiva: Introdução. Campinas: 1979. 
Introdução 
Objetivos 
 Estudar o papel da realização da mais-valia no processo de acumulação capitalista no pensamento 
econômico marxista, dando destaque à obra de Kalecki que, segundo Miglioli, foi o autor que melhor 
desenvolveu a questão. 
Objeto de 
Estudo 
A demanda efetiva, que “[...] finalmente ganhou destaque na década de 1930 e a partir daí inseriu-se 
definitivamente na literatura econômica, [...][fato que] se deveu às obras de três autores de diferentes 
formações teóricas: por ordem de entrada em cena, o sueco Gunnar Myrdal, o polonês Michal Kalecki e o 
inglês John Maynard Keynes.”(pág. Iii) 
“[...] A corrente marxista ligada à questão da demanda efetiva que constitui o objeto de estudo do presente 
trabalho.” 
Metodologia Análises com base nos autores Gunnar Myrdal, Michal Kalecki e John Maynard Keynes, abordando adeptos 
e críticos às obras (inclusive o próprio Miglioli). 
Principais Assuntos / Idéias 
Pág.iii 
Myrdal tem o esclarecimento da demanda efetiva mais limitado entre os três autores. 
Keynes teve como matriz teórica autores como Marshall, Malthus, Hobson,etc, e teve o maior 
reconhecimento pelo desenvolvimento da questão da demanda efetiva. Isso ocorreu porque já era um 
economista de projeção mundial. 
Pág.iv 
“Contudo, quem mais profundamente tratou do problema foi Kalecki, tomando por base a literatura 
econômica marxista.” 
Na literatura marxista o problema da demanda efetiva era conhecido como o problema da “realização” e dos 
“mercados” 
Pág.v 
A crise de 29 fez a economia polonesa cair a menos da metade até 1933 e “[...] Kalecki observava que a 
produção decrescia apesar de haver equipamento de capital e força de trabalho suficientes para manter a 
economia operando em nível muito mais alto.” 
Pág.vi 
Lei dos Mercados de Say: toda oferta gera sua própria demanda. 
É errado concluir que Marx seguir a Lei de Say. Esse erro ocorria porque “[...] ele adotava a hipótese de 
contínua acumulação de capital, deixando de lado as possíveis restrições impostas pela insuficiência de 
demanda.” Na realidade, Marx tinha desprezo por Say e sua Lei dos Mercados. 
Pág.vii 
Segundo Miglioli, “enquanto os economistas ortodoxos levaram mais de um século [...] para descobrir a 
importância da demanda efetiva no funcionamento das economias capitalistas, a teoria marxista desde o 
início já destacava essa questão.” 
Pág.viii 
“Com Kalecki a questão da demanda efetiva passou a ser o próprio ponto de partida para a interpretação do 
movimento das economias capitalistas.” 
Quanto ao processo de acumulação, “considerando esse processo como um todo, a análise de Kalecki é mais 
limitada [que a de Marx], porque se atém às condições de realização da mais-valia dentro desse processo, 
enquanto Marx trata não apenas dessas condições [...], mas também das condições de criação da mais-
valia.” 
Pág.x 
“As crises econômicas estão intimamente relacionadas com a realização da mais-valia, a tal ponto que uma 
corrente do pensamento marxista as interpreta como sendo fundamentalmente crises de realização – isto é, 
momentos em que uma parte da produção criada ou potencial não encontra mercados. [...] gerando as 
conhecidas mazelas das crises econômicas: queda do nível de atividades, aumento do desemprego, etc.” 
Pág.xi 
Tugan-Baranovski “excluía a possibilidade de insuficiências da demanda efetiva em sua visão do processo 
capitalista de acumulação.” Ele reescreveu a Lei de Say como “a produção capitalista cria um mercado para 
si mesma”, lei que curiosamente se baseou nos esquemas de reprodução ampliada de Marx. 
Pág.xii 
A efetiva contribuição de Tugan-Baranovski está apenas em ressaltar a importância da demanda por novos 
bens de capital na expansão dos mercados. [...]Ele insiste em que o capitalismo é um sistema [...] onde as 
mercadorias são produzidas para darem lucro, não importando se elas satisfazem ou não as necessidades 
humanas. 
A insuficiência de demanda por bens de consumo não constitui necessariamen-te um obstáculo à expansão 
da economia.[...] Seria mantida certa “proporção” entre o investimento e o consumo; somente uma ruptura 
nessa proporção [...] poderia levar à crise econômica. 
Pág.xii-
xiii 
Lênin combateu as teses dos narodniks, que não viam possibilidade de um desenvolvimento capitalista na 
Rússia, uma vez que o país era agrícola e não dispunha de um mercado interno suficiente para absorver a 
produção capitalista. A alternativa era conquistar o mercado externo, porém o mesmo já estava sendo 
dominado por outras potências capitalistas. Para Lenin, não era necessário recorrer ao mercado externo e, 
além disso, “o mercado interno para o capitalismo é criado pelo desenvolvimento do próprio capitalismo.” 
Lênin passou a minimizar a importância da questão da realização, refreando seu desenvolvimento. Fez isso 
transferindo a discussão da realização da mais-valia para o problema da realização do capital constante.

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