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Atualidades – Teoria e Exercícios – TJDFT 
Aula 02 – Economia Brasileira 
Prof. Leandro Signori 
 
 
 
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1 
 
 
 
 Caro Aluno, 
 Vamos a terceira aula do nosso curso de Atualidades para o concurso do 
TJDFT. Hoje o assunto é a economia brasileira. 
 Não se esqueça de utilizar o fórum para esclarecimento de dúvidas e 
sugestões sobre o conteúdo e o formato do curso. Qualquer dúvida, crítica ou 
sugestão poderá ser colocada nesse espaço. 
 Beleza! 
 Bora estudar. 
 Professor Leandro Signori 
 
Sumário 
1. Economia brasileira busca recuperação 
2. Trabalho, emprego e renda 
3. Indústria 
4. Agropecuária e Agronegócio 
5. Infraestrutura 
5.1 Matriz de Transporte 
5.2 Matriz Energética 
6. Brasil – sétima maior economia do mundo 
7. Dilma faz viagem de trabalho aos Estados Unidos 
8. Memorex 
9. Questões comentadas 
 10. Questões propostas 
 
 
Aula 02 – Economia Brasileira 
Atualidades – Teoria e Exercícios – TJDFT 
Aula 02 – Economia Brasileira 
Prof. Leandro Signori 
 
 
 
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2 
1. Economia brasileira busca recuperação 
A economia brasileira cresceu 0,1% em 2014. Esse é o pior 
resultado desde 2009, ano da crise internacional, quando a economia recuou 
0,2%. Em 2013, de acordo com dados revisados, a economia havia crescido 
2,7%. Entre os setores produtivos do PIB, a indústria teve o pior desempenho, 
caindo 1,2% no ano. O setor agropecuário teve avanço de 0,4%, e os serviços 
subiram 0,7%. As incertezas provocadas pelo processo eleitoral (eleições 
presidenciais), a queda nos investimentos e a diminuição do ritmo das 
empresas nos dias de jogos da Copa do Mundo são alguns dos fatores que 
prejudicaram a economia brasileira em 2014. 
A atividade econômica continua fraca em 2015, demonstrando que a 
economia pode levar mais tempo que o previsto para se recuperar. A economia 
brasileira encolheu 0,2% no primeiro trimestre deste ano em relação ao último 
trimestre do ano passado, e 1,6% em relação aos três primeiros meses de 
2014, segundo os dados do PIB. O resultado só não foi pior graças à 
agropecuária, que cresceu 4,7% em relação ao trimestre anterior, e 4% em 
comparação com o mesmo período do ano passado. Analistas não descartam a 
possibilidade de o país entrar em recessão, que se caracteriza por dois 
trimestres seguidos de contração da economia. 
O setor com maior participação na composição da riqueza nacional é o de 
serviços, que representa aproximadamente 70% do PIB, em seguida vem o 
setor industrial com em torno de 25% e a agropecuária com aproximadamente 
6%. Desde 2011, que a economia brasileira cresce abaixo da média do 
crescimento do PIB mundial. 
O PIB mede o tamanho de uma economia, seja a de um país, de uma 
região, mercado comum ou município. Ele representa a soma de todas as 
riquezas produzidas, e um crescimento zero no ano significa que elas se 
mantiveram no mesmo nível do período anterior. Entre os principais pontos que 
fazem uma economia crescer estão seu poder de produzir e vender, que precisa 
manter-se em expansão; a renda e o consumo da população; e a capacidade de 
gerar ou atrair recursos. A confecção de bens de maior valor gera mais riqueza 
que a de itens primários, o que torna importante o investimento em inovação e 
na atividade industrial. O baixo crescimento, ou mesmo a paralisação da 
expansão da economia brasileira, em muito se deve à crise internacional. Os 
países mais ricos, que sustentam a economia mundial, estão com crescimento 
baixo ou negativo. Eles estão entre os maiores compradores, mas reduziram 
suas importações e isso afeta as demais nações. 
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3 
O Brasil depende muito do que acontece no mundo, pois somos um 
grande exportador de commodities (produtos básicos que serão posteriormente 
industrializados e que em geral têm preços negociados em bolsa de 
mercadorias no mercado internacional). As principais commodities brasileiras 
em receitas são minérios, grãos, açúcar e carne. O país também é grande 
exportador e importador de petróleo, mas por questões específicas do refino do 
óleo. Quando os preços ou o volume de compras dessas commodities caem, a 
economia brasileira é diretamente afetada. E esses preços estão em queda 
devido à diminuição das compras dos países desenvolvidos e da China, o que 
afetou nossa balança comercial. Esta é a soma das receitas de exportação 
menos os gastos em importações. Um saldo elevado na balança comercial, o 
superávit, é um ponto essencial para garantir o custeio de importação, por toda 
a sociedade, de bens necessários, com as moedas aceitas internacionalmente, 
como o dólar e o euro. Apesar de estar entre as dez maiores economias 
mundiais, a participação do Brasil no comércio internacional é de cerca de 1% 
apenas. Desde 2012, o saldo de nossa balança não para de cair. Em 2013, 
ele diminuiu ao menor nível em dez anos, para 2,6 bilhões de dólares, e ficou 
negativo em 3,9 bilhões de dólares em 2014. 
Entre as causas da queda do saldo da balança comercial nos últimos anos, 
estão a valorização do real perante o dólar, as dificuldades econômicas 
dos países com os quais o Brasil faz negócios e a estrutura atual da 
produção brasileira. 
 
Crescimento recente 
A partir de meados da década passada, nossa economia foi favorecida por 
um crescimento internacional, que permitiu aumentar as exportações, ampliar 
as reservas em dólares e pagar os principais credores. Nesse período, houve 
uma grande expansão da nossa economia, que atraiu investidores 
internacionais. Vejamos algumas das principais linhas da política econômica 
adotadas pelo governo federal: 
Distribuição de renda - Políticas econômicas de estímulo à produção e à 
geração de empregos, aumento do salário mínimo e os programas Bolsa Família 
e Brasil Sem Miséria. Essas ações ampliaram o número de trabalhadores e de 
consumidores e seu poder de compra, movimentando a indústria, o comércio e 
os serviços. 
Infraestrutura - Grandes projetos de infraestrutura, como hidrelétricas e 
linhas de transmissão, refinarias, estradas, represas e aquedutos e ampliação 
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do programa de construções habitacionais, de estradas, portos e aeroportos. A 
maioria faz parte dos Programas de Aceleração do Crescimento (PACs). 
Política fiscal - Abertura de linhas de crédito para micro e pequenas 
empresas nos três setores da economia. Ampliação do prazo das linhas de 
crédito (aumento do número de prestações), redução dos juros durante alguns 
anos, dos impostos para setores da economia, para micro e pequenas 
empresas, e para aquisição familiar de bens duráveis, como automóveis, 
eletrodomésticos e materiais de construção. 
As estratégias adotadas permitiram ao país passar sem muitos atropelos 
pela grande crise mundial iniciada em 2008 e que chegou a afetar fortemente o 
emprego em 2009. Durante a maior parte do período, a geração de novos 
empregos permaneceu alta e os indicadores de desemprego, baixos. Porém o 
modelo perdeu força com o passar do tempo. Financeiramente, o poder de 
investimento do Estado não se renovou, ele parece sufocado pela grande 
quantidade de compromissos assumidos, as obras dos PACs andam mais 
lentamente do que o esperado. No comércio, o ritmo de vendas de automóveis 
e de bens duráveis diminuiu e afetou a indústria, que também encontra 
dificuldades para exportar e enfrenta a concorrência de produtos importados. 
Como ogoverno estimulava a geração de emprego e o aumento da renda, 
passou a enfrentar uma taxa média de inflação resistente, embora dentro das 
metas anuais, e para controlá-la não corrigiu preços básicos da economia, como 
eletricidade e combustíveis, represando uma pressão futura sobre a inflação. 
 
Contas públicas 
Essa junção de fatores levou à diminuição na velocidade de crescimento 
da economia e também na arrecadação de impostos. O governo federal optou 
por iniciar o ano de 2015 fortalecendo o caixa das contas públicas, recuando em 
medidas que havia adotado no ano passado, como a redução das tarifas de 
eletricidade e de impostos e contribuições empresariais. De 2011 a 2013, o 
governo precisou usar de artifícios para cumprir a meta de superávit fiscal, uma 
obrigatoriedade da Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO) aprovada no governo 
de Fernando Henrique Cardoso, de guardar dinheiro para pagar juros da dívida 
interna. O cenário se agravou em 2014, e o superávit não foi alcançado. Dilma 
negociou com o Congresso uma alteração de critério na LDO para fechar as 
contas e não incorrer em crime de responsabilidade fiscal. 
A política econômica foi um tema central na campanha eleitoral. Os 
principais adversários da presidente Dilma Rousseff, Aécio Neves (PSDB) e 
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Marina Silva (PSB), afirmavam que o governo precisava alterar os rumos da 
política econômica para recuperar sua saúde financeira e a confiança de 
investidores. Armínio Fraga, apontado como provável ministro da Fazenda em 
eventual governo de Aécio Neves, afirmou ser necessário cortar gastos, o que 
poderia afetar os programas sociais, alterar direitos trabalhistas, realinhar 
preços e tarifas públicas e diminuir o ritmo de crescimento do salário mínimo. 
Dilma reagiu acusando o adversário de propor um aperto que prejudicaria 
principalmente os mais pobres e garantiu que manteria os direitos sociais 
conquistados nos 12 anos de gestão do Partido dos Trabalhadores. Na 
campanha, a presidente chegou a garantir que não mexeria em direitos 
trabalhistas usando a expressão popular “Nem que a vaca tussa” e sugeriu que 
seus adversários o fariam, caso fossem eleitos. 
Passada a eleição, a presidente começou a tomar decisões que visam a 
ajustar as contas públicas, algumas delas no sentido das críticas feitas na 
campanha eleitoral. O novo ministro da Fazenda – Joaquim Levy – tem a 
missão de comandar a recuperação das contas públicas, com vistas a reduzir a 
inflação, fazer o PIB voltar a crescer a taxas maiores e recuperar a confiança do 
mercado quanto à economia brasileira. Ele anunciou uma meta de superávit 
primário de 1,1% do PIB para 2015. 
Para cumprir a meta anunciada de superávit primário e equilibrar as 
contas públicas, o governo vem implementando o ajuste fiscal, com medidas 
que visam aumentar a arrecadação e cortar gastos públicos. São medidas que 
aumentam impostos, diminuem o subsídio a políticas sociais e ao setor 
produtivo e reduzem despesas governamentais. 
Em relação ao corte de gastos públicos (redução de despesas), o 
Congresso Nacional aprovou legislação que torna mais rigoroso o acesso aos 
benefícios previdenciários do abono salarial, seguro-desemprego, pensão por 
morte e auxílio-doença. Foi também anunciado a diminuição de repasses do 
tesouro ao BNDES e o fim dos repasses ao setor elétrico, redução de gastos do 
PAC e contingenciamento orçamentário de R$ 69,9 bilhões para o ano de 2015. 
Para aumentar a arrecadação, o governo federal reduziu benefícios fiscais para 
os exportadores e aumentou impostos, como a CIDE combustíveis, o IPI para 
automóveis e o IOF para operações de crédito. 
 
Inflação alta 
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O Brasil adota o regime de metas anuais de inflação, estabelecida pelo 
Banco Central, que para persegui-la, adota várias políticas, entre as quais o 
controle da taxa básica de juros. A meta oficial dos últimos anos tem sido de 
4,5% ao ano, podendo variar dois pontos percentuais para cima ou para baixo – 
de 2,5% a 6,5%. 
Como forma de demonstrar a firmeza do seu compromisso com a redução 
da inflação, o Conselho Monetário Nacional (CMN) decidiu em 25 de junho 
reduzir o intervalo de tolerância da meta de inflação a partir de 2017. A meta 
central continuará sendo de 4,5%. O intervalo de tolerância em relação à meta 
central, porém, caiu de dois pontos percentuais (para cima e para baixo em 
relação ao objetivo central) para 1,5 ponto percentual. Na prática, isso significa 
que o piso será de 3% e que o teto será mais baixo: de 6% em 2017 sem que a 
meta seja formalmente descumprida. Um teto menor para a meta de inflação 
em 2017, teoricamente, poderá, portanto, gerar uma política de definição dos 
juros, pela autoridade monetária, mais restritiva (juros mais altos) para tentar 
conter os avanços dos preços. 
A figura abaixo ilustra o regime atual e como ficará em 2017: 
 
 
 
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Nos últimos cinco anos, a inflação, medida pelo Índice de Preços ao 
Consumidor Amplo (IPCA), tem ficado bem distante do centro da meta de 4,5% 
e mais próximo ao teto de 6,5%. Em 2010, 2011, 2012, 2013 e 2014, a 
inflação somou 5,91%, 6,50%, 5,84%, 5,91% e 6,41%. Este longo período de 
alta gera um temor de que quanto mais tempo a inflação permanecer num 
patamar relativamente alto, mais resista aos “remédios” para controlá-la. O 
aumento dos preços de alimentos e de habitação foram os principais fatores 
para a alta da inflação no ano passado. 
A inflação disparou em 2015, no ano o índice já chega a 5,34%, o maior 
resultado para o período de janeiro a maio desde 2003. O que mais está 
pesando na alta da inflação é o aumento dos preços administrados (energia, 
gasolina, ônibus e taxa de água e esgoto). Em 12 meses, o indicador acumula 
alta de 8,47%, o maior desde dezembro de 2003. 
Diante do cenário de inflação crescente e da ameaça à meta fixada, o 
governo por meio do Comitê de Política Monetário (Copom) passou a aumentar 
a taxa básica de juros da economia, a taxa Selic. Assim, os juros básicos – 
que haviam caído de agosto de 2011 a outubro de 2012, até chegar a 7,25% ao 
ano, visando a estimular o consumo – voltaram a ser aumentados até chegar a 
13,75 % em junho de 2015, o maior nível desde 2006. 
 
Inflação é a elevação dos preços de produtos e serviços, que resulta na 
diminuição do valor de compra do dinheiro. A inflação sempre existiu, mesmo 
com índices muito pequenos. Quando o indicador é negativo, chama-se 
deflação. 
Uma inflação elevada e contínua desorganiza a economia ao alterar o 
valor do dinheiro, elemento central do sistema econômico. A inflação atinge 
mais duramente quem não possui formas fáceis para corrigir seus ganhos, 
como os assalariados. 
A principal causa para a inflação é a chamada demanda, que significa a 
procura por bens e serviços. Por exemplo, se muita gente quer comprar um 
artigo e não tem para todos, o preço aumenta. É a lei da oferta e da procura. É 
o que ocorre com frutas e legumes fora da estação (na entressafra). 
O tormento da inflação incomodou durante muito tempo a vida nacional. 
O Brasil viveu uma situação de inflação em alta no decorrer da década de 1980, 
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até desaguar numa hiperinflaçãoacima de 900% ao ano a partir de 1988. 
Isso significa que os preços estavam se multiplicando mais de dez vezes a cada 
período de 12 meses. 
Cinco planos econômicos foram tentados no decurso de oito anos. No 
mesmo período, o Brasil trocou cinco vezes de moeda, já que as cédulas 
perdiam o valor muito rapidamente. A inflação chegou a 2.477% em 1993, o 
que significa que os preços multiplicaram-se por 25 durante aquele ano. O 
Plano Real, em julho de 1994, derrubou a taxa de inflação. Desde então, sua 
variação acontece em patamares reduzidos. 
 
(FGV/BNB/2014 – ANALISTA BANCÁRIO) O Comitê de Política 
Monetária (Copom) do Banco Central tem o objetivo de estabelecer as 
diretrizes da política monetária e de definir a taxa de juros, sendo a 
sistemática de metas de inflação uma das principais diretrizes dessa 
política. Usualmente a meta de inflação tem sido definida por um valor 
central e as margens de tolerância, em pontos percentuais, para cima e 
para baixo. Para 2014, o valor central e as margens de tolerância foram 
fixadas, respectivamente, em: 
a) dois e meio por cento, 2 pontos percentuais; 
b) três e meio por cento, 2 pontos percentuais; 
c) quatro e meio por cento, 2 pontos percentuais; 
d) cinco por cento, 2 pontos percentuais; 
e) seis e meio por cento, 1 ponto percentual. 
COMENTÁRIOS: 
O Brasil adota o regime de metas anuais de inflação, estabelecida pelo 
Banco Central, que para persegui-la, adota várias políticas, entre as quais o 
controle da taxa básica de juros. A meta oficial de 2014 é de 4,5%, podendo 
variar dois pontos percentuais para cima ou para baixo – de 2,5% a 6,5%. 
Gabarito: C 
 
Alta dos juros 
Os juros são o dinheiro a mais que uma pessoa ou empresa paga ao 
sistema bancário ao devolver um empréstimo, além do valor original corrigido 
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pela inflação. Eles podem ser considerados uma remuneração pelo fato de que 
quem empresta corre o risco de o dinheiro não ser devolvido. 
O governo tem uma relação estreita com os juros, pois é o maior agente 
econômico do país. Ele empresta dinheiro aos bancos para as suas 
necessidades diárias e cobra por isso: essa taxa de juros básica se chama taxa 
Selic. Como esse empréstimo por 24 horas é seguro, serve de referência para a 
economia. Os juros que os bancos cobram dos clientes para empréstimos, 
cheque especial e cartão de crédito são muito mais elevados que a taxa Selic. 
Como a taxa de juros define o custo do dinheiro, os governos a utilizam 
para controlar a inflação: quanto mais alta a taxa de juros, mais caros ficam os 
empréstimos, o que funciona como um freio nas atividades produtivas (pois o 
crediário fica caro para o consumidor, e o financiamento, para o produtor). Se 
há menos compras (“demanda”, na linguagem econômica), os preços não 
sobem, e a inflação fica baixa. 
Quando a prioridade do governo é estimular a atividade econômica, uma 
das medidas é baixar os juros. Foi o que fez o Banco Central ao perceber que a 
economia estava desacelerando. Em setembro de 2011 começou a baixar a 
taxa de juros, que chegou ao seu menor nível - 7,25% ao ano - em outubro de 
2012. No entanto a pressão inflacionária verificada no início de 2013 levou o 
Banco Central a elevar a Selic a partir de abril de 2013. 
 
(VUNESP/TJ SP/2013 – Escrevente Técnico Judiciário) O Comitê de 
Política Monetária (Copom) do Banco Central informou, em ata 
divulgada na quinta-feira (25 de abril de 2013), que a decisão da 
semana passada de elevar a taxa de juros, de 7,25% para 7,50% ao 
ano, deve-se à necessidade de “neutralizar risco” de disparada da 
inflação no país, principalmente em 2014. 
(G1, 25.04.13) 
A alta dos juros promovida pelo Banco Central tem como objetivo 
“neutralizar risco” de disparada da inflação. Um efeito colateral da 
medida, no entanto, pode ser 
a) a diminuição da entrada de capital estrangeiro. 
b) o aumento da expectativa de inflação a longo prazo. 
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c) a queda contínua da bolsa de valores. 
d) o aumento crescente do risco país. 
e) a redução do crescimento econômico. 
COMENTÁRIOS: 
O Banco Central do Brasil adota a política de metas de inflação. A meta 
oficial dos últimos anos é de 4,5% ao ano, podendo variar dois pontos para 
cima ou para baixo – de 2,5% a 6,5%. Desde 2010, a taxa de inflação 
ultrapassa a meta fixada pelo banco. 
Em 2012 a inflação acumulada no ano, medida pelo IBGE, por meio do 
Índice de Preços ao Consumidor (IPCA) chegou a 5,84%. Em 2013, diante da 
persistência da taxa e do cenário de alta da inflação, para tentar contê-la, o 
governo lançou mão do mecanismo de aumento da taxa básica de juros da 
economia, a chamada taxa Selic. 
A elevação da Selic visa diminuir os pedidos de crédito e refrear os 
investimentos e o consumo da população. A taxa mais alta encarece as 
prestações das compras feitas a prazo e tem como efeito colateral a redução 
do crescimento econômico. 
Gabarito: E 
 
O problema da taxa de câmbio 
A taxa de câmbio é o valor pelo qual a nossa moeda é trocada por 
moedas estrangeiras, principalmente pelo dólar, que é a referência no mercado 
mundial. O comércio exterior é diretamente afetado pela taxa de câmbio. 
Se o real vale pouco, nossas mercadorias são exportadas por valor menor 
(o que as torna atraentes). Isso ajuda o setor exportador, mas importar fica 
mais caro. Quando o real se valoriza, nossos produtos ficam caros lá fora, mas 
é mais barato importar. Facilitar as importações ajuda a derrubar a inflação, 
pois amplia a oferta de mercadorias externas a preço baixo. 
 
(CESPE/FUB/2013 – Assistente em Administração) Cinco anos a crise 
estourar, e com o fim dos estímulos à economia dos estados Unidos da 
América (EUA), economistas alertam que, hoje, os mais vulneráveis às 
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turbulências econômicas são os países emergentes. Por outro lado, 
novos documentos divulgados pela TV revelam que a Agência de 
Segurança nacional dos EUA usou se aparato para levantar informações 
sobre a PETROBRAS. 
(O Globo, 9/9/13) 
Tendo o texto acima como referencial inicial e considerando a 
amplitude do tema que ele aborda, julgue os próximos itens. 
No Brasil, atualmente, a estabilidade cambial, determinada e conduzida 
pelo Banco Central, faz que o dólar norte-americano tenha o mesmo 
valor que o real e assegura preços baixos para os produtos importados. 
COMENTÁRIOS: 
Atualmente o dólar norte-americano não tem o mesmo valor que o real. O 
Brasil adota o regime de câmbio flutuante, ou seja, a cotação do real é definida 
por fatores de mercado, não tendo o seu preço fixado pelo governo. O dólar 
está caro, o que eleva o preço dos produtos importados. 
Gabarito: Errado 
 
2. Trabalho, emprego e renda 
O Brasil é um dos países mais desiguais do mundo. Entretanto, nos 
últimos anos, o Brasil tem conseguido avançar no combate à pobreza e na 
melhoria da distribuição de renda. De 1994 a 2010, o número de pessoas 
pobres no país diminuiu 67%, de acordo com a Fundação Getúlio Vargas (FGV), 
e atualmente o governo prioriza o combate à pobreza extrema. Porém o Brasil 
continua com boa parte de sua renda muito concentrada nas mãos de uma 
pequena minoria. 
A concentração de riqueza no país é uma característica muito forte e 
antiga em nossa sociedade. Assim, mesmo com essa evolução recente, os 
indicadores de distribuição de rendaainda são insatisfatórios. Conforme um 
estudo divulgado pelo IBGE, relativo a 2009, os 10% de brasileiros mais ricos 
detêm 43% de toda a renda nacional, enquanto os 10% mais pobres detêm 
apenas 1% da renda. 
Para medir a concentração de renda em níveis mundiais, o padrão 
adotado internacionalmente é o Índice de Gini, cujo valor varia de zero (a 
igualdade perfeita) a 1 (a desigualdade máxima). No Brasil, desde 1996, houve 
redução discreta, mas constante, desse índice, partindo de 0,568 para chegar 
ao patamar de 0,507, em 2012, de acordo com IBGE. 
Atualidades – Teoria e Exercícios – TJDFT 
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12 
Vejamos algumas das principais causas da má distribuição de renda no 
Brasil: 
• Concentração fundiária - quase metade das terras cultivadas no país 
são grandes propriedades (acima de mil hectares), que estão nas mãos de 
apenas 1% dos proprietários, segundo o IBGE. Essa estrutura provoca pobreza 
no campo e o êxodo da população para as cidades. 
• Industrialização - ela se desenvolveu em quase todo o século XX no 
Sudeste e no Sul, concentrando a renda. 
• Problemas urbanos - as cidades não foram preparadas para receber 
as populações vindas do campo. A carência habitacional, por exemplo, é um 
fator de pobreza e favelização. 
• Analfabetismo - ele foi combatido tardiamente, a partir dos anos de 
1970. A falta de instrução mantém o trabalhador mal remunerado, com 
dificuldade para ascender socialmente. 
• Discriminação racial - ao final de quatro séculos de escravidão, o 
Estado brasileiro lavou as mãos, sem políticas de apoio à população negra para 
que pudesse ter acesso à terra, à educação e à ascensão social. Desde então, 
as gerações seguintes enfrentam um ciclo vicioso de pobreza. Como resultado, 
sete em cada dez brasileiros entre os 10% mais pobres são negros, de acordo 
com o IBGE. 
• Estrutura tributária - a distribuição dos impostos no país é injusta, 
pois a camada que tem mais renda paga menos imposto em proporção aos seus 
ganhos. Segundo o Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (IPEA), em 2008, 
pessoas que recebiam até dois salários mínimos gastavam 54% da renda 
pagando impostos, diretos e indiretos. Já as famílias com renda superior a 30 
salários mínimos desembolsavam em torno de 29% com impostos. 
O aumento do salário mínimo com índices percentuais acima da inflação 
tem se mostrado, nos últimos anos, uma medida eficaz para desconcentrar a 
renda. Isso porque o salário mínimo é um dos parâmetros para reajustes 
salariais, beneficia diretamente os salários mais baixos e as aposentadorias. A 
forte criação de empregos também leva à desconcentração da renda. 
A partir da década de 1990, o Brasil adotou medidas assistenciais para 
combater a pobreza. Primeiramente, com a criação do seguro-desemprego. 
Depois, com os programas de auxílio luz, gás e alimentação para famílias 
pobres. Em 2004, o programa Bolsa Família incorporou esses auxílios e foi 
ampliado. O programa transfere um auxílio em dinheiro diretamente para os 
mais pobres. 
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Quadro recente do desemprego no Brasil 
Na última década, o crescimento do emprego formal, com carteira 
assinada, distinguiu o Brasil da maioria das grandes economias. O ritmo na 
criação de novos empregos cresceu fortemente desde 2004. Contudo o ritmo 
de criação de novos empregos está diminuindo, principalmente com a 
retração das atividades da indústria. Em 2015, o emprego está em patamar 
negativo. No acumulado dos cinco primeiros meses deste ano, segundo dados 
oficiais, foram fechados 243.948 postos com carteira assinada. Segundo a 
Pesquisa Mensal de Emprego e Desemprego (PME), a taxa de desocupação do 
mês de abril foi de 6,4%. Em dezembro de 2014, a taxa estava em 4,8%. 
 
(CESPE/IRBR/2012 – DIPLOMATA) O maior empecilho ao combate da 
pobreza nas diferentes regiões do Brasil, representada pela baixa renda 
mensal, reside na má distribuição territorial dos recursos naturais que 
geram insumos econômicos para a atividade produtiva. 
COMENTÁRIOS: 
 
 Fonte: Pnad 2012, Síntese de indicadores sociais 2012/2013 e IBGE 
O maior empecilho para o combate à pobreza no Brasil é a má 
distribuição da renda. A escandalosa concentração de renda faz do Brasil um 
dos países mais desiguais do mundo. 
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 Veja no gráfico, que o Norte, riquíssimo em recursos naturais, é a 
segunda região com o maior percentual de população de baixa renda (com 
renda familiar per capita de até um salário mínimo) em relação à população 
total da região. 
Gabarito: Errado 
 
3. Indústria 
Em 2010, a indústria cresceu à taxa recorde 10,1%. Nos anos seguintes, 
o crescimento da produção industrial diminuiu drasticamente, até registrar 
crescimento negativo de -3,2% em 2014. Nos últimos anos, pesam contra o 
desempenho da indústria nacional a crise econômica internacional e a 
valorização do real, fatores que geraram redução das exportações. No contexto 
da crise, com o acirramento da disputa por mercados, a indústria brasileira 
sofre mais com os seus já conhecidos problemas de competitividade e com os 
gargalos da infraestrutura nacional. 
A indústria brasileira vive um significativo processo de 
descentralização, do Sudeste para as demais regiões, principalmente para a 
Região Sul, e das capitais para o interior dos Estados. Os principais fatores que 
contribuem para a descentralização são: o deslocamento das fábricas para 
locais com incentivo fiscal do Estado; o crescimento da oferta de mão de obra 
qualificada fora das capitais, mas que aceita salários menores; o deslocamento 
de empresas para perto de fornecedores de matérias-primas e a busca de 
cidades onde o gasto com benefícios trabalhistas é mais baixo. 
 
(CESGRANRIO/CAIXA/2012 – MÉDICO DO TRABALHO) O Brasil 
conquistou o direito de sediar a Copa do Mundo de 2014, os Jogos 
Olímpicos de 2016 e um clima de otimismo e euforia cerca o país. Esse 
clima, no entanto, esconde um processo que ocorre internamente, 
desde pelo menos o início da década de 1990, a chamada 
desindustrialização. 
ZINET, C. Por que a política econômica ameaça a indústria brasileira. Caros 
Amigos, ano 15, n. 175, p.10, out. 2011. 
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No Brasil, o atual processo de desindustrialização caracteriza- se, 
especificamente, pela 
a) retração da flexibilização das relações trabalhistas nas últimas duas 
décadas 
b) entrada de indústrias multinacionais, concorrentes das empresas 
brasileiras 
c) desvalorização atual do real, face à alta generalizada de moedas 
estrangeiras 
d) persistência de taxas de juros baixas, vinculada à alta rotatividade 
no emprego 
e) diminuição da proporção de empregados no setor industrial, frente 
aos demais setores 
COMENTÁRIOS: 
A indústria brasileira apresenta uma trajetória errática nos últimos, com 
crescimento e decrescimento industrial. Pesam contra um melhor desempenho 
da indústria nacional a forte concorrência dos produtos importados, a falta de 
uma maior competitividade industrial, a elevada tributação e a valorização do 
real. Uma das consequências do atual processo de desindustrialização é a 
diminuição da proporção de empregados no setor industrial, frente à 
agropecuária e ao setor de serviços. 
Gabarito: E 
 
4. Agropecuáriae Agronegócio 
 Pessoal, agropecuária e agronegócio não são a mesma coisa. Falamos de 
conceitos diferentes. 
 A agropecuária é o conjunto de atividades ligadas à criação de plantas e 
animais para consumo humano. É um dos três setores para o cálculo do PIB, o 
setor primário da economia. 
O agronegócio é mais do que a agricultura e a pecuária. É o conjunto de 
atividades econômicas ligadas à produção agropecuária, incluindo os fabricantes 
e fornecedores de insumos, equipamentos e serviços para a zona rural, bem 
como a comercialização dos produtos. Ou seja, é toda a cadeia produtiva 
vinculada à agropecuária. 
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No século XXI, a agricultura brasileira tem conhecido extraordinário 
crescimento da sua produção de grãos. Vários fatores contribuíram para esse 
crescimento. O principal é a elevação na importação de alimentos por parte da 
China, após milhões de chineses saírem da faixa de miséria e ascenderem em 
renda. Em 2014, a China elevou as compras de soja em 13%, e o Brasil 
alcançou o posto de segundo maior fornecedor de soja ao país, atrás dos EUA e 
à frente da Argentina. Nesse cenário, investidores nacionais e estrangeiros 
apostam mais no campo. 
Porém, num contexto onde o mundo é globalizado, ficam vulneráveis os 
países que mantêm o foco da economia na produção de bens primários, as 
chamadas commodities. Em primeiro lugar, porque os preços desses produtos 
estão sujeitos a fortes oscilações. Por exemplo, se a China mantiver elevados 
seus estoques de algodão, isso indica que o país não deverá importar muito, e o 
preço tenderá a cair antes mesmo das safras serem plantadas. Em segundo 
lugar, porque as commodities são produtos baratos quando comparados aos 
manufaturados. Ou seja, é preciso exportar muita commodity para pagar 
importações de produtos de alta tecnologia, como equipamentos de 
computação ou máquinas industriais. Desde 2013, a China ultrapassou a União 
Europeia como maior consumidora de produtos agrícolas brasileiros. A China já 
havia superado os EUA como o maior parceiro comercial do Brasil, e hoje é o 
principal destino de nossas exportações e origem das importações. 
O setor agrícola é um dos motores da economia brasileira. Impulsiona 
parte importante da indústria e dos serviços, numa cadeia produtiva chamada 
de agronegócio, além de ter papel fundamental no conjunto das exportações. 
O Brasil é um dos gigantes da agropecuária no mundo. É o maior produtor 
e exportador mundial de açúcar, café e suco de laranja. Ocupa o primeiro lugar 
como exportador de carne bovina e de frango e segundo de milho e da cadeia 
da soja (grão, óleo, carne de soja e farelos). 
Além de garantir o abastecimento do mercado interno, o Brasil tornou-se 
o segundo maior exportador mundial de alimentos, atrás dos EUA. Esse 
desempenho foi garantido por uma forte expansão agrícola nos últimos anos. O 
Brasil bateu um novo recorde na safra agrícola 2013/2014, colhendo 192,8 
milhões de toneladas, segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística 
(IBGE). Foi um aumento de 2,4% na comparação com o resultado de 2013, que 
também havia sido um recorde. 
A soja foi o produto que mais se destacou, com 86,1 milhões de toneladas 
no ciclo 2013/2014. Em 2014, a oleaginosa subiu ao topo da lista dos produtos 
brasileiros mais exportados em valor. Enquanto a balança comercial brasileira 
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teve resultado negativo em 2014, a do agronegócio se manteve fortemente 
positiva. 
Como vimos, a agropecuária corresponde por cerca de 6% do PIB 
brasileiro. Porém quando calculamos a participação do agronegócio no PIB 
brasileiro, este percentual fica em torno de 22%, uma grande diferença. O 
agronegócio responde por cerca de 40% das exportações do país. 
O Centro-Oeste é o maior produtor de grãos e conta com o maior 
rebanho bovino do país. A região desenvolveu uma agricultura moderna e 
tecnificada, com a utilização de técnicas agrícolas inovadoras e de alta 
produtividade. 
O agronegócio cresce, mas enfrenta problemas como juros altos, 
instabilidade no câmbio e carências na infraestrutura. A produção agropecuária 
voltada para a exportação é a que mais sente as carências de infraestrutura, 
que elevam muito o preço final dos produtos. 
A elevação da produtividade no meio rural brasileiro, com pesquisa, 
tecnologia e manejo, esbarra numa estrutura fundiária concentrada nas mãos 
de poucos proprietários. Trata-se de uma realidade difícil para a agricultura 
familiar, que dá trabalho a milhões de pessoas, é voltada para produzir os 
alimentos para o mercado interno, e conta com pouco apoio. 
O crescimento do agronegócio se dá em meio a conflitos com o meio 
ambiente. A pressão da busca por novas áreas de plantio está diretamente 
associada ao desmatamento do cerrado e da Amazônia nas últimas décadas. Os 
poderosos interesses econômicos envolvidos nesse processo estão na origem 
dos embates que opõem os grandes fazendeiros aos ambientalistas, na 
sociedade e no Congresso Nacional, em relação a temas como a preservação da 
natureza e o novo Código Florestal. 
 
(CESPE/2007/TCU – Analista de Controle Externo) O Brasil, 
considerado país emergente, busca situar-se no mercado global 
altamente competitivo e tem no agronegócio um importante 
instrumento para melhorar seu posicionamento na economia mundial. 
COMENTÁRIOS: 
Na condição de país emergente, do grupo BRICS, o Brasil busca ampliar a 
sua participação no comércio mundial e conta para isso com a força do 
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agronegócio, cuja produção tem quebrado recordes e crescido continuamente 
ao longo dos anos. 
O agronegócio é um dos motores da economia nacional, que impulsiona 
parte importante da indústria e dos serviços, além de jogar papel decisivo na 
pauta de exportações. Em 2010, o país tornou-se o terceiro maior exportador 
mundial de alimentos, atrás dos Estados Unidos e da União Europeia. Por isto, 
há quem fale que o Brasil se prepara para, no futuro, ser o celeiro do planeta. 
Gabarito: Certo 
 
5. Infraestrutura 
Os problemas de infraestrutura do país refletem a falta de planejamento e 
de investimentos. A partir de 2007, o governo federal começa a correr atrás do 
tempo perdido e deflagra o primeiro Plano de Aceleração do Crescimento (PAC), 
que prioriza obras em infraestrutura. Em execução, a segunda etapa do plano – 
PAC 2 – tem como um dos focos prioritários a melhoria do sistema de 
transportes. 
O Brasil enfrenta o chamado “apagão logístico” para exportar seus 
produtos, principalmente agrícolas e minérios. A matriz de transportes 
alicerçada em rodovias e a concentração histórica nos portos do Sudeste e do 
Sul apresentam, há anos, mostras de saturação. Formam-se filas de caminhões 
aguardando para desembarcar sua carga, e de navios atracados ao largo do 
Porto de Santos (SP) e de Paranaguá (PR) para recebê-las. As condições de 
asfalto das estradas são ruins, o que provoca desperdício de grãos; há rodovias 
com a construção iniciada, mas a finalização atrasada há décadas e, com a 
carência do transporte por ferrovias e hidrovias, faltam inclusive caminhões e 
motoristas. 
A falta de silos e locais para armazenar grãos, seja nas áreas de produção 
seja nas docas dos portos, também afeta a competitividade do país. O “Custo 
Brasil”, que envolve gastos com estocagem, transporte e impostos, um dos 
maiores do mundo, prejudica as exportações.Para tirar do papel e acelerar obras importantes como portos, ferrovias, 
rodovias e aeroportos, o governo brasileiro decidiu fazer parcerias com a 
iniciativa privada, por meio de programas de privatização. Em julho de 2015, o 
governo federal anunciou um novo pacote de concessões, com previsão de 
investimentos de R$ 198,4 bilhões nos próximos anos. Esta nova fase do 
Programa de Investimento em Logística (PIL), visa conceder a iniciativa privada 
aeroportos, rodovias, ferrovias e portos. 
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Na primeira fase do PIL, anunciada em agosto de 2012, dos nove trechos 
de estradas anunciados, apenas seis foram leiloados. Dos projetos de ferrovias, 
nenhum saiu do papel. Para essa nova fase do programa, o governo fez 
mudanças para atrair os investidores e reduzir as chances de novas frustrações. 
Entre elas está a possibilidade de concessão por meio de outorga, em que 
vence quem paga ao governo o maior bônus pelo direito de explorar um 
serviço. 
O governo prevê o leilão de 15 lotes de estradas, totalizando 6.974 
quilômetros. Entre os trechos estão o das BRs-476/153/282/480, entre Paraná 
e São Paulo; BR-163, entre Mato Grosso e Pará; BRs-364/060, entre Mato 
Grosso e Goiás; BR-364, entre Goiás e Minas Gerais. A previsão do governo é 
leiloá-los ainda em 2015. 
Para 2016, devem ser licitados outros 11 trechos de rodovias federais, em 
10 estados (Rondônia, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Rio Grande do Sul, 
Santa Catarina, São Paulo, Minas Gerais, Espírito Santo, Bahia e Pernambuco). 
Também foi confirmada a entrega à iniciativa privada dos aeroportos de 
Porto Alegre, Salvador, Fortaleza e Florianópolis. 
As ferrovias são a parte mais problemática dos investimentos federais e 
da concessão ao setor privado. Na primeira fase do PIL, anunciado em 2012, o 
governo havia anunciado a construção de 10 mil quilômetros de novas 
ferrovias, mas nenhum trecho chegou a sair do papel até hoje. No novo plano, 
estão incluídos trechos da ferrovia Norte-Sul, entre Palmas (TO) e Anápolis 
(GO) e entre Barcarena (PA) e Açailândia (MA) e entre Anápolis, Estrela D’Oeste 
(SP) e Três Lagoas (MS). 
Ainda estão previstos investimentos no trecho entre Lucas do Rio Verde 
(MT) e Miritituba (PA) e a construção de uma ferrovia entre Rio de Janeiro e 
Vitória (ES). O governo também projeta investimentos de R$ 40 bilhões na 
chamada Bioceânica, que pretende interligar o Centro-Oeste e o Norte do país 
ao Peru, visando as exportações para a China. 
 
Transoceânica – uma ferrovia polêmica 
O primeiro-ministro chinês, Li Kekiang esteve em visita ao Brasil, 
Colômbia, Peru e Chile no mês de maio passado. Na sua visita ao Brasil, foram 
assinados 35 acordos de cooperação entre os dois países, englobando áreas 
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como planejamento, transportes, infraestrutura, energia e agricultura. Um dos 
objetivos da visita do primeiro-ministro ao Brasil e Peru foi tratar da construção 
da ferrovia Transoceânica (veja o mapa a seguir), também chamada de 
Bioceânica e Transcontinental. 
 
A ferrovia ligará o porto de Açu, no Rio de Janeiro, ao porto de Ilo, no 
Peru, cortando a América do Sul, no sentido leste-oeste e ligando os oceanos 
Atlântico e Pacífico. Com o projeto da ferrovia, a China pretende aumentar sua 
presença econômica no continente e facilitar o acesso a matérias-primas, o que 
também gera interesse do Brasil e do Peru. Os produtores brasileiros teriam 
uma alternativa sobre o Atlântico e o Canal do Panamá para enviar matérias-
primas para a China. 
Especialistas acreditam que a construção da estrada de ferro marcaria 
uma nova fase na relação da China com a região. No entanto para que o 
projeto saia do papel será necessário superar grandes desafios de engenharia, 
ambientais e políticos. 
 
5.1 Matriz de transporte 
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A matriz de transporte de um país é o conjunto dos meios de circulação 
usados para locomover mercadorias e pessoas. Como o transporte de carga é 
um dos problemas básicos da economia, é principalmente dele que tratamos 
quando se fala do assunto. Uma matriz adequada é a que consegue equacionar 
as distâncias a serem cobertas com as exigências econômicas e sociais. 
Uma matriz de transporte eficiente permite deslocar cargas no menor 
tempo e com o menor preço. Em um país de território extenso, seu 
planejamento e estruturação são complexos, pois a infraestrutura de 
transportes exige muito investimento, uma combinação de diversos meios e 
previsão das necessidades futuras. 
País de dimensão continental, que movimenta mercadorias internamente 
e exporta grande volume de grãos e minérios produzidos em áreas distantes do 
litoral, o Brasil necessita usar as várias modalidades de transporte, de forma 
equilibrada. Mas não é isto que ocorre. Em 2011, a maior parte do transporte 
de carga do país (52%) foi feita por rodovias, 30% por ferrovias, 13% por 
hidrovias e cabotagem (transferência entre portos marítimos). 
O principal resultado do desequilíbrio da matriz é o alto custo nacional 
do transporte de carga. Por exemplo, para transportar soja por hidrovia 
paga-se um terço do que é gasto via ferrovia, e um quinto do necessário para 
levá-la por estradas. Como as grandes plantações de soja do Brasil estão longe 
do litoral e há falta de ferrovias e hidrovias, a maioria dos produtores de soja 
tem de pagar o transporte por longos trajetos de caminhões, deixando boa 
parte dos seus ganhos com a transportadora. 
Um estudo do Ministério dos Transportes adverte que nossos dois 
principais concorrentes nas exportações agrícolas, Argentina e Estados Unidos, 
conseguem custos menores de transporte. Os argentinos porque possuem boa 
cobertura ferroviária em um território menor, com estradas mais curtas, o que 
resulta em custo e preço menor. Os norte-americanos porque usam 
intensivamente ferrovias e hidrovias. 
O impacto do custo elevado do transporte recai sobre o custo dos 
produtores, das empresas e das mercadorias. Por isso, encarecem tanto o preço 
dos produtos vendidos dentro do país quanto aqueles que exportam, e a 
redução desses custos é importante para a melhoria da economia. 
O governo planeja melhorar a infraestrutura de transportes, com metas 
definidas no Plano Nacional de Logística de Transportes - PNLT. O plano define 
os investimentos necessários em vinte anos (2011-2031), para buscar maior 
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equilíbrio na matriz. Para isso, prevê ampliar o uso das ferrovias e das 
hidrovias, além das mudanças em portos e aeroportos. Veja o gráfico a seguir. 
Transporte de Cargas no Brasil (2011-2031) 
 
Metas a longo prazo - No primeiro gráfico, à esquerda, vê-se como a matriz de transportes de 
carga ainda é desequilibrada, com a predominância do modo rodoviário. Isso encarece o frete e 
preço dos produtos no mercado interno e para exportar. Os dois gráficos a seguir mostram as 
metas do governo para a mudança na matriz de transportes. Fonte: PNLT - 2011 
 
5.2 Matriz energética 
A matriz energética é o conjunto dos recursos de energia de uma 
sociedade ou região e as formas como eles são utilizados. Uma matriz de 
energia divide-se principalmente em energia renovável (que podemos repor) e 
não renovável (que se esgota).Os energéticos são as fontes primárias 
(petróleo, carvão mineral, água, lenha, cana-de-açúcar, ventos) e fontes 
secundárias, derivadas das primárias (gasolina e óleo diesel, eletricidade, 
álcool). Os setores de consumo são transporte, indústria, agricultura, comércio 
e residências. 
O Brasil tem a matriz energética mais equilibrada entre as grandes 
nações. O país é o líder mundial em quantidade de energia renovável, e a única 
grande economia que produz quase metade da energia que consome de fontes 
próprias e renováveis, principalmente a água, para gerar eletricidade, e os 
combustíveis de origem vegetal, com destaque para o etanol (álcool anidro e 
hidratado) de cana-de-açúcar. 
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Em 2014, a energia renovável - hidráulica, lenha e carvão vegetal, cana e 
eólica - respondeu por 41% do total consumido no país. O petróleo segue sendo 
o componente mais importante da matriz energética brasileira. Veja o gráfico a 
seguir. 
Matriz Energética Brasileira 
Oferta interna de energia, % de participação de cada fonte primária no total 
 
Fonte: Ministério das Minas e Energia (dezembro/2014) 
Embora no gráfico, a energia eólica esteja incluída nas outras fontes, é o 
segmento que mais cresce percentualmente na matriz energética e na matriz 
elétrica brasileira. Em 2005 o país gerou 29 MW de energia com os ventos. Em 
2014 gerou 4.240 MW, um crescimento de quase 1.500% em dez anos. 
Segundo previsão da Empresa de Pesquisa Energética (EPE), até 2018 a 
geração eólica quase triplicará, em relação a 2014, chegando a 12.003 MW. 
O potencial avaliado da energia eólica no Brasil é de 143 GW, concentrado 
principalmente nas regiões Nordeste (interior da Bahia, litoral de Ceará e Rio 
Grande do Norte) e Sul (Rio Grande do Sul) (Atlas Eólico Brasileiro, 2001). 
Segundo especialistas do setor energético com a utilização de tecnologias atuais 
o potencial de geração de eletricidade por essa matriz pode chegar a 300 GW, o 
triplo da capacidade instalada da matriz elétrica nacional. 
A indústria é quem mais utiliza energia no Brasil, seguida pelo uso nos 
transportes, setor energético, residências, serviços e agropecuária. 
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Matriz energética e produção de energia elétrica não são a mesma coisa. 
A primeira refere-se ao total da energia consumida no país, nas suas diferentes 
fontes. A segunda refere-se somente à produção de energia elétrica. 
No gráfico abaixo, extraído do Balanço Energético Nacional 2014 (com 
dados de 2013), verificamos que 70,6 % da oferta de energia elétrica no Brasil 
veio de usinas hidroelétricas, seguida por térmicas (gás, carvão, derivados de 
petróleo e biomassa), nuclear e eólica. 
Matriz Elétrica Brasileira – 2013 
 
Fonte: Balanço Energético Nacional – 2013 (EPE) 
Com a quinta população mundial para atender, espalhada no quinto maior 
território, a infraestrutura para produzir e oferecer energia é prioritária para 
que o país não pare. O Governo Federal investe pesado para aumentar a 
produção interna e garantir a oferta, mas a situação recente destoa dos 
progressos que haviam sido anunciados. Duas grandes áreas chamam a 
atenção no país na busca pela produção de energia. 
 
Petróleo 
O país alcançou a autossuficiência em petróleo em 2006. A descoberta 
das gigantescas jazidas de petróleo na camada pré-sal do litoral, no ano 
seguinte, acenava com uma autossuficiência duradoura. Mas durou pouco, em 
2008 o Brasil perdeu a autossuficiência. Nesse mesmo ano, a Petrobras iniciou 
a extração de petróleo da camada pré-sal. 
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A discussão no Congresso da lei de redistribuição dos royalties de petróleo 
entre os estados e a União, dentro da nova legislação criada para a riqueza do 
pré-sal, estendeu-se durante cinco anos. Isso levou o governo a suspender os 
leilões para licitar poços do pré-sal. Os leilões permitiriam acelerar a formação 
de consórcios entre petroleiras estrangeiras e a PETROBRAS, para investir em 
plataformas, e na abertura de poços. Durante todos estes anos, a PETROBRAS 
investiu sozinha na exploração do pré-sal. 
Ao mesmo tempo, cresceram as vendas de novos veículos e também o 
consumo de gasolina nos postos, do querosene na aviação, da nafta e óleo 
combustível na indústria e do gás doméstico. A produção total da empresa 
diminuiu nos últimos três anos – 2011 a 2013, mas voltou a crescer em 2014. 
A partir de 2011, o preço do barril de petróleo no mercado internacional 
começou a subir e mais que duplicou: o preço aumentou 225% em relação a 
2010, e manteve-se acima dos 100 dólares o barril até junho de 2014. Essa 
elevação ocorreu antes que o Brasil conseguisse ampliar suficientemente a 
extração e o refino de petróleo para acompanhar o crescimento da frota de 
veículos e do consumo pela indústria em expansão. A Petrobras ampliou a 
importação de combustíveis, principalmente de gasolina, pagando bem mais 
caro. No mesmo período, por diferentes fatores, os preços do etanol tornaram-
se pouco competitivos frente aos da gasolina. O principal deles é que o governo 
federal manteve uma política de controle dos preços da gasolina e do diesel 
(sem repassar o aumento internacional integralmente aos preços internos, para 
conter a inflação), mas não teve uma política correspondente para o etanol. 
Sua produção, então, entrou em crise. 
A partir de junho de 2014, o preço do barril começa a cair, estando 
atualmente na faixa de 50 a 60 dólares. Como no período de alta, a 
PETROBRAS vendeu combustível com prejuízo, agora que o preço do petróleo 
baixou, a companhia não reduziu os preços da gasolina e do diesel, pois precisa 
recuperar o prejuízo dos anos anteriores. Contudo a alta do dólar diminuiu 
drasticamente o lucro que está obtendo com a compra mais barata e revenda 
mais cara de gasolina e diesel. 
A queda no preço do óleo pode ser nociva à Petrobras em longo prazo. A 
exploração do pré-sal pode ser prejudicada e tornar-se inviável se a queda for 
duradoura. Especialistas estimam que o custo médio de exploração é de US$ 45 
o barril no pré-sal. 
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O pré-sal é uma camada no subsolo marinho, que armazena petróleo 
abaixo de uma grossa camada de sal, a cerca de 7 km abaixo da superfície do 
mar. Fica a uma distância média de 300 km do litoral, em uma faixa de 200 km 
de largura e 800 km de extensão, que vai do Espírito Santo a Santa Catarina 
(veja mapa abaixo). As reservas já conhecidas alcançam 31 bilhões de barris de 
petróleo, podendo conter até 87 bilhões de barris. 
A PETROBRAS detém a tecnologia mais avançada do mundo em 
exploração de águas profundas, porem a produção do pré-sal tem exigido uma 
revolução no setor. O Brasil está desenvolvendo novas tecnologias de 
exploração petrolífera e conta com uma mão de obra altamente qualificada. 
 
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(CESGRANRIO/BNDES/2013 – TÉCNICO BANCÁRIO E ENGENHEIRO) A 
imagem e o texto a seguir referem-se às descobertas do pré-sal em 
território brasileiro. 
 
As descobertas do pré-sal abrem enormes possibilidades para a 
geraçãode renda, a abertura de um novo ciclo de crescimento e o 
aprofundamento das transformações do Brasil. [...] 
O ritmo em que esse programa será colocado em prática depende da 
velocidade em que a sociedade brasileira perceberá as oportunidades e 
os desafios relacionados com as descobertas – e seus entrelaçamentos 
com os sistemas atuais de produção, refino e distribuição, em várias 
dimensões: operacional, regional, cambial, tributária e de investimento 
no próprio setor e no conjunto da economia. 
Revista Época. São Paulo: Abril, Edição Histórica, n. 733, 4 jun. 2012. P. 
84. Adaptado. 
Levando-se em conta as possibilidades apontadas no texto, verifica-se 
que o sucesso do programa deverá combinar o ritmo adequado de 
investimentos com o(a) 
a) máximo de benefícios sociais 
b) contenção da expansão de biocombustíveis 
c) redução de velocidade no acesso de novas tecnologias 
d) busca acirrada por autossuficiência da produção nacional de petróleo 
e) reversão da situação de déficit na balança comercial de petróleo e 
derivados 
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COMENTÁRIOS: 
O pré-sal exigirá investimentos de centenas de bilhões de dólares para 
viabilizar a sua produção em grande escala. Atualmente, já são vultosos os 
investimentos no pré-sal. O volume de investimentos crescerá anualmente, ao 
longo dos próximos anos. 
O ideal é combinar esse grande volume de investimentos com o máximo 
de benefícios sociais, o que o Brasil vem fazendo. Os investimentos na camada 
pré-sal estão combinados com a geração de novos conhecimentos por parte do 
setor tecnológico nacional, no fortalecimento e na expansão da indústria 
nacional e na formação de mão de obra e geração de milhares de empregos e 
renda para trabalhadores brasileiros. 
O Congresso Nacional já aprovou a destinação dos recursos arrecadados 
com o pagamento dos royalties gerados com a exploração do pré-sal. A 
prioridade será investir em educação. 
Gabarito: A 
 
 Eletricidade 
Nos últimos três anos, houve blecautes de eletricidade no Brasil. Alguns 
apagões afetaram vários estados simultaneamente. Segundo o Ministério das 
Minas e Energia, foram provocados por eventos naturais, como vendavais, por 
falhas técnicas e pelo envelhecimento da rede de distribuição. 
Um dos pontos mais polêmicos da matriz brasileira, a construção de 
represas hidrelétricas de grande porte na Amazônia, continua em andamento, 
visando a aproveitar o nosso potencial hídrico e abastecer o sistema elétrico 
nacional. O planejamento do governo prevê a construção de 52 represas 
hidrelétricas no longo prazo, das quais 18 na Amazônia. Já foram inauguradas e 
funcionam, com as primeiras turbinas, as usinas de Santo Antônio e Jirau, no 
Rio Madeira, em Rondônia. 
A obra da usina de Belo Monte, no Rio Xingu, no Pará, está em 
andamento, com atrasos provocados por decisões judiciais por questionamentos 
ambientais e sociais, greves de empregados e ocupações de protesto. São 
contrários a essas hidrelétricas grupos da sociedade civil, ambientalistas e 
povos indígenas das regiões afetadas, pelos impactos que a represa trará sobre 
a fauna e a flora da região e a vida indígena. Mas a obra continua. Ao mesmo 
tempo, a construção de pequenas represas e usinas hidrelétricas sofre 
problemas de licenciamento ambiental. 
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Ainda em relação à energia hidrelétrica, um longo período de fracas 
chuvas em algumas bacias hidrográficas fez diminuir a produção de eletricidade 
em represas e aumentar a produção de usinas termelétricas a partir de 2013. 
Como a termeletricidade é mais cara que a de origem hídrica, por queimar 
derivados de petróleo ou gás natural, passou a ocorrer uma defasagem de 
preço entre as empresas produtoras de energia e as distribuidoras. Isso levou o 
governo a adotar medidas financeiras para socorrer o setor. 
 
(ESAF/MPOG/2013 – Especialistas em Políticas Públicas e Gestão 
Governamental) Matriz energética corresponde ao conjunto dos 
recursos de energia de que dispõem os países, como e quanto os 
gastam. Na atualidade, há um esforço, quase que globalizado, para 
ampliar a oferta de energias renováveis, sobretudo para reduzir o nível 
de emissão de gases que ampliam o efeito estufa. 
Em relação a esse tema, assinale a opção correta. 
a) A dificuldade em dominar a tecnologia para prospecção do petróleo 
em águas profundas explica não ter o Brasil ainda obtido a 
autossuficiência nessa modalidade energética. 
b) No Brasil, a hidrografia desestimula a utilização da hidroeletricidade, 
razão pela qual o país tem menos hidrelétricas do que a dimensão de 
seu território sugere. 
c) Condições climáticas, em especial as existentes no litoral nordestino, 
inviabilizam economicamente a construção de usinas eólicas. 
d) A construção de usinas hidrelétricas no Brasil foi facilitada pela 
Constituição de 1988, que transferiu terras indígenas para a União. 
e) Com significativo percentual de utilização de energia renovável, o 
Brasil tem uma das mais equilibradas matrizes energéticas entre as 
principais economias mundiais. 
COMENTÁRIOS: 
a) Errada. O Brasil é líder mundial em pesquisa e domínio da tecnologia para a 
exploração de petróleo em águas profundas e ultraprofundas. Em 1977, a 
PETROBRAS começa a explorar o campo de Marlim Sul a 2.629m de 
profundidade no pós-sal, explorando gradativamente petróleo em áreas cada 
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vez mais profundas, até chegar ao pré-sal em 2007, com o início da exploração 
do campo de Lula a 7.000m de profundidade. 
b) Errada. A hidrografia e o relevo brasileiro propiciaram a utilização da 
hidroeletricidade, principal fonte de geração de energia no país. 
c) Errada. O Nordeste possui excelentes condições climáticas para a geração 
de energia eólica. O potencial avaliado da energia eólica no Brasil é de 143 GW, 
concentrado principalmente nas regiões Nordeste (interior da Bahia, litoral de 
Ceará e Rio Grande do Norte) e Sul (Rio Grande do Sul) (Atlas Eólico Brasileiro, 
2001). Segundo especialistas do setor energético com a utilização de 
tecnologias atuais o potencial de geração de eletricidade por essa matriz pode 
chegar a 300 GW, o triplo da capacidade instalada da matriz elétrica nacional. 
d) Errada. A Constituição Federal estabelece que os índios possuem os direitos 
originários sobre as terras que tradicionalmente ocupam, competindo à União 
demarcá-las e protegê-las. A construção de usinas hidrelétricas, o 
aproveitamento dos recursos hídricos, a pesquisa e a lavra de riquezas minerais 
em terras indígenas somente podem ser feitas com a autorização do Congresso 
Nacional, devendo ser ouvidas as comunidades indígenas afetadas. Vemos que 
não é nada fácil construir usinas em terras indígenas, que não são propriedades 
da União. 
e) Certa. O Brasil tem a matriz energética mais equilibrada entre as grandes 
nações. A produção e consumo de energias não renováveis e renováveis é 
quase empatada, meio a meio. A média de geração de energia por fontes 
renováveis é de menos de dez por cento entre as nações mais ricas. 
Gabarito: E 
 
6. Brasil – sétima maior economia do mundo 
Em 2011, o Brasil ultrapassou o Reino Unido, tornando-se a sexta maior 
economia do mundo. Perdeu o posto um ano depois, 2012, devido ao 
fraquíssimo crescimento do PIB, voltando à posição de sétima maior economia 
do mundo. 
RANKING DAS MAIORES ECONOMIASMUNDIAIS 
 (PIB nominal em 2012) 
1º Estados Unidos 
2º China 
3º Japão 
4º Alemanha 
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5º França 
6º Reino Unido 
7º Brasil 
8º Rússia 
9º Itália 
10º Índia 
Fonte: Fundo Monetário Internacional (FMI) 
 
 7. Dilma faz viagem de trabalho aos Estados Unidos 
De 30 de junho a 1 de julho, a presidente Dilma Rousseff esteve em visita 
de trabalho nos Estados Unidos. A visita ocorreu num momento em que o 
governo brasileiro promove um ajuste fiscal e recorre a investidores 
estrangeiros para tentar estimular a economia nacional. 
A visita oficial de Dilma aos Estados Unidos estava inicialmente 
programada para outubro de 2013, mas a presidente a cancelou após saber das 
revelações do ex-analista da NSA, Edward Snowden, que ela mesma tinha sido 
vítima da espionagem americana. 
As relações ficaram estremecidas. Dilma condicionou o reatamento das 
relações com os Estados Unidos a um pedido de desculpas. E, junto com a 
Alemanha, cuja premiê também fora alvo da NSA, articulou na ONU a 
aprovação de uma resolução contra a espionagem. 
O episódio congelou o diálogo entre os governos de Brasil e Estados 
Unidos em várias áreas. Caso a visita ocorresse, esperava-se que Dilma 
anunciasse a compra de jatos da americana Boeing para a Força Aérea 
Brasileira (FAB), num negócio de mais de US$ 4 bilhões. O governo acabou 
optando por jatos suecos Gripen. 
A visita aos Estados Unidos se insere numa ofensiva diplomática da 
presidente e sinaliza uma guinada da estratégia econômica do governo. No 
início de junho, ela viajou à Bélgica para tentar acelerar o acordo de livre 
comércio que a União Europeia e o Mercosul negociam há 15 anos e, em maio, 
esteve no México, onde deu início a negociações para um amplo acordo 
comercial com o país. 
Dilma diz que a nova postura reflete o fim do "superciclo das 
commodities" (matérias-primas), cujos altos preços na última década 
alimentaram o crescimento econômico do Brasil. Segundo ela, com os preços 
das matérias-primas em baixa, para voltar a crescer o Brasil agora terá cada 
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vez mais de atrair investimentos externos e abrir mercados estrangeiros a 
produtos industrializados brasileiros. 
Brasil e Estados Unidos encaminharam temas referentes ao comércio 
bilateral, concessão de vistos, defesa, educação, previdência social e meio 
ambiente. 
Para Barak Obama o principal interesse na visita de trabalho era discutir 
com o Brasil compromissos para serem levados a COP-21, a Conferência do 
Clima de Paris, quando será fechado um novo acordo global para frear o 
aquecimento global e, com isso, conter a mudança climática. Neste sentido, os 
países assinaram declaração conjunta onde se comprometeram a ampliar a 
participação de fontes renováveis em suas matrizes elétricas. Na declaração, o 
Brasil também se comprometeu a atingir, até 2030, participação de 28% a 33% 
de fontes renováveis em sua matriz energética, incluindo biocombustíveis e sem 
contar a geração hidráulica, além da eliminação do desmatamento ilegal, com a 
restauração e reflorestamento de 12 milhões de hectares. Falaremos mais deste 
assunto na Aula 05 quando estudaremos o aquecimento global. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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Economia brasileira busca recuperação 
A economia brasileira cresceu 0,1% em 2014, o pior resultado desde 
2009, ano da crise internacional, quando a economia recuou 0,2%. Desde 
2011, que a economia brasileira cresce abaixo da média do crescimento do PIB 
mundial. O setor com maior participação na composição da riqueza nacional é o 
de serviços, seguido respectivamente pela indústria e agropecuária. 
As incertezas provocadas pelo processo eleitoral (eleições presidenciais), 
a queda nos investimentos e a diminuição do ritmo das empresas nos dias de 
jogos da Copa do Mundo são alguns dos fatores que prejudicaram a economia 
brasileira em 2014. 
O governo não conseguiu cumprir a meta de superávit primário 
estabelecida na LDO de 2014, mudou a meta inicialmente prevista, por meio de 
lei que alterou a LDO. 
O Brasil viveu sete anos de expansão econômica a partir da década 
passada, com políticas sociais de distribuição e fortalecimento da renda, 
geração de emprego, grandes projetos de infraestrutura. Também ampliou o 
crédito e reduziu impostos para estimular as compras, manter a produção da 
indústria e do comércio. Mas esse modelo econômico perdeu força. O setor 
industrial sofre com a queda no consumo interno e nas exportações, o que 
ameaça a geração de empregos. 
A situação da economia foi um dos principais temas das eleições de 2014. 
Os principais candidatos da oposição cobravam mudanças de caráter 
conservador, que a presidente se recusava a aceitar, mas que adotou logo no 
início de seu segundo mandato, com cortes no orçamento e aumento de 
impostos. 
Passada a eleição, a presidente começou a tomar decisões que visam a 
ajustar as contas públicas, algumas delas no sentido das críticas feitas na 
campanha eleitoral. O novo ministro da Fazenda – Joaquim Levy – tem a 
missão de comandar a recuperação das contas públicas, com vistas a reduzir a 
inflação, fazer o PIB voltar a crescer a taxas maiores e recuperar a confiança do 
mercado quanto à economia brasileira. Ele anunciou uma meta de superávit 
primário de 1,1% do PIB para 2015. 
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Para cumprir a meta anunciada de superávit primário e equilibrar as 
contas públicas, o governo vem implementando o ajuste fiscal, com medidas 
que visam aumentar a arrecadação e cortar gastos públicos. São medidas que 
aumentam impostos, diminuem o subsídio a políticas sociais e ao setor 
produtivo e reduzem despesas governamentais. 
O Brasil adota o regime de metas anuais de inflação, estabelecida pelo 
Banco Central, que para persegui-la, adota várias políticas, entre as quais o 
controle da taxa básica de juros. A meta oficial dos últimos anos tem sido de 
4,5% ao ano, podendo variar dois pontos percentuais para cima ou para baixo – 
de 2,5% a 6,5%. 
A inflação disparou em 2015, no ano o índice já chega a 5,34%, o maior 
resultado para o período de janeiro a maio desde 2003. O que mais está 
pesando na alta da inflação é o aumento dos preços administrados (energia, 
gasolina, ônibus e taxa de água e esgoto). 
A taxa de juros é um instrumento para controlar a inflação e estimular a 
economia: quanto mais alta, mais caro é fazer empréstimos, o que freia o 
consumo. Na outra ponta, juros mais baixos ajudam a aquecer a economia. Em 
junho de 2015, a taxa estava em 13,75% ao ano. 
 
Trabalho, emprego e renda 
A concentração de renda é a distribuição desigual de rendimentos entre 
os estratos da população. No Brasil, historicamente, a renda é muito 
concentrada numa pequena elite. Desconcentrar a renda é um fator 
determinante para desenvolver a economia e alcançar a justiça social. 
A concentração da renda está diminuindo. De 1994 a 2010, caiu em 
67% o número de pobres no Brasil. Essa melhora é resultado da valorização do 
salário mínimo e de programas como o Bolsa Família. O Índice de Gini mede a 
concentração de renda em níveis mundiais. O valor varia de zero (a igualdade 
perfeita)a 1 (a desigualdade máxima). No Brasil, é de 0,507 (2012). 
A concentração de renda no país tem razões históricas: a 
concentração de terras nas mãos de poucos, que provoca pobreza no campo e o 
êxodo para as cidades; a industrialização no Sudeste e no Sul, que concentrou 
a riqueza e a renda; e um sistema injusto de impostos. 
Na última década, o crescimento do emprego formal, com carteira 
assinada, distinguiu o Brasil da maioria das grandes economias. O ritmo na 
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criação de novos empregos cresceu fortemente desde 2004. Contudo o ritmo 
de criação de novos empregos está diminuindo, principalmente com a 
retração das atividades da indústria. Em 2015, o emprego está em patamar 
negativo, com a taxa de desemprego aumentando. 
O Brasil registra nos últimos dez anos, um crescimento consistente de sua 
participação no mercado mundial (nas exportações e nas importações). O país 
registrou superávits contínuos anuais durante toda a década passada, mas 
esses superávits estão diminuindo nos anos recentes. Em 2014, o país registrou 
déficit na balança comercial. 
Entre as causas da queda do saldo da balança comercial nos últimos anos, 
estão a valorização do real perante o dólar, as dificuldades econômicas 
dos países com os quais o Brasil faz negócios e a estrutura atual da 
produção brasileira. 
A China é o principal parceiro comercial do Brasil, ultrapassou os Estados 
Unidos, que caiu para a segunda posição. A Ásia tornou-se o principal mercado 
parceiro, ultrapassando a União Europeia como mercado fornecedor 
(importações) e a América Latina como principal mercado comprador 
(exportações). 
 
Indústria 
A indústria é o segundo setor gerador de riquezas do produto interno 
bruto (PIB), depois de serviços. Produz os bens de maior valor monetário, atrai 
investimentos estrangeiros e cria grande quantidade de empregos. 
A indústria brasileira cresceu na década passada, investiu em máquinas 
para expandir a produção para o consumo interno e exportações. Mas, desde 
2009, sofre o impacto da crise econômica internacional e da valorização do real, 
o que provocou queda nas exportações. 
Tradicionalmente concentradas na Região Sudeste e nas metrópoles, as 
indústrias estão se redistribuindo para outras regiões do país e para o interior 
dos estados. 
 
Agronegócio 
O agronegócio corresponde à cerca de 22% do PIB e por 40% das 
exportações do país. O Brasil é o maior produtor e exportador mundial de 
açúcar, café e suco de laranja. Ocupa o primeiro lugar como exportador de 
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carne bovina e de frango e segundo de milho e da cadeia da soja (grão, óleo, 
carne de soja e farelos). O país tornou-se o segundo maior exportador de 
alimentos, atrás dos Estados Unidos. 
A soja, milho e o arroz são os cereais de maior produção na safra 
2013/2014. O Centro-Oeste é o maior produtor de grãos e conta com o maior 
rebanho bovino do país. 
O agronegócio cresce, mas enfrenta problemas como juros altos, 
instabilidade no câmbio e carências na infraestrutura. A elevação da 
produtividade no meio rural brasileiro, com pesquisa, tecnologia e manejo, 
esbarra numa estrutura fundiária concentrada nas mãos de poucos 
proprietários. 
O crescimento do agronegócio se dá em meio a conflitos com o meio 
ambiente. A pressão da busca por novas áreas de plantio está diretamente 
associada ao desmatamento do cerrado e da Amazônia nas últimas décadas. 
Infraestrutura 
O Brasil apresenta grandes carências em infraestrutura, 
principalmente no setor de transportes. Há falta de ferrovias para o 
transporte de grãos e minérios, excesso de transporte por caminhões, e é 
necessário ampliar a estrutura portuária e aeroportuária. 
As carências têm como causas a falta de planejamento e de investimentos 
governamentais que não acompanharam o crescimento da população da 
economia, do emprego, da renda e do consumo. Por isso, formam-se filas nos 
aeroportos e há problemas também para escoar a produção agrícola, o que 
ocasiona filas de caminhões e navios. 
Para tirar do papel e acelerar obras importantes como portos, ferrovias, 
rodovias e aeroportos, o governo brasileiro decidiu fazer parcerias com a 
iniciativa privada, por meio de programas de privatização (concessão). 
A matriz de transporte brasileira é desequilibrada. O país transporta 
52% de suas cargas por rodovias, 30% por ferrovias e 13% por hidrovias. O 
governo está investindo para ter participações mais equilibradas de cada tipo, 
por finalidade: o rodoviário, o ferroviário, o hidroviário e o aéreo, conforme o 
volume de carga, custo e destino. 
O Brasil tem a matriz energética mais equilibrada entre as 
grandes nações, contudo a maior participação na matriz é de fontes 
energéticas não-renováveis. Dentro dos projetos de aumento da oferta de 
energia estão sendo construídas novas usinas hidrelétricas. Ambientalistas e 
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povos indígenas são contrários à construção de grandes represas na Amazônia, 
por causa dos impactos ambientais e às comunidades indígenas. A principal 
delas é a usina de Belo Monte, no Rio Xingu (PA). 
Petróleo 
O Brasil alcançou a autossuficiência na produção de petróleo em 2006, 
mas a perdeu nos anos seguintes, com um crescimento lento da produção e 
aumento acelerado do consumo interno. 
O pré-sal é uma camada no subsolo marinho, que armazena petróleo 
abaixo de uma grossa camada de sal, a cerca de 7 km abaixo da superfície do 
mar. As reservas já conhecidas alcançam 31 bilhões de barris de petróleo, 
podendo conter até 87 bilhões de barris. 
O governo estreou um novo modelo de privatização, o regime de 
partilha. Nele, o governo mantém a posse de mais da metade do petróleo em 
óleo e gás, e a maior parte das receitas. Para gerenciar esse petróleo e gás foi 
criada uma nova estatal, a Pré-Sal Petróleo S.A. A produção e o consumo de 
etanol combustível despencaram no Brasil, pois os preços do etanol deixaram 
de ser competitivos. 
Brasil – sétima maior economia do mundo 
Em 2011, o Brasil ultrapassou o Reino Unido, tornando-se a sexta maior 
economia do mundo. Perdeu o posto um ano depois, 2012, devido ao 
fraquíssimo crescimento do PIB, voltando à posição de sétima maior economia 
do mundo. 
Dilma faz viagem de trabalho aos Estados Unidos 
De 30 de junho a 1 de julho, a presidente Dilma Rousseff esteve em visita 
de trabalho aos Estados Unidos. A visita oficial estava inicialmente programada 
para outubro de 2013, mas a presidente a cancelou após saber das revelações 
do ex-analista da NSA, Edward Snowden, que ela mesma tinha sido vítima da 
espionagem americana. A visita aos Estados Unidos se insere numa ofensiva 
diplomática da presidente e sinaliza uma guinada da estratégia econômica do 
governo. A nova postura reflete o fim do "superciclo das commodities" 
(matérias-primas), cujos altos preços na última década alimentaram o 
crescimento econômico do Brasil. Com os preços das matérias-primas em 
baixa, para voltar a crescer, o Brasil busca atrair cada vez mais investimentos 
externos e abrir mercados estrangeiros a produtos industrializados brasileiros. 
Brasil e Estados Unidos encaminharam temas referentes ao comércio bilateral, 
concessão de vistos, defesa, educação, previdência social e meio ambiente. 
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