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COMISSÃO O comissionamento pode ser puro ou misto. Na primeira situação a comissão será a parcela contraprestativa básica, em substituição ao salário-base por unidade de tempo (que não é pago a tal título embora seja garantido o mínimo legal ou piso da categoria). Na segunda, ao salário fixado por unidade de tempo se soma o valor pago a título de comissão. Regra geral, que pode comportar exceções, o comissionamento é fixado em um percentual sobre a venda de produto ou serviço realizada pelo empregado. Conforme exposto, a comissão paga pelo empregador integra a remuneração do empregado, e haverá, portanto, sua integração para todos os efeitos contratuais próprios a tal instituto, ou seja, repercussões em FGTS, INSS, férias, 13º salário, repouso semanal remunerado, dentre outras parcelas. Muitos empregadores pagam comissão “por fora”, ou seja, não fazem a correta integração dos valores, o que significa prejuízos ao empregado, que deverá buscar a satisfação de seu crédito na Justiça do Trabalho, sem olvidar os prejuízos à fazenda pública (INSS/IR/FGTS). Outra questão relacionada aos comissionistas diz respeito à possibilidade de comissionamento puro. Doutrina e jurisprudência são majoritariamente pela possibilidade de tal pactuação remuneratória, ou seja, do pagamento apenas dos valores proporcionais às vendas feitas pelo empregado e consequente desnecessidade de pagamento de salário-base por unidade de tempo. É claro, também, que mesmo em caso de comissionamento puro o empregador complementará o valor do salário mínimo ou piso da categoria caso o empregado não alcance tal valor a título de comissões. PREMIAÇÃO A lei 13.467/17, conhecida popularmente como Reforma Trabalhista, trouxe uma melhor definição quanto ao pagamento de prêmios, isentando-o de incidências trabalhistas e previdenciárias, deixando claro que o pagamento não incorpora ao contrato de trabalho. A nova lei acresceu ao art. 457 da Consolidação das Leis do Trabalho, para afirmar que: 1º Integram o salário a importância fixa estipulada, as gratificações legais e as comissões pagas pelo empregador. 2º As importâncias, ainda que habituais, pagas a título de ajuda de custo, auxílio-alimentação, vedado seu pagamento em dinheiro, diárias para viagem, prêmios e abonos não integram a remuneração do empregado, não se incorporam ao contrato de trabalho e não constituem base de incidência de qualquer encargo trabalhista e previdenciário. 4º Consideram-se prêmios as liberalidades concedidas pelo empregador em forma de bens, serviços ou valor em dinheiro a empregado ou a grupo de empregados, em razão de desempenho superior ao ordinariamente esperado no exercício de suas atividades.”(NR) A nova Lei deixa claro que o pagamento de premiação não integra a remuneração do empregado, ou seja, não incorpora ao salário. E evidencia ainda que não se incorpora a parcela paga a título de prêmio ao contrato de trabalho, nem que seja com habitualidade. Isso quer dizer que o pagamento de premiação poderá ser feito pelo empregador e caso no futuro ele pretenda suspender e cancelar o pagamento da premiação, isso poderá ocorrer sem o risco de quando for retirado/cancelado vir a ser considerado como parcela irredutível e direito adquirido do empregado. HORAS EXTRAS A CLT estabelece que a jornada normal de trabalho é de 8 (oito) horas diárias e 44 (quarenta e quatro) semanais, no máximo (inciso XVI, artigo 7º da Constituição Federal). Há exceções, como nos casos de bancários, telefonistas etc. Assim, se a jornada do trabalhador ultrapassar 8 (oito) horas no dia, terá direito às horas correspondentes. Da mesma forma, se a soma de horas da semana ultrapassar 44 horas. Valor da hora extra (adicional) Vale lembrar que, a hora extra é acrescida de, no mínimo, 50% (cinquenta por cento). Se, por exemplo, a hora do trabalhador vale R$ 7,00 (sete reais), passa a valer R$ 10,50 (dez reais e cinquenta centavos), com o adicional de 50% (cinquenta por cento). O adicional de hora extra pode ser de 60%, 70, 75% etc. Para ter ciência do percentual correto, basta verificar a Convenção Coletiva de Trabalho - CCT, emitida pelo sindicato da categoria. Ausência de intervalo para refeição Além das horas extras por ultrapassar o limite diário ou semanal (8h ou 44h), o empregado também tem direito às horas extras, decorrentes da ausência de intervalo para refeição e descanso. Em regra, se o trabalhador não usufruir de 1 (uma) hora para refeição e descanso, terá o direito a 1 (uma) hora extra "cheia". Assim, se, por exemplo, o trabalhador realizar o intervalor de 30 minutos, quando tinha o direito a 1 (uma) hora, receberá a hora extra em valor integral. Vale lembrar, com o acréscimo de, no mínimo, 50% (cinquenta por cento). Exceções O direito a horas extras comporta exceções, como no caso de cargo de confiança e atividades que não permitam fiscalização de horário, como alguns trabalhos externos. Há casos em que a lei permite intervalo de, apenas, 15 (quinze) minutos, como no caso dos trabalhadores que tem a jornada de trabalho de 4 (quatro) ou 6 (seis) horas. Horas extras habituais (base de cálculo) Por fim, as horas extras habituais integram o salário do trabalhador para todos os efeitos. Para exemplificar, um trabalhador que recebeu férias, 13º, com o salário base de R$ 1.500,00 (mil e quinhentos reais), poderia ter o salário considerado como R$ 2.000,00, dependendo da quantidade de horas extras habituais que realizasse. Dessa forma, haveria a necessidade de recalcular todos os pagamentos e, se for o caso, as verbas rescisórias e outras verbas trabalhistas.