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Delineadores - Partes constiruintes, Método de Roach, Coroa de Transferêcia e Plataforma de transferência

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Universidade Federal do Pará
Instituto de Ciências da Saúde
Faculdade de Odontologia
Pré-Clínica Restauradora II
Maria Carolina de Queiroz Moraes
Belém
2016
O delineador é um instrumento usado para a definição de um plano de inserção da prótese, respeitando os princípios biomecânicos. Em prótese parcial removível, o delineador é uma ferramenta usada para análise e estudo de paralelismo ou falta deste nas estruturas dentárias e ósseas que serão pilares e suporte da futura prótese. Essa ferramenta também é necessária para a seleção da melhor trajetória de inserção de cada caso, a qual se refere à trajetória percorrida pela prótese desde o primeiro contado com os dentes pilares até seu posicionamento final.
Seus componentes são os seguintes:
Haste vertical móvel: movimenta-se no sentido vertical, é perpendicular ao plano do solo. Encontra-se presa à haste horizontal móvel e porta em sua extremidade inferior o mandril.
Mandril: localiza-se na extremidade inferior da haste vertical móvel, tendo como função apreender as pontas acessórias.
Haste horizontal móvel: paralela ao plano do solo, liga as duas hastes verticais. Realiza movimentos de lateralidade da haste vertical móvel, sendo este conjunto fixado a uma base através de uma haste vertical fixa.
Haste vertical fixa: conecta a haste horizontal móvel à base do delineador. É perpendicular ao plano do solo.
Mesa ou Platina: local onde o modelo será fixado para determinar a trajetória de inserção. Possui três retenções na porção superior, duas na porção posterior e uma na anterior, o espaço entre elas é calibrado por uma borboleta que se localiza na porção anterior da mesa. Uma junta universal presente neste componente permite a movimentação do modelo de estudo em rotação lateral e anteroposterior. Na base da mesa, se encontra uma chave capaz de travar a junta universal em uma determinada posição.
Pontas acessórias
6.1- Ponta analisadora: uma pequena haste cilíndrica, a qual percorrerá analisando as superfícies dentárias do modelo.
6.2- Ponta portadora de grafite: em substituição à ponta analisadora (em um mesmo plano), seguirá demarcando (com grafite colorido) o equador protético.
6.3- Pontas calibradoras: são três pontas cilíndricas com um pequeno disco em suas porções inferiores, o qual possui os seguintes diâmetros 0,25 mm, 0,50 mm e 0,75 mm. Servem para determinar o grau de retenção e o posicionamento adequado do braço do retentor direto.
6.4- Facas para corte: são duas, uma com base cortante e outra com corte lateral, as quais realizam pequenos desgastes necessários para adequar a trajetória de inserção.
Além de determinar uma trajetória de inserção, o delineador é fundamental para a localização de referências, determinação e localização de planos guias, indicação e localização de pontos retentivos, expulsivos e áreas de alívio, e posicionamento de encaixes de semiprecisão e de precisão.
A determinação do plano de oclusão pode ser obtida de três maneiras:
Método da Bissetriz
Método de Applegate ou das tentativas
Método de Roach ou dos três pontos
No método da bissetriz o início da análise se dá com o traçar das linhas paralelas ao longo eixo dos dentes pilares no sentido mesiodistal, de maneira que se obtenham bissetrizes a partir dessas linhas.
No método de Applegate ou das tentativas, como o próprio nome já diz, serão realizadas tentativas de movimentos da mesa, de maneira que um plano guia seja encontrado mantendo o maior paralelismo e equilíbrio possível entre as retenções encontradas.
O método realizado em sala foi o método de Roach ou dos três pontos, o qual se baseia na demarcação de três pontos no modelo de estudo. Tais pontos no arco inferior correspondem à borda incisal de um dos incisivos centrais e cristas mesiais de molares de hemiarcos opostos, no arco superior correspondem ao terço médio de um dos incisivos centrais e cristas marginais de dois molares de hemiarcos opostos (em caso de ausência desses pontos no arco superior, pode ser usado em substituição as regiões dos forames incisivo e palatinos).
Primeiramente assenta-se o modelo de estudo na platina, com a parte posterior apoiadas nas duas retenções posteriores e a porção anterior do modelo tocando a retenção única anterior da mesa. Após a demarcação dos três pontos a análise e estudo do modelo podem ser iniciados no delineador. Primeiramente tocar com a ponta analisadora as três demarcações em um mesmo plano, fazendo pequenos movimentos da mesa, se necessários.
Encontrando um plano no qual a ponta analisadora consiga tocar os três pontos demarcados no modelo de estudo, obtém-se um triângulo isósceles de base voltada para a posterior. A chave da junta universal deve ser travada para que a mesa permaneça neste plano para assim ser traçado o equador protético.
O equador protético é uma demarcação que limita as áreas retentivas e expulsivas de cada dente no plano oclusal encontrado. Com a ponta portadora de grafite acoplada ao mandril (o grafite deve estar encaixado nesta ponta de forma que uma parte tenha capacidade de riscar e outra não) segue-se traçando o equador de cada dente, levando a ponta do grafite (capaz de riscar) até bem perto da gengiva marginal livre. Deve ser traçado em todos os dentes pilares. Ao fim deste passo, é possível notar as áreas de expulsão e de retenção dos dentes analisados, sendo a primeira localizada acima do equador protético e a segunda abaixo do equador protético. 
	O passo seguinte é a demarcação dos pontos retentores nos pilares. A ponta portadora de grafite deve ser substituída pela calibradora de 0,25 mm, a qual deve tocar as faces mesiais e distais dos pilares identificando os pontos de retenção para os futuros grampos. O ponto de retenção é obtido quando a haste e o disco tocam simultaneamente a face vestibular do dente, de maneira que seja formado um triângulo retângulo, no qual o ângulo reto seja dado pelo conjunto haste-disco e a hipotenusa seja a face do dente. Tal demarcação é feita com carbono de fina espessura, deixando impresso o ponto em que o disco toca o pilar.
	Quando o ponto de retenção encontra-se acima do equador protético, deve-se ajustar o mesmo transferindo-o para o mais próximo possível da zona retentiva do dente com o auxílio das facas. Pequenos desgastes são feitos entre os espaços protéticos com a finalidade de tornar essas paredes paralelas, melhorando assim a trajetória de inserção. 
	Os nichos realizados no modelo devem ser transferidos e realizados na boca do paciente com o auxílio de coroas de transferência. Para a confecção dessa ferramenta serão utilizados os seguintes materiais: modelo de gesso, resina acrílica autopolimerizável (monômero e polímero) e vaselina. Primeiramente isola-se com vaselina o dente desgastado no modelo mais o dente vizinho. Em seguida manipula-se uma pequena quantidade de resina acrílica autopolimerizável suficiente para recobrir os dentes selecionados. Ao atingir a fase adequada para ser trabalhada (entre elástica e plástica), posiciona-se a resina sobre a região de trabalho envolvendo-a com finalidade de moldá-la, tendo o cuidado de deixar livre a extremidade que foi desgastada, com o auxílio da faca de base cortante. Assim que polimerizada, a coroa de transferência está ponta. Com um esmalte de cor escura deve ser pintado o extremo livre que foi desgastado para indicar a região que será preparada clinicamente no paciente.
	Para que o modelo possa ser retirado da mesa e colocado novamente no mesmo plano oclusal é necessária a confecção de uma referência. Uma das mais variadas formas de determinar tal referência é através da confecção de uma placa de transferência, também feita com resina acrílica autopolimerizável. Com uma quantidade de duas medidas de pó, na razão 2:1 pó-líquido, é feita a placa com resina incolor. Em seguida elegem-se três pontos no modelo de gesso que servirão de apoio da placa, um anterior e dois posteriores, um em cada hemiarco, de preferência. Vaselinar os pontos eleitos que serão fixados na placa incolor edepositar resina acrílica de cor vermelha nas superfícies ocluais e/ou incisais para moldá-las. Por fim, com o auxilio de um prego, é feita a estabilização do plano oclusal, de forma que a cabeça do prego seja fixada na placa e sua haste (compatível com o diâmetro do mandril) possa ser fixada no mandril e assim a junta universal da mesa seja travada na posição do plano original.

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