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Direito Penal Apostila Complementar PRINCÍPIOS DO DIREITO PENAL • Intervenção mínima: O direito penal só deve elencar como crime os bens mais importantes e necessários a vida em sociedade. • Lesisivade: Limita ainda mais o poder do legislador, dizendo o que deve ser tratado como crime, ou seja, apenas as conduta mais lesivas. • Adequação Social: Dirigido primordialmente ao legislador, onde este deverá, como crime, qualificar apenas aqueles que se adequem com a sociedade. Obs.: Costume não revoga Lei. Apenas uma nova lei posterior revoga lei anterior, nos casos em que a lei anterior não for mais adequada socialmente. • Fragmentariedade: Uma vez escolhidos os bens fundamentais, de acordo com a intervenção mínima e lesão mínima, somente estes poderão ser objetos de punição. • Insignificância: Uma determinada conduta realizada e considerada crime, deverá ter materialidade material e não apenas formal. Não basta o ato ser atípico, deve ser relevante. Obs.: 1) Teoria Tripartite do Crime → Conduta antijurídica → Conduta típica → Culpável 2) Pequeno valor = 1 salário mínimo, de acordo com jurisprudência. • Individualização da pena: Deve ser vista na visão do legislador (critério trifásico da individualização da pena) e na visão do Juiz, aplicando ao mesmo critério, observando o art. 59 do CP. Obs.: 1) Art. 68 CP – prevê a individualização das penas. Profa. Mônica Berrondo 1 Direito Penal Apostila Complementar 2) Devido a este princípio, foi permitida a progressão de regimes, mesmo em crime hediondos. Este princípio deve ser aplicado também durante a execução da pena. • Proporcionalidade: As penas devem ser proporcionais ao crime cometido. Penas maiores para crime mais graves. Penas menores para crime menos graves. • Responsabilidade Pessoal: A pena não pode passar da pessoa do condenado, seja privativa de liberdade, restritiva de direitos ou multa. Obs.: A multa é executada na Vara de Fazenda Pública • Limitação das Penas: Art. 5°, XLVII – impede as seguintes penas: → Morte, salvo em caso de guerra declarada. → De caráter perpetuo → De trabalhos forçados → De banimento → Cruéis Só poderá, portanto, haver pena de privação de liberdade, de restrição de direitos ou de multa. • Culpabilidade: juízo de censurabilidade. É elemento do crime. O inimputável não tem culpabilidade, tem periculosidade. Para Damásio E. de Jesus a culpabilidade não é elemento do crime, seguindo a teoria bipartite, configurando crime como conduta antijurídica e ilícita, sendo a culpabilidade analisada na aplicação da pena. Obs.: A culpabilidade é utilizada para a dosimetria da pena (art. 59, CP), bem como é limitadora da responsabilidade objetiva (observa-se o dolo e a culpa). • Legalidade – Art. 1° CP – Art. 5°, inciso XXXIX, Constituição Federal: Não há crime sem lei anterior que o defina, nem pena sem pévia cominação legal. → É sinônimo do princípio da Reserva Legal → Lei ordinária (regra) e Lei complementar (quando houver previsão na Constituição Federal), podem criar pena, APENAS. Profa. Mônica Berrondo 2 Direito Penal Apostila Complementar • Anterioridade: A Lei que descreve o crime ou a cominação da pena deve ser anterior ao fato cometido. → A Pena refere-se a sanção penal (pena e medida de segurança) – art. 1° CP. LEI PENAL NO TEMPO Arts. 2°, 3° e 4°, CP • Artigo 2° CP: → Os efeitos penais apenas → ABOLITIO CRIMINIS extingue todos os efeitos do crime, exceto os extrapenais, extinguindo ainda a execução. Ainda que haja sentença condenatória com trânsito em julgado, a Lei posterior que beneficiar o réu retroage. → Refere-se este artigo, a todas as leis, em geral. • Retroatividade da Lei penal → A lei penal não retroage, com exceção de beneficiar ao réu. Atividade da Lei Penal: A Lei nasce ao entrar em vigor e morro ao ser revogada. Extra-atividade da Lei Penal. MODALIDADES: Retroatividade: Art. 2° CP. Tudo o que for posterior e beneficiar o réu retroage Ultra-atividade: Mesmo depois de revogada, a Lei revogada será aplicada ao fato realizado em sua vigência, se beneficiar ao re. ↓ CONFLITO INTER TEMPORAL Profa. Mônica Berrondo 3 Direito Penal Apostila Complementar Obs.: o Repristinação somente existe se for expressa. o Na Vigência da VACATIO LEGIS, a lei nova não tem aplicação. o Na Lei processual penal aplica-se a sua incidência imediatamente. Art. 2° Código de Processo Penal o Na lei Híbrida (parte processual, parte penal): aplica-se a Lei penal em tudo – retroagem em beneficio do réu. A lei posterior que revoga a Lei anterior pode ser: ABOLITIO CRIMINIS – some o crime. Conseqüência: O inquérito policial ou processo são imediatamente trancados e extintos; se já tem sentença penal condenatória, cessam seus efeitos primários e secundários, contudo, subsiste os efeitos extra-penais. Não é possível por Medida Provisória. NOVATIO IN MELLIUS – LEX MITIOR – Retroage em beneficio do réu. NOVATIO IN PEJUS – não retroage. CRIME PERMANENTE: Apenas um crime, que se posterga no decorrer do lapso temporal em que ocorre. A consumação começa, mas se posterga no tempo em que ocorre o crime. Trata-se de apenas um crime. CRIME CONTINUADO: Vários crimes, que fazem uma cadeia de habitualidade, com a mesma espécie de crime, mesmo lugar, maneira de execuções iguais e com a distância de tempo um crime e outro de no máximo 30 dias (entendimento jurisprudencial). Aplica-se a pena à apenas um dos crimes, acrescidos de 1/6 a 2/3. Profa. Mônica Berrondo 4 Direito Penal Apostila Complementar OBS.: Súmula 711 – Crime permanente e continuado: A Lei penal mais grave se aplica se entrar em vigência na permanência ou continuidade do crime. Leis de Vigência Temporária – Art. 3° do CP: Lei Excepcional: Lei criada para vigorar em circunstâncias excepcionais, Irá vigorar pelo período em que ocorre o fato excepcional, e, após ela mesmo se revoga. Lei Temporária: É auto revogável, assim como a lei excepcional. Tem período de duração determinado. OBS.: A lei excepcional ou temporária se aplica, necessariamente, aos crime realizados em sua vigência, mesmo que seja mais gravosa que lei posterior, com a única exceção de que esta lei posterior faça menção expressa ao período excepcional ou temporário; neste caso, se expresso, os efeitos da lei temporária ou excepcional são extintos (efeitos penais e não extra-penais). Características da Lei excepcional e Lei Temporária: I. Auto revogável II. Ultra-atividade: todos os fatos praticados em sua vigência são aplicáveis, mesmo depois de sua revogação. TEMPO DO CRIME – Art. 4° CP → Momento do crime – quando o crime considera-se praticado → Utiliza-se a TEORIA DA ATIVIDADE – não interessa o momento do resultado e sim o momento da prática. → Em crimes materiais o resultado ocorre na consumação → Em crimes formais a consumação se dá com a mera prática do crime. Profa. Mônica Berrondo 5 Direito Penal Apostila Complementar → A prescrição dos crimes é contada a partir do RESULTADO – Teoria do Resultado. Conflito Aparente de Normas: Conflito entre várias normas em vigor ao mesmo tempo, com a aplicação de apenas uma. Resolvido através dos seguintes princípios: Especialidade : a norma especial exclui a norma geral (art. 12 CP). Obs.: Lei especial – especifica, que contém todos os elementos gerais, mais alguns, chamados elementos especializadores. Não é mais ou menos grave, é apenas especial. Ex.: Art 121CP (geral) → Art. 123CP (especial) Art. 334 CP (geral) → Art. 12 Lei de tóxicos (especial) Subsidiariedade: a norma primária prevalece sobre a subsidiária. Só prevalece a norma subsidiária se não comprovada a norma primária. Espécies: *Expressa ou Explicita: Art. 132 CP, por exemplo – a própria norma fala que é subsidiária. *Tácita ou Implícita: Art. 146 CP, por exemplo – Não está expresso na norma que ela é subsidiária. Consunção: O fato mais grave absorve o fato menos grave, que, neste caso é fase de preparação para a execução do fato mais grave. Irá prevalecer o fato mais grave. Espécies: *Crime progressivo *Crime Complexo Profa. Mônica Berrondo 6 Direito Penal Apostila Complementar *Progressão Criminosa A) Propriamente dito B) Fato Anterior não punível C) Fato Posterior punível. ↓ Explicações na próxima aula! OBSERVAÇÕES: O período de vacatio legis da Lei é de 45 dias, quando a própria Lei não dispõe de forma contrária. O prazo será de 03 meses para a sua aplicação nos Estados estrangeiros, quando esta é admitida (art. 1°°, § 1°, LICC). Determina-se que a prescrição, antes de transitar em julgado a sentença, começa a correr do dia em que o crime se consumou, nos crimes permanentes, o dia em que cessou a permanência. Nos crimes de bigamia e nos de falsificação e alteração de assentamento do registro civil, da data em que o fato se tornou conhecido (art. 111 CP). Na decadência, o prazo é contado do dia em que o ofendido veio a saber quem é o autor do crime, ou em se tratando de ação privada subsidiaria, do dia em que se esgota o prazo para o oferecimento da denúncia (art. 103 CP). ESPÉCIES DE CONSUNÇÃO (continuação) Profa. Mônica Berrondo 7 Direito Penal Apostila Complementar • Crime Progressivo: É aquele onde, desde o início, o agente tem vontade de realizar o fato mais grave, contudo, para tanto, realiza vários fatos menos graves. O gato mais grave absorve o menos grave. Há unidade de fato, unidade de elemento subjetivo e pluralidade de lesões ao bem jurídico. • Crime Complexo: Fusão de 02 ou mais crimes (ex.: Latrocínio). O crime complexo absorve os crimes menos graves nele contido. • Progressão Criminosa: O agente tem intenção de realizar o crime mais leve e, alcançado o crime mais leve, o agente resolve praticar crimes mais graves. O crime mais grave absorve o crime menos grave, só vindo este a tona se não restar provado o crime mais grave. Há pluralidade de fatos e de vontade (elemento subjetivo). FATO ANTERIOR IMPUNÍVEL ANTEFATO IMPUNÍVEL • O fato anterior mais leve é absorvido pelo fato mais grave. • Súmula 171 do STJ. Exemplo: Falso x Estelionato – Teorias: 1ª) Falso absorve o Estelionato – não é usada. 2ª) Estelionato é absorvente do falso quando o falso se exaurir no estelionato – Súmula 171 do STJ. 3ª) Concurso Formal – STF – pena do falso é acrescida de 1/6 a ½. 4ª) Concurso Material – Posição Doutrinaria (soma as penas dos dois crimes). FATO POSTERIOR IMPUNÍVEL PÓS FATO IMPUNÍVEL Profa. Mônica Berrondo 8 Direito Penal Apostila Complementar • A nova lesão ao bem jurídico, por ser mais leve que a primeira é por esta absorvida. • O bem jurídico deve ser o mesmo. Exemplos: *Furto e posterior dano a coisa subtraída – O furto absorve o dano (o bem jurídico tutelado é o mesmo). *Homicídio e posterior ocultação de cadáver – Homicídio não absorve o crime de ocultação de cadáver, pois, o bem jurídico tutelada destes crimes são diferentes. ALTERNATIVIDADE • Funciona nos crimes de ação múltipla ou conteúdo variado (tipo misto alternativo) – vários núcleos do tipo – vários verbos. • Não é conflito entre normas, mas, conflito aparente entre a mesma norma. • Praticando uma ou várias nos crimes de tipo misto alternativo, o crime será um só. • O objeto material deve ser o mesmo. • Se houver pluralidade de objetos materiais, vão haver tantos crimes quantos objetos materiais, em concurso formal. LEI PENAL NO ESPAÇO Art. 5° CP. Art. 5° - Código Penal: Aplica-se a lei brasileiro, sem prejuízo de convenções, tratados e regras de direito internacional, ao crime cometido no território nacional. §1° - Para os efeitos penais, consideram-se como extensão do território nacional as embarcações e aeronaves brasileiras, de natureza pública, a serviço do governo brasileiro onde quer que se encontrem, bem como as aeronaves e embarcações brasileiras, mercantes ou de propriedade privada, que se achem, respectivamente, no espaço aéreo correspondente ou em alto mar. Profa. Mônica Berrondo 9 Direito Penal Apostila Complementar § 2° - É também aplicada a lei brasileiras aos crimes praticados a bordo de aeronaves ou embarcações estrangeiras de propriedade privada, achando-se aquelas em pouso no território nacional, ou em vôo no espaço aéreo correspondente, e estas em porto ou mar territorial do Brasil. • Princípio da territorialidade: Solo ocupado pelo ente político, mar territorial e espaço aéreo correspondente a esse território. • Parágrafos 1° e 2° do art 5°: *Navio público / aeronave pública (de guerra) a serviço do Brasil onde quer q se encontre é julgado pela justiça brasileira – Extensão do território brasileiro. Competência da Justiça Federal. *Navios particulares / aeronaves particulares (mercantes): Serão extensão do território nacional quando dentro do Brasil (ainda que estrangeiras). Se for cometido crime no exterior, julga-se no exterior. Se for em alto mar ou em espaço aéreo correspondente a ele, será julgado pela bandeira que ostenta, ou seja, onde é registrado. O julgamento será feito na Justiça federal se a bandeira for brasileira. LUGAR DO CRIME Art. 6°, Código Penal: Considera-se praticado o crime no lugar em que ocorreu a ação ou omissão, no todo ou em parte, bem como onde se produziu ou deveria produzir-se o resultado. • Onde o crime foi praticado. • No Brasil foi adotada a teoria da ubiqüidade ou mista. Observações.: Para o Código Penal, a teoria, quanto ao lugar do crime é a da Ubiqüidade, contudo é diferente para o Código de Processo Penal e para a lei dos juizados especiais. Vejamos: Profa. Mônica Berrondo 10 Direito Penal Apostila Complementar Art 6° Código Penal – Teoria da Ubiqüidade – é aplicado a crimes à distancia ou de espaço máximo – A conduta começa dentro do espaço nacional e o resultado se dá no exterior, ou vice versa. Art. 70 Código de Processo Penal – Teoria da Atividade – Aplicado aos crimes plurilocais – conduta e resultado em estados diferentes do Brasil. Art. 63 da Lei 9099/65 – Juizados Especiais – Teoria da Atividade Em casos de Homicídio e Aborto – a jurisprudência adota como lugar da competência o lugar da conduta – Teoria da atividade. Obs.: A suspensão condicional do processo de dá quando a pena mínima não exceda 01 ano, bem como tem que ter indenização civil. HIPÓTESES DE EXTRATERRITORIALIDADE Art. 7° CP. Art. 7°, Código Penal: Ficam sujeitos à lei brasileira, embora cometidos no estrangeiro: I – Os crimes: a) Contra a vida ou liberdade do Presidente da República; b) Contra o patrimônio ou a fé pública da União, do DF, de Estado, de Território, de Município, de empresa publica, de sociedade de economia mista, autarquia ou fundação instituída pelo Poder Público. c) contra a administração pública, por quem está a seu serviço. d) de genocídio, quando o agente for brasileiro ou domiciliado no Brasil. II – Os crimes: a) que, por tratado ou convenção, o Brasil se obrigou a reprimir; b) praticados por brasileiro; c) praticado em aeronaves ou embarcações brasileiras, mercantes ou de propriedade privada, quando em território estrangeiro e aí não serão julgados. §1° - Nos casosdo Inciso I, o agente é punido segundo a lei brasileira, ainda que absolvido ou condenado no estrangeiro. Profa. Mônica Berrondo 11 Direito Penal Apostila Complementar §2° - Nos casos do inciso II, a aplicação da lei brasileira depende do concurso das seguintes condições: a) entrar o agente no território nacional; b) ser o fato punível também no país em que foi praticado; c) estar o crime incluído entre aqueles pelos quais a lei brasileira autoriza a extradição; d) não ter sido o agente absolvido no estrangeiro ou não ter aí cumprido a pena; e) não ter sido o agente perdoado no estrangeiro ou, por outro motivo, não estar extinta a punibilidade, segundo a lei mais favorável. §3° - A lei brasileira aplica-se também ao crime cometido por estrangeiro contra brasileiro fora do Brasil, se, reunidas as condições previstas no parágrafo anterior. a) não foi pedida oi foi negada a extradição; b) houve requisição do Ministro da Justiça. • Aplicação da Lei brasileira aos crimes praticados fora do Brasil. • Espécies: A) Incondicionada – Não impõe-se qualquer condição. O crime é julgado no Brasil. Referente ao inciso I e § 1°. B) Condicionada – Observadas as condições contidas no inciso II, § 3° e § 2°, o crime seja julgado no Brasil. As condições do § 3° e § 2° são CUMULATIVAS. • Inciso I – Observa-se nas alíneas, os seguintes princípios: a) Princípio Real de Defesa ou Proteção. b) Princípio Real de Defesa ou Proteção c) Princípio Real de Defesa ou Proteção d) Princípio Real de Defesa ou Proteção Profa. Mônica Berrondo 12 Direito Penal Apostila Complementar • Inciso II – Observa-se, nas alíneas, os seguintes princípios: a) Princípio da Justiça Universal ou Cosmopolita b) Princípio da Personalidade (ou nacionalidade) Ativa c) Princípio do Pavilhão, Bandeira ou Representação. • § 3°: Observa-se o seguinte princípio: → Princípio da Personalidade (ou nacionalidade) passiva. → Parte da Doutrina defende poder ser aplicado o Princípio Real de Defesa e Proteção, por ser interesse nacional. PENA CUMPRIDA NO ESTRANGEIRO DETRAÇÃO DA PENA Art. 8° CP. Art. 8°, Código Penal: A pena cumprida no estrangeiro atenua a importa no Brasil pelo mesmo crime, quando diversas, ou nela é computada, quando idênticas. • A pena cumprida no estrangeiro atenua a pena imposta no Brasil. • O crime deve ser o mesmo e as penas diversas. • Quando as penas forem IDENTIDAS, nela é computada a pena imposta no Brasil. EFICÁCIA DA SENTENÇA ESTRANGEIRA Art. 9° CP. Art. 9°, Código Penal: A sentença estrangeira, quando a aplicação da lei brasileira produz na espécie as mesmas conseqüências, pode ser homologada no Brasil para: I – Obrigar o condenado à reparação do dano, a restituição e a outros efeitos civis; II – Sujeitá-lo a medida de segurança. Profa. Mônica Berrondo 13 Direito Penal Apostila Complementar § Único: A homologação depende: a) para efeitos previstos no inciso I, de pedido da parte interessada; b) para outros efeitos, da existência de tratado de extradição com o país de cuja autoridade judiciária emanou a sentença, ou, na falta de tratado de requisição do Ministro da Justiça. • O STJ faz a homologação de sentença estrangeira para efeito civil. CONTAGEM DO PRAZO Art. 10° CP. Art. 10°, Código Penal: O dia do começo inclui-se no computo do prazo. Contam-se os dias, os meses e os anos pelo calendário comum. FRAÇÕES NÃO COMPUTÁVEIS DA PENA Art. 11 CP. Art. 11, Código Penal: Desprezam-se, nas penas privativas de liberdade e nas restritivas de direitos, as frações de dia, e, na pena de multa, as frações de cruzeiro. LEGISLAÇÃO ESPECIAL PRINCÍPIO DA ESPECIALIDADE Art. 12 CP. Art. 12, Código Penal: As regras gerais deste Código aplicam-se aos fatos incriminados por Lei especial, se esta não dispuser de modo diverso. • Súmula 171 STJ: Cominadas cumulativamente, em especial, penas privativa de liberdade e pecuniária, é defeso a substituição da prisão por multa. Profa. Mônica Berrondo 14 Direito Penal Apostila Complementar TEORIA DO CRIME • Crime X Contravenção: → Crime – pena sempre de reclusão ou detenção, cumulada ou não com multa. → Contravenção ( Lei 3688) – prisão simples e multa ou só multa. • Crime : Corrente Majoritária – TEORIA TRIPARTITE: → Fato típico → Antijurídico → Culpável Observações: *A culpabilidade é limite e fundamento de aplicação da pena *Corresponde a TEORIA FINALISTA que teve origem com Hans Weltel *O inimputável não comete crime, mas pode receber Medida de Segurança. Corrente Minoritária (Só o Damásio) – TEORIA BIPARTITE: → Fato típico → Antijurídico Observações: *A culpabilidade é pressuposto de aplicação da pena. *O inimputável comete crime, mas não tem culpabilidade, não tendo pena e sim Medida de Segurança. Importante: O inimputável é absolvido nas duas correntes, aplicando não pena, mas, Medida de Segurança. Profa. Mônica Berrondo 15 Direito Penal Apostila Complementar Elementos Fato Típico: a) Conduta b) Resultado c) Nexo Causal d) Tipicidade – adequação do fato ao tipo penal. IMPORTANTE!!! CONDUTA, RESULTADO E NEXO CAUSAL É FATO MATERIAL QUE DEVE AMOLDAR-SE A UM TIPO PENAL (TIPICIDADE). Conduta: Ação ou omissão. Toda ação ou omissão dolosa ou culposa, consciente e voluntária, dirigida a uma finalidade que produz, ou tenta produzir um resultado previsto na Lei Penal como crime. - Ação: São observadas três teorias : 1) Teoria Naturalista ou Causal: Valorização do resultado. Não interessa como o réu praticou a conduta e sim se o resultado foi produzido, tendo previsão legal de tal crime. Na culpabilidade é que irá analisar o Dolo e a Culpa. EPOCA DA RESPONSABILIDADE OBJETIVA DO DIREITO PENAL – SECÚLO XIX 2) Teoria Finalista Valoriza a conduta, se foi dolosa ou culposa.. É a conduta Dolosa ou Culposa dirigida a uma finalidade, típica ou não. Adotada pelo Código penal no Art. 18, II. 3) Teoria Social da Ação Valorização do resultado. Observa o princípio da adequação social. É a conduta dolosa ou culposa, valorizando o resultado, que previsto na lei, devia ser adequado a sociedade. Profa. Mônica Berrondo 16 Direito Penal Apostila Complementar - Omissão: São observadas duas teorias: 1) Teoria Naturalística: Vê a omissão como um fazer, respondendo pelo resultado produzido. 2) Teoria Normativa: A omissão é um não fazer, o que devia e podeia ser feito. Adotada pelo Código penal no Art. 13, § 2°. ⇒ OBSERVAÇÃO: ESPECIES DE OMISSAO, RESULTADO, NEXO CAUSAL E TIPICIDADE SERÃO EXPLICADOS NA PRÓXIMA AULA!!!!! _______________________________________________________________ A Lei penal serva para descrever, não proibir. Quem proíbe é a norma, que está implícita na Lei. LEI PENAL ↓ Conceito Primário – DEFINE CRIME Conceito Secundário – COMINA PENA • Lei incriminadora – Lei que incrimina uma determinada conduta, prevendo abstratamente a pena. Descreve crime e comina pena. É vista na parte especial do Código Penal, com algumas exceções, como os arts. 128, 327, 181, etc. Profa. Mônica Berrondo 17 Direito Penal Apostila Complementar • Lei não incriminadora – Não descreve crime e não comida pena. Em regra estão na parte geral do Código penal, contudo há algumas não incriminadoras na parte especial (arts 128, 327, 181, etc). Entretanto, TODOS os artigos da parte geral tratam-se de normas não incriminadoras, podendo ser: → Permissivas – geram o tipo permissivo. Permitem uma determinada conduta – ART 23 Código Penal. → Finais, Complementares ou Explicativas – Arts 1° a 120 do Código Penal (com exceção do art. 23, que é permissivo).• Norma ou Lei Penal em Branco : O conceito primário não está completo. Norma incompleta, podendo ser completada das seguintes formas (espécies da Norma penal em branco): → Homogênea: Completa a norma penal em branca por outra norma de igual hierarquia, ou seja, completa por LEI. Ex.: Art. 237 CP. → Heterogênea: Quando seu complemento for um ato infralegal, aquele que está abaixo da Lei. Ex.: Art. 12 da Lei 6368. OMISSÃO (continuação) • Teoria Naturalística: Fazer. • Teoria Normativa: Não fazer o que devia ou podia ser feito (Teoria Adotada). Profa. Mônica Berrondo 18 Direito Penal Apostila Complementar → Dever Jurídico : Art. 13 § 2°, Código Penal. Dever Legal (art. 13 § 2 °, alínea a, CP): Omissão é penalmente relevante quando o agente tem por Lei obrigação de cuidado, proteção ou vigilância. Não responde pela omissão, mas, pelo Resultado. (Ex.: Mar, Policial, etc). Dever do Garante (art. 13 § 2°, alínea b, CP): Aquele que, de outra forma, assumiu a responsabilidade de impedir o resultado. Responde pelo Resultado; (ex.: Salva vidas, guias de alpinismo, etc). Dever da Ingerência da Norma (art. 13 § 2°, alínea c, CP): Aquele que com seu comportamento anterior criou risco da ocorrência do resultado. Responde pelo resultado. → Crimes Omissivos : 1) Próprio: Crime de mera conduta na modalidade omissão. Só responde se não fizer e se tiver descrito na Lei penal como crime. Responde apenas pela omissão (art. 135 CP). 2) Impróprio: Também chamado de Impuro, Espúrio, Promiscuo ou Comissivos por omissão. São todos aqueles que estão no CP e que não são crimes omissivos próprios. A pessoa tinha o dever legal de fazer, respondendo pelo resultado produzido. Aquele que tinha dever de garante, com contrato ou não, responde pelo resultado. Se tinha o dever jurídico (art. 13 § 2°) responde pelo resultado. RESULTADO • Teorias: 1) Naturalística (ADOTADA PELO CP): Resultado é a modificação do mundo exterior provocada pela conduta. Profa. Mônica Berrondo 19 Direito Penal Apostila Complementar Há crimes sem resultado 2) Normativa ou Jurídica: Resultado é a lesão ou ameaça de lesão a um bem jurídico. Não há crimes sem resultado, Crime de mera conduta: • Se consuma com a mera conduta, ou seja, consuma-se independente de resultado. • Admite tentativa • O resultado não é previsto nem exigido. • Ex.: Violação de domicilio. Crime Formal: • Se consuma com a execução. • O resultado é previsto, mas não é exigido. • Ex.: Calúnia (imputa-se crime falso a outrem, consumando-se quando chega a conhecimento de terceiro, ofende a honra objetiva da pessoa – Crime Unissubsistente). Difamação (imputa-se fato verdadeiro, ou não, que ofenda a honra objetiva da pessoa. Consuma-se quando chega a conhecimento de terceiros – Crime Unissubsistente). Injuria (Ofende a honra subjetiva da pessoa, consumando-se quando o próprio ofendido toma conhecimento do fato – Crime Unissubsistente). Extorsão Mediante Seqüestro (consuma-se com o simples seqüestro). • Obs.: Crimes Unissubsistente admitem tentativa apenas na sua forma escrita. Crime Material: • A lei prevê e exige a produção de resultado. • SEMPRE vai haver resultado. • Se consuma com o resultado. • Ex.: Homicídio, roubo, furto, estelionado, etc. • Admite tentativa. Inter Criminis: Profa. Mônica Berrondo 20 Direito Penal Apostila Complementar • Cogitação: Pensar, prever, imaginar (fase interna do inter criminis). Não é punível. • Preparação: Se associar, ficar de tocais, etc. Não é punível, salvo nos casos de Quadrilha ou Bando, porque esta preparação o legislador preveu como execução. • Execução: Crimes formais e de mera conduta se consumam na execução. É quando começa a executar de fato o crime, quando se faz o núcleo do tipo (teoria formal). Se o crime parar por aqui, por circunstancias alheias a vontade do agente ativo, é tentativa. • Consumação: Completa-se todas as fases. Crimes materiais se consumam de fato na consumação (exige o resultado). Obs.: O EXAURIMENTO não faz parte do inter criminis. NEXO CAUSAL • É o elo de ligação entre conduta e resultado. • Também chamado de linha de desdobramento causal. • Considerado o 3° elemento do Fato Típico. Superveniência Causal: *Teoria da Equivalência dos Antecedentes ou Teoria da “conditio sine qua non”: • Causa é tudo aquilo que contribui para a produção do resultado, ainda que minimamente. • Critério de eliminação hipotética – verifica-se se tirando uma das condutas, o resultado ocorreria de outra maneira. • Nexo normativo: Só vai responder pelo crime as pessoas que agirem com Dolo ou Culpa (ex.: os pais do criminoso, a industria que produz a arma, etc – não tem dolo ou culpa na conduta do agente do delito), “brecando” o regresso ad infinitum. Profa. Mônica Berrondo 21 Direito Penal Apostila Complementar *Causas: tudo aquilo que atua na conduta e interfere no nexo causal. • Causas Dependentes : Origina-se da conduta e está dentro da linha de desdobramento causal. Não rompe o nexo causal. Há uma seqüência lógica, onde uma causa anterior é sucedida pela posterior e assim sucessivamente, chegando ao resultado. Ex.: Vítima que levou tiro e faz cirurgia em conseqüência disso. Se houver complicação na cirurgia (infecção, morte por anestesia, erro médico, etc), o criminoso responde pelo resultado final. • Causas Independentes : Estão fora do nexo causal e que produzem por si só o resultado.Se consuma com a mera conduta, ou seja, consuma-se independente de resultado. Podem ser: 1) Causas Absolutamente Independentes: O nexo causal é rompido, segundo Fernando Capez (para o Damásio não há nexo causal). As causas não se originam da conduta e estão fora do nexo causal. Podem ser: Preexistentes: Há uma causa anterior que não se origina da conduta do criminoso e que por si só produz o resultado. Responde o criminoso pelos atos até então praticados. Concomitantes: Há uma conduta concomitante que, por si só produz resultados, independente da conduta do criminoso, respondendo pelos atos até então praticados. Supervenientes: Há uma conduta posterior à conduta do criminoso, que por si só produz Profa. Mônica Berrondo 22 Direito Penal Apostila Complementar resultados. O criminoso responde pelos atos até então praticados. 2) Causas Relativamente Independentes: Se não fosse por elas o resultado não terria ocorrido como ocorreu. Originam-se da conduta do agente. Podem ser: A) Preexistentes: Ocorre, na hemofilia e na diabetes. São causas preexistentes que estão fora do nexo causal, mas se originam da conduta do agente. O Criminoso dá causa do resultado, respondendo por este. B) Concomitantes: Ocorre, por exemplo quando um bandido aponta uma arma para uma vítima e esta morre de infarte. O criminoso dá causa ao resultado e responde por este. C) Supervenientes (art. 13 § 1° CP): Quando houver e ela produzir o resultado por si só, não responde o criminoso pelo resultado e sim pelos atos até então praticados. Ocorre por exemplo: A atirou em B. B é socorrido por uma ambulância que, a caminho do hospital capota e B morre. Nesse caso rompe-se o nexo causal e a pessoa (A) responderá por tentativa ou pelos atos praticados até então. FATO TÍPICO (continuação) • Tipicidade: Enquadramento de uma conduta praticada no mundo real, descrita no ordenamento jurídico penal (no tipo penal). Profa. Mônica Berrondo 23 Direito Penal Apostila Complementar ESPÉCIESDE TIPO Permitidos ou justificadores: Permitem ou justificam uma conduta antes incriminada (art. 23, 24 e 25, Código penal). Incriminadores: Incrimina uma determinada conduta, descreve o crime e comina uma sanção penal. FASES DA TIPICIDADE A) Fase de Independência do tipo (Ernest Beling): O tipo penal é completamente desvinculado da ilicitude, tendo mera função descritiva. Bastou que um tipo seja praticado para que se configure a ilicitude. B) Fase do Caráter Indiciário da Ilicitude (Mayer): O tipo penal é ilícito, em princípio, salvo se foi praticado como causa de excludente de ilicitude (art. 23 CP). É a teoria adotada pelo Código Penal Brasileiro. C) Fase do tipo penal como essência da ilicitude (Mezgir e Saver): Tudo está dentro do tipo penal, inclusive os tipos permissivos. Tipo total do injusto. ADEQUAÇÃO TÍPICA Adequar o fato ao tipo penal A) De Subordinação Imediata: Se adequa uma conduta imediatamente a um modelo descritivo no tipo penal. Profa. Mônica Berrondo 24 Direito Penal Apostila Complementar B) De Subordinação Mediata: Ocorre nos casos de tentativa e de participação (art. 14, II e 29, respectivamente, do CP). -A natureza jurídica da tentativa é uma norma de extensão ou ampliação temporal. - A natureza jurídica da participação é de uma norma de extensão ou ampliação pessoal. Extensão ou ampliação espacial. TIPOS PENAIS A) Normal: Só tem elementos objetivos. Ex.: art. 121 CP. B) Anormal: Além dos elementos objetivos, tem elementos normativos e/ou subjetivos. Ex.: Calunia. C) Congruentes: Criação do STJ (Ex.: Art. 12 da Lei 6368). Tem elementos objetivos e/ou normativos. D) Incongruentes: Criação do STJ. (Ex.: Art. 16 da Lei 6368). Tem elemento subjetivo, podendo ter elemento normativo também. Apenas ter o elemento subjetivo já caracteriza o tipo como incongruente. E) Fundamental ou básico: Aquele que está no caput dos artigos. F) Derivados: Derivam do tipo fundamental. Estão nos parágrafos dos artigos. ERRO DE TIPO ⇒ Erra-se sobre a realidade. • A pessoa não quer praticar o crime, mas pratica. É diferente do delito putativo, pois neste a pessoa quer, mas não consegue cometer o crime. Profa. Mônica Berrondo 25 Direito Penal Apostila Complementar • Elementar: Tudo aquilo que se retirar-se do tipo penal, esse tipo desaparece (atipicidade absoluta) ou, se transforma em outro (atipicidade relativa). Encontra-se no Caput dos artigos – Fundamental. A elementar se comunica se for objetiva ou subjetiva, desde que se tenha conhecimento. (art. 30 CP). • Circunstâncias: Tudo o que está ao redor do crime se retira do tipo penal ele permanece o mesmo – está nos parágrafos e é derivado. A circunstância só vai se comunicar se for objetiva. • Incidem sobre: 1) Situação de fato 2) Relação Jurídica: A) Elementar de um tipo incriminador: Erro Essencial. Ex.: pegar a carteira de outrem imaginando ser sua. O dolo é excluído. B) Elementar de um tipo permissivo: Erro Essencial. Ex.: Legitima Defesa – O dolo é excluído. C) Circunstâncias de um tipo incriminador: Erro Essencial. Ex.: Ter a intenção de furtar um rolex, achar que o furtou, mas, na verdade, era um relógio falsificado de 10 reais. Exclui a própria circunstancia e o dolo permanece. D) Dados secundários da figura típica: Erro Acidental. • Obs.: Descriminante Putativa Por erro de tipo – visão errônea da realidade. Podendo ser: erro de tipo indireto ou erro de tipo incidente sobre um tipo permissivo. Profa. Mônica Berrondo 26 Direito Penal Apostila Complementar ERRO ESSENCIAL ⇒ Todo erro essencial exclui o dolo incidente sobre elementar. ⇒ Se for incidente sobre circunstâncias de um tipo incriminador o dolo permanece, excluindo a própria circunstância. ⇒ Podem ser: Invencível / Escusável / Perdoável / Inevitável / Desculpável: Qualquer pessoa na mesma situação cometeria o mesmo erro. Exclui a culpa. Vencível / Inescusável / Imperdoável / Evitável / Indesculpável: Poderia ser evitado com alguma prudência do agente que responderá pela culpa se prevista a modalidade como crime culposo (excepcionalidade do crime culposos). Se não houver previsão de crime culposo não responderá por nada. Ex.: Legitima defesa putativa = homicídio culposo. ERRO ACIDENTAL ⇒ Incide sobre dados secundários da figura típica. ⇒ Jamais vai beneficiar o agente. ⇒ Não exclui o dolo nem a culpa. ⇒ O erro acidental é erro penalmente irrelevante. Profa. Mônica Berrondo 27 Direito Penal Apostila Complementar ⇒ Podem ser: 1) Erro sobre o Objeto: Erro sobre a coisa onde recai a conduta. Não exclui o dolo e, muito menos, a culpa. 2) Erro Sobre a Pessoa: Ocorre quando se confunde a pessoa a ser atingida. Art. 20 § 3°, CP – Responde pelo resultado produzido na vítima real, com as características da vitima virtual. 3) Erro na Execução (ABERRATIO ICTUS): Trata-se de delito aberrante. Quando se erra, se erra só por culpa. -Art. 73 CP. -Não há confusão mental sobre a pessoa que se quer atingir, mas, por erro na execução, atinge-se outrem. - Pode ser de resultado único ou de unidade simples – responde pelo resultado produzido na vítima efetiva, com as características da vítima real. - Pode ainda ser de resultado duplo ou de unidade complexa – responde na forma do art. 70 do CP (concurso formal). Dolo em relação a um resultado e culpa em relação aos outros. 4) Resultado Diverso do Pretendido (ABERRATIO CRIMINIS – DELICTI”: trata-se de delito aberrante. Muda-se o bem jurídico por acidente ou erro na execução do crime. - Art. 74 CP. - Responde por culpa se houver previsão do crime como modalidade culposa se o resultado consumado foi só diverso do pretendido – Resultado único – Unidade Simples – Art. 74, primeira parte, CP. - Se ocorre os dois resultados, responde por na forma de concurso formal (art. 70 CP) – Resultado Duplo, Unidade complexa – Art. 74, segunda parte, CP. 5) Dolo Geral, Erro Sucessivo, Erro sobre o Nexo Causal ou “ABERRATIO CAUSAE”: Trata-se de delito aberrante. É uma espécie de dolo. Profa. Mônica Berrondo 28 Direito Penal Apostila Complementar - Ocorre quando o agente, na suposição de já ter consumado o crime, realiza nova conduta, pensando trata-se de mero exaurimento, atingindo, nesse momento, a consumação real. - Responde pelo dolo, que é geral e atinge toda a conduta, com a intenção virtual do agente. - Ex.: A deu um tiro em B. A jogou B no mar, achando que este estava morto. B morreu apenas ao ser jogado no mar, por afogamento. A responde por homicídio doloso, sem qualificadora de afogamento. ⇒ Observações de Aula: 1) Qualificadora = da nova dosimetria a pena do Caput. 2) Causa de Aumento de pena = Aumenta-se a pena do caput, mojora-se a pena. 3) Privilegio = Causa de diminuição de pena – aplicado na 3ª fase da dosimetria da pena. DOLO EVENTUAL = FODA-SE!!!!!!! CULPA CONSCIENTE = IHHHH... FUDEU!!!!!! • Analogia: Aplicação da Lei de um fato regulado por esta a um outro fato sem regulamentação em Lei. Só cabe em beneficio do réu. Não cabe em norma incriminadora. Ex.: Art. 128 do Código Penal – permissão de aborto realizado por médico em caso de aborto – analogicamente poderá realizar aborto em caso de atentado violento ao pudor. Profa. Mônica Berrondo 29 Direito Penal Apostila Complementar • Interpretação Analógica: Não tem nada haver com beneficio ao réu. É mais vista nas normas incriminadoras – Seqüência casuística e uma norma genérica, a qual será interpretada analogicamentecomo a seqüência casuística. DOLO • Elementos: Dolo é um elemento psicológico da conduta. 1. Consciência 2. Vontade Obs.: Consciência + vontade = Dolo natural • Espécies: 1. Natural: Teoria finalista – tem elemento de consciência e vontade. É a teoria utilizada pelo nosso ordenamento. 2. Normativo: Teoria naturalista ou causal. Além da consciência e vontade, o agente tem a consciência da ilicitude. 3. Direto ou Determinado: Vontade de realizar a conduta e produzir o resultado. 4. Indireto ou Indeterminado: O agente não quer o resultado. Levam a pessoa ao Júri Popular. Poder ser Alternativo (quando o agente quer o resultado) ou Eventual (quando o agente assume o risco do resultado “FODA-SE”). 5. De dano: Quando o agente tem vontade de realizar lesão ao bem jurídico. 6. De perigo: Quando o agente tem vontade de realizar perigo de dano. Profa. Mônica Berrondo 30 Direito Penal Apostila Complementar 7. Genérico: Quando o agente tem vontade de realizar a conduta sem um resultado especial. 8. Especifico: Quando o agente tem finalidade especial. Se alcançart a finalidade há mero exaurimento do crime. Ocorre nos crimes formais. 9. Dolo Geral – Erro Sucessivo – Erro sobre o nexo causal – Aberratio causae: O agente dá um tiro na vítima e a joga no mar, pensando estar realizando uma ocultação de cadáver, mas, na verdade, a vítima morre por afogamento. O Dolo é igual, responde por homicídio doloso, sua intenção era de matar, contudo, sem a qualificadora do afogamento. Obs: *Erro essencial exclui o dolo – beneficia o agente. *Erro acidental não beneficia em nada o agente. Não há exclusão do dolo. *Erro de tipo – exclui o crime, pois exclui o dolo. • Teorias 1) Da Vontade: Dolo é a vontade de realizar a conduta e de produzir o resultado. É adotada para o dolo direto. 2) Da Representação: Dolo é a vontade de realizar a conduta, prevendo o resultado sem, contudo, desejá-lo. Não é utilizada em nenhuma espécie de dolo, pois, define, na verdade, a culpa consciente. 3) Do Assentimento ou Consentimento: Dolo é o consentimento, a previsão do resultado com a aceitação de seus riscos. Adotada no dolo eventual. CULPA É o elemento normativo da conduta. Profa. Mônica Berrondo 31 Direito Penal Apostila Complementar • Tipo Aberto: Não há como o legislador prever todas as hipóteses de culpa. Há muitas formas de se praticar um crime culposo. É, pois, um tipo excepcional. • Elementos do Crime Culposo Conduta: A conduta é voluntária e o resultado é involuntário. Resultado: É involuntário. Nexo: Há de ter nexo entre a conduta e o resultado. Tipicidade: Tem que ser previsto em lei a forma culposa do crime. Previsibilidade Objetiva: Possibilidade de qualquer pessoa dotada de prudência mediana de prever o resultado. OBS.: A previsibilidade subjetiva não é elemento do crime culposo. Ausência de Previsão: Há de ter a ausência de previsão, pois, se você prevê o resultado há o dolo. Não é elemento da culpa consciente. Quebra do dever de cuidado: Pode ocorrer através de: G1) Imprudência: Culpa de quem age. Ocorrer concomitantemente com a conduta. G2) Negligência: Culpa de quem não faz. Vem antes da conduta. G3) Imperícia: Imprudência de quem exerce (no momento que exerce) atividade ou profissão – Inaptidão profissional. OBS.: Imperícia ≠ Erro médico: Imperícia ocorre por qualquer pessoa perita que quebre o dever de cuidado. Erro médico é uma conclusão errada do diagnostico, pode derivar também de negligência ou imprudência. Profa. Mônica Berrondo 32 Direito Penal Apostila Complementar • Espécies de Culpa: 1. Inconsciente: Culpa sem previsão. 2. Consciente ou com previsão: Culpa onde a pessoa prevê, mas acredita, levianamente que op resultado não vai acontecer (Ih.. Fudeu!). 3. Imprópria (Culpa por extensão, por equiparação ou por assimilação): É aquela em que o agente, por erro de tipo inescusável, supõe estar diante de uma causa de justificação que lhe permita praticar, licitamente, um fato típico. Incide sobre elementar do tipo permissivo, excluindo o dolo – descriminante putativa por erro de tipo. Se o erro for escusável não responde por nada. Se o erro for inescusável responde por culpa imprópria. 4. Mediata ou Indireta: Ocorre quando o agente produz indiretamente um resultado a título de culpa. • Compensação de Culpas: Não existe no Direito Penal. A culpa da vítima não compensa a culpa do réu. • Concorrência de Culpas: É o que ocorre no Direito Penal. No caso de o réu e a vítima terem culpa em determinado delito, a culpa de ambos concorrem, sendo que, a culpa do réu vai ser amenizada pela culpa da vitima, no momento da sua dosimetria de pena. • Excepcionalidade do crime culposo: Só há responsabilidade por crime culposo se prevista a modalidade culposa. Profa. Mônica Berrondo 33 Direito Penal Apostila Complementar CRIME PRETERDOLOSO • É o crime que vai além do dolo, é uma espécie de crime qualificado pelo resultado, que pode ser: *Culpa + Culpa *Dolo + Dolo *Culpa + Dolo *Dolo + Culpa • O Dolo + a Culpa caracteriza o crime preterdoloso (ex.: Lesão Corporal Seguida de morte). • No Crime Preterdoloso não é possível a tentativa. • A questão do Latrocínio: → Toda vez que o latrocínio for tentado não é crime preterdoloso, pois este não admite a forma tentada. → Quando a morte consumada for por CULPA é preterdolo, descaracterizando o latrocínio, sendo, então, roubo + homicídio culposo. → Só há latrocínio tentado quando a morte for dolosa, se não for, será Roubo seguido de lesão corporal. Obs: Homicídio consumado + Subtração consumada = Latrocínio Consumado Homicídio consumado + subtração tentada = Latrocínio Consumado Homicídio tentado + subtração tentada = latrocínio tentado Homicídio tentado + Subtração consumada = homicídio tentado + roubo. Profa. Mônica Berrondo 34 Direito Penal Apostila Complementar CRIME CONSUMADO Art. 14, I, Código Penal • Consumação nas várias espécies de crimes: 1) Material: Resultado naturalístico. 2) Culposo: Resultado Involuntário. 3) De Mera Conduta: Com a ação ou omissão. 4) Formal: Com a conduta. 5) Permanente: Consumação se posterga no tempo. 6) Omissivo Próprio: No momento da omissão. 7) Omissivo Impróprio: Resultado naturalístico. 8) Preterdoloso: Com o resultado do agravador. 9) Habitual: Com a pratica reiterada dos atos. 10) Continuado: com o resultado de cada ato individual do crime continuado, observando as peculiaridades de cada um. • Inter Criminis: → Cogitação: Nada é punível. → Preparação: Começa a preparar para executar o crime, em regra não é punível, mas há exceções, como ocorre no caso de formação de quadrilha, por exemplo. → Execução: Quando o bem jurídico é atacado. Há duas teorias para a execução, quais sejam: A) Teoria Objetivo formal: é execução quando se pratica o núcleo do tipo. B) Teoria Objetivo Individual: Adotada pelos Tribunais Superiores. Não se pune só quem pratica o núcleo do tipo, mas também os atos imediatamente anteriores à prática do verbo do tipo. → Consumação: Neste momento acaba o inter criminis. Profa. Mônica Berrondo 35 Direito Penal Apostila Complementar CRIME TENTADO TENTATIVA OU “ CONATUS” Art. 14, II, Código Penal -Conceito: É a execução iniciada de um crime que não se consuma por circunstâncias alheias a vontade do agente. -Espécies: a) Perfeita ou Crime Falho: O agente executa tudo o que poria, mas o crime não se consuma, por circunstâncias alheias a sua vontade. b) Imperfeita: O agentenão executa tudo que podia. Ele para no meio da execução por circunstancias alheias a sua vontade. c) Branca ou Incruenta: Aquela onde o bem jurídico não é atingido. d) Cruenta: Aquela onde o bem jurídico é atingido. -Infrações que não admitem tentativa: Culposas (O Capez admite tentativa na culpa imprópria). Preterdolosas. Contravenções Penais (art. 4° da Lei de contravenções penais). Omissivos Próprios. Crimes Unissubsistente. Crimes Habituais. Crime que a Lei só pune se ocorrer o resultado – art. 122 CP – único crime meterial que não admite tentativa. Delito de Atentado – a lei pune a tentativa com a mesma pena do crime consumado (ex.: art. 352, CP). -Pena do Crime Tentado: ⇒ Pena do crime consumado diminuída de 1/3 a 2/3, de acordo com a teoria objetiva, pois, objetivamente causou um mau menor. ⇒ Quanto mais distante se ficou da consumação, maior a diminuição da pena. Profa. Mônica Berrondo 36 Direito Penal Apostila Complementar OBS.:A teoria subjetiva não é adotada e diz que a pena do crime tentado deve ser igual a do crime consumado, pois, o que vale é a intenção do agente. -Natureza Jurídica da Tentativa: Norma de extensão ou ampliação temporal. Alcança-se a conduta no tempo – se pune o agente momento antes da consumação. DESISTÊNCIA VOLUNTÁRIA E ARREPENDIMENTO EFICAZ ART. 15 – CÓDIGO PENAL ⇒ São espécies do gênero tentativa abandonada ou qualificada. ⇒ O agente abandona a consumação do crime por vontade própria. ⇒ São causas de atipicidade da conduta em relação ao crime que o agente queria, a princípio, praticar. ⇒ Responde, o agente, pelos atos até então praticados. o Desistência Voluntária: O agente interrompe voluntariamente a execução do crime, impedindo a sua consumação. Pode ser ato ou conselho de terceiro, ou seja, não precisa ser espontânea a desistência do agente, apenas voluntária. o Arrependimento Eficaz: O agente, após encerrar a execução, impede a consumação. Se o arrependimento for ineficaz, o agente responde. OBS.: A desistência voluntária está para a tentativa perfeita, assim como o arrependimento eficaz está para a tentativa imperfeita. ARREPENDIMENTO POSTERIOR ART. 16 – CÓDIGO PENAL Profa. Mônica Berrondo 37 Direito Penal Apostila Complementar Sua natureza Jurídica é de uma causa de diminuição de pena, de 1/3 a 2/3. Ocorre nos crimes sem violência ou grave ameaça a pessoa. Ocorre por ato voluntário do agente (pode ser por ato ou conselho de terceiro, não precisa ser ato espontâneo do agente, apenas voluntário). Ocorre quando o agente restitui a coisa ou ressarcir o dano integralmente. Cabe até o recebimento da denúncia. Se for após o recebimento da denúncia, descaracteriza o arrependimento posterior, configurando-se, então, atenuante genérica, a ser observada pelo magistrado na dosimetria da pena (art. 65, III, “b”, CP). CRIME IMPOSSIVEL ART. 17 CP • Natureza Jurídica: Causa de atipicidade da conduta. • Hipóteses: 10. Ineficácia Absoluta do Meio. 11. Impropriedade Absoluta do Meio. 12. Delito Putativo por Obra do Agente Provocador: Trata-se de criação jurisprudencial – Súmula 145 do STF. Delito de ensaio, experiência ou crime de flagrante preparado. Profa. Mônica Berrondo 38 Direito Penal Apostila Complementar Obs.: Em crime impossível não há fato típico. • Teorias 4) Sintomática: Mesmo no crime impossível o agente deve ser punido, pois, demonstrou periculosidade. Esta teoria não é adotada. 5) Subjetiva: Deve ser punida, pois, demonstrou vontade de delinqüir. Esta teoria não é adotada. 6) Objetiva: O agente não deve ser punido, pois, objetivamente, não houve perigo para a coletividade – É a teoria adotada, na sua forma temperada. a. Pura: É sempre crime impossível, quer pela ineficácia do meio ou pela impropriedade do meio, sejam absolutas ou relativas. b. Temperada: Só é crime impossível se a ineficácia ou impropriedade do meio forem absolutas. É a teoria adotada. ILICITUDE ART. 23 CP É a contradição entre a conduta e o ordenamento jurídico. Justificativas justificantes ou causa justificante. Não há crime. ESTADO DE NECESSIDADE – ART. 24 CP : Causa excludente da ilicitude da conduta de quem não tendo o dever de enfrentar o perigo atual, o qual não provocou por sua vontade, sacrifica um bem jurídico para salvar outro, próprio ou alheio, cuja perda não era razoável exigir-se. • Teorias: Profa. Mônica Berrondo 39 Direito Penal Apostila Complementar A) Unitária: É sempre causa excludente da ilicitude, seja o bem jurídico sacrificado menor, igual ou de maior valor que o bem jurídico salvo. B) Diferenciadora ou da Diferenciação: Se o bem destruído for de menor valor, o estado de necessidade é causa excludente da ilicitude, mas, se o bem sacrificado for de valor igual ou maior, o estado de necessidade exclui a culpabilidade. Pode ser justificante ou exculpante. • Requisitos: 1) Situação de Perigo: A) Perigo Atual: O dano pode ser iminente, o perigo é atual. O perigo deve ser sempre atual. A Lei não se refere ao perigo iminente. B) Perigo deve ameaçar direito próprio ou alheio. C) Perigo não causado voluntariamente pelo agente: O “voluntariamente” é indicativo de dolo. Por culpa, o agente pode alegar estado de necessidade e não Legitima Defesa. Somente a pessoa que causou o dolosamente o perigo não pode alegar o estado de necessidade. D) Inexistência do dever legal de enfrentar o perigo: Há exceção é quando for impossível o salvamento ou o risco for inútil. 2) Conduta Lesiva: A) Inexistência do comportamento: Estado de necessidade deve ser usado como ultima racio, ou seja, ultima instância. Deve-se, antes do sacrifício de qualquer bem jurídico tentar salvar tanto o bem jurídico prestes a ser sacrificado, quanto o bem jurídico prestes a ser salvo. B) Razoabilidade do Sacrifício: Deve-se sacrificar um bem menor e salvar um bem maior. Profa. Mônica Berrondo 40 Direito Penal Apostila Complementar C) Conhecimento da situação justificante: É elemento subjetivo. É o dolo do Estado de necessidade. O agente deve ter conhecimento de que se encontra em estado de necessidade. LEGITIMA DEFESA – ART. 25 CP – “Commodus Dicessus” – Saída mais cômoda: A legitima defesa pode ocorrer na agressão de qualquer bem jurídico, inclusive legitima defesa da honra. É a causa excludente da ilicitude de quem repele: a. Agressão Injusta: agressão contrária ao direito. b. Atual ou Iminente: Se for passada caracteriza vingança. Se for futura pode-se chamar a autoridade policial. c. A direito próprio ou alheio. d. Repulsa com os meios necessários. e. Uso moderado de tais meios. f. Conhecimento da situação. i. Excesso: - Segundo Capez: 1) Doloso ou intencional 2) Culposo 3) Excludente - Segundo Damásio: 1) Doloso 2) Por um erro de tipo essencial: a. Excusável: O agente não responde por nada – exculpante. Profa. Mônica Berrondo 41 Direito Penal Apostila Complementar b. Excesso Culpável: Responde por culpa Hipóteses que cabem a Legitima Defesa: → Legítima Defesa X Agressão de Inimputável: Cabe legitima defesa no caso de agressão de inimputável ou qualquer pessoa acobertada de excludente de culpabilidade, pois, a agressão é observada de uma forma objetiva. → Legítima Defesa Real X Legítima Defesa Putativa → Legítima Defesa Putativa X Legítima Defesa Putativa → Legítima Defesa Real X Legítima Defesa Subjetiva (excesso por erro de tipo escusável): Dentro do excesso de um, outro poderá utilizar-se da legitima defesa. → LegítimaDefesa Putativa X Legítima Defesa Real: Só é possível na legitima defesa de terceiros. ESTRITO CUMPRIMENTO DO DEVER LEGAL – ART. 26 CP: → É uma causa excludente da ilicitude que consiste em uma ação praticada em cumprimento de um dever imposto por Lei penal ou extrapenal, mesmo que cause lesão a um bem de terceiro. → É dirigida agentes públicos e particulares em função pública. → Ex.: -Execução do condenado pelo carrasco. -Flagrante compulsório Profa. Mônica Berrondo 42 Direito Penal Apostila Complementar EXERCÍCIO REGULAR DO REITO – ART. 27 CP: → É realizado pelo particular. → Causa excludente da ilicitude que consiste no desempenho de uma atividade ou na prática de uma conduta autorizada por Lei. → Ex.: -Intervenções médicas e cirúrgicas -Violência desportiva -Ofendículos ou ofensáculos – aparatos facilmente perceptíveis que servem para defender a propriedade como cercas elétricas, lanças e caco de vidros em muros. -Defesa Mecânica – por ser oculta facilmente configura excesso. OBSERVAÇÕES: *Tanto no Estrito Cumprimento do Dever Legal, quando no Exercício Regular de direito, é necessário o conhecimento de sua causa. *O excesso se observa em qualquer tipo de excludente da ilicitude. CULPABILIDADE • É o juízo de reprovabilidade e censurabilidade exercido sobre alguém que praticou um fato típico e ilícito. • O inimputável, semi imputável ou qualquer pessoa com respaldo da excludente da culpabilidade tem periculosidade, aplicando-se a essas pessoas não uma pena, mas medida de segurança. Profa. Mônica Berrondo 43 Direito Penal Apostila Complementar • Teorias: 1) Psicológica da Culpabilidade: Contemporânea da teoria naturalista ou causal da ação. Nesta teoria os elementos da culpabilidade eram a imputabilidade + o dolo (normativo) + culpa. 2) Psicológico-normativa ou normativa: Os elementos da culpabilidade nesta teoria eram a imputabilidade = o dolo (normativo) + a culpa + a exigibilidade de conduta diversa. Também é contemporânea da teoria naturalista ou causal da ação. 3) Normativa Pura: Ligada a teoria finalista da ação. Os elementos da culpabilidade exigidos são: a Imputabilidade = Exigibilidade de conduta Diversa + potencial consciência da ilicitude. É a teoria adotada em nosso ordenamento, em sua forma limitada. *Desdobramentos da Teoria Normativa Pura: a. Estrita ou Extrema: Toda descriminante putativa, seja sobre os limites autorizadores da norma, seja sobre uma situação de fato, é sempre erro de proibição, ou seja, não há descriminante putativa sobre erro de tipo. b. Limitada: É adotada pelo nosso ordenamento. Existe descriminante putativa por erro de tipo (erro sobre uma situação de fato) ou descriminante putativa por erro de proibição (quando incidir sobre os limites autorizadores da norma) • Elementos : ⇒ Imputabilidade. ⇒ Potencial Consciência da Ilicitude. Profa. Mônica Berrondo 44 Direito Penal Apostila Complementar ⇒ Exigibilidade de Conduta Diversa. CULPABILIDADE • Se exclui algum elemento da culpabilidade, exclui-se a própria culpabilidade. • O inumputavel recebe sentença absolutória imprópria, aplicando- se Medida de Segurança. • No caso de sobrevir doença mental no decorrer do cumprimento da pena, transfere-se o preso ao hospital de custódia para tratamento adequado e, constatando que tal doença tem caráter duradouro deve-se converter a pena para Medida de Segurança – Incidente de Conversão, estabelecido pela LEP. • O STF entendeu que o prazo Maximo de internação é de 30 anos. IMPUTABILIDADE – CAUSAS DE EXCLUSÃO (DIRIMENTES) – 1° ELEMENTO DA CULPABILIDADE • É a capacidade de entender e de querer – art. 26 CP. • Art. 26, parágrafos do CP = semi-imputabilidade. • É causa de exclusão da culpabilidade. São exculpante. 13. Doença Mental: Qualquer perturbação mental ou psíquica capaz de retirar a capacidade de entender e de querer. A dependência toxicológica é classificada como doença mental, sendo que, só a embriaguez patológica é considerada doença mental. 14. Desenvolvimento Mental Incompleto: A idade mental é incompatível com a cronológica. São os olifgrofênicos (Débeis Mentais; Imbecis e Idiotas). Profa. Mônica Berrondo 45 Direito Penal Apostila Complementar 15. Embriaguez Completa Acidental – proveniente de caso fortuito ou força maior: Verifica-se o que o réu fez antes da ação ou omissão. É um estado de intoxicação aguda e transitória, causada pelo álcool ou sustâncias de efeitos análogos. → Espécies de Embriaguez: o Não acidental: Pode ser completa ou incompleta. O agente sempre responde pelo crime ocorrido no Estado de Embriaguez nestes casos. Não exclui a culpabilidade. Te, ligação com a responsabilidade penal objetiva (exceção da teoria naturalista), respondendo pelo crime ainda que não tenha agido com dolo ou culpa. Observa-se o princípios Actio Libero in causam. Pode ser: • Voluntária/ Dolosa: É a vontade de se embriagar. • Culposa: O agente não quer se embriagar, mas, devido ao seu descuido, ou excesso de doses, acaba por se embriagar. o Acidental: Decorrente de caso fortuito ou força maior. Pode ser: • Completa: Retira totalmente a capacidade de entender e de querer. Exclui a imputabilidade, dando-lhe absolvição própria (não tem medida de segurança nesses casos). • Incompleta: Retira parcialmente a capacidade de entender ou de querer. Responde pelo crime com a pena diminuída de 1/3 a 2/3, é, pois, Profa. Mônica Berrondo 46 Direito Penal Apostila Complementar causa de diminuição de pena, sendo sua sentença condenatória. o Patológica: É uma doença mental, são os dependentes químicos, excluindo-se a culpabilidade. Aplica-se absolvição imprópria e, conseqüentemente, Medida de Segurança. o Preordenada: Vontade de se embriagar com a finalidade de cometer o crime (tomar um porre para ficar mais corajoso). Não se aplica a actio libero in causam. Além de não excluir a culpabilidade, é uma agravante genérica, prevista no artigo 61, inciso II, alínea “l” do CP. Aplica-se, pois, sentença condenatória. → Sistema para aferir a inimputabilidade: o Biológico – Causal + Conseqüêncial: Somente interessa saber se o agente é portador de doença mental, desenvolvimento mental incompleto ou retardado. Não interessa se ao tempo da ação ou omissão sabia ou não o que estava fazendo. É usado no Brasil como exceção, apenas nos casos dos menores de 18 anos, os quais serão julgados na Vara da Infância e Juventude. o Psicológico – Cronológico + Conseqüêncial: Não é adotado no direito brasileiro. Não precisa a pessoa ter doença mental, desenvolvimento mental incompleto ou retardado, basta que ao tempo da ação ou omissão perca a capacidade de querer e entender. o Biopsicológico – Causal + Cronológico + Conseqüêncial: É o sistema adotado como regra no direito brasileiro. É uma fusão do sistema psicológico com o biológico. O desenvolvimento mental incompleto ou retardado ou ainda a Profa. Mônica Berrondo 47 Direito Penal Apostila Complementar doença mental, precisa estar presente ao mesmo tempo da ação ou omissão, tornando-se inimputável então e, aplicando- se não uma pena, mas sim, uma medida de segurança. → Emoção e Paixão: o Não são causas excludentes da culpabilidade, pode ser: • Causa de Diminuição de Pena: É possível no homicídio e na lesão corporal praticados sob o domínio de violenta emoção, logo em seguida à injusta provocação da vítima. O homicídio ou a Lesão corporal, nestes casos, tornam-se privilegiados. • Atenuante Genérica (art. 65, III “c”, CP): Usadaem qualquer crime, quando o agente se encontra sob influência de violenta emoção, mediante injusta provocação da vítima. → Semi-imputabilidade: o Perde-se parte da capacidade de entender e de querer. Está prevista no art. 65, em seus parágrafos, do CP. o Também é usado o critério biopsicológico, constatado através de Laudo Médico, ou seja, o juiz sempre vai necessitar de ajuda pericial para decretar a semi- imputabilidade. o O agente poderá ser absolvido impropriamente, aplicando-se medida de segurança ou ser condenado, sendo a semi- imputabilidade usada como causa de diminuição de pena. o A pena a ser aplicada tem que ser diminuída de 1/3 a 2/3. o Aplica-se uma pena ou Medida de Segurança (dependendo de Laudo medico) – Sistema Vicariante. Profa. Mônica Berrondo 48 Direito Penal Apostila Complementar o Pode ser constatada na perturbação da saúde mental, no desenvolvimento mental incompleto ou no desenvolvimento mental retardado. POTENCIAL CONSCIÊNCIA DA ILICITUDE – 2° ELEMENTO DA CULPABILIDADE • É a possibilidade que o agente tem de conhecer a ilicitude no momento da ação ou omissão, devido as suas condições pessoais. • Erro de Proibição: Exclui a potencial consciência da ilicitude, no seu tipo escusável. Há a noção da realidade, incidindo o erro sobre a ilicitude do fato. O dolo permanece intacto. A descriminante putativa do erro de proibição é o próprio erro de proibição – é o erro sobre os limites autorizadores da norma. a) Escusável ou Inevitável: O agente não tinha como conhecer a ilicitude do fato, em faze das circunstâncias do fato concreto, excluindo a potencial consciência da ilicitude e, em conseqüência, excluindo a culpabilidade. b) Inescusável ou Evitável: Embora o agente desconhecesse a ilicitude, tinha condições de saber as circunstâncias que contrariavam o ordenamento jurídico (observa-se o meio social onde o agente vive). Neste caso, a potencial consciência da ilicitude não será excluída, contudo, será causa de diminuição de pena, de 1/6 a 2/3, conforme o artigo 21 do CP. EXIGIBILIDADE DE CONDUTA DIVERSA – 3° ELEMENTO DA CULPABILIDADE Profa. Mônica Berrondo 49 Direito Penal Apostila Complementar • É a expectativa social de um comportamento diferente do que foi adotado pelo agente. • Pode advir de: a) Coação moral irresistível: Exclui a exigibilidade de conduta diversa. Coação moral é o emprego de grave ameaça, excluindo a culpabilidade. OBS.: Se a coação for física exclui a conduta e se for resistível é apenas atenuante genérica (art. 65, III, “c”, 1ª parte, CP). b) Obediência Hierárquica: É a obediência a uma ordem não manifestamente ilegal, de um superior hierárquico, tornando viciada a vontade do subordinado e afastando a exigibilidade de conduta diversa. → Requisitos da Obediência Hierárquica: 1. Um superior; 2. Um Subordinado; 3. Relação de Direito Público. → É uma ordem do superior ao subordinado, sendo ordem ilegal, mas, aparentemente legal. → Se a ordem for legal o subordinado está em estrito cumprimento do dever legal, excluindo-se, pois, a ilicitude. → Se a ordem for manifestamente ou aparentemente ilegal não exclui a culpabilidade. Profa. Mônica Berrondo 50 Direito Penal Apostila Complementar CONCURSO DE PESSOAS Concurso de agente ou co- delinqüência. • Espécies de Crimes: A. Monossubjetivos ou de Concurso Eventual: Crimes que necessitam de apenas uma pessoa para sua prática e, eventualmente podem ser praticados por mais de uma pessoa. B. Plurissubjetivos ou de Concurso Necessário: São aqueles crimes onde há necessidade de mais de um agente para sua prática. Podem ser: 1. De condutas Paralelas: São aqueles onde as condutas auxiliam-se mutuamente, visando a produção de um resultado comum (ex.: Art. 288 CP). 2. De condutas convergentes: As condutas tendem a encontrar-se e deste encontro surge o resultado (ex. art. 240 CP – adultério). 3. De condutas Contrapostas: As condutas são praticadas umas contra as outras (ex.: art. 137 CP – Rixa). Profa. Mônica Berrondo 51 Direito Penal Apostila Complementar CONCURSO DE PESSOAS ( continuação) AUTORIA: 1. Teoria Unitária: Todos são autores, não havendo a figura do partícipe. 2. Teoria Extensiva: Todos são autores, como na teoria unitária, mas, admite-se a existência de causas de diminuição de pena para se estabelecer diferentes graus de autoria. Surge nesta teoria a figura do cúmplice. 3. Teoria Restritiva: É adotada pelo CP (de acordo com a teoria do domínio do fato), pois, diferencia autor de partícipe. ⇒ Critério ou teoria objetivo formal: O autor é quem pratica o núcleo, o verbo do tipo, os autores são participes. O mandante e autor intelectual serão partícipes segundo está teoria. ⇒ Critério ou teoria objetivo material: Só é adotada pelo Capez. Autor não é quem pratica o verbo do tipo, mas é quem dá a contribuição objetiva mais importante. ⇒ Critério ou teoria do domínio do fato: Para essa teoria autor é aquele que detém o controle final do fato. É aquele que domina toda realização delituosa. Mandante e autor intelectual são considerados autores. É adotada pela parte majoritária da doutrina, bem como adotada pelo CP. Profa. Mônica Berrondo 52 Direito Penal Apostila Complementar FORMAS DE CONCURSO DE PESSOAS: 1. Co-Autoria: São as pessoas que realizam a conduta principal. 2. Participação: Aquele que contribui para a realização da conduta principal é partícipe. Pode ser participação moral (induzimento e instigação) ou participação material (auxilio). NATUREZA JURÍDICA DO CONCURSO DE PESSOAS: 1. Teoria Unitária ou monista: É a teoria adotada pelo CP. Todos os que contribuem para o crime cometem e respondem pelo mesmo crime (art. 29, Caput, CP). 2. Teoria Dualista: Há um crime para os co-autores e outro para os partícipes. 3. Teoria Pluralista ou pluralística: Cada um dos participantes responde por delito próprio. → Exceções Pluralística da Teoria Unitária ou Monista: Art. 29 § 2° CP: A pessoa responde pelo crime que queria praticar. No assalto a mão armada a morte é sempre previsível. Arts. 124 e 126 CP. Arts. 235 caput e 235 § 1° CP. Arts. 317 a 333 CP. PATICIPAÇÃO: Profa. Mônica Berrondo 53 Direito Penal Apostila Complementar 1. Natureza Jurídica: É uma norma de extensão ou ampliação pessoal ou espacial. Norma incriminadora + norma de extensão (art. 14, II CP – Tentativa e art. 29 CP – Participação). 2. Acessoriedade: ⇒ Mínima: É partícipe quem colabora para um fato típico. Não é adotada. ⇒ Limitada: É partícipe quem colabora para a realização de um fato típico e ilícito. É adotada pela maioria da doutrina. ⇒ Extremada: É partícipe quem colabora com um fato típico, ilícito e culpável (adotada pelo capez). ⇒ Hiperacessoriedade: É partícipe quem participa em um fato típico, ilícito e culpável, aplicando-se a ele todas as circunstancias atenuantes e agravantes do autor. REQUISITOS DO CONCURSO DE PESSOAS: 1. Pluralidade de Condutas: Precisa de mais de um autor, ou então, um autor e um partícipe. 2. Relevância causal de todas as condutas: Todas as condutas devem contribuir para a produção do resultado. 3. Liame Subjetivo ou concurso de vontades: É a vontade de todos os agentes de produzis o resultado, não significando isto um acordo prévio. É a aderência de uma conduta a outra. Não existe participação dolosa em crime culposo, bem como não há participação culposa em crime doloso. Profa. Mônica Berrondo54 Direito Penal Apostila Complementar 4. Identidade de infração para todos: Todos respondem pelo crime. É adotada a teoria unitária ou monista. PARTICIPAÇÃO EM CRIME CULPOSO: 1. Entendimento Majoritário: Não admite a participação, somente a co-autoria, pois, o tipo culposo é um tipo aberto, sendo assim, não pode haver conduta principal e acessória. 2. Entendimento Minoritário: Admite, alegando que, apesar de ser um tipo aberto, vislumbra-se uma conduta principal e uma conduta acessória. CONCEITOS FINAIS: 1. Autoria Colateral: Ocorre quando mais de um agente realiza a conduta sem que aja liame subjetivo entre eles. O autor que produzir o resultado na vítima responderá por crime consumado, e o outro responderá por crime tentado Profa. Mônica Berrondo 55 Direito Penal Apostila Complementar 2. Autoria Incerta: Ocorre quando na autoria colateral não se sabe quem causou o resultando, respondendo ambos por tentativa. Profa. Mônica Berrondo 56 Direito Penal Apostila Complementar 3. Autoria Desconhecia ou Ignorada: Ocorre quando não se consegue apurar quem foi o causador da conduta. É o caso de balas perdidas. Resulta no arquivamento do Inquérito Policial. 4. Autoria Mediata: Ocorre quando o autor mediato se serve de pessoa sem condições de discernimento para realizar por ele a conduta atípica. A pessoa usada não responde por nada, nem como participe. A pessoa que mandou responderá como autor mediato. O executor não tem culpabilidade. ⇒ OBS.: Art. 30 CP – As circunstâncias pessoais não se comunicam a não ser que tal circunstância seja elementar ao tipo penal. ⇒ Elementar: comunica-se sempre, sendo objetiva ou subjetiva, desde que o agente saiba da sua existência. ⇒ Circunstância: Só se comunica se for objetiva. PENAS Conceito: Pena é a sanção penal imposta pelo Estado em execução de uma sentença ao culpado pela prática de uma infração penal. Teoria das penas: 1. Absoluta ou da retribuição: A finalidade da pena é só punir. Não é adotado pelo CP. 2. Relativa, Finalista, Utilitária ou da Prevenção: A finalidade da pena é a prevenção (geral e especial). Não é adotado pelo CP. Profa. Mônica Berrondo 57 Direito Penal Apostila Complementar 3. Mista, Eclética, Intermediária ou Conciliadora: A função da pena é a prevenção e a punição. É a teoria adotada pelo CP. Penas Privativas de Liberdade: 1. Reclusão: Para o regime fechados com pena superior a 8 anos. Para o regime aberto com pena inferior a 4 anos. Para o regime semi aberto com pena maior que 04 anos e menor ou igual a 8 anos. O regime será necessariamente fechado se o réu for reincidente qualquer que seja a pena, ou ainda se as circunstancias do art. 59 lhe fores desfavoráveis. 2. Detenção: Nos casos de regime semi aberto com pena maior que 04 anos e nos regimes aberto com pena menor ou igual a 4 anos. Se o réu for reincidente ou as circunstancias judiciais do art. 59 lhe forem desfavoráveis terá que cumprir necessariamente a pena em regime semi aberto. Por regressão durante o cumprimento da pena o réu pode ter que cumprir a pena no regime fechado. 3. Prisão Simples (para as contravenções penais). Ocorre nos regimes semi aberto ou aberto. Não há a possibilidade de se cumprir a pena no regime fechado. Regimes Penitenciários: 1. Fechado: O preso o cumpre em estabelecimento de segurança máxima ou média. 2. Semi-Fechado ou Semi-Aberto: O preso o cumpre em colônia agrícola, industrial ou estabelecimento similar. 3. Aberto: Trabalha durante o dia e se recolhe a noite e nos dias de folga na casa do albergado ou estabelecimento similar. Profa. Mônica Berrondo 58 Direito Penal Apostila Complementar 4. Medida de Segurança: É a sanção penal imposta a quem pratica um crime e tenha periculosidade, ou seja, a potencialidade para a prática de ações danosas. • O imputável tem culpabilidade, impondo-lhe a pena através de sentença condenatória. • O inimputável tem periculosidade presumida, aplicando-lhe medida de segurança através de sentença absolutória imprópria. • O semi imputável tem periculosidade real lhe aplicando pena ou medida de segurança de acordo com o sistema vicariante. O art. 26 § único do Co diz que a pena a ser aplicada pode ser diminuída de 1/3 a 2/3. • Espécies de Medida de Segurança: a) Detentiva: É a internação. É obrigatória se o crime for apenado com reclusão. É por tempo indeterminado (O STF diz que o tempo máximo é de 30 anos). O exame de cessação da periculosidade é feito em um prazo de 1 a 3 anos após a internação ou a qualquer tempo a critério do juiz da VEX, sendo os exames subseqüentes feitos anualmente ou a qualquer tempo, a critério do juiz da VEC. b) Restritiva: É o tratamento ambulatorial. É facultativo para os crimes apenados com detenção. Será por tempo indeterminado. O exame de cessação da periculosidade é feito em um prazo de 1 a 3 anos após a internação ou a qualquer tempo a critério do juiz da VEX, sendo os exames subseqüentes feitos anualmente ou a qualquer tempo, a critério do juiz da VEC. A liberação será sempre Profa. Mônica Berrondo 59 Direito Penal Apostila Complementar condicional, podendo retornar ao tratamento se demonstrar periculosidade em 01 ano. OBS.: Desinternação: Será sempre condicional, ou seja, se antes de um ano a pessoa demonstrar periculosidade, voltará à internação. O local de cumprimento do Mandado de Segurança é hospital de custódia ou estabelecimento adequado. O STF admite que, na ausência deste hospital, deve o preso ser internado em hospital psiquiátrico público ou particular. Progressão de Regime: • Consiste em ir de um regime mais grave para um menos grave. • Não existe progressão por salto. • São requisitos o cumprimento de 1/6 da pena; bom comportamento carcerário (o qual será atestado pelo diretor do estabelecimento). Tais requisitos se aplicam em todos os crimes, inclusive os hediondos. Livramento Condicional: • Cumpre-se 2/3 da pena e é liberado. • Nos crimes hediondos sónao poderá haver livramento condicional se for reincidente especifico em crimes hediondos ou assemelhados. Regressão de Regime: • Consiste em ir de um regime mais benéfico para um mais gravoso. Profa. Mônica Berrondo 60 Direito Penal Apostila Complementar • Hipóteses de regressão: prática de crime doloso; prática de falta grave; nova condenação onde o somatório das penas não se adequem ao regime em que se encontra, sendo conseqüência a regressão (art. 111 da LEP); se o condenado frustrar os fins da execução no caso de estar em regime aberto (como ocorre no abandono de emprego). • Poderá haver regressão por salto. Regras do Regime Fechado: 1. Exame Criminológico obrigatório. 2. Trabalho interno: Obrigatório, sob pena de falta grave. É remunerado em ¾ do salário mínimo. O preso provisório e o preso político não estão obrigados. A jornada de trabalho será de 6 à 8 horas diárias. 3. Trabalho externo: É admissível em serviços e obras públicas, tomadas as cautelas conta a fuga e desde que os presos representem 10% dos empregados na obra. Regime Disciplinar Diferenciado – Artigo 52 da LEP. Regras do Regime Semi Aberto: 1. Exame Criminológico facultativo. 2. Trabalho interno: Obrigatório, sob pena de falta grave. É remunerado em ¾ do salário mínimo. O preso provisório e o preso político não estão obrigados. A jornada de trabalho será de 6 à 8 horas diárias. Profa. Mônica Berrondo 61 Direito Penal Apostila Complementar 3. Trabalho externo: É admissível em
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