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Direito Penal – Parte Especial
slmaciel@uol.com.br
Crimes Contra a Vida
1 – Homicídio Simples
A) Previsão Legal
 Art. 121 CP. Matar alguém:
        Pena - reclusão, de seis a vinte anos.
B) Conceito
- É a supressão da vida Extrauterina (no caso da Intrauterina=aborto, arts. 124, 125 e 126 CP).
C) Objeto Jurídico (Bem tutelado)
- Vida;
*Não precisa ter viabilidade, basta nascer com vida.
D) Objeto Material (Pessoa ou coisa que recai a conduta do agente)
- Ser humano com vida.
E) Sujeito Ativo
- Qualquer pessoa.
F) Sujeito Passivo
- Qualquer pessoa com vida;
- Pessoa sem vida (morto): Crime impossível por absoluta propriedade do objeto.
* Nos casos que envolverem o Presidente da República, do Senado, Câmara ou STF, considera-se crime político, afastando a competência do tribunal do júri, ficando a cargo da Justiça Federal, em regra, Juiz de 1º grau (Lei 7170/83 – Segurança Nacional).
** Recursos contra crimes políticos é de competência do STF.
*** Irmãos Siameses (Xifópagos):
· Sujeitos Ativos:
· Se ambos concorreram, respondem pelo crime;
· Se apenas um realizou o crime: 
· 1ª corrente: Nenhum responde pelo crime;
· 2ª corrente: O que cometeu responde pelo crime, mas não será punido, apenas se futuramente o outro cometer algum crime, possibilitando-os a serem punidos, pela menor pena.
· Sujeitos Passivos:
· Dolo Eventual de 2º grau (Se pretende um resultado, mas se atinge outro necessário para sua execução);
· Concurso Formal Impróprio (Uma conduta se atinge dois resultados, somando-se as penas).
Obs.: Se a intenção é destruir, em todo ou em parte, grupo nacional, étnico, racial ou religioso, se trata de Crime de Genocídio (Lei 2989/53), de competência da Justiça Federal, se realizado por meio da matança de pessoas (homicídio), será julgado pelo Tribunal do Júri da Justiça Federal (STF).
G) Elemento Subjetivo
- Dolo, sem finalidade específica;
- Embriaguez ao volante como meio do homicídio: Em regra, culpa consciente (STF), sendo aplicado o CTB e afastando o Júri;
H) Consumação
- Lei 9434/97: Cessação da atividade encefálica;
- Tentativa: É cabível, tanto na forma cruenta (atinge a vítima), como incruenta (não atinge a vítima);
- Crime instantâneo;
- Crime progressivo (para se atingir seu fim deve-se praticar obrigatoriamente outro crime meio – Lesão corporal);
2 – Homicídio Privilegiado
A) Previsão Legal
Art. 121 § 1º Se o agente comete o crime impelido por motivo de relevante valor social ou moral, ou sob o domínio de violenta emoção, logo em seguida a injusta provocação da vítima, o juiz pode reduzir a pena de um sexto a um terço.
B) Natureza Jurídica
- Causa de Diminuição de Pena;
- O privilégio não se comunica com todos os réus, personalíssimo;
*Homicídio Caritativo – Eutanásia;
C) Domínio de violenta emoção + Logo em seguida + Injusta provocação da vítima
- Domínio: Homicídio Privilegiado / Influência: Atenuante de Pena;
- Injusta Provocação: Homicídio Privilegiado / Injusta Agressão: Legítima Defesa;
· Não precisa ser fato típico, basta o autor se sentir ofendido.
- Logo em Seguida: Momento em que a vítima tomou ciência.
3 – Homicídio Qualificado
§ 2° Se o homicídio é cometido:
I - mediante paga ou promessa de recompensa, ou por outro motivo torpe (Homicídio Mercenário);
II - Por motivo fútil;
III - com emprego de veneno, fogo, explosivo, asfixia, tortura ou outro meio insidioso ou cruel, ou de que possa resultar perigo comum;
IV - à traição*, de emboscada, ou mediante dissimulação ou outro recurso que dificulte ou torne impossível a defesa do ofendido;
V - para assegurar a execução, a ocultação, a impunidade ou vantagem de outro crime:
VI - contra a mulher por razões da condição de sexo feminino: (Feminicídio)        
VII – contra autoridade ou agente descrito nos arts. 142 e 144 da Constituição Federal, integrantes do sistema prisional e da Força Nacional de Segurança Pública, no exercício da função ou em decorrência dela, ou contra seu cônjuge, companheiro ou parente consanguíneo até terceiro grau (Somente consanguíneo, não abarcando os civis e afins. EX.: Sogra e filho adotivo), em razão dessa condição (Somente os agentes na ativa, não engloba os aposentados): 
Pena - reclusão, de doze a trinta anos.
- I, II, V, VII: Qualificadoras Subjetivas – Referem-se ao agente / motivo;
- III, IV e VI: Qualificadoras Objetivas – Referem-se ao fato (precisa ser do conhecimento do 3º).
· Exceto: Traição (III), pois exige relacionamento anterior com a vítima, sendo assim Subjetiva.
*Só são comunicáveis entre os autores as qualificadoras objetivas.
**O ciúme e a vingança por si só não qualificam o homicídio. 
Obs.1: Homicídio qualificado é Hediondo.
Obs.2: Atualmente o STF entende que pode haver homicídio qualificado por motivo fútil, através de dolo eventual.
Obs.3: Não se considera qualificadora o homicídio cometido para assegurar contravenção, apenas crime.
Obs.4: Feminicídio # Femicídio – No 1º caso considera-se pelas razões de ser do sexo feminino, já no segundo isso é irrelevante, simplesmente se mata uma mulher sem motivação específica.
· Sujeito Ativo: Qualquer pessoa (homem ou mulher) / Sujeito Passivo: Somente mulher (Não engloba o transgênero)
***Para o STJ pode haver homicídio privilegiado qualificado envolvendo o feminicídio. Isso só é possível quando se tratar de qualificadora objetiva. Nesse caso e também nos envolvendo homicídio privilegiado não é crime hediondo.
Obs.5: Qualificadoras do Feminicídio:
§ 7o A pena do feminicídio é aumentada de 1/3 (um terço) até a metade se o crime for praticado:       
I - durante a gestação ou nos 3 (três) meses posteriores ao parto;      
II - contra pessoa menor de 14 (quatorze) anos, maior de 60 (sessenta) anos, com deficiência ou portadora de doenças degenerativas que acarretem condição limitante ou de vulnerabilidade física ou mental;  
III - na presença física ou virtual de descendente ou de ascendente da vítima;  
IV - em descumprimento das medidas protetivas de urgência previstas nos incisos I, II e III do caput do art. 22 da Lei nº 11.340, de 7 de agosto de 2006.   
	Competência para Processar e Julgar o Feminicídio
	1ª Fase – Sumária da Culpa ou Juízo da Acusação (Até a Pronúncia)
	2ª Fase – Juízo da Causa
	Juizado ou Vara do Tribunal do Júri
	Obrigatoriamente Vara do Tribunal do Júri
- Causas de Aumento de Pena do Homicídio Doloso:
 § 4o ... Sendo doloso o homicídio, a pena é aumentada de 1/3 (um terço) se o crime é praticado contra pessoa menor de 14 (quatorze) ou maior de 60 (sessenta) anos.  
§ 6o A pena é aumentada de 1/3 (um terço) até a metade se o crime for praticado por milícia privada, sob o pretexto de prestação de serviço de segurança, ou por grupo de extermínio.
4 – Homicídio Culposo
- Todo crime culposo é um tipo penal aberto, ou seja, exige um complemento valorativo feito pelo Juiz.
· Exceção: Receptação Culposa (art. 180, §3º CP) – nesse caso o complemento é legal.
§ 3º Se o homicídio é culposo: 
Pena - detenção, de um a três anos.
A) Rito Processual: Comum Sumário (>2culpa concorrente com a vítima, ele não é eximido de culpa, mas atenuará a pena.
**Em regra não se admite tentativa no crime culposo, salvo na culpa imprópria (legítima defesa putativa).
 *Homicídio culposo cometido mediante veículo automotor, se utilizará o art. 302 do CTB, e não o CP.
C) Causas de Aumento de Pena no Homicídio Culposo
   § 4o No homicídio culposo, a pena é aumentada de 1/3 (um terço), se o crime resulta de inobservância de regra técnica de profissão, arte ou ofício, ou se o agente deixa de prestar imediato socorro à vítima, não procura diminuir as consequências do seu ato, ou foge para evitar prisão em flagrante...
a) inobservância de regra técnica de profissão, arte ou ofício:
- Não se confunde com a imperícia:
· Imperícia: Agente não tem experiência necessária;
· Inobservância: Agente tem o conhecimento, mas não o observa no momento da conduta;
* STF e STJ: Causa de aumento válida, não é “Bis in Idem”.
b) deixa de prestar imediato socorro à vítima:
- Informativo 554 STJ: A morte instantânea em regra não afasta essa majorante, salvo óbito evidente a qualquer pessoa. Ex.: Cabeça separada do corpo.
- Se o agente não prestar socorre devido a receio de linchamento, ou para socorrer a si mesmo não incide a majorante.
- Se terceiro socorre a vítima:
· Se agente estava no local, mas com menos condições de socorro: Não incide a majorante;
· Se agente fora do local, e nem tomou conhecimento do terceiro: Incide a majorante.
c) foge para evitar prisão em flagrante:
- Informativo 923 STF: É constitucional e não fere o direito de não produzir prova contra si mesmo a exigência do agente não se evadir do local para não incidência da majorante, pois o mesmo pode permanecer em silêncio;
- Evitar a impunidade é Ausência de espírito de solidariedade humana.
* Perdão Judicial
  § 5º - Na hipótese de homicídio culposo, o juiz poderá deixar de aplicar a pena, se as consequências da infração atingirem o próprio agente de forma tão grave que a sanção penal se torne desnecessária.
- Natureza Jurídica: Causa de Extinção de Punibilidade (Art. 107, IX, CP);
	Efeito da Sentença do Perdão Judicial
	STF
	STJ
	Condenatória
	Declaratória
	Art. 120 CP
	Súmula 18
- Informativo 606 STJ: No caso de homicídio culposo, onde apenas uma das vítimas tem uma ligação subjetiva para aplicação do perdão judicial, esse benefício não se estende em relação as demais vítimas;
*O perdão judicial só é cabível no homicídio culposo.
*Obs.: Exceções a crimes dolosos contra a vida que não são de competência do Tribunal do Júri (Rol Exemplificativo):
· Latrocínio;
· Crime Político;
· Foro por Prerrogativa de Função (vínculo com o cargo);
· Ato Infracional análogo a crime de homicídio.
5 – Instigação ao Suicídio – Incluir Automutilação (Dezembro 2019)
Art. 122. Induzir ou instigar alguém a suicidar-se ou a praticar automutilação ou prestar-lhe auxílio material para que o faça:  
Pena - reclusão, de 6 (seis) meses a 2 (dois) anos. 
- Suicídio: Destruição da própria vida;
* A Autoquíria (suicídio) não é punida no Brasil;
*Obs.: Apesar de não ser crime, o suicídio é ilegal, pois a vida é bem indisponível, não cometendo assim constrangimento ilegal aquele que tenta impedir esse fato (art. 146, §3º CP).
- Objeto Jurídico (Bem tutelado): A Vida;
- Objeto Material (Pessoa ou coisa que recai a conduta do agente): Ser humano com vida.
*Importante: Neste tipo penal o agente não pode praticar ato executório, caso faça, responderá por homicídio ou lesão corporal gravíssima, na mesma forma se a vítima for menor de 14 anos ou não tem discernimento;
	Induzir: Criar uma ideia que não existia na mente de terceiro (Moral);
Instigar: Reforçar uma ideia que já existia na mente de terceiro (Moral);
Auxiliar: Colaboração Material (Material).
	- Se o agente cometer o tipo com “animus jocanti” (brincadeira), não responde pelo crime.
	- Auxílio ao Suicídio por omissão é possível? Sim, quando há o dever de agir (art. 13, §2º CP); 
 	- Vítima tem que ser determinada (o que afasta a responsabilidade de autores de livros ou música);
- Sujeito Passivo: Qualquer pessoa (desde que determinada);
*A pessoa deve ter discernimento, caso contrário responde o instigador por homicídio.
- Consumação (não admite tentativa): Crime condicionado ao resultado;
- Se gerar lesão leve ou nenhuma, é fato atípico;
- Tentativa de suicídio resulta lesão corporal de natureza grave ou gravíssima: Pena - reclusão, de 1 (um) a 3 (três) anos;  
- Se o suicídio se consuma ou se dá automutilação resulta morte: Pena - reclusão, de 2 (dois) a 6 (seis) anos; 
- A Pena é duplicada (§3º):    
I - se o crime é praticado por motivo egoístico, torpe ou fútil; 
II - se a vítima é menor (menor de 18 e maior que 14 anos) ou tem diminuída, por qualquer causa, a capacidade de resistência.  
- Causas de Aumento de Pena (§§ 4º e 5º):
I - pena é aumentada até o dobro se a conduta é realizada por meio da rede de computadores, de rede social ou transmitida em tempo real;
II - Aumenta-se a pena em metade se o agente é líder ou coordenador de grupo ou de rede virtual.
 * Ambicídio – Duas pessoas querem cometer suicídio, pacto de morte.
· Se os dois morrem – Extinção da punibilidade (art. 107, I CP);
· Se apenas um sobrevive:
· Se praticou ato executório – Tentativa de Homicídio;
· Se não praticou ato executório – Instigação ao suicídio;
· Se os dois sobrevivem:
· O que praticou ato executório – Tentativa de Homicídio;
· O que não praticou ato executório – Instigação ao suicídio (caso gerou lesão grave ou gravíssima), ou, Fato Atípico (caso não gerou nenhuma lesão ou lesão leve).
* Roleta Russa e Duelo Americano são enquadrados na instigação ao suicídio, pois é o suicida quem pratica ato executório. 
6 – Infanticídio
Art. 123 - Matar, sob a influência do estado puerperal, o próprio filho, durante o parto ou logo após:
Pena - detenção, de dois a seis anos.
- Objeto Jurídico: A Vida humana;
- Objeto Material: Nascente ou Neonato;
· *Diferença de Aborto e Infanticídio: No aborto a vida é intrauterina, já no infanticídio é extrauterina, sendo o marco divisório, o início do parto (com a dilatação).
- Durante ou logo após o parto: Para doutrina perdura durante todo o tempo do estado puerperal (analisada no caso concreto).
*Se ocorre próximo ao nascimento, o estado puerperal é presumido (pois a perícia é dispensável), sendo a dúvida favorável a defesa, cabendo a acusação a prova. Já se passado muito tempo cabe a prova a defesa.
**Estado Puerperal – São alterações físicas e psíquicas na mulher em razão de circunstâncias fáticas relacionadas ao parto; 
***Em relação a necessidade de perícia para comprovação do estado puerperal há duas correntes:
· 1ª corrente: Precisa, prova necessária para comprovação da alteração;
· 2º corrente*: Não precisa, estado normal presente em qualquer parto.
Obs.: Se uma mulher matar o próprio filho, somente responderá por infanticídio ser estiver sob a influência do estado puerperal, de outra forma responderá por homicídio.
- Sujeito Ativo: Somente a Mãe, crime próprio.
*Admite Coautoria e participação.
- Sujeito Passivo: É o nascente e o neonato.
*Nos crimes onde tanto o sujeito ativo como o passivo são próprios, denomina-se Bi-próprios.
**Se a mãe, sob a influência do estado puerperal, mata criança alheia achando ser própria, responde por infanticídio putativo (erro quanto a pessoa), já, se mata um adulto, responde por homicídio;
- Elemento Subjetivo: Dolo, não existe Infanticídio culposo.
*Pode a mulher receber a causa de isenção de pena do art. 26 caput (inimputabilidade), ou, diminuição da pena do § único, art. 26 (semi-imputabilidade), a depender do seu desequilíbrio Fisiopsíquico.
Crimes Patrimoniais
Furto 
1) Furto Simples
Art. 155 - Subtrair, para si ou para outrem, coisa alheia móvel:
Pena - reclusão, de um a quatro anos, e multa.
 - Sujeito Ativo: Qualquer pessoa, desde que não seja o proprietário ou possuidor do bem.
- Caso um agente subtraia coisa própria, que se encontre em posse de terceiro por decisão judicial ou convenção, não comete furto, e sim fato típico doart. 346 do CP.
- Caso agente furte um bem, já produto de furto, comete crime do art. 155, mas tendo como vítima o possuidor ou proprietário, e não quem furtou anteriormente o bem.
O furto pode ocorrer na presença da vítima, desde que não seja empregado violência ou grava ameaça.
§ 3º - Equipara-se à coisa móvel a energia elétrica ou qualquer outra que tenha valor econômico.
- Objeto Material: Coisa Alheia Móvel
- Cadáveres e suas partes podem ser produto de furto, desde pertencentes a alguma instituição, se caso não possua finalidade econômico, a tipicidade será do art. 211 do CP (Subtração de cadáver);
- Elementos da natureza podem ser produtos de furto, desde que tenha valor econômico e seja da propriedade de alguém.
- Animais (semoventes) podem ser produto de furto.
- Folhas de cheque em branco pode ser objeto de furto (STJ);
O que não pode ser objeto de furto:
· Coisas sem conteúdo econômico (corrente minoritária diz que pode, caso possua valor sentimental);
· Coisa abandonada, pois não pertence a ninguém;
· Coisa Perdida (tipo penal específica, art. 162, II – Coisa achada);
*Coisa Perdida # Coisa Esquecida – Coisa Perdida o dono não sabe onde o bem está, sendo caso de crime de apropriação de coisa achada, já na coisa esquecida o dono sabe onde o bem está, e voltará para buscar, sendo caso de furto.
- Elemento Subjetivo: Dolo;
*Só a crime de furto se a subtração for definitiva, ou seja, o furto de uso não é crime, desde que presente 3 elementos:
· A restituição seja rápida;
· Restituição espontânea;
· Restituição sem danos.
- Consumação e Tentativa:
1ª corrente: A consumação do furto requer 2 requisitos cumulativos:
· A coisa saia da esfera de vigilância e disponibilidade da vítima;
· Ladrão tenha a posse tranquila e desvigiada da coisa.
2ª corrente: Para a consumação do furto basta que a coisa saia da esfera de vigilância e disponibilidade da vítima.
3ª corrente* (teoria da “amotio” ou “apprenheinsio”: Consumação com o mero apoderamento pelo criminoso, ainda que não sai da esfera de vigilância da vítima, ou que tenha a posse tranquila do bem (teoria adotada no Brasil).
- Furto Agravado pelo Repouso Noturno (§ 1º):
§ 1º - A pena aumenta-se de um terço, se o crime é praticado durante o repouso noturno.
* Repouso Noturno não é sinônimo de noite, e sim quando as pessoas dormem, sendo desnecessário estar a vítima presente ou dormindo (Aplicável tanto em furtos de locais residenciais como comerciais).
- Furto Privilegiado (§ 2º):
§ 2º - Se o criminoso é primário, e é de pequeno valor a coisa furtada, o juiz pode substituir a pena de reclusão pela de detenção, diminuí-la de um a dois terços, ou aplicar somente a pena de multa.
- Para a incidência desse privilégio requer 2 requisitos:
· Criminoso primário (não necessita bons antecedentes);
· Pequeno valor a coisa furtada (doutrina entende como pequeno valor o que não supera um salário mínimo).
- Caso presente os dois requisitos deve ser aplicado o privilégio, pois trata-se de direito subjetivo do réu.
*Coisa de Pequeno Valor # Coisa Insignificante – Coisa de pequeno valor é punido pelo direito penal, já a coisa insignificante pode caracterizar atipicidade.
Obs.: Requisitos objetivos do Princípio da Insignificância:
1. Mínima ofensividade da conduta;
2. Ausência de periculosidade social;
3. Reduzido grau de reprovabilidade da conduta;
4. Inexpressividade da Lesão jurídica causada.
 - Furto qualificado (§ 4º):
§ 4º - A pena é de reclusão de dois a oito anos, e multa, se o crime é cometido:
        I - com destruição ou rompimento de obstáculo à subtração da coisa (Exige exame pericial);
        II - com abuso de confiança, ou mediante fraude, escalada (exige exame pericial) ou destreza (vítima não percebe a ação);
        III - com emprego de chave falsa;
        IV - mediante concurso de duas ou mais pessoas (aplica-se a qualificadora ainda que um dos autores não seja identificado ou seja menor, nesse último caso ainda respondendo por corrupção de menor).
*É possível o furto qualificado privilegiado, desde que a qualificadora seja de natureza objetiva.
        § 4º-A A pena é de reclusão de 4 (quatro) a 10 (dez) anos e multa, se houver emprego de explosivo ou de artefato análogo que cause perigo comum. 
        § 5º - A pena é de reclusão de três a oito anos, se a subtração for de veículo automotor que venha a ser transportado para outro Estado ou para o exterior. 
        § 6o A pena é de reclusão de 2 (dois) a 5 (cinco) anos se a subtração for de semovente domesticável de produção, ainda que abatido ou dividido em partes no local da subtração. 
        § 7º A pena é de reclusão de 4 (quatro) a 10 (dez) anos e multa, se a subtração for de substâncias explosivas ou de acessórios que, conjunta ou isoladamente, possibilitem sua fabricação, montagem ou emprego.
Roubo
 Art. 157 - Subtrair coisa móvel alheia, para si ou para outrem, mediante grave ameaça ou violência a pessoa, ou depois de havê-la, por qualquer meio, reduzido à impossibilidade de resistência:
        Pena - reclusão, de quatro a dez anos, e multa.
- Crime Complexo (atinge mais de um bem jurídico): Furto + Lesão Corporal ou Homicídio ou Ameaça
- Sujeito Passivo: Qualquer pessoa;
*Pessoa Jurídica pode ser vítima de roubo.
**Não existe roubo para uso, pois a ameaça ou violência empregada não pode ser desfeita.
	Roubo Próprio (art. 157, caput)
	Roubo Impróprio (art. 157, § 1º)
	Subtração ocorre após a violência ou grave ameaça;
	Subtração ocorre antes da violência ou grave ameaça;
	Mediante violência, grave ameaça ou redução da vítima da capacidade de resistência;
	Mediante violência, grave ameaça;
	Consumação com o mero apoderamento do bem; 
	Consumação se dá com a violência;
	Tentativa é possível.
	Tentativa não é possível (corrente majoritária).
- Objeto Material: Coisa alheia móvel;
Obs.: “Trombada na vítima” ou “esbarrão”, se for com intenção de intimidar a vítima é roubo, já se for para distrair é furto mediante fraude.
- Puxar objetos junto ao corpo da vítima causando lesões, pela doutrina majoritária é roubo.
- Causas de Aumento de Pena:
  § 2º  A pena aumenta-se de 1/3 (um terço) até metade:                  
        I – (revogado);               
        II - se há o concurso de duas ou mais pessoas;
        III - se a vítima está em serviço de transporte de valores e o agente conhece tal circunstância.
        IV - se a subtração for de veículo automotor que venha a ser transportado para outro Estado ou para o exterior; 
        V - se o agente mantém a vítima em seu poder, restringindo sua liberdade. 
        VI – se a subtração for de substâncias explosivas ou de acessórios que, conjunta ou isoladamente, possibilitem sua fabricação, montagem ou emprego
          VII - se a violência ou grave ameaça é exercida com emprego de arma branca; 
          § 2º-A  A pena aumenta-se de 2/3 (dois terços):  
        I – se a violência ou ameaça é exercida com emprego de arma de fogo ();
· para o emprego da agravante não é necessária perícia, desde que inequívoco seu uso;
· só incide a majorante com o USO efetivo da arma, não implicando com seu simples porte;
· se utilizado arma de brinquedo, não incide a agravante;
· agravante objetiva, se comunicando aos demais infratores, exceto se o indivíduo desconhecia este fato;
· regra geral o crime de porte ilegal de porte de arma é absorvido pelo crime de roubo, exceto se já portava antes da ideia do roubo;
· No caso do crime de associação criminosa do art. 288 CP, agravada pelo uso de arma de fogo, pode ser aplicada cumulativamente com a agravante do uso de arma de fogo do crime de roubo, não sendo considerado, “bis in idem”.
        II – se há destruição ou rompimento de obstáculo mediante o emprego de explosivo ou de artefato análogo que cause perigo comum.   
        § 2º-B.  Se a violência ou grave ameaça é exercida com emprego de arma de fogo de uso restrito ou proibido, aplica-se em dobro a pena prevista no caput deste artigo.            
- Roubo Qualificado:        
§ 3º  Se da violência resulta: 
        I – lesão corporal grave, apena é de reclusão de 7 (sete) a 18 (dezoito) anos, e multa;  
· Não existe tentativa de crime preterdoloso.
        II – morte, a pena é de reclusão de 20 (vinte) a 30 (trinta) anos, e multa.  LATROCÍNIO 
	Hipóteses nos casos de Latrocínio
	Subtração Tentada
	Morte Tentada
	Tentado
	Subtração Consumada 
	Morte Consumada 
	Consumado
	Subtração Tentada
	Morte Consumada
	Consumado
	Subtração Consumada
	Morte Tentada
	Tentado
*O crime de latrocínio não é de competência do tribunal do júri.
**No crime de latrocínio com concurso de pessoas, se apenas um dos infratores teve intenção de matar, não se estende aos demais, exceto se concorreram ao roubo com emprego de arma de fogo, que neste caso se trata de dolo eventual.
***No crime de latrocínio se o criminoso mata várias pessoas e subtrai apenas um bem, responderá apenas por um crime de latrocínio, caso mate várias pessoas e subtraia vários bens, responderá em concurso de crimes.
Importante: Só existe crime de latrocínio se a morte decorrer da violência, e não da grave ameaça. (tentativa de roubo + homicídio culposo em concurso formal).
Extorsão
- Objeto Jurídico: Propriedade e posse, e, vida e integridade física e psíquica da vítima.
- Sujeito Ativo: Qualquer pessoa.
- Sujeito Passivo: Qualquer pessoa, inclusive pessoa jurídica no que tange ao caráter patrimonial.
*O funcionário público responde por Concussão, exceto se utiliza de violência ou grave ameaça, nesse caso responde por extorsão.
 Art. 158 - Constranger alguém, mediante violência ou grave ameaça, e com o intuito de obter para si ou para outrem indevida vantagem econômica, a fazer, tolerar que se faça ou deixar de fazer alguma coisa:
        Pena - reclusão, de quatro a dez anos, e multa.
	Diferenças de Roubo e Extorsão
	Roubo
	Extorsão
	- Subtrai;
	- Constranger a vítima a fazer algo;
	- Coisa alheia móvel;
	- Vantagem indevida de caráter econômica;
	O infrator não depende da vítima para subtração.
	O infrator depende da vítima para subtração.
	Consumação com o mero apoderamento do bem; 
	Crime formal ou de consumação antecipada, ainda que não se obtenha a vantagem indevida.
	Tentativa é possível.
	Tentativa é possível, quando a vítima não cede as exigências do criminoso.
- Causas de Aumento de Pena:      
§ 1º - Se o crime é cometido por duas ou mais pessoas, ou com emprego de arma, aumenta-se a pena de um terço até metade.
§ 2º - Aplica-se à extorsão praticada mediante violência o disposto no § 3º do artigo anterior (lesão corporal grave ou morte).
- Extorsão Qualificada pela Restrição da Liberdade da Vítima
§ 3o  Se o crime é cometido mediante a restrição da liberdade da vítima, e essa condição é necessária para a obtenção da vantagem econômica, a pena é de reclusão, de 6 (seis) a 12 (doze) anos, além da multa; se resulta lesão corporal grave ou morte, aplicam-se as penas previstas no art. 159, §§ 2o e 3o, respectivamente.
*A extorsão sem a restrição da liberdade da vítima, com resultado morte é crime hediondo.               
Crimes contra a Administração Pública
- Espécies:
· Crimes Funcionais;
· Crimes praticados por Particular; e
· Crimes contra a Administração da Justiça.
- Crimes Funcionais (Arts. 312 a 327 CP):
- Crime Funcional Próprio: É o fato que só configura crime se praticado por funcionário público. Ex.: Prevaricação.
*Caso não for praticado por funcionário público, é fato atípico.
- Crime Funcional Impróprio: É o fato que se praticado por particular também configura crime, não funcional. Ex.: Peculato (funcionário público) e Apropriação indébita (particular).
*Conceito de Funcionário Público (Art. 327 CP): Quem, embora transitoriamente ou sem remuneração, exerce cargo, emprego ou função pública.
**Funcionário Público por Equiparação (Art. 327 § 1º): Quem exerce cargo, emprego ou função em entidade paraestatal, e quem trabalha para empresa prestadora de serviço contratada ou conveniada para a execução de atividade típica da Administração Pública. Somente se aplica aos crimes funcionais (sujeito ativo).
- Múnus Público (encargo público imposta pela lei ou Juiz para defesa de interesse individual ou coletivo. Ex.: Advogado, tutor e curador judicial, inventariante, depositário infiel, etc.): Não são considerados funcionários públicos.
- Particular que não exerce nenhum tipo de função pública: Comete crime funcional, desde que em conluio com funcionário público em coautoria participação, e ciente dessa condição.
- Causa de Aumento dos Crimes Funcionais (Art. 327 §2º): Aumenta-se em 1/3 se ocupante de cargo em comissão ou de função de direção ou assessoramento de órgão da administração direta, sociedade de economia mista, empresa pública ou fundação instituída pelo poder público.
Peculato (Art. 312 CP):
 Art. 312 - Apropriar-se o funcionário público de dinheiro, valor ou qualquer outro bem móvel, público ou particular, de que tem a posse em razão do cargo, ou desviá-lo, em proveito próprio ou alheio:
	Peculato Próprio (art. 312 caput)
	Peculato Impróprio (art. 312 § 1º)
	- Apropriar-se (peculato apropriação); de modo definitivo, não há “peculato de uso”, salvo se prefeito.
- Desviar (peculato desvio). Desvio em proveito próprio ou alheio, caso em favor da ADM configura o crime do art. 315-emprego irregular de verba pública.
	- Subtrair (peculato furto);
- Facilitar a subtração
	- Pressuposto: Posse lícita em razão do cargo.
	- Pressuposto: Facilidade para subtrair em razão do cargo
	- Para si ou para outrem.
	Para si ou para outrem.
	- Objeto Material: Dinheiro, valor ou qualquer bem móvel público ou particular (peculato malversação). 
O bem fungível pode ser objeto de peculato.
O bem imóvel não pode ser objeto de peculato.
*Princípio da Insignificância: Não cabe (moralidade adm.).
	- Objeto Material: Dinheiro, valor ou qualquer bem móvel público ou particular (peculato malversação).
O bem fungível pode ser objeto de peculato.
O bem imóvel não pode ser objeto de peculato.
*Princípio da Insignificância: Não cabe (moralidade adm.).
	- Peculato Culposo (§§ 2ª e 3º): Concorre culposamente a crime de outrem.
*Reparação do dano:
· Antes da condenação definitiva: Extinção da Punibilidade.
· Depois da condenação definitiva: Redução da metade da pena.
	- Peculato Culposo (§§ 2ª e 3º): Concorre culposamente a crime de outrem.
*Reparação do dano:
· Antes da condenação definitiva: Extinção da Punibilidade.
Depois da condenação definitiva: Redução da metade da pena.
Art. 315 - Dar às verbas ou rendas públicas aplicação diversa da estabelecida em lei:
        Pena - detenção, de um a três meses, ou multa.
- Configura crime mesmo se contas aprovadas pelo Tribunal de Contas.
*Princípio da autonomia das instâncias administrativas e penal.
- Estado de Necessidade é causa de excludente de ilicitude.
Concussão e Corrupção Passiva
Art. 316 - Exigir, para si ou para outrem, direta ou indiretamente, ainda que fora da função ou antes de assumi-la, mas em razão dela, vantagem indevida: Concussão
        Pena - reclusão, de 2 (dois) a 12 (doze) anos, e multa.
 Art. 317 - Solicitar ou receber, para si ou para outrem, direta ou indiretamente, ainda que fora da função ou antes de assumi-la, mas em razão dela, vantagem indevida, ou aceitar promessa de tal vantagem: Peculato
        Pena – reclusão, de 2 (dois) a 12 (doze) anos, e multa
	Concussão (art. 316 CP)
	Corrupção Passiva (art. 317 CP)
	- Exigir; crime formal ou de consumação antecipada
- Violência ou grave ameaça, negociar ato fora da competência e falso funcionário público – crime de extorsão, art. 158 CP.
	- Solicitar; crime formal ou de consumação antecipada
- Aceitar promessa; crime formal ou de consumação antecipada
- Receber. Consumação com o efetivo recebimento
	- Vantagem Indevida (Qualquer natureza).
	- Vantagem Indevida (Qualquer natureza).
	- Para si ou para outrem.
	- Para si ou para outrem.
	- Ainda que fora da função ou antes de assumi-la, mas em razão dela.
	- Ainda que fora da função ou antes de assumi-la, mas em razão dela.
	-
	- Corrupção Passiva Privilegiada (art. 317 §2º): Pratica, deixa de praticar ou retardaato, cedendo a pedido ou influência de outrem.
	-
	- Classificação:
· Própria: Ato ilegal;
· Imprópria: Ato legal.
· Antecedente: Vantagem antes do ato;
· Subsequente: vantagem depois do ato.
	Corrupção Passiva (art. 317 CP)
	Corrupção Ativa (art. 333 CP)
	- Funcionário Público;
	- Particular;
	- Solicitar, aceitar promessa ou receber.
	- Oferecer, prometer.
	* Só há crime de corrupção ativa se a conduta parte do particular, caso ele não “ofereça” nem “prometa” não comete crime.
**Pode haver corrupção ativa sem que haja a passiva, já o contrário não é permitido nas condutas de aceitar promessa e receber, por serem crimes bilaterais, somente na conduta de solicitar.
***Na corrupção ativa só há crime se houver pedido em troca, caso contrário é fato atípico.
****Só existe o crime de corrupção passiva se estiver relacionado à algum ato funcional.
Apropriação Indébita (Art. 168 CP)
Art. 168 - Apropriar-se de coisa alheia móvel, de que tem a posse ou a detenção:
        Pena - reclusão, de um a quatro anos, e multa.
1) Sujeito Ativo: Pessoa que está na posse ou detenção legítima e desvigiada da coisa
*Se a posse ou detenção é vigiada, trata-se de crime de furto.
**Se a posse ou detenção esteja relacionada ao cargo de agente público, trata-se de crime de peculato.
2) Sujeito Passivo: Qualquer pessoa física ou jurídica.
- Objeto Material: Coisa alheia móvel.
*É possível a apropriação indébita de coisas fungíveis (substituíveis), salvo autorização de uso e reposição.
3) Conduta: Apropriar-se:
· Consumir;
· Alterar a Coisa;
· Alienar;
· Recusar-se a devolver (caso houver um prazo para devolução, ou, prova da solicitação de devolução).
4) Distinção com os demais crimes patrimoniais: Posse inicialmente é lícita, e somente posteriormente torna-se ilícita.
5) Elemento Subjetivo: “Animus Rem Sibi hadendi”- Animo de inversão da posse ou propriedade.
*A apropriação indébita de uso não é crime, desde que a devolução:
· Seja rápida;
· Espontânea;
· Sem danos.
*Se o indivíduo por erro supõe ter o direito de reter a coisa, não há crime de apropriação indébita, pois não há o dolo específico de inverter a posse da coisa, e sim crime de exercício arbitrário das próprias razões.
6) Consumação e Tentativa
- Consumação: No momento que o agente pratica ato como se fosse dono da coisa.
- Tentativa: É tecnicamente possível.
7) Apropriação Indébita Privilegiada
Art. 170 - Nos crimes previstos neste Capítulo, aplica-se o disposto no art. 155, § 2º.
Estelionato (Art. 171 CP)
Art. 171 - Obter, para si ou para outrem, vantagem ilícita, em prejuízo alheio, induzindo ou mantendo alguém em erro, mediante artifício, ardil, ou qualquer outro meio fraudulento:
Pena - reclusão, de um a cinco anos, e multa, de quinhentos mil réis a dez contos de réis
1) Crime Plurissubsistente:
· O agente utiliza ardil, ou qualquer outro meio fraudulento;
· Com isso, induz a vítima em erro;
· Obtém a vantagem indevida.
*Prevalece na doutrina que a vantagem ilícita deve ser patrimonial.
2) Cola Eletrônica: Atualmente há um crime específico: fraudes em certames e concursos públicos.
3) Fraude Bilateral: Na doutrina majoritária, embora os dois estejam de má fé, apenas um está sendo induzido a erro
4) Sujeitos do Crime:
- Sujeito Ativo: Qualquer pessoa;
- Sujeito Passivo: Pessoa que foi enganada e pessoa que tomou o prejuízo patrimonial.
*Se a vítima não tem capacidade para ser iludida, há o crime de abuso de incapaz previsto no art. 173 CP.
**Para ser estelionato as vítimas devem ser determinadas, caso o número de vítimas sejam indeterminadas, ocorre crime contra a economia popular.
***Se a vítima for idoso, a pena é aplicada em dobro (art. 171, §4º).
5) Consumação e Tentativa:
- Consumação: Crime material e de resultado duplo:
· Vítima sofrer prejuízo; e
· Estelionatário obter a vantagem.
- Tentativa: É possível, desde que o criminoso conseguir induzir ou manter a vítima em erro, porém não conseguir obter a vantagem ilícita.
*Só há crime se a fraude for idônea (capaz de iludir, com capacidade para enganar).
6) Estelionato e falsidade documental: 
- Súmula 17 STJ: Se o documento falso utilizado no estelionato puder ser utilizado em outros crimes, haverá concurso material de crimes, caso se exaurir no estelionato, o crime de de falsidade documental é absorvido pelo crime de estelionato.
*Exceção ao princípio da Consunção (crime mais grave absorve o menos grave): O Crime de estelionato é menos grave e absorve o crime de falsidade documental, mais grave.
7) Estelionato Privilegiado (art. 171, §1º): Aplica-se as mesmas regras do art. 155, § 2º.
*No estelionato o prejuízo deve ser de pequeno valor.
8) Estelionato mediante cheque (art. 171 “caput” ou 171, § 2º, VI):
- Art. 171, § 2º, VI: emite cheque, sem suficiente provisão de fundos em poder do sacado, ou lhe frustra o pagamento.
- Art. 171 “caput”:
· Conta já encerrada;
· Cheque falso, furtado, roubado;
· Cheque sustado por furto, roubo, falsidade.
9) Elemento Subjetivo: Dolo inicial.
*Súmula 246 STF: Comprovado não ter havido fraude, não configura o crime de emissão de cheques sem fundos.
10) Cheque “pós” datado, ou, “pré” datado: Não configura crime, pois o indivíduo sabe estar o recebendo sem fundos naquele momento. 
11) Cheque sem fundos para pagamento de dívida vencida: Não configura crime, pois não há novo prejuízo a vítima, ou, nova vantagem ilícita.
12) Cheque Especial acima do limite: Não configura crime, pois os bancos costumam cobrir a dívida.
13) Cheque para pagamento de jogos ilícitos: Não configura crime, pois o art. 814 CC não reconhece obrigação de pagamento dessa natureza, já se for lícito, configura estelionato.
14) Diferenças entre o estelionato “caput” e do § 2°, VI
	Art. 171, “caput”
	Art. 171, §2º, VI, CP
	- Cheque furtado, roubado, falsificado, sustado, de conta encerrada
	- Emitido pelo titular, de conta existente
	- Reparação do Dano:
· Antes do recebimento da denúncia: art. 16 CP
· Depois do recebimento da denúncia: art. 65 CP
	- Reparação do Dano:
· Antes do recebimento da denúncia: Não há ação penal (súmula 554 STF)
· Depois do recebimento da denúncia: art. 65 CP
	- Consumação: Com a emissão
	- Consumação: No momento da recusa do pagamento pelo banco (súmula 521 STF).
	- Competência: Juiz do local da emissão
	- Competência: Juiz do local da agência que recusou o pagamento (súmula 521 STF).
Receptação (art. 180 CP)
Art. 180 - Adquirir, receber, transportar, conduzir ou ocultar, em proveito próprio ou alheio, coisa que sabe ser produto de crime, ou influir para que terceiro, de boa-fé, a adquira, receba ou oculte:
Pena - reclusão, de um a quatro anos, e multa.
1) Receptação Própria: Adquirir, receber, transportar, conduzir ou ocultar, em proveito próprio ou alheio, coisa que sabe ser produto de crime.
2) Receptação Imprópria: Influir para que terceiro, de boa-fé, a adquira, receba ou oculte.
*Somente se o terceiro estiver de boa-fé, caso de má fé, comete-se o crime de receptação própria, sendo o instigador participe.
3) Pressuposto do Crime: Existência do objeto material ser produto de um crime anterior.
*Não precisa ser necessariamente produto de um crime anterior patrimonial.
**Só há receptação se o objeto for objeto de crime, não abarcando contravenção penal.
***Se o objeto for produto de ato infracional, não há corrente majoritária, uns dizem que sim outros que não é crime.
****Prevalece na doutrina majoritária apenas objetos móveis.
Obs.: É possível a receptação de dinheiro de produto de crime, ou por produto de crime trocado por outro, desde que o agente tenha conhecimento desse fato.
Obs.2: É punível o crime de receptação mesmo que isento de pena ou desconhecido o autor do crime anterior.
Obs.3: A extinção da punibilidade de crime que é pressuposto de outro, não se estende a este.
Obs.4: A absolvição de crime anterior, caso não reconheça a materialidade do crime, não há crime de receptação, caso apenas inocente o autor, mas admita a existência do crime, há sim receptação.
4) Sujeitos do Crime:
- Sujeito Ativo: Qualquer pessoa, exceto o coautor ou participe do crimeantecedente.
- Sujeito Passivo: Qualquer pessoa
5) Elemento Subjetivo: Dolo direto, sabe ser produto de crime.
6) Consumação e Tentativa:
- Receptação Própria: Consumação se dá no momento da prática de um dos verbos do tipo. Tentativa é possível.
- Receptação Imprópria: No momento que o 3º é induzido, ainda que não adquira o bem. Tentativa impossível.
7) Receptação Qualificada (art. 180, §§ 1º e 2º CP)
- Quem exerce comércio de forma legal ou ilegal (dolo direto ou eventual).
Crimes contra a Dignidade Sexual
*Importante: Prescrição em crimes contra a dignidade sexual de crianças e adolescentes terá como termo inicial da prescrição a data em que a vítima completar 18 anos, salvo se a esse tempo já houver sido proposta a ação penal.
Crimes contra a Liberdade Sexual
- É o direito de dispor do próprio corpo.
· Estupro (art. 213 CP);
· Violação Sexual Mediante Fraude (art. 215);
· Importunação Sexual;
· Assédio Sexual.
	Abolitio Criminis
	Princípio da Continuidade Normativa Típica
	Revogação Formal
	Revogação Formal
	Revogação Material
	-
	Exemplo: Crime Adultério
	Exemplo: Crime Ato Libidinoso
Estupro (art. 213 CP):
Art. 213.  Constranger alguém, mediante violência ou grave ameaça, a ter conjunção carnal ou a praticar ou permitir que com ele se pratique outro ato libidinoso: 
Pena - reclusão, de 6 (seis) a 10 (dez) anos.
*Todo estupro é crime hediondo? R: Não, exceção os estupros previstos nos arts. 232 e 233 CPM.
- Sujeitos Ativo e Passivo: Qualquer pessoa. Crime Bi-comum.
- Objeto Jurídico: Dignidade sexual – liberdade sexual + integridade corporal e liberdade individual.
- A grave ameaça não precisa ser injusta para ser crime.
- Conjunção carnal é a introdução Pênis x vagina, de modo integral ou parcial.
- Beijo Lascivo: Depende, análise do caso concreto.
*Síndrome da Mulher de Potifá: A mulher rejeitada mente ter sido violentada.
-Para o crime de estupro não é necessário contato físico entre os agentes: Ex.: Automasturbação.
- Caso houver uma negativa inicial da relação sexual, mas durante o ato houver a anuência, é fato atípico.
- Pune-se sim a Curra (rodízio entre vários indivíduos cometendo e o ato e colaborando para ele).
- O ato de realizar inseminação artificial no corpo de alguém sem a sua vontade não é crime de estupro, pois não houve conjunção carnal ou ato libidinoso, nesse caso subsidiariamente será crime de constrangimento ilegal.
- Casos especiais:
· Ejaculação precoce: Estupro tentado;
· Impotência coeundi (não tem ereção): Crime impossível, em razão da ineficácia absoluta do meio;
· Impotência generandi (não pode ter filhos): Estupro consumado, não impede a ereção.
- Qualificadoras: 
§ 1o Se da conduta resulta lesão corporal de natureza grave ou se a vítima é menor de 18 (dezoito) ou maior de 14 (catorze) anos: 
Pena - reclusão, de 8 (oito) a 12 (doze) anos.           
§ 2o Se da conduta resulta morte:     
Pena - reclusão, de 12 (doze) a 30 (trinta) anos 
Violação sexual mediante fraude         
Art. 215.  Ter conjunção carnal ou praticar outro ato libidinoso com alguém, mediante fraude ou outro meio que impeça ou dificulte a livre manifestação de vontade da vítima:           
Pena - reclusão, de 2 (dois) a 6 (seis) anos. 
- Se a fraude é grosseira:
· Idôneo: Crime;
· Inidôneo: Atípico.
Parágrafo único.  Se o crime é cometido com o fim de obter vantagem econômica, aplica-se também multa.     
Importunação sexual   
Art. 215-A. Praticar contra alguém e sem a sua anuência ato libidinoso com o objetivo de satisfazer a própria lascívia ou a de terceiro: 
Pena - reclusão, de 1 (um) a 5 (cinco) anos, se o ato não constitui crime mais grave. 
- Cabe Sursis (Pena mínima não superior a um ano) e preventiva (pena máxima superior a 4 anos).
Ex.: Masturbação em ônibus e “esfregão”(frotteurismo) em metrô.
*Se a vítima for menor de 14 pode configurar o crime do art. 218-A (satisfação de lascívia mediante presença de criança ou adolescente).
 Assédio sexual            
Art. 216-A. Constranger alguém com o intuito de obter vantagem ou favorecimento sexual, prevalecendo-se o agente da sua condição de superior hierárquico ou ascendência inerentes ao exercício de emprego, cargo ou função.    
Pena – detenção, de 1 (um) a 2 (dois) anos (será confeccionado um TCO).
§ 2o A pena é aumentada em até um terço se a vítima é menor de 18 (dezoito) anos.  
- Crime próprio: Somente o superior hierárquico, direito público ou privado.
* Não se enquadra nesse crime a relação aluno x professor, ou, fiel x líder religioso.
Registro não autorizado da intimidade sexual
Art. 216-B.  Produzir, fotografar, filmar ou registrar, por qualquer meio, conteúdo com cena de nudez ou ato sexual ou libidinoso de caráter íntimo e privado sem autorização dos participantes:   
Pena - detenção, de 6 (seis) meses a 1 (um) ano, e multa.
Parágrafo único.  Na mesma pena incorre quem realiza montagem em fotografia, vídeo, áudio ou qualquer outro registro com o fim de incluir pessoa em cena de nudez ou ato sexual ou libidinoso de caráter íntimo.
Ex.: Instalar câmera secreta em quarto para visualizar cenas sexuais.
- ParticipanteS: Ainda que uma só pessoa, é crime.
*Caráter íntimo e privado: Se em local público ou acessível ao público não há crime, pois a pessoa que se expôs.
Estupro de vulnerável  
Art. 217-A.  Ter conjunção carnal ou praticar outro ato libidinoso com menor de 14 (catorze) anos:   
Pena - reclusão, de 8 (oito) a 15 (quinze) anos. 
- Vulnerável: presunção absoluta;
§ 1o Incorre na mesma pena quem pratica as ações descritas no caput com alguém que, por enfermidade ou deficiência mental, não tem o necessário discernimento para a prática do ato, ou que, por qualquer outra causa, não pode oferecer resistência.
- Deve haver o aproveitamento.
- Qualificadoras:              
§ 3o Se da conduta resulta lesão corporal de natureza grave:     
Pena - reclusão, de 10 (dez) a 20 (vinte) anos.           
§ 4o Se da conduta resulta morte:             
Pena - reclusão, de 12 (doze) a 30 (trinta) anos.     
§ 5º As penas previstas no caput e nos §§ 1º, 3º e 4º deste artigo aplicam-se independentemente do consentimento da vítima ou do fato de ela ter mantido relações sexuais anteriormente ao crime. 
*Súmula 593 STJ: Irrelevante consentimento da vítima, experiência sexual anterior ou existência de relacionamento amoroso com o agente.
*Obs.: Manter relação sexual com adolescente no dia do aniversário de 14 anos, com consentimento, é fato atípico.
*Obs.2: Exceção Romeu e Julieta (diferença de até 5 anos, afasta-se a tipicidade) – Não admitido pelo STJ.
*Obs.3: Estupro Bilateral: Dois adolescentes de 13 anos que tem relação sexual (ato infracional análogo a estupro de vulnerável).
Satisfação de lascívia mediante presença de criança ou adolescente             
Art. 218-A.  Praticar, na presença de alguém menor de 14 (catorze) anos, ou induzi-lo a presenciar, conjunção carnal ou outro ato libidinoso, a fim de satisfazer lascívia própria ou de outrem:   
Pena - reclusão, de 2 (dois) a 4 (quatro) anos.
Favorecimento da prostituição ou de outra forma de exploração sexual de criança ou adolescente ou de vulnerável.                 
Art. 218-B.  Submeter, induzir ou atrair à prostituição ou outra forma de exploração sexual alguém menor de 18 (dezoito) anos ou que, por enfermidade ou deficiência mental, não tem o necessário discernimento para a prática do ato, facilitá-la, impedir ou dificultar que a abandone:           
Pena - reclusão, de 4 (quatro) a 10 (dez) anos.            
§ 1o Se o crime é praticado com o fim de obter vantagem econômica, aplica-se também multa.   
- O crime de prostituição não é crime, somente quem se aproveita (“cafetão”), exceto se a prostituta tiver menos de 18 anos e mais de 14 anos.
§ 2o Incorre nas mesmas penas:             
I - quem pratica conjunção carnal ou outro ato libidinoso com alguém menor de 18 (dezoito) e maior de 14 (catorze) anos na situação descrita no caput deste artigo;       
- Efeitos da Condenação:
II - o proprietário, o gerente ou o responsável pelo local em que se verifiquem as práticas referidasno caput deste artigo.              (Incluído pela Lei nº 12.015, de 2009)
§ 3o Na hipótese do inciso II do § 2o, constitui efeito obrigatório da condenação a cassação da licença de localização e de funcionamento do estabelecimento.              
- No §3º, apesar de obrigatório, não é automático.
Divulgação de cena de estupro ou de cena de estupro de vulnerável, de cena de sexo ou de pornografia  
Art. 218-C.  Oferecer, trocar, disponibilizar, transmitir, vender ou expor à venda, distribuir, publicar ou divulgar, por qualquer meio - inclusive por meio de comunicação de massa ou sistema de informática ou telemática -, fotografia, vídeo ou outro registro audiovisual que contenha cena de estupro ou de estupro de vulnerável ou que faça apologia ou induza a sua prática, ou, sem o consentimento da vítima, cena de sexo, nudez ou pornografia
Pena - reclusão, de 1 (um) a 5 (cinco) anos, se o fato não constitui crime mais grave.    
- Se for menor de 18 anos a vítima, configura os crimes do art. 241 e 241-A do ECA (criança e adolescente);
- Caso for cena envolvendo vulnerável diverso, aplica-se o art. 218-C do CP.
- Causas de aumento de pena:
§ 1º A pena é aumentada de 1/3 (um terço) a 2/3 (dois terços) se o crime é praticado por agente que mantém ou tenha mantido relação íntima de afeto com a vítima (situação objetiva) ou com o fim de vingança ou humilhação (situação subjetiva).
- Exclusão da ilicitude:
§ 2º Não há crime quando o agente pratica as condutas descritas no caput deste artigo em publicação de natureza jornalística, científica, cultural ou acadêmica com a adoção de recurso que impossibilite a identificação da vítima, ressalvada sua prévia autorização, caso seja maior de 18 (dezoito) anos.
 - Aumento de pena
 Art. 226. A pena é aumentada:                
I – de quarta parte, se o crime é cometido com o concurso de 2 (duas) ou mais pessoas;     
II - de metade, se o agente é ascendente, padrasto ou madrasta, tio, irmão, cônjuge, companheiro, tutor, curador, preceptor ou empregador da vítima ou por qualquer outro título tiver autoridade sobre ela;  
III -  IV - de 1/3 (um terço) a 2/3 (dois terços), se o crime é praticado:  
Estupro coletivo   
a) mediante concurso de 2 (dois) ou mais agentes;   (Incluído pela Lei nº 13.718, de 2018)
Estupro corretivo   
b) para controlar o comportamento social ou sexual da vítima.  (Incluído pela Lei nº 13.718, de 2018)
Art. 234-A.  Nos crimes previstos neste Título a pena é aumentada: (causas de aumento geral)        
III - de metade a 2/3 (dois terços), se do crime resulta gravidez;     (Redação dada pela Lei nº 13.718, de 2018)
IV - de 1/3 (um terço) a 2/3 (dois terços), se o agente transmite à vítima doença sexualmente transmissível de que sabe ou deveria saber ser portador, ou se a vítima é idosa ou pessoa com deficiência.
- Ação penal: Todos os crimes contra a liberdade sexual são de Ação Penal Pública Incondicionada.
Segredo de Justiça
Art. 234-B.  Os processos em que se apuram crimes definidos neste Título correrão em segredo de justiça.
 Casa de prostituição
Art. 229.  Manter, por conta própria ou de terceiro, estabelecimento em que ocorra exploração sexual, haja, ou não, intuito de lucro ou mediação direta do proprietário ou gerente:                  
Pena - reclusão, de dois a cinco anos, e multa.
Crimes contra a Administração
Crimes Funcionais (Praticados por funcionário público contra a Adm.) (Arts. 312 a 327 CP)
*Não aplica aos crimes contra a administração pública o princípio da insignificância.
- Objeto Jurídico: Probidade Administrativa
- Conceito penal de Funcionário Público (art. 327)
Art. 327 - Considera-se funcionário público, para os efeitos penais, quem, embora transitoriamente ou sem remuneração, exerce cargo, emprego ou função pública.
- Funcionário Público por equiparação:
 § 1º - Equipara-se a funcionário público quem exerce cargo, emprego ou função em entidade paraestatal, e quem trabalha para empresa prestadora de serviço contratada ou conveniada para a execução de atividade típica da Administração Pública.
*Quem exerce múnus público não é funcionário público por equiparação para fins penais, pois o encargo é para proteção de interesse particular.
- Peculato (art. 312)
Peculato Próprio:
· Peculato apropriação;
· Apropriação desvio.
 Art. 312 - Apropriar-se o funcionário público de dinheiro, valor ou qualquer outro bem móvel, público ou particular, de que tem a posse em razão do cargo, ou desviá-lo, em proveito próprio ou alheio:
        Pena - reclusão, de dois a doze anos, e multa.
*O mero uso do bem público não é crime (exceto prefeito), deve ter o ânimo de inversão da posse definitiva.
**Quando a conduta configura peculato desvio (em benefício próprio ou para terceiro), e, emprego irregular de verba pública (em benefício da própria administração pública, ainda que obtenha vantagem indireta).
Obs.: A aprovação pelo tribunal de contas não afasta o crime.
Peculato Impróprio:
 § 1º - Aplica-se a mesma pena, se o funcionário público, embora não tendo a posse do dinheiro, valor ou bem, o subtrai, ou concorre para que seja subtraído, em proveito próprio ou alheio, valendo-se de facilidade que lhe proporciona a qualidade de funcionário.
- Peculato Malversação: Apropriar-se de bem particular.
Peculato Culposo:
 § 2º - Se o funcionário concorre culposamente para o crime de outrem:
        Pena - detenção, de três meses a um ano.
§ 3º - No caso do parágrafo anterior, a reparação do dano, se precede à sentença irrecorrível, extingue a punibilidade; se lhe é posterior, reduz de metade a pena imposta.
	Peculato Doloso
	Peculato Culposo
	Reparação do dano:
	Reparação do dano:
	- Se antes do recebimento da denúncia: art. 16 CP
	- Se antes do trânsito em julgado: Extingue a punibilidade
	- Se ocorre após o recebimento da denúncia: art. 65 CP
	- Se após o trânsito em julgado: Diminuem pela 1/2 a pena
- Concussão e Corrupção Passiva
	Concussão (art. 316)
	Corrupção Passiva (art. 317)
	- Exigir
	- Solicitar, aceitar promessa ou receber
	- Crime formal ou de antecipação antecipada
	- Crime formal ou de antecipação antecipada (solicitar e aceitar promessa) / receber (crime material) 
	Tentativa é possível na forma escrita
	Vantagem para si ou para outrem
*Se para exigir o funcionário público utiliza de violência ou grave ameaça de mal injusto o crime passa a ser o de extorsão, da mesma forma que se exigir vantagem indevida sob promessa de algo fora de suas funções.
**Corrupção Passiva pode ser antecedente (antes do ato) ou subsequente (depois do ato).
Crimes Praticados por Particular contra a Administração
*O funcionário público pode praticar crime este tipo de crime, desde que não relacionado a sua função.
Desobediência (art. 330 CP)
*Funcionário público na função pública não comete crime de desobediência, exceto se não relacionado a função.
- Requisitos:
· Infringir regras gerais não implica em crime de desobediência;
· Dever de cumprir a regra;
· Existência de uma ordem (pedir não há crime) legal emanada por funcionário competente;
· Inexistência de sanções não penais para o ato de desobediência, salvo se a norma que prevê a sanção não penal prever também a responsabilização cumulativa pelo crime de desobediência;
· Ordem emanada por funcionário competente;
· Se quem descumpre uma ordem não sabe ter sido emanada por funcionário público não há crime. Erro de tipo.
Desacato (art. 331 CP)
*Funcionário público na função pública não comete crime de desacato, exceto se não relacionado a função.
- Sujeito Passivo Imediato: Estado
- Sujeito Passivo Mediato: Funcionário público desacatado
*A ofensa de vários funcionários públicos em um só ato configura apenas um crime de desacato, influenciando na dosimetria da pena.
	Desacato (art. 331 CP)
	Injúria contra Funcionário Público (art. 140 c/c 141 CP)
	Ofender Funcionário pública no exercício do cargo
	Ofender Funcionário pública no exercício do cargo
	Na Presença do Funcionário Público
	Na Ausência do Funcionário Público
Corrupção Ativa (art. 333 CP)
	Corrupção Passiva (Art. 317)
	CorrupçãoAtiva (Art. 333)
	· Solicitar;
· Aceitar promessa;(pressupõe a corrupção ativa)
· Receber. (pressupõe a corrupção ativa)
	· Oferecer;
· Prometer;
*Crime formal ou de consumação antecipada.
	É possível a tentativa na conduta de “solicitar”
	É possível tentativa.
	O crime de corrupção só existe se estiver relacionado a algum ato funcional.
Crimes contra a Administração da Justiça
1 – Justiça: Pode ocorrer também na esfera administrativa;
2 – Sujeito Ativo: Qualquer pessoa;
3 – Crime de Denunciação Caluniosa (art. 339 CP): 
· Falsa acusação de crime;
· Falsa acusação de contravenção.
*Não há denunciação caluniosa de fato atípico. Ex.: Instauração de procedimento administrativo falso.
– Causas de Aumento de Pena: Se utilizar do anonimato, aumenta-se 1/6; 
4 – Crime de Falso Testemunho (art. 342 CP):
- Sujeito Ativo: Testemunha, perito, contador ou interprete.
*No Brasil não há crime de Perjúrio – Falso testemunho realizada por investigado ou acusado.
**Testemunha Informante – Aquela que que não tem compromisso de dizer a verdade. Ex,: Mãe do réu.
· 1ª corrente: Mesmo não havendo compromisso com a verdade, o art. 314 trata de testemunha de modo geral.
· 2ª corrente*: Não comete crime de falso testemunho devido ao não comprometimento.
*Não admite Co-autoria, mas admite participação. Já em relação aos peritos admite co-autoria e participação.
- Causas de Aumento de Pena:
· Cometido mediante suborno;
*Quem faz o suborno comete o crime do art. 343 CP.
- Extinção da Punibilidade (art. 342 §2º): Retratação, desde que ocorra no mesmo processo, e antes da sentença de primeiro grau.
- Crimes contra a honra (bem disponível)
- Honra objetiva: Reputação ou conceito social.
- Honra subjetiva: Sentimento que a pessoa tem de si própria.
- Sujeito Ativo e Passivo: Qualquer pessoa (inclusive inimputáveis e PJ).
*Todos os crimes contra a honra são dolosos + propósito de ofender.
**Admitem tentativa (forma escrita).
· Calúnia
Art. 138 - Caluniar alguém, imputando-lhe falsamente fato definido como crime:
Pena - detenção, de seis meses a dois anos, e multa.
        § 1º - Na mesma pena incorre quem, sabendo falsa a imputação, a propala ou divulga.
        § 2º - É punível a calúnia contra os mortos.
- Conceito: Imputação de um FATO FALSO e ESPECÍFICO definido como CRIME.;
- Honra objetiva;
* Se o fato não for típico, ou, se referir a contravenção = difamação.
- Consumação: terceiro toma conhecimento da imputação. 
- Admite prova da verdade (faculdade de comprovar que o fato atribuído é verdadeiro), exceto:
· Crime de ação privada sem condenação irrecorrível;
· Fato imputado ao Presidente da República ou Chefe de Governo Estrangeiro;
· Sentença irrecorrível absolutória.
	Calúnia X Denunciação Caluniosa:
Denunciação caluniosa é um crime contra ADM cometido por particular, sendo uma calúnia feita em circunstância específica, onde da causa a instauração a um procedimento (adm ou judicial).
· Difamação
        Art. 139 - Difamar alguém, imputando-lhe fato ofensivo à sua reputação:
        Pena - detenção, de três meses a um ano, e multa.
        Exceção da verdade
        Parágrafo único - A exceção da verdade somente se admite se o ofendido é funcionário público e a ofensa é relativa ao exercício de suas funções.
 - Conceito: Imputação de fato ofensivo a reputação;
- Tutela a honra objetiva.
- Admite tentativa (forma escrita)
*Quem propaga ou divulga comete outra difamação.
*o fato imputado não precisa ser FALSO ou CRIME.
- Consumação: terceiro toma conhecimento da imputação. 
- Não admite exceção da verdade, exceto:
· A exceção da verdade somente se admite se o ofendido é funcionário público e a ofensa é relativa ao exercício de suas funções.
- Retratação: 
· Art. 143 - O querelado (AÇÃO PENAL PRIVADA) que, antes da sentença (1ª INSTÂNCIA), se retrata cabalmente (TODOS OS FATOS IMPUTADOS E COM MESMOS MEIOS E FORMAS) da calúnia ou da difamação, fica isento de pena; (NÃO CABE A INJÚRIA)
Injúria
        Art. 140 - Injuriar alguém, ofendendo lhe a dignidade ou o decoro:
        Pena - detenção, de um a seis meses, ou multa.
- Conceito: Palavra ou gesto ultrajante com que o agente ofende sentimento de dignidade da vítima.
- Bem Jurídico: Protege a honra subjetiva (dignidade e decoro).
- Consumação: Conhecimento da ofensa pelo ofendido.
- Não cabe exceção da verdade.
- Pode ser direta ou indireta.
        § 1º - O juiz pode deixar de aplicar a pena:
        I - quando o ofendido, de forma reprovável, provocou diretamente a injúria;
        II - no caso de retorsão imediata, que consista em outra injúria.
        § 2º - Se a injúria consiste em violência ou vias de fato, que, por sua natureza ou pelo meio empregado, se considerem aviltantes:
        Pena - detenção, de três meses a um ano, e multa, além da pena correspondente à violência.
- Injúria Qualificada (Injúria Real): Sua finalidade não é atingir a integridade física da pessoa, mas sim humilhá-la, menosprezá-la, porém o autor responde de forma concorrente pelas lesões causadas.
        § 3o Se a injúria consiste na utilização de elementos referentes a raça, cor, etnia, religião, origem ou a condição de pessoa idosa ou portadora de deficiência: (Injúria Racial)(Redação dada pela Lei nº 10.741, de 2003)
        Pena - reclusão de um a três anos e multa.
- Injúria Qualificada (Injúria Preconceituosa) x Racismo: No racismo a pessoa utiliza da injúria racial como meio para o crime discriminatório, que visa uma coletividade (São inafiançáveis e imprescritíveis).
- Causas de aumento de pena:
Art. 141 - As penas cominadas neste Capítulo aumentam-se de um terço, se qualquer dos crimes é cometido:
        I - contra o Presidente da República, ou contra chefe de governo estrangeiro;
        II - contra funcionário público, em razão de suas funções; (Em sua presença é desacato)
        III - na presença de várias pessoas, ou por meio que facilite a divulgação da calúnia, da difamação ou da injúria. (três ou mais pessoas)
        IV – contra pessoa maior de 60 (sessenta) anos ou portadora de deficiência, exceto no caso de injúria.       (Incluído pela Lei nº 10.741, de 2003)
        § 1º - Se o crime for cometido mediante paga ou promessa de recompensa, aplica-se a pena em dobro.              (Redação dada pela Lei nº 13.964, de 2019)
Exclusão do crime
        Art. 142 - Não constituem injúria ou difamação punível: (Exclusão de tipicidade)
*Não se aplica a calúnia, nem a quem não é parte no processo (testemunha, perito e Juiz)
        I - a ofensa irrogada em juízo, na discussão da causa, pela parte ou por seu procurador;
        II - a opinião desfavorável da crítica literária, artística ou científica, salvo quando inequívoca a intenção de injuriar ou difamar;
        III - o conceito desfavorável emitido por funcionário público, em apreciação ou informação que preste no cumprimento de dever do ofício.
        Parágrafo único - Nos casos dos ns. I e III, responde pela injúria ou pela difamação quem lhe dá publicidade.
*Imunidades Parlamentares (arts. 53, 27, 1º, 29, VIII CF) – Deputados, senadores e vereadores, mesmo que fora de serviço, mas desde que tenha relação com as atividades parlamentares.
  Art. 144 - Se, de referências, alusões ou frases, se infere calúnia, difamação ou injúria, quem se julga ofendido pode pedir explicações em juízo. Aquele que se recusa a dá-las ou, a critério do juiz, não as dá satisfatórias, responde pela ofensa.
  Art. 145 - Nos crimes previstos neste Capítulo somente se procede mediante queixa, salvo quando, no caso do art. 140, § 2º, da violência resulta lesão corporal. (regra geral - Ação Penal Privada)
- Exceções: 
· Injúria Real – quando ocorrer lesão (representação do ofendido);
· Injúria contra funcionário público (representação do ofendido ou queixa);
· Injúria contra o presidente da República ou chefe de governo (requisição do Ministro da Justiça);
Redução a condição análoga à de escravo
        Art. 149. Reduzir alguém a condição análoga à de escravo, quer submetendo-o a trabalhos forçados ou a jornada exaustiva, quer sujeitando-oa condições degradantes de trabalho, quer restringindo, por qualquer meio, sua locomoção em razão de dívida contraída com o empregador ou preposto:        (Redação dada pela Lei nº 10.803, de 11.12.2003)
        Pena - reclusão, de dois a oito anos, e multa, além da pena correspondente à violência.        (Redação dada pela Lei nº 10.803, de 11.12.2003)
- Sujeito ativo e passivo: qualquer pessoa (crime comum).
* Não exige a condição de empregador.
        § 1o Nas mesmas penas incorre quem:          (Incluído pela Lei nº 10.803, de 11.12.2003)
        I – cerceia o uso de qualquer meio de transporte por parte do trabalhador, com o fim de retê-lo no local de trabalho;         (Incluído pela Lei nº 10.803, de 11.12.2003)
        II – mantém vigilância ostensiva no local de trabalho ou se apodera de documentos ou objetos pessoais do trabalhador, com o fim de retê-lo no local de trabalho.        (Incluído pela Lei nº 10.803, de 11.12.2003)
        § 2o A pena é aumentada de metade, se o crime é cometido:        (Incluído pela Lei nº 10.803, de 11.12.2003)
        I – contra criança ou adolescente;          (Incluído pela Lei nº 10.803, de 11.12.2003)
        II – por motivo de preconceito de raça, cor, etnia, religião ou origem.          (Incluído pela Lei nº 10.803, de 11.12.2003)

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