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Principais eventos de extinção em massa do Fanerozóico: causas e conseqüências Aula 12 – Prof. Dimila Mothé Paleontologia As extinções Aumento, em longo prazo, da diversidade das famílias de organismos marinhos durante o Fanerozóico, pontuado pelas quedas na diversidade provocadas pelos cinco maiores eventos de extinção. A diminuição da diversidade corresponde às seguintes percentagens de perdas de famílias: (a) 12%, (b) 14%, (c) 52%, (d) 12%, (e) 11%. Intensidades de extinção nos cinco maiores eventos no registro fossilífero. As extinções Resumo da distribuição temporal dos eventos de extinção através do registro marinho Fanerozóico. Os comprimentos das setas, indicadoras dos eventos, mostram aproximadamente suas magnitudes relativas. Ao todo, foram cerca de 27 eventos de extinção ocorridos durante o Fanerozóico. As extinções Extinguiram-se: Metade das espécies de braquiópodes e briozoários; um terço de todas as famílias de braquiópodes, as comunidades recifais de crinóides- estromatoporóides-tabulados-rugosos-receptaculitídeos, não se recuperando até o Siluriano Superior, nautilóides e os trilobitas. A extinção: Ordoviciano Cerca de 100 famílias de organismos marinhos foram atingidas. As extinções concentraram-se nos grupos tropicais; os sobreviventes, bem como os novos organismos, estavam adaptados às águas profundas ou frias das latitudes mais altas. A extinção: Ordoviciano Este fato sugere um evento de resfriamento dos mares, glaciações e queda do nível do mar (diminuição dos habitats nas plataformas continentais). Dois momentos de extinção, relacionados a movimentação de Gondwana no Pólo Sul. Entre Frasniano e Fameniano (372 Ma). Foram atingidos: Os braquiópodes pentamerídeos desapareceram completamente, somente 15% dos demais braquiópodes do Frasniano sobreviveram, muitos amonóides foram dizimados, e os trilobitas e os gastrópodes sofreram um declínio. As extinções mais severas ocorreram nas comunidades recifais: os recifes de tabulados-rugosos-estromatoporóides foram devastados, e estes grupos se tornaram raros pelo resto do Paleozóico; os acritarcos, que existiam desde o Proterozóico Superior, quase desapareceram completamente; a maioria dos peixes típicos do Devoniano, incluindo os ostracodermas e os placodermas, foram extintos. A extinção: Devoniano Superior Assim como ocorreu nas extinções do Ordoviciano Superior, os invertebrados marinhos de águas quentes foram os mais atingidos pelas extinções em massa do Devoniano. Ocorreu também um evento de resfriamento dos mares, com evidências de uma glaciação no Gondwana. As extinções dos animais de águas quentes ocorreram durante quase 5 milhões de anos através do Fameniano, o que parece mais consistente como o resultado de um resfriamento lento, do que de um evento catastrófico decorrente do impacto por um corpo extraterrestre. A extinção: Devoniano Superior O final do Permiano foi marcado pela maior de todas as extinções em massa, com o desaparecimento de 90 a 95% de espécies marinhas e 70% das terrestres. A “Fauna Paleozóica”, dominante desde o Ordoviciano, foi dizimada, com a extinção de muitos grupos. A flora sofreu uma troca gradual das pteridófitas para o predomínio das gimnospermas. A extinção: Permiano A extinção: Permiano Entre os invertebrados marinhos extinguiram-se os trilobitas (antes do final do Permiano), os corais rugosos e tabulados, os braquiópodes ortídeos e productáceos, os fusulinídeos e os nautilóides arcaicos. Foram também afetados os braquiópodes espiriferídeos, os briozoários, os crinóides (apenas uma família sobreviveu) e os moluscos biválvios e gastrópodes (ambos com redução de 30% dos gêneros). Cerca de 75% das famílias de vertebrados terrestres se extinguiram e os répteis permianos foram substituídos por sucessivas ondas de formas mais avançadas. As extinções do final do Permiano ocorreram por pelo menos dois andares do período, com a duração de 7 milhões de anos. A extinção: Permiano No ambiente terrestre: Entre os vertebrados, extinguiram-se cerca de 78% das famílias de répteis e 67% das famílias de anfíbios. Das 27 ordens de insetos conhecidas do Permiano, oito extinguiram-se, quatro foram amplamente atingidas mas recuperaram-se, e outras três mal sobreviveram à passagem para o Triássico, antes de se extinguirem. Trata-se da única extinção significante de insetos, demonstrando o rigor do ambiente naqueles tempos. A extinção: Permiano Magnitude (extinguiram-se): Cerca de 90% de todas as espécies marinhas. Mais de 2/3 das famílias de répteis e anfíbios terrestres. Cerca de 30% das ordens de insetos. Conseqüências: Durante o Paleozóico, nos mares rasos predominavam principalmente as formas sésseis. Após a extinção, os predadores ativos aparentados de organismos como os peixes, lulas, gastrópodes e crustáceos recentes puderam evoluir. Surgiram também linhagens completamente novas. A extinção: Permiano As dificuldades das fontes de informação: O registro fossilífero através do limite P-Tr é marcado pela má preservação. Existem poucas rochas para amostragem devido à falta e/ou dificuldade de acessos aos afloramentos. A extensa queda do nível do mar no final do Permiano limitou a quantidade de sedimentos marinhos depositados nas áreas continentais (“mares epicontinentais”). A quantificação da extinção: Em escala global, 49% das famílias e 72% dos gêneros. Estima-se que das 476 espécies de invertebrados do final do Permiano, 435 (ou 91%) desapareceram. Outras estimativas: 80 a 95% de espécies foram extintas. Por comparação: final do O = 57% e K-T = 47% dos gêneros. A extinção: Permiano 1. Impacto extraterrestre: Traços de irídio encontrados em pequena quantidade suportariam esta hipótese, atualmente não aceita. 2. Vulcanismo: Os derrames siberianos (“Siberian traps”) como evidência: pelo menos 45 derrames de lavas variando de 400 a 3.700 m de espessura, cobrindo cerca de 1,5 km3. Efeitos a curto prazo: resfriamento devido à poeira e sulfatos lançados na atmosfera, chuva ácida, incêndios, liberação de elementos traços venenosos e aumento da radiação ultra-violeta por quebra na camada de ozônio. A longo prazo: o CO2 liberado levaria ao aquecimento (efeito estufa). O vulcanismo seria o responsável ou teria grande efeito sobre a diversidade local e/ou regional nos oceanos e continentes? Hipótese pouco provável. A extinção: Permiano 3. Geoquímica: Durante o Permiano Inferior começou a fusão dos continentes para a formação do Pangea. Ao longo das plataformas continentais ocorria o florescimento das comunidades de águas rasas. Próximo ao fim do Permiano o nível do mar baixou, talvez devido a mudanças no manto que expandiram as bacias oceânicas. Como resultado, ocorreu a destruição dos habitats litorâneos. Com a maior parte da plataforma exposta, provavelmente ocorreu ampla decomposição e oxidação da matéria orgânica. A oxidação reduziu o oxigênio e aumentou o CO2 na atmosfera umidificando e aquecendo o planeta em cerca de 20 C. Outra destruição ocorreu quando o nível do mar subiu novamente, tornando os habitats litorâneos mais profundos, inundando as terras emersas e eliminando muitas comunidades costeiras. A diminuição dooxigênio teria provocado anoxia nos oceanos, sufocando as formas marinhas. A extinção: Permiano As principais causas das extinções ao final do Permiano poderiam ser um impacto de corpo extra-terrestre ou uma glaciação em ambos os hemisférios com resfriamento dos mares, redução dos habitats marinhos de águas rasas, desertificação dos ambientes terrestres, instabilidade climática, diminuição de nutrientes, vulcanismo maciço, ou mesmo a interação de dois ou mais desses fatores. Entretanto, baixos níveis de oxigenio nos oceanos é sustentada por evidências paleontológicas, sedimentológicas e geoquímicas. A extinção: Permiano A extinção: Triássico Desaparecimento de 58 famílias de cefalópodos, declínio na diversidade de conodontes, ostracodes, bivalvios, répteis marinhos, corais recifais, braquiópodos, gastrópodos, diápsidos, sinápsidos, insetos e peixes ósseos. Ainda não se sabe o que teria causado esta extinção (as vezes nem é considerada como um grande evento). As principais hipóteses estão relacionadas com impacto de objeto extraterrestre e resfriamento global, seguido de mudanças atmosféricas. Muitos grupos de organismos, tanto marinhos como terrestres, antes de sua extinção, já se encontravam em franco declínio durante o Cretáceo Superior. Outros, entretanto, pouco foram afetados pelos “eventos catastróficos” do final do Mesozóico. A extinção: Cretáceo Nos continentes os dinossauros, pterossauros e muitas espécies de vegetais não sobreviveram ao final do Cretáceo. Nos mares, foram afetados os foraminíferos planctônicos e cocolitoforídeos, braquiópodes, muitos moluscos, equinóides e alguns peixes. Extinguiram-se os moluscos rudistas, inoceramídeos e amonitas, bem como a maioria dos répteis marinhos (mosassauros, plesiossauros e ictiossauros). A extinção: Cretáceo Causas bióticas Problemas médicos: discos vertebrais deslocados; mal funcionamento ou desequilíbrio dos sistemas hormonais;; ossos dos membros muito pesados; diminuição patológica da espessura dos ovos; doenças (cáries, artrite, fraturas e infecções); epidemias; parasitas. Desordens genéticas: velocidade de mutação excessiva induzida pelos altos níveis de raios cósmicos; absorção de raios cósmicos pelos embriões. A extinção: Cretáceo Senilidade racial Direcionamento evolutivo para a superespecialização senescente, como evidenciado pelo gigantismo, espinescência ou excesso de armadura. Interações bióticas Competição com os mamíferos. Competição com as insetos. Supercapacidade de predação pelos predadores. Ovos devorados pelos mamíferos. Consumo de todas as plantas por dinossauros gigantes. A extinção: Cretáceo Mudanças florísticas Diversificação das angiospermas e redução na disponibilidade de gimnospermas e pteridófitas, levando a uma redução das gorduras das plantas arborescentes na dieta dos dinossauros, tendo como conseqüência final a morte por indigestão. Perda da vegetação dos pântanos. Redução na disponibilidade de alimento vegetal como um todo. Presença de outros venenos nas plantas. Falta de cálcio e outros minerais necessários nos vegetais. A extinção: Cretáceo Explicações extraterrestres Radiação cósmica e ultravioleta. Destruição da camada de ozônio pelas explosões solares e penetração da radiação ultravioleta. Radiação eletromagnética e raios cósmicos a partir da explosão de uma supernova próxima. Aquecimento rápido da atmosfera pela entrada de um meteoro. Impacto de um asteróide Impacto de um cometa. Chuva de cometas. A extinção: Cretáceo Nos mares, os organismos que mais sofreram no final do Cretáceo foram os grupos tropicais, sugerindo uma influência climática no evento das extinções. A análise isotópica do oxigênio e do carbono das carapaças de organismos planctônicos indica um resfriamento dos mares 200.000 anos antes do final do Cretáceo. Uma regressão marinha teria reduzido os mares epicontinentais diminuindo as áreas com águas rasas. Este fato, combinado com o resfriamento, teria afetado os organismos bentônicos tropicais, como os rudistas e os inoceramídeos. As extinções: a hipótese do resfriamento A extinção: Cretáceo Um grande meteoro, com cerca de 10 km de diâmetro, teria se chocado com a Terra. Como resultado, terremotos, tsunamis, chuvas ácidas e gigantescos incêndios teriam ocorrido como efeitos iniciais do impacto. As extinções: a hipótese do impacto A extinção: Cretáceo ...do final do Período Cretáceo. Um asteróide de 10 km de diâmetro traça seu brilho através da atmosfera por cerca de 10 segundos e está prestes a atingir a superfície. As extinções: o impacto e suas etapas Há 65 milhões de anos, dois segundos antes... A extinção: Cretáceo ...o final do Período Cretáceo. Fragmentos do impacto são lançados no espaço provenientes da cratera resultante. Há 65 milhões de anos, um minuto após... A extinção: Cretáceo O impacto do asteróide criou uma grande onda (tsunami) no oceano circundante que atingiu provavelmente muitas centenas de metros de altura, inundando áreas costeiras situadas a centenas de quilômetros a partir do ponto de impacto. Há 65 milhões de anos, os primeiros resultados A extinção: Cretáceo ...um grande número de fragmentos que tinham sido ejetados para o espaço retornaram à Terra brilhando nos céus e atingindo violentamente a superfície, criando crateras e incendiando inúmeras florestas. Há 65 milhões de anos, uma hora após o impacto... A extinção: Cretáceo ...o final do Período Cretáceo. A atmosfera está completamente envolvida por uma nuvem de poeira resultante do impacto e da fumaça dos imensos incêndios. Há 65 milhões de anos, um mês após... A extinção: Cretáceo ...é uma estrutura estimada em 180 km de diâmetro, aberta na costa da atual península de Yucatán. Após o impacto provavelment e encheu-se de água e sedimentos. Há 65 milhões de anos, a grande cratera do impacto K-T... A extinção: Cretáceo ...início do Terciário, a cratera gigante produzida pelo impacto tinha sido preenchida com água do mar e o mundo abaixo tinha começado um novo curso evolutivo. Há 65 milhões de anos, mil anos após o... A extinção: Cretáceo Como provas dessa hipótese tem-se: a alta concentração de irídio e outros elementos como o ósmio nas camadas do intervalo K-T, a presença de esférulas supostamente geradas pelo calor resultante do impacto do meteoro com a crosta basáltica e a existência de grãos de quartzo com lamelas planares internas, resultantes da alta pressão decorrente de um impacto. A extinção: Cretáceo Em virtude da evidência de que as extinções foram graduais, alguns geólogos admitem a hipótese de diversos impactos, ao contrário de um único choque. Outros argumentam que as supostas esférulas resultantes pelo calor do impacto seriam partículas vulcânicas alteradas, substituindo a hipótese do impacto pela do vulcanismo. A extinção: Cretáceo No final do Cretáceo ocorreu o maior evento vulcânico do Fanerozóico, evidenciado pelas camadas de basalto conhecidas como as “Deccan traps” da Índia e do Paquistão. As erupções cobriram cerca de 10.000 km2, com um volume de mais de 10.000 km3. Algumas camadasde basalto chegam a 150 metros de espessura, embora a maioria varie de 10 a 50 metros. No Oeste da Índia, a espessura total chega a 2.400 metros. Existem também grandes depósitos de derrames basálticos na Bacia do Paraná, Brasil, o que, segundo alguns, excederiam em volume os depósitos das “Deccan traps”. As extinções: a hipótese do vulcanismo A extinção: Cretáceo A extinção: Megafauna de mamíferos do Pleistoceno Diversificação dos mamíferos Há 225 Maa... Assim...Os mamíferos realmente viveram a sombra dos dinossauros? Diversidade de mamíferos do Mesozóico Comparados aos 547 gêneros conhecidos de dinossauros para este período, mais de 310 mamíferos do Mesozóico são conhecidos pela ciência atualmente, sendo que dois terços destes foram descobertos nos últimos 25 anos. Até que um dia... Os mamíferos nativos sul-americanos Xenarthra Pilosa Cingulata Dasypodidae Litopterna Notoungulata Cingulata Glyptodontidae Megalocnus rodens, Mioceno Superior, Cuba Nem todos eram gigantes... A conexão de terra O Grande Intercâmbio Biótico das Américas No limite Plioceno-Pleistoceno (~3,00 Maa). AS MEGAFAUNAS BAKKER, 1995 As megafaunas do Quaternário Megafauna do Pleistoceno da Austrália Megamamíferos do Holoceno da África XENARTHRA, PILOSA As Preguiças-terrícolas PAMPATHERIIDAE DASYPODIDAE XENARTHRA, CINGULATA Os Tatus-gigantes Toca fossilizada Osteodermos GLYPTODONTIDAE XENARTHRA, CINGULATA Os Gliptodontídeos GLYPTODONTIDAE MACRAUCHENIIDAE PROTHEROTHERIIDAE LITOPTERNA Os Ungulados Nativos TOXODONTIDAE NOTOUNGULATA Os Ungulados Nativos CARNIVORA, FELIDAE CARNIVORA, URSIDAE Os Ursos CETARTIODACTYLA, CAMELIDAE As Lhamas PROBOSCIDEA, GOMPHOTHERIIDAE A extinção: Megafauna de mamíferos do Pleistoceno X X X X X X X Tradicionalmente, há cerca de 11 mil anos (Pleistoceno-Holoceno). A grande maioria dos táxons que se extinguiram na América do Sul no final do Pleistoceno era adaptada a ambientes abertos e áridos (embora apresentassem uma série de nichos diversificados neste contexto), com estratégia reprodutiva mais lenta e cuidado parental prolongado. HIPÓTESE DE MUDANÇA AMBIENTAL/CLIMÁTICA HIPÓTESE DE EPIDEMIA QUAL(IS) DAS TRÊS HIPÓTESES? HIPÓTESE DE BLITZKRIEG A extinção: Megafauna de mamíferos do Pleistoceno Possíveis causas: mudanças climáticas e da composição florística, fragmentação de habitat, desequilíbrio coevolutivo, dizimação por humanos e doenças. A extinção: Megafauna de mamíferos do Pleistoceno Zigue-zague: a extinção da megafauna de mamíferos sul-americana do Pleistoceno teria sido causada pela atividade de caça destes animais pelo homem, desde sua chegada à América do Sul. Entretanto, outros fatores teriam acentuado o impacto desta atividade sobre a megafauna, como a extrema redução da biomassa total e a distribuição dos animais adaptados às áreas abertas, em resposta à diminuição periódica deste tipo de ambiente (Zigue-zague), provocado pelo aumento de temperatura e umidade do último (e atual) período interglacial .
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