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aula02_recurso01_direito_constitucional_relac_int_16082013

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AULA 02 – RECURSO 1
CONSTITUIÇÃO FEDERAL: CONCEITO E CLASSIFICAÇÕES
DIREITO CONSTITUCIONAL
O direito constitucional é o ramo do direito público interno que estuda a Constituição, ou seja, a Lei Fundamental de organização do Estado, bem como os seus limites:
a) forma de Estado (unitário ou federal); 
b) forma de governo (Monarquia ou República);
c) sistema de governo (parlamentarismo ou presidencialismo);
d) modo de aquisição, exercício e perda do poder político;
e) órgãos de atuação do Estado (Poderes Executivo, Legislativo e Judiciário);
f) principais postulados da ordem econômica e social; 
g) limites à atuação do Estado (direitos fundamentais da pessoa humana).
O direito constitucional ocupa uma posição de superioridade em relação às demais ciências jurídicas, pois os princípios fundamentais dos outros ramos jurídicos estão todos inseridos na Constituição. As demais normas jurídicas não podem contrariar, em hipótese alguma, dispositivos constitucionais. 
CONSTITUIÇÃO
A Constituição é a lei fundamental de organização do Estado, ao estruturar e delimitar os seus poderes políticos. Dispõe sobre os principais aspectos da sua estrutura. Trata das formas de Estado e de governo, do sistema de governo, do modo de aquisição, exercício e perda do poder político e dos principais postulados da ordem econômica e social. Estabelece os limites da atuação do Estado, ao assegurar respeito aos direitos individuais. O Estado deve exercer seus poderes, na medida em que lhes forem conferidos pelas normas jurídicas, respondendo por eventuais abusos a direitos individuais. 
CLASSIFICAÇÃO DAS CONSTITUIÇÕES
QUANTO AO CONTEÚDO:
Materiais ou substanciais: O conjunto de normas que tratam da estrutura do Estado e da sociedade, bem como dos limites da atuação estatal, estejam inseridas ou não no texto constitucional, tais como forma de Estado, forma e sistema de governo, modo de aquisição, exercício e perda do poder político e direitos individuais. Exemplo de Constituição puramente material é a inglesa, justamente por não estar codificada em um texto único. 
Formais: O conjunto das normas jurídicas inseridas no texto escrito e solene definidor das normas jurídicas hierarquicamente superiores. Normas formalmente constitucionais são as inseridas no texto constitucional. Em uma Constituição escrita há regras material e formalmente constitucionais, pois dizem respeito à estrutura fundamental e aos limites do poder do Estado. 
Exemplos: artigos da Constituição que estabelecem a Federação, a República, o presidencialismo, o processo eleitoral, o impeachment etc. 
Outras são apenas formalmente constitucionais, pois poderiam ser objeto de leis ordinárias, mas foram incluídas na Constituição para o realce de sua importância, bem como para adquirirem maior estabilidade. Exemplos na Constituição de 1988 são inúmeros. Somente para citar alguns: licença-paternidade (art. 7º, XIX).
QUANTO A FORMA: Conforme a classificação de Lenza (2012)
Escritas: é a Constituição formada por um conjunto de regras sistematizadas e organizadas em um único documento, estabelecendo as normas fundamentais de um Estado. Como exemplo, citamos a brasileira de 1988, a portuguesa, a espanhola etc.
Não escrita (costumeira ou consuetudinária): é aquela Constituição que, ao contrário da escrita, não traz as regras em um único texto solene e codificado. É formada por “textos” esparsos, reconhecidos pela sociedade como fundamentais, e baseia-se nos usos, costumes, jurisprudência, convenções. 
Exemplo clássico é a Constituição da Inglaterra.
QUANTO AO MODO DE ELABORAÇÃO: Conforme a classificação de Pinho (2011)
Dogmáticas: Elaboradas por um órgão constituinte, que incorpora no texto constitucional os valores políticos e ideológicos predominantes em determinado momento histórico. A Constituição escrita é sempre dogmática.
Históricas, costumeiras ou consuetudinárias: Produto da lenta evolução histórica, baseando-se em costumes, convenções, precedentes jurisprudenciais e textos esparsos. A Constituição não escrita é sempre histórica ou costumeira.
Referências:
LENZA, Pedro. Direito constitucional esquematizado. 16. ed. rev., atual. e ampl. São Paulo: Saraiva, 2012.
PINHO, Rodrigo César Rebello. Teoria geral da constituição e direitos fundamentais. 11. ed. São Paulo: Saraiva, 2011. (Coleção sinopses jurídicas; v. 17).

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