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Fichamento -Teoria da Dinamica Economica- Capitulo 3 - Os Determinantes dos Lucros- Michal Kalecki

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Evelyn Nagaoka 
 
KALECKI, Michal. Teoria da Dinâmica Econômica: Ensaio Sobre as Mudanças Cíclicas e a Longo Prazo 
da Economia Capitalista. Capítulo 3 – Os Determinantes dos Lucros. Editora Nova Cultura: São Paulo,1977. 
Introdução 
Objetivos Explicar como se dá a busca pelo lucro numa Economia Capitalista tendo como base a divisão das 
classes sociais segundo a concepção marxista. 
Objeto de 
Estudo A dinâmica da Economia Capitalista; a busca ao lucro, que movimenta o capitalismo. 
Metodologia Uso das concepções de Marx: mais-valia, classes sociais, esquema de reprodução. Estatísticas 
nacionais e matemática. 
Principais Assuntos / Idéias 
Pág.65 
Kalecki considera, primeiramente, a teoria dos lucros em um modelo simplificado, onde os gastos 
públicos e a tributação são desprezíveis, ou seja, é uma economia fechada. Assim, o produto 
nacional bruto passa a ser a soma do investimento bruto com o consumo dos capitalistas e 
trabalhadores. O valor obtido é distribuído entre capitalistas (lucros brutos) e trabalhadores (salários e 
ordenados). O balanço do Produto Nacional Bruto será: 
Produto Nacional Bruto Produto Nacional Bruto 
Lucros brutos Investimento bruto 
Salários e Ordenados Consumo dos Capitalistas 
 Consumo dos Trabalhadores 
 
Pág.66 
Caso os trabalhadores não poupem, ―Lucros brutos = Investimento bruto + consumo dos capitalistas. 
[...]é claro que os capitalistas podem decidir consumir e investir mais num dado período que no 
procedente, mas não podem decidir ganhar mais. Portanto, são suas decisões quanto a investimento e 
consumo que determinam os lucros e não vice-versa.‖ 
Os capitalistas não escolhem investir e consumir exatamente a mesma coisa que lucraram no período 
anterior, por isso os lucros flutuam com o tempo. O investimento passado não determina 
completamente o volume de investimento em dado período, pois pode haver uma inesperada 
acumulação ou esgotamento de estoques. Podemos então concluir que ―os lucros brutos reais em um 
dado período curto de tempo são determinados por decisões dos capitalistas, com respeito a seu 
consumo e investimento, tomadas no passado e sujeitas a correções diante de modificações 
inesperadas no volume dos estoques.‖ 
Pág.66-
67 
―Imaginemos que, seguindo os ―esquemas de reprodução‖ marxistas, subdividimos toda a economia 
em três departamentos: o Departamento I, que produz bens de capital; o Departamento II, que produz 
bens de consumo para os capitalistas; e o Departamento III, que produz bens de consumo para os 
trabalhadores.‖ 
Chamaremos os departamentos de D1, D2 e D3. O valor da produção do D3 deve ser equivalente aos 
salários somados ao lucro do capitalista. Uma parte da produção é vendida para os trabalhadores do 
D3, cujo valor equivale ao salário, já que os trabalhadores não poupam. O restante, cujo valor 
equivale ao lucro do capitalistade D3, é vendido para os trabalhadores de D1 e D2. 
Dessa forma, o total dos lucros de D1, D2 e D3 será a soma dos lucros de D1, D2 e os salários desses 
dois departamentos. Como a produção é a soma dos lucros e salários, o lucro total será a soma da 
produção de D1(bens de capital) e D2(consumo para capitalistas). 
Pág.67 
Os fatores de distribuição determinam a distribuição da renda na teoria dos lucros. A renda dos 
trabalhadores (e, consequentemente, seu consumo) é determinada pelos fatores de distribuição. 
―[...]O consumo e o investimento dos capitalistas, em conjunto com os ―fatores de distribuição‖, 
determinam o consumo dos trabalhadores e, consequentemente, a produção e o emprego em escala nacional.‖ 
Pág.67-
68 
No caso genérico, a economia passa a ser aberto, com gastos do governo e tributação. Considerando 
despesas de transferência como os gastos sociais, o balanço, então, será: 
Produto Nacional Bruto menos 
impostos, mais despesas e 
transferências do governo. 
Produto Nacional Bruto menos impostos, 
mais despesas e transferências do 
governo. 
Lucros brutos deduzidos os impostos Investimento bruto 
Salários e Ordenados e despesas de 
transferência deduzidos os impostos 
 
Déficit Orçamentário (gastos do 
governo em bens e serviços e impostos 
menos transferências) 
 Saldo da balança comercial 
 Consumo dos Capitalistas 
 Consumo dos Trabalhadores 
 
Pág.69 
Lucro bruto deduzidos os impostos = Investimento bruto+ Saldo da balança comercial + Déficit 
orçamentário – Poupança dos trabalhadores + Consumo dos capitalistas 
Pág.70 
―[...] A igualdade entre poupança e investimento mais saldo da balança comercial, mais déficit 
orçamentário no caso geral — ou só investimento no caso especial — será válida em todas as 
circunstâncias. Particularmente, ela será independente do nível da taxa de juros, que a teoria 
econômica costumava considerar o fator de equilíbrio entre a procura e a oferta de capital novo.‖ 
Pág.71-
72 
Sempre consideraremos equilíbrio nos gastos de governo e no comércio externo e poupança dos 
trabalhadores igual a zero para que poupança seja igual ao investimento. 
Caso fossemos considerar, ―[...]um déficit orçamentário tem efeito semelhante ao de um saldo 
positivo na balança comercial. Ele também permite um aumento dos lucros acima do nível 
determinado pelo investimento privado e pelo 
consumo dos capitalistas Um déficit orçamentário tem efeito semelhante ao de um saldo positivo na 
balança comercial. Ele também permite um aumento dos lucros acima do nível determinado pelo 
investimento privado e pelo consumo dos capitalistas. Em um certo sentido, o déficit orçamentário 
pode ser considerado um saldo positivo da balança comercial artificial. Apresentando saldo positivo 
em sua balança comercial, um país recebe mais por suas exportações do que paga por suas 
importações. No caso do déficit orçamentário, o setor privado da economia recebe mais através dos 
gastos do Governo do que paga em impostos. A existência de um saldo positivo na balança comercial 
significa um aumento do valor devido pelos países estrangeiros ao país considerado. A existência de 
um déficit orçamentário significa um aumento do valor devido pelo setor público ao setor privado da 
economia. Esses dois excedentes da receita sobre as despesas geram lucros da mesma forma.‖

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