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ELEMENTOS DA COMUNICAÇÃO Todos os conceitos apresentados anteriormente são importantes quando se quer entender o que é a comunicação. E uma vez que a comunicação pode ser entendida como o ato de tornar comum algum tipo de informação, temos de ter em mente que alguns elementos se fazem necessários nesse processo. São eles: Emissor: é aquele que passa a informação; Receptor: é aquele que recebe a informação, aquele com quem o emissor se comunica; Referente ou contexto: é o assunto que será informado; Mensagem: é tudo o que foi transmitido do emissor ao receptor, é todo o desenvolvimento do assunto; Canal: é o meio físico, a forma que é utilizada para passar a informação; Código: é a convenção social que permite ao receptor compreender a mensagem, ou seja, a língua utilizada (por exemplo, língua portuguesa). Não é possível haver comunicação se esses seis elementos não estiverem presentes. Como exemplo prático, basta pensarmos na redação que todos os que ingressam em uma universidade fazem. Emissor: o candidato à vaga, quem produz a redação; Receptor: a pessoa que lê a redação; Referente: o assunto proposto para a elaboração da redação; Mensagem: tudo aquilo que o candidato escreveu na redação para desenvolver o assunto; Canal: escrita; Código: Língua Portuguesa. Se o candidato conseguiu obter a vaga é sinal de que ele conseguiu comunicar. Temos de lembrar, no entanto, que, quando há um diálogo, há também a troca de papéis entre emissor e receptor, uma vez que as falas (turnos) vão se alternando para que se efetive a interação. Agora, quando há um fator externo que afeta ou perturba esse processo, nós o chamamos de ruído na comunicação. Aqui, ruído não deve ser entendido como sinônimo de “barulho”, mas como qualquer fator que afete a comunicação. Por exemplo: Se estamos em sala de aula e um barulho externo impede os alunos de ouvirem o professor, temos um ruído na comunicação, mas se é entregue uma folha aos alunos e um dos parágrafos apresenta-se ilegível, também temos um ruído na A COMUNICAÇÃO HUMANA II ALUNO (A): _____________________________________ DIREITO – REDAÇÃO E LINGUAGEM JURÍDICA Prof. M.e Nivaldo Fernandes Silva comunicação. Se o professor resolve dar sua aula utilizando como código a língua japonesa e os alunos não a conhecem, novamente temos um ruído na comunicação. FUNÇÕES DA LINGUAGEM Vimos, anteriormente, que a língua é um sistema de regras que pertence a um grupo social e a fala, por sua vez, é o uso que cada indivíduo faz da língua. Quando se propõe a comunicar, a pessoa faz escolha e seleção de palavras para, então, organizá-las e combiná-las, formando o texto. Todo esse processo não é aleatório e está diretamente ligado à intenção do emissor. Dependendo dessa intenção temos um tipo diferente de função de linguagem. São seis as funções e elas estão relacionadas aos seis elementos de comunicação: Vejamos: Função emotiva: centrada no emissor; a finalidade é o posicionamento do emissor frente ao tema abordado; é quando aparecem opiniões ou sensações de quem fala ou escreve. Marcada pelo emprego da primeira pessoa e de sinais de pontuação como reticências e ponto de exclamação. Exemplo: “Mas que inferno, e eu lá desejo entrar em alguma literatura do mundo? O futuro já é passado, não me interessa mais. Ou estão pensando que escrevo para criar alguma notoriedade?” (Clarice Lispector) Função apelativa: centrada no receptor, o objetivo do emissor é influenciar o receptor. É uma função amplamente utilizada na publicidade, dado o seu objetivo de interferir no comportamento do receptor. Marcada pelo emprego do imperativo e do vocativo e dirigida à 2ª pessoa. Exemplo: “Veja os novos trailers do filme ‘Speed Racer’.” (uol) Função referencial: centrada no referente; a intenção é transmitir ao receptor uma informação de forma direta e objetiva. Marcada pelo emprego do sentido denotativo das palavras e da 3ª pessoa. Exemplo: “Com o assentimento de Lula, as autoridades econômicas do governo vão impor um bloqueio às despesas inseridas no Orçamento por meio de emendas de deputados e senadores.” (Folha on line) Função fática: centrada no canal; serve para que o emissor comece, mantenha ou prolongue uma comunicação com o receptor. Não há preocupação com o conteúdo e sim com o contato entre os interlocutores. Utiliza expressões para manter o contato. Exemplo: — Oi, tudo bem? — Tudo, e você?... Função metalinguística: centrada no código; é o código sendo utilizado para explicar o próprio código, ou seja, ocorre essa função quando se dá uma definição, ou se explica, ou se pede explicação a respeito de uma palavra ou expressão. Exemplo: Comunicação: “S.f. 1. Ato ou efeito de comunicar(-se). 2. Ato ou efeito de emitir, transmitir e receber mensagens por meio de métodos e/ou processos convencionados, quer através da linguagem falada ou escrita, quer de outros sinais, signos ou símbolos, quer de aparelhamento técnico especializado, sonoro e/ou visual...” (Dicionário Aurélio) Função poética: centrada na mensagem; é marcada pelo ritmo, pela sonoridade, pela conotação, mas não se limita à poesia. Exemplo: “Melhoral é melhor e não faz mal”. Ou Autopsicografia O poeta é um fingidor. Finge tão completamente Que chega a fingir que é dor A dor que deveras sente. E os que leem o que escreve, Na dor lida sentem bem, Não as duas que ele teve, Mas só a que eles não têm. E assim nas calhas da roda Gira, a entreter a razão, Esse comboio de corda Que se chama o coração.” (Fernando Pessoa) Em resumo, para que se tenha a comunicação é necessária a presença dos seis elementos de comunicação, porém não a das seis funções de linguagem. Estas podem coexistir sem que haja problemas, visto que há a dependência da intenção do emissor. Observe o esquema a seguir que mostra a relação entre os elementos e as funções da linguagem:
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