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08 - DO REGIME DE BENS ENTRE OS CÔNJUGES

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ESCOLA SUPERIOR ASSOCIADA DE GOIÂNIA 
 CURSO: Direito – DISCIPLINA: Direito de FAMÍLIA – PERÍODO: 7º - 
 
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UNIDADE X - DO REGIME DE BENS ENTRE OS CÔNJUGES 
10.6. REGIME DA COMUNHÃO PARCIAL OU LIMITADA 
O regime da comunhão parcial é o que prevalece se os consortes não fizerem pacto 
antenupcial, ou, se o fizerem, for nulo ou ineficaz (CC, art. 1.640, caput). 
Por essa razão, é chamado também de regime legal ou supletivo. Caracteriza-se por 
estabelecer a separação quanto ao passado (bens que cada cônjuge possuía antes do 
casamento – bem particulares) e comunhão quanto ao futuro (bens adquiridos na constância 
do casamento), gerando três massas de bens: 
� os do marido, 
� os da mulher e 
� os comuns. 
Nessa trilha, preleciona SILVIO RODRIGUES: “Regime de comunhão parcial é aquele em que 
basicamente se excluem da comunhão os bens que os cônjuges possuem ao casar ou que venham a 
adquirir por causa anterior e alheia ao casamento, como as doações e sucessões; e em que entram na 
comunhão os bens adquiridos posteriormente, em regra, a título oneroso”. 
10.6.1. BENS EXCLUÍDOS DA COMUNHÃO PARCIAL 
Dispõe o art. 1.661 do Código Civil: 
“São incomunicáveis os bens cuja aquisição tiver por título uma causa anterior ao casamento”. 
Não integra a comunhão o bem reivindicado pelo marido quando solteiro, sendo a ação 
julgada procedente quando já casado, nem o dinheiro recebido após o casamento pela 
venda anterior de um bem. Também não a integra o bem recebido em razão do implemento 
de condição verificada depois do casamento, tendo o contrato oneroso sido celebrado 
anteriormente. 
►►O regime em da comunhão parcial caracteriza-se pela comunicação dos bens 
adquiridos na constância do casamento. 
Estabelece o art. 1.658 que: 
 “no regime de comunhão parcial, comunicam-se os bens que sobrevierem ao casal, na constância do 
casamento, com as exceções dos artigos seguintes”. 
►►Os bens incomunicáveis, próprios ou particulares de cada cônjuge, não são somente os 
que cada um possuía por ocasião do casamento, mas também os elencados no art. 1.659 do 
Código Civil, que assim dispõe: 
◙→ art. 1.659 I - Os bens que cada cônjuge possuir ao casar, e os que lhe sobrevierem, na 
constância do casamento, por doação ou sucessão, e os sub-rogados em seu lugar. 
Os bens que cada cônjuge possuía ao casar constituem os bens particulares de cada um. É 
da essência do aludido regime a sua incomunicabilidade. 
A comunhão só compreende os bens adquiridos a título oneroso na constância do 
casamento, originando-se dessa circunstância a denominação “regime da comunhão parcial”. 
São ainda particulares os bens que cada cônjuge receber como herança ou doação depois do 
casamento, e os sub-rogados em seu lugar. 
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☼→Com relação à doação, caso o doador quiser que a liberalidade beneficie o casal, e não 
apenas um dos cônjuges, fará a doação ou o legado em favor do casal, como determina o 
art. 1.660, III, do Código Civil. 
Ocorre a sub-rogação do bem quando é substituído por outro: o cônjuge o vende a terceiro 
e, com os valores auferidos, adquire outro bem, que substitui o primeiro em seu patrimônio 
particular. A sub-rogação pode decorrer de venda ou permuta. 
►►FRUTOS DOS BENS PARTICULARES ou COMUNS: comunicam-se “os frutos dos bens 
comuns, ou dos particulares de cada cônjuge, percebidos na constância do casamento, ou pendentes ao 
tempo de cessar a comunhão” (CC, art. 1.660, V). 
Embora os bens recebidos por um cônjuge a título de doação ou herança não se 
comuniquem ao outro, entram na comunhão os frutos civis ou rendimentos dos bens 
doados ou herdados, tais como juros e aluguéis. 
◙→ art. 1.659 II- Os bens adquiridos com valores exclusivamente pertencentes a um dos 
cônjuges em sub-rogação dos bens particulares. 
A regra é a mesma aplicada no inciso I. Se os bens adquiridos antes do casamento não se 
comunicam, logicamente não devem comunicar-se os que tomam o seu lugar no patrimônio 
do cônjuge alienante, comprados com os valores obtidos na venda. 
Exemplo: se o cônjuge ao casar possuía um veículo e posteriormente o vendeu para, com o 
valor auferido, comprar um terreno, este imóvel lhe pertencerá com exclusividade, 
revestindo-se da mesma incomunicabilidade de que se revestia o veículo. 
►►Neste caso configura-se a sub-rogação real, que é a substituição de uma coisa por outra, 
em uma relação jurídica. 
Se o bem sub-rogado é mais valioso que o alienado, a diferença de valor, se não foi coberta 
com recursos próprios e particulares do cônjuge, passa a integrar o acervo comum, ou seja, 
pertencerá ao outro cônjuge parte ideal sobre o bem, correspondente a 50% da diferença. 
◙→ art. 1.659 III - As obrigações anteriores ao casamento. 
O regime da comunhão parcial é caracterizado pela incomunicabilidade dos bens 
adquiridos antes do casamento. Também não se comunicam as obrigações particularmente 
assumidas pelos cônjuges, pois integram o acervo de cada qual. 
Além de prever a exclusão da comunhão das obrigações anteriores, o Código Civil ainda 
estabelece, no art. 1.664, que 
“os bens da comunhão respondem pelas obrigações contraídas pelo marido ou pela mulher para 
atender aos encargos da família, às despesas de administração e às decorrentes de imposição legal”, 
Esclarece o art. 1.666 acrescenta que: 
“as dívidas, contraídas por qualquer dos cônjuges na administração de seus bens particulares e em 
benefício destes, não obrigam os bens comuns”. 
►►Todavia, as dívidas contraídas no exercício da administração do patrimônio comum 
“obrigam os bens comuns e particulares do cônjuge que os administra, e os do outro em razão do 
proveito que houver auferido” (art. 1.663, § 1º). 
◙→ art. 1.659 IV- As obrigações provenientes de atos ilícitos, salvo reversão em proveito do 
casal. 
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Em regra só responde pela reparação dos danos causados por ato ilícito quem lhes deu 
causa, salvo se dele o outro obteve algum proveito. Não importa a época em que tal fato 
ocorreu, se antes ou após o casamento. 
☼→Se acaso forem penhora penhorados os bens comuns para fazer frente a ato ilícito 
praticado por apenas um dos cônjuges, o cônjuge inocente poderá opor embargos de 
terceiro para livrar a sua meação da constrição judicial. Não o fazendo, poderá requerer 
que, no caso de eventual separação e partilha dos bens, seja imputada a importância da 
indenização paga na meação do culpado. 
►►Se, no entanto, o dano foi provocado no exercício de profissão ou atividade de que 
depende o sustento da família, ou se proporcionou proveito ao patrimônio comum, a 
indenização será suportada pela totalidade dos bens. 
◙→ art. 1.659 V- Os bens de uso pessoal, os livros e instrumentos de profissão. 
Trata-se de bens de uso pessoal, mencionando exemplificativamente, “livros e instrumentos 
de profissão”. Mas abrange também roupas, joias, objetos de ornamentação, celular, 
computador e outros, utilizados no quotidiano da vida. Por terem caráter pessoal, são 
incomunicáveis. 
►►Presume a lei que os bens de uso pessoal foram adquiridos com recursos do próprio 
cônjuge, inclusive as joias. Todavia, se representarem investimento do casal, passam a se 
comunicar, pertencendo a metade a cada um no momento da dissolução do casamento. 
◙→art. 1.659 VI - Os proventos do trabalho pessoal de cada cônjuge. 
A expressão “proventos” não é empregada em seusentido técnico, mas genérico, 
abrangendo vencimentos, salários e quaisquer formas de remuneração. 
☼→Impende assinalar que não se comunica somente o direito aos aludidos proventos. 
recebida a remuneração, o dinheiro ingressa no patrimônio comum. Da mesma forma os 
bens adquiridos com o seu produto. Em caso de separação judicial, o direito de cada qual 
continuar a receber o seu salário não é partilhado. 
◙→ art. 1.659 VII - As pensões, meios-soldos, montepios e outras rendas semelhantes. 
� PENSÕES: são as quantias em dinheiro pagas mensalmente a um beneficiário para 
a sua subsistência em virtude de lei, sentença, contrato ou disposição de última 
vontade. 
� MEIO-SOLDO: é a metade do soldo que o Estado paga aos militares reformados. 
� MONTEPIO: é a pensão devida pelo instituto previdenciário aos herdeiros do 
devedor falecido. 
Na expressão “e outras rendas semelhantes” inclui-se a TENÇA, que é a pensão alimentícia, 
quer a preste o Estado, quer a preste qualquer outra pessoa de direito público ou de direito 
privado, a alguém, periodicamente, para a sua subsistência familiar. 
O que não se comunica é somente o direito ao percebimento desses benefícios. Se um dos 
cônjuges, antes de casar, tinha direito a um dos benefícios mencionados, tal direito não se 
comunica em razão do casamento posterior. 
O inciso IV do art. 269 do Código Civil de 1916, que excluía da comunhão todos os bens 
considerados excluídos da comunhão universal, não foi reproduzido, dando lugar aos 
incisos V, VI e VII do art. 1.659 do novo diploma. 
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10.6.2. BENS QUE SE COMUNICAM, NO REGIME DA COMUNHÃO PARCIAL 
Dispõe o art. 1.660 do Código Civil que entram na comunhão: 
V - os frutos dos bens comuns, ou dos particulares de cada cônjuge, percebidos na 
constância do casamento, ou pendentes ao tempo de cessar a comunhão”. 
◙→ art. 1.660 I - os bens adquiridos na constância do casamento por título oneroso, ainda 
que só em nome de um dos cônjuges 
A comunicação dos bens adquiridos a título oneroso na constância do casamento por 
qualquer dos cônjuges é uma característica do regime da comunhão parcial. 
◙→ art. 1.660 II - os bens adquiridos por fato eventual, com ou sem o concurso de trabalho 
ou despesa anterior 
Inclui-se no acervo comum os bens adquiridos por fato eventual, como loteria, sorteio, jogo, 
aposta, descobrimento de tesouro. Não se perquirindo se, para a aquisição, houve ou não 
despesa por parte do beneficiário. 
◙→ art. 1660 III - os bens adquiridos por doação, herança ou legado, em favor de ambos os 
cônjuges 
Neste caso privilegia a vontade do doador sobressai a vontade de favorecer o conjunto 
familiar, e não apenas um cônjuge: doação, herança ou legado em favor de ambos os 
cônjuges. 
☼→Essa vontade deve ser manifestada expressamente, para que possa derrogar a regra 
geral constante do art. 1.659, I, que prevê a incomunicabilidade dos bens adquiridos na 
constância do casamento por doação ou sucessão. 
◙→ art. 1660 IV - as benfeitorias em bens particulares de cada cônjuge; 
O inciso IV do art. 1.660 presume que, embora feitas em bens particulares, o foram com o 
produto do esforço comum, sendo justo que o seu valor se incorpore ao patrimônio do 
casal. 
◙→ art. 1660 V - os frutos dos bens comuns, ou dos particulares de cada cônjuge, percebidos 
na constância do casamento, ou pendentes ao tempo de cessar a comunhão 
Este inciso prevê a comunicação dos frutos dos bens comuns, ou dos particulares de cada 
cônjuge, reafirmando que somente os bens é que constituem o patrimônio incomunicável. 
Os frutos percebidos na constância do casamento, bem como os pendentes ao tempo de 
cessar a comunhão, sejam rendimentos de um imóvel, de aplicação financeira ou de 
dividendos de ações de alguma empresa, integram o patrimônio comum, como 
consequência lógica do sistema estabelecido, que impõe a separação quanto ao passado e 
comunhão quanto ao futuro, ou seja, quanto aos bens adquiridos após o casamento. 
10.7. REGIME DA COMUNHÃO UNIVERSAL 
É aquele em que se comunicam todos os bens, atuais e futuros, dos cônjuges, ainda que 
adquiridos em nome de um só deles, bem como as dívidas posteriores ao casamento, salvo 
os expressamente excluídos pela lei ou pela vontade dos nubentes, expressa em convenção 
antenupcial (CC, art. 1.667). 
Por tratar-se de regime convencional, deve ser estipulado em pacto antenupcial. 
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►►Neste regime predominam os bens comuns, de propriedade e posse de ambos os 
cônjuges, não importando a natureza, se móveis e imóveis, direitos e ações. 
O acervo comum permanece indivisível até a dissolução da sociedade conjugal. Embora 
tudo quanto um deles adquire se transmita imediatamente, por metade, ao outro cônjuge. 
Exclui-se da comunhão o que a lei ou a convenção antenupcial especialmente mencionam. 
Inexistindo tal exclusão, não é permitido a um ou outro cônjuge apossar-se de qualquer dos 
bens comuns, privando o consorte de igual uso. 
☼→O STJ tem decidido que “integram a comunhão as verbas indenizatórias trabalhistas 
correspondentes a direitos adquiridos durante o matrimônio sob o regime da comunhão 
universal. 
O regime da comunhão universal constituiu entre nós, por longo tempo, desde as 
Ordenações Filipinas, o regime legal ou comum, tendo-se arraigado aos costumes 
brasileiros. 
No sistema do Código de 1916, a falta de estipulação antenupcial levava a que vigorasse a 
comunhão universal, presumindo-se ter sido escolhida tacitamente pelos nubentes, salvo 
nas hipóteses de separação obrigatória. 
☼→A Lei do Divórcio (Lei n. 6.515, de 26-12-1977) substituiu o regime de comunhão 
universal pelo regime legal da comunhão parcial, preferido nos países europeus, sistema 
este mantido no Código Civil de 2002. 
O art. Dispõe o art. 1.667 prevê que: 
“O regime de comunhão universal importa a comunicação de todos os bens presentes e futuros dos 
cônjuges e suas dívidas passivas, com as exceções do artigo seguinte”. 
10.7.1. BENS EXCLUÍDOS DA COMUNHÃO UNIVERSAL 
Os bens incomunicáveis, no regime da comunhão universal, estão relacionados no art. 1.668 
do Código Civil, assim elencados: 
◙→ art. 1668 I - Os bens doados ou herdados com a cláusula de incomunicabilidade e os 
sub-rogados em seu lugar. 
Não só são excluídos os bens doados em vida, os deixados em testamento, com cláusula de 
incomunicabilidade, como também os sub-rogados em seu lugar, ou seja, os que 
substituírem os bens incomunicáveis. 
Embora omissa a lei, não se comunicam também os bens doados com a cláusula de reversão 
(CC, art. 547), ou seja, com a condição de, morto o donatário antes do doador, o bem doado 
voltar ao patrimônio deste, não se comunicando ao cônjuge do falecido. 
◙→ art. 1668 II - Os bens gravados de fideicomisso e o direito do herdeiro fideicomissário, 
antes de realizada a condição suspensiva. 
FIDEICOMISSO é espécie de substituição testamentária, na qual existem dois beneficiários 
sucessivos. Os bens permanecem durante certo tempo, ou sob certa condição, fixados pelo 
testador, em poder do fiduciário, passando depois ao substituto ou fideicomissário. 
Para que possa cumprir a obrigação imposta pelo testador, os bens não se comunicam ao 
cônjuge do fiduciário. Embora o último seja titular do domínio, o seu direito é resolúvel. 
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O fideicomissário, por sua vez, possui um direito eventual. A aquisição do domínio 
depende da morte do fiduciário, do decurso do tempo fixado pelo testador ou do 
implemento da condição resolutiva por ele imposta. 
A hipótese prevista no inciso em apreço é de pouca aplicação prática, pela raridade do 
fideicomisso, especialmente depois da restrição a ele imposta no Código de 2002. 
◙→ art. 1668 III - As dívidas anteriores ao casamento, salvo se provierem de despesas com 
seus aprestos (preparativos), ou reverterem em proveito comum. 
Somente o devedor responde pelas dívidas anteriores ao casamento, com seus bens 
particulares ou com os bens que trouxe para a comunhão. 
►►Com relação a dívidas anteriores ao casamento, a lei, entretanto, abre duas exceções: 
� comunicam-se as dívidas contraídas com os aprestos ou preparativos do 
casamento, como enxoval, aquisição de móveis etc.; 
� b) e também as que reverterem em proveito comum, como as decorrentes da 
aquisição de imóvel que servirá de residência do casal e dos móveis que a 
guarnecem, ainda que contraídas em nome de um só dos cônjuges. 
Pelas dívidas que não se comunicam será demandado o devedor e, se na sua liquidação 
forem alcançados os bens comuns, o valor deverá imputar--e na meação do responsável e 
ser excluído da do outro. Caberá a este, caso não se dê a aludida exclusão, defender a sua 
meação mediante a oposição de embargos de terceiro (CPC, art. 1.046, § 3º). 
◙→ art. 1668 IV - As doações antenupciais feitas por um dos cônjuges ao outro com a 
cláusula de incomunicabilidade. 
Também não se comunicam os bens referidos nos incisos V a VII do art. 1.659. 
10.7.2. OUTRAS DISPOSIÇÕES 
Os frutos dos bens incomunicáveis, quando se percebam ou vençam durante o casamento, 
comunicam-se. 
Dispõe a propósito o art. 1.669 do Código Civil: “A incomunicabilidade dos bens enumerados no 
artigo antecedente não se estende aos frutos, quando se percebam ou vençam durante o casamento”. 
Assim, embora certos bens sejam incomunicáveis (art. 1.668), os seus rendimentos se 
comunicam. A disposição está em harmonia com o princípio de que, no regime da 
comunhão universal, a comunicabilidade é a regra. 
A administração dos bens comuns compete ao casal (sistema da cogestão), e a dos 
particulares, ao cônjuge proprietário, salvo convenção diversa em pacto antenupcial (arts. 
1.670, 1.663 e 1.665). 
Por fim, dispõe o art. 1.671 do Código Civil que, “extinta a comunhão, e efetuada a divisão do 
ativo e do passivo, cessará a responsabilidade de cada um dos cônjuges para com os credores do 
outro”. 
10.8. REGIME DA PARTICIPAÇÃO FINAL NOS AQUESTOS 
Dispõe o art. 1.672 do Código Civil: 
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“No regime de participação final nos aquestos, cada cônjuge possui patrimônio próprio, consoante 
disposto no artigo seguinte, e lhe cabe, à época da dissolução da sociedade conjugal, direito à metade 
dos bens adquiridos pelo casal, a título oneroso, na constância do casamento”. 
Trata-se de um regime híbrido, pois durante o casamento aplicam-se as regras da separação 
total e, após a sua dissolução, as da comunhão parcial. 
Nasce de convenção, dependendo, pois, de pacto antenupcial. Cada cônjuge possui 
patrimônio próprio, com direito, à época da dissolução da sociedade conjugal, à metade dos 
bens adquiridos pelo casal, a título oneroso, na constância do casamento. 
É, na realidade, um regime de separação de bens, enquanto durar a sociedade conjugal, 
tendo cada cônjuge a exclusiva administração de seu patrimônio pessoal, integrado pelos 
que possuía ao casar e pelos que adquirir a qualquer título na constância do casamento, 
podendo livremente dispor dos móveis e dependendo da autorização do outro para os 
imóveis (CC, art. 1.673, parágrafo único). 
►►Somente após a dissolução da sociedade conjugal serão apurados os bens de cada 
cônjuge, cabendo a cada um deles — ou a seus herdeiros, em caso de morte, como dispõe o 
art. 1.685 — a metade dos adquiridos pelo casal, a título oneroso, na constância do 
casamento. 
Embora o regime em apreço constitua entre nós inovação apresentada pelo Código Civil de 
2002, é ele previsto em vários países como Alemanha, França, Espanha, Portugal, Argentina 
e os escandinavos, representando mais uma opção deixada à escolha dos nubentes, embora 
com denominações diferentes. 
☼→É considerado ideal para as pessoas que exercem atividades empresárias, pela 
liberdade que confere aos cônjuges de administrar livremente, na constância da sociedade 
conjugal, o seu patrimônio próprio, sem afastar a participação nos aquestos por ocasião da 
dissolução da aludida sociedade. 
Em caso de separação judicial ou divórcio, “verificar-se-á o montante dos aquestos à data em que 
cessou a convivência” (CC, art. 1.683). 
Observe-se que a apuração do acervo partilhável será feita levando-se em conta a data em 
que cessou a convivência, e não a da decretação ou homologação judicial. 
Nessa hipótese, como assinala CAIO MÁRIO, “reconstitui-se contabilmente uma comunhão de 
aquestos. Nesta reconstituição nominal (não in natura), levanta-se o acréscimo patrimonial de cada 
um dos cônjuges no período de vigência do casamento. Efetua-se uma espécie de balanço, e aquele que 
se houver enriquecido menos terá direito à metade do saldo encontrado. O novo regime se configura 
como um misto de comunhão e de separação. A comunhão de bens não se verifica na constância do 
casamento, mas terá efeito meramente contábil diferido para o momento da dissolução”. 
Se não for possível nem conveniente a divisão de todos os bens em natureza, admite o art. 
1.684 do Código Civil a reposição em dinheiro, calculando-se o valor de alguns ou de todos. 
Nesse caso, segundo estabelece o parágrafo único, “serão avaliados e, mediante autorização 
judicial, alienados tantos bens quantos bastarem”. 
Não se exige que a venda seja judicial. Poderá, desse modo, realizar-se extrajudicialmente, 
salvo desentendimento dos interessados, ou disposição especial de lei. 
Na apuração dos aquestos, “sobrevindo a dissolução da sociedade conjugal”, excluem-se da 
soma dos patrimônios próprios: 
� “I - os bens anteriores ao casamento e os que em seu lugar se sub-rogaram; 
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� II - os que sobrevierem a cada cônjuge por sucessão ou liberalidade; e 
� III - as dívidas relativas a esses bens” (CC, art. 1.674). 
Os BENS MÓVEIS, salvo prova em contrário, “presumem-se adquiridos durante o casamento” 
(art. 1.674, parágrafo único). 
►►Em face de terceiros, “presumem-se do domínio do cônjuge devedor, salvo se o bem for de uso 
pessoal do outro” (art. 1.680). 
►►Em relação aos próprios cônjuges os bens móveis pertencem àquele que os adquirir na 
constância do casamento. 
O cônjuge prejudicado, ou seus herdeiros, poderá reivindicar, finda a sociedade conjugal, os 
aquestos doados ou por outra forma alienados sem sua autorização, ou optar pela 
compensação por outro bem ou pelo pagamento de seu valor em dinheiro (arts. 1.675 e 
1.676). 
Pode ser compensada a dívida de um consorte, solvida pelo outro com bens de seu próprio 
patrimônio, devendo ser atualizado o valor do pagamento e imputado, na data da cessação 
da convivência, à meação daquele (arts. 1.678 e 1.683). Aplica--se, à solução de dívida, o 
princípio geral do pagamento com sub-rogação. 
Quanto aos bens adquiridos pelo trabalho conjunto ou esforço comum, “terá cada umdos 
cônjuges uma quota igual no condomínio ou no crédito por aquele modo estabelecido” (CC, art. 
1.679). Tais bens serão atribuídos por igual, na apuração e balanço dos adquiridos. 
Em princípio, segundo dispõe o art. 1.681 do Código Civil, “os bens imóveis são de propriedade 
do cônjuge cujo nome constar no registro”. Ressalva, porém, o parágrafo único que, “impugnada 
a titularidade, caberá ao cônjuge proprietário provar a aquisição regular dos bens”. 
O direito à meação “não é renunciável, cessível ou penhorável na vigência do regime matrimonial” 
(art. 1.682). 
Trata-se de um princípio de ordem pública que não pode ser contrariado pela vontade das 
partes e que tem a finalidade de sustentar economicamente o casamento e a família e de não 
inviabilizar o seu regular desenvolvimento. 
Estatui o art. 1.685 do Código Civil que, se a dissolução da sociedade conjugal se der por morte, 
apurar-se-á a meação do cônjuge sobrevivente com base nos mesmos princípios e critérios já 
mencionados, “deferindo-se a herança aos herdeiros na forma estabelecida neste Código”. 
A morte de um dos cônjuges não altera o critério de participação nos aquestos. Apurado o 
monte partível e o patrimônio próprio de cada cônjuge, ao sobrevivente tocará a respectiva 
meação e, aos herdeiros do falecido, a outra. 
O regime de participação final nos aquestos apresenta a vantagem de permitir a 
conservação da independência patrimonial de cada cônjuge, até mesmo no tocante à 
elevação ocorrida durante o casamento, proporcionando, ao mesmo tempo, por ocasião da 
dissolução da sociedade conjugal, proteção econômica àquele que acompanhou tal evolução 
na condição de parceiro, sem ter, no entanto, bens em seu nome. De outro lado, recebe 
críticas, sendo a mais constante e contundente, segundo ZENO VELOSO, a que se refere “às 
dificuldades e complicações de sua liquidação, por ocasião da dissolução da sociedade conjugal. 
Em razão da apontada complexidade da apuração contábil, exigida não só para a exata 
identificação dos aquestos como para a respectiva valorização, muitas vezes com realização 
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de perícia dispendiosa e demorada, a tendência, na prática, deverá ser a de afastar os 
nubentes dessa opção. 
Preleciona SILVIO RODRIGUES a propósito que, “superadas as questões próprias da 
dissolução do casamento, a apuração da participação se faz em etapas: 
� 1ª) com a verificação do acréscimo patrimonial de cada um dos cônjuges; 
� 2ª) a apuração do respectivo valor para a compensação e identificação do saldo em 
favor de um ou de outro; e, por fim, 
� 3ª) a execução do crédito. 
Tramita no Congresso Nacional o Projeto de Lei n. 2.285/2007 que propõe a criação do Estatuto 
das Famílias, em substituição ao Livro do Direito de Família do Código Civil, esclarece: 
“Suprimiu-se o regime de bens de participação final nos aquestos, introduzido pelo Código Civil, em 
virtude de não encontrar nenhuma raiz na cultura brasileira e por transformar os cônjuges em sócios de 
ganhos futuros ou contábeis, potencializando litígios”. 
10.9. REGIME DA SEPARAÇÃO CONVENCIONAL OU ABSOLUTA 
Dispõe o art. 1.687 do Código Civil: 
“Estipulada a separação de bens, estes permanecerão sob a administração exclusiva de cada um dos 
cônjuges, que os poderá livremente alienar ou gravar de ônus real”. 
No regime da separação convencional, cada cônjuge conserva a plena propriedade, a integral 
administração e a fruição de seus próprios bens, podendo aliená-los e gravá-los de ônus real 
livremente, sejam móveis ou imóveis. 
►►Quando se convenciona o aludido regime, o casamento não repercute na esfera patrimonial 
dos cônjuges, pois a incomunicabilidade envolve todos os bens presentes e futuros, frutos e 
rendimentos, conferindo autonomia a cada um na gestão do próprio patrimônio. 
Desta forma, cada consorte conserva a posse e a propriedade dos bens que trouxer para o 
casamento, bem como os que forem a eles subrogados, e dos que cada um adquirir a qualquer 
título na constância do matrimônio, atendidas as condições do pacto antenupcial. 
Para que esses efeitos se produzam e a separação seja pura ou absoluta, é mister expressa 
estipulação em pacto antenupcial. 
No regime da separação absoluta os cônjuges unem suas vidas e seu destino, mas ajustam, por 
meio do pacto antenupcial, a separação no campo patrimonial. 
Embora sejam marido e mulher, cada qual continua dono do que lhe pertencia e se tornará 
proprietário exclusivo dos bens que vier a adquirir, recebendo sozinho as rendas produzidas 
por uns e outros desses bens. 
É lógico que, “em tal regime, a cada cônjuge compete a administração dos bens que lhe 
pertencem, pois, em tese e a rigor, só ele tem interesse nisso”. 
Em princípio, ambos os cônjuges “são obrigados a contribuir para as despesas do casal na proporção 
dos rendimentos de seu trabalho e de seus bens”. 
Podem, no entanto, estabelecer, no pacto antenupcial, a quota de participação de cada um ou 
sua dispensa do encargo (CC, arts. 1.688), bem como fixar normas sobre a administração dos 
bens. 
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►►A obrigação de contribuir para as despesas do casal estende-se hoje a todos os regimes, em 
razão da isonomia constitucional. 
Não se comunicam, todavia, as dívidas por cada qual contraídas, exceto as que o forem para 
compra das coisas necessárias à economia doméstica (CC, arts. 1.643 e 1.644). 
Tem a jurisprudência admitido a comunicação dos bens adquiridos na constância do casamento 
pelo esforço comum do casal, comprovada a existência da sociedade de fato. 
Desse modo, “se houve eventual contribuição em dinheiro de um dos cônjuges na reconstrução e 
conservação de imóvel pertencente ao outro, justo se lhe indenize”. 
No entanto, a partilha dos bens exige a prova do esforço comum em ação própria de 
reconhecimento de sociedade de fato.

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