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Prévia do material em texto

Vanessa Coutinho do Amaral 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Fraturas de Mandíbula – Relato de Caso de 
Disjunção de Sínfise Mandibular em Felino 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
São Paulo 
 2008 
 ii
Vanessa Coutinho do Amaral 
 
Curso de Pós-graduação em Odontologia Veterinária pela ANCLIVEPA-SP 
Lato Sensu 
 
Em parceria com a Universidade Anhembi-Morumbi 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Fraturas de Mandíbula – Relato de Caso de 
Disjunção de Sínfise Mandibular em Felino 
 
 
 
 
 
 
Trabalho de Conclusão de Curso de Especialização em Odontologia Veterinária 
Lato Sensu pela ANCLIVEPA-SP, em parceria com a Universidade Anhembi-
Morumbi 
 
 
 
 
Orientador: Maria Anete Lallo 
Universidade Cruzeiro do Sul (UNICSUL) 
 
 
 
 
 
São Paulo 
2008 
 iii
Vanessa Coutinho do Amaral 
 
 
 
 
 
 
Fraturas de Mandíbula – Relato de Caso de 
Disjunção de Sínfise Mandibular em Felino 
 
 
 
 
 
 
 
Trabalho de Conclusão de Curso de Especialização em Odontologia Veterinária 
Lato Sensu pela ANCLIVEPA-SP, em parceria com a Universidade Anhembi-
Morumbi 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Ciência do orientador 
 
 
 
Nome: Maria Anete Lallo 
Assinatura: 
Data: / / 
 
 
 
 iv
 
Coordenador do Curso 
Dr. Rogério Arno Miranda 
 
Diretoria Executiva 2006-2009 da Anclivepa-SP 
Presidente: Marco Antônio Gioso 
Vice-Presidente: Ricardo Coutinho do Amaral 
Tesoureiro-Geral: Rogério Arno Miranda 
1o. Tesoureiro: Herbert Lima Correa 
Secretário-Geral: Rosemary Viola Bosch 
1o. Secretário: Daniel Giberne Ferro 
Diretor Científico: José Fernando Ibanez 
Diretor Social: Vanessa Graciela G. Carvalho 
 
Conselho Consultivo 
Daniel C. Branco Baccarin 
Luiz Renato Tartalia e Silva 
Claudia de Paula Ferreira da Costa 
Comissões assessoras e cargos não eletivos 2006-2009 
Comissão Cientifica 
José Fernando Ibanez (presidente) 
Mariana Lage Marques 
Franz Naoki Yoshitoshi 
Adriana Lima Teixeira 
Cassio Ricardo Auada Ferrigno 
Leandro Romano 
Comissão de Boletim Informativo 
Daniel Giberne Ferro 
Fernanda Maria Lopes 
 
Comissão Social 
Vanessa Graciela G. Carvalho (presidente) 
Daionety Aparecida Pereira 
Fernanda Maria Lopes 
Zohair Saliem Sayegh 
Comissão de Bem-Estar Animal 
Wilson Grassi 
Ouvidoria Anclivepana 
Luiz Renato Tartalia e Silva (presidente) 
Cláudia de Paula Ferreira da Costa 
Rosemary Viola Bosch 
 
Diretoria de Sede 
Cláudia de Paula Ferreira da Costa (presidente) 
 v
FOLHA DE AVALIAÇÃO 
 
 
Nome: AMARAL, Vanessa Coutinho do 
 
Título: Fraturas de Mandíbula – Relato de Caso de Disjunção de Sínfise Mandibular em 
Felino. 
 
Monografia apresentada para a Conclusão do Curso de 
Especialização em Odontologia Veterinária Lato Sensu pela 
ANCLIVEPA-SP, em parceria com a Universidade Anhembi-
Morumbi. 
 
 
Data: 30/05/2008 
 
Banca Examinadora 
 
Prof. Dr. José Fernando Ibanez (Presidente) 
 
Profa. Dra. Léslie Domingues Falqueiro 
 
Prof. Dr. Paulo Eduardo Guedes Carvalho 
 
Prof. Dr. João Rossi Júnior (Suplente) 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 vi
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
DADOS INTERNACIONAIS DE CATALOGAÇÃO-NA-PUBLICAÇÃO 
 
 
Amaral, Vanessa Coutinho do 
 Fraturas de Mandíbula – Relato de Caso de Disjunção de Sínfise 
Mandibular em Felino/ Vanessa Coutinho do Amaral – São Paulo: V. 
C. Amaral, 2008. 
 54 f. : il. 
 
 Monografia apresentada como trabalho de Conclusão do Curso de 
Especialização em Odontologia Veterinária da Associação Nacional de 
Clínicos Veterinários de Pequenos Animais de São Paulo – 
ANCLIVEPA-SP, em parceria com a Universidade Anhembi-Morumbi, 
São Paulo, 2008. 
 
 Orientador: Profa. Dra. Maria Anete Lallo 
 
1. Mandíbula 2.Disjunção de sínfise 3. Resina acrílica 4. Felinos 
 
 vii
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 À MINHA FAMÍLIA 
Meus pais Ricardo e Rosaria, e minha irmã Daniele 
 
Pelo amor, apoio, carinho e força sempre incondicionais, 
Por me mostrarem que fazer o bem sempre vale a pena, 
Por sempre fazerem me sentir especial, 
E, por até nos momentos mais difíceis, provarem que 
Nada pode ser mais forte que A NOSSA FAMÍLIA! 
 
 
 
 viii
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
À MEMÓRIA DOS MEUS AVÔS 
JOSÉ E ALCEBÍADES 
Por quem guardo grande carinho e admiração, 
E que são o início de toda esta história... 
 
E ÀS MINHAS AVÓS SANTA E LUCILLA 
As mais belas flores que Deus colocou no jardim da minha vida! 
 
 
 
 
 ix
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
AO MEU NAMORADO SÉRGIO 
 
Pela dedicação, companheirismo, carinho, 
Por compreender minhas ausências, 
 E, quando até eu mesmo duvidei, 
Acreditou na minha vitória! 
 
E AO NOSSO ANJINHO, MANUELLA! 
 
 
 
 x
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
À MINHA ORIENTADORA MARIA ANETE LALLO 
 
Pela colaboração e esforço, 
Além da amizade e dedicação à mim dispensadas. 
Muito Obrigada! 
 
 
 
 xi
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
AO DR. ROGÉRIO ARNO MIRANDA 
 
Pessoa muito carinhosa e solidária, com quem eu muito aprendi. 
Profissional paciente, que me propiciou acompanhar casos clínicos, 
Inclusive o deste trabalho. 
Muito Obrigada! 
 
 
 
 xii
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
À GRANDE AMIGA QUE ESTE CURSO 
ME PROPORCIONOU CONHECER 
MARA LOMBARDI 
 
Por todos os momentos compartilhados, 
As alegrias, e as agonias também. 
Não foi fácil, mas ao seu lado pareceu mais tranqüilo. 
Aprendi muito com você minha amiga. 
 
 
 xiii
AGRADECIMENTOS 
 
Um agradecimento especial aos coordenadores deste curso: Rogério Arno Miranda, 
Marco Antônio Gioso, Daniel Giberne Ferro, e Fernanda Maria Lopes. Ao Rogério pelo seu bom 
humor, ao Gioso pela disciplina, ao Ferro pela diversão, e à Fê pela dedicação e paciência, e a 
todos pela sabedoria a nós passada. 
Aos grandes amigos do 3° Curso de Odontologia Veterinária da Anclivepa-SP, todos são 
especiais. 
Às secretárias da Anclivepa-SP: Luana, Érica e Suélen, por toda a dedicação, colaboração, 
e simpatia. 
Aos veterinários (Michelli e Herbert) e funcionários do Odontovet, assim como os 
veterinários do LOC (Leon, Vanessa, Jonathan), por nos receberam sempre tão bem, e nos 
passarem um pouco do seu conhecimento. 
A todos meus amigos e familiares por toda a torcida. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 xiv
RESUMO 
 
AMARAL, V. C. Fraturas de Mandíbula – Relato de Caso de Disjunção de Sínfise 
Mandibular em Felino. (Mandible fractures - Case report: separation of mandibular symphysis 
in a cat). 2008. 54 f. Monografia (Conclusão de Curso de Especialização em Odontologia 
Veterinária) – Associação Nacional de Clínicos Veterinários de Pequenos Animais – SP, 
Universidade Anhembi-Morumbi, São Paulo, 2008. 
 
As fraturas de mandíbula ocorrem, na maioria das vezes, por traumatismos, como 
atropelamentos, brigas ou quedas. Disjunção de sínfise ocorre quase que exclusivamente em 
carnívoros, e é muito comum nos felinos. Estas lesões são separações da sindesmose mandibular 
e se consolidam pela formação de calo fibroso ao invés de calo ósseo. O principalobjetivo da 
reparação de fraturas orais é a manutenção da oclusão e da função das mandíbulas e, por este 
motivo, as técnicas de reparação minimamente invasivas são preferíveis, como a aplicação de 
esplintagem em acrílico, sozinha ou em combinação com cerclagem interdental. Em geral, as 
fixações desta região não necessitam ser muito rígidas, consolidam-se rapidamente, e a fixação 
poderá ser removida em aproximadamente 3 a 5 semanas, podendo chegar a 8 semanas, sendo 
que durante este período o animal irá se alimentar. O método de fixação dependerá da presença 
ou não de dentes, e da estabilidade dos fragmentos reduzidos, sendo a resina acrílica uma das 
mais utilizadas. Neste trabalho descreveu-se um caso clínico de disjunção de sínfise mandibular 
em um felino, 4 meses, fêmea. O animal foi anestesiado, as radiografias confeccionadas e o 
tratamento teve início. Os tecidos moles foram debridados, e o remanescente suturado com nylon 
4-0; aproximou-se os ramos horizontais da mandíbula, fixando-os com uma pequena cerclagem 
de fio de aço 3.0, com cuidado para não causar lesão nos dentes caninos permanentes ainda não 
erupcionados; foi promovido o condicionamento ácido, seguido de enxágüe e secagem, para 
então ser aplicada a resina acrílica nos dentes de ancoragem. A oclusão foi testada, o acabamento 
realizado com fresas, e o local foi resfriado com água quando da sua reação exotérmica. Após 45 
dias o animal retornou sem a resina acrílica, que, segundo o proprietário, havia caído juntamente 
com os dentes decíduos. Novo debridamento e condicionamento ácido foram promovidos para a 
nova colocação da resina acrílica, desta vez como método único. Em 40 dias, após radiografia, a 
resina foi removida, porém os dentes caninos apresentavam-se desalinhados. Para a correção foi 
 xv
colocado elástico corrente no canino, e este ligado aos pré-molares. Com 40 dias este elástico foi 
removido, e o caso finalizado, mostrando que a esplintagem com resina acrílica é um método 
eficaz, de baixo custo, onde a oclusão normal do animal pode ser mantida, sendo estas 
características desejáveis para um bom método de fixação, mas que agravantes como grau de 
lesão ao tecido mole circunjacente e ao tecido ósseo, período de tempo até o início do tratamento, 
colaboração do proprietário, e principalmente quando o único ponto de ancoragem é a dentição 
decídua podem complicar o tratamento. 
 
Palavras-chave: Mandíbula, disjunção de sínfise, resina acrílica, felinos. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 xvi
ABSTRACT 
 
AMARAL, V. C. Mandible fractures - Case report: separation of mandibular symphysis in 
a cat (Fraturas de Mandíbula – Relato de Caso de Disjunção de Sínfise Mandibular em Felino). 
2008. 54 f. Monografia (Conclusão de Curso de Especialização em Odontologia Veterinária) – 
Associação Nacional de Clínicos Veterinários de Pequenos Animais – SP, Universidade 
Anhembi-Morumbi, São Paulo, 2008. 
 
Mandible fractures mainly occur due to traumas, such as fights, falls or being run over. 
Symphysis separation affects almost exclusively carnivores and is very common in cats. This 
lesion causes the separation of mandibular syndesmosis and gets consolidated by a fibrous callus 
instead of a bony callus. The main objective in the repair of oral fractures is the maintenance of 
mandible occlusion and function. Therefore, minimally invasive repair techniques are preferred, 
with the use of acrylic splints, alone or in combination with interdental cerclage. Generally, 
repairs in this region do not need to be too rigid, are quickly consolidated and fixation can be 
removed in approximately 3 to 5 weeks. Fixation may last up to 8 weeks, and the animal can be 
fed normally during this period. The method of fixation will depend on the presence or absence 
of teeth, and on the stability of the fragments. Acrylic resin is one of the main fixatives used. A 
four month-old female cat was admitted in the practice showing symphysis separation. The 
animal was anesthetized and submitted to dental radiographs before treatment. Debridment of 
soft tissues was carried out and the rest of the tissue was sutured using nylon 4-0. Horizontal 
branches of the mandible were put together and fixed with small cerclage using steel wire 3.0, 
being careful not to cause any lesion in permanent fangs that had not erupted yet. Acid 
conditioning was carried out, followed by rinsing and drying. After that, acrylic resin was applied 
to anchor teeth. The occlusion was tested, and finishing was carried out using drills, followed by 
cooling with water when exothermal reaction occurred. After 45 days, the animal returned to the 
practice without the acrylic resin. According to the owner, it had fallen together with decidual 
teeth. New debridment and acid conditioning were carried out, this time as an only method. In 40 
days, new dental radiographs were made and resin was removed. However, the fangs were not 
aligned. Realignment was made with an elastic chain connecting the fangs to the premolars, 
removed after 40 days. The acrylic resin splint showed to be an efficient, low-cost method, 
 xvii
keeping the normal occlusion, all desirable characteristics in a good fixation method. However, 
complicating factors such as the degree of lesion in the neighboring soft and bone tissues, time 
elapsed until the beginning of the treatment, owner cooperation, and mainly, deciduous teeth as 
the only anchor points, may greatly affect the treatment. 
 
 
Key words: Mandible, symphysis separation, acrylic resin, cats. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 xviii
Lista de Figuras 
 
 
Figura 01: Divisão da mandíbula em 7 regiões...........................................................................pág. 12 
Figura 02: Fio de aço pela técnica de Ivy. Método utilizado 
para tratamento de fraturas mandibulares.....................................................................................pág. 15 
Figura 03: Fio de aço pela técnica de Stout. Método utilizado 
para tratamento de fraturas mandibulares.....................................................................................pág. 16 
Figura 04: Fio de aço pela técnica de Risdon. Método utilizado 
para tratamento de fraturas mandibulares.....................................................................................pág. 17 
Figura 05: Fio de aço pela técnica de Essig. Método utilizado 
para tratamento de fraturas mandibulares.....................................................................................pág. 17 
Figura 06: Técnica do fio de aço interfragmentar. Método utilizado 
para tratamento de fraturas mandibulares.....................................................................................pág. 18 
Figura 07: Técnica do fio de aço pela técnica da figura do “8”. Método 
utilizado para tratamento de fraturas mandibulares......................................................................pág. 25 
Figuras 08, 09 e 10: Disjunção de sínfise mandibular apresentada pelo 
animal (felino) na 1a consulta (11/09/2007)..................................................................................pág. 31 
Figura 11: Radiografia da disjunção de sínfise mandibular de felino – 
- antes de iniciar o tratamento (12/09/2007).................................................................................pág. 32 
Figura 12: Debridamento, com lâmina de bisturi, do tecido mole 
remanescente de disjunção de sínfise mandibular em felino (12/09/2007)..................................pág. 32 
Figuras 13 e 14: Mostram o local onde o fio de aço foi fixado,na região 
 ventral da mandíbula, estabilizando-se parcialmente a fratura. (12/09/2007).............................pág. 33 
Figura 15: Radiografia após colocação do fio de aço, como parte do tratamento 
de disjunção de sínfise mandibular em felino (12/09/2007).........................................................pág. 33 
Figura 16: Resina acrílica aplicada sobre os dentes existentes 
para ancoragem (12/09/2007).......................................................................................................pág. 34 
Figura 17: Acabamento na resina acrílica, realizado com fresas (12/09/2007)...........................pág. 34 
Figura 18: Figura 17: Aspecto da região da fratura ao final da cirurgia, já com 
a sutura dos tecidos moles (12/09/2007).......................................................................................pág. 35 
Figura 19: Radiografia final, após aplicação da resina (12/09/2007)..........................................pág. 35 
Figuras 20 e 21: Animal no retorno em 24/10/2007 sem a resina acrílica (que foi utilizada 
para o tratamento de disjunção de sínfise mandibular), e já com dentição permanente...............pág. 36 
 xix
Figura 22: 1a radiografia do retorno do dia 24/10/2007...............................................................pág. 37 
Figuras 23 e 24: Mostram a realização da incisão do tecido mole e novo descolamento 
 dos ramos horizontais da mandíbula para se realizar um novo posicionamento da oclusão, 
com a retirada do fio de aço utilizado na primeira parte do tratamento (24/10/2007).................pág. 37 
Figuras 25 e 26: Resina acrílica sendo novamente colocada para tratamento de 
disjunção de sínfise mandibular em felino (24/10/2007)..............................................................pág. 38 
Figura 27: Acabamento na resina acrílica utilizada para tratamento de disjunção 
de sínfise mandibular em felino (24/10/2007)..............................................................................pág. 38 
Figura 28: Radiografia final, após tratamento do dia 24/10/2007, também 
com resina acrílica, para tratamento de disjunção de sínfise mandibular em felino.....................pág. 39 
Figura 29: Animal no retorno do dia 05/12/2007, ainda com a resina 
acrílica para o tratamento de disjunção de sínfise mandibular......................................................pág. 39 
Figura 30: Remoção da resina acrílica (05/12/2007)...................................................................pág. 40 
Figura 31: Detalhe da gengivite promovida pelo contato da resina acrílica com a 
gengiva, e a projeção rostral do dente 304 (05/12/2007)..............................................................pág. 40 
Figura 32: Radiografia realizada em 05/12/2007, após a remoção da resina 
acrílica, mostrando uma boa consolidação óssea..........................................................................pág. 41 
Figura 33: Dente 304 projetado rostralmente, em forma “de lança” (05/12/2007).....................pág. 41 
Figura 34: Condicionamento ácido (setas amarelas) nos dentes 304, 307 e 308, 
onde será fixado o elástico corrente (05/12/2007).......................................................................pág. 42 
Figura 35: Fixação do elástico corrente com resina fotopolimerizável para mantê-lo 
no local, buscando-se, desta forma, movimentar este canino caudalmente (05/12/2007)............pág. 42 
Figura 36: Aspecto final, após remoção do elástico corrente, mostrando caninos 
inferiores alinhados (15/01/2008). Finalização do tratamento de disjunção de 
sínfise mandibular em felino.........................................................................................................pág. 43 
Figura 37: Radiografia final, após remoção do elástico corrente, e finalização 
do tratamento de disjunção de sínfise mandibular em felino (15/01/2008)..................................pág. 43 
Figuras 38 e 39: Reavaliação do animal após 6 meses do final do tratamento, em vista 
frontal e lateral, respectivamente, mostrando os caninos inferiores alinhados (19/07/2008).......pág. 44 
Figura 40: Radiografia do animal após 6 meses do final do tratamento, evidenciando boa 
consolidação óssea, e canal radicular menos amplo devido à idade do animal (19/07/2008)......pág. 44 
 
 
 
 xx
 
SUMÁRIO 
 
 
 pág. 
 
1 Introdução..............................................................01 
2 Revisão de Literatura............................................04 
2.1 Mandíbula................................................................05 
2.2 Tipos de Fraturas.....................................................06 
2.3 Diagnóstico e Tratamento Geral..............................07 
2.4 Tratamento Pós-Operatório.....................................10 
2.5 Fraturas de Mandíbula.............................................11 
2.5.1 Fraturas do Corpo Mandibular................................14 
2.5.2 Fraturas do Ramo Vertical Mandibular...................22 
2.5.3 Disjunção da Sínfise Mandibular............................23 
2.6 Resina Acrílica........................................................27 
3 Relato de Caso.......................................................30 
4 Discussão................................................................45 
5 Conclusão...............................................................49 
6 Referências Bibliográficas....................................51 
 
 
 
 
 
 
 
1 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 1 INTRODUÇÃO 
 
 
 
 
 
 
 
 
2 
 
 
1 INTRODUÇÃO 
 
A mandíbula é um osso longo, dividindo-se em corpo e ramo (GETTY, 1986; 
KÖNIG; LIEBICH, 2002). Desenvolve-se em forma de par, que se fundem medialmente em 
um plano longitudinal (KÖNIG; LIEBICH, 2002), porém, não completamente e nem com o 
passar dos anos, já que há uma sínfise permanente (GETTY, 1986). 
As fraturas do sistema estomatognático ocorrem, na maioria das vezes, por 
traumatismos, como por exemplo, atropelamentos, brigas ou quedas (GIOSO, 2003). O 
trauma corresponde de 89 a 100% das causas de fraturas mandibulares, e de 65 a 70% delas 
são expostas (SLATTER, 1998). O diagnóstico normalmente é baseado neste histórico de 
trauma, porém, a radiografia é um ponto essencial para a determinação das linhas de fratura e 
possíveis deslocamentos (BRINKER; PIERMATTEI; FLO, 1986). Nos felinos, elas 
representam 15% do total de fraturas, sendo que na maioria ocorre separação da sínfise 
(BRINKER; PIERMATTEI; FLO, 1986). 
O tipo de fratura nos felinos está diretamente relacionado com seus hábitos 
exploratórios, quando podem fatalmente cair de grandes alturas e, normalmente, caem com a 
cabeça (região do focinho) virada para o chão. As disjunções de sínfise ocorrem quase que 
exclusivamente em carnívoros (EISENMENGER; ZETNER, 1985), e são muito comuns nos 
felinos (HOLMSTROM; FROST; GAMMON, 1992). 
O principal objetivo da reparação de fraturas orais é a manutenção da oclusão correta e 
função das mandíbulas. Por este motivo, técnicas de reparação minimamente invasivas são 
sempre preferíveis. Atualmente, placas e pinos intramedulares não são muito utilizados em 
fraturas orais por apresentarem alto risco de lesão às raízes dos dentes e ao feixe neuro-
vascular, que passa pelo canal mandibular. Os fixadores externos, embora tenham eficácia, 
podem lesar estruturas orodentais vitais e o restante de osso disponível, muitas vezes muito 
delicado. Por este motivo, há preferência para aplicação de esplintagem em acrílico, sozinha 
ou em combinação com cerclagem interdental, pois além de ser um método econômico, éeficaz para manter a oclusão normal o mais rápido possível, além de não causar danos às 
demais estruturas (MITCHELL, 2005). 
A anestesia geral é necessária em praticamente todos os pacientes para a devida 
avaliação da lesão. Medicamentos injetáveis podem ser utilizados para uma avaliação oral, e 
até mesmo para aplicação de fio metálico ortopédico na separação de sínfise (SLATTER, 
1998). Ou então, a faringostomia é a alternativa para que a oclusão seja checada durante o 
tratamento, sem que o tubo orotraqueal prejudique a oclusão da boca, impedindo o 
3 
 
 
alinhamento dos dentes caninos, e assim mantendo a anestesia (BRINKER; PIERMATTEI; 
FLO, 1986; CROSSLEY; PENMAN, 1995; GIOSO, 2003; MITCHELL, 2005; SLATTER, 
1998). 
Este trabalho tem como objetivo relatar os tipos de fraturas mandibulares que ocorrem 
nos felinos, assim como o tratamento mais adequado para cada uma delas, principalmente a 
disjunção de sínfise e a eficácia do tratamento com esplintagem com resina acrílica, que será 
o caso clínico aqui relatado. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
4 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
2 REVISÃO 
DE LITERATURA 
 
 
 
 
 
 
 
 
5 
 
 
2 REVISÃO DE LITERATURA 
 
2.1 Mandíbula 
A mandíbula desenvolve-se de forma par e se funde medialmente em um plano 
longitudinal mediano (KÖNIG; LIEBICH, 2002). As duas metades da mandíbula não se 
fundem completamente nem com o passar dos anos, já que há uma sínfise permanente 
(GETTY, 1986). 
 A mandíbula é dividida em corpo e ramo da mandíbula (GETTY, 1986; KÖNIG; 
LIEBICH, 2002). No corpo da mandíbula pode ser diferenciada uma parte incisiva rostral 
(lâmina horizontal contendo uma face labial convexa e uma face lingual côncava unidas no 
arco alveolar) e uma parte molar caudal (com uma face bucal lateral e uma face lingual 
medial, e margens ventral e alveolar). No arco alveolar da parte incisiva estão implantados os 
seis dentes incisivos nos alvéolos dentários (KÖNIG; LIEBICH, 2002). Os alvéolos incisivos 
aumentam de tamanho do primeiro ao terceiro, e o alvéolo canino estende-se profundamente 
ventral e caudalmente (GETTY, 1986). Nos carnívoros, os alvéolos dentários do arco alveolar 
conectam-se diretamente com o alvéolo dentário para o canino. Na margem alveolar da parte 
molar estão os locais para os dentes molares (três para o gato) (KÖNIG; LIEBICH, 2002). O 
espaço interalveolar é muito curto ou pode até estar ausente (GETTY, 1986). 
 O corpo da mandíbula é atravessado pelo canal mandibular, percorrido pelo nervo 
alveolar sensitivo. Ele se inicia no forame mandibular, na superfície medial do ramo da 
mandíbula, projetando-se rostralmente sob os alvéolos e se desemboca no forame mentoniano. 
O forame mentoniano representa, para as anestesias, o mesmo valor que o forame mandibular 
(KÖNIG; LIEBICH, 2002). Há dois ou três forames mentonianos em ambos os lados 
(GETTY, 1986; KÖNIG; LIEBICH, 2002). 
O ramo da mandíbula segue em direção ao arco zigomático, e possui, na sua face 
lateral, a fossa massetérica (limitada por uma crista mandibular rostral e uma caudal) para 
inserção do músculo masseter e, medialmente, a fossa pterigóidea para inserção do músculo 
pterigóideo medial (KÖNIG; LIEBICH, 2002). A fossa massetérica avança sobre o processo 
coronóide. Na junção da margem ventral do corpo com a margem caudal do ramo da 
mandíbula, encontra-se o ângulo da mandíbula que, nos carnívoros, forma o processo angular. 
A extremidade final livre da mandíbula projeta caudalmente o processo condilar, onde 
mandíbula e osso temporal se articulam. Rostralmente, encontra-se o processo coronóide para 
inserção do músculo temporal, sendo que estes dois processos são separados pela incisura 
mandibular (KÖNIG; LIEBICH, 2002). 
6 
 
 
2.2 Tipos de Fraturas 
Uma fratura é a solução de continuidade, completa ou incompleta, do osso ou da 
cartilagem, e pode ser acompanhada por diferentes graus de injúria aos tecidos moles 
circunjacentes, incluindo o aporte sangüíneo (BRINKER; PIERMATTEI; FLO, 1986). 
 Há diversas bases para se classificar as fraturas, como causas, presença de um 
ferimento externo comunicante, direção e localização da linha de fratura, estabilidade em 
seguida à recolocação na posição anatômica normal (BRINKER; PIERMATTEI; FLO, 1986). 
Quanto às causas, em primeiro lugar encontra-se a violência aplicada direta ao osso, 
onde os acidentes automobilísticos ou por veículos motorizados estão relacionados com 75 a 
80% de todas as fraturas. Porém, podem ocorrer fraturas por violência indireta (força 
transmitida através de osso ou músculo), por enfermidades ósseas (como neoplasias ou 
distúrbios nutricionais que podem enfraquecer o osso) e também por estresse repetido 
(BRINKER; PIERMATTEI; FLO, 1986). 
 No que se refere à presença de um ferimento externo comunicante, a fratura pode ser 
classificada como fechada (fratura que não se comunica com o exterior) ou exposta (onde o 
local fraturado se comunica com o exterior), sendo que esta última está mais sujeita à 
contaminação e a complicações (BRINKER; PIERMATTEI; FLO, 1986). A maioria das 
fraturas mandibulares são expostas (SLATTER, 1998). 
 Fratura transversal (em ângulo reto com o eixo do osso), oblíqua (linha de fratura é 
diagonal ao eixo longitudinal), em espiral (a linha de fratura é uma curva), cominutiva (neste 
caso há estilhaçamento), múltipla (o osso é fraturado em três ou mais segmentos), e por 
avulsão (um fragmento ósseo se destaca por resultado de tração) são classificações de fraturas 
segundo a direção e localização da linha de fratura (BRINKER; PIERMATTEI; FLO, 1986). 
 Em relação a estabilidade após à recolocação na posição anatômica, as fraturas podem 
ser classificadas em estável (os fragmentos se interligam e resistem às forças de redução) e 
instável (os fragmentos não se interligam, e deslizam entre si) (BRINKER; PIERMATTEI; 
FLO, 1986). 
 
 
 
 
 
 
 
7 
 
 
2.3 Diagnóstico e Tratamento Geral 
O diagnóstico normalmente é baseado no histórico de trauma, de surgimento súbito, e 
até mesmo uma fratura palpável (BRINKER; PIERMATTEI; FLO, 1986; CROSSLEY; 
PENMAN, 1995; WHITTICK, 1977; WIGGS; LOBPRISE, 1997), além de boca parcialmente 
aberta, má oclusão dos dentes, dor, e a não apreensão dos alimentos (WHITTICK, 1977). 
A realização de radiografias cranianas é um ponto essencial para a determinação das 
linhas de fratura e possíveis deslocamentos, ou seja, são necessárias para o diagnóstico e 
tratamento (BRINKER; PIERMATTEI; FLO, 1986; CROSSLEY; PENMAN, 1995; 
WHITTICK, 1977; WIGGS; LOBPRISE, 1997), 
 A preservação da vida do paciente é primordial, reparo de tecidos e a restauração de 
funções são secundários. É necessário avaliar o animal como um todo, possíveis lesões a 
órgãos e demais fraturas (BRINKER; PIERMATTEI; FLO, 1986; SLATTER, 1998). É 
necessário atentar-se às regiões cefálica, cervical e torácica (NAP; MEIJ; HAZEWINKEL, 
1994). 
 Em áreas de fraturas, muitas vezes alguns sinais são passíveis de serem notados, como 
dor local, deformidade, mobilidade anormal, edema local, perda da função e crepitação 
(BRINKER; PIERMATTEI; FLO, 1986). 
 Na velocidade de união óssea, alguns fatores podem ser influenciados pelo cirurgião, 
como redução imperfeita, imobilização inadequada, traumatismo excessivo e ausência de 
procedimentos assépticos no ato da cirurgia, mas outros fatores como idade, características da 
fratura, estado dos tecidos moles circunjacentes e algumas enfermidades ósseas não sofrem 
influência alguma e, a respeitodestas, pouco se pode fazer (BRINKER; PIERMATTEI; FLO, 
1986). 
 O tratamento tem como objetivo a fixação, para que o animal possa fazer uso da boca, 
mesmo que restrito, enquanto executa atos como o de beber ou o de comer, ou seja, após a 
redução e a fixação deve retornar às funções normais (BRINKER; PIERMATTEI; FLO, 
1986). É necessário manter o alinhamento da oclusão em quanto se fornece uma estabilização 
adequada para a união óssea (LEGENDRE, 2003). O tipo de tratamento cirúrgico varia muito, 
mas em praticamente todos os casos algum tipo de fixação será indicado (BRINKER; 
PIERMATTEI; FLO, 1986). 
Nas fixações de faturas mandibulares deve-se levar em consideração as forças de 
oclusão (HARVEY, 1985). Sempre que possível, a faixa de tensão será aplicada na borda 
alveolar, e os fragmentos ósseos serão reposicionados durante o processo de redução. O 
realinhamento é melhor avaliado com os arcos cerrados e os dentes em oclusão. Após a 
8 
 
 
redução e a fixação, a gengiva dilacerada deverá ser suturada a fim de manter alimentos e 
contaminantes fora da ferida, além de auxiliar na estabilização dos segmentos fraturados e 
converter a região numa fratura fechada (BRINKER; PIERMATTEI; FLO, 1986). 
 Devido a maioria das fraturas mandibulares serem expostas (SLATTER, 1998), o uso 
de antibióticos sistêmicos é aconselhável, mesmo sabendo-se que os tecidos da boca são 
eficazes na eliminação de infecções (BRINKER; PIERMATTEI; FLO, 1986). As glândulas 
salivares produzem saliva constantemente, e esta contém substâncias antibacterianas. 
Também produzem lisozimas e leucócitos, que previnem a colonização bacteriana na 
cavidade oral. O pH da saliva também dificulta o crescimento bacteriano. Além disso, há IgG 
na mucosa oral, e IgA na saliva, propiciando resposta imunológica (HARVEY; ORR, 1990). 
Em um estudo retrospectivo com 62 gatos apresentando fraturas mandibulares, Umphlet e 
Johnson (1988) relataram que em 73,6% deles foi administrado antibiótico. 
 A anestesia geral é necessária em praticamente todos os pacientes para a devida 
avaliação da lesão (CROSSLEY; PENMAN, 1995; SLATTER, 1998; WIGGS; LOBPRISE, 
1997). Medicamentos injetáveis podem ser utilizados na indução, para uma avaliação oral, e 
até mesmo para aplicação de fio metálico ortopédico na separação de sínfise, mas a 
manutenção da anestesia com agentes inalantes é preferível em casos de cirurgias 
significativas. Sempre é importante lembrar-se de utilizar o tubo orotraqueal com manguito 
inflável, evitando assim que sangue ou líquido de lavagem sejam aspirados pelo animal 
(SLATTER, 1998). 
 Porém, o tubo orotraqueal pode prejudicar a oclusão da boca, impedindo o 
alinhamento dos dentes caninos. Nestes casos, para a manutenção da anestesia, este tubo pode 
ser redirecionado, para que se exteriorize através de faringostomia, assegurando assim, 
durante o procedimento, uma via respiratória enquanto a boca do animal estiver fechada e os 
dentes ocluídos (BRINKER; PIERMATTEI; FLO, 1986; CROSSLEY; PENMAN, 1995; 
GIOSO, 2003; MITCHELL, 2005; NAP; MEIJ; HAZEWINKEL, 1994; SLATTER, 1998). A 
faringostomia também fica indicada em casos de estabilização de fraturas com completa 
restrição dos movimentos da mandíbula (HARVEY, 1985). 
A anestesia inicia-se como de costume, após a indução ocorre a intubação oral. Então, 
os pêlos são cortados, e a pele situada no ângulo da mandíbula é preparada assepticamente. A 
fossa piriforme da porção lateral da faringe, caudalmente à mandíbula, por palpação, é 
elevada, para então promover incisão 1,5 vezes o diâmetro do tubo através da pele e até a 
faringe, em posição caudal ou cranial ao osso hióide. Por esta incisão, passa-se uma pinça, 
pelo lado de fora, para que desta maneira o tudo de insuflação do manguito seja pinçado e 
9 
 
 
tracionado até o lado externo. Feito isto, separa-se o adaptador do tubo orotraqueal do tubo, e 
sua extremidade cranial é tracionada, com a pinça do lado de fora, através da incisão, e só 
então o tubo pode ser reacoplado ao adaptador e ao circuito anestésico (BRINKER; 
PIERMATTEI; FLO, 1986; GIOSO, 2003; SLATTER, 1998). Após o término da cirurgia, o 
manguito é esvaziado, o tubo tracionado para o lado externo através da incisão da 
faringostomia, e a incisão cutânea normalmente cicatrizada por segunda intenção (BRINKER; 
PIERMATTEI; FLO, 1986; SLATTER, 1998). No caso da faringostomia para alimentação do 
animal durante o período de estabilização, uma dieta líquida deverá ser administrada através 
deste tubo, cujo uso prolongado não é aconselhável devido à complicações de esofagite 
(HARVEY, 1985). 
Provavelmente, devido a sua grande vascularização e ao potencial de cicatrização da 
membrana mucosa, as abordagens intra-orais apresentam menos complicações, mas nem por 
isso devem receber menos cuidados. A cavidade oral é preparada assepticamente com solução 
anti-séptica diluída não irritante. Normalmente a redução e a fixação da fratura podem ser 
promovidas através da ferida oral. Tecidos não viáveis devem sempre ser debridados, para 
assim serem removidos. Dentes, mesmo que parcialmente envolvidos na fratura, devem 
permanecer para promover estabilidade e auxiliar no alinhamento. 
As fraturas mandibulares costumam ser de fácil consolidação, porém em casos de 
perdas significativas de tecido ósseo, ou de defeitos após o tratamento, há a alternativa dos 
enxertos de osso trabecular / esponjoso autógeno. Com a finalidade de induzir a formação de 
tecido ósseo, esse tecido para auto-enxerto pode ser coletado da tuberosidade maior do úmero 
(SLATTER, 1998). 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
10 
 
 
2.4 Tratamento Pós-Operatório 
Após o tratamento das fraturas mandibulares, os cuidados dependerão do tipo de 
fixação utilizada pelo clínico. Em casos de estabilizações rígidas, poucas restrições serão 
impostas, além de fornecer ao animal alimento pastoso até que a fratura se consolide 
(CROSSLEY; PENMAN, 1995; SLATTER, 1998). Porém, caso a fixação tenha ocorrido 
abaixo do ideal, esta poderá ser complementada com focinheira e tubo de faringostomia, que 
neste caso poderá ser utilizado para oferecer a alimentação ao animal por três a quatro 
semanas, período da consolidação do calo precoce. Importante salientar que o método da 
focinheira deve ser realizado em concomitância com higienização não só da pele, mas 
também da cavidade oral. Nos métodos de fixador externo e da própria focinheira, é indicado 
o uso do colar elizabetano para que o animal não atrapalhe a fixação. Como, na sua maioria, 
estas fraturas mandibulares são expostas, a antibioticoterapia é preconizada, sendo que, de 
início, uma medicação com cobertura de amplo espectro, podendo ser posteriormente 
substituído por outro mais específico, de acordo com resultados da cultura e testes de 
sensibilidade do material obtido no momento da cirurgia (SLATTER, 1998). 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
11 
 
 
2.5 Fraturas de Mandíbula 
As fraturas mandibulares caracterizam-se por tumefação, desvio dos segmentos, 
oclusão deficiente dos dentes e saliva contendo sangue. Geralmente são fraturas expostas e 
contaminadas, podendo ser uni ou bilaterais, com linhas de fraturas simples ou múltiplas. O 
tempo de tratamento é menor do que em fraturas de ossos longos (BRINKER; PIERMATTEI; 
FLO, 1986). 
Em geral, são causadas por quedas, brigas ou atropelamentos (GIOSO, 2003; 
LEGENDRE, 2003; NAP; MEIJ; HAZEWINKEL, 1994), porém, em cães, principalmente de 
pequeno porte, podem ser patológicas, devido à doença periodontal grave que leva à perda 
óssea e, neste caso, ocorre principalmente na região do primeiro molar inferior 
(EISENMENGER;ZETNER, 1985; GIOSO, 2003; LEGENDRE, 2003; LOPES et al., 2005). 
As fraturas mandibulares podem ainda ser secundárias à neoplasias e á doenças metabólicas 
(LEGENDRE, 2003). Mas, segundo Slatter (1998), o trauma corresponde a 89 a 100% das 
causas das fraturas mandibulares em felinos, e 65 a 70% delas são expostas. Já para Battier e 
Montavon (1989), 46% destas são causadas por acidentes automobilísticos e 23% por quedas. 
Umphlet e Johnson (1988) relatam que mais de 50% as fraturas mandibulares eram causadas 
por acidentes automobilísticos. É interessante ressaltar que em cães esses valores são 
diferentes. Lopes et al. (2005), em um estudo de prevalência com 100 cães, encontrou a briga 
como principal causa de fratura mandibular (43%), seguido de causa desconhecida (23%), 
fratura patológica (13%) e, por último, o trauma automobilístico (12%). Como complicações 
das fraturas de mandíbulas em cães, encontram-se a má oclusão (35%), infecção (27%) e 
união retardada (7%), atentando necessidade do tratamento desta enfermidade. 
Nos cães, são relativamente incomuns, representando cerca de 3% do número total das 
fraturas destes animais. Já nos felinos esses valores são diferentes, 15% das suas fraturas 
envolvem a mandíbula, sendo o tipo mais freqüente a separação da sínfise (SLATTER, 1998; 
UMPHLET; JOHNSON, 1988), podendo chegar a 86% destas fraturas, seguida pela região 
dos côndilos, região do processo coronóide, região entre caninos até 2° pré-molar, ângulo da 
mandíbula e, por último, região do 1° molar ao ângulo na mandíbula, sendo que não há 
incidência na região entre 2° pré-molar ao 1° molar (HARVEY, 1985). Em seus estudos, 
Battier e Montavon (1989) observaram 26 gatos com fraturas mandibulares, sendo 22 delas de 
sínfise. Já Umphlet e Johnson (1988), em um estudo retrospectivo em fraturas mandibulares 
em 62 gatos, obtiveram valores um pouco diferentes. A disjunção de sínfise correspondeu a 
73,3% dos casos, seguida pelas fraturas de corpo, com 16%, de côndilo 6,7%, e de processo 
coronóide 4%. 
12 
 
 
Segundo Harvey (1985) e Wiggs e Lobprise (1997), a mandíbula pode ser dividida em 
7 regiões, sendo que a região A compreende sínfise e caninos, B dos dentes caninos ao 2° pré-
molar, C do 2° pré-molar ao 1° molar, D do 1° molar ao ângulo da mandíbula, E o ângulo da 
mandíbula, F o processo coronóide, e G o processo condilar (Figura 01). 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Figura 01: Divisão da mandíbula em 7 regiões. 
Fonte: Veterinary Dentistry. HARVEY, 1985. 
 
Na região A, inclui-se a separação de sínfise, que geralmente é de simples tratamento, 
mas quando há perda óssea, pode ser necessária uma combinação de fio e pino, ou até mesmo 
fixador externo, ou focinheira esparadrapada. Na região B, podem-se encontrar dificuldades 
para o tratamento por métodos internos, devido a grande área ocupada pela raiz do canino 
nesta região. Os fios ortopédicos são indicados nestas situações. Diferente da região C, que 
possui as menores raízes dentárias e que pode receber um número mais variado de 
tratamentos, que inclui pinos intramedulares, placas, fios ortopédicos, resina acrílica, e 
também os fixadores externos, sendo que as focinheiras esparadrapadas não são indicadas 
para as fraturas desta região. A região D é marcada pela variedade de densidade óssea, e as 
placas têm bom resultado, podendo-se utilizar também a focinheira esparadrapada. Já as 
fraturas de região E são de difícil tratamento, podendo-se utilizar as focinheiras 
esparadrapadas e as amarrias de fios ortodônticos nos dentes. Diferente das fraturas em região 
F, que curam-se sem intervenção cirúrgica. E as fraturas em região G, que envolvem o 
processo condilar da mandíbula, se envolverem apenas fratura única, geralmente não causam 
problema, porém fraturas severas podem levar a uma condilectomia. Há uma alta incidência 
de faturas na região G na espécie felina (HARVEY, 1985). 
A 
B C D
E 
F 
G 
13 
 
 
Porém há também a preocupação com os dentes. Se no foco da fratura houver dentes 
luxados, os mesmos deverão ser retirados. Mas se estes forem importantes por servirem de 
ancoragem para os métodos de imobilização, poderão ser preservados (GIOSO, 2003). 
No foco da fratura deverá ser efetuada curetagem óssea e irrigação com anti-séptico 
oral, como por exemplo gluconato de clorexidina a 0,12% ou hipoclorito de sódio a 0,5%. 
Tecidos moles rompidos deverão ser suturados e estes serão os primeiros pontos de 
imobilização dos segmentos fraturados. Para a sutura, poderão ser utilizados materiais como 
categute, algodão, seda, poliglactina, em geral 3-0 ou 4-0 (GIOSO, 2003). 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
14 
 
 
2.5.1 Fraturas do corpo mandibular 
O corpo da mandíbula contém os alvéolos para os dentes e, conseqüentemente, as 
fraturas deste local podem envolver os alvéolos, e assim expor as raízes dentárias. A 
permanência dos dentes no local, eventualmente, pode auxiliar no tratamento, e, 
posteriormente, na averiguação da inviabilidade destes, deverão ser removidos (SLATTER, 
1998). 
O tipo de tratamento depende muito de alguns fatores como lesões em tecido mole, 
configuração da fratura, aspectos econômicos, e também a preferência do clínico (SLATTER, 
1998). 
Um número variado de fraturas podem ocorrer no corpo mandibular, e, portanto, é 
sempre necessário planejar o melhor método de fixação, que pode incluir: fio de aço 
inoxidável, pinos intramedulares, placas metálicas ósseas, ou combinações de alguns dos 
métodos (BRINKER, PIERMATTEI, FLO, 1986). Segundo Gioso (2003), os métodos mais 
utilizados são a ferulização com resina acrílica, hemi-cerclagem, e funil esparadrapado. 
 O método do fio de aço inoxidável interdental, à volta da base dos dentes, funciona 
melhor quando há um dente sólido a cada lado da linha de fratura e quando se trata de uma 
fratura estável. (BRINKER; PIERMATTEI; FLO, 1986; HARVEY, 1985; PIERMATTEI; 
FLO, 1997; SLATTER, 1998). Os dentes representam pinos aderidos à mandíbula, e o fio de 
aço ortopédico, conforme for apertado ao redor destes dentes, pode reduzir e estabilizar os 
fragmentos mandibulares, portanto os dentes funcionam como âncoras para o fio de aço 
(MITCHELL, 2005), podendo promover estabilidade e realinhamento (WIGGS; LOBPRISE, 
1997). Normalmente indicado em casos de fraturas transversais simples, onde dois dentes 
rostrais e dois caudais à fratura são circundados, proporcionando uma fixação firme, através 
de fio monofilamentar de aço inoxidável n° 18 a 22 G (Gauge), no ponto do colo do dente 
(SLATTER, 1998). 
Podem haver variações desta técnica, conforme o tipo de cerclagem realizada. Todas 
poderão ser utilizadas sozinhas, ou juntamente com outras técnicas de estabilização, resina 
acrílica, por exemplo, para que aumente-se a estabilização, porém todas contra-indicadas em 
fraturas onde ocorreram perdas dentárias (HARVEY, 1985; HOLMSTROM; FROST; 
GAMMON, 1992). A fixação com fios ortopédicos é uma técnica econômica e popular, que 
possibilita neutralizar as forças de tensão ocasionadas pelas forças de oclusão, onde o fio deve 
ser tencionado de modo que assegure a estabilidade da fratura. Para uma boa estabilização de 
qualquer fio ortopédico é necessário osso cortical denso (HARVEY, 1985). 
15 
 
 
Na técnica de Ivy (Figura 02), passa-se fio duplo entre os dois dentes onde deve haver 
a estabilização, de modo que se forme uma pequena alça na face vestibular do dente e, na sua 
face lingual, estas duas extremidades do fio são torcidas juntas. Uma das extremidades do fio 
será passada ao redor do dente distal, de modo que este fio passepor dentro da alça 
anteriormente formada, e a outra extremidade passará ao redor do dente cranial, sendo que por 
fim as duas extremidades se encontram neste dente, onde serão torcidas juntas 
(HOLMSTROM; FROST; GAMMON, 1992). Para Fry e Fry (1980), é uma técnica de rápida 
instalação, mas que só pode ser utilizada em em pacientes com dentição em bom estado. 
 
 
Figura 02: Fio de aço pela técnica de Ivy. 
Método utilizado para 
tratamento de fraturas 
mandibulares. 
Fonte: Veterinary Dental 
Techniques. HOLMSTROM; 
FROST; GAMMON, 1992. 
 
Pelo método de Stout (Figura 03), uma extremidade do fio é mantida reta em toda a 
face vestibular dos dentes, enquanto que a outra extremidade do fio passa ao redor do último 
dente, indo então para a face lingual, e agora caminha no sentido rostral. Este fio entra em 
cada espaço interdental, passa ventral ao fio mantido na face vestibular e volta para a face 
lingual passando dorsalmente ao referido fio, indo em direção aos próximos dentes (cranial), 
onde se repetirá este mesmo procedimento. Importante lembrar que toda vez que o fio passa 
da face lingual para a vestibular, e transfixa com o fio que lá se encontra, é formada uma 
pequena alça, que deverá ser torcida, ou seja, neste momento ambos os fios serão torcidos 
juntos. Essas alças torcidas poderão ser fixadas ao dente por meio de resina acrílica, sendo 
16 
 
 
que as superfícies devem ser previamente tratadas com condicionamento ácido 
(HOLMSTROM; FROST; GAMMON, 1992). 
 
 
 Figura 03: Fio de aço pela técnica de Stout. 
 Método utilizado para tratamento 
de fraturas mandibulares. 
Fonte: Veterinary Dental 
Techniques. HOLMSTROM; 
FROST; GAMMON, 1992. 
 
A técnica de Risdon (Figura 04) tem como primeiro passo envolver o 1° molar com 
fio, sendo que as suas duas extremidades devem ser unidas na face crânio-vestibular do dente, 
formando um único fio que deve chegar até a região dos incisivos. Do outro lado da 
mandíbula é feito o mesmo procedimento, sendo que os dois fios torcidos formados se 
encontram na região dos incisivos (rostral) e são torcidos juntos. Depois disso, passa-se um 
fio ao redor de cada dente, de modo que suas duas extremidades fiquem voltadas 
vestibularmente, para então serem torcidas com o fio que ali passa (HOLMSTROM; FROST; 
GAMMON, 1992). 
 
17 
 
 
 
Figura 04: Fio de aço pela técnica de Risdon. 
Método utilizado para tratamento de 
fraturas mandibulares. 
Fonte: Veterinary Dental Techniques. 
HOLMSTROM; FROST; GAMMON, 1992. 
 
No método de Essig (Figura 05), um fio de aço é passado envolvendo incisivos e 
caninos, e suas extremidades se juntam na face vestibular de um dos caninos. Posteriormente, 
passa-se fios menores entre os incisivos, de modo que cada um desses pegue os dois lados do 
fio anterior, e depois disso suas duas extremidades sejam torcidas (HOLMSTROM; FROST; 
GAMMON, 1992). 
 
 
 
Figura 05: Fio de aço pela técnica de Essig. 
Método utilizado para tratamento de fraturas mandibulares. 
Fonte: Veterinary Dental Techniques. HOLMSTROM; FROST; 
GAMMON, 1992. 
 
18 
 
 
Segundo Gioso (2003), estes métodos são pouco utilizados, já que foram substituídos 
pela resina acrílica. E quando são utilizados, por cima deles é colocada a resina. A 
desvantagem do fio é que necessita ser colocado no sulco gengival, causando gengivite e 
periodontite. 
Diferentemente do método do fio interdental, o fio de aço inoxidável interfragmentar 
(Figura 06) é indicado para ser utilizado em fraturas oblíquas, múltiplas e instáveis 
(BRINKER; PIERMATTEI; FLO, 1986; SLATTER, 1998), nas quais uma incisão 
longitudinal é realizada sobre a superfície ventral da mandíbula, o tecido mole é rebatido para 
então expor a região fraturada (BRINKER; PIERMATTEI; FLO, 1986; PIERMATTEI; FLO, 
1997). Neste caso, também deve ser utilizado fio monofilamentar de aço inoxidável n° 18 a 
22 G (Gauge) (SLATTER, 1998). 
 
 
Figura 06: Técnica do fio de aço interfragmentar. 
 Método utilizado para tratamento de fraturas mandibulares. 
 Fonte: Manual de Ortopedia e Tratamento das Fraturas dos 
Pequenos Animais. BRINKER; PIERMATTEI; FLO, 1986. 
 
 Há também o pino intramedular, cujo diâmetro varia de acordo com as dimensões da 
mandíbula em questão. Ele é mantido nas proximidades da borda ventral, evitando 
interferências com as raízes dentárias e estruturas do canal mandibular. Os pinos são 
removidos após a união clínica (BRINKER; PIERMATTEI; FLO, 1986). Sua técnica requer 
pequeno investimento em equipamentos, e sua aplicação é fácil (HARVEY, 1985). Este 
tratamento fica indicado em fratura unilateral no corpo da mandíbula, na região de 2° pré-
molar à 1° molar (HARVEY, 1985). Porém, a forma curva e estreita do canal medular e das 
raízes dentárias, limitam o diâmetro do pino, e, assim, afetam a estabilização da fixação, 
podendo ocasionar problemas como má oclusão (HARVEY e ORR, 1990; SLATTER, 1998). 
19 
 
 
Além disso, pode destruir o nervo alveolar inferior, além de artérias e veias (GIOSO, 2003).
 As placas ósseas, quando bem aplicadas, são particularmente úteis em fraturas mais 
complexas, e até mesmo nas bilaterais (BRINKER; PIERMATTEI; FLO, 1986; SLATTER, 
1998). Essas placas proporcionam boa rigidez e o retorno às suas funções logo após a cirurgia 
(BRINKER; PIERMATTEI; FLO, 1986; HARVEY, 1985). Dependendo da biomecânica da 
fratura e da técnica de aplicação, as placas podem funcionar de diferentes maneiras. Em 
fraturas simples, por exemplo, a tensão pode ser aplicada à placa, comprimindo a fratura e 
aumentando a estabilidade. A forma complexa do osso e presença de raízes dentárias são 
fatores que complicam os princípios para aplicação das placas. Ao longo da borda alveolar 
está situado o lado de tensão da mandíbula, mas freqüentemente as placas necessitam ser 
aplicadas lateral ou ventralmente, evitando assim não só as raízes dentárias, mas também o 
nervo mandibular (SLATTER, 1998). Porém, há desvantagem de ser uma técnica que 
necessita de equipamentos especializados, tornando-a de um custo mais elevado (HARVEY, 
1985). 
Bilgili e Kurum (2003) trataram fraturas mandibulares em felinos, tanto de corpo 
quanto de sínfise, além de maxila e de mandíbula de cães, com miniplaca de titânio com 
sucesso, porém houve um caso em que a placa se quebrou. Neste mesmo estudo, não houve 
problemas com mal-oclusão, não-união, osteomielite, ou infecção de tecidos moles, além dos 
animais terem retornado a alimentação rapidamente, mostrando que este pode ser um método 
efetivo para o tratamento de fraturas de mandíbula e maxila de cães e gatos. 
 As miniplacas também foram alvo de estudo de Boudrieau e Kudisch (1996), que 
trataram fraturas mandibulares e maxilares em 15 cães e 3 gatos. Na mandíbula, 11 fraturas 
eram caudais e duas rostrais, 4 fraturas eram maxilares, e duas no arco zigomático. Todas, 
exceto uma, trataram-se com oclusão e função apropriadas. Houve apenas uma fratura 
mandibular rostral em que um fragmento ósseo desprendeu-se, sendo necessário 
mandibulectomia rostral. 
A captação externa é uma focinheira de esparadrapo, cuja face adesiva fica voltada 
para o lado externo e se unirá com a face adesiva de outra fita, reforçando assim o 
procedimento, porém não proporciona uma fixação rígida. É desta maneira que se passa uma 
fita ao redor do focinho, e outra que sai da lateral desta primeira, passando atrás das orelhas, e 
retornando pela outra lateral (HARVEY, 1985). É indicada no tratamento de fraturas 
unilaterais na parte média e região caudal do corpo da mandíbula que estejam reativamente 
estáveis (PIERMATTEI; FLO, 1997; SLATTER,1998). Esta focinheira mantém os dentes 
caninos superiores e inferiores intertravados e, ao fazê-lo, mantém a redução da fratura. 
20 
 
 
Porém, para o seu bom funcionamento, ela depende da integridade dos tecidos moles e de um 
bom potencial de consolidação de fratura. Este tipo de tratamento não funciona bem em 
fraturas rostrais, em raças braquiocefálicas e em gatos (SLATTER, 1998). Normalmente é 
aplicada sob sedação ou anestesia geral (HARVEY, 1985; PIERMATTEI; FLO, 1997; 
SLATTER, 1998), sem intubação oral, lembrando que se a nutrição oral for mantida é 
necessário deixar intervalo entre os incisivos superiores e inferiores, que seja suficiente para a 
extensão da língua (0,5 a 1,5 cm), para que o animal possa lamber o alimento (pastoso) e a 
água (CROSSLEY; PENMAN, 1995; HARVEY, 1985; SLATTER, 1998). 
No caso de manter o animal com faringostomia, a boca pode permanecer 
completamente fechada. A focinheira pode permanecer por meses no animal, contanto que 
haja higienização da pele, do contrário haverá uma dermatite de contato (CROSSLEY; 
PENMAN, 1995; SLATTER, 1998). Normalmente são removidas com 4 a 8 semanas 
(CROSSLEY; PENMAN, 1995; HARVEY, 1985). Podem também, por restringir os 
movimentos, ser uma técnica adicional de outros métodos, como por exemplo dos fios 
ortodônticos interdental (HARVEY; ORR, 1990). Para Gioso (2003), deve ser utilizado como 
método auxiliar, e não único, pois permite movimentação dos segmentos fraturados, podendo 
levar a um desalinhamento, que a longo prazo poderá causar traumatismo em tecidos moles. 
O fio metálico inter-arcos é uma possibilidades para manter a oclusão em animais que 
não podem ser tratados com a focinheira (PIERMATTEI; FLO, 1997; SLATTER, 1998), por 
exemplo gatos e cães braquiocefálicos. Esta técnica consiste na construção de alças de fio 
metálico bilaterais entre a mandíbula e a maxila. Os fios metálicos são torcidos, promovendo 
aperto nas alças e alinhamento oclusal estável. A nutrição oral também pode ser mantida 
desde que o espaço entre os dentes incisivos seja respeitado, mas também há a alternativa da 
faringostomia (SLATTER, 1998). Esse tratamento também poderá ser indicado em fraturas 
caudais. 
Em fraturas próximas aos dentes posteriores e ao processo articular da mandíbula, 
pode-se unir a mandíbula à maxila, suturando-as subgengivalmente (EISENMENGER; 
ZETNER, 1985). Os dois arcos também poderão ser unidos através de pinos e resina 
(EISENMENGER; ZETNER, 1985), ou então também através de bandas e elásticos 
(HARVEY, 1985). 
O método de fixação através de fixadores externos é um ótimo tratamento para fraturas 
mandibulares complexas, cominutivas, expostas, com perda de tecido ósseo (CROSSLEY; 
PENMAN, 1995; HARVEY, 1985; SLATTER, 1998), e fraturas bilaterais (PIERMATTEI; 
FLO, 1997), pois proporciona estabilidade rígida sem usar implantes em ferimentos com 
21 
 
 
fraturas expostas. Seus pinos de fixação podem ser angulados em qualquer direção, evitando 
assim forames e raízes dentárias. Um mínimo de dois, mas preferencialmente três pinos 
devem ser utilizados em cada fragmento fraturado. Pinos rosqueados prolongam a integridade 
da interface entre o pino e o osso, e os pinos devem ser encravados entre as raízes dentárias, e 
não através delas. A limpeza da pele e do aparelho de fixação deve ser preconizado para evitar 
acúmulo de sujidades, e este aparelho deve ser removido tão logo a fratura tenha consolidado 
(SLATTER, 1998). É uma técnica honerosa (HARVEY, 1985). 
Davidson e Bauer (1992) trataram fraturas mandibulares com fixadores externos, 
relatando serem bem tolerados pelos animais, com cuidados pós-operatórios mínimos, e 
podendo ser removidos em 3 a 5 semanas com o animal sedado. 
A resina acrílica também poderá ser usada nas fraturas mandibulares, por ser capaz de 
promover fixação e resistir às forças de oclusão. Há necessidade de limpeza da cavidade oral 
durante este período para evitar acúmulo de restos de comidas e outras sujidades (HARVEY, 
1985). Antes de aplicar a resina aos dentes, é necessária uma limpeza prévia da cavidade oral, 
incluindo raspagem dos dentes para remover placa e cálculo, polimento, secar os dentes, para 
então promover o condicionamento ácido, seguido de enxágüe e secagem. Após colocar a 
resina, sempre evitando a gengiva, deve-se testar a oclusão, pois esta deverá ser mantida, e é 
muito importante resfriar a resina devido a sua reação exotérmica (GIOSO, 2003). Pode-se 
adicionar a esta técnica os fios ortodônticos para que se aumente a estabilidade. Como 
desvantagem encontra-se o fato da resina ser irritante à gengiva, podendo causar gengivite. 
Portanto a limpeza, inclusive com solução de clorexidina, é fundamental (CROSSLEY; 
PENMAN, 1995; GIOSO, 2003). A oclusão será mantida e o animal poderá manter a sua 
dieta habitual, apenas evitando ossos. A remoção se dará em 4 a 6 semanas (GIOSO, 2003). 
Em casos extremos, quando há não-união óssea associada à infecção intratável e à 
perda de tecido ósseo, pode-se utilizar da técnica da mandibulectomia parcial, na qual todo o 
tecido anormal é removido, para que seja permitida a oclusão dos tecidos moles, isenta de 
tensões (CROSSLEY; PENMAN, 1995; SLATTER, 1998). 
 
 
 
 
 
 
 
22 
 
 
2.5.2 Fraturas do ramo vertical mandibular 
A exposição de fraturas do ramo mandibular é difícil devido à musculatura 
circunjacente (SLATTER, 1998). Essa musculatura possibilita o tratamento conservativo com 
as focinheiras esparadrapadas (HARVEY; ORR, 1990; PIERMATTEI; FLO, 1997). Nesta 
região o osso da mandíbula é delgado, limitando a fixação dos parafusos ósseos ou dos pinos 
de fixação externa. Por isso muitas destas fraturas podem ser tratadas com focinheiras de 
esparadrapo ou com fios metálicos inter-arcos (BRINKER; PIERMATTEI; FLO, 1986; 
CROSSLEY; PENMAN, 1995; SLATTER, 1998). 
Em situações de fraturas intra-articulares da articulação têmporo-mandibular, esta 
pode ser exposta através de abordagem lateral. Estas fraturas são de difícil estabilização e, por 
este motivo, muitas vezes, o clínico opta pelo tratamento conservador, porém, posteriormente, 
alterações que limitem a mastigação (atrito), uma anquilose que dificulte a abertura da boca, 
podem levar à condilectomia, ou seja, remoção do côndilo, a fim de que evite-se o contato 
entre o osso temporal e a mandíbula, formando-se uma pseudo-artrose e, assim, permitindo o 
retorno ao funcionamento (PIERMATTEI; FLO, 1997; SLATTER, 1998), ou também uma 
coronoidectomia (HARVEY; ORR, 1990). As fraturas de côndilo são incomuns, porém são 
ocasionais nos felinos e poderão resultar em anquilose, na qual haverá dificuldade em abrir a 
boca, sendo às vezes necessária sua retirada cirúrgica (CROSSLEY; PENMAN, 1995; 
OKUMURA; KADOSAWA; FUJINAGA, 1999). Salisbury e Cantwell (1989) relataram o 
tratamento conservador de fratura de côndilo em 3 felinos com sucesso. 
Problemas futuros podem ocorrer com a formação de calo ósseo muito exuberante, 
podendo interferir com a movimentação oral normal (WIGGS; LOBPRISE, 1997). 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
23 
 
 
2.5.3 Disjunção da sínfise mandibular 
Estas lesões são separações da sindesmose mandibular e consolidam pela formação de 
calo fibroso ao invés de calo ósseo (SLATTER, 1998). 
Geralmente são resultado de quedas de locais altos e de acidentes automobilísticos 
(HARVEY; ORR, 1990). 
Há 3 tipos: a do tipo I é uma separação de sínfise sem acometimento de tecidos moles 
intra ou extra-orais e não há comunicação com osso ou fraturas dentárias; na do tipo II há 
envolvimento de tecidos moles intra-orais e exposição da sínfise, e a mais complexa, a do tipo 
III, também acomete tecidos moles intra-oraise comunicação do osso e fraturas dentárias. Há 
uma grande incidência do tipo I nos felinos (HARVEY, 1985; WIGGS; LOBPRISE, 1997). 
São fraturas comuns nos felinos (CROSSLEY; PENMAN, 1995; HARVEY, 1985; 
HOLMSTROM; FROST; GAMMON, 1992) e, geralmente, podem ser facilmente reparadas 
com fios ortodônticos (CROSSLEY; PENMAN, 1995; HARVEY, 1985; HARVEY; ORR, 
1990). 
Em geral, as fixações desta região não necessitam ser muito rígidas, consolidam-se 
rapidamente e a fixação poderá ser removida em aproximadamente 3 a 5 semanas 
(BRINKER; PIERMATTEI; FLO, 1986; SLATTER, 1998), em média de 6 semanas 
(UMPHLET; JOHNSON, 1988), podendo chegar a 8 semanas, sendo que durante este período 
o animal irá se alimentar, apenas evitando oferecer ao animal ossos (PIERMATTEI; FLO, 
1997) 
O método de fixação dependerá da presença ou não de dentes e da estabilidade dos 
fragmentos reduzidos. Na presença dos dentes incisivos e da fratura ser estável, o método de 
fixação poderá ser uma sutura com fio de aço inoxidável em pontos simples separados. Pode-
se aumentar a estabilidade inserindo um pino transmandibular, liso ou rosqueado, ou de um 
parafuso ósseo, em um ponto rostral ao forame mentoniano. Uma combinação de métodos de 
fixação pode ser um bom tratamento (BRINKER; PIERMATTEI; FLO, 1986; PIERMATTEI; 
FLO, 1997). 
O fio de aço pode ser utilizado em vários métodos de fixação diferentes. Nos casos de 
disjunção de sínfise mandibular o tratamento com estes fios normalmente alcança êxito 
(HARVEY, 1985). Seu tamanho varia de acordo com a técnica, mas geralmente entre 18 e 22 
G (Gauge) é satisfatório (HARVEY; ORR, 1990). É passado ao redor dos dentes, reduzindo e 
estabilizando os fragmentos mandibulares (MITCHELL, 2005). 
 Há um método que consiste na utilização do fio metálico circundante a um botão, no 
qual o fio é inserido envolvendo o osso sob a pele e gengivas, penetrando ventralmente no 
24 
 
 
tecido mole, e sendo torcido após atravessar os furos do botão (BRINKER; PIERMATTEI; 
FLO, 1986). 
É satisfatório também aplicação de um único fio de aço inoxidável (n° 18 a 22G) ao 
redor dos ramos mandibulares rostrais imediatamente distal aos dentes caninos, sendo que 
cada extremidade do fio metálico, com auxílio de agulhas hipodérmicas, pode ser passado 
pela gengiva, para então ir se exteriorizar na pele, aproximadamente na linha média ventral. 
Essas extremidades são torcidas juntas, enquanto a fratura é reduzida e, assim, mantida 
(HARVEY, 1985; HARVEY; ORR, 1990; HOLMSTROM; FROST; GAMMON, 1992; 
SLATTER, 1998). É um dos métodos mais utilizados nos felinos, assim como em cães de 
pequeno porte (PIERMATTEI; FLO, 1997). Excessos de fio metálico sempre devem ser 
removidos, e duas ou três voltas torcidas devem ser deixadas. A parte torcida deve ser 
tracionada ventralmente. Pode-se melhorar esta técnica adicionando a ela pinos cruzados 
interfragmentares (HOLMSTROM; FROST; GAMMON, 1992; SLATTER, 1998), 
principalmente se esta fratura for cominutiva (HARVEY, 1985). Esta técnica denomina-se 
cerclagem anterior, sendo contra-indicada em casos de osteomielite, doença periodontal 
severa e fraturas cominutivas. O fio pode ser removido após 4 a 6 semanas (HOLMSTROM; 
FROST; GAMMON, 1992). Nos felinos, assim como nos cães, a sínfise é oblíqua ao longo 
eixo dos dentes e, por isso, o fio de aço sozinho pode ser insuficiente para controlar a 
estabilização (HARVEY, 1985). 
Também utilizando-se do fio de aço, pode-se fazer a técnica da figura do “8” (Figura 
07), construída ao redor dos caninos (HARVEY; ORR, 1990). Ela é contra-indicada em casos 
de doença periodontal severa e em osteomoelite, e consiste em, partindo com o fio da face 
mesial de um canino (A), seguir até a face distal do canino oposto (B), onde o fio circundará 
este dente, ou seja, passará pelas suas faces vestibular e mesial, indo então de volta ao canino 
A, passando pela sua face distal, onde as duas extremidades do fio se encontram e devem ser 
torcidas juntas. Juntamente com esta técnica, pode-se utilizar resina composta ou compósito 
(EISENMENGER; ZETNER, 1985; HOLMSTROM; FROST; GAMMON, 1992). 
 
25 
 
 
 
Figura 07: Técnica do fio de aço pela técnica da figura do “8”. 
 Método utilizado para tratamento de fraturas mandibulares. 
Fonte: Veterinary Dental Techniques. HOLMSTROM; 
FROST; GAMMON, 1992. 
 
O método do fio de aço interdental, pela técnica de Stout ou Essig, pode promover 
estabilização e realinhamento dos dentes (WIGGS; LOBPRISE, 1997). 
Além disso, pode-se promover bloqueio entre os arcos, utilizando resina acrílica 
ligando os caninos. Neste caso, é necessário que fique uma abertura ideal entre os dentes para 
que o animal receba alimentação pastosa (WIGGS; LOBPRISE, 1997). Em 1994, Bennett, 
Kapatkin e Marretta trataram casos de fraturas mandibulares em um período de 20 meses, 
sendo 11 em felinos e 6 em cães, utilizando-se da resina, porém pelo método interarcos. Os 
dentes foram previamente limpos, além de passarem pelo condicionamento ácido, e depois 
foram alinhados, deixando entre os dentes um espaço de 1 cm. Esta resina foi removida 6 
semanas após, quando, sob efeito de anestesia geral, a radiografia confirmou a retirada. Neste 
trabalho, os autores relataram alguns animais (8) em que a resina quebrou antes das 6 
semanas, e outros (2) em que foi necessário colocar mais resina, não havendo mais nenhuma 
complicação. O tempo médio para tratarem as fraturas foi de 6 semanas, e todas as fraturas 
trataram-se com uma oclusão dental anatômica. As vantagens relatadas desta técnica foram a 
oclusão anatômica, ausência de dermatite (como na focinheira esparadrapada), e ser uma 
técnica fácil para ser aplicada em gatos, raças braquiocefálicas, e animais com osso de baixa 
qualidade. É fácil, rápida, de baixo custo e, nesse caso, 100% efetiva para o tratamento das 
fraturas mandibulares. 
A resina acrílica, uma das mais utilizadas, pode ser usada sozinha, quando há dentes 
(CROSSLEY; PENMAN, 1995; HARVEY; ORR, 1990; WIGGS; LOBPRISE, 1997), ou 
juntamente com fios ortodônticos como método adicional para a estabilização (MITCHELL, 
26 
 
 
2005). Neste caso, o fio poderá ser utilizado pela técnica interdental (WIGGS; LOBPRISE, 
1997). 
Como alternativa para as desvantagens da resina acrílica (exotermia e cheiro forte), o 
compósito vem em uma pistola especial e é aplicado diretamente sobre os dentes, que também 
foram previamente tratados com o condicionamento ácido, e após 5 a 10 minutos, quando 
polimeriza, pode-se então testar a oclusão e dar acabamento (MITCHELL, 2005). 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
27 
 
 
2.6 Resina Acrílica 
As resinas odontológicas solidificam-se quando são polimerizadas. A polimerização 
ocorre por meio de uma série de reações químicas pelas quais a macromolécula (polímero) é 
formado a partir de um grande número de moléculas (monômeros). Este material vem 
causando impacto pela sua alta aplicabilidade, podendo ser utilizados como selantes, materiais 
adesivos, materiais restauradores, bases de próteses totais, dentes para prótese, e material de 
moldagem (ANUSAVICE, 2005). 
As características desejáveis para as resinas são: ter adequada resistência e 
compatibilidade biológica, ser de fácil manipulação, não produzir gases ou pó durante a 
manipulação, ter curto tempo de presa e propriedades estéticas (exibir translucidez para se 
assemelhar a aparência do tecido a substituir) e, por fim, possuir estabilidade química 
(ANUSAVICE, 2005). 
Quanto mais longa a cadeia de polímero, maior é a quantidade de tramas, sendo assim 
mais difícil de ser distorcido,conferindo mais rigidez e resistência (ANUSAVICE, 2005). 
Os monômeros podem ser ligados por meio de dois tipos de reação, a polimerização 
por adição, onde os monômeros são adicionados seqüencialmente até o fim de uma cadeia 
longa, ou pela polimerização por condensação, onde a reação pode progredir por qualquer 
mecanismo de reação química que junte duas ou mais moléculas. A maioria das resinas 
odontológicas é polimerizada por adição, inclusive a resina acrílica (ANUSAVICE, 2005). 
Para Colahan e Pascoe (1983), a resina acrílica autopolimerizável 
(polimetilmetacrilato) possibilita a obtenção dos princípios citados, além de fácil aplicação, 
aquisição e baixo custo. 
As resinas acrílicas são plásticos resilientes formados pela união de múltiplas 
moléculas de metacrilato de metila. O poli (metacrilato de metila) puro é um sólido incolor e 
transparente, mas para facilitar seu uso na odontologia, o polímero pode ser pigmentado, 
promovendo assim cor e grau de translucidez. Suas propriedades físicas têm provado ser 
adequadas para a aplicação na odontologia. Apresenta como vantagem sua facilidade em ser 
processado. A maioria é fornecida em um sistema pó-líquido, no qual o líquido , denominado 
monômero, contém resina não-polimerizada, e o pó , denominado polímero, uma resina pré-
polimerizada. No pó encontra-se também pequena quantidade de peróxido de benzoíla, 
responsável por iniciar a polimerização, e chamado de iniciador. Na parte líquida a 
hidroquinona é adicionada como um inibidor, e esta é responsável por previnir a 
polimerização do líquido durante a armazenagem (ANUSAVICE, 2005). 
28 
 
 
O uso do acrílico em Odontologia Veterinária ganhou muita popularidade devido ao 
seu fácil manuseio e diversidade de utilização (LUSKIN, 1994). 
Em uma mistura em proporção apropriada de pó e líquido, obtêm-se material com 
consistência de massa, e esta proporção polímero / monômero é 3 / 1 em volume, para que o 
monômero umideça o polímero. Ao se misturarem, monômero e polímero formam uma massa 
manipulável, que, em descanso, passa por 5 estágios, sendo 1 arenoso, 2 fibrilar, 3 plástico, 4 
borrachóide ou elástico, e 5 denso (ANUSAVICE, 2005). 
Durante a fase arenosa pouco ocorre; a fase fibrilar caracteriza-se pela formação de 
fibrilas ou de uma massa grudenta; já a fase plástica produz uma massa plástica, não grudenta, 
e que não se adere à superfície do pote de mistura ou espátula; na fase borrachóide a massa se 
recupera quando comprimida ou estirada; e após isso a massa se torna rígida, seca, e resistente 
à deformação mecânica (ANUSAVICE, 2005). 
Em relação ao acabamento e polimento, estes promovem saúde oral devido à sua 
resistência ao acúmulo de resíduos alimentares e bactérias, já que superfícies lisas possuem 
menos áreas retentivas, facilitando a higiene. Obtêm-se isto reduzindo a área de superfície e a 
rugosidade por meio da ação de discos de papel ou plástico cobertos por abrasivos, pontas de 
borrachas impregnadas por abrasivo, pontas diamantadas, e pastas abrasivas. Devido a resina 
acrílica ser um material macio, contatos intermitentes sobre o substrato ajudam a evitar um 
superaquecimento (ANUSAVICE, 2005). 
Porém é necessário que haja adesão deste material à estrutura dental, e para isto é 
necessário que a estrutura deste esteja preservada, e que seja empregada a técnica de adesão, e 
o condicionamento ácido aumenta a adesão mecânica da resina ao esmalte produzindo 
microporosidades, nas quais a resina irá penetrar para formar “tags” resinosos, que produzem 
a adesão mecânica ao esmalte. O agente mais utilizado é o ácido fosfórico a uma 
concentração entre 30% e 50% (37%), que poderá vir sob a forma de gel, e com tempo de 
aplicação médio em esmalte de 15 segundos. Depois de condicionado, o dente deve ser 
vigorosamente enxaguado com água por cerca de 20 segundos, quando o esmalte deve ser 
totalmente seco, ganhando uma aparência branca e opaca. A superfície deve ser mantida 
limpa e seca até a aplicação da resina (ANUSAVICE, 2005). 
 Só então, a resina acrílica é preparada em pote de vidro pelo método de saturação entre 
o monômero e o polímero, e, quando iniciada a fase plástica, a resina é colocada sobre os 
dentes, sempre evitando o contato com a gengiva e, no final desta mesma fase, deve-se testar 
a oclusão, fechando a boca do animal, e também molhar o local para evitar pulpite, ou outras 
29 
 
 
lesões, que podem ser provocadas pelo calor dissipado pela reação exotérmica da resina 
(GIOSO, 2003). 
 Durante o tempo em que o animal permanecer com a resina na cavidade oral, o 
proprietário deverá realizar higienização bucal, se possível escovação, sendo que a dieta será a 
habitual do animal, apenas evitando ossos durante este período (GIOSO, 2003). 
 Para a remoção, é necessária anestesia geral de curta duração, e materiais 
odontológicos, como o fórceps, auxiliam a quebrar as bordas da resina próximo à gengiva. 
Esta resina também poderá ser removida, com maior facilidade, com instrumentos rotatórios. 
Depois de removida a resina, geralmente 4 a 6 semanas após, os dentes devem ser polidos 
(GIOSO, 2003; MITCHELL, 2005). 
 Trata-se de um material de baixo custo e fácil disponibilidade, apresentando como 
desvantagens apenas a exotermia (já citada), e o cheiro desagradável (MITCHELL, 2005). 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
30 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 3 RELATO DE CASO 
 
 
 
 
 
 
 
 
31 
 
 
3 RELATO DE CASO 
 
Felino, sem raça definida, fêmea, idade de aproximadamente 4 meses, 1,4 Kg, foi 
encontrada na rua por uma colega médica veterinária, com lesões características de 
atropelamento, provavelmente ocorrido entre 3 e 4 dias antes de ter sido recolhido. 
 Este animal foi encaminhado para a Clínica Veterinária Francisco de Assis, onde foi 
atendido, no dia 11 de setembro de 2007. Ao exame clínico constatou-se uma fratura em 
mandíbula, na região de sínfise e também crepitação óssea em região dos ossos que formam o 
coxal (Figuras 08, 09 e 10). A cirurgia foi então agendada para o dia seguinte, dia 12 de 
setembro de 2007. 
 
 
 
Figuras 08, 09 e 10: Disjunção de sínfise mandibular apresentada pelo animal 
(felino) na 1a consulta (11/09/2007). 
 
 
No dia 12 de setembro o animal entrou em cirurgia, e foi sedado e anestesiado com 
Xilazina (1,0 mg/Kg), seguido, após 10 minutos, de Cloridrato de Cetamina (15 mg/Kg), 
ambos por via intramuscular. Neste momento, foi realizada a primeira radiografia intra-oral 
para melhor avaliação do caso (Figura 11). 
 
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Figura 11: Radiografia da disjunção de sínfise 
mandibular de felino - antes de iniciar 
o tratamento (12/09/2007). 
 
Em seguida, realizou-se a limpeza da ferida, foi debridado o local da lesão e retirado 
todo o tecido necrosado, que surgiu devido aos dias que o animal ficou sem tratamento 
(Figura 12). A seguir foi realizada a profilaxia, com raspagem dos dentes. 
 
 
 
Figura 12: Debridamento, com lâmina de bisturi, do 
tecido mole remanescente de disjunção de 
sínfise mandibular em felino (12/09/2007). 
 
A escolha do tratamento para este animal baseou-se na idade do indivíduo, no exame 
radiográfico e na presença de alguns dentes importantes para se fazer a ancoragem da resina. 
Por ser um animal jovem, optou-se em não usar fio de aço servindo de tração entre os dentes 
caninos (704 e 804) e sim aproximou-se os ramos horizontais da mandíbula, fixando-os com 
uma pequena cerclagem de fio de aço 3.0. Este fio foi fixado na região ventral da mandíbula,

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