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006 ALUNO: TEMA: MEIO AMBIENTE ATUALIDADES DATA: 11/05/15 TURMA: DESMATAMENTO DA AMAZÔNIA: O QUE ELE TEM A VER COM ESCASSEZ DE CHUVAS NO BRASIL? A Amazônia é a maior floresta tropical do mundo. Não ape- nas a sua rica biodiversidade, mas sua relação com o clima também tem grande importância para o planeta. Segundo o INPE (Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais), a Amazônia influencia na geração de chuvas e na manutenção do clima ameno e sem grandes eventos extremos da América do Sul. É o que aponta o relatório “O futuro climático da Ama- zônia”, divulgado em 2014, no qual os cientistas mostram a relação entre a Amazônia e a regulação do clima no planeta. A atmosfera é carregada de gotículas de água em estado ga- soso, mais leves que o ar. Esses são provenientes da evapo- ração da água dos oceanos e quando se juntam formam as nuvens. Quando as nuvens ficam “carregadas”, as gotículas caem em forma de chuva. Os cientistas brasileiros do INPE citam a chamada “teoria da bomba biótica de umidade”, para nos ajudar a entender a função climática que a Amazônia teria. A teoria proposta pelos físicos russos Anastassia Makarie- va e Victor Gorshkov diz que o fenômeno de chuvas longe da costa é possível graças à existência de florestas. A trans- piração das plantas seria responsável por criar um fluxo de vapor de água que é lançado à atmosfera, capaz de reduzir pressão e arrastar o ar úmido, no que seria uma espécie de “bomba de elevar vapor”. Makarieva e Gorshkov afirmam que o desmatamento de uma floresta pode reduzir a incidência de chuvas em até 95%, transformando o local num deserto. O que os pesquisadores do INPE concluíram é que a Ama- zônia tem uma grande capacidade de puxar a umidade do oceano para o continente. Em lugares sem cobertura flores- tal, o ar que entra no continente acaba secando e resulta em desertos em terrenos distantes do litoral. A floresta amazônica atuaria então como uma bomba d’água que “puxa” a umidade dos oceanos. Na Amazônia, as árvores extraem grande volume de água do solo e do oceano e o lan- ça na atmosfera através da transpiração. Segundo o relatório, cada árvore amazônica de grande porte pode evaporar mais de mil litros de água por dia. A estimati- va é que floresta amazônica transpire 20 bilhões de tonela- das de água por dia (20 trilhões de litros). A grande umidade evaporada pelas árvores gera “rios voa- dores” na atmosfera, que carregam vapor e geram corren- tes aéreas (ventos) que irrigam regiões distantes. O fluxo de água é conduzido por territórios a leste dos Andes e para áre- as continente adentro, no sentido oeste e sudeste. A Amazônia também seria responsável por evitar eventos cli- máticos extremos em regiões de florestas e arredores. Isso porque a copa das árvores provoca um efeito de “frenagem’ dos ventos que vem do oceano, o que equilibra a distribuição e o efeito dissipador da energia dos ventos. Assim, sua cober- tura vegetal seria uma proteção contra furacões e tornados. Por esse motivo, o desmatamento da Amazônia ameaça não apenas quem vive na região hoje coberta pela floresta, mas também quem vive além dela. O desmatamento altera os padrões de pressão e pode causar o declínio dos ventos car- regados de umidade que vem do oceano para o continente. Sem árvores, a chuva na região pode cessar por completo. DIRETO AO PONTO A Amazônia não é apenas a maior floresta tropical do mundo. Ela influencia na geração de chuvas e na manutenção do clima ameno e sem grandes eventos extremos da América do Sul. Um estudo realizado pelo Instituto Nacional de Pesquisas Es- paciais (INPE), mostra que existe uma a relação direta entre a Amazônia e a regulação do clima no planeta e, consequente- mente, com a frequência das chuvas em outras regiões. O que os pesquisadores do INPE concluíram é que a Ama- zônia tem uma grande capacidade de puxar a umidade do oceano para o continente. Em lugares sem cobertura flores- tal, o ar que entra no continente acaba secando e resulta em desertos em terrenos distantes do litoral. A floresta amazô- nica atuaria então como uma bomba d´água que “puxa” a umidade dos oceanos. Com o avanço do desmatamento, a floresta tem os padrões de pressão alterados, o que pode causar o declínio dos ventos carregados de umidade que vem do oceano para o continen- te. Sem árvores, a chuva na região pode cessar por completo. AGROTÓXICOS: BRASIL É O MAIOR CONSUMIDOR MUNDIAL EM 2014 Os agrotóxicos são produtos químicos sintéticos usados para matar insetos, pragas ou plantas no ambiente rural e urbano. Plantas absorvem parte dessas substâncias e esses resíduos acabam parando na maioria da mesa dos brasileiros, em ali- mentos que comemos todos os dias. Essas substâncias não estão presentes apenas em alimentos in natura como frutas, legumes e verduras, mas também em pro- dutos alimentícios industrializados, que têm como ingredien- tes o trigo, o milho e a soja, por exemplo. Elas ainda podem es- tar presentes nas carnes e leites de animais que se alimentam de ração com traços de agrotóxicos e até no leite materno. Em abril de 2015, o Instituto Nacional de Câncer (Inca) di- vulgou um relatório sobre o uso de agrotóxicos nas lavouras do país e seus impactos sob o meio ambiente e à saúde. Se- gundo o instituto, o Brasil é o maior consumidor mundial de agrotóxicos. O país é um dos maiores produtores agrícolas do mundo e utiliza agrotóxicos em larga escala. Para o agricultor, os agrotóxicos são recursos para combater as pragas, contro- lar o aparecimento de doenças e aumentar a produção. Em dez anos, a venda de pesticidas no mercado agrícola bra- sileiro aumentou de R$ 6 bilhões para R$ 26 bilhões. Atual- mente, o país ultrapassou a marca de 1 milhão de toneladas, o que equivale a um consumo médio de 5,2 kg de agrotóxico ao ano por pessoa. Além de danos ambientais, a equipe do Inca alerta sobre os riscos de doenças como o câncer. Segundo o relatório, o que faz um alimento saudável é sua composição. Os agrotóxicos na alimentação podem alterar o funcionamento normal das células do corpo humano, causando mutações e maior pro- babilidade do desenvolvimento de doenças no futuro. No Brasil, cerca de 450 substâncias são autorizadas para uso na agricultura. O Inca alerta ainda sobre o uso de muitos princípios ativos que já foram banidos em outros países. Dos 50 produtos mais utilizados na agricultura brasileira, 22 são proibidos na União Europeia. Em 2014, a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) fez um levantamento com amostras de alimentos em todo o país. No estudo, 25% apresentavam resíduos de agrotóxicos acima do permitido. O uso indiscriminado e abusivo desses produtos e a falta de fiscalização em relação a níveis seguros de substâncias aumenta o risco para a saúde dos brasileiros. Para o Inca, antes de liberar a venda de defensivos agrícolas, o Brasil precisa de pesquisas sobre os potenciais efeitos e riscos à saúde humana decorrentes da exposição aos químicos, par- ticularmente sua relação com determinados tipos de câncer. A relação entre o consumo de agrotóxicos e o desenvolvi- mento de câncer e outras doenças já é reconhecida pela Or- ganização Mundial da Saúde (OMS). Uma pesquisa publicada na revista científica “The Lancet”, em março deste ano, pela Agência Internacional de Pesquisa sobre o Câncer (Iarc), clas- sifica cinco agrotóxicos como prováveis agentes cancerígenos: tetraclorvinfós, parationa, malationa, diazinona e o glifosato. Esses agentes são liberados no Brasil, mas apenas o glifosato possui registro de produto. Em abril de 2015, a Anvisa anun- ciou que vai revisar a liberação do uso do produto no país. Em 2012, a Associação Brasileira de Saúde Coletiva (Abras- cp) divulgou um relatório com estudosque comprovam que agrotóxicos fazem mal à saúde e provocam efeitos nocivos com impactos sobre a saúde pública e a segurança alimentar e nutricional da população. Segundo o relatório, as intoxicações agudas por agrotóxicos afe- tam principalmente os trabalhadores rurais que entram em con- tato com doses altas desses químicos via pele ou pelos pulmões. Eles podem apresentar problemas como irritação da pele e olhos, coceira, cólicas, vômitos, diarreias, espasmos, dificuldades respiratórias, convulsões, desregulação endócrina e até a morte. Já as intoxicações crônicas podem afetar toda a população que consome os alimentos com resíduos de agrotóxicos. Os efeitos adversos decorrentes da exposição crônica aos agro- tóxicos podem levar vários anos para aparecer, dificultando a correlação com o agente. Dentre os efeitos associados à exposição crônica a ingredien- tes ativos de agrotóxicos podem ser citados infertilidade, im- potência, abortos, malformações, neurotoxicidade, desregu- lação hormonal, efeitos sobre o sistema imunológico e câncer. MEIO AMBIENTE, TRANSGÊNICOS E AGROTÓXICOS Um fator que colaborou para colocar o Brasil no topo do ranking de consumo foi a liberação do uso de sementes trans- gênicas (geneticamente modificadas) no país. O cultivo dessas sementes exige o uso de grande quantidade de agrotóxicos. Atualmente, o Brasil é o segundo maior produtor mundial de transgênicos, atrás apenas dos Estados Unidos. São mais de 42 milhões de hectares de áreas plantadas no país com esse tipo de semente, principalmente na produção de soja e milho. Os agrotóxicos também contaminam o meio ambiente. A pulverização dos químicos acontece em sua maior parte por avião, contaminando o ar da região e áreas próximas, como cidades vizinhas que podem receber o químico levado pelo vento. Isso afeta animais como abelhas e insetos, que são importantes para o equilíbrio do ecossistema. No solo, os químicos podem influenciar na falta de compostos orgânicos e microorganismos e podem contaminar a água de córregos, rios, lençóis freáticos ou aquíferos. Alimentos orgânicos são aqueles que não usam fertilizantes sintéticos, agrotóxicos ou pesticidas em seu método de culti- vo. Os solos são enriquecidos com adubos naturais tornando esse tipo de alimento mais saudável e nutritivo. Apesar dos benefícios, o alimento orgânico é mais caro no Brasil, pois a produção é de baixa escala e a maior parte é proveniente da agricultura familiar, o que impacta no custo de distribuição e comercialização. O uso de agrotóxicos se intensificou no Brasil na década de 1970, quando o governo buscou fomentar a produção de agrotóxicos para estimular o crescimento do agronegócio e garantir alta eficiência produtiva. Nesta época, o financia- mento bancário para compra de sementes era atrelada ao adubo e o agrotóxico. Atualmente, a indústria química de de- fensivos agrícolas é isenta de impostos. Uma das soluções para reduzir o uso dessas substâncias seria investir em projetos de larga escala de agroecologia, um meio ecologicamente correto e viável de se manejar e cultivar as plantas. Neste tipo de plantio, podem ser usadas técnicas conhecidas por engenheiros agrônomos e que não utilizam químicos, como sistemas de irrigação eficiente, bio- fertilizantes que agem como inseticidas biológicos, alternân- cia de plantações e rotação de espécies, adubação com res- tos orgânicos, compostagem, entre outros. Países como a França, o maior produtor agrícola da Europa, já estão desenhando planos para a promoção de um mode- lo agroecológico, que concilie os níveis de produtividade e o impacto ambiental. ANOTAÇÕES
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