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Resposta Neuroendócrina, Citocinas e Resposta Inflamatória em Cirurgia Beatriz Lagrotta Brendha Santos Conrado Tavares Giulia Menegazzo Rafael Bussola Rudá Siman Introdução O Contato com situações de estresse leva a respostas adaptativas que buscam recuperar o equilíbrio alterado O Trauma cirúrgico é capaz de desencadear uma resposta inflamatória local e sistêmica Síndrome da resposta inflamatória sistêmica (SIRS) Resposta Antiinflamatória Contra-reguladora(CARS) Complexa interrelação de sistemas e substâncias Eixo hipotálamo hipofisário adrenal Sistema Nervoso autônomo Sistema hormonal ( somatotrópico, tireóideo, gonadal, lactotrófico) Mediadores com ações locais e sistêmicas : Citocinas ( interleucinas, TNF, NO, IGF, PAF.. ) Cortisol Sistema Complemento Trauma cirúrgico: Resposta inflamatória Papel relevante na remoção de restos necróticos, no reparo tissular e no processo de cicatrização. Resposta intensa e descontrolada = disfunçao orgânica e, eventualmente, ao óbito. Aspectos Inflamatórios CEC como deflagrador de inflamação sistêmica Aspectos Inflamatórios TNF-a IL-6 IL-8 Endotoxina Bacteriana Aspectos endocrinológicos O mecanismo endócrino adaptativo se desenvolveu para que juntamente à uma situação de jejum, o paciente possa ter um aumento da disponibilidade endógena de nutrientes e que eles sejam redirecionados para os órgãos vitais. O resultado dessa adaptação é o retardo do catabolismo e a possibilidade da iniciação de uma resposta imune. Aspectos endocrinológicos Durante esse processo de adaptação estão envolvidos diversos cenários como a ativação do eixo adrenal, aumento da secreção de prolactina e GH, concomitante à redução dos níveis de fator de crescimento insulina-like, e da redução da atividade tireóidea e gonadal. Quando essa resposta torna-se dissonante, ela pode comprometer a homeostase e causar dano orgânico, resultando em intensa degradação e redução da síntese proteica. Aspectos endocrinológicos Em consequência desse catabolismo pode-se observar um quadro de atrofia muscular, conhecido como miopatia séptica, que pode comprometer gravemente a ventilação pulmonar. Além disso podem ocorrer neuropatias em consequência de alteração nas proteínas de membranas neuronais e nas células de Schwann e comprometimento da mucosa intestinal. Eixo Hipotálamo-pituitária-adrenal (HPA) Também influenciam na secreção de cortisol Citocinas Mediadores inflamatórios Inervação autônoma do córtex da suprarrenal Outros efeitos do cortisol Quebra de proteínas e gorduras Metabolização da glicose no fígado Pacientes cirúrgicos Cortisol estimula secreção de MIF (fator inibidor de migração de macrófagos) Fase tardia: diminuição de ACTH com aumento de endotelina e peptídeo natriurético atrial Pré-tratamento com cortisol Aumenta IL-10 e IL-4 Diminui TNF-α e IL-8 Uso de metilprednisolona e hidrocortisona Eixo Autonômico Controle mais rápido Influencia e é influenciado pelos outros sistemas Efeito direto (negativo) sobre sistema imune Componente humoral: ADR, NOR Consequências Indesejáveis Íleo adinâmico Hipertensão arterial Arritmias Isquemia miocárdio Diminuição da perfusão renal Eixo Somatotrópico Eixo tireóideo Nas primeiras 24 horas após o trauma observa-se redução nos níveis de T3, o que, em casos de trauma prolongado podem levar a um quadro de hipotireoidismo Existem indícios de que a presença de citocinas como o fator de necrose tumoral-alfa, IL-1 e IL6 estejam envolvidos na síndrome do t3 baixo. Eixo tireóideo Este estado de hipotireoidismo pode contribuir para o rebaixamento do nível de consciência, íleo, disfunção biliar, polisserosite, intolerância a glicose e resistência insulínica, hiponatremia, anemia e hipertrigliceridemia. A administração de TRH e GH pode reativar a função tireóidea em pacientes graves, elevando níveis de TSH, T4 e T3 Eixo Gonadal Eixo lactotrófico Resposta de fase aguda Manifestações sistemicas iniciais consequentes a um trauma ou infecção. Alteraçoes nos niveis plasmaticos de algumas proteínas (Proteínas de Fase Aguda). Citocinas (IL6) Corticosteroides Adrenalina Esta resposta pode ser vista como uma parte primaria da resposta inflam sistemica, aonde o estimulo inicial levaria a ativaçao do sistema complemento que acarretaria a ativaçao de cels como macrofagos, monocitos, mastocitos e cels endoteliais, e a produçao aguda de IL-1 e TNF 26 Síndrome da Resposta Inflamatória Sistêmica (SIRS) Pelo menos 2 das características abaixo SIRS detectada Temperatura: > 38ºC ou < 36ºC FC: > 90 batimentos/min FR: > 20 incursões/min PaCO2: < 32 torr Leucócitos: > 12.000 cels/mm3 ou < 4000 cels/mm3 Bastões: + de 10% Síndrome da Resposta Inflamatória Sistêmica (SIRS) Pode ser vista como uma sequência: estímulo - mediadores – resposta. Se adequadamente graduada, pode prever a evolução do paciente após o estímulo agressor inicial. A rede de citocinas na SIRS Procedimentos cirúrgicos: resposta inflamatória (TNFa e IL-8) e resposta antiinflamatória tardia (IL-10). Citocinas fundamentais na fisiopatologia da SIRS: TNF, IL-1, IL-12 e IFN. Pacientes que preenchem os critérios de SIRS e tem baixos níveis de citocinas inflamatórias sangue retirado tardiamente Sepse e resposta antiinflamatória contrarreguladora Durante sepse, há um aumento de : Produção de citocinas pró-inflamatórias NO PGE2 Fator ativador plaquetário. - Hiporresponsibilidade das células T, anergia linfocitária e alterações na apresentação de antígenos. TNFa Citocina pró-inflamatória Induz efeitos inflamatórios sistêmicos: ativação da rede de citocinas, ativação da cascata de coagulação, fibrinólise, descompensação hemodinâmica e ativação de neutrófilos. IL-1 Citocina pró-inflamatória Efeitos biológicos similares a TNFa, mas não causa ativação de neutrófilos Em baixas doses, faz sinergismo com TNFa Induz febre dependente de PGE2, estimula a liberação de B-endorfinas e o aumento da expressão de receptores opióides centrais efeito atenuador da dor dependente de IL-1 após procedimentos cirúrgicos IL-12 Citocina pró – inflamatória Ativação tardia de diversas vias inflamatórias, incluindo cascata de citocinas, ativação de neutrófilos e cascata de coagulação Envolvida na manutenção de uma resposta inflamatória persistente pós-trauma ou infecção. IFNg Indução da expressão de antígenos no contexto de MHCII e a ativação de macrófagos. Medeia efeitos causados pela IL-12 Feridas cirúrgicas: quantidades aumentadas de IFNg por um período que varia de 5 a 7 dias após a operação. Níveis aumentados de IFNg levam a ativação de macrófagos alveolares, contribuindo para o aparecimento de lesão pulmonar e SARA. IL-6 Papel ambíguo: pró e antiinflamatória Produção de imunoglobulina, proliferação e diferenciação de linfócitos T, maturação de megacariócitos e indução da síntese de proteínas da fase aguda Antiinflamatória = Inibir a síntese de TNFa e IL-1 Os níveis de IL-6 são proporcionais a extensão do dano bom marcador para a gravidade e evolução da resposta sistêmica após trauma. IL-4 Citocina anti – inflamatória Inibe os efeitos e a produção de IL-1, TNFa, IL-6 e IL-8 Diminui a produção de ROS Aumenta a susceptibilidade aos efeitos antiinflama- tórios dos glicocorticóides IL-10 Citocina anti-inflamatória Inibição da produção de citocinas inflamatórias Inibição da expressão de MHCII Inibição da capacidade de eliminar bactérias fagocitadas por macrófagos Supressão da atividade pró-coagulante de monóci- tos IL-13 Citocina anti-inflamatória Inibe a atividade inflamatória de macrófagos Inibe a produção de NO Papel inflamatório (?) induz asma e colite ulcera-tiva Conclusão Resposta sistêmica ao trauma/infecção = tentativa do organismo em neutralizar a agressão e recuperar a homeostasia Existem 2 vertentes dessa resposta: Inflamatória: controle do agente agressor, remoção de restos celulares e cicatrização. Antiinflamatória: controla a extensão dos danos e repara as lesões causadas pela resposta inflamató-ria Referências MARQUES, R. G. “Técnica Operatória e Cirurgia Experimental”: Editora Guanabara Koogan, Rio de Janeiro, 2005. ABRAHÃO, L. RAHAL – “Efeitos hemodinâmicos sistêmicos e regionais da ressucitação volêmica com solução salina hipertônica e isoncótica guiada pela saturação venosa mista de oxigênio em modelo experimental de choque séptico.”
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