Buscar

TJDFT - PONTOS RESUMIDOS - PROVA ORAL

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 3, do total de 205 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 6, do total de 205 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 9, do total de 205 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Prévia do material em texto

Ponto 02 – Direito Constitucional:
Princípios constitucionais positivos. Conceito e conteúdo dos princípios fundamentais. Princípios gerais do Direito Constitucional. Função e relevância dos princípios fundamentais. Constitucionalidade e inconstitucionalidade. Lei inconstitucional: fundamentos à declaração da inconstitucionalidade. Mandado de injunção. Tribunal de Contas da União e Tribunal de Contas do DF. Ação Direta de Inconstitucionalidade.
*Princípios constitucionais positivos:
Princípio
Conceito:
É o começo de todo o sistema jurídico. Os princípios vão influenciar a elaboração das regras. Segundo Karl Schmitt são as decisões políticas fundamentais.
Celso Antônio Bandeira de Mello: Princípio jurídico é o mandamento nuclear de um sistema.
Princípio, segundo Robert Alexy, “são mandamentos de otimização que devem ser aplicados na maior medida possível de acordo com as possibilidades reais e jurídicas existentes.”
Os princípios são ordenações que se irradiam e imantam os sistemas de normas, são (como observam Gomes Canotilho e Vital Moreira) “núcleos de condensações nos quais confluem valores e bem constitucionais”.
Princípios ≠ Regras
Os princípios anunciam motivos para a decisão, não aponta qual é a decisão concreta. Apresentam caráter mais aberto, indeterminado. Precisam de uma concretização e uma densificação. O princípio aponta a direção na qual uma decisão deverá ser dada. A não aplicação de um princípio não significa que ele foi desconsiderado, abandonado, mas que outro princípio de peso maior foi observado.
A regra apresenta uma decisão concreta. Se ocorre “A”, deve ser “B”. Submete-se à subsunção lógica, ou seja, premissa maior (norma), premissa menor (fato) e subsunção lógica (adequação).
O direito é o mundo do “dever-ser”.
As regras impõem resultados, obedecem à lógica do tudo ou nada, ou seja, quando a regra prevê a hipótese, ou você aplica ou não, aplicando outra. Não existe ponderação.
Sobre a forma de aplicação dos princípios e regras:
	PRINCÍPIOS
	REGRAS
	-mandamentos de otimização
	- mandamentos de definição
	- lógica do “mais ou menos”
	-lógica do “tudo ou nada”
	-aplicáveis na maior medida possível
	-aplicáveis na medida exata de suas prescrições
	-apontam a direção da decisão a ser dada
	-aplicação automática; impõem resultados
	-sempre caráter prima facie (Dworkin e Alexy) – são aceitos em um primeiro momento e posteriormente verificados
	- sempre caráter definitivo (Dworkin)
-caráter definitivo ou prima facie, ainda que mais forte (Alexy)
Princípios Constitucionais: influenciam nas normas e regras de todo o ordenamento jurídico por força da Supremacia Constitucional. A influência dos princípios não é apenas endógena, ou seja, não influencia apenas as regras constitucionais.
Classificação:
1 – Princípios Gerais: pertencem ao direito constitucional geral.
Direito Constitucional Geral: é a disciplina que traça uma série de princípios e conceitos que podem ser encontrados em várias Constituições, para classificá-los e sistematizá-los de modo unitário. Constituem objeto do direito constitucional geral: o próprio conceito de direito constitucional, seu objeto genérico, seu conteúdo, suas relações com outras disciplinas, suas fontes, a evolução do constitucionalismo, a teoria da constituição, a teoria do poder constituinte etc.
2 – Princípios Positivos: de uma certa constituição.
	Direito Constitucional Positivo ou Particular: é a disciplina que tem por objeto o estudo dos princípios e normas de uma Constituição concreta em vigor de um Estado determinado. Daí falar-se em Direito Constitucional brasileiro, direito constitucional francês, direito constitucional americano...
O Estado pode ter princípios em sua constituição de duas maneiras:
- Positivados ou explícitos;
- Não positivados ou implícitos.
Princípios Constitucionais (Canotilho):
	- Princípios Político-Constitucionais
	- Princípios Jurídico-Constitucionais
Princípios Político-Constitucionais: constituem-se daquelas decisões políticas fundamentais concretizadas em normas conformadoras do sistema constitucional positivo, e são normas-princípios. Estão vinculados à ordem política da constituição.
Manifestam-se como princípios constitucionais fundamentais, positivados em normas-princípios que traduzem as opções políticas fundamentais sobre a particular forma de existência política da nação.
Constituem a matéria dos artigos 1º a 4º da CF (= Princípios Fundamentais).
Princípios Jurídico-Constitucionais: são princípios constitucionais gerais informadores da ordem jurídica nacional. Decorrem de certas normas constitucionais e, não raro, constituem desdobramentos dos fundamentais., como o princípio da supremacia da constituição e o consequente princípio da constitucionalidade, o princípio da legalidade, o princípio da isonomia, o princípio da autonomia individual, decorrente da declaração dos direitos, o da proteção social dos trabalhadores, a declaração dos direitos sociais, o da proteção da família, do ensino e da cultura, o da independência da magistratura, o da autonomia municipal os da organização e representação partidária, e os chamados princípios-garantias ( o do nullum crime sine lege e da nulla poena sine lege, o do devido processo legal, o do juiz natural, o do contraditório entre outros, que figuram nos incs. XXXVIII do art. 5º).Vinculam-se à ordem jurídica da constituição.
Conceito e conteúdo dos princípios fundamentais:
	Segundo Gomes Canotilho e Vital Moreira, “os princípios fundamentais visam essencialmente definir e caracterizar a colectividade política e o Estado e enumerar as principais opções político-constitucionais”. Relevam a sua importância capital no contexto da constituição e observam que os artigos que os consagram “constituem por assim dizer a síntese ou matriz de todas as restantes normas constitucionais, que àquelas podem ser directa ou indirectamente reconduzidas” 
	Para Canotilho, constituem-se dos princípios definidores da forma de Estado, da estrutura do Estado, dos princípios estruturantes do regime político e dos princípios caracterizadores da forma de governo e da organização política em geral.
	CF/88 – Princípios Fundamentais:
- Princípios relativos à existência, forma, estrutura e tipo de Estado: República Federativa do Brasil, soberania, Estado Democrático de Direito (art. 1º).
- Princípios relativos à forma de governo e à organização dos poderes: República e separação dos poderes (arts. 1º e 2º).
- Princípios relativos à organização da sociedade: princípio da livre organização social, princípios de convivência justa e princípio da solidariedade (art. 3º, I).
- Princípios relativos ao regime político: princípio da cidadania, da dignidade da pessoa humana, do pluralismo, da soberania popular, da representação política e princípio da participação popular direta (art. 1º, parágrafo único).
- Princípios relativos à prestação positiva do Estado: princípio da independência e do desenvolvimento nacional (art. 3º, II), princípio da Justiça social (art. 3º, III) e princípio da não discriminação (art. 3º, IV).
- Princípios relativos à comunidade internacional: da independência nacional, do respeito aos direitos fundamentais da pessoa humana, da autodeterminação dos povos, da não intervenção, da igualdade dos Estados, da solução pacífica dos conflitos e da defesa da paz, do repúdio ao terrorismo e ao racismo, da cooperação entre os povos e o da integração da América Latina (art. 4º).
Princípios Fundamentais X Princípios Gerais
Os princípios fundamentais integram o Direito Constitucional Positivo, traduzindo-se em normas fundamentais, normas-sínteses ou normas-matriz, “que explicitam as valorações políticas fundamentais do legislador constituinte”, normas que contêm as decisões políticas fundamentais que o constituinte acolheu no documento constitucional.
Os princípios gerais formam temas de uma teoria geral do Direito Constitucional,por envolver conceitos gerais, relações, objetos, que podem ter seu estudo destacado da dogmática jurídico-constitucional.
Função e relevância dos princípios fundamentais:
	Jorge Miranda ressalta a função ordenadora dos princípios fundamentais, bem como sua ação imediata, enquanto diretamente aplicáveis ou diretamente capazes de conformarem as relações político-constitucionais, aditando, ainda, que a “a ação imediata dos princípios consiste, em primeiro lugar, em funcionarem como critério de interpretação e de integração, pois são eles que dão coerência geral ao sistema”.
	José Afonso da Silva reconhece que as normas que integram o os princípios fundamentais têm relevância jurídica diversa . Algumas são normas-síntese ou normas-matriz cuja relevância consiste essencialmente na integração das normas de que são súmulas, ou que as desenvolvem, mas têm eficácia plena e aplicabilidade imediata, como as que contêm os princípios da soberania popular e da separação de Poderes (art. 1º, parágrafo único, e 2º). A expressão “República Federativa do Brasil” é, em si, uma declaração normativa, que sintetiza as formas de Estado, de governo, sem relação predicativa ou de imputabilidade explícita, mas vale tanto quanto afirmar que o “Brasil é uma República Federativa”. É uma norma implícita, e norma-síntese e matriz de ampla normatividade constitucional. A afirmativa de que a “República Federativa do Brasil constitui-se em Estado Democrático de Direito” não é uma mera promessa de organizar esse tipo de Estado, mas a proclamação de que a Constituição está fundando um novo tipo de Estado, e, para que se atenha a isso apenas em sentido formal, indicam-se-lhe objetivos concretos, embora de sentido teleológico, que mais valem por explicitar conteúdos que tal tipo de Estado já contém. Outras normas dos princípios fundamentais são indicativas dos fins do Estado, como a do inc. III do art. 3º. Outras são definições precisas de comportamento do Brasil como pessoa jurídica de Direito Internacional, como as que integram o art. 4º.
Constitucionalidade e inconstitucionalidade:
Como anota Jorge Miranda, a constitucionalidade e inconstitucionalidade designam conceitos de relação, isto é, “ a relação que se estabelece entre uma coisa – a Constituição – e outra coisa – um comportamento – que lhe está ou não conforme, que com ela é ou não incompatível, que cabe ou não no seu sentido. Não se cuida, porém, de uma relação lógica ou intelectiva, adverte o mestre português, mas de uma relação de caráter valorativo e normativo.
Nesse sentido, inconstitucional é o ato normativo cujo conteúdo ou cuja forma contrapõe-se, de modo expresso ou implícito, ao contemplado em dispositivo constitucional. É a lei (em sentido formal ou material) em relação imediata de incompatibilidade vertical com normas constitucionais.
	A inconstitucionalidade pode ser conceituada como a desconformidade do ato normativo (inconstitucionalidade material) ou do seu processo de elaboração (inconstitucionalidade formal) com algum preceito ou princípio constitucional.
*Lei inconstitucional: Fundamentos à declaração da inconstitucionalidade.
	Como requisitos essenciais para o controle, vale ressaltar a existência de uma constituição rígida e atribuição de competência a um órgão para resolver os problemas de constitucionalidade, órgão esse que variará de acordo com o sistema de controle adotado.
	A idéia de controle a partir da rigidez constitucional pressupõe a noção de um escalonamento normativo, ocupando a Constituição o grau máximo na aludida relação hierárquica, caracterizando-se como norma de validade para os demais atos normativos do sistema.
	Trata-se do princípio da supremacia da constituição. A Constituição coloca-se no vértice do sistema jurídico do país.
- A inconstitucionalidade das leis e a regra geral da “teoria da nulidade”. 
	Pode-se afirmar que a maioria da doutrina brasileira adotou, inclusive por influência do direito norte-americano, a caracterização da teoria da nulidade ao se declarar a inconstitucionalidade de lei ou ato normativo (afetando o plano da validade).
	Trata-se de ato declaratório que reconhece uma situação pretérita, qual seja, o “vicio congênito”, de “nascimento” do ato normativo.
	Assim, o ato legislativo, por regra, uma vez declarado inconstitucional, deve ser considerado, nos termos da doutrina majoritária brasileira, como “... nulo, írrito e, portanto, desprovido de força normativa”.
	Contra esse entendimento, destaca-se a teoria da anulabiilidade da norma inconstitucional defendida por Kelsen e que influenciou a Corte Constitucional austríaca, caracterizando-se como constitutiva a natureza jurídica da decisão que a reconhece.
	Senão, vejamos:
	Sistema austríaco (Kelsen)
	Sistema norte-americano (Marshall)
	Decisão tem eficácia constitutiva (caráter constitutivo-negativo)
	Decisão tem eficácia declaratória de situação preexistente.
	Por regra, o vício de inconstitucionalidade é aferido no plano da existência
	Por regra, o vício de inconstitucionalidade é aferido no plano da validade
	Por regra, a decisão que reconhece a inconstitucionalidade produz efeitos ex nunc (prospectivo)
	Por regra, decisão que declara a inconstitucionalidade produz efeitos ex tunc
	A lei inconstitucional é ato anulável (a anulabilidade pode aparecer em vários graus).
	A lei inconstitucional é ato nulo, ineficaz, desprovido de força vinculativa
	Lei provisoriamente válida
	Invalidação ab initio
	O reconhecimento da ineficácia da lei produz efeitos a partir da decisão ou para o futuro, sendo erga omnes, preservando-se, assim, os efeitos produzidos pela lei, podendo, contudo, ter efeitos retroativos.
	A lei, por ter nascido morta (natimorta), nunca chegou a produzir efeitos, ou seja, não entrou no plano da eficácia.
A flexibilização da teoria da nulidade no direito brasileiro:
Controle concentrado: 
-art. 27 de Lei 9868/99.
	Trata-se da denominada pela doutrina, técnica da modulação dos efeitos da decisão e que, nesse contexto, permite uma melhor adequação da declaração de inconstitucionalidade, assegurando por consequência, outros valores também constitucionais, como os da segurança jurídica, do interesse social e da boa-fé.
Controle difuso: 
	A regra geral do artigo 27 da Lei 9868/99, em casos particulares, também tem sido aplicada, por analogia, ao controle difuso.
	Em importante precedente, destaca-se ação civil pública ajuizada pelo MP de São Paulo objetivando reduzir o número de vereadores do Município de Mira Estrela, de 11 para 9, adequando-se ao mínimo constitucional previsto no artigo 29, IV, CF/88. Pouco razoável seria um Município com 2.651 habitantes ter 11 Vereadores, 2 além do mínimo constitucional.
	O MP/SP pedia a devolução dos subsídios indevidamente pagos e a declaração incidental da inconstitucionalidade da lei (controle difuso), com efeitos retroativos. 
	Contudo, ponderou o Min. Maurício Corrêa na parte final de seu voto, “... a declaração de nulidade com ordinários efeitos ex tunc da composição da Câmara representaria um verdadeiro caos quanto à validade, não apenas, em parte, das eleições já realizadas, mas dos atos legislativos praticados por esse órgão sob o manto presuntivo da legitimidade. Nessa situação específica, tenho presente excepcionalidade tal a justificar que a presente decisão prevaleça tão-somente para as legislações futuras, assegurando-se a prevalência, no caso, do sistema até então vigente em nome da segurança jurídica...”.
	Partindo desse precedente, interessante a análise de tantos outros julgados no sentido de modular os efeitos da decisão também no controle difuso, destacando-se os julgamentos do RE-AgR 434.222/AM e do MS 22.357/DF.
	O STF, portanto, à luz do princípio da segurança jurídica, do princípio da confiança, da ética jurídica, da boa-fé, todos constitucionalizados, em verdadeira ponderação de valores, vem, casuisticamente, mitigando os efeitos da decisão que reconhecea inconstitucionalidade das leis também no controle difuso, preservando-se situações pretéritas consolidadas com base na lei objeto do controle.
*Mandado de injunção:
Conceito: é o remédio constitucional que consiste em uma garantia constitucional auto-aplicável a ser concedida sempre que a falta de norma regulamentadora torne inviável o exercício dos direitos e liberdades constitucionais e das prerrogativas inerentes à nacionalidade, à soberania e à cidadania.
Previsão legal: art. 5º, LXXI, CF.
	O mandado de injunção foi introduzido pela CF/88,
Requisitos:
1)norma constitucional de eficácia limitada
2) falta de norma regulamentadora.
ADI por omissão X Mandado de injunção
	
	ADIN por omissão
	Mandado de Injunção
	Previsão constitucional
	Art. 103, § 2º: Declarada a inconstitucionalidade por omissão de medida para tornar efetiva norma constitucional, será dada ciência ao Poder competente para a adoção das providências necessárias e, em se tratando de órgão administrativo, para fazê-lo em trinta dias.
	Arts. 5º. LXXI; 102, I q; 105, I,
h; e 121, § 4º, V.
É um dos remédios constituicionais.
	Legitimidade ativa
	Art. 103, I a IX:
I - o Presidente da República;
II - a Mesa do Senado Federal;
III - a Mesa da Câmara dos Deputados;
IV - a Mesa de Assembléia Legislativa ou da Câmara Legislativa do Distrito Federal;
V - o Governador de Estado ou do Distrito Federal;
VI - o Procurador-Geral da República;
VII - o Conselho Federal da Ordem dos Advogados do Brasil;
VIII - partido político com representação no Congresso Nacional;
IX - confederação sindical ou entidade de classe de âmbito nacional.
	Qualquer prejudicado, pessoa física ou jurídica.
Quando proposto por sindicato, associação ou entidade de classe, será M.I. Coletivo.
	Hipótese de cabimento
	Falta de medida necessária para tornar efetiva norma constitucional, de forma genérica.
	Inviabilidade do exercício concreto dos direitos e liberdades constitucionais e das prerrogativas inerentes à nacionalidade, à soberania e à cidadania.
	Objetivo
	Uma decisão que estimule a produção da medida ainda não editada, em caráter geral. Se for órgão administrativo, terá o prazo de 30 dias.
	Socorrer o direito concreto do prejudicado pela ausência da norma. Não visa a edição da norma geral. Obs.: O STF não tem entendido, assim, ao contrário do STJ, dando ao M.I. a função de uma ação pessoal de inconstitucionalidade por omissão, concedendo prazo para o responsável pela edição da norma fazê-lo. Só se descumprido este prazo é que o STF tem garantido o caso concreto (MI nº 232-1-RJ, rel. Min. Moreira Alves), salvo quando o Estado não é o sujeito passivo da relação de direito material emergente do preceito constitucional em questão (MI 361/RJ).
	Juízos competentes
	STF (103, § 2º)
	STF (102, I, q)
STJ (105, 1, h)
TRE (121,§ 4º, V)
TJ’s (a depender das CE’s).
	Efeitos da decisão
	Erga omnes.
	Inter partes. Há a possibilidade do reconhecimento da omissão ensejar ação de perdas e danos (MI 562/RS)
Até o ano passado (2007) prevalecia o entendimento de que os efeitos da decisão do MI era o mesmo efeito da ADIn por omissão, ou seja, apenas comunicar ao Congresso sobre a sua omissão.
Recentemente, entretanto, o STF mudou o seu posicionamento. Com o entendimento de que o CN está se omitindo de propósito, entendeu que o MI deveria gerar efeitos concretos e ainda com eficácia “erga omnes”.
Legitimidade:
	Qualquer pessoa pode impetrar MI, quando a falta de norma regulamentadora estiver inviabilizando o exercício de direitos, liberdades e prerrogativas inerentes à nacionalidade, à soberania e à cidadania.
	O STF, inclusive, admitiu o ajuizamento de MI coletivo, sendo legitimadas, por analogia, as mesmas entidades do MS coletivo.
Pessoa jurídica:
	O STF, a partir do MI 725, nos termos do voto relator do Min, Gilmar Mendes, tendo por fundamento o “recurso de amparo” norte-americano, entendeu que “não se deve negar aos municípios, peremptoriamente, a titularidade de direitos fundamentais (...) e a eventual possibilidade das ações constitucionais cabíveis para a sua proteção”. Assim, destacando-se que as pessoas jurídicas de direito público podem ser titulares de direitos fundamentais, “parece bastante razoável a hipótese em que o município, diante da omissão legislativa inconstitucional impeditiva do exercício desse direito, se veja compelido a impetrar mandado de injunção” (Informativo 466/STF).
	No que tange ao pólo passivo, somente a pessoa estatal poderá ser demandada e nunca o particular (que não tem o dever de regulamentar a CF).
Procedimento e efeitos da decisão:
	Já decidiu o STF que o MI é auto-aplicável, sendo adotado, analogicamente e no que couber, o rito do mandado de segurança.
	Quanto aos efeitos da decisão, vale mencionar as seguintes posições:
1)Concretista geral= o STF legisla no caso concreto, produzindo a decisão efeitos erga omnes até que sobrevenha norma integrativa do Poder Legislativo
2) Concretista individual direta= a decisão vale somente para o autor do MI, diretamente.
3) Concretista individual intermediária= julgado procedente o MI, o Judiciário fixa ao Legislativo prazo para elaborar norma regulamentadora. Findo o prazo e permanecendo a inércia do Legislativo, o autor passa a ter assegurado o seu direito.
4) Não concretista= a decisão apenas decreta a mora do poder omisso, reconhecendo-se formalmente a sua inércia.
	A posição não concretista, por muito tempo, foi a dominante no STF.
	Avançando, o STF adotou em alguns casos a posição concretista individual intermediária, qual seja, fixar um prazo e comunicar o Legislativo omisso para que elabore a norma naquele período. Decorrido in albis o prazo fixado, o autor passaria a ter o direito pleiteado (efeitos inter partes).
	Avançando ainda mais em sua jurisprudência, o STF, no MI 721/DF, Rel. Min. Marco Aurélio, a fim de viabilizar o exercício do direito à aposentadoria especial:” ...salientando o caráter mandamental e não simplesmente declaratório do MI, asseverou que cabe ao Judiciário, por força do disposto no art. 5º, LXXI e seu §1º, da CF, não apenas emitir certidão de omissão do Poder incumbido de regulamentar o direito a liberdades constitucionais, a prerrogativas inerentes à nacionalidade, soberania e à cidadania, mas viabilizar, no caso concreto, o exercício desse direito, afastando as consequências da inércia do legislador”.
	Posteriormente, o Pleno do STF, por unanimidade, acompanhou o voto do Ministro Relator, para deferir ao impetrante o direito à aposentadoria, nos termos do artigo 57 da Lei 8.213/91, que dispõe sobre planos de benefícios da Previdência Social.
	Também vale ressaltar o MI 695/MA.
	Por fim, importante destacar os MIs 670, 708 e 712. Visava assegurar o direito de greve, tendo em vista a inexistência de norma regulamentando o artigo 37, VII, da CF/88.
	O STF, em importante decisão, por unanimidade, declarou a omissão legislativa e, por maioria, determinou a aplicação, no que couber, da lei de greve vigente ao setor privado, Lei 7.783/89.
	A aplicação da lei não se restringiu aos impetrantes, mas a todo o funcionalismo público. Assim, pode-se afirmar que o STF consagrou a teoria concretista geral.
	Desta feita, busca-se uma posição mais ativa do Poder Judiciário, a fim de realizar direitos fundamentais, sem que com isso funcione como legislador positivo.
*Tribunal de Contas da União e Tribunal de Contas do DF
TRIBUNAL DE CONTAS
Conceito, funções e finalidades
	O Tribunal de Contas da União foi criado em 1890, logo no início da república, por decreto, mas, no entanto, só passou a cumprir suas atribuições a partir da CF de1891 (art. 89).
	CF, Artigo 31, §4º. Vedada a criação de novos Tribunais ou Conselhos de Contas municipais, preservados os já existentes. O STF já se posicionou no sentido de que a aludida vedação obsta apenas que os municípios criem, em sua estrutura organizacional,novos TCs. Estados podem criar novos tribunais com jurisdição sobre as contas municipais.
	Competência TCU, TCE e TCM. Deve-se atentar para a origem dos recursos a ser fiscalizado (federal, estadual ou municipal) para fins de determinação da competência:
TCU – recursos federais aplicados pelo Governo Federal e os repassados voluntariamente para outro ente federativo ou outras pessoas (físicas ou jurídicas).
TCE - recursos estaduais aplicados pelo Governo Estadual e os repassados voluntariamente para outro ente federativo ou outras pessoas (físicas ou jurídicas).
TCM - recursos municipais aplicados pelo Governo Municipal e os repassados voluntariamente para outro ente federativo ou outras pessoas (físicas ou jurídicas
	Territórios não possuem órgãos de controlo externo próprios. Contas julgadas pelo Congresso, com parecer prévio do TCU.
Doutrina considera que o TC não é preposto do legislativo. A função que exerce recebe diretamente da CF, que lhe define atribuições. No entanto, os TCs vem sendo considerados em concursos como órgãos do Poder Legislativo (LRF), unidades auxiliares do Legislativo ou inseridos na estrutura do Legislativo, embora sem dependência ou subordinação a esse.
Inexiste qualquer hierarquia, subordinação ou vinculação de qualquer ordem entre o TCU e os TC estaduais e municipais.
Titularidade função de controle externo:
União – Congresso Nacional;
Estados – Assembléia Legislativa;
Municípios – Câmara de Vereadores;
DF – Câmara Legislativa.
TC não tem personalidade jurídica, possuindo, entretanto, capacidade processual ou postulatória.
A natureza jurídica da decisão do TC é administrativa, tendo em vista que esse é um tribunal administrativo. Sendo essa a natureza da decisão, haverá a possibilidade de controle por parte do Judiciário. Decisão do TC vincula ADm Pub (nesse sentido STJ). Administração ou cumpre ou ingressa com ação própria no Judiciario caso discorde.
A eficácia das decisões dos TCs que resultem na imputação de débito ou multa é de título executivo extrajudicial. Essa eficácia só ocorrerá se houver sido assegurado ao responsável o devido processo legal. Decisão deve ainda declarar expressamente o responsável e o valor da condenação.
A caracterização de titulo executivo extrajudicial torna desnecessária a inscrição do débito na dívida ativa.
Caso o responsável venha a falecer, a obrigação estender-se-á aos sucessores, até o limite do valor do patrimônio transferido.
Competência execução das decisões do TC que imputem débito ou multa e do Erário Credor:
Recursos Federais – AGU;
Recursos Estaduais – PGE;
Recursos Municipais – Prefeito ou Proc Municipais.
Ações de ressarcimento ao erário são imprescritíveis.
Fiscalizaçao. Aspectos Subjetivos. Pessoas sujeitas à fiscalização. Todas as pessoas (fis, jur, pub e priv) estão obrigadas a prestar contas em razao de utilizarem, arrecadarem, guardarem ou administrarem bens e valores públicos.
!! Organizaçoes sociais são fiscalizadas pelos TCs. 
TC. Momento de atuação. Concomitante ou posterior à edição do ato administrativo (não existe mais atuação prévia).
TC. Processo Administrativo de Controle. Fase investigatória (semelhante ao IP e à sindicância). Ausência de ampla defesa e contraditório, presentes nas demais fases (dialética e decisória).
!! A garantia do devido processo legal no processo administrativo de controle é assegurada não só as autoridades públicas, mas também ao particular contratante. Nesse sentido, o STF assegurou o devido processo legal a empresas privadas qe mantenham contrato com a adm pub, alem de deixar assentado que a simples possibilidade de recurso adm não supre o direito à defesa prévia.
	A competência constitucional para julgar as contas da autoridade maior do executivo é do órgão legislativo e não do TC, que só auxilia o legislativo mediante a emissão do parecer prévio.
STF já se manifestou no sentido de que o devido processo legal deverá ser observado pelo TC mesmo quando da confecção do parecer prévio, a despeito de as contas do chefe do executivo serem julgadas pelo legislativo.
O julgamento das contas do executivo pelo legislativo se concretiza por meio da edição de um decreto-legislativo elaborado pela comissão mista permanente.
Quando o presidente não enviar, no prazo legal, as ocntas para o congresso, caberá à Camara dos Deputados proceder a tomada de contas do presidente. (Julgar contas – Congresso / Tomar contas – Camara dos deputados)
Competência para julgamento das contas do próprio TC. Silêncio Constitucional. STF, até 2004, entendeu que eram inconstitucionais dispositivos de constituições estaduais que conferiam às assembléias legislativas competência para julgar as contas dos TCs. No entanto, em 204, alterou sua posição no julgamento da ADI 1175/DF, passando a admitir essa outorga de competência à Assembleia Legislativa.
Controle de Atos de Pessoal / Competência privativa do Tribunal de Contas / Análise da legalidade das nomeações decorrentes de concurso e de contratos por prazo determinado, concessão de aposentadoria, reformas e pensões / Abrange Executivo, Legislativo, Judiciário, Ministério Público, Tribunal de Contas, Administração direta e indireta / Tribunal de Contas não aprecia legalidade de:
Admissões para cargos comissionados;
Melhorias posteriores que não alterem o fundamento legal dos atos de aposentadorias, reformas e pensões
	
Súmula 06 do STF “A revogação ou a anulação, pelo poder executivo, de aposentadoria, ou qualquer ato aprovado pelo Tribunal de Contas, não produz efeitos antes de aprovada por aquele Tribunal, ressalvada a competência revisora do Judiciário.”
A Súmula 07 do STF que diz:”sem prejuízo de recurso para o Congresso, não é exequível contrato administrativo a que o Tribunal de Conta houver negado registro” Atualmente, não mais subsiste a exigência de registro prévio do contrato administrativo perante as cortes de contas, visto que a CF/88 não faz referência a esse respeito.
	
Tribunal de Contas / Competência Corretiva / Art. 71, IX, §§ 1° e 2°, C.F. / Contratos Administrativos / Tribunal de Contas da União, embora não tenha competência para anular ou sustar contratos administrativos, tem competência ( art. 71, IX ) para determinar à autoridade administrativa que promova a anulação do contrato e, se for o caso, da licitação de que se originou (STF. ms23550/DF)
 	Competência Corretiva
 Tribunal de Contas
 Ilegalidade Sanável
 Assina Prazo
 Não Atendido
 Ato Administrativo Contrato Administrativo
Tribunal de Contas susta o ato Tribunal de Contas comunica ao Legislativo
 Comunica ao Legislativo 90 dias
 Omissão TC decide a respeito
		
Expressão “Decidirá a respeito” / Parte da doutrina entende que a comissão dos poderes legislativo /executivo em sanar o vício no prazo constitucional autoriza o Tribunal de Contas a sustar a execução do contrato / Em contrário, R. Lobo Torres / Constituição Federal não conferiu ao Tribunal de Contas esse poder / Expressão ligada ao poder de aplicar sanções e determinar ressarcimento.	
Tribunal de Contas / Auditorias ( planejamento específico, coleta de dados ) e Inspeções ( suprimento de omissões e lacunas de informações ) / Fiscalização que pode ser desencadeada de ofício pelo Tribunal de Contas ou mediante provocação do legislativo / Segundo a Constituição Federal, membro isolado do legislativo não pode solicitar auditoria e inspeção.
Segundo a Constituição Federal, somente órgãos colegiados do legislativo estariamautorizados a provocar fiscalização do Tribunal de Contas / No entanto, o parlamentar pode provocar alguma comissão para que o faça / Pode também, denunciar ao Tribunal de Contas (Art. 74 §2°) / Além disso, o Tribunal de Contas, tomando conhecimento do fato em face do requerimento, pode decidir ex officio pela fiscalização.
Tribunal de Contas da União / Competência exclusiva para fixar o coeficiente dos fundos de participação ( FPM, FPE, IPI-Exp., FCO, FNE FNO)
Tribunal de Contas / Dever de Representação ao poder competente sobre irregularidades ou abusos apurados.
Tribunal de Contas / Representação / Justiça Eleitoral / Art. 1°, I “g”, Lei Complementar 64/90 / Inelegibilidade para qualquer cargo / Contas rejeitadas / Decisão irrecorrível ( não contestada no Judiciário ) / Inelegível para as eleições realizadas nos 5 anos seguintes a partir da decisão.
STF / Inclusão em lista para remessa à Justiça Eleitoral do nome de administrador público que teve suas contas rejeitadas e lhe foi aplicada multa / Dupla punição / Inocorrência / Inclusão do nome na lista não configura punição / irregularidade não é pena, sendo a Lei Complementar 64/90 aplicável a fatos anteriores a sua vigência / A Justiça Eleitoral é que cabe fazer juízo de valor acerca das irregularidades apontadas pelo Tribunal de Contas para fins de inegibilidade.
STF / Competência para aplicar multas aos responsáveis por ilegalidade de despesa ou irregularidade de contas, independente da existência efetiva de dano ao erário.
Tribunal de Contas / Auxílio à Comissão Permanente do Poder Legislativo / Despesas não autorizadas / Procedimento
Comissão Mista – Autoridade Despesa (5 dias para prestar esclarecimentos)
Comissão Permanente – Responsável 
Se a autoridade não prestar informações ou essas forem insatisfatórias a CMP solicita ao Tribunal de Contas, no prazo de 30 dias, pronunciamento conclusivo sobre a matéria (Tribunal de Contas pode propor ao Congresso a sustentação da despesa ).
R. Lobo Torres chama essa competência de VETO ABSOLUTO / Incide sobre despesa não autorizada / Iniciativa atribuída a CMP / Interferência do Congresso na execução do orçamento pela administração.
Composição do Tribunal de Contas:
 			
	Tribunal de Contas da União – 9 ministros 
Brasileiro (nato ou naturalizado)
Mais de 35 e menos de 65 anos
Idoneidade moral e conhecimentos específicos
10 anos de atividade em cargo que exija tais conhecimentos
Prerrogativas Ministro STJ
	 1/3 indicados pelo presidente / 2 alternadamente auditores e membros do Ministério Público junto ao Tribunal de Contas, e o terceiro de escolha livre
2/3 escolhidos pelo Congresso
TCE e TCM – 7 Ministros 3 pelo Governador (simetria ao federal)
 Prerrogativas Desembargadores 4 pela Assembléia
Tribunal de Contas estados novos – 3 conselheiros nomeados pelo governador nos primeiros 10 anos 
Cargo de Auditor ( Substituto de Ministro ou Conselheiro ) / Vitalício / Por concurso público / quando não esta substituindo emite pareceres / Em Subst. - Mesmas garantias e impedimentos do titular; demais funções - mesmas Garantias e Impedimentos Juiz de TRF. 
	Assim, a composição das cortes de contas estaduais devem tomar por modelo obrigatório (CF/88, art. 75) aquele imposto ao Tribunal de Contas da União (TCU) pela CF/88.
O Tribunal de Contas, conforme entendimento sumulado do STF (enunciado nº 347), pode, no exercício de suas atribuições, apreciar a constitucionalidade de leis e atos do Poder Público.
De acordo com o enunciado, as cortes de contas, embora não detenham competência para declarar a inconstitucionalidade das leis ou dos atos normativos em abstrato, pois essa prerrogativa é do STF, podem, no caso concreto, reconhecer a desconformidade formal ou material de normas jurídicas incompatíveis com a manifestação constituinte originária. Do que decorre poderem os tribunais de contas deixar de aplicar ato por considerá-lo inconstitucional, bem como sustar outros atos praticados com base em leis vulneradoras da Constituição.
Questões relevantes: 
EP e SEM estão sujeitas à fiscalização pelo TC?
Sim. A jurisprudência do STF entende que as empresas públicas e sociedades de economia mista, integrantes da Administração Indireta, estão sujeitas à fiscalização do TC, não obstante os seus servidores estarem sujeitos ao regime celetista (– MS 25.092 – Rel. Min. Carlos Veloso).
*Súmula vinculante nº 3 
. NOS PROCESSOS PERANTE O TRIBUNAL DE CONTAS DA UNIÃO ASSEGURAM-SE O CONTRADITÓRIO E A AMPLA DEFESA QUANDO DA DECISÃO PUDER RESULTAR ANULAÇÃO OU REVOGAÇÃO DE ATO ADMINISTRATIVO QUE BENEFICIE O INTERESSADO, EXCETUADA A APRECIAÇÃO DA LEGALIDADE DO ATO DE CONCESSÃO INICIAL DE APOSENTADORIA, REFORMA E PENSÃO..
	
	O direito de defesa foi bastante ampliado na CF/88, e seu escopo de garantia deve abarcar todos os tipos de processo, sejam judiciais, sejam administrativos. 
	O STF, no entanto, ressalvou a inexigibilidade de observância ao contraditório e ampla defesa, quando o TCU atua na formação do ato complexo da concessão inicial da aposentadoria, pensão ou reforma, previsto no art. 71, III, CF. Nesses casos, o TCU atuará, independentemente da audiência do interessado, que poderá, ao final do ato administrativo, impugnar a decisão da corte de contas.
“(...) O processo de aposentadoria revela atos complexos, sem o envolvimento de litigantes, ficando afastada a necessidade de observância do contraditório, isso em vista do ato final, ou seja, a glosa pela Corte de Contas (...). (STF. Pleno. MS 24754/DF. Rel. Min. Marco Aurélio. DJ 18.02.2005).
	Desta forma, o ato de concessão inicial de aposentadoria é uma ato complexo. Depende de duas manifestações de vontade (Administração + TCU). O direito somente se consolida com as duas manifestações de vontade.
	A decisão do TCU nesse caso não é em revisão. 
TCU pode exigir quebra de sigilo bancário?
O STF, no julgamento do MS 22.801 entendeu que não. Os Ministros ressaltaram que o TCU, como órgão auxiliar do Congresso Nacional, não tem poder para decretar quebra de sigilo (...) “O TCU não é o Poder Legislativo, é um órgão do Poder Legislativo.”
Tribunal de Contas e rejeição das contas do Poder Executivo
	A competência para julgamento das contas do Chefe do Poder Executivo é exclusiva do Poder Legislativo respectivo. Assim, nesse caso, o Tribunal de Contas terá função meramente opinativa, atuando como auxiliar do Parlamento (CF, art. 49, IX).
Ministério Público Especial (art. 130, CF).
	Neste ponto é importante ressaltar que o STF não admitiu que membros do MP Estadual fossem “aproveitados” para atuar junto ao TCE. Reforçou-se a idéia de estabelecimento de carreira específica do MP especial junto ao Tribunal de Contas.
	A matéria já está bastante pacificada, portanto, pode-se afirmar que os Procuradores das Cortes de Contas são a elas ligados apenas administrativamente e sem qualquer vínculo com o Ministério Público comum.
Teoria dos poderes implícitos e as atribuições dos TC:
Teoria dos poderes implícitos = a outorga de competência expressa a determinado órgão estatal importa em deferimento implícito, a esse mesmo órgão, dos meios necessários à integral realização dos fins que lhe foram atribuídos. (MS 26.547 – MC/DF, Rel. Min. Celso de Mello, j. em 23.05.2007).
	Nesse sentido, podemos dar como exemplo de aplicação da teoria dos poderes implícitos o reconhecimento, pelo STF, dos poderes do TCU de conceder medidas cautelares no exercício de suas atribuições explicitamente fixadas no artigo 71 da CF/88 ( MS 26.547 – MC/DF).
Tribunais de contas estaduais, distritais e municipais
	Diante do disposto pelo art. 75 c/c 31, todos da CF, podemos concluir que o legislador reconheceu a existência de Tribunais de Contas Municipais já existentes na data da promulgação da Constituição, não permitindo às Constituições Estaduais aboli-los. Todavia,vedou a criação de novos Tribunais e Conselhos de Contas Municipais.
	Conforme interpretação do STF (Adin 849/MT), os Estados, o DF e os Municípios estão sujeitos, em matéria de organização, composição e atribuições fiscalizadoras de seus Tribunais de Contas, ao modelo jurídico estabelecido pela Constituição (art. 75).
	Nos termos da Súmula 653 do STF, “no Tribunal de Contas Estadual, composto por 7 conselheiros, quatro devem ser escolhidos pela Assembléia Legislativa e três pelo Chefe do Poder Executivo Estadual, cabendo a este indicar um dentre auditores e outro dentre membros do MP Especial, e um terceiro à sua livre escolha”, fazendo interpretação do artigo 75, caput, que estabeleceu o dever de observância de sua composição, no que couber, em relação às regras do TCU, que é composto por 9 e não 7 integrantes.
TCU E VINCULAÇÃO AO LEGISLATIVO:
Veja-se o seguinte trecho do julgamento da ADI 4.190/RJ, quando o Plenário do STF confirmou liminar concedida pelo Relator:
POSIÇÃO CONSTITUCIONAL DOS TRIBUNAIS DE CONTAS - ÓRGÃOS INVESTIDOS DE AUTONOMIA JURÍDICA - INEXISTÊNCIA DE QUALQUER VÍNCULO DE SUBORDINAÇÃO INSTITUCIONAL AO PODER LEGISLATIVO - ATRIBUIÇÕES DO TRIBUNAL DE CONTAS QUE TRADUZEM DIRETA EMANAÇÃO DA PRÓPRIA CONSTITUIÇÃO DA REPÚBLICA.
- Os Tribunais de Contas ostentam posição eminente na estrutura constitucional brasileira, não se achando subordinados, por qualquer vínculo de ordem hierárquica, ao Poder Legislativo, de que não são órgãos delegatários nem organismos de mero assessoramento técnico. A competência institucional dos Tribunais de Contas não deriva, por isso mesmo, de delegação dos órgãos do Poder Legislativo, mas traduz emanação que resulta, primariamente, da própria Constituição da República. Doutrina. Precedentes.�
Tribunal de Contas do DF: 
LODF:
Subseção II
Do Tribunal de Contas
Art. 82. O Tribunal de Contas do Distrito Federal, integrado por sete Conselheiros, tem sede na cidade de Brasília, quadro próprio de pessoal e jurisdição em todo o território do Distrito Federal, exercendo, no que couber, as atribuições previstas no art. 96 da Constituição Federal.
§ 1º Os Conselheiros do Tribunal serão nomeados entre brasileiros que satisfaçam os seguintes requisitos:
I – mais de trinta e cinco e menos de sessenta e cinco anos de idade;
II – idoneidade moral e reputação ilibada;
O Tribunal de Contas do DF é órgão auxiliar da Câmara Legislativa, cuja principal atribuição é: emitir parecer sobre as contas públicas apresentadas pelos administradores públicos. O inciso XVII do art. 60 da LODF deve ser lido em conjunto com o art. 82, §2º.
A redação originária do art. 82, que trata da composição do TCDF, estabelecia a competência para a Câmara Legislativa efetuar a escolha de 5 membros, e ao Governador 2.
Entretanto, foi ele julgado inconstitucional pelo STF, na ADI 1632, já que os TC são compostos por sete membros, o Poder Legislativo só pode escolher 4, sob pena de violação do princípio da independência e harmonia entre os poderes. É esse, também, o teor da Súmula 653.
Com esteio nessa ADI, a Câmara Legislativa, utilizando-se do poder de reformar a LODF, efetuou emenda à lei orgânica de nº 36, de 03 de janeiro de 2002, após o julgamento da ADI, dispondo caber à CLDF e escolha de 4 e ao Governador 3.
III – notáveis conhecimentos jurídicos, contábeis, econômicos e financeiros ou de administração pública;
IV – mais de dez anos de exercício de função ou de efetiva atividade profissional que exija os conhecimentos mencionados no item anterior.
§ 2º Os Conselheiros do Tribunal de Contas do Distrito Federal serão escolhidos:
I – três pelo Governador do Distrito Federal, com a aprovação da Câmara Legislativa, sendo um de livre escolha, e dois alternadamente dentre auditores e membros do Ministério Público junto ao Tribunal, indicados em lista tríplice pelo Tribunal, segundo os critérios de antiguidade e merecimento; (Inciso com a redação da Emenda à Lei Orgânica nº 36, de 2002.)�
II – quatro pela Câmara Legislativa. (Inciso com a redação da Emenda à Lei Orgânica nº 36, de 2002.)�
§ 3º (Parágrafo revogado pela Emenda à Lei Orgânica nº 36, de 2002.)�
§ 4º Os Conselheiros do Tribunal de Contas terão as mesmas garantias, prerrogativas, impedimentos, vencimentos e vantagens dos Desembargadores do Tribunal de Justiça do Distrito Federal e Territórios, na forma da Constituição Federal, e somente poderão aposentar-se com as vantagens do cargo quanto o tiverem exercido, efetivamente, por mais de cinco anos.
O TCDF deve seguir o modelo do TCU, cujo tratamento encontra raízes no art. 73 da CF. Logo, se mostra adequada a regra orgânica que estabelece aos Conselheiros as garantias, prerrogativas e impedimentos dos Desembargadores do TJDF.
No entanto, contrariando a regra orgânica com esteio na CF, a Câmara Legislativa aprovou a LC 01/94 que, além de tais garantias, atribui aos Conselheiros a aplicação subsidiária do regime jurídico dos servidores públicos, o que certamente poderia lhes atribuir vantagens pecuniárias que ferem a regra constitucional da remuneração fixada em subsídios. Tramita no STF a ADI 3417, pendente de liminar, de autoria do PGR, que tenta impugnar a norma complementar acima citada.
§ 5º Os Conselheiros, nas suas faltas e impedimentos, serão substituídos por Auditores, na forma da lei
Os auditores são servidores de carreira. O STF, levando em conta que eles serão substitutos dos Conselheiros, considera válida regra editalícia que exija-lhes a idade superior de 35 anos, já que os Conselheiros devem possuir tal idade.
§ 6º O Auditor, quando em substituição a Conselheiro, terá as mesmas garantias, prerrogativas e impedimentos do titular e, no exercício das demais atribuições da judicatura, as de Juiz de Direito da Justiça do Distrito Federal e Territórios.
§ 7º Os Conselheiros do Tribunal de Contas do Distrito Federal farão declaração pública de bens, no ato da posse e no término do exercício do cargo
§ 8º Os Conselheiros do Tribunal de Contas do Distrito Federal, nos casos de crime comum e nos de responsabilidade, serão processados e julgados, originariamente, pelo Superior Tribunal de Justiça.
Trata o parágrafo em comento do foro por prerrogativa de função dos Conselheiros do TCDF. O foro em tela tem assento constitucional, pois foi a Constituição Federal – art. 105 – que atribuiu a competência originária ao STJ para julgar, nos crimes comuns e de responsabilidade, as referidas autoridades, que têm os mesmos privilégios dos desembargadores do TJDFT.
Art. 83. Os Conselheiros do Tribunal de Contas do Distrito Federal, ainda que em disponibilidade, não poderão exercer outra função pública, nem qualquer profissão remunerada, salvo uma de magistério, nem receber, a qualquer título ou pretexto, participação nos processos, bem como dedicar-se à atividade político-partidária, sob pena de perda do cargo
Art. 84. É da competência exclusiva do Tribunal de Contas do Distrito Federal:
I – elaborar, aprovar e alterar seu regimento interno;
II – organizar seus serviços auxiliares e prover os respectivos cargos, ocupados aqueles em comissão preferencialmente por servidores de carreira do próprio tribunal, nos casos e condições que deverão ser previstos em sua lei de organização;
III – conceder licença, férias e outros afastamentos a Conselheiros e Auditores;
IV – propor à Câmara Legislativa a criação, transformação e extinção de cargos e a fixação dos respectivos vencimentos;
V – elaborar sua proposta orçamentária, observados os princípios estabelecidos na lei de diretrizes orçamentárias.
Art. 85. Funcionará junto ao Tribunal de Contas o Ministério Público, regido pelos princípios institucionais de unidade, indivisibilidade e independência funcional, com as atribuições de guarda da lei e fiscal de sua execução.
MP de Contas do DF. De acordo com a CF, art. 130, aos membros do MP, junto aos Tribunais de Contas, aplicam-se as disposições constitucionais pertinentesa direitos, vedações e forma de investitdura relativos ao MP em geral.
Diante desse comando constitucional, a LODF previu o funcionamento de um órgão do MP junto ao TCDF. O DF não possui competência para legislar sobre o MP em geral, salvo o do TCDF, pois este é órgão específico, cujas normas são especiais e podem ser previstas em legislação distrital.
Muito se discutiu se esse MP de Contas seria um órgão da estrutra do MPU ou se seria vinculado ao próprio TCDF.
Logo, o MP de Contas do DF não integra o MPDF. São órgãos distintos e organizados por leis diversas.
O STF, no julgamento da ADI 160-TO, declarou a inexistência de autonomia funcional ou administrativa aos MP junto ao TC. Segundo entendimento do STF:
“Ministério Público Especial junto ao Tribunal de Contas.
Não lhe confere, a CF, autonomia administrativa. Precedente: ADI 789. Também em sua organização, ou estruturalmente, não é ele dotado de autonomia funcional (como sucede ao MP comum), pertencendo, individualmente, a seus membros, essa prerrogativa, nela compreendida a plena independência de atuação perante os poderes do Estado, a começar pela Corte junto à qual oficiam (Constituição, artigos 130 e 75). DJ 20.11.1998”.
Tendo em vista que o STF pacificou o entendimento de que o MP não é independente, mas vinculado ao TC, afigura-nos inconstitucional a iniciativa regimental de proposição de lei pelo Procurador Geral do MP junto ao TCDF, prevista no art. 134 do Regimento Interno da Câmara Legislativa.
Ademais, tal iniciativa não fora prevista na LODF, não cabendo ao Regimento estender a iniciativa de leis, que é matéria exclusiva da CF e da LODF.
Art. 86. Lei complementar do Distrito Federal disporá sobre a organização e funcionamento do Tribunal de Contas, podendo dividi-lo em câmaras e criar delegações ou órgãos destinados a auxiliá-lo no exercício de suas funções e na descentralização dos seus trabalhos.
AÇÃO DIRETA DE INCONSTITUCIONALIDADE GENÉRICA:
Kelsen: (↓ - Normas inferiores seguem a CF = Princípio da Compatibilidade Vertical.
Em caso de choque, norma inferior é retirada do ordenamento. Garante a supremacia da constituição. A lei inferior é retirada.
A ADI é o mecanismo para a retirada do ordenamento de normas inferiores que contrariam a constituição.
É uma ação, não é processo subjetivo, não tem autor e réu. A ADI é processo objetivo de controle constitucional, não é processo comum.
É objetivo porque a ADI não visa dar a cada um o que é seu. ADI é processo de verificação abstrata de conformidade da lei com a constituição. Não é uma atividade jurisdicional comum. É uma atividade política que tem haver com relação política da sociedade.
Atividade política: STF chama de atividade legislador negativo. A positiva é a de colocar a norma no ordenamento e cabe ao poder legislativo.
Atividade do STF na ADI é também atividade contra majoritária, porque parlamentar pela maioria (da representação popular) coloca a norma no ordenamento e o STF, através da ADI, retira a norma, ato da maioria.
ADI está disciplinada na CF/88, e na Lei nº 9868.
ADI Genérica: Art. 102, I, “a” da CF.
O STF costuma dizer que ADI e ADC são a mesma coisa com sinal invertido. Na verdade, ainda não são a mesma coisa. Há algumas diferenças básicas.
Ex: Alínea “a” – quanto ao objeto
ADI: lei ou ato normativo federal ou estadual
ADC: lei ou ato federal
Essa diferença irá acabar em breve, isso porque, existe projeto de emenda constitucional (PEC) onde a ADC também terá como objeto ato estadual, igualando o objeto da ADC e da ADI.
Pode ser objeto de ADI:
Lei, ato normativo federal e estadual.
Pode-se incluir projetos, tratados internacionais (comuns ou especiais da EC 45/04), pareceres da AGU aprovados pelo PR, que tenham poderes normativos, regulamentos autônomos, medidas provisórias, leis do período da “vacatio legis”, leis delegadas, decretos legislativos e resoluções se veicularem atos normativos, as leis do DF de competência estadual (as de competência municipal não).
Não pode ser objeto de ADI:
Leis e atos anteriores à constituição, atos privados (das empresas), normas constitucionais inconstitucionais (Otto Barchoff), sentença normativa, sentença estrangeira, etc.
Lei ou Ato normativo = não basta ter o nome de lei, é preciso ter conteúdo (com os atributos) de lei ou ato normativo.
No tocante ao objeto tudo que se aplica à ADI aplica-se à ADC, e o contrário se aplica à ADPF.
Legitimados para mover ADI (Art. 103 da CF):
A doutrina entende que precisa de advogado apenas nos casos dos legitimados dos incisos VIII (partido político com representação no Congresso Nacional) e IX (confederação sindical ou entidade de classe de âmbito nacional), entretanto, em havendo advogado tem que ter mandato com poderes específicos.
“Citará”: não existe citação neste caso, não há contraditório e ampla defesa em ADI. A participação da AGU é para promover um debate, não é uma defesa comum, é uma defesa simples.
Aspectos Processuais (Lei 9.868/99 )
Essa lei aplica-se à ADI e à ADC.
Art. 5o Proposta a ação direta, não se admitirá desistência.
Trata-se do Princípio da Indisponibilidade, tendo em vista que não é um direito subjetivo. É um processo objetivo e indisponível. Também é indisponível o pedido da cautelar.
Não admite intervenção de terceiro. Pode somente na figura do “Amicus Curiae” conforme §2º.
O “Amicus Curiae” vem para somar nesse processo dialético, se manifesta por escrito e pode sustentar oralmente segundo jurisprudência do STF.
Abstrativização (Objetivização) do Controle Difuso
Autor x Réu (inter-partes): cria precedentes.
Portanto há interesse de terceiro em ação entre autor e réu, isso porque os precedentes serão aplicados a outros.
Com isso o STF está passando a admitir o “Amicus Curiae” no controle difuso, diferente do Art. 7º, §2º que é o controle abstrato (VER TEXTO DO FREDDIE).
§1º: Nesse parágrafo vê-se que os fatos (realidade concreta) interferem no juízo de controle abstrato. Algo pode ser abstratamente constitucional, mas concretamente inconstitucional.
§2º: o STF pode perguntar para os tribunais ainda com relação aos fatos.
Cautelar na ADI (Art. 10 a 12 da Lei. 9.868/99)
Maioria absoluta = 06 votos
É facultativa também a sustentação oral do “Amicus Curiae”.
Efeitos da Cautelar da ADI.
A - “Erga Omnes” – “dotada de eficácia contra todos”.
B - “Ex-nunc” (em regra, sendo que são admitidas algumas exceções: “salvo se o Tribunal entender que deva conceder-lhe eficácia retroativa”).
C - Efeito repristinatório: “A concessão da medida cautelar torna aplicável a legislação anterior acaso existente, salvo expressa manifestação em sentido contrário”.
D – Efeito vinculante: acrescido pela jurisprudência do STF.
O deferimento da cautelar na ADI exige requisitos:
A – “Fumus boni iuris”
B – “Periculum in mora”
No caso de leis antigas (tem que ser de 1988 em diante, não pode ser leis anteriores à CF/88), o requisito do “periculum in mora”, considerando que a lei é muito antiga, pode se substituído pelo requisito da conveniência.
A decisão na ADI e ADC (Arts. 22 a 28 da Lei. 9.868/99)
No caso de ADI não há adstrição à causa de pedir, ou seja, o requerente pode fundamentar o seu pedido em uma causa de pedir sendo que o STF declara a inconstitucionalidade por outro motivo que não a causa de pedir do requerente. Diz-se que a “causa petendi” é aberta, porque o processo é objetivo.
Entretanto, o pedido é determinado, o STF não pode fazer julgamento “extra” ou “ultra petita”.
Ex: Se o pedido foi só para o art. 5º só ele pode ser examinado.
Exceção: Chamado Arrastamento = excepcionalmente o STF pode “arrastar” o pedido para outro artigo. Isso acontece quando outros artigos dependam, ou sejam análogos ao artigo objeto (pedido da ADI).
Na dúvida julga-se a norma ou lei constitucional, isso porque há uma presunção relativa de constitucionalidade.
Uma vez que o processo é objetivonão há suspeição ou impedimento dos Ministros.
Exceção: Quando quem move a ADI vira ministro do STF, esse indivíduo não pode julgar.
A oposição dos embargos declaratórios não impedem os efeitos da ADI, nos termos da jurisprudência do STF.
Efeitos da Decisão Final da ADI (Art. 28 da Lei. 9.868/99)
- Efeito Repristinatório
- “Erga Omnes”
- Efeito Vinculante em relação aos demais Órgãos do Poder Judiciário e à Administração Pública Direta e Indireta Federal, Estadual e Municipal (Art. 102, §2º, da CF).
Observações:
1 - As decisões definitivas de mérito é que terão esses efeitos.
2 - O texto da CF é que prevalece.
3 - Os atos análogos e similares também são atingidos pelo efeito vinculante = Transcendência dos motivos determinantes.
4 - A idéia de vinculação é que têm que cumprir as determinações do STF, caso contrário cabe reclamação (por qualquer um).
5 - O STF não sofre os efeitos vinculantes. A ADC procedente não impede uma ADI posterior, ou seja, a decisão do STF nestes casos não vincula ele próprio.
6 - O efeito vinculante atinge o Poder Legislativo? O STF entende que não, no sentido de não impedi-lo de legislar. Entretanto, atinge a lei no sentido de não deixar que ela seja aplicada.
NOVIDADE: Lei nº 12.063/2009:
A Lei nº 12.063/09 inseriu na Lei nº 9.868/99 o Capítulo II-A, que versa especificamente sobre a ADO.
Essa norma trata da existência da omissão total e parcial, esta entendida quando houver norma regulamentadora, mas insuficiente.
Calha ainda uma observação: a jurisprudência do STF era no sentido de que na ação direta de inconstitucionalidade por omissão – ADI por omissão – não se fazia necessário ouvir o AGU. Esse raciocínio se justificava na medida em que se o AGU deve fazer a defesa da norma e a ação direta foi ajuizada exatamente por conta do vácuo legislativo (ausência da norma), o que lhe restaria defender?
No entanto, com a edição da Lei nº 12.063/09, entendemos que se a omissão for parcial, será necessária a manifestação do AGU. Nesse compasso, prevê o § 2º do art. 12-E dessa norma que “o relator poderá solicitar a manifestação do Advogado-Geral da União, que deverá ser encaminhada no prazo de 15 (quinze) dias”.
Salientamos que, naquilo que for aplicável, deverá ser seguido o mesmo procedimento previsto para a ADI, até mesmo porque a ADO não deixa de ser uma ação direta de inconstitucionalidade, mas ajuizada por conta do vácuo legislativo e não pela existência de norma violadora da Lei Maior.
Na ADO, o deferimento da cautelar pode produzir três efeitos:
a suspensão da aplicação da lei ou do ato normativo questionado, no caso de omissão parcial – mas sem a limitação do prazo de 180 dias;
b suspensão de processos judiciais ou de procedimentos administrativos; e 
c outra providência a ser fixada pelo Tribunal. 
		
		Ponto 02 – Direito Administrativo.
Poderes Administrativos. Controle administrativo: recursos administrativos, representação, reclamação, pedido de reconsideração, exaustão dos recursos administrativos e coisa julgada administrativa. A Administração Pública em Juízo. Lei Orgânica do Distrito Federal: dos Servidores Públicos e Servidores Públicos Militares.
Direito Sanitário: 1. Saúde, Direito Sanitário e instrumentos legais.
Poderes administrativos:
Conceito: a expressão poderes administrativos designa os mecanismos atribuídos ao Estado para, ao administrar, concretizar os fins públicos primários que devem ser alcançados na execução do direito. 
	Tais mecanismos são especificados pela doutrina clássica como poder hierárquico, poder disciplinar, poder normativo e poder de polícia.
	Embora o vocábulo poder dê a impressão que se trata de uma faculdade da Administração, na realidade trata-se de poder-dever, já que reconhecido ao poder público para que exerça em benefício da coletividade; os poderes são, pois, irrenunciáveis.
	Os poderes administrativos, mesmo quando discricionários no seu conteúdo ou no motivo que os enseja, são vinculados quanto ao dever de agir. 
	Além da obrigatoriedade no seu exercício, é mister que os Poderes da Administração não sejam consagrados de forma desproporcional com os fins que os justificam, sendo imperiosa a satisfação do interesse público primário. Devem respeitar o trinômio necessidade-proporcionalidade-eficiência. 
	Também vale mencionar a respeito da condicionante do exercício dos poderes da Administração às demais normas integrantes do regime jurídico administrativo. 
*Abuso de poder:
	O abuso de poder, segundo a doutrina clássica, pode surgir sob a forma de excesso de poder ou como desvio de poder, também denominado desvio de finalidade. 
Tem-se excesso de poder quando o agente ultrapassa os limites da competência que lhe foi outorgada pelo ordenamento. 
	Já quando do desvio de poder o agente utiliza-se da sua competência nos estritos limites em que o ordenamento a reconheceu, mas para atingir finalidade diversa da que resulta da lei. 
	Nesses casos cabe a responsabilização do agente (por ação ou omissão).
CLASSIFICAÇÃO QUANTO AO GRAU DE LIBERDADE DO ADMINISTRADOR: 
Critica: Não é o poder que é vinculado ou discricionário, mas os atos a serem praticados pelo administrador. Assim, seria mais técnico estudar a vinculação ou discricionariedade em relação aos atos.
1. Poder vinculado (ou regrado): estabelece um único comportamento possível a ser tomado pelo administrador diante de casos concretos. O administrador não tem liberdade, não tem juízo de valor, não faz análise de conveniência e oportunidade. Preenchido os requisitos legais, o administrador deve praticar o ato (ex1: concessão de licença para construir a um projeto que obedeceu aos requisitos legais; ex2: concessão de aposentadoria a servidor que já preenche os requisitos legais).
2. Poder discricionário: o administrador tem liberdade, atua conforme juízo de conveniência e oportunidade (juízo de valor). Ele tem alternativas, opções. Todavia, a discricionariedade é concedida pela lei, devendo ser exercida dentro de seus limites. Ela deve ser concedida pela lei (ex: permissão de uso de bem público ( uso de mesas de bar em calçada: se a rua é tranquila, pode-se conceder a permissão; se é perigosa, não). 
ESPÉCIES DE PODERES DA ADMINISTRAÇÃO:
1. Poder hierárquico:
	É aquele que confere à Administração Pública a capacidade de ordenar, coordenar, controlar e corrigir as atividades administrativas no âmbito interno da Administração.
	Pelo poder hierárquico, os agente públicos podem delegar e avocar competências.
	Com a delegação, se transferem competências. Segundo o artigo 12 da Lei 9784/99, um órgão administrativo e seu titular poderão, se não houver impedimento legal, delegar parte de sua competência a outros órgãos ou titulares, ainda que estes não lhe sejam hierarquicamente subordinados. Todavia, não podem ser objeto de delegação a edição de atos de caráter normativo, a decisão de recursos administrativos e as matérias de competência exclusiva de órgão ou autoridade ( art. 13, L. 9784/99).
	O ato de delegação é revogável a qualquer tempo pela autoridade delegante. 
	Além do mais, os agentes superiores podem avocar funções, ou seja, chamar a si funções originariamente atribuídas a um subordinado, desde que inexista vedação legal. (art. 15, L. 9784/99).
	Por fim, é importante ressaltar que o poder hierárquico é inerente à intimidade da Administração Pública Direta e de cada entidade da Administração Pública indireta, não podendo ser exercido por uma entidade para ordenar, coordenar, controlar e corrigir as funções desempenhadas por outra.
2. Poder disciplinar:
É o poder conferido à Administração Pública de apurar as infrações administrativas e punir seus agentes públicos responsáveis e demais pessoas sujeitas à disciplina administrativa.
Segundo Hely Lopes Meirelles é uma supremacia especial que o Estado exerce sobre todos aqueles que se vinculam à Administração por relações de qualquernatureza.
É um poder que, nada obstante discricionário, está sujeito aos princípios da legalidade, da motivação e da razoabilidade/proporcionalidade, circunstância que impõe o cumprimento das formalidades legais, a fundamentação das decisões tomadas e a proporcionalidade das penalidades à gravidade das infrações cometidas.
Maria Sylvia Zanella di Pietro, contudo, afirma que haveria uma discricionariedade limitada, pois a escolha da pena tem somente um parâmetro, que é a gravidade da infração, o que deixa uma pequena margem de liberdade ao administrador.
Nesse sentido, pode-se afirmar que o poder disciplinar é, em regra, discricionário, circunstância que não dispensa, evidentemente, a fundamentação ou motivação da punição disciplinar.
A instauração de um processo administrativo, se o administrador toma conhecimento de uma possível infração disciplinar, é uma atividade vinculada. Ao final, se houver conjunto probatório, o administrador deverá aplicar punição. Essa punição será aplicada com base em juízo de valor feito sobre os fatos apurados no processo administrativo. Nesse juízo de valor se encontra a discricionariedade. 
As infrações administrativas não são sistematizadas como no direito penal. No direito penal, o tipo é fechado, restrito. No direito administrativo, os tipos são abertos, vagos, indefinidos (ex: conceito de “conduta escandalosa”: deve ser apurado conforme o caso concreto, considerando-se, por exemplo, o local de trabalho do servidor). 
3. Poder regulamentar:
É aquele que confere aos chefes do Executivo atribuição para explicar, esclarecer, explicitar e conferir fiel execução às leis.
MSZP prefere a denominação Poder Normativo, pois esse poder não se restringe a regulamentos (embora seja essa a forma mais comum); outros atos normativos (regimentos, portarias, instruções normativas, deliberações, resoluções, etc.) estão incluídos nesse poder (ex: lista de substâncias entorpecentes, por portaria). 
	Lei
	Regulamento
	Feita pelo CN, em regra, que é quem traz consigo a vontade coletiva.
	Feito pelo chefe do Poder Executivo, trazendo consigo, portanto, menor representatividade.
	Deve obedecer ao devido processo legislativo, com inúmeras formalidades, como a publicidade.
	É normalmente feito sem obedecer a muitas formalidades, sem um procedimento preestabelecido e sem necessidade de publicidade.
	
	Apenas complementa a situação legal preestabelecida, de modo a permitir a sua fiel execução. Se extrapolar esse limite legal, pratica-se excesso de poder.
Tipos de regulamento:
Executivo: serve para dar fiel execução à lei. Não cria nada, apenas complementa (art. 84, IV, CF).
Com a EC 32, o art. 84, VI trouxe 2 possibilidades de decretos autônomos.
Assim, passa-se a permitir o decreto autônomo, desde que expresso na CF (nesse sentido: doutrina majoritária e jurisprudência do STF). Não há exceções implícitas.
As hipóteses de decreto autônomo do art. 84, VI, a e b constituem tema polêmico, pois há autores que admitem somente na alínea “a”, outros somente na alínea “b” desse artigo. E já há alguns autores admitindo decreto autônomo no caso do art. 225 (criação de área de preservação ambiental – APA).
CABM não admite o decreto autônomo em nenhum caso (entendimento minoritário), pois significa dar poder demais a um só homem em uma democracia ainda não madura.
4. Poder de polícia:
Conceito: é o poder conferido ao administrador para condicionar, restringir, frear a atuação do particular em nome do interesse público. O que se busca é o bem estar social, através da compatibilização do interesse público com o interesse privado.
É atividade estatal diretamente ligada aos direitos de liberdade e de propriedade. 
O administrador não retira os direitos dos administrados, apenas os compatibiliza com os interesses da coletividade, definindo-se a forma de seu exercício. Justamente por esse motivo, o exercício do poder de polícia não gera, para o Estado, dever de indenização.
Atinge os bens e direitos das pessoas, mas não atinge as pessoas diretamente.
O poder de polícia encontra previsão expressa no artigo 78 do CTN
Tipos de poder de polícia:
Preventivo: através de atos normativos.
Fiscalizador: ex: utilização de radares. 
Repressivo: ex: multa de trânsito.
Em regra, o poder de polícia é negativo, pois impõe obrigações de não fazer (ex: não construir prédios com mais de 4 andares; não ultrapassar a velocidade permitida). 
Fundamento do exercício do poder de polícia: o poder de polícia decorre do exercício de uma supremacia geral, sem vínculo anterior. Para ser poder de polícia, a relação deve ser entre o Estado e a coletividade como um todo, de forma impessoal e indistinta. Se a parte puder ser identificada de forma prévia, não é poder de polícia.
Manifestação do poder de polícia:
Manifesta-se por meio de atos administrativos.
-atos normativos ou gerais;
-atos concretos ou individuais;
atos de fiscalização
Atributos do poder de polícia:
O poder de polícia possui os mesmos atributos de todo ato administrativo: presunção de legitimidade, imperatividade (ou coercibilidade), exigibilidade e auto-executoriedade.
Via de regra, o poder de polícia é discricionário.
Em relação ao atributo da auto-executoriedade, o poder de polícia não está condicionado, para a validade da sanção imposta, à prévia manifestação do Poder Judiciário ou à prévia instauração de processo administrativo com plenitude de defesa, notadamente nos casos que ponham em risco iminente a saúde ou a segurança pública. Contudo, o poder de polícia está sujeito aos limites da ordem jurídica, ao respeito aos direitos fundamentais e, em especial, à observância do princípio da proporcionalidade, podendo ser invalidado ou anulado pela própria Administração Pública (autotutela) ou pelo Poder Judiciário, quando exercido com excesso ou desvio de poder.
Delegação de poder de polícia:
Poder de Polícia não pode ser delegado, segundo o STF. A matéria foi objeto de controle de constitucionalidade na ADI 1717.
Conselhos de classe, por exercerem poder de polícia, não podem ter personalidade privada, pois, em nome da segurança jurídica, o poder de polícia NÃO pode ser delegado a uma PJ de direito privado.
Delegação de atos instrumentais:
Os atos instrumentais (materiais) do poder de polícia são aqueles que preparam a atuação do poder de polícia (ex: radar de trânsito, demolição da obra). Esses atos podem ser exercidos pelo particular. Dessa forma, o radar que capta o excesso de velocidade, por exemplo, pode ser alugado, bem como uma empresa especializada pode ser contratada para a implosão de um prédio. 
Os atos instrumentais podem ser anteriores (ex: tirar a foto no radar) ou posteriores (ex: colocar a dinamite no prédio, após o embargo) ao poder de polícia.
Controle administrativo:
Conceito: é o controle que a própria Administração dos Poderes da União, dos Estados, do DF e Municípios exerce sobre sua própria atuação.
	Compreende os órgãos da Administração direta e das entidades da Administração Indireta.
Recursos administrativos
	Entende-se por recurso administrativo todo meio que pode o cidadão-administrado utilizar visando o reexame do ato ou decisão pela Administração Pública. Fundamenta-se no direito de petição (art. 5º, XXXIV) como na garanta da ampla defesa (art. 5º, LV).
	O recurso administrativo compreende diversas modalidades: representação, reclamação administrativa, pedido de reconsideração, recursos hierárquicos próprios e impróprios e revisão.
Representação: é a denúncia de irregularidade apresentada perante a própria Administração Pública ou junto a órgãos de controle, como o MP ou Tribunal de Contas.
Reclamação administrativa: é o meio do qual se vale o cidadão em defesa ou reconhecimento de seus direitos ou visando a correção de uma ilegalidade que cause lesão ou ameaça a direito seu.
	Quando feita no prazo, a reclamação suspende a prescrição a partir da entrada do requerimento do titular do direitoou do credor nos livros ou protocolos. 
	O artigo 103-A, §3º, CF, acrescentado pela EC 45/04, e regulamentado pela Lei 11417/06, prevê modalidade de reclamação administrativa que pode ser proposta perante o STF, depois de esgotadas as vias administrativas, quando a decisão proferida pela Administração Pública contrariar o enunciado de súmula vinculante. Se a reclamação for julgada procedente, a decisão do STF é de cumprimento obrigatório para a autoridade administrativa que o praticou o ato contrário à súmula, bem como para a autoridade competente para decidir o recurso administrativo. 
Pedido de reconsideração: é a providência pleiteada pelo cidadão interessado no sentido de reexame do auto ou decisão junto à autoridade que praticou o ato ou proferiu a decisão.
Recurso hierárquico: é o pedido de reexame do ato dirigido à autoridade superior à que proferiu o ato. Pode ser próprio ou impróprio. 
	O recurso hierárquico próprio é dirigido à autoridade administrativa superior, dentro do mesmo órgão em que o ato foi praticado. Ele é uma decorrência da hierarquia e, por isso mesmo, independe de previsão legal. 
	Já o recurso hierárquico impróprio é dirigido à autoridade de outro órgão não integrado na mesma hierarquia daquele que proferiu o ato. 
* Exaustão dos recursos administrativos e coisa julgada administrativa:
	Uma vez operada a exaustão dos recursos administrativos, opera-se a chamada coisa julgada administrativa. 
	Na função administrativa, a Administração Pública é parte na relação que aprecia; por isso mesmo se diz que a função é parcial e, partindo do princípio de que ninguém é juiz e parte ao mesmo tempo, a decisão não se torna definitiva, podendo sempre ser apreciada pelo Poder Judiciário, se causar lesão ou ameaça de lesão. È o princípio da inafastabilidade da jurisdição (art. 5º, XXXV, CF). 
	Portanto, a expressão coisa julgada no direito administrativo, não tem o mesmo sentido quando se refere ao Poder Judiciário. Ela significa apenas que a decisão se tornou irretratável pela própria Administração. 
*Administração Pública em Juízo:
	Também é utilizado como sinônimo de Fazenda Pública em juízo. 
	É o termo utilizado no processo para referir-se à União, Estados, Municípios, DF e suas respectivas autarquias e fundações.
	A esse rol acrescem-se as agências (autarquias especiais).
	Sociedade de economia mista e empresa pública não se incluem nesse conceito. 
	O DF é representado em juízo por sua Procuradoria-Geral, que é equiparada para todos os efeitos às Secretarias de Estado.
	A representação das Autarquias e fundações é feita, respectivamente, nos termos da lei que criar e da lei que autorize sua criação. 
* Prerrogativas processuais/fundamento razoável/atendimento ao princípio da igualdade.
	Os prazos fixados para a Fazenda Pública praticar atos no processo são próprios, eis que quando em juízo ostenta a condição de parte, de tal maneira que não obedecido o prazo estabelecido haverá a preclusão temporal. 
	Deve-se atentar que a preclusão extingue um ônus e não uma faculdade, porquanto esta última ocorre quando se confere à parte a opção de escolha entre alternativas diversas. Por outro lado, tratando-se de ônus, a parte não tem opção de realização ou não do ato.
Prazos legais: art. 188, CPC- Fazenda Pública disporá de prazo em quádruplo para contestar e em dobro para recorrer. Regra aplicável a qualquer procedimento, seja ordinário, especial, cautelar e o de execução. Somente não se aplica quando houver regra específica fixando prazo próprio (ex: ação popular- 20 dias para contestar).
	É uma regra aplicável não só quando a Fazenda atua como parte, mas também quando comparece em juízo como assistente de uma das partes. 
*Petições por meio eletrônico ou fax: prazo para entrega dos originais em até 5 dias depois do prazo fixado para contestar ou recorrer. Inaplicação da dilação prevista no artigo 188 do CPC no prazo de 5 dias da Lei 9800/99.
*Depósito do rol de testemunhas: art. 407, CPC. O prazo não é estendido para a Fazenda Pública, visto não se tratar de contestação ou recurso. . 
* Art. 526, CPC – prazo de 3 dias para requerer a juntada da cópia da decisão do recurso de agravo de instrumento no processo em curso na primeira instância. Fazenda Pública – inaplicável o artigo 188 do CPC – contagem do prazo de maneira singela.
	O STF já firmou entendimento no sentido da inaplicabilidade do artigo 188 do CPC ao processo objetivo de controle abstrato de constitucionalidade. Além do mais, firmou que o artigo 188 do CPC não se aplica ao Estado estrangeiro. 
	O prazo em quádruplo previsto no artigo 188 do CPC é para oferecer contestação, reconvenção, exceções e declaratória incidental. Não se aplica ao procedimento sumário em virtude de sua peculiaridade. No entanto, deve-se contar os prazos previstos no artigo 277 do CPC em dobro, de forma que sendo a Fazenda Pública ré no procedimento sumário a audiência deve ser realizada no prazo de 60 dias, a partir do despacho que ordenar a citação, devendo ser citada com uma antecedência mínima de 20 dias. 
	A Fazenda Pública não dispõe do prazo em dobro para propor ação rescisória. Perante a coisa julgada todos são iguais. 
	O prazo para apresentar contra-razões a recurso é simples – inaplicável o artigo 188. 
*Prescrição: 
	Dívidas passivas da União, dos Estados e dos Municípios, bem assim todo e qualquer direito ou ação contra a Fazenda Federal, Estadual ou Municipal, seja qual for a natureza, prescrevem em 5 anos, contados do ato ou fato do que se originaram. 
*Súmula 85 do STJ.
Exceção à sumula: lei e atos de efeitos concretos. O marco inicial do prazo prescricional é a data da publicação da lei. A partir dessa, o suposto titular do direito teve modificada sua situação ou passou a suportar eventual lesão. Se o sujeito que se diz lesado não promover sua demanda dentro de 5 anos contados daquela, perderá o direito de exercício de qualquer pretensão contra o Poder Público.
*Pretensões formuladas em face da Fazenda Pública – Interrompida a prescrição, recomeça-se a correr pela metade do prazo, da data do ato que a interrompeu ou do último ato ou termo do respectivo processo. 
	Deve-se atentar, no entanto, que no total do período, somando-se o tempo de antes (tempo de prescrição já transcorrido) com o posterior ao momento interruptivo, não deve haver menos de 5 anos. Nesse sentido, a Súmula 383 do STF. 
*Ações de indenização propostas contra a Fazenda Pública: o Decreto 20.910/32 estabelece a possibilidade de afastamento da prescrição quinquenal por outra lei. No caso, o prazo prescricional de 3 anos está previsto no artigo 206, §3º, V, CC.
*Teoria da aparência na citação da Fazenda Pública:
	O STJ, pela Corte Especial, não reconheceu a validade da citação ao argumento da teoria da aparência no caso de ser realizada em quem, na sua sede, se apresenta como representante legal e recebe a citação sem qualquer ressalva quanto à inexistência de poderes para representá-la em juízo. 
	A Fazenda Pública se submete ao efeito processual da revelia. Quanto ao efeito material, como seu direito é indisponível, deve o magistrado determinar a instrução do feito para que a parte autora possa de desincumbir a contento de seu ônus probatório. 
	Como qualquer réu, a Fazenda Pública sujeita-se tanto ao princípio da concentração como ao princípio da eventualidade. No entanto, não está sujeita ao ônus da impugnação especificada dos fatos. 
*Pagamento de despesas pela Fazenda Pública: as despesas comportam três espécies: custas, emolumentos e despesas em sentido estrito. As custas e emolumentos judiciais, segundo o STF, ostentam natureza tributária. Não devem, pois, ser exigidos da Fazenda Pública. Já no tocante às despesas em sentido estrito (remuneração de terceiros), essas serão pagas pela Fazenda Pública. 
* Art. 1º-D, Lei 9494/97 – “Não serão devidos honorários advocatícios pela Fazenda Pública nas execuções não embargadas”. Essa regra foi instituída pela

Outros materiais