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questões de prova dissertativa

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Onde é lavrado o auto de prisão em flagrante? É presidido por quem?
Resposta: Em regra, lavra-se o auto de prisão em flagrante no lugar em que se tiver efetuado a prisão. Porém, por não se tratar de ato de jurisdição, será válido ainda que realizado em local diverso.
O auto de prisão em flagrante é presidido, normalmente, por uma autoridade policial e, em alguns casos, pela autoridade judiciária (art. 307 do CPP) ou administrativa (poder de polícia das casas parlamentares).
Na hipótese do art. 307 do CPP, para que a autoridade judiciária presida a lavratura do auto de prisão, é necessário que o fato criminoso tenha sido praticado em sua presença ou contra ela no exercício de suas funções. Caso isso não ocorra, o magistrado deverá conduzir o preso à autoridade policial competente para a elaboração do auto de prisão. Essa forma de prisão é admitida porque, se o magistrado pode expedir a ordem de prisão, com efeito, também pode presidir a lavratura do auto de flagrância. Nesse caso, contudo, o juiz estará impedido de apreciar a eventual ação penal proposta.
----- 2. Qual o conceito de notitia criminis?
Resposta: É a ciência da autoridade policial da ocorrência de um fato criminoso, podendo ser: direta ou imediata, quando o delegado, por meio de investigação, descobre o fato delituoso; indireta ou mediata, quando a vítima provoca a atuação do delegado, bem como quando o MP ou o juiz requisita a sua atuação; coercitiva, quando a autoridade policial descobre a ocorrência da infração penal por meio da prisão em flagrante.
----- 3. Que vem a ser imputação alternativa? É possível?
Resposta: Imputação alternativa pode se dar quando, na peça acusatória, fatos delituosos são imputados ao agente de forma alternativa. Ex: MP imputa ao paciente a prática do crime de furto ou de receptação dolosa. 
Casos há em que a área de incerteza está circunscrita apenas a certas circunstâncias e não à ação principal praticada. Em outras palavras, sabe-se que foi o indiciado o autor de determinado furto, mas há dúvida, por exemplo, se houve rompimento de obstáculo ou escalada para a prática do crime contra o patrimônio.
Nos dizeres de Afrânio Jardim, “sempre que circunstâncias do fato principal venham a ser elementos do tipo qualificado, podem dar margem à imputação alternativa, mais restrita, desde que haja incerteza ponderável entre certos motivos particularmente reprováveis, certos meios ou modos, ou fins colimados pelo sujeito ativo da infração penal. Esta hipótese é bem comum na prática do foro criminal. Entretanto, resolve-se a questão através de um expediente temerário e incorreto: o autor da ação penal imputa ao acusado tudo o que for possível, de forma cumulativa. Assim, busca-se demonstrar uma certeza irresponsável, atribuindo-se ao réu, muitas vezes, circunstâncias que se excluem no caso concreto”. 
Luiz Flávio Gomes também admite a imputação alternativa relacionada às circunstâncias do fato principal, desde que, assim como defende Afrânio Jardim, exista uma incerteza ponderável. 
Conforme ensina Luiz Flávio Gomes, no crime de homicídio, por exemplo, há uma diferença tênue entre determinadas qualificadoras, o que permite a imputação alternativa.
Ainda segundo Afrânio Jardim, imputação alternativa também pode ocorrer quando a peça acusatória descreve a mesma conduta a duas pessoas, alternativamente, de forma que a responsabilidade de uma exclui a da outra. Tal imputação alternativa é de caráter subjetivo.
Desse modo, a imputação pode ser objetiva (relacionada aos fatos) ou subjetiva (relacionada a pessoas).
Ademais, levando-se em conta a fase processual, a imputação alternativa pode ser classificada em originária, feita na denúncia ou na queixa, e superveniente, feita por meio de aditamento à peça vestibular. 
RESSALTE-SE, CONTUDO, QUE A MAIORIA DA DOUTRINA E JURISPRUDÊNCIA NÃO ADMITE A IMPUTAÇÃO ALTERNATIVA, UMA VEZ QUE, EM TESE, VIOLARIA O PRINCÍPIO DA AMPLA DEFESA, mormente pelo fato do art. 41 do CPP ser peremptório e expresso no sentido de que a denúncia ou queixa conterá a exposição do fato criminoso, com todas as suas circunstâncias, a qualificação do acusado ou esclarecimentos pelos quais se possa identificá-lo, a classificação do crime e, quando necessário, o rol das testemunhas.
----- 4. Pode o promotor de justiça desistir da ação penal depois de instaurada?
Resposta: Na ação penal pública vige o princípio da indisponibilidade. 
Assim, o MP não pode desistir da ação penal pública proposta e nem do recurso interposto.
Art. 42 do CPP: “O Ministério Público não poderá desistir da ação penal”. 
Vale lembrar que a suspensão condicional do processo, disciplinada no art. 89 da Lei 9.099/95, excepciona segundo parte da doutrina o princípio da indisponibilidade.
----- 5. Se na ação penal reconhecer-se a existência do fato, há reflexo na ação civil?
Resposta: O sistema brasileiro da separação das instâncias não é absoluto, pois há interferências da sentença penal na esfera civil (e não vice-versa). 
Assim, caso a existência do fato tenha sido, categoricamente, reconhecida no juízo criminal, isto faz coisa julgada no juízo cível, nos termos do art. 935 do CC (“responsabilidade civil é independente da criminal, não se podendo questionar mais sobre a existência do fato, ou sobre quem seja o seu autor, quando estas questões se acharem decididas no juízo criminal”).
“Quanto mais você sua no treinamento, menos sangra no campo de batalha”.
Bons estudos!

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