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OAB-Apostila-Direito-Penal I

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Direito Penal
Apostila Complementar
PRINCÍPIOS DO DIREITO PENAL
• Intervenção mínima: O direito penal só deve elencar como crime os 
bens mais importantes e necessários a vida em sociedade.
• Lesisivade: Limita ainda mais o poder do legislador, dizendo o que 
deve ser tratado como crime, ou seja, apenas as conduta mais lesivas. 
• Adequação Social: Dirigido primordialmente ao legislador, onde este 
deverá, como crime, qualificar apenas aqueles que se adequem com a 
sociedade. 
Obs.: Costume não revoga Lei. Apenas uma nova lei posterior revoga lei 
anterior, nos casos em que a lei anterior não for mais adequada socialmente. 
• Fragmentariedade: Uma vez escolhidos os bens fundamentais, de 
acordo com a intervenção mínima e lesão mínima, somente estes poderão 
ser objetos de punição. 
• Insignificância: Uma determinada conduta realizada e considerada 
crime, deverá ter materialidade material e não apenas formal. Não basta o 
ato ser atípico, deve ser relevante.
Obs.: 
1) Teoria Tripartite do Crime
→ Conduta antijurídica
→ Conduta típica
→ Culpável 
2) Pequeno valor = 1 salário mínimo, de acordo com jurisprudência. 
• Individualização da pena: Deve ser vista na visão do legislador 
(critério trifásico da individualização da pena) e na visão do Juiz, aplicando 
ao mesmo critério, observando o art. 59 do CP. 
Obs.: 
1) Art. 68 CP – prevê a individualização das penas. 
Profa. Mônica Berrondo
1
Direito Penal
Apostila Complementar
2) Devido a este princípio, foi permitida a progressão de regimes, mesmo 
em crime hediondos. Este princípio deve ser aplicado também durante a 
execução da pena. 
• Proporcionalidade: As penas devem ser proporcionais ao crime 
cometido. Penas maiores para crime mais graves. Penas menores para 
crime menos graves.
• Responsabilidade Pessoal: A pena não pode passar da pessoa do 
condenado, seja privativa de liberdade, restritiva de direitos ou multa. 
Obs.: A multa é executada na Vara de Fazenda Pública
• Limitação das Penas: Art. 5°, XLVII – impede as seguintes penas:
→ Morte, salvo em caso de guerra declarada.
→ De caráter perpetuo
→ De trabalhos forçados
→ De banimento 
→ Cruéis 
Só poderá, portanto, haver pena de privação de liberdade, de restrição de 
direitos ou de multa. 
• Culpabilidade: juízo de censurabilidade. É elemento do crime. O 
inimputável não tem culpabilidade, tem periculosidade. Para Damásio E. 
de Jesus a culpabilidade não é elemento do crime, seguindo a teoria 
bipartite, configurando crime como conduta antijurídica e ilícita, sendo a 
culpabilidade analisada na aplicação da pena. 
Obs.: A culpabilidade é utilizada para a dosimetria da pena (art. 59, CP), 
bem como é limitadora da responsabilidade objetiva (observa-se o dolo e a 
culpa). 
• Legalidade – Art. 1° CP – Art. 5°, inciso XXXIX, Constituição 
Federal: Não há crime sem lei anterior que o defina, nem pena sem pévia 
cominação legal. 
→ É sinônimo do princípio da Reserva Legal 
→ Lei ordinária (regra) e Lei complementar (quando houver previsão na 
Constituição Federal), podem criar pena, APENAS. 
Profa. Mônica Berrondo
2
Direito Penal
Apostila Complementar
• Anterioridade: A Lei que descreve o crime ou a cominação da pena 
deve ser anterior ao fato cometido. 
→ A Pena refere-se a sanção penal (pena e medida de segurança) – art. 1° 
CP.
LEI PENAL NO TEMPO
Arts. 2°, 3° e 4°, CP
• Artigo 2° CP:
→ Os efeitos penais apenas
→ ABOLITIO CRIMINIS extingue todos os efeitos do crime, exceto os 
extrapenais, extinguindo ainda a execução. Ainda que haja sentença 
condenatória com trânsito em julgado, a Lei posterior que beneficiar o 
réu retroage.
→ Refere-se este artigo, a todas as leis, em geral. 
• Retroatividade da Lei penal
→ A lei penal não retroage, com exceção de beneficiar ao réu. 
 Atividade da Lei Penal: A Lei nasce ao entrar em 
vigor e morro ao ser revogada. 
 Extra-atividade da Lei Penal.
MODALIDADES:
 Retroatividade: Art. 2° CP. Tudo o que for 
posterior e beneficiar o réu retroage 
 Ultra-atividade: Mesmo depois de 
revogada, a Lei revogada será aplicada ao fato realizado em 
sua vigência, se beneficiar ao re. 
↓
CONFLITO INTER TEMPORAL
Profa. Mônica Berrondo
3
Direito Penal
Apostila Complementar
Obs.: 
o Repristinação somente existe se for expressa.
o Na Vigência da VACATIO LEGIS, a lei nova não tem aplicação.
o Na Lei processual penal aplica-se a sua incidência imediatamente. Art. 
2° Código de Processo Penal
o Na lei Híbrida (parte processual, parte penal): aplica-se a Lei penal em 
tudo – retroagem em beneficio do réu. 
 A lei posterior que revoga a Lei anterior pode ser: 
 ABOLITIO CRIMINIS – some o crime. Conseqüência: O 
inquérito policial ou processo são imediatamente trancados e 
extintos; se já tem sentença penal condenatória, cessam seus 
efeitos primários e secundários, contudo, subsiste os efeitos 
extra-penais. Não é possível por Medida Provisória. 
 NOVATIO IN MELLIUS – LEX MITIOR – Retroage em 
beneficio do réu.
 NOVATIO IN PEJUS – não retroage. 
 CRIME PERMANENTE: Apenas um crime, que se posterga 
no decorrer do lapso temporal em que ocorre. A consumação começa, 
mas se posterga no tempo em que ocorre o crime. Trata-se de apenas 
um crime. 
 CRIME CONTINUADO: Vários crimes, que fazem uma 
cadeia de habitualidade, com a mesma espécie de crime, mesmo lugar, 
maneira de execuções iguais e com a distância de tempo um crime e 
outro de no máximo 30 dias (entendimento jurisprudencial). Aplica-se 
a pena à apenas um dos crimes, acrescidos de 1/6 a 2/3.
Profa. Mônica Berrondo
4
Direito Penal
Apostila Complementar
 OBS.: Súmula 711 – Crime permanente e continuado: A Lei 
penal mais grave se aplica se entrar em vigência na permanência ou 
continuidade do crime.
 Leis de Vigência Temporária – Art. 3° do CP:
 Lei Excepcional: Lei criada para vigorar em 
circunstâncias excepcionais, Irá vigorar pelo período em que 
ocorre o fato excepcional, e, após ela mesmo se revoga. 
 Lei Temporária: É auto revogável, assim como a lei 
excepcional. Tem período de duração determinado. 
OBS.: A lei excepcional ou temporária se aplica, necessariamente, aos 
crime realizados em sua vigência, mesmo que seja mais gravosa que lei 
posterior, com a única exceção de que esta lei posterior faça menção 
expressa ao período excepcional ou temporário; neste caso, se expresso, os 
efeitos da lei temporária ou excepcional são extintos (efeitos penais e não 
extra-penais). 
 Características da Lei excepcional e Lei Temporária:
I. Auto revogável
II. Ultra-atividade: todos os fatos praticados em sua 
vigência são aplicáveis, mesmo depois de sua 
revogação. 
 TEMPO DO CRIME – Art. 4° CP 
→ Momento do crime – quando o crime considera-se praticado
→ Utiliza-se a TEORIA DA ATIVIDADE – não interessa o 
momento do resultado e sim o momento da prática. 
→ Em crimes materiais o resultado ocorre na consumação
→ Em crimes formais a consumação se dá com a mera prática do 
crime. 
Profa. Mônica Berrondo
5
Direito Penal
Apostila Complementar
→ A prescrição dos crimes é contada a partir do RESULTADO – 
Teoria do Resultado. 
 Conflito Aparente de Normas: Conflito entre várias normas em 
vigor ao mesmo tempo, com a aplicação de apenas uma. Resolvido 
através dos seguintes princípios:
 Especialidade : a norma especial exclui a norma geral (art. 12 
CP). 
Obs.: Lei especial – especifica, que contém todos os elementos 
gerais, mais alguns, chamados elementos especializadores. Não 
é mais ou menos grave, é apenas especial. 
Ex.: 
Art 121CP (geral) → Art. 123CP (especial)
Art. 334 CP (geral) → Art. 12 Lei de tóxicos (especial) 
 Subsidiariedade: a norma primária prevalece sobre a 
subsidiária. Só prevalece a norma subsidiária se não comprovada 
a norma primária.
Espécies: 
*Expressa ou Explicita: Art. 132 CP, por exemplo – a 
própria norma fala que é subsidiária. 
*Tácita ou Implícita: Art. 146 CP, por exemplo – Não 
está expresso na norma que ela é subsidiária. 
 Consunção: O fato mais grave absorve o fato menos grave, que, 
neste caso é fase de preparação para a execução do fato mais 
grave. Irá prevalecer o fato mais grave. 
Espécies: 
*Crime progressivo
*Crime Complexo
Profa. Mônica Berrondo
6
Direito Penal
Apostila Complementar
*Progressão Criminosa
A) Propriamente dito 
B) Fato Anterior não punível 
C) Fato Posterior punível. 
↓
Explicações na próxima aula!
OBSERVAÇÕES:
 O período de vacatio legis da Lei é de 45 dias, quando a própria Lei não 
dispõe de forma contrária. O prazo será de 03 meses para a sua 
aplicação nos Estados estrangeiros, quando esta é admitida (art. 1°°, § 
1°, LICC). 
 Determina-se que a prescrição, antes de transitar em julgado a sentença, 
começa a correr do dia em que o crime se consumou, nos crimes 
permanentes, o dia em que cessou a permanência. Nos crimes de 
bigamia e nos de falsificação e alteração de assentamento do registro 
civil, da data em que o fato se tornou conhecido (art. 111 CP).
 Na decadência, o prazo é contado do dia em que o ofendido veio a 
saber quem é o autor do crime, ou em se tratando de ação privada 
subsidiaria, do dia em que se esgota o prazo para o oferecimento da 
denúncia (art. 103 CP). 
ESPÉCIES DE CONSUNÇÃO (continuação)
Profa. Mônica Berrondo
7
Direito Penal
Apostila Complementar
• Crime Progressivo: É aquele onde, desde o início, o agente tem 
vontade de realizar o fato mais grave, contudo, para tanto, realiza vários 
fatos menos graves. O gato mais grave absorve o menos grave. Há unidade 
de fato, unidade de elemento subjetivo e pluralidade de lesões ao bem 
jurídico. 
• Crime Complexo: Fusão de 02 ou mais crimes (ex.: Latrocínio). O 
crime complexo absorve os crimes menos graves nele contido. 
• Progressão Criminosa: O agente tem intenção de realizar o crime 
mais leve e, alcançado o crime mais leve, o agente resolve praticar crimes 
mais graves. O crime mais grave absorve o crime menos grave, só vindo 
este a tona se não restar provado o crime mais grave. Há pluralidade de 
fatos e de vontade (elemento subjetivo). 
FATO ANTERIOR IMPUNÍVEL
ANTEFATO IMPUNÍVEL
• O fato anterior mais leve é absorvido pelo fato mais grave. 
• Súmula 171 do STJ.
Exemplo: Falso x Estelionato – Teorias:
1ª) Falso absorve o Estelionato – não é usada.
2ª) Estelionato é absorvente do falso quando o falso se exaurir no 
estelionato – Súmula 171 do STJ. 
3ª) Concurso Formal – STF – pena do falso é acrescida de 1/6 a ½. 
4ª) Concurso Material – Posição Doutrinaria (soma as penas dos dois 
crimes).
FATO POSTERIOR IMPUNÍVEL
PÓS FATO IMPUNÍVEL
Profa. Mônica Berrondo
8
Direito Penal
Apostila Complementar
• A nova lesão ao bem jurídico, por ser mais leve que a primeira é por 
esta absorvida. 
• O bem jurídico deve ser o mesmo. 
Exemplos: 
*Furto e posterior dano a coisa subtraída – O furto absorve o dano (o bem 
jurídico tutelado é o mesmo).
*Homicídio e posterior ocultação de cadáver – Homicídio não absorve o crime 
de ocultação de cadáver, pois, o bem jurídico tutelada destes crimes são 
diferentes. 
ALTERNATIVIDADE
• Funciona nos crimes de ação múltipla ou conteúdo variado (tipo 
misto alternativo) – vários núcleos do tipo – vários verbos.
• Não é conflito entre normas, mas, conflito aparente entre a mesma 
norma. 
• Praticando uma ou várias nos crimes de tipo misto alternativo, o 
crime será um só. 
• O objeto material deve ser o mesmo.
• Se houver pluralidade de objetos materiais, vão haver tantos crimes 
quantos objetos materiais, em concurso formal. 
LEI PENAL NO ESPAÇO
Art. 5° CP.
Art. 5° - Código Penal: Aplica-se a lei brasileiro, sem prejuízo de convenções, 
tratados e regras de direito internacional, ao crime cometido no território 
nacional. 
§1° - Para os efeitos penais, consideram-se como extensão do território 
nacional as embarcações e aeronaves brasileiras, de natureza pública, a 
serviço do governo brasileiro onde quer que se encontrem, bem como as 
aeronaves e embarcações brasileiras, mercantes ou de propriedade privada, 
que se achem, respectivamente, no espaço aéreo correspondente ou em alto 
mar. 
Profa. Mônica Berrondo
9
Direito Penal
Apostila Complementar
§ 2° - É também aplicada a lei brasileiras aos crimes praticados a bordo de 
aeronaves ou embarcações estrangeiras de propriedade privada, achando-se 
aquelas em pouso no território nacional, ou em vôo no espaço aéreo 
correspondente, e estas em porto ou mar territorial do Brasil.
• Princípio da territorialidade: Solo ocupado pelo ente político, mar 
territorial e espaço aéreo correspondente a esse território. 
• Parágrafos 1° e 2° do art 5°: 
*Navio público / aeronave pública (de guerra) a serviço do Brasil onde 
quer q se encontre é julgado pela justiça brasileira – Extensão do território 
brasileiro. Competência da Justiça Federal.
*Navios particulares / aeronaves particulares (mercantes): Serão 
extensão do território nacional quando dentro do Brasil (ainda que 
estrangeiras). Se for cometido crime no exterior, julga-se no exterior. Se 
for em alto mar ou em espaço aéreo correspondente a ele, será julgado pela 
bandeira que ostenta, ou seja, onde é registrado. O julgamento será feito 
na Justiça federal se a bandeira for brasileira. 
LUGAR DO CRIME
Art. 6°, Código Penal: Considera-se praticado o crime no lugar em que 
ocorreu a ação ou omissão, no todo ou em parte, bem como onde se produziu 
ou deveria produzir-se o resultado. 
• Onde o crime foi praticado.
• No Brasil foi adotada a teoria da ubiqüidade ou mista.
Observações.: Para o Código Penal, a teoria, quanto ao lugar do crime é a 
da Ubiqüidade, contudo é diferente para o Código de Processo Penal e 
para a lei dos juizados especiais. Vejamos:
Profa. Mônica Berrondo
10
Direito Penal
Apostila Complementar
 Art 6° Código Penal – Teoria da Ubiqüidade – é aplicado a crimes à 
distancia ou de espaço máximo – A conduta começa dentro do espaço 
nacional e o resultado se dá no exterior, ou vice versa. 
 Art. 70 Código de Processo Penal – Teoria da Atividade – Aplicado 
aos crimes plurilocais – conduta e resultado em estados diferentes do 
Brasil.
 Art. 63 da Lei 9099/65 – Juizados Especiais – Teoria da Atividade
 Em casos de Homicídio e Aborto – a jurisprudência adota como lugar 
da competência o lugar da conduta – Teoria da atividade. 
Obs.: A suspensão condicional do processo de dá quando a pena mínima 
não exceda 01 ano, bem como tem que ter indenização civil. 
HIPÓTESES DE EXTRATERRITORIALIDADE
Art. 7° CP.
Art. 7°, Código Penal: Ficam sujeitos à lei brasileira, embora cometidos no 
estrangeiro:
I – Os crimes:
a) Contra a vida ou liberdade do Presidente da República;
b) Contra o patrimônio ou a fé pública da União, do DF, de Estado, de 
Território, de Município, de empresa publica, de sociedade de economia 
mista, autarquia ou fundação instituída pelo Poder Público. 
c) contra a administração pública, por quem está a seu serviço. 
d) de genocídio, quando o agente for brasileiro ou domiciliado no Brasil.
II – Os crimes:
a) que, por tratado ou convenção, o Brasil se obrigou a reprimir;
b) praticados por brasileiro;
c) praticado em aeronaves ou embarcações brasileiras, mercantes ou de 
propriedade privada, quando em território estrangeiro e aí não serão 
julgados.
§1° - Nos casosdo Inciso I, o agente é punido segundo a lei brasileira, ainda 
que absolvido ou condenado no estrangeiro. 
Profa. Mônica Berrondo
11
Direito Penal
Apostila Complementar
§2° - Nos casos do inciso II, a aplicação da lei brasileira depende do 
concurso das seguintes condições:
a) entrar o agente no território nacional;
b) ser o fato punível também no país em que foi praticado;
c) estar o crime incluído entre aqueles pelos quais a lei brasileira autoriza a 
extradição;
d) não ter sido o agente absolvido no estrangeiro ou não ter aí cumprido a 
pena;
e) não ter sido o agente perdoado no estrangeiro ou, por outro motivo, não 
estar extinta a punibilidade, segundo a lei mais favorável. 
§3° - A lei brasileira aplica-se também ao crime cometido por estrangeiro 
contra brasileiro fora do Brasil, se, reunidas as condições previstas no 
parágrafo anterior. 
a) não foi pedida oi foi negada a extradição;
b) houve requisição do Ministro da Justiça.
• Aplicação da Lei brasileira aos crimes praticados fora do Brasil.
• Espécies: 
A) Incondicionada – Não impõe-se qualquer condição. O crime é julgado 
no Brasil. Referente ao inciso I e § 1°.
B) Condicionada – Observadas as condições contidas no inciso II, § 3° e 
§ 2°, o crime seja julgado no Brasil. As condições do § 3° e § 2° são 
CUMULATIVAS. 
• Inciso I – Observa-se nas alíneas, os seguintes princípios: 
a) Princípio Real de Defesa ou Proteção.
b) Princípio Real de Defesa ou Proteção
c) Princípio Real de Defesa ou Proteção
d) Princípio Real de Defesa ou Proteção
Profa. Mônica Berrondo
12
Direito Penal
Apostila Complementar
• Inciso II – Observa-se, nas alíneas, os seguintes princípios:
a) Princípio da Justiça Universal ou Cosmopolita
b) Princípio da Personalidade (ou nacionalidade) Ativa
c) Princípio do Pavilhão, Bandeira ou Representação.
• § 3°: Observa-se o seguinte princípio:
→ Princípio da Personalidade (ou nacionalidade) passiva.
→ Parte da Doutrina defende poder ser aplicado o Princípio Real de 
Defesa e Proteção, por ser interesse nacional. 
PENA CUMPRIDA NO ESTRANGEIRO 
DETRAÇÃO DA PENA
Art. 8° CP.
Art. 8°, Código Penal: A pena cumprida no estrangeiro atenua a importa no 
Brasil pelo mesmo crime, quando diversas, ou nela é computada, quando 
idênticas. 
• A pena cumprida no estrangeiro atenua a pena imposta no Brasil.
• O crime deve ser o mesmo e as penas diversas.
• Quando as penas forem IDENTIDAS, nela é computada a pena imposta 
no Brasil. 
EFICÁCIA DA SENTENÇA ESTRANGEIRA
Art. 9° CP.
Art. 9°, Código Penal: A sentença estrangeira, quando a aplicação da lei 
brasileira produz na espécie as mesmas conseqüências, pode ser homologada 
no Brasil para:
I – Obrigar o condenado à reparação do dano, a restituição e a outros efeitos 
civis;
II – Sujeitá-lo a medida de segurança.
Profa. Mônica Berrondo
13
Direito Penal
Apostila Complementar
§ Único: A homologação depende:
a) para efeitos previstos no inciso I, de pedido da parte interessada;
b) para outros efeitos, da existência de tratado de extradição com o país de 
cuja autoridade judiciária emanou a sentença, ou, na falta de tratado de 
requisição do Ministro da Justiça. 
• O STJ faz a homologação de sentença estrangeira para efeito civil. 
CONTAGEM DO PRAZO
Art. 10° CP.
Art. 10°, Código Penal: O dia do começo inclui-se no computo do prazo. 
Contam-se os dias, os meses e os anos pelo calendário comum. 
FRAÇÕES NÃO COMPUTÁVEIS DA PENA
Art. 11 CP.
Art. 11, Código Penal: Desprezam-se, nas penas privativas de liberdade e nas 
restritivas de direitos, as frações de dia, e, na pena de multa, as frações de 
cruzeiro. 
LEGISLAÇÃO ESPECIAL
PRINCÍPIO DA ESPECIALIDADE
Art. 12 CP.
Art. 12, Código Penal: As regras gerais deste Código aplicam-se aos fatos 
incriminados por Lei especial, se esta não dispuser de modo diverso.
• Súmula 171 STJ: Cominadas cumulativamente, em especial, penas 
privativa de liberdade e pecuniária, é defeso a substituição da prisão por 
multa. 
Profa. Mônica Berrondo
14
Direito Penal
Apostila Complementar
TEORIA DO CRIME
• Crime X Contravenção:
→ Crime – pena sempre de reclusão ou detenção, cumulada ou não com 
multa.
→ Contravenção ( Lei 3688) – prisão simples e multa ou só multa. 
• Crime : 
 Corrente Majoritária – TEORIA TRIPARTITE: 
→ Fato típico 
→ Antijurídico 
→ Culpável 
Observações:
*A culpabilidade é limite e fundamento de aplicação da pena
*Corresponde a TEORIA FINALISTA que teve origem com Hans 
Weltel
*O inimputável não comete crime, mas pode receber Medida de 
Segurança.
 Corrente Minoritária (Só o Damásio) – TEORIA BIPARTITE: 
→ Fato típico 
→ Antijurídico 
Observações:
*A culpabilidade é pressuposto de aplicação da pena.
*O inimputável comete crime, mas não tem culpabilidade, não tendo 
pena e sim Medida de Segurança.
Importante: O inimputável é absolvido nas duas correntes, aplicando não 
pena, mas, Medida de Segurança. 
Profa. Mônica Berrondo
15
Direito Penal
Apostila Complementar
 Elementos Fato Típico: 
a) Conduta
b) Resultado
c) Nexo Causal
d) Tipicidade – adequação do fato ao tipo penal.
IMPORTANTE!!!
CONDUTA, RESULTADO E NEXO CAUSAL É FATO MATERIAL QUE 
DEVE AMOLDAR-SE A UM TIPO PENAL (TIPICIDADE). 
 Conduta: Ação ou omissão. Toda ação ou omissão 
dolosa ou culposa, consciente e voluntária, dirigida a uma finalidade que 
produz, ou tenta produzir um resultado previsto na Lei Penal como crime. 
- Ação: São observadas três teorias : 
1) Teoria Naturalista ou Causal:
Valorização do resultado. Não interessa como o réu praticou a conduta e 
sim se o resultado foi produzido, tendo previsão legal de tal crime. Na 
culpabilidade é que irá analisar o Dolo e a Culpa. EPOCA DA 
RESPONSABILIDADE OBJETIVA DO DIREITO PENAL – SECÚLO 
XIX
2) Teoria Finalista
Valoriza a conduta, se foi dolosa ou culposa.. É a conduta Dolosa ou 
Culposa dirigida a uma finalidade, típica ou não. Adotada pelo Código 
penal no Art. 18, II.
3) Teoria Social da Ação
Valorização do resultado. Observa o princípio da adequação social. É a 
conduta dolosa ou culposa, valorizando o resultado, que previsto na lei, 
devia ser adequado a sociedade. 
Profa. Mônica Berrondo
16
Direito Penal
Apostila Complementar
- Omissão: São observadas duas teorias: 
1) Teoria Naturalística:
Vê a omissão como um fazer, respondendo pelo resultado produzido. 
2) Teoria Normativa:
A omissão é um não fazer, o que devia e podeia ser feito. Adotada pelo 
Código penal no Art. 13, § 2°.
⇒ OBSERVAÇÃO: ESPECIES DE OMISSAO, 
RESULTADO, NEXO CAUSAL E 
TIPICIDADE SERÃO EXPLICADOS NA 
PRÓXIMA AULA!!!!!
_______________________________________________________________
A Lei penal serva para descrever, não proibir. Quem proíbe é a norma, 
que está implícita na Lei. 
 LEI PENAL 
↓
Conceito Primário – DEFINE CRIME
Conceito Secundário – COMINA PENA
• Lei incriminadora – Lei que incrimina uma determinada conduta, 
prevendo abstratamente a pena. Descreve crime e comina pena. É vista 
na parte especial do Código Penal, com algumas exceções, como os 
arts. 128, 327, 181, etc. 
Profa. Mônica Berrondo
17
Direito Penal
Apostila Complementar
• Lei não incriminadora – Não descreve crime e não comida pena. Em 
regra estão na parte geral do Código penal, contudo há algumas não 
incriminadoras na parte especial (arts 128, 327, 181, etc). Entretanto, 
TODOS os artigos da parte geral tratam-se de normas não 
incriminadoras, podendo ser:
→ Permissivas – geram o tipo permissivo. Permitem 
uma determinada conduta – ART 23 Código Penal.
→ Finais, Complementares ou Explicativas – Arts 
1° a 120 do Código Penal (com exceção do art. 23, que é 
permissivo).• Norma ou Lei Penal em Branco : O conceito primário não está 
completo. Norma incompleta, podendo ser completada das seguintes 
formas (espécies da Norma penal em branco):
→ Homogênea: Completa a norma penal em branca 
por outra norma de igual hierarquia, ou seja, completa por 
LEI. Ex.: Art. 237 CP.
→ Heterogênea: Quando seu complemento for um 
ato infralegal, aquele que está abaixo da Lei. Ex.: Art. 12 
da Lei 6368.
OMISSÃO (continuação)
• Teoria Naturalística: Fazer.
 
• Teoria Normativa: Não fazer o que devia ou podia ser feito (Teoria 
Adotada).
Profa. Mônica Berrondo
18
Direito Penal
Apostila Complementar
→ Dever Jurídico : Art. 13 § 2°, Código Penal. 
Dever Legal (art. 13 § 2 °, alínea a, CP): Omissão é penalmente 
relevante quando o agente tem por Lei obrigação de cuidado, proteção 
ou vigilância. Não responde pela omissão, mas, pelo Resultado. (Ex.: 
Mar, Policial, etc). 
Dever do Garante (art. 13 § 2°, alínea b, CP): Aquele que, de outra 
forma, assumiu a responsabilidade de impedir o resultado. Responde 
pelo Resultado; (ex.: Salva vidas, guias de alpinismo, etc). 
Dever da Ingerência da Norma (art. 13 § 2°, alínea c, CP): Aquele 
que com seu comportamento anterior criou risco da ocorrência do 
resultado. Responde pelo resultado. 
→ Crimes Omissivos :
1) Próprio: Crime de mera conduta na modalidade omissão. Só 
responde se não fizer e se tiver descrito na Lei penal como 
crime. Responde apenas pela omissão (art. 135 CP). 
2) Impróprio: Também chamado de Impuro, Espúrio, Promiscuo 
ou Comissivos por omissão. São todos aqueles que estão no CP 
e que não são crimes omissivos próprios. 
A pessoa tinha o dever legal de fazer, respondendo pelo 
resultado produzido.
Aquele que tinha dever de garante, com contrato ou não, 
responde pelo resultado.
Se tinha o dever jurídico (art. 13 § 2°) responde pelo 
resultado. 
RESULTADO
• Teorias: 
1) Naturalística (ADOTADA PELO CP): Resultado é a modificação do 
mundo exterior provocada pela conduta. 
Profa. Mônica Berrondo
19
Direito Penal
Apostila Complementar
 Há crimes sem resultado
2) Normativa ou Jurídica: Resultado é a lesão ou ameaça de lesão a um bem 
jurídico.
Não há crimes sem resultado,
Crime de mera conduta: 
• Se consuma com a mera conduta, ou seja, consuma-se 
independente de resultado. 
• Admite tentativa
• O resultado não é previsto nem exigido. 
• Ex.: Violação de domicilio. 
Crime Formal: 
• Se consuma com a execução.
• O resultado é previsto, mas não é exigido. 
• Ex.: Calúnia (imputa-se crime falso a outrem, consumando-se 
quando chega a conhecimento de terceiro, ofende a honra 
objetiva da pessoa – Crime Unissubsistente). Difamação 
(imputa-se fato verdadeiro, ou não, que ofenda a honra objetiva 
da pessoa. Consuma-se quando chega a conhecimento de 
terceiros – Crime Unissubsistente). Injuria (Ofende a honra 
subjetiva da pessoa, consumando-se quando o próprio ofendido 
toma conhecimento do fato – Crime Unissubsistente). Extorsão 
Mediante Seqüestro (consuma-se com o simples seqüestro).
• Obs.: Crimes Unissubsistente admitem tentativa apenas na sua 
forma escrita. 
Crime Material: 
• A lei prevê e exige a produção de resultado. 
• SEMPRE vai haver resultado.
• Se consuma com o resultado. 
• Ex.: Homicídio, roubo, furto, estelionado, etc. 
• Admite tentativa. 
Inter Criminis: 
Profa. Mônica Berrondo
20
Direito Penal
Apostila Complementar
• Cogitação: Pensar, prever, imaginar (fase interna do inter 
criminis). Não é punível. 
• Preparação: Se associar, ficar de tocais, etc. Não é punível, 
salvo nos casos de Quadrilha ou Bando, porque esta preparação 
o legislador preveu como execução. 
• Execução: Crimes formais e de mera conduta se consumam na 
execução. É quando começa a executar de fato o crime, quando 
se faz o núcleo do tipo (teoria formal). Se o crime parar por aqui, 
por circunstancias alheias a vontade do agente ativo, é tentativa. 
• Consumação: Completa-se todas as fases. Crimes materiais se 
consumam de fato na consumação (exige o resultado). 
Obs.: O EXAURIMENTO não faz parte do inter criminis.
NEXO CAUSAL
• É o elo de ligação entre conduta e resultado.
• Também chamado de linha de desdobramento causal.
• Considerado o 3° elemento do Fato Típico. 
Superveniência Causal: 
*Teoria da Equivalência dos Antecedentes ou Teoria da “conditio 
sine qua non”: 
• Causa é tudo aquilo que contribui para a produção do resultado, 
ainda que minimamente. 
• Critério de eliminação hipotética – verifica-se se tirando uma das 
condutas, o resultado ocorreria de outra maneira. 
• Nexo normativo: Só vai responder pelo crime as pessoas que 
agirem com Dolo ou Culpa (ex.: os pais do criminoso, a 
industria que produz a arma, etc – não tem dolo ou culpa na 
conduta do agente do delito), “brecando” o regresso ad 
infinitum. 
Profa. Mônica Berrondo
21
Direito Penal
Apostila Complementar
*Causas: tudo aquilo que atua na conduta e interfere no nexo causal. 
• Causas Dependentes : Origina-se da conduta e está dentro da 
linha de desdobramento causal. Não rompe o nexo causal. Há 
uma seqüência lógica, onde uma causa anterior é sucedida pela 
posterior e assim sucessivamente, chegando ao resultado.
Ex.: Vítima que levou tiro e faz cirurgia em conseqüência 
disso. Se houver complicação na cirurgia (infecção, morte 
por anestesia, erro médico, etc), o criminoso responde 
pelo resultado final. 
• Causas Independentes : Estão fora do nexo causal e que 
produzem por si só o resultado.Se consuma com a mera conduta, 
ou seja, consuma-se independente de resultado. 
Podem ser:
1) Causas Absolutamente Independentes: O nexo 
causal é rompido, segundo Fernando Capez (para o 
Damásio não há nexo causal). As causas não se originam 
da conduta e estão fora do nexo causal.
Podem ser: 
Preexistentes: Há uma causa anterior que não se 
origina da conduta do criminoso e que por si só 
produz o resultado. Responde o criminoso pelos atos 
até então praticados. 
Concomitantes: Há uma conduta concomitante 
que, por si só produz resultados, independente da 
conduta do criminoso, respondendo pelos atos até 
então praticados. 
Supervenientes: Há uma conduta posterior à 
conduta do criminoso, que por si só produz 
Profa. Mônica Berrondo
22
Direito Penal
Apostila Complementar
resultados. O criminoso responde pelos atos até 
então praticados. 
2) Causas Relativamente Independentes: Se não fosse 
por elas o resultado não terria ocorrido como ocorreu. 
Originam-se da conduta do agente. 
Podem ser: 
A) Preexistentes: Ocorre, na hemofilia e na 
diabetes. São causas preexistentes que estão fora do 
nexo causal, mas se originam da conduta do agente. 
O Criminoso dá causa do resultado, respondendo por 
este. 
B) Concomitantes: Ocorre, por exemplo 
quando um bandido aponta uma arma para uma 
vítima e esta morre de infarte. O criminoso dá causa 
ao resultado e responde por este. 
C) Supervenientes (art. 13 § 1° CP): Quando 
houver e ela produzir o resultado por si só, não 
responde o criminoso pelo resultado e sim pelos atos 
até então praticados. Ocorre por exemplo: A atirou 
em B. B é socorrido por uma ambulância que, a 
caminho do hospital capota e B morre. Nesse caso 
rompe-se o nexo causal e a pessoa (A) responderá 
por tentativa ou pelos atos praticados até então. 
FATO TÍPICO (continuação)
• Tipicidade: Enquadramento de uma conduta praticada no mundo real, 
descrita no ordenamento jurídico penal (no tipo penal). 
Profa. Mônica Berrondo
23
Direito Penal
Apostila Complementar
ESPÉCIESDE TIPO
 Permitidos ou justificadores: Permitem ou justificam 
uma conduta antes incriminada (art. 23, 24 e 25, Código penal). 
 Incriminadores: Incrimina uma determinada conduta, 
descreve o crime e comina uma sanção penal. 
FASES DA TIPICIDADE
A) Fase de Independência do tipo (Ernest Beling): O tipo penal é 
completamente desvinculado da ilicitude, tendo mera função descritiva. 
Bastou que um tipo seja praticado para que se configure a ilicitude. 
B) Fase do Caráter Indiciário da Ilicitude (Mayer): O tipo penal é 
ilícito, em princípio, salvo se foi praticado como causa de excludente 
de ilicitude (art. 23 CP). É a teoria adotada pelo Código Penal 
Brasileiro. 
C) Fase do tipo penal como essência da ilicitude (Mezgir e Saver): 
Tudo está dentro do tipo penal, inclusive os tipos permissivos. Tipo 
total do injusto. 
ADEQUAÇÃO TÍPICA
Adequar o fato ao tipo penal
A) De Subordinação Imediata: Se adequa uma conduta imediatamente a 
um modelo descritivo no tipo penal. 
Profa. Mônica Berrondo
24
Direito Penal
Apostila Complementar
B) De Subordinação Mediata: Ocorre nos casos de tentativa e de 
participação (art. 14, II e 29, respectivamente, do CP). 
-A natureza jurídica da tentativa é uma norma de extensão ou 
ampliação temporal. 
- A natureza jurídica da participação é de uma norma de extensão ou 
ampliação pessoal. Extensão ou ampliação espacial. 
TIPOS PENAIS
A) Normal: Só tem elementos objetivos. Ex.: art. 121 CP.
B) Anormal: Além dos elementos objetivos, tem elementos normativos 
e/ou subjetivos. Ex.: Calunia. 
C) Congruentes: Criação do STJ (Ex.: Art. 12 da Lei 6368). Tem 
elementos objetivos e/ou normativos.
D) Incongruentes: Criação do STJ. (Ex.: Art. 16 da Lei 6368). Tem 
elemento subjetivo, podendo ter elemento normativo também. Apenas 
ter o elemento subjetivo já caracteriza o tipo como incongruente.
E) Fundamental ou básico: Aquele que está no caput dos artigos. 
F) Derivados: Derivam do tipo fundamental. Estão nos parágrafos dos 
artigos. 
ERRO DE TIPO
⇒ Erra-se sobre a realidade. 
• A pessoa não quer praticar o crime, mas pratica. É 
diferente do delito putativo, pois neste a pessoa quer, mas não consegue 
cometer o crime.
Profa. Mônica Berrondo
25
Direito Penal
Apostila Complementar
• Elementar: Tudo aquilo que se retirar-se do tipo 
penal, esse tipo desaparece (atipicidade absoluta) ou, se transforma 
em outro (atipicidade relativa). Encontra-se no Caput dos artigos – 
Fundamental. A elementar se comunica se for objetiva ou subjetiva, 
desde que se tenha conhecimento. (art. 30 CP).
• Circunstâncias: Tudo o que está ao redor do 
crime se retira do tipo penal ele permanece o mesmo – está nos 
parágrafos e é derivado. A circunstância só vai se comunicar se for 
objetiva. 
• Incidem sobre: 
1) Situação de fato
2) Relação Jurídica: 
A) Elementar de um tipo incriminador: Erro Essencial. Ex.: 
pegar a carteira de outrem imaginando ser sua. O dolo é 
excluído.
B) Elementar de um tipo permissivo: Erro Essencial. Ex.: 
Legitima Defesa – O dolo é excluído.
C) Circunstâncias de um tipo incriminador: Erro Essencial. 
Ex.: Ter a intenção de furtar um rolex, achar que o furtou, mas, 
na verdade, era um relógio falsificado de 10 reais. Exclui a 
própria circunstancia e o dolo permanece.
D) Dados secundários da figura típica: Erro Acidental.
• Obs.: Descriminante Putativa Por erro de tipo – visão errônea da 
realidade. Podendo ser: erro de tipo indireto ou erro de tipo incidente sobre 
um tipo permissivo. 
Profa. Mônica Berrondo
26
Direito Penal
Apostila Complementar
ERRO ESSENCIAL
⇒ Todo erro essencial exclui o dolo incidente sobre 
elementar.
⇒ Se for incidente sobre circunstâncias de um tipo 
incriminador o dolo permanece, excluindo a própria circunstância. 
⇒ Podem ser: 
 Invencível / Escusável / Perdoável / Inevitável / Desculpável: 
Qualquer pessoa na mesma situação cometeria o mesmo erro. 
Exclui a culpa. 
 Vencível / Inescusável / Imperdoável / Evitável / 
Indesculpável: Poderia ser evitado com alguma prudência do 
agente que responderá pela culpa se prevista a modalidade como 
crime culposo (excepcionalidade do crime culposos). Se não 
houver previsão de crime culposo não responderá por nada. Ex.: 
Legitima defesa putativa = homicídio culposo. 
ERRO ACIDENTAL
⇒ Incide sobre dados secundários da figura típica.
⇒ Jamais vai beneficiar o agente.
⇒ Não exclui o dolo nem a culpa. 
⇒ O erro acidental é erro penalmente irrelevante. 
Profa. Mônica Berrondo
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Direito Penal
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⇒ Podem ser:
1) Erro sobre o Objeto: Erro sobre a coisa onde recai a conduta. Não 
exclui o dolo e, muito menos, a culpa. 
2) Erro Sobre a Pessoa: Ocorre quando se confunde a pessoa a ser 
atingida. Art. 20 § 3°, CP – Responde pelo resultado produzido na 
vítima real, com as características da vitima virtual. 
3) Erro na Execução (ABERRATIO ICTUS): Trata-se de delito 
aberrante. Quando se erra, se erra só por culpa.
-Art. 73 CP.
-Não há confusão mental sobre a pessoa que se quer atingir, mas, por 
erro na execução, atinge-se outrem. 
- Pode ser de resultado único ou de unidade simples – responde pelo 
resultado produzido na vítima efetiva, com as características da vítima 
real.
- Pode ainda ser de resultado duplo ou de unidade complexa – responde 
na forma do art. 70 do CP (concurso formal). Dolo em relação a um 
resultado e culpa em relação aos outros. 
4) Resultado Diverso do Pretendido (ABERRATIO CRIMINIS – 
DELICTI”: trata-se de delito aberrante. Muda-se o bem jurídico por 
acidente ou erro na execução do crime.
- Art. 74 CP.
- Responde por culpa se houver previsão do crime como modalidade 
culposa se o resultado consumado foi só diverso do pretendido – 
Resultado único – Unidade Simples – Art. 74, primeira parte, CP. 
- Se ocorre os dois resultados, responde por na forma de concurso 
formal (art. 70 CP) – Resultado Duplo, Unidade complexa – Art. 74, 
segunda parte, CP. 
5) Dolo Geral, Erro Sucessivo, Erro sobre o Nexo Causal ou 
“ABERRATIO CAUSAE”: Trata-se de delito aberrante. É uma 
espécie de dolo. 
Profa. Mônica Berrondo
28
Direito Penal
Apostila Complementar
- Ocorre quando o agente, na suposição de já ter consumado o crime, 
realiza nova conduta, pensando trata-se de mero exaurimento, 
atingindo, nesse momento, a consumação real. 
- Responde pelo dolo, que é geral e atinge toda a conduta, com a 
intenção virtual do agente. 
- Ex.: A deu um tiro em B. A jogou B no mar, achando que este estava 
morto. B morreu apenas ao ser jogado no mar, por afogamento. A 
responde por homicídio doloso, sem qualificadora de afogamento.
⇒ Observações de Aula: 
1) Qualificadora = da nova dosimetria a pena do Caput. 
2) Causa de Aumento de pena = Aumenta-se a pena do caput, 
mojora-se a pena. 
3) Privilegio = Causa de diminuição de pena – aplicado na 3ª 
fase da dosimetria da pena. 
 DOLO EVENTUAL = FODA-SE!!!!!!! 
 CULPA CONSCIENTE = IHHHH... FUDEU!!!!!! 
• Analogia: Aplicação da Lei de um fato regulado por esta a um outro 
fato sem regulamentação em Lei. Só cabe em beneficio do réu. Não cabe 
em norma incriminadora. Ex.: Art. 128 do Código Penal – permissão de 
aborto realizado por médico em caso de aborto – analogicamente poderá 
realizar aborto em caso de atentado violento ao pudor. 
Profa. Mônica Berrondo
29
Direito Penal
Apostila Complementar
• Interpretação Analógica: Não tem nada haver com beneficio ao réu. É 
mais vista nas normas incriminadoras – Seqüência casuística e uma norma 
genérica, a qual será interpretada analogicamentecomo a seqüência 
casuística. 
DOLO
• Elementos: Dolo é um elemento psicológico da conduta. 
1. Consciência
2. Vontade
Obs.: Consciência + vontade = Dolo natural
• Espécies: 
1. Natural: Teoria finalista – tem elemento de consciência e vontade. É a 
teoria utilizada pelo nosso ordenamento.
2. Normativo: Teoria naturalista ou causal. Além da consciência e 
vontade, o agente tem a consciência da ilicitude. 
3. Direto ou Determinado: Vontade de realizar a conduta e produzir o 
resultado.
4. Indireto ou Indeterminado: O agente não quer o resultado. Levam a 
pessoa ao Júri Popular. Poder ser Alternativo (quando o agente quer o 
resultado) ou Eventual (quando o agente assume o risco do resultado 
“FODA-SE”).
5. De dano: Quando o agente tem vontade de realizar lesão ao bem 
jurídico.
6. De perigo: Quando o agente tem vontade de realizar perigo de dano. 
Profa. Mônica Berrondo
30
Direito Penal
Apostila Complementar
7. Genérico: Quando o agente tem vontade de realizar a conduta sem um 
resultado especial. 
8. Especifico: Quando o agente tem finalidade especial. Se alcançart a 
finalidade há mero exaurimento do crime. Ocorre nos crimes formais. 
9. Dolo Geral – Erro Sucessivo – Erro sobre o nexo causal – Aberratio 
causae: O agente dá um tiro na vítima e a joga no mar, pensando estar 
realizando uma ocultação de cadáver, mas, na verdade, a vítima morre 
por afogamento. O Dolo é igual, responde por homicídio doloso, sua 
intenção era de matar, contudo, sem a qualificadora do afogamento. 
Obs:
*Erro essencial exclui o dolo – beneficia o agente.
*Erro acidental não beneficia em nada o agente. Não há exclusão do dolo.
*Erro de tipo – exclui o crime, pois exclui o dolo.
• Teorias 
1) Da Vontade: Dolo é a vontade de realizar a conduta e de produzir o 
resultado. É adotada para o dolo direto. 
2) Da Representação: Dolo é a vontade de realizar a conduta, prevendo o 
resultado sem, contudo, desejá-lo. Não é utilizada em nenhuma espécie 
de dolo, pois, define, na verdade, a culpa consciente. 
3) Do Assentimento ou Consentimento: Dolo é o consentimento, a 
previsão do resultado com a aceitação de seus riscos. Adotada no dolo 
eventual. 
CULPA
É o elemento normativo da conduta.
Profa. Mônica Berrondo
31
Direito Penal
Apostila Complementar
• Tipo Aberto: Não há como o legislador prever todas as hipóteses de culpa. 
Há muitas formas de se praticar um crime culposo. É, pois, um tipo 
excepcional. 
• Elementos do Crime Culposo 
 Conduta: A conduta é voluntária e o resultado é 
involuntário. 
 Resultado: É involuntário.
 Nexo: Há de ter nexo entre a conduta e o resultado.
 Tipicidade: Tem que ser previsto em lei a forma culposa 
do crime.
 Previsibilidade Objetiva: Possibilidade de qualquer 
pessoa dotada de prudência mediana de prever o resultado.
OBS.: A previsibilidade subjetiva não é elemento do crime culposo.
 Ausência de Previsão: Há de ter a ausência de previsão, 
pois, se você prevê o resultado há o dolo. Não é elemento da culpa 
consciente. 
 Quebra do dever de cuidado: Pode ocorrer através de: 
G1) Imprudência: Culpa de quem age. Ocorrer 
concomitantemente com a conduta. 
G2) Negligência: Culpa de quem não faz. Vem antes da 
conduta. 
G3) Imperícia: Imprudência de quem exerce (no momento que 
exerce) atividade ou profissão – Inaptidão profissional.
OBS.: Imperícia ≠ Erro médico: Imperícia ocorre por qualquer 
pessoa perita que quebre o dever de cuidado. Erro médico é uma 
conclusão errada do diagnostico, pode derivar também de 
negligência ou imprudência. 
Profa. Mônica Berrondo
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Direito Penal
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• Espécies de Culpa: 
1. Inconsciente: Culpa sem previsão. 
2. Consciente ou com previsão: Culpa onde a pessoa prevê, 
mas acredita, levianamente que op resultado não vai 
acontecer (Ih.. Fudeu!). 
3. Imprópria (Culpa por extensão, por equiparação ou por 
assimilação): É aquela em que o agente, por erro de tipo 
inescusável, supõe estar diante de uma causa de justificação 
que lhe permita praticar, licitamente, um fato típico. Incide 
sobre elementar do tipo permissivo, excluindo o dolo – 
descriminante putativa por erro de tipo. Se o erro for 
escusável não responde por nada. Se o erro for inescusável 
responde por culpa imprópria. 
4. Mediata ou Indireta: Ocorre quando o agente produz 
indiretamente um resultado a título de culpa.
• Compensação de Culpas: Não existe no Direito Penal. A culpa da vítima 
não compensa a culpa do réu.
• Concorrência de Culpas: É o que ocorre no Direito Penal. No caso de o 
réu e a vítima terem culpa em determinado delito, a culpa de ambos 
concorrem, sendo que, a culpa do réu vai ser amenizada pela culpa da 
vitima, no momento da sua dosimetria de pena.
• Excepcionalidade do crime culposo: Só há responsabilidade por crime 
culposo se prevista a modalidade culposa. 
Profa. Mônica Berrondo
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Direito Penal
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CRIME PRETERDOLOSO
• É o crime que vai além do dolo, é uma espécie de crime 
qualificado pelo resultado, que pode ser:
*Culpa + Culpa
*Dolo + Dolo
*Culpa + Dolo
*Dolo + Culpa
• O Dolo + a Culpa caracteriza o crime preterdoloso (ex.: Lesão 
Corporal Seguida de morte). 
• No Crime Preterdoloso não é possível a tentativa. 
• A questão do Latrocínio:
→ Toda vez que o latrocínio for tentado não é crime 
preterdoloso, pois este não admite a forma tentada. 
→ Quando a morte consumada for por CULPA é preterdolo, 
descaracterizando o latrocínio, sendo, então, roubo + homicídio 
culposo.
→ Só há latrocínio tentado quando a morte for dolosa, se não 
for, será Roubo seguido de lesão corporal. 
Obs:
 Homicídio consumado + Subtração consumada = 
Latrocínio Consumado 
 Homicídio consumado + subtração tentada = 
Latrocínio Consumado
 Homicídio tentado + subtração tentada = 
latrocínio tentado
 Homicídio tentado + Subtração consumada = 
homicídio tentado + roubo. 
Profa. Mônica Berrondo
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Apostila Complementar
CRIME CONSUMADO
Art. 14, I, Código Penal
• Consumação nas várias espécies de crimes: 
1) Material: Resultado naturalístico.
2) Culposo: Resultado Involuntário.
3) De Mera Conduta: Com a ação ou omissão. 
4) Formal: Com a conduta. 
5) Permanente: Consumação se posterga no tempo. 
6) Omissivo Próprio: No momento da omissão.
7) Omissivo Impróprio: Resultado naturalístico. 
8) Preterdoloso: Com o resultado do agravador. 
9) Habitual: Com a pratica reiterada dos atos. 
10) Continuado: com o resultado de cada ato individual do crime 
continuado, observando as peculiaridades de cada um. 
• Inter Criminis: 
→ Cogitação: Nada é punível.
→ Preparação: Começa a preparar para executar o crime, em regra 
não é punível, mas há exceções, como ocorre no caso de formação 
de quadrilha, por exemplo. 
→ Execução: Quando o bem jurídico é atacado. Há duas teorias para 
a execução, quais sejam:
A) Teoria Objetivo formal: é execução quando se pratica o 
núcleo do tipo.
B) Teoria Objetivo Individual: Adotada pelos Tribunais 
Superiores. Não se pune só quem pratica o núcleo do tipo, 
mas também os atos imediatamente anteriores à prática 
do verbo do tipo. 
→ Consumação: Neste momento acaba o inter criminis. 
Profa. Mônica Berrondo
35
Direito Penal
Apostila Complementar
CRIME TENTADO
TENTATIVA OU “ CONATUS” 
Art. 14, II, Código Penal
-Conceito: É a execução iniciada de um crime que não se consuma por 
circunstâncias alheias a vontade do agente. 
-Espécies: 
a) Perfeita ou Crime Falho: O agente executa tudo o que poria, mas o 
crime não se consuma, por circunstâncias alheias a sua vontade. 
b) Imperfeita: O agentenão executa tudo que podia. Ele para no meio da 
execução por circunstancias alheias a sua vontade. 
c) Branca ou Incruenta: Aquela onde o bem jurídico não é atingido. 
d) Cruenta: Aquela onde o bem jurídico é atingido. 
-Infrações que não admitem tentativa:
 Culposas (O Capez admite tentativa na culpa imprópria). 
 Preterdolosas.
 Contravenções Penais (art. 4° da Lei de contravenções penais). 
 Omissivos Próprios.
 Crimes Unissubsistente. 
 Crimes Habituais.
 Crime que a Lei só pune se ocorrer o resultado – art. 122 CP – 
único crime meterial que não admite tentativa. 
 Delito de Atentado – a lei pune a tentativa com a mesma pena do 
crime consumado (ex.: art. 352, CP). 
-Pena do Crime Tentado:
⇒ Pena do crime consumado diminuída de 1/3 a 2/3, de 
acordo com a teoria objetiva, pois, objetivamente causou um mau 
menor. 
⇒ Quanto mais distante se ficou da consumação, maior a 
diminuição da pena.
Profa. Mônica Berrondo
36
Direito Penal
Apostila Complementar
OBS.:A teoria subjetiva não é adotada e diz que a pena do crime 
tentado deve ser igual a do crime consumado, pois, o que vale é a 
intenção do agente. 
-Natureza Jurídica da Tentativa: Norma de extensão ou ampliação 
temporal. Alcança-se a conduta no tempo – se pune o agente momento antes 
da consumação. 
DESISTÊNCIA VOLUNTÁRIA E ARREPENDIMENTO EFICAZ
ART. 15 – CÓDIGO PENAL
⇒ São espécies do gênero tentativa abandonada ou 
qualificada. 
⇒ O agente abandona a consumação do crime por 
vontade própria. 
⇒ São causas de atipicidade da conduta em relação 
ao crime que o agente queria, a princípio, praticar. 
⇒ Responde, o agente, pelos atos até então 
praticados. 
o Desistência Voluntária: O agente interrompe voluntariamente a 
execução do crime, impedindo a sua consumação. Pode ser ato 
ou conselho de terceiro, ou seja, não precisa ser espontânea a 
desistência do agente, apenas voluntária. 
o Arrependimento Eficaz: O agente, após encerrar a execução, 
impede a consumação. Se o arrependimento for ineficaz, o 
agente responde. 
OBS.: A desistência voluntária está para a tentativa perfeita, assim como o 
arrependimento eficaz está para a tentativa imperfeita.
ARREPENDIMENTO POSTERIOR
ART. 16 – CÓDIGO PENAL
Profa. Mônica Berrondo
37
Direito Penal
Apostila Complementar
 Sua natureza Jurídica é de uma causa de diminuição de pena, de 1/3 
a 2/3. 
 Ocorre nos crimes sem violência ou grave ameaça a pessoa. 
 Ocorre por ato voluntário do agente (pode ser por ato ou conselho 
de terceiro, não precisa ser ato espontâneo do agente, apenas 
voluntário).
 Ocorre quando o agente restitui a coisa ou ressarcir o dano 
integralmente. 
 Cabe até o recebimento da denúncia.
 Se for após o recebimento da denúncia, descaracteriza o 
arrependimento posterior, configurando-se, então, atenuante 
genérica, a ser observada pelo magistrado na dosimetria da pena 
(art. 65, III, “b”, CP). 
CRIME IMPOSSIVEL
ART. 17 CP
• Natureza Jurídica: Causa de atipicidade da conduta.
• Hipóteses: 
10. Ineficácia Absoluta do Meio.
11. Impropriedade Absoluta do Meio. 
12. Delito Putativo por Obra do Agente Provocador: Trata-se de criação 
jurisprudencial – Súmula 145 do STF. Delito de ensaio, experiência ou 
crime de flagrante preparado. 
Profa. Mônica Berrondo
38
Direito Penal
Apostila Complementar
Obs.: Em crime impossível não há fato típico. 
• Teorias 
4) Sintomática: Mesmo no crime impossível o agente deve ser punido, 
pois, demonstrou periculosidade. Esta teoria não é adotada. 
5) Subjetiva: Deve ser punida, pois, demonstrou vontade de delinqüir. 
Esta teoria não é adotada. 
6) Objetiva: O agente não deve ser punido, pois, objetivamente, não 
houve perigo para a coletividade – É a teoria adotada, na sua forma 
temperada. 
a. Pura: É sempre crime impossível, quer pela ineficácia do meio 
ou pela impropriedade do meio, sejam absolutas ou relativas. 
b. Temperada: Só é crime impossível se a ineficácia ou 
impropriedade do meio forem absolutas. É a teoria adotada. 
ILICITUDE
ART. 23 CP
É a contradição entre a conduta e o ordenamento jurídico.
Justificativas justificantes ou causa justificante. 
Não há crime. 
 ESTADO DE NECESSIDADE – ART. 24 CP : 
Causa excludente da ilicitude da conduta de quem não tendo o dever de 
enfrentar o perigo atual, o qual não provocou por sua vontade, sacrifica 
um bem jurídico para salvar outro, próprio ou alheio, cuja perda não era 
razoável exigir-se. 
• Teorias: 
Profa. Mônica Berrondo
39
Direito Penal
Apostila Complementar
A) Unitária: É sempre causa excludente da ilicitude, seja o bem 
jurídico sacrificado menor, igual ou de maior valor que o 
bem jurídico salvo. 
B) Diferenciadora ou da Diferenciação: Se o bem destruído 
for de menor valor, o estado de necessidade é causa 
excludente da ilicitude, mas, se o bem sacrificado for de 
valor igual ou maior, o estado de necessidade exclui a 
culpabilidade. Pode ser justificante ou exculpante. 
• Requisitos: 
1) Situação de Perigo:
A) Perigo Atual: O dano pode ser iminente, o perigo é 
atual. O perigo deve ser sempre atual. A Lei não se refere 
ao perigo iminente. 
B) Perigo deve ameaçar direito próprio ou alheio.
C) Perigo não causado voluntariamente pelo agente: O 
“voluntariamente” é indicativo de dolo. Por culpa, o 
agente pode alegar estado de necessidade e não Legitima 
Defesa. Somente a pessoa que causou o dolosamente o 
perigo não pode alegar o estado de necessidade. 
D) Inexistência do dever legal de enfrentar o perigo: 
Há exceção é quando for impossível o salvamento ou o 
risco for inútil.
2) Conduta Lesiva:
A) Inexistência do comportamento: Estado de 
necessidade deve ser usado como ultima racio, ou seja, 
ultima instância. Deve-se, antes do sacrifício de qualquer 
bem jurídico tentar salvar tanto o bem jurídico prestes a 
ser sacrificado, quanto o bem jurídico prestes a ser salvo. 
B) Razoabilidade do Sacrifício: Deve-se sacrificar um 
bem menor e salvar um bem maior.
Profa. Mônica Berrondo
40
Direito Penal
Apostila Complementar
C) Conhecimento da situação justificante: É elemento 
subjetivo. É o dolo do Estado de necessidade. O agente 
deve ter conhecimento de que se encontra em estado de 
necessidade. 
 LEGITIMA DEFESA – ART. 25 CP – 
“Commodus Dicessus” – Saída mais cômoda: A legitima defesa pode 
ocorrer na agressão de qualquer bem jurídico, inclusive legitima defesa 
da honra. É a causa excludente da ilicitude de quem repele:
a. Agressão Injusta: agressão contrária ao direito. 
b. Atual ou Iminente: Se for passada caracteriza vingança. Se for 
futura pode-se chamar a autoridade policial. 
c. A direito próprio ou alheio.
d. Repulsa com os meios necessários.
e. Uso moderado de tais meios.
f. Conhecimento da situação.
i. Excesso: 
- Segundo Capez:
1) Doloso ou intencional
2) Culposo
3) Excludente
- Segundo Damásio:
1) Doloso
2) Por um erro de tipo essencial:
a. Excusável: O agente não responde por nada – 
exculpante. 
Profa. Mônica Berrondo
41
Direito Penal
Apostila Complementar
b. Excesso Culpável: Responde por culpa
Hipóteses que cabem a Legitima Defesa:
→ Legítima Defesa X Agressão de Inimputável: Cabe 
legitima defesa no caso de agressão de inimputável ou 
qualquer pessoa acobertada de excludente de culpabilidade, 
pois, a agressão é observada de uma forma objetiva. 
→ Legítima Defesa Real X Legítima Defesa Putativa
→ Legítima Defesa Putativa X Legítima Defesa Putativa
→ Legítima Defesa Real X Legítima Defesa Subjetiva 
(excesso por erro de tipo escusável): Dentro do excesso 
de um, outro poderá utilizar-se da legitima defesa.
→ LegítimaDefesa Putativa X Legítima Defesa Real: Só é 
possível na legitima defesa de terceiros.
 ESTRITO CUMPRIMENTO DO DEVER 
LEGAL – ART. 26 CP:
→ É uma causa excludente da ilicitude que consiste em uma ação 
praticada em cumprimento de um dever imposto por Lei penal 
ou extrapenal, mesmo que cause lesão a um bem de terceiro.
→ É dirigida agentes públicos e particulares em função pública. 
→ Ex.: -Execução do condenado pelo carrasco.
-Flagrante compulsório
Profa. Mônica Berrondo
42
Direito Penal
Apostila Complementar
 EXERCÍCIO REGULAR DO REITO – ART. 
27 CP:
→ É realizado pelo particular.
→ Causa excludente da ilicitude que consiste no desempenho 
de uma atividade ou na prática de uma conduta autorizada por 
Lei.
→ Ex.: -Intervenções médicas e cirúrgicas
-Violência desportiva
-Ofendículos ou ofensáculos – aparatos facilmente 
perceptíveis que servem para defender a propriedade 
como cercas elétricas, lanças e caco de vidros em muros.
-Defesa Mecânica – por ser oculta facilmente configura 
excesso. 
OBSERVAÇÕES: 
*Tanto no Estrito Cumprimento do Dever Legal, quando no 
Exercício Regular de direito, é necessário o conhecimento de sua causa. 
*O excesso se observa em qualquer tipo de excludente da ilicitude. 
CULPABILIDADE
• É o juízo de reprovabilidade e censurabilidade exercido sobre 
alguém que praticou um fato típico e ilícito.
• O inimputável, semi imputável ou qualquer pessoa com respaldo 
da excludente da culpabilidade tem periculosidade, aplicando-se a essas 
pessoas não uma pena, mas medida de segurança. 
Profa. Mônica Berrondo
43
Direito Penal
Apostila Complementar
• Teorias:
1) Psicológica da Culpabilidade: Contemporânea da teoria naturalista ou 
causal da ação. Nesta teoria os elementos da culpabilidade eram a 
imputabilidade + o dolo (normativo) + culpa. 
2) Psicológico-normativa ou normativa: Os elementos da culpabilidade 
nesta teoria eram a imputabilidade = o dolo (normativo) + a culpa + a 
exigibilidade de conduta diversa. Também é contemporânea da teoria 
naturalista ou causal da ação. 
3) Normativa Pura: Ligada a teoria finalista da ação. Os elementos da 
culpabilidade exigidos são: a Imputabilidade = Exigibilidade de conduta 
Diversa + potencial consciência da ilicitude. É a teoria adotada em nosso 
ordenamento, em sua forma limitada. 
*Desdobramentos da Teoria Normativa Pura:
a. Estrita ou Extrema: Toda descriminante putativa, seja sobre os 
limites autorizadores da norma, seja sobre uma situação de fato, é 
sempre erro de proibição, ou seja, não há descriminante putativa 
sobre erro de tipo. 
b. Limitada: É adotada pelo nosso ordenamento. Existe 
descriminante putativa por erro de tipo (erro sobre uma situação 
de fato) ou descriminante putativa por erro de proibição (quando 
incidir sobre os limites autorizadores da norma)
• Elementos :
⇒ Imputabilidade.
⇒ Potencial Consciência da Ilicitude.
Profa. Mônica Berrondo
44
Direito Penal
Apostila Complementar
⇒ Exigibilidade de Conduta Diversa. 
CULPABILIDADE
• Se exclui algum elemento da culpabilidade, exclui-se a própria 
culpabilidade. 
• O inumputavel recebe sentença absolutória imprópria, aplicando-
se Medida de Segurança. 
• No caso de sobrevir doença mental no decorrer do cumprimento 
da pena, transfere-se o preso ao hospital de custódia para tratamento 
adequado e, constatando que tal doença tem caráter duradouro deve-se 
converter a pena para Medida de Segurança – Incidente de Conversão, 
estabelecido pela LEP. 
• O STF entendeu que o prazo Maximo de internação é de 30 
anos. 
 IMPUTABILIDADE – CAUSAS DE EXCLUSÃO 
(DIRIMENTES) – 1° ELEMENTO DA CULPABILIDADE
• É a capacidade de entender e de querer – art. 26 CP. 
• Art. 26, parágrafos do CP = semi-imputabilidade. 
• É causa de exclusão da culpabilidade. São exculpante. 
13. Doença Mental: Qualquer perturbação mental ou psíquica capaz de 
retirar a capacidade de entender e de querer. A dependência 
toxicológica é classificada como doença mental, sendo que, só a 
embriaguez patológica é considerada doença mental.
14. Desenvolvimento Mental Incompleto: A idade mental é incompatível 
com a cronológica. São os olifgrofênicos (Débeis Mentais; Imbecis e 
Idiotas). 
Profa. Mônica Berrondo
45
Direito Penal
Apostila Complementar
15. Embriaguez Completa Acidental – proveniente de caso fortuito ou 
força maior: Verifica-se o que o réu fez antes da ação ou omissão. É 
um estado de intoxicação aguda e transitória, causada pelo álcool ou 
sustâncias de efeitos análogos. 
→ Espécies de Embriaguez:
o Não acidental: Pode ser completa ou incompleta. O agente 
sempre responde pelo crime ocorrido no Estado de 
Embriaguez nestes casos. Não exclui a culpabilidade. Te, 
ligação com a responsabilidade penal objetiva (exceção da 
teoria naturalista), respondendo pelo crime ainda que não 
tenha agido com dolo ou culpa. Observa-se o princípios 
Actio Libero in causam. Pode ser:
• Voluntária/ Dolosa: É a vontade de se 
embriagar. 
• Culposa: O agente não quer se embriagar, mas, 
devido ao seu descuido, ou excesso de doses, 
acaba por se embriagar. 
o Acidental: Decorrente de caso fortuito ou força maior. Pode 
ser:
• Completa: Retira totalmente a capacidade de 
entender e de querer. Exclui a imputabilidade, 
dando-lhe absolvição própria (não tem medida 
de segurança nesses casos).
• Incompleta: Retira parcialmente a capacidade 
de entender ou de querer. Responde pelo crime 
com a pena diminuída de 1/3 a 2/3, é, pois, 
Profa. Mônica Berrondo
46
Direito Penal
Apostila Complementar
causa de diminuição de pena, sendo sua 
sentença condenatória. 
o Patológica: É uma doença mental, são os dependentes 
químicos, excluindo-se a culpabilidade. Aplica-se absolvição 
imprópria e, conseqüentemente, Medida de Segurança. 
o Preordenada: Vontade de se embriagar com a finalidade de 
cometer o crime (tomar um porre para ficar mais corajoso). 
Não se aplica a actio libero in causam. Além de não excluir a 
culpabilidade, é uma agravante genérica, prevista no artigo 
61, inciso II, alínea “l” do CP. Aplica-se, pois, sentença 
condenatória. 
→ Sistema para aferir a inimputabilidade:
o Biológico – Causal + Conseqüêncial: Somente interessa 
saber se o agente é portador de doença mental, 
desenvolvimento mental incompleto ou retardado. Não 
interessa se ao tempo da ação ou omissão sabia ou não o que 
estava fazendo. É usado no Brasil como exceção, apenas nos 
casos dos menores de 18 anos, os quais serão julgados na 
Vara da Infância e Juventude. 
o Psicológico – Cronológico + Conseqüêncial: Não é 
adotado no direito brasileiro. Não precisa a pessoa ter doença 
mental, desenvolvimento mental incompleto ou retardado, 
basta que ao tempo da ação ou omissão perca a capacidade 
de querer e entender. 
o Biopsicológico – Causal + Cronológico + Conseqüêncial: 
É o sistema adotado como regra no direito brasileiro. É uma 
fusão do sistema psicológico com o biológico. O 
desenvolvimento mental incompleto ou retardado ou ainda a 
Profa. Mônica Berrondo
47
Direito Penal
Apostila Complementar
doença mental, precisa estar presente ao mesmo tempo da 
ação ou omissão, tornando-se inimputável então e, aplicando-
se não uma pena, mas sim, uma medida de segurança. 
→ Emoção e Paixão:
o Não são causas excludentes da culpabilidade, pode ser: 
• Causa de Diminuição de Pena: É possível no 
homicídio e na lesão corporal praticados sob o 
domínio de violenta emoção, logo em seguida à 
injusta provocação da vítima. O homicídio ou a 
Lesão corporal, nestes casos, tornam-se 
privilegiados.
• Atenuante Genérica (art. 65, III “c”, CP): 
Usadaem qualquer crime, quando o agente se 
encontra sob influência de violenta emoção, 
mediante injusta provocação da vítima.
→ Semi-imputabilidade:
o Perde-se parte da capacidade de entender e de querer. Está 
prevista no art. 65, em seus parágrafos, do CP. 
o Também é usado o critério biopsicológico, constatado 
através de Laudo Médico, ou seja, o juiz sempre vai 
necessitar de ajuda pericial para decretar a semi-
imputabilidade.
o O agente poderá ser absolvido impropriamente, aplicando-se 
medida de segurança ou ser condenado, sendo a semi-
imputabilidade usada como causa de diminuição de pena. 
o A pena a ser aplicada tem que ser diminuída de 1/3 a 2/3.
o Aplica-se uma pena ou Medida de Segurança (dependendo 
de Laudo medico) – Sistema Vicariante. 
Profa. Mônica Berrondo
48
Direito Penal
Apostila Complementar
o Pode ser constatada na perturbação da saúde mental, no 
desenvolvimento mental incompleto ou no desenvolvimento 
mental retardado. 
 POTENCIAL CONSCIÊNCIA DA ILICITUDE – 2° 
ELEMENTO DA CULPABILIDADE
• É a possibilidade que o agente tem de conhecer a ilicitude no 
momento da ação ou omissão, devido as suas condições pessoais. 
 
• Erro de Proibição: Exclui a potencial consciência da ilicitude, 
no seu tipo escusável. Há a noção da realidade, incidindo o erro sobre a 
ilicitude do fato. O dolo permanece intacto. A descriminante putativa 
do erro de proibição é o próprio erro de proibição – é o erro sobre os 
limites autorizadores da norma.
a) Escusável ou Inevitável: O agente não tinha como 
conhecer a ilicitude do fato, em faze das circunstâncias do 
fato concreto, excluindo a potencial consciência da 
ilicitude e, em conseqüência, excluindo a culpabilidade. 
b) Inescusável ou Evitável: Embora o agente desconhecesse 
a ilicitude, tinha condições de saber as circunstâncias que 
contrariavam o ordenamento jurídico (observa-se o meio 
social onde o agente vive). Neste caso, a potencial 
consciência da ilicitude não será excluída, contudo, será 
causa de diminuição de pena, de 1/6 a 2/3, conforme o 
artigo 21 do CP. 
 EXIGIBILIDADE DE CONDUTA DIVERSA – 3° 
ELEMENTO DA CULPABILIDADE
Profa. Mônica Berrondo
49
Direito Penal
Apostila Complementar
• É a expectativa social de um comportamento diferente do que foi 
adotado pelo agente.
• Pode advir de: 
a) Coação moral irresistível: Exclui a exigibilidade de 
conduta diversa. Coação moral é o emprego de grave 
ameaça, excluindo a culpabilidade. 
OBS.: Se a coação for física exclui a conduta e se for 
resistível é apenas atenuante genérica (art. 65, III, “c”, 1ª 
parte, CP).
b) Obediência Hierárquica: É a obediência a uma ordem 
não manifestamente ilegal, de um superior hierárquico, 
tornando viciada a vontade do subordinado e afastando a 
exigibilidade de conduta diversa. 
→ Requisitos da Obediência Hierárquica: 
1. Um superior;
2. Um Subordinado;
3. Relação de Direito Público. 
→ É uma ordem do superior ao 
subordinado, sendo ordem ilegal, mas, 
aparentemente legal. 
→ Se a ordem for legal o 
subordinado está em estrito cumprimento do dever 
legal, excluindo-se, pois, a ilicitude.
→ Se a ordem for 
manifestamente ou aparentemente ilegal não exclui 
a culpabilidade. 
Profa. Mônica Berrondo
50
Direito Penal
Apostila Complementar
CONCURSO DE PESSOAS
Concurso de agente ou co- delinqüência.
 
• Espécies de Crimes:
A. Monossubjetivos ou 
de Concurso Eventual: Crimes que necessitam de apenas uma 
pessoa para sua prática e, eventualmente podem ser praticados por 
mais de uma pessoa. 
B. Plurissubjetivos ou 
de Concurso Necessário: São aqueles crimes onde há 
necessidade de mais de um agente para sua prática. Podem ser: 
1. De condutas Paralelas: São aqueles 
onde as condutas auxiliam-se mutuamente, visando 
a produção de um resultado comum (ex.: Art. 288 
CP).
2. De condutas convergentes: As 
condutas tendem a encontrar-se e deste encontro 
surge o resultado (ex. art. 240 CP – adultério). 
3. De condutas Contrapostas: As 
condutas são praticadas umas contra as outras (ex.: 
art. 137 CP – Rixa). 
Profa. Mônica Berrondo
51
Direito Penal
Apostila Complementar
CONCURSO DE PESSOAS
( continuação) 
 AUTORIA:
1. Teoria Unitária: Todos são autores, não havendo a figura do 
partícipe. 
2. Teoria Extensiva: Todos são autores, como na teoria 
unitária, mas, admite-se a existência de causas de diminuição de 
pena para se estabelecer diferentes graus de autoria. Surge nesta 
teoria a figura do cúmplice. 
3. Teoria Restritiva: É adotada pelo CP (de acordo com a 
teoria do domínio do fato), pois, diferencia autor de partícipe.
⇒ Critério ou teoria objetivo formal: O autor é quem 
pratica o núcleo, o verbo do tipo, os autores são 
participes. O mandante e autor intelectual serão 
partícipes segundo está teoria. 
⇒ Critério ou teoria objetivo material: Só é adotada 
pelo Capez. Autor não é quem pratica o verbo do tipo, 
mas é quem dá a contribuição objetiva mais 
importante.
⇒ Critério ou teoria do domínio do fato: Para essa 
teoria autor é aquele que detém o controle final do 
fato. É aquele que domina toda realização delituosa. 
Mandante e autor intelectual são considerados autores. 
É adotada pela parte majoritária da doutrina, bem 
como adotada pelo CP.
Profa. Mônica Berrondo
52
Direito Penal
Apostila Complementar
 FORMAS DE CONCURSO DE PESSOAS:
1. Co-Autoria: São as pessoas que realizam a conduta 
principal.
2. Participação: Aquele que contribui para a realização da 
conduta principal é partícipe. Pode ser participação moral 
(induzimento e instigação) ou participação material (auxilio). 
 NATUREZA JURÍDICA DO CONCURSO DE PESSOAS:
1. Teoria Unitária ou monista: É a teoria adotada pelo CP. 
Todos os que contribuem para o crime cometem e respondem pelo 
mesmo crime (art. 29, Caput, CP).
2. Teoria Dualista: Há um crime para os co-autores e outro 
para os partícipes. 
3. Teoria Pluralista ou pluralística: Cada um dos 
participantes responde por delito próprio.
→ Exceções Pluralística da Teoria Unitária ou 
Monista: 
 Art. 29 § 2° CP: A pessoa responde pelo 
crime que queria praticar.
 No assalto a mão armada a morte é 
sempre previsível.
 Arts. 124 e 126 CP.
 Arts. 235 caput e 235 § 1° CP.
 Arts. 317 a 333 CP.
 PATICIPAÇÃO:
Profa. Mônica Berrondo
53
Direito Penal
Apostila Complementar
1. Natureza Jurídica: É uma norma de extensão ou ampliação 
pessoal ou espacial. Norma incriminadora + norma de extensão 
(art. 14, II CP – Tentativa e art. 29 CP – Participação).
2. Acessoriedade:
⇒ Mínima: É partícipe quem colabora para um fato 
típico. Não é adotada.
⇒ Limitada: É partícipe quem colabora para a 
realização de um fato típico e ilícito. É adotada pela 
maioria da doutrina.
⇒ Extremada: É partícipe quem colabora com um fato 
típico, ilícito e culpável (adotada pelo capez).
⇒ Hiperacessoriedade: É partícipe quem participa em 
um fato típico, ilícito e culpável, aplicando-se a ele 
todas as circunstancias atenuantes e agravantes do 
autor.
 REQUISITOS DO CONCURSO DE PESSOAS:
1. Pluralidade de Condutas: Precisa de mais de um autor, ou 
então, um autor e um partícipe. 
2. Relevância causal de todas as condutas: Todas as condutas 
devem contribuir para a produção do resultado.
3. Liame Subjetivo ou concurso de vontades: É a vontade de 
todos os agentes de produzis o resultado, não significando isto um 
acordo prévio. É a aderência de uma conduta a outra. Não existe 
participação dolosa em crime culposo, bem como não há 
participação culposa em crime doloso.
Profa. Mônica Berrondo54
Direito Penal
Apostila Complementar
4. Identidade de infração para todos: Todos respondem pelo 
crime. É adotada a teoria unitária ou monista.
 PARTICIPAÇÃO EM CRIME CULPOSO:
1. Entendimento Majoritário: Não admite a participação, 
somente a co-autoria, pois, o tipo culposo é um tipo aberto, sendo 
assim, não pode haver conduta principal e acessória. 
2. Entendimento Minoritário: Admite, alegando que, apesar 
de ser um tipo aberto, vislumbra-se uma conduta principal e uma 
conduta acessória.
 CONCEITOS FINAIS:
1. Autoria Colateral: Ocorre quando mais de um agente 
realiza a conduta sem que aja liame subjetivo entre eles. O autor 
que produzir o resultado na vítima responderá por crime 
consumado, e o outro responderá por crime tentado
Profa. Mônica Berrondo
55
Direito Penal
Apostila Complementar
2. Autoria Incerta: Ocorre quando na autoria colateral não se 
sabe quem causou o resultando, respondendo ambos por tentativa.
Profa. Mônica Berrondo
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Direito Penal
Apostila Complementar
3. Autoria Desconhecia ou Ignorada: Ocorre quando não se 
consegue apurar quem foi o causador da conduta. É o caso de 
balas perdidas. Resulta no arquivamento do Inquérito Policial.
4. Autoria Mediata: Ocorre quando o autor mediato se serve 
de pessoa sem condições de discernimento para realizar por ele a 
conduta atípica. A pessoa usada não responde por nada, nem como 
participe. A pessoa que mandou responderá como autor mediato. 
O executor não tem culpabilidade.
⇒ OBS.: Art. 30 CP – As circunstâncias pessoais não se 
comunicam a não ser que tal circunstância seja 
elementar ao tipo penal.
⇒ Elementar: comunica-se sempre, sendo objetiva ou 
subjetiva, desde que o agente saiba da sua existência.
⇒ Circunstância: Só se comunica se for objetiva. 
PENAS
 Conceito: Pena é a sanção penal 
imposta pelo Estado em execução de uma sentença ao culpado pela 
prática de uma infração penal.
 Teoria das penas:
1. Absoluta ou da retribuição: A finalidade da pena é só 
punir. Não é adotado pelo CP.
2. Relativa, Finalista, Utilitária ou da Prevenção: A 
finalidade da pena é a prevenção (geral e especial). Não é adotado 
pelo CP.
Profa. Mônica Berrondo
57
Direito Penal
Apostila Complementar
3. Mista, Eclética, Intermediária ou Conciliadora: A função 
da pena é a prevenção e a punição. É a teoria adotada pelo CP.
 Penas Privativas de Liberdade:
1. Reclusão: Para o regime fechados com pena superior a 8 
anos. Para o regime aberto com pena inferior a 4 anos. Para o 
regime semi aberto com pena maior que 04 anos e menor ou igual 
a 8 anos. O regime será necessariamente fechado se o réu for 
reincidente qualquer que seja a pena, ou ainda se as circunstancias 
do art. 59 lhe fores desfavoráveis. 
2. Detenção: Nos casos de regime semi aberto com pena maior 
que 04 anos e nos regimes aberto com pena menor ou igual a 4 
anos. Se o réu for reincidente ou as circunstancias judiciais do art. 
59 lhe forem desfavoráveis terá que cumprir necessariamente a 
pena em regime semi aberto. Por regressão durante o cumprimento 
da pena o réu pode ter que cumprir a pena no regime fechado.
3. Prisão Simples (para as contravenções penais). Ocorre nos 
regimes semi aberto ou aberto. Não há a possibilidade de se 
cumprir a pena no regime fechado.
 Regimes Penitenciários:
1. Fechado: O preso o cumpre em estabelecimento de 
segurança máxima ou média.
2. Semi-Fechado ou Semi-Aberto: O preso o cumpre em 
colônia agrícola, industrial ou estabelecimento similar.
3. Aberto: Trabalha durante o dia e se recolhe a noite e nos 
dias de folga na casa do albergado ou estabelecimento similar.
Profa. Mônica Berrondo
58
Direito Penal
Apostila Complementar
4. Medida de Segurança: É a sanção penal imposta a quem 
pratica um crime e tenha periculosidade, ou seja, a potencialidade 
para a prática de ações danosas.
• O imputável tem 
culpabilidade, impondo-lhe a pena através de sentença 
condenatória.
• O inimputável tem 
periculosidade presumida, aplicando-lhe medida de 
segurança através de sentença absolutória imprópria. 
• O semi imputável tem 
periculosidade real lhe aplicando pena ou medida de 
segurança de acordo com o sistema vicariante. O art. 26 
§ único do Co diz que a pena a ser aplicada pode ser 
diminuída de 1/3 a 2/3. 
• Espécies de Medida de 
Segurança:
a) Detentiva: É a 
internação. É obrigatória se o crime for apenado com 
reclusão. É por tempo indeterminado (O STF diz que o 
tempo máximo é de 30 anos). O exame de cessação da 
periculosidade é feito em um prazo de 1 a 3 anos após a 
internação ou a qualquer tempo a critério do juiz da 
VEX, sendo os exames subseqüentes feitos anualmente 
ou a qualquer tempo, a critério do juiz da VEC.
b) Restritiva: É o 
tratamento ambulatorial. É facultativo para os crimes 
apenados com detenção. Será por tempo indeterminado. 
O exame de cessação da periculosidade é feito em um 
prazo de 1 a 3 anos após a internação ou a qualquer 
tempo a critério do juiz da VEX, sendo os exames 
subseqüentes feitos anualmente ou a qualquer tempo, a 
critério do juiz da VEC. A liberação será sempre 
Profa. Mônica Berrondo
59
Direito Penal
Apostila Complementar
condicional, podendo retornar ao tratamento se 
demonstrar periculosidade em 01 ano.
OBS.: Desinternação: Será sempre condicional, ou seja, se 
antes de um ano a pessoa demonstrar periculosidade, 
voltará à internação. O local de cumprimento do Mandado 
de Segurança é hospital de custódia ou estabelecimento 
adequado. O STF admite que, na ausência deste hospital, 
deve o preso ser internado em hospital psiquiátrico público 
ou particular. 
 Progressão de Regime:
• Consiste em 
ir de um regime mais grave para um menos grave.
• Não existe 
progressão por salto.
• São 
requisitos o cumprimento de 1/6 da pena; bom comportamento 
carcerário (o qual será atestado pelo diretor do estabelecimento). 
Tais requisitos se aplicam em todos os crimes, inclusive os 
hediondos.
 Livramento Condicional:
• Cumpre-se 
2/3 da pena e é liberado.
• Nos crimes 
hediondos sónao poderá haver livramento condicional se for 
reincidente especifico em crimes hediondos ou assemelhados.
 Regressão de Regime:
• Consiste em 
ir de um regime mais benéfico para um mais gravoso.
Profa. Mônica Berrondo
60
Direito Penal
Apostila Complementar
• Hipóteses de 
regressão: prática de crime doloso; prática de falta grave; nova 
condenação onde o somatório das penas não se adequem ao 
regime em que se encontra, sendo conseqüência a regressão (art. 
111 da LEP); se o condenado frustrar os fins da execução no caso 
de estar em regime aberto (como ocorre no abandono de 
emprego).
• Poderá haver 
regressão por salto.
 Regras do Regime Fechado:
1. Exame Criminológico obrigatório.
2. Trabalho interno: Obrigatório, sob pena de falta grave. É 
remunerado em ¾ do salário mínimo. O preso provisório e o preso 
político não estão obrigados. A jornada de trabalho será de 6 à 8 
horas diárias.
3. Trabalho externo: É admissível em serviços e obras 
públicas, tomadas as cautelas conta a fuga e desde que os presos 
representem 10% dos empregados na obra.
 Regime Disciplinar Diferenciado – 
Artigo 52 da LEP.
 Regras do Regime Semi Aberto:
1. Exame Criminológico facultativo.
2. Trabalho interno: Obrigatório, sob pena de falta grave. É 
remunerado em ¾ do salário mínimo. O preso provisório e o preso 
político não estão obrigados. A jornada de trabalho será de 6 à 8 
horas diárias.
Profa. Mônica Berrondo
61
Direito Penal
Apostila Complementar
3. Trabalho externo: É admissível em

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