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RESUMO DOUTRINA – DIREITO PROCESSUAL CIVIL 1 – FRED DIDIER JR. CAPITULO 1 - INTRODUÇÃO Introdução: Processo: Método de produção de normas jurídicas (Teoria da Norma Jurídica) Processo: Uma espécie de ato jurídico (Teoria do Fato Jurídico) Processo é sinônimo de PROCEDIMENTO Procedimento: ato complexo de formação sucessiva - : os vários atos que compõem o tipo normativo sucedem no tempo É preciso lembrar que se trata de uma relação jurídica cujo conteúdo será determinado, primeiramente, pela Constituição e, em seguida, pelas de mais normas processuais que devem observância àquela. O processo é um método de exercício da jurisdição. A jurisdição caracteriza-se portutelar situações jurídicas concretamente afirmadas em um processo. todo processo traz a afirmação de ao menos uma situação jurídica carecedora de tutela jurisdicional . Essa situação jurídica afirmada pode ser chamada de direito material processualizado ou simplesmente direito material. O processo deve ser compreendido, estudado e estruturado tendo em vista a situação jurídica material para a qual serve d e instrumento de tutela. Tutela: proteção "O processo serve ao direito material, mas para que lhe sirva é necessário q u e seja servido por ele" Fala-se, então, de um Neoprocessual ismo49: o estudo e aplicação do Direito Processual de acordo com esse novo modelo de repertório teórico . Princípio é espécie normativa . Trata-se de norma que estabelece um fim a ser atingido • Se essa espécie normativa visa a um determinado "estado de coisas", e esse fim somente pode ser alcançado com determinados comportamentos, "esses comportamentos passam a constituir necessidades práticas sem cujos efeitos a progressiva promoção do fim não se realiza" O princípio pode atuar sobre outras normas de forma direta ou indireta' . A eficácia direta de um princípio "traduz-se na atuação sem intermediação ou interposição de outro (sub -princípio ou regra"). Nesse plano, os princípios exercem uma função intepretativa : permite-se agregar elementos não previstos em sub princípios ou regras. A despeito da ausência de previsão normativa expressa de um comportamento necessário à obtenção do estado de coisas almejado, o princípio irá garanti-lo . Uma das principais características dos sistemas jurídicos contemporâneos é exatamente a harmonização de enunciados normativos de ambas as espécies. O método da subsunção do fato ao enunciado normativo, próprio e útil para os casos de textos normativos típicos e fechados, revela-se insuficiente para a aplicação de cláusulas gerai s. As cláusulas gerais exigem concretização em vez de subsunção. "Na apreciação do caso concreto, o juiz não tem apenas de 'generalizar' o caso; tem também de 'individualizar' até certo ponto o critério; e precisamente por isso, a sua actividade não se esgota na 'subsunção'. Quanto 'mais complexos' são os aspectos peculiares do caso a decidir, 'tanto mais difícil e mais livre se torna a actividade do juiz, tanto mais se afasta da aparência da mera subsunção" As cláusulas gerais servem para a realização da justiça do caso concreto; revelam-se, em feliz metáfora doutrinária, como "pontos de erupção da equidade" Os direitos fundamentais têm dupla dimensão: a) subjetiva: de um lado, são direitos subjetivos, que atribuem posições jurídicas de vantagem a seus titulares; b) objetiva: traduzem valores básicos e consagrados na ordem jurídica, que devem presidir a interpretação/aplicação de todo ordenamento jurídico, por todos os atores jurídicos. Trata-se de encarar o direito fundamental como norma jurídica (dimensão objetiva) ou como situação jurídica ativa (dimensão subjetiva). Assim , o processo deve estar adequado à tutela efetiva dos direitos fundamentais (dimensão subjetiva) e, além disso, ele próprio deve ser estruturado de acordo com os direitos fundamentais (dimensão objetiva) Nesse sentido, processo é o conjunto das relações jurídicas que se estabelecem entre os diversos sujeitos processuais (partes, juiz, auxiliares da justiça etc.). A aplicação imediata da norma processual não escapa à determinação constitucional que impede a retroatividade da lei para atingir ato jurídico perfeito e direito adquirido. Há inúmeras codificações legislativas (civil law) e, ao mesmo tempo, constrói-se um sistema de valorização dos precedentes judiciais extremamente complexo (súmula vinculante, súmula impeditiva, julgamento modelo para causas repetitivas etc.; sobre o tema, ver o capítulo respectivo no v. 2 deste Curso), de óbvia inspiração no common law. No Brasil , embora a importância da opinião dos doutrinadores ainda seja bem significativa (característica d o civil law), o destaque que se tem atribuído à jurisprudência ( marca do common law) é notável, de que serve de exemplo a súmula vinculante do STF. Não obstante o nosso ensino jurídico se tenha inspirado no modelo da Europa Continental ( principalmente de Coimbra), não se desconhecem atualmente inúmeros cursos de Direito que são estruturados a partir do exame de casos, conforme a tradição do common law, para bem compreender o Direito processual civil brasileiro contemporâneo não se pode ignorar essa circunstância: é preciso romper com o "dogma da ascendência genética", não comprovado empiricamente, segundo o qual o Direito brasileiro se filia a essa ou àquela tradição jurídica. Temos uma tradição jurídica própria e bem peculiar, “brasilian low” kkkk CAPITULO 2 – NORMAS FUNDAMENTAIS DO PROCESSO CIVIL CAPITULO 3 – 153 A 196 (a) A jurisdição é técnica de solução de conflitos por heterocomposição : um terceiro substituiu a vontade das partes e determina a solução do problema apresentado . importa deixar de lado a opinião de que o Poder judiciário só exerce a função de legislador negativo, para compreender que ele concretiza o ordenamento jurídico diante do caso concreto " É dizer: ainda que a situação concreta não esteja prevista expressamente na legislação, caberá ao magistrado dar uma resposta ao problema, classificando-a como lícita ou ilícita, acolhendo ou negando a pretensão do demandante. Perceba, então, que a criatividade jurisdicional revela-se em duas dimensões: cria-se a regra jurídica do caso concreto (extraível da conclusão da decisão) e a regra jurídica que servirá como modelo normativo para a solução de casos futuros semelhantes àquele (que se extrai da fundamentação da decisão). O exercício da jurisdição pressupõe o processo prévio, em que se garantam o devido processo legal e seus corolários. Todo Poder exerce-se processualmente. (f) A função jurisdicional tempo característica marcante produzir a última decisão sobre a situação concreta deduzida em juízo: aplica-se o Direito a essa situação, sem que se possa submeter essa decisão ao controle de nenhum outro poder. A jurisdição somente é controlada pela própria jurisdição A coisa julgada é situação jurídica que diz respeito exclusivamente às decisões jurisdicionais. Somente uma decisão judicial pode tornar-se indiscutível e imutável pela coisa julgada. De fato, a característica que é exclusiva da jurisdição é a aptidão para a definitividade. Só os atos jurisdicionais podem adquirir essa especial estabilidade, que recebe o nome de coisa julgada. Auto tutela Trata-se de solução do conflito de interesses que se dá pela imposição da vontade de um deles, com o sacrifício do interesse do outro. Solução egoísta e parcial do litígio. o "juiz da causa" é uma das partes. Exemplos São exemplos de autotutela permitida: o desforço incontinenti do possuidor, no caso de violência a sua posse (art. 1 . 2 1 0, § 1 o, Código Civi l), a legítima defesa, o direito de greve, o direito de retenção, o estado de necessidade, o privilégio do poder público de executar os seus próprios atos/ a guerra etc. Em qualquer caso, é passível de controle posterior pela solução jurisdicional, que legitimará ou não a defesa privada. Ainda se justifica, em alguns casos, pela impossibilidade de o Estado-juiz estar presente sempre que um direito esteja sendoviolado ou prestes a sê-lo e pela ausência de confiança de cada um no altruísmo alheio. Autocomposição É a forma de solução do conflito pelo consentimento espontâneo de um dos contendores em sacrificar o interesse próprio, no todo ou em parte, em favor do interesse alheio . É a solução altruísta do litígio . Considerada, atualmente, como legítimo meio alternativo de pacificação social Avança-se no sentido de acabar com o dogma da exclusividade estatal para a solução dos conflitos de interesses. Pode ocorrer fora ou dentro do processo jurisdicional. Arbitragem É técnica de solução de conflitos mediante a qual os conflitantes buscam em uma terceira pessoa, de sua confiança, a solução amigável e " imparcial" ( porque não feita pelas partes diretamente) do litígio. Não se admite arbitragem em causas penais . Cláusula compromissória é a convenção em que as partes decidem , prévia e abstratamente, que as divergências oriundas de certo negócio jurídicos e são resolvidas pela arbitragem ; as partes, antes do litígio surgir, determinam que, uma vez ele ocorrendo, a sua solução, qualquer que seja o conflito, desde que decorra de certo negócio jurídico, dar-se-á pela arbitragem. Compromisso arbitral é o acordo de vontades para submeter uma controvérsia concreta, já existente, ao juízo arbitral, prescindindo do Poder judiciário. Trata-se, pois, de um contrato, por meio do qual se renuncia à atividade jurisdicional estatal, relativamente a uma controvérsia específica e não simplesmente especificável. A decisão arbitral fica imutável pela coisa julgada material. Poderá ser invalidada a decisão, mas, ultrapassado o prazo nonagesimal, a coisa julgada torna-se soberana. É por conta desta circunstância que se pode afirmar que a arbitragem, no Brasil, não é equivalente jurisdicional: é propriamente jurisdição, exercida por particulares, com autorização do Estado e como consequência do exercício do direito fundamental de autorregramento (autonomia privada) Princípios da Jurisdição Os magistrados só têm autoridade nos limites territoriais do seu Estado; ou seja, nos limites do território da sua jurisdição. A jurisdição, como manifestação da soberania, exerce-se sempre em um dado território. Cooperação(comunicação) entre os juízes Eis as cartas precatórias (juízes de mesma hierarquia no mesmo país) e rogatórias (juízes de países diversos), Indelegabilidade O exercício da função jurisdicional não pode ser delegado. Não pode o órgão jurisdicional delegar funções a outro sujeito. Essa vedação se aplica integralmente no caso de poder decisório: não é possível delegar o poder decisório a outro órgão, o que implicaria derrogação de regra de competência, em violação à garantia do juiz natural. Inafastabilidade Desse enunciado decorre o chamado princípio da inafastabilidade da jurisdição. O principal efeito desse princípio é o direito fundamental de ação, também designado como direito de acesso ao Poder judiciário, direito de acesso à justiça ou direito à jurisdição. A Constituição é, ainda, peremptória: não há matéria que possa ser excluída da apreciação do Poder judiciário - ressalvadas raríssimas exceções por ela mesma postas, como a do processamento e julgamento de certas autoridades e m certas hipóteses (art. 52, I e 1 1 , CF/1 988)49 Note que, embora a questão seja afastada do Poder judiciário, não é afastada da jurisdição : o Senado exerce, no caso, função jurisdicional . jurisdição condicionada EX. Aposentadoria “INSS” O direito de ação é o direito a uma jurisdição qualificada; direito a uma jurisdição tempestiva, adequada e efetiva. Jurisdição Voluntária A jurisdição voluntária é uma atividade estatal de integração e fiscalização. Busca-se do Poder judiciário a integração da vontade, para torná-la apta a produzir determinada situação jurídica. Há certos efeitos jurídicos decorrentes da vontade humana, que somente podem ser obtidos após a integração dessa vontade perante o Estado-juiz, que o faz após a fiscalização dos requisitos legais para a obtenção do resultado almejado. "jurisdição voluntária é uma modalidade de atividade estatal ou judicial em que o órgão que a exerce tutela assistencialmente interesses particulares, concorrendo com o seu conhecimento ou com a sua vontade para o nascimento, a validade ou a eficácia de um ato da vida privada, para a formação, o desenvolvimento, a documentação ou a extinção de uma relação jurídica ou para a eficácia de uma situação fática ou jurídica". Prevalece na doutrina brasileira a concepção de que a jurisdição voluntária não é jurisdição, mas administração pública de interesses privados feita pelo Poder judiciário. Síntese deste pensamento é a concepção de Frederico Marques, para quem a jurisdição voluntária seria materialmente administrativa e subjetivamente judiciária. Capitulo 4 – COMPETENCIA Capitulo 5 – Mediação e Conciliação constituiu-se, no Brasil ,a política pública de tratamento adequado dos conflitos jurídicos, com claro estímulo à solução por autocomposição (Resolução n. 1 2 5/20 1 2 do Conselho Nacional de justiça). o sistema do direito processual civil brasileiro é, enfim , estruturado no sentido de estimular a autocomposição . A conciliação, a mediação e outros métodos de solução consensual de conflitos deverão ser estimulados por juízes, advogados, defensores públicos e membros do Ministério Público, inclusive no curso do processo judicial". Resolução n. 125/2010, do Conselho Nacional de justiça. A necessidade de se consolidar uma política pública permanente de incentivo e aperfeiçoamento dos mecanismos consensuais de solução de litígios; C ONSIDERANDO que a conciliação e a mediação são instrumentos efetivos de pacificação social, solução e prevenção de litígios, e que a sua apropriada disciplina em programas já implementados nos país tem reduzido a excessiva judicialização dos conflitos de interesses, a quantidade de recursos e d e execução de sentenças; CONSIDERANDO ser imprescindível estimular, apoiar e difundira sistematização e o aprimoramento das práticas já adotadas pelos tribunais; CONSIDERANDO a relevância e a necessidade de organizar e uniformizar os serviços de conciliação, mediação e outros métodos consensuais de solução de conflitos, para lhes evitar disparidades d e orientação e práticas, bem como para assegurar a boa execução da política pública, res peitadas as especificidades de cada segmento da justiça; CONSIDERANDO que a organização dos serviços de conciliação, mediação e outros métodos consensuais de solução de conflitos deve servir de princípio e base para a criação de juízos de resolução alternativa de conflitos, verdadeiros órgãos judiciais especializados na matéria; CONSIDERANDO o de liberado pelo Plenário do Conselho Nacional de justiça. Mediação e conciliação são formas de solução de conflito pelas quais um terceiro intervém em um processo negocial, com a função de auxiliar as partes a chegar à autocomposição. Ao terceiro não cabe resolver o problema, como acontece na arbitragem:o mediador/conciliador exerce um papel de catalisador da solução negocial do conflito. Não são, por isso, espécies de heterocomposição do conflito; trata-se de exemplos de autocomposição, com a participação d e um terceiro . O conciliador tem uma participação m ais ativa no processo de negociação, podendo, inclusive, sugerir soluções para o litígio. A técnica da conciliação é mais indicada para os casos em que não havia vínculo anterior entre os envolvidos. O mediador exerce um papel um tanto diverso. Cabe a ele servi r como veículo de comunicação entre os interessados, um facilitador do diálogo entre eles, auxiliando-os a compreender as questões e os interesses em conflito, de modo que eles possam identificar, por si mesmos, soluções consensuais que gerem benefícios mútuos. Na técnica da mediação, o mediador não propõe soluções aos interessados. Ela é por isso mais indicada nos casos em que exista uma relação anterior e permanente entre os interessados, comonos casos de conflitos societários e familiares . A mediação será exitosa quando os envolvidos conseguirem construir a solução negociada do conflito. A conciliação e a mediação são informadas pelos princípios da independência, d a imparcialidade, do autorrevamento da vontade, da normalização do conflito, da confidencialidade, d a oralidade, da informalidade e da decisão informada (art. 1 66, C P C ) Capítulo 6 – AÇÃO Ação é termo que possui mais de uma acepção na linguagem da Ciência do Direito Processual. Costuma ser utilizado para referir ao direito de ação, ao procedimento, à demanda e, enfim , ao direito afirmado em juízo. Finalmente, para encerrar estas distinções, procedimento é o um conjunto de atos organizados tendentes a produção de um ato final. Além de uma organização de atos, o procedimento define também as diversas posições jurídicas de que os diversos SUJeitos do procedimento serão titulares. O procedimento é a espinha dorsal do formalismo processual, de acordo com a conhecida metáfora. A ação é o primeiro ato do procedimento principal; a ação instaura o procedimento. O direito de ação confere ao seu titular o direito a um procedimento adequado, para bem tutelar o direito afirmado na demanda. As noções, como se vê, se relacionam ,mas não se confundem. O direito à tu tela jurisdicional, o direito a um procedimento adequado, direito a técnicas processuais adequadas para efetivar o direito afirmado, o direito à prova e o direito de recorrer são corolários d o exercício do direito de ação. Todos são situações jurídicas que compõe m o conteúdo eficacial do direito de ação . Pode-se afirmar, ainda, que o direito de ação é um direito que enfeixa todas as situações jurídicas decorrentes da incidência do princípio do devido processo legal. O vocábulo "demanda" tem duas acepções: a) é o ato de ir a juízo provocar a atividade jurisdicional b) é também o conteúdo dessa postulação . Todos os elementos da relação jurídica discutida e m juízo guardam correspondência com os elementos da demanda, numa perfeita simetria: enquanto a relação jurídica de direito substancial tem com o elementos os sujeitos, o fato jurídico e o objeto, a demanda tem como elementos as partes, a causa de pedir e o pedido . A causa de pedir na demanda impõe, segundo a vertente acolhida pelo nosso sistema processual, a narrativa dos fatos da vida e da própria relação jurídica nascida a partir deles (teoria da substanciação : causa de pedir = fatos + relação jurídica) e o pedido veicula a pretensão processual do autor (pedido imediato: prestação da atividade jurisdicional; pedido mediato: tutela do bem da vida). Eis, pois, a relação existente entre os dois institutos: a afirmação da relação substancial é o conteúdo da demanda. ELEMENTOS DA AÇÃO Partes, Causa de pedir e pedido Parte processual é aquela que está em uma relação jurídica processual, faz parte do contraditório, assumindo qualquer das situações jurídicas processuais, atuando com parcialidade e podendo sofrer alguma consequência com a decisão. Esse é o conceito que deve ser utilizado. A parte processual pode ser parte da demanda (demandante e demandado), que é a parte principal, ou a parte auxiliar, coadjuvante, que, embora não formule pedido , ou não tenha contra si pedido formulado, é sujeito parcial do contraditório e, pois, parte. É o caso do assistente simples, por exemplo. Parte material ou do litígio é o sujeito da situação jurídica discutida em juízo; pode ou não ser a parte processual, pois o Direito pode conferir a alguém, em certas hipóteses, a legitimação para defender, em nome próprio, interesse alheio – legitimação extraordinária. Parte legítima é aquela que tem autorização para estar em juízo discutindo determinada situação jurídica; parte ilegítima, por consequência, é o sujeito que, não obstante esteja em juízo, não tem autorização para tanto. Sucede que a parte ilegítima também é parte, até porque pode alegar a sua própria ilegitimidade. As demandas classificam -se, também , de acordo com o objeto do pedido. São, assim ,mobiliárias ou imobiliárias, conforme o objeto seja bem móvel ou imóvel. A classificação é muito útil para resolver problemas de competência e de capacidade processual das pessoas casadas. As demandas podem ser classificadas de acordo com a natureza da tutela jurisdicional que se busca: conhecimento (certificação de direito), execução (efetivação de direito) ou cautelar (proteger a efetivação de um direito). Os direitos potestativos relacionam-se com as ações constitutivas .Os direitos a uma prestação, por suposto, relacionam-se com as ações de prestação, também chamadas de condenatórias. Ação condenatória é aquela em que se afirma a titularidade de um direito a uma prestação e pela qual se busca a certificação e a efetivação desse mesmo direito, com a condenação do réu ao cumprimento da prestação devida. Como já se disse, a ação constitutiva relaciona-se aos chamados direitos potestativos. Ação constitutiva é a demanda que tem o objetivo de obter a certificação e efetivação de um direito potestativo. São exemplos de ação constitutiva: ação de invalidação, ação de resolução ou revisão de contrato, ação de interdição' , divórcio, ações divisórias, ação rescisória de sentença, ação de falência, ação de investigação de paternidade, ação rescisória, exclusão de herdeiro etc. Normalmente, os efeitos de uma decisão constitutiva operam ex nunc – sem eficácia retroativa. No entanto, não se desconhecem decisões constitutivas - negativas com eficácia retroativa, como é o caso da que anula negócio jurídico (art. 1 82 do Código Civil ) . A ação meramente declara tória é aquela que tem o objetivo de certificar a existência, a inexistência ou o modo de ser20 de uma situação jurídica' (art. 19, I,CPC). Cabe, também, para a declaração de falsidade ou autenticidade do documento (art. 1 9, 1 1 , CPC). O direito ao reconhecimento liga-se ao respectivo dever de reconhecimento, cujo descumprimento revela-se com a negação ou questionamento da existência da relação jurídica que se busca certificar. Constitutiva: gera uma situação jurídica nova Declaratória: negativa ou positiva, evita ou normatiza uma situação jurídica, a partir daquela obrigação ali declarada. É sutil a distinção que se deve fazer entre ação declaratória e ação condenatória, mas ela é importante: a) cabe ação meramente declaratória para reconhecer a autenticidade/falsidade de um documento (declaração d e fato), o que é incompatível com uma ação condenatória; b ) cabe ação meramente declaratória para certificar o modo de ser uma relação jurídica; c) cabe ação meramente declaratória da existência de uma obrigação ainda inexigível (e que, portanto, não poderia ser objeto de uma ação condenatória); d) cabe ação declaratória de constitucionalidade das leis (ADC). Ações dúplices Ação dúplice pode ser compreendida em duas acepções: processual e material. Em sentido processual, ação dúplice é sinônimo de pedido contraposto: demanda proposta pelo réu m face do autor, no bojo da contestação, nas hipóteses admitidas em lei, como no procedimento sumário e na Le i dos juizados Especiais. Fala-se, assim , em ação dúplice pelo simples fato de o procedimento permitir que o réu formule demanda contra o autor dentro da sua contestação . As ações dúplices são as ações ( pretensões de direito material) e m que a condição dos litigantes é a mesma, não se podendo falar em autor e réu, pois ambos assumem concomitantemente as duas posições. Esta situação decorre da pretensão deduzida em juízo. a) as ações declaratórias; b) as ações divisórias; c) as ações de acertamento, como a prestação de contas e oferta de alimentos. O denominado concurso de ações (rectius: direitos ou pretensões) pode dar-se,em seu aspecto objetivo, de duas formas: a) concurso impróprio: há mais de uma pretensão concorrente, nascida a parti r de um mesmo fato gerador; b ) concurso próprio: há pluralidade de causas de pedirque autorizam a formulação de mesmo pedido . E m caso de concurso de direitos, somente é possível a satisfação de um dos direitos concorrentes: ou se pleiteia um dos pedidos possíveis (impróprio), ou se traz uma das causas de pedir (próprio). Não se podem cumular direitos concorrentes, pois é impossível o acolhimento simultâneo de todos eles "Condição da ação" é uma categoria criada pela Teoria Geral do Processo, com o propósito de identificar uma determinada espécie de questão submetida à cognição judicial. Uma condição da ação seria uma questão relacionada a um dos elementos da ação (partes, pedido e causa de pedir), que estaria em uma zona intermediária entre as questões de mérito e as questões de admissibilidade. Enfim : NOVO CPC a) o assunto "condição da ação" desaparece, tendo em vista a inexistência da única razão que o justificava: a consagração em texto legislativo dessa controvertida categoria; b) a ausência de " possibilidade jurídica do pedido" passa a ser examinada como de improcedência liminar do pedido, no capítulo respectivo; c) legitimidade ad causam e interesse de agi r passam a ser estudados no capítulo sobre os pressupostos processuais . COMPETENCIA A competência jurisdicional é o poder de exercer a jurisdição nos limites estabelecidos por lei. A Constituição já distribuia competência em todo o Poder judiciário Federal (STF, STj e justiças Federais: justiça Militar, Eleitoral, Trabalhista e Federal Comum). A competência da justiça Estadual é residual. É fundamental perceber que não há vácuo de competência : sempre haverá um juízo competente para processar e julgar determinada demanda. A existência de competências implícitas é, portanto, indispensável para garantir a completude do ordenamento jurídico. Juiz Natural – regra de distribuição de competência De acordo com o art. 284 do CPC, onde houver "mais de um juiz" os processos deverão ser distribuídos, de modo alternado e aleatório, entre os juízos abstratamente competentes. A distribuição deve ser feita imediata mente (art. 93, XV, CF/1 988), na data da propositura da ação. Com isso, fixa-se a competência concreta do juízo, transformando a "competência cumulativa de todos em competência exclusiva de só um dentre todos" Regra de distribuição: regras cogentes (absoluta) Competência do foro (territorial) ditada pelo CPC Competência originaria: aquela que conhece a causa em primeiro lugar Competência derivada: fase recursal interesse público, chamada de regra de competência absoluta, ou para atender preponderantemente ao interesse particular, a regra de competência relativa. PÁG 207 – DOUTRINA FRED (QUADRO COMPARATIVO, ABSOLUTA E RELATIVA. COMPETENCIA INTERNACIONAL É aplicação do chamado princípio da efetividade, que orienta a distribuição da competência internacional, segundo o qual o Estado deve abster-se de julgar se a sentença não tem como ser reconhecida onde deve exclusivamente produzir efeitos ART, 21, 22, 963 NCPC. Territorial: o território de se propor, o lugar. Art. 306 Quadro Página 236 - Art. 953 e 951 CPC - Art. 954, 955, 1021 CPC - Art. 109 CF - Art. 108 CF PROCESSO ART. 485 CPC Pressupostos processuais são todos os elementos de existência, os requisitos de validade e as condições de eficácia do procedimento, que é ato-complexo de formação sucessiva
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