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Psicologia Regina Lúcia L.L. Sardinha 0 APOSTILA DE PSICOLOGIA Profa. Regina Lúcia L. L. Sardinha 2009 Psicologia Regina Lúcia L.L. Sardinha 1 PROGRAMA OBJETIVO Visa proporcionar um conhecimento básico da utilização dos conceitos psicológicos importantes à administração moderna EMENTA Aplicações da Psicologia - Teorias e sistemas em Psicologia - Funções Mentais Superiores - Inteligência, Criatividade e Aprendizagem - Personalidade. - Distúrbios Psicológicos - Atitudes, Crenças, Valores - Influência Social - Estereótipos, Preconceito e Discriminação - Conflitos. CONTEÚDO PROGRAMÁTICO 1. Aplicação da Psicologia 2. Psicologia e a Ciência (Metodologias mais utilizadas). 3. Teorias e sistemas da Psicologia: Psicanálise, Behaviorismo, Gestalt e Existencialismo. 4. Funções mentais superiores 5. Percepção 6. Emoção 7. Inteligência e inteligência emocional 8. Crenças e atitudes 9. Personalidade, diagnóstico e transtornos. 10. Relações interpessoais 11. Conflitos, vantagens e desvantagens. 12. Crítica e Agressão 13. Criatividade 14. Estresse 15. Motivação 16. Liderança 17. Formação de Grupos Psicologia Regina Lúcia L.L. Sardinha 2 1.APLICAÇÃO DA PSICOLOGIA INTRODUÇÃO Quem é o psicólogo? Psicólogo é um profissional que procura através de técnicas científicas, descobrir e analisar as razões dos atos, pensamentos e emoções, estão por trás do comportamento dos indivíduos juntamente com os próprios. O psicólogo procura ampliar o conhecimento que o indivíduo tem de si mesmo de maneira a melhorar as relações interpessoais e facilitar a atuação social. As técnicas utilizadas são científicas e consistem e coletar dados, através de entrevistas, ou observações e a partir daí com o auxílio das diversas teorias psicológicas intervir quando necessário, sempre visando à saúde do cliente. Áreas de atuação do psicólogo Psicologia Clínica – intervenções terapêuticas individuais ou coletivas, respondendo a solicitação do próprio cliente ou de seu responsável para promover a saúde mental. Atua em clínicas psicológicas, consultórios particulares, hospitais etc. Psicologia Escolar – atua em escolas, creches ou orfanatos, com o objetivo de acompanhar o desenvolvimento em todo o processo educacional dos alunos da instituição. Psicologia Organizacional – atua em empresas e instituições, desenvolvendo o trabalho da maioria dos instrumentos de Recursos Humanos, como recrutamento e seleção, treinamento etc. Pode também atuar como analista institucional, procurando uma maior eficiência para os objetivos da instituição. Psicologia X Psiquiatria A psiquiatria é uma área médica comprometida com a patologia, diferente da psicologia que atua exclusivamente com a consciência. O que é psicologia? Quando olhamos esta ciência sob a ótica popular, verificamos que existem diversas confusões conceituais e até a popularização de termos por ela utilizada e entendidas de forma equivocada. Apesar de muitos acreditarem que o objeto de estudo desta ciência refere-se ao estudo da mente, do subconsciente, do pensamento etc. A psicologia moderna tem na verdade como objeto de estudo o comportamento, podemos dizer que o psicólogo tem como meta explicar o pensamento através do comportamento, na tentativa de compreender de forma mais científica o indivíduo. Algumas confusões se devem, talvez, a utilização de diversas visões para explicar o mesmo comportamento, isto é, a psicologia se utiliza de algumas teorias, que tentam explicar o mesmo objeto de estudo (comportamento), visto por ângulos diferentes, assim como o fazem outras ciências, tais como a medicina. Psicologia Regina Lúcia L.L. Sardinha 3 No entanto, por se tratar de um estudo extremamente complexo, o entendimento popular passa a ser mais difícil e muitas vezes equivocado, levando muitos a acreditarem ser a psicologia algo subjetivo e até irreal, ou pouco científico. 1.1 HISTÓRIA DA PSICOLOGIA Os primeiros passos da Psicologia A psicologia é uma ciência jovem, a pré-história da psicologia confunde-se com a história da filosofia, considerada sua irmã caçula tendo atribuído seu nome de batismo a WOLF em1832/34 e seu objeto de estudo, assim como a filosofia, a ALMA. Durante o período filosófico a psicologia ganha forma como discurso metafísico, centrado nas relações corpo-alma. Esta idéia surge inicialmente no século XVII com Descartes que afirmava existir duas entidades separadas corpo e alma, sendo a alma reservada aos ser humano a o carpo aos animais. As idéias de Descartes foram muito contestadas e discutidas por diversos autores. A pré-história da psicologia registra estudos do comportamento humano através da Astrologia, Quiromancia, Grafologia e outros. ¾ A Astrologia dedica-se ao estudo do comportamento pela posição dos astros. Fazem previsões, através do dia, hora e mês do nascimento e a posição dos astros na ocasião. ¾ A Quiromancia estuda o caráter e o destino das pessoas pelas linhas das mãos, os montes que se formam na palma e a estrutura das unhas e dos dedos. ¾ Grafologia estuda o comportamento dos homens pela escrita. No século XIX surge a chamada Psicologia Moderna através da psicologia experimental fundada por WUNDT com seu primeiro laboratório de Psicologia em 1879 na cidade de Leipzig na Alemanha, onde utilizou aparelhos para medir os chamados fenômenos psíquicos, tais como sensação, à vontade, a percepção e outros( Minicucci, A 1995). Outros cientistas, como Darwin, também realizaram estudos no laboratório de Leipzig, mudando de forma definitiva o objeto seu objeto de estudo para COMPORTAMENTO na tentativa de tornar-se uma ciência tal qual as exigências da comunidade científica da época, onde para tal seria necessário: ¾ Mensurabilidade – grau em que os termos e conceitos sob consideração podem ser especificados ¾ Repetibilidade – refere-se à generalidade das observações que foram levadas a efeito ¾ Controle – é a metodologia que reduz o número de fatores que podem contribuir com o comportamento observado A psicologia procura entender, predizer e controlar, como todas as disciplinas que se utilizam métodos científicos. Os métodos mais utilizados pela psicologia são: ¾ Observação Naturalista – o investigador deve unicamente observar e não interferir no comportamento em curso. Psicologia Regina Lúcia L.L. Sardinha 4 ¾ Testes – requer uma situação típica em que o estímulo seja apresentado a cada indivíduo. O interesse primário reside nos tipos e diferenças entre as respostas e a situação padrão. ¾ Método Experimental – Comparação entre dois grupos, os ditos grupos de controle e os grupos experimentais que são tratados aparentemente de forma idêntica, mas com uma variável manipulada pelo investigador. ¾ Método Clínico ou anamnese – Informação obtida através de interrogatórios, relatos escritos, diários, ou descrições e relatos dados por outros ou pelo próprio indivíduo. COPORTAMENTO Objeto de estudo da Psicologia moderna definido como a totalidade das atividades de um indivíduo, que podem ser observadas por outra pessoa, com ou sem auxílio de instrumentos. 2. TEORIAS DA PSICOLOGIA Quando a psicologia se tornou uma ciência, quatro sistemas principais ou escolas surgiram: ¾ A Psicanálise ¾ A Gestalt ¾ O Behaviorismo¾ O Existencialismo 2.1 A PSICANÁLISE Fundada por Sigmund FREUD(1856-1939), médico de vocação científica, com seus interesses marcados pela influencia da Biologia, especializando-se em Neuropsiquiatria. Em 1895 publica seu primeiro estudo “Os estudos sobre histeria” e em 1899 “A interpretação dos sonhos”, que foram bastante conhecidos pelo público. Cria um novo método de tratamento revolucionário, método catártico em sua temporada com Breuer, que propõe a liberação de afetos e emoções ligados a eventos traumáticos com auxílio da hipnose, esta mais tarde abandonada por Freud quando ele se afasta de Breuer, passando a utilizar o método de associação livre. Esta teoria tem o mérito de ser a primeira teoria descrita, ainda sob o olhar filosófico, mas já admitindo como objeto de estudo o COMPORTAMENTO, mas ainda não observando o rigor científico. A teoria psicanalítica propõe 3 níveis na mente do indivíduo: ¾ Consciente – seria a atividade mental a qual nos referimos quando falamos da presença ou não de um elemento. O consciente dá sentido aos elementos. ¾ Pré-Consciente – são elementos inconscientes temporariamente pelo fato de que a atividade mental consciente não pode abarcar senão um pequeno número de representações de cada vez. ¾ Inconsciente – elementos ausentes na consciência no momento em que são necessárias as suas presenças para dar sentido. Psicologia Regina Lúcia L.L. Sardinha 5 Uma das características que distinguem a teoria psicanalítica de FREUD é a existência de 2 modos de pensamentos: ¾ Processo primário – que obedece ao princípio do prazer, busca do prazer e evitação da dor. ¾ Processo secundário – obedece ao princípio da realidade, refere-se ao controle do comportamento pelo mundo real. A Psicanálise propõe que nossa cognição é dinamicamente formada por três construtos: ¾ ID – Utiliza-se unicamente do processo primário de pensamento, sendo entendido como nossos “desejos”primários. Sua energia é a LIBIDO ¾ SUPEREGO – Atua por intermédio da culpa e da proibição, é a presença da sociedade dentro de nós. ¾ EGO – Considerado como mediador entre as idéias do ID e as forças externas da realidade. 2.1.1 HIPNOSE Segundo estudos, cerca de 20% das pessoas são pessoas são consideradas altamente hipnotizáveis. Todas as pessoas possuem a capacidade se voltar para dentro e relaxar. Nesta técnica o sujeito estaria consciente apenas de parte dos processos que se desenrolam na sua mente, podendo até mesmo executar atos sem poder dizer exatamente por que. (Retirado da apostila de Marcelo Henrique Costa, Ibmec 2008). 2.1.2 ALGUNS CONCEITOS IMPORTANTES PARA A PSICANÁLISE Realidade psíquica O que importa é o que assume o valor de realidade não importando se aconteceu ou não no mundo objetivo. Pulsão Processo gerador de estado de tensão e busca do equilíbrio (pulsão de vida e de morte) Pulsão de vida (Eros) Abrange as pulsões sexuais e de autoconservação Pulsão de morte (Tanatos) Tendência autodestrutiva quando voltada para dentro ou agressiva e destrutiva quando voltada para fora Retirado da apostila de Marcelo Henrique Costa Ibmec, 2008 2.1.3 SINTOMA Comportamento ou pensamento resultante do conflito entre desejos e mecanismos de defesa Psicologia Regina Lúcia L.L. Sardinha 6 2.1.4 MECANISMOS DE DEFESA Para lidar com ansiedade constante do ego, colocado entre os anseios do id e as demandas do superego, o sujeito recorre a mecanismos de defesa que reduzem ou redirecionam a tensão. • REPRESSÃO Bane da consciência os pensamentos e sentimentos que geram ansiedade. • REGRESSÃO Recua até um dos estágios de desenvolvimento infantil e se fixa nesta condição. • FORMAÇÃO REATIVA Inversão dos valores inaceitáveis dos conteúdos. • PROJEÇÃO Atribui os impulsos reprimidos a outras pessoas. 2.1.5 SONHOS Divide-se em duas partes no entendimento da psicanálise Conteúdo Manifesto - O que efetivamente se passa no sonho, Aquilo que narramos ao contarmos o sonho. Conteúdo Latente Desejos e impulsos inconscientes, que aparecem de maneira disfarçada no sonho. No entanto no mundo moderno temos uma visão mais moderna do sonho, na verdade eles nos ajudam a processar as informações do dia e principalmente fixá-las na memória.. Servem à função fisiológica de desenvolver e preservar os caminhos neuronais do cérebro sendo esta a resposta para acessos periódicos de atividade cerebral noturna (que produziriam as alucinações que o cérebro se esforçaria em dotar de sentido no sonho) 2.2 O BEHAVIORISMO John Watson foi considerado o pai do Behaviorismo ao publicar em 1913 um artigo declarando um novo ramo da psicologia. Também chamada de Teoria Comportamental ouCognitiva Comportamental mais recentemente , segundo esta teoria, os comportamentos dos indivíduos devem ser observados e medidos da mesma maneira como fazem outras ciências. Surge inicialmente para tornar científico as idéias de FREUD, abandonando estas idéias mais tarde passando a utilizar as teorias da aprendizagem vigentes na época, tais como as teorias do condicionamento de SKINNER ou de PAVLOV sendo também conhecida como a teoria do S-R. Seu princípio básico refere-se a idéias de que todo comportamento reforçado tende a aumentar de freqüência o que significa dizer que nosso comportamento é resultado de uma aprendizagem. Nosso comportamento pode ser explicado segundo o seguinte esquema: Psicologia Regina Lúcia L.L. Sardinha 7 Cognitivo S – R Autonômico Conseqüência Motor ¾ Cognitivo – pensamento ¾ Autonômico – sentimento, sensação ¾ Motor – comportamento O Behaviorismo também possui outras idéias importantes para sua compreensão: • A Psicologia é a ciência do comportamento, e não a ciência da mente. • O comportamento pode ser descrito e explicado sem recorrer aos esquemas mentais ou aos esquemas psicológicos internos. • A fonte dos comportamentos é o ambiente (que pode ser inclusive os órgãos internos) e não a "mente" interna individual 2.2.1CONCEITOS IMPORTANTES PARA O BEHAVIORISMO • REFORÇO – Estímulo capaz de alterar a freqüência do comportamento, pode ser positivo ou negativo • EXTINÇÃO – Perda da capacidade de responder. • PUNIÇÃO – Quando é adicionado ao condicionamento um estímulo que suprime a freqüência de um comportamento no futuro, diz-se que houve uma punição. 2.3 O EXISTENCIALISMO Surge para resgatar os valores humanos básicos e a dignidade humana que estaria sendo perdida pelas formas tradicionais de psicologia.Faz oposição as demais teorias, principalmente a psicanálise e a comportamental.É mais voltada para o EU e sua relação com o MEIO no qual esta inserido. É a de maior utilidade para a Administração por ser ela a única a utilizar a técnica de Dinâmica de Grupo O Existencialismo é uma corrente filosófica que adota os pressupostos da Fenomenologia. As principais características desta abordagem em Psicologia são: 1. A ênfase na responsabilidade do ser humano pelo que quer que venha a lhe ocorrer e no que ele venha a se tornar. – Para o existencialismo o ser humano nunca está determinado, ele define a si mesmo. 2. A predileção por temas como a angústia e o desespero, do homem diante da morte e da busca das causas dos males mentais da vida modernaPsicologia Regina Lúcia L.L. Sardinha 8 2.3.1 ASPECTOS IMPORTANTE PARA O EXISTENCIALISMO Centrada no presente – Preocupa-se com os meios que o cliente pode usar no presente para mudar os conflitos Psicologia centrada no cliente – Toda a ênfase é dada na visão que o cliente tem de si mesmo 2.4 A GESTALT A psicologia da gestalt surge para se opor ao behaviorismo, apesar de também entender a psicologia como estudo do comportamento a percepção é o ponto central desta teoria, o que o indivíduo percebe e como percebe são dados importantes para a compreensão do comportamento humano. O termo em alemão Gestalt quer dizer forma ou configuração. Esta teoria estudou a organização do processo mental em termos de figura e fundo. De acordo com essa teoria nossa experiência depende dos modelos(estruturas) que os estímulos despertam na organização da nossa experiência. O que nós vemos ou percebemos esta relacionado com a totalidade do campo de observação. A totalidade do que percebemos de um fato, de um evento, de uma paisagem é diferente da soma das partes. O todo consiste nas partes relacionadas entre eles. 3. FUNÇÕES METAIS SUPERIORES PERCEPÇÃO, EMOÇÃO E INTELIGÊNCIA 3.1Percepção “Processo de transferência de estimulação física em informação psicológica; processo mental pelo qual os estímulos sensoriais são trazidos à consciência” (Kaplan e Sadock, 1993) “O ponto de partida em que a cognição e a realidade se encontram…atividade cognitiva mais fundamental, da qual emergem todas as outras”(Davidoff, 1983) Percepção é o processo de selecionar, organizar e interpretar os estímulos (eventos, informações, objetos outras pessoas) que o ambiente oferece. A interpretação é a decodificação que cada indivíduo faz de um mesmo estímulo recebido. Nas organizações a percepção afeta inúmeros aspectos do comportamento das pessoas e afetando diretamente o clima organizacional. Dois fenômenos básicos explicam as diferenças entre a realidade observada e a realidade percebida, segundo Maximiano (2000) : seleção e adaptação. Percepção Seletiva - dos diversos estímulos oferecidos pelo ambiente, apenas alguns poucos prendem a atenção do observador, isto é apenas algumas características são registradas. O entendimento deste fenômeno é fundamental ao administrador, uma vez que isto pode levar a distorção da apreciação que uma pessoa faz de outra. Psicologia Regina Lúcia L.L. Sardinha 9 Adaptação sensitiva – a percepção passa por um processo de adaptação ao longo do tempo, isto é, quando um indivíduo é submetido durante muito tempo a um mesmo estímulo, a sensibilidade é reduzida e a pessoa perde a capacidade de percebê-lo. 3.1.1FATORES QUE INFLUENCIAM AS DIFERENÇAS NA PERCEPÇÃO Os principais fatores que influencias estas diferenças estão ligados as diferenças do observador, do estímulo e da situação (pg275) Observador – atitudes, motivações, interesses, experiências e expectativas determinam como os estímulos são percebidos. Estímulos – intensidade, freqüência, tamanho e outras características afetam a capacidade dos estímulos sejam percebidos Situação - o ambiente empresta significado ao estímulo 3.1.2 PERCEPÇAÕ DA FORMA Figura e Fundo O sistema perceptivo percebe os objetos que nos cercam (figura) como distintos e separados do ambiente circundante (fundo). Agrupamento Os elementos perceptivos podem ser agrupados por vários critérios; • Proximidade • Semelhança • Continuidade • Fechamento • Conexão 3.1.3ALGUNS ASPECTOS IMPORTANTES Estímulos Subliminar - são estímulos tão fracos que estão abaixo do limiar absoluto de detecção.Estudos comprovam que estímulos subliminares podem afetar nosso comportamento de maneira leve, mas dificilmente poderiam justificar a crença de que estes estímulos possam ser usados para nos “programar” ou influenciar de maneira decisiva. Percepção Extra-sensorial - Apesar de haverem estudos recentes que poderiam confirmar a realidade de, pelo menos, alguns destes fenômenos, maioria dos cientistas permanecem céticos. 3.1.3 PROBLEMAS NO PROCESSO DE PERCEPÇÃO Psicologia Regina Lúcia L.L. Sardinha 10 CONTRASTE As pessoas são percebidas dentro de um contexto e contrastadas com outras, o que produz impressões favoráveis e desfavoráveis ESTERIÓTIPOS E PRECONCEITOS As características de um grupo social são simplificadas e projetadas em todos os integrantes EFEITO HALO Um traço de comportamento serve de base para uma generalização a respeito da conduta de uma pessoa Adaptação de Maximiano, A .C “Teoria Geral da Administração” São Paulo Ed. Atlas, 2000 (pg279) Temos, no entanto alguns outros elementos que podem também causar problemas na percepção, tais com drogas, emoções etc. 3.1.3-1DROGAS As drogas psicoativas modificam a percepção e o ânimo das pessoas e o uso continuado de drogas faz com que sejam necessárias doses cada vez maiores para que o usuário sinta seu efeito. São drogas psicoativas, os antidepressivos, o álcool, os opiáceos , os barbitúricos, os estimulantes, a cocaína, os alucinógenos , a maconha e o LSD Depressivos - diminuem as funções do corpo Álcool - reduz a capacidade de auto-censura, pode deixar a pessoa mais agressiva, auto- reveladora e ousada, afeta a memória de curto prazo e em pouca quantidade pode relaxar. Opiáceos - derivados do ópio, morfina e heroína, é uma das drogas mais viciantes, provocam dilatação das pupilas, respiração lenta e letargia.Induzem uma sensação transitória de intenso prazer Barbitúricos(tranqüilizantes) - reproduzem os efeitos do álcool, podem ser fatais se consumidos em grande quantidade ou associados ao álcool. Estimulantes - os mais utilizados são a cafeína, nicotina, as anfetaminas e a cocaína. Aceleram as funções fisiológicas, aumentam o ritmo cardíaco e respiratório, dilatam as pupilas, reduzem o apetite. O usuário experimenta um aumento na energia e autoconfiança. Cocaína - quando aspirada, injetada ou fumada, provoca um fluxo de euforia que dura de 15 a 30 minutos, pode provocar distúrbios emocionais, desconfiança, convulsões ,parada cardíaca e colapso respiratório e ainda aumentar as reações agressivas. Alucinógenos - distorcem as percepções e produzem alucinações.Podem ser naturais, como a maconha, ou sintéticos, como o PCP (pó de anjo) e o LSD. LSD (ácido lisérgico) - produz intensas experiências visuais, podendo provocar euforia,desligamento e pânico. Maconha - a maconha pode ser fumada ou ingerida com alimentos, possui propriedades depressivas, mas também apresenta um componente alucinógeno leve. Prejudica a coordenação motora, as faculdades perceptivas e o tempo de reação além de interferir na Psicologia Regina Lúcia L.L. Sardinha 11 formação da memória. Pode reduzir o hormônio masculino e os níveis de esperma, bem como lesar o pulmão de maneira mais intensa do que o cigarro normal 3.2. EMOÇÕES Definido por Kaplan e Sadock(1993) como “ .. um complexo estado de sentimentos, com componentes somáticos, psíquicos e comportamentais, relacionados ao afeto e ao humor” 3.2.1 FISIOLOGIA DAS EMOÇÕES O estudo da fisiologia das emoções tem sido alvo de diversos estudos científicos e parecem ser importantes para que possamos entender o que se passa em nosso cérebro quando estamos vivenciando situações emocionais capazes de nos levar ao sucesso ou ao fracasso em nossas atividades. Existem, segundo Murray, dois sistemas gerais no cérebroque se julga estarem envolvidos na emoção. O primeiro tem o nome de sistema límbico, que abrange o Tálamo e o Hipotálamo e ainda algumas partes do córtex em seu núcleo interno. O sistema límbico esta envolvido em muito dos motivos homeostáticos e contém as áreas de prazer e dor, estando também relacionada a reações autonômicas e a alterações associadas à emoção. A estimulação de varias partes do sistema límbico produz o medo ira e outras reações emocionais. O outro sistema cerebral importante, para a emoção, é o sistema reticular de motivação, que se localiza na coluna cerebral e prolonga-se até o Tálamo e o Hipotálamo, serve como um mecanismo geral de alerta não específico. Ele excita o córtex, facilita o transito de mensagens entre o meio circundante e o cérebro e dá tônus ao corpo, acredita-se que tenha influencia nos estados de vigilância e de excitação emocional. Psicologia Regina Lúcia L.L. Sardinha 12 Todas as emoções são em essência impulsos para agir, planos instantâneos para lidar com a vida , que desempenham uma função única..Algumas emoções são consideradas como emoções básicas que possuem componentes nitidamente culturais , mas seis delas foram identificadas em todas as culturas mas que e possuem “assinatura” biológica própria: (Golemann, D. 1995 pg. 20-21) IRA – O sangue flui para as mãos (tornando mais fácil pegar uma arma ou golpear um inimigo), os batimentos cardíacos aceleram , e uma onda de hormônios como a adrenalina gera uma pulsação, energia suficiente para ação vigorosa. MEDO – O sangue vai para os músculos do esqueleto, como os das pernas (tornando mais fácil fugir) e fazendo com que nosso rosto fique lívido e gelado já que o sangue foi desviado dele. Nosso corpo por segundos se imobiliza até que nosso cérebro emocional dispare a torrente de hormônios que põe nosso corpo em alerta geral pronto para agir, com a atenção fixada na ameaça imediata de modo a dar a melhor resposta. FELICIDADE – Aqui a principal mudança biológica está a maior atividade no centro cerebral que inibe os sentimentos negativos e favorece o aumento da energia existente, e silencia aqueles que geram pensamentos de preocupação. Não há, no entanto, uma mudança particular na fisiologia a não ser uma tranqüilidade que faz com que o corpo se recupere mais depressa do estimulo emoções perturbadoras. Psicologia Regina Lúcia L.L. Sardinha 13 AMOR – Sentimentos afetuosos de satisfação sexual, implica em estimulações parassimpáticas (oposto fisiológico de lutar e fugir) seria um conjunto de reações em todo o corpo que gera um estado geral de calma e satisfação facilitando a cooperação. SURPRESA – O erguer de sobrancelhas na surpresa permita a adoção de uma varredura visual mais ampla, e também maior quantidade de luz a atingir a retina. Isso oferece maior informação sobre o fato inesperado, tornando mais fácil perceber o que está acontecendo e conceber o melhor plano de ação. REPUGNÂNCIA – A expressão facial de nojo ( lábio superior retorcido para o lado, e o nariz ligeiramente enrugado) sugere uma tentativa primordial de tapar as narinas contra um odor nocivo ou cuspir for uma comida estragada. TRISTEZA – A tristeza traz uma queda de energia e entusiasmo pelas atividades da vida, em particular diversão e prazeres, reduzindo a velocidade metabólica do corpo que impossibilita a planejar novos começos. 3.3 INTELIGENCIA (Este capítulo em sua íntegra foi retirado a da apostila de psicologia de Marcelo henrique Costa, IBMEC, 2008) As origens dos testes de inteligência Francis Galton foi um dos primeiros e mais entusiasmados pesquisadores interessados em medir as diferenças individuais. Primo de Darwin e defensor da teoria da evolução foi o criador do movimento eugênico, de tão triste memória, que procurava desenvolver a humanidade por um processo cuidadoso de seleção de indivíduos superiores e procriação seletiva.Seus testes não foram em nada conclusivos no que diz respeito á inteligência. Alfred Binet a convite do governo francês, e no intuito de melhor distribuir as crianças nas escolas de acordo com sua capacidade, desenvolveu um teste que estabeleceu o onceito de idade mental. Este conceito parte do princípio de que todas as crianças se desenvolvem por um caminho idêntico, mas em tempos diferentes. Algumas crianças, portanto, estariam “retardadas” com relação a outras. Lewis Terman foi o professor de Stanford que criou uma adaptação do teste de Binet para ser usado teste numérico de medição da inteligência hereditária, e que ficou conhecido como Stanford-Binet. Termam foi um dos responsáveis pelo amplo desenvolvimento que o movimento eugênico teve, principalmente nos EUA, no início do século XX. Pela aplicação dos testes de inteligência quantidades enormes de imigrantes e negros americanos foram tachados de débeis mentais. Até que ficasse claro que os testes de inteligência não medem o que se propõe e que são completamente inadequados quando se leva em conta mudanças culturais, até mesmo dentro da mesma sociedade, o prejuízo social provocado por sua aplicação foi imensurável. Psicologia Regina Lúcia L.L. Sardinha 14 O QI, ou quociente intelectual, é uma medida que adaptada ao teste Stanford-Binet e que consiste na fórmula: QI = IM/IC x 100 Onde IM (idade mental), IC (idade cronológica). Hoje a maioria dos testes não calcula mais o QI do modo original, mas a partir da média do desempenho de pessoas da mesma idade. 3.3.1O que é inteligência? A capacidade de uma pessoa para o “comportamento adaptável orientado para um objetivo”. Apesar de muitos cientistas concordarem com esta definição, ela não é uma unanimidade. O que podemos dizer ao certo é que, seja lá o que for, a inteligência não é uma característica que a pessoa tenha, como sua altura ou cor dos olhos. É um conceito socialmente criado para dar conta de porque algumas pessoas têm melhor desempenho do outras em atividades cognitivas. 3.3.2 INTELIGÊNCIA E CULTURA Para alguns pesquisadores a inteligência está ligada à capacidade de o indivíduo se adaptar a seu meio e sua cultura, por isso varia de um lugar para outro e não pode ser estudada de maneira isolada. Já os que acreditam numa inteligência independente da cultura, as habilidades que caracterizam a inteligência representariam vantagens em qualquer meio que a pessoa estivesse. 3.3.3 CAPACIDADE GERAL VS CAPACIDADES ESPECÍFICAS Análise fatorial O método da análise fatorial mede as habilidades cognitivas em grupos qualitativamente diferentes. Desta forma o mesmo indivíduo pode obter escores bem diferentes em itens como habilidade verbal, raciocínio matemático, pensamento espacial e muitos outros. Para alguns pesquisadores o índice geral de inteligência consiste numa média destas habilidades parciais. Teoria das inteligências múltiplas Howard Gardner ficou famoso ao defender a tese de que não temos uma única inteligência, mas múltiplas inteligências, cada uma independente das outras, e que cada pessoa pode apresentar um padrão bem pessoal no qual uma delas sobressaia. Psicologia Regina Lúcia L.L. Sardinha 15 3.4 NEUROLOGIA E INTELIGÊNCIA A frenologia, que tentava estabelecer uma correlação entre o tamanho e formato da cabeça com a inteligência e personalidade das pessoas foi uma pretensa ciência que conquistou muita fama no século XIX,mas que se mostrou totalmente falha. Estudos modernos, efetuados mediante ressonância magnética, apontam uma correlação leve entre tamanho do cérebro e inteligência medida por alguns testes. Alguns estudos neurológicos apontam uma correlação na rapidez de resposta a estímulos e inteligência. Este tipo de estudo que tenta relacionar características neurológicas e mentais à inteligência está hoje no seu auge. 3.5AVALIAÇÃO DA INTELIGÊNCIA Testes modernos de habilidades mentais Os testes modernos que medem a inteligência podem ser divididos em dois tipos: Testes de aptidão - Testes que procuram prever a capacidade de aprender uma nova habilidade. O teste de inteligência mais usado hoje m dia se enquadra nesta categoria, é a Escala Wechsler de Inteligência Adulta (WAIS),ele é dividido em escores verbais e não verbais. Teste de aproveitamento - Visam avaliar o que já foi aprendido pelo sujeito. De uma maneira geral as provas escolares podem ser consideradas testes deste tipo. Para serem aceitos e liberados para utilização, os testes são avaliados segundo três critérios : – Padronização, – fidedignidade e – validade. 3.6 CRIATIVIDADE E INTELIGÊNCIA Criatividade é a habilidade de produzir idéias que são novas e valiosas. A criatividade parece estar associada à inteligência até certo ponto. De uma maneira geral pessoas que apresentam escores altos em testes de inteligência também apresentam bons índices de criatividade, mas a partir de um escore 120 parece que a correlação entre criatividade e inteligência desaparece. Pessoas superdotadas não são necessariamente mais criativas do que outras ainda dentro de uma escala normal. 3.6.1COMPONENTES DA CRIATIVIDADE • Uma boa base de conhecimento (especialização) • Habilidade de pensamento imaginativo • Personalidade aventureira • Princípio da motivação intrínseca • Ambiente criativo 3.7 INFLUÊNCIAS GENÉTICAS Pelo estudo com gêmeos idênticos e com outras relações familiares, ficou claramente estabelecido que há uma importante influência hereditária na inteligência, mas que a Psicologia Regina Lúcia L.L. Sardinha 16 importância das características hereditárias no computo geral da inteligência quando comparamos dois indivíduos vai depender também do tipo de ambiente em que cada sujeito foi criado. 3.8 INTELIGÊNCIA EMOCIONAL Definida por Weisinger (1997) “ como o uso inteligente das emoções, isto é fazer intencionalmente com que suas emoções trabalhem a seu favor....” São quatro os componentes que quando reunidos dão origem a sua inteligência emocional: • A capacidade de perceber, avaliar e expressar corretamente uma emoção. • A capacidade de gerar ou ter acesso a sentimentos quando eles puderem facilitar sua compreensão de si mesmo ou de outrem • A capacidade de compreender as emoções e o conhecimento derivado delas • A capacidade de controlar as próprias emoções para promover o crescimento emocional e intelectual 3.8.1COMO EXPANDIR A SUA INTELIGENCIA EMOCIONAL 3.8.1-1COMO AMPLIAR A AUTOCONSCIÊNCIA Autoconsciência vem a ser um dos fatores primordiais para o desenvolvimento da Inteligência Emocional, com um grau elevado de autoconsciência o indivíduo pode monitorar-se e observar-se em ação e assim influenciar seus próprios atos de maneira que eles funcionem a seu favor. Uma autoconsciência elevada é o alicerce sobre o qual são construídas todas as outras funções da Inteligência Emocional. Para ampliar sua Autoconsciência é necessário: 1. Examinar o modo como você faz as avaliações 2. Entrar em contato com seus sentimentos 3. Identificar suas intenções 4. Prestar atenção em seus atos A seguir vamos estudar cada um destes passos 1. Examinar o modo como você faz as avaliações Avaliações são todas as diferentes impressões, interpretações, apreciações e expectativas que você tem de si e das outras pessoas e situações, elas são influenciadas por vários fatores que formam a personalidade, geralmente têm forma de pensamentos ou de diálogo interno. Tomando consciência de suas avaliações, você fica sabendo como seus pensamentos influenciam seus sentimentos, suas ações e reações podendo alterá-los. A seguir algumas dicas de como tomar consciência de como fazer suas avaliações: a) Use frases iniciadas com “eu penso” - desta forma você ajuda esclarecer o que pensa e reconhece que é a pessoa responsável pelas suas avaliações. Psicologia Regina Lúcia L.L. Sardinha 17 b) Conduza regularmente um diálogo interno – escolha um horário regular durante o dia para conversar consigo mesmo. Gradualmente você toma consciência dos padrões que porventura existam em seus diálogos e ao identificar estes padrões você averiguará se seus diálogos internos estão trabalhando a seu favor ou não. c) Reflita sobre os encontros em momentos de calma – depôs de uma conversa com seu chefe, um colega ou com sua equipe reserve um tempo para se perguntar o que foi que influenciou sua avaliação da conversa. Desenvolvendo este diálogo interno quando você estiver calmo, provavelmente suas avaliações serão mais flexíveis e racionais, e assim o ajudar a chegar a conclusões corretas. d) Procure ouvir outras pessoas - qualquer acontecimento pode ser avaliado a partir de pontos de vistas diferentes, por isso perguntar a outras pessoas qual a avaliação deles sobre o assunto pode ajudar. 2. Entrar em contato com seus sentimentos Seus sentimentos são reações espontâneas às suas interpretações e expectativas. Como as informações sensoriais, os sentimentos fornecem dados importantes, que vão ajudá-lo a entender por que você age como age. Eles o alertam para seu nível de bem estar em determinada situação e ajudam a compreender suas reações, por isso é importante prestar atenção neles. Apesar disso, prestar atenção em nossos sentimento não é uma coisa fácil para a maioria de nós. O problema é que para prestarmos atenção neles, nós temos que senti-los e se eles forem, por exemplo, negativos eles podem doer, e por isso tendemos a ignorá-los e até negá-los, o que faz com que não usemos nossa emoções de forma inteligente. Dicas para entrar em contato com seus sentimentos: a) Atenção às manifestações físicas – embora sejam nossos sentimentos internos, muitas vezes eles apresentam manifestações físicas, prestando atenção nestes sinais externos. b) Atenção para manifestações de comportamento – os sentimentos costumam provocar certos comportamentos e repassando-os do fim para o inicio, examinando as manifestações dos sentimentos em suas atitudes, você poderá descobrir quais os sentimentos estão em ação. 3. Identificar suas intenções As pessoas tem maior dificuldade de identificar suas intenções a curto prazo, e por esta falta de consciência não utilizam estas informações para melhor planejar suas ações. Assim como os sentimentos as intenções podem ser às vezes difíceis de entender, no caso das intenções a razão é que muitas vezes confundimos nosso propósito oculto com nossa intenção aparente e muitas vezes parecem conflitantes. Dicas para identificar suas intenções: a) Acredite em seu comportamento – este normalmente te dará uma boa pista de suas intenções b) Confie em seus sentimentos – se você se sente feliz e contente, numa situação há uma boa chance de você ter escolhido essa situação pelo motivo correto. Psicologia Regina Lúcia L.L. Sardinha 18 c) Seja honesto consigo mesmo – faça a você mesmo perguntas ferinas nas diversas situações4. Preste atenção em seus atos Em geral temos consciência de nossos atos mais genéricos, do tipo estou me encaminhando para uma reunião, estou sentado na cadeira etc mas não nos damos conta das nuances desses atos – estou caminhando devagar para a reunião, estou sentado escarrapachado na cadeira etc. mas são estas nuances que são percebidos pelos outros e podem ser utilizadas como pistas das nossa atitudes e do nosso comportamento. Dicas para ampliar a consciência de seus atos: a) Observe suas atitudes – identifique alguns padrões e pesquise as possíveis implicações, assim você será capaz de modificar, quando possível , e utilizar-las em seu benefício. b) Observe o impacto de seus atos – compreendendo como suas atitudes afetam as pessoas, você poderá modificar seus atos para que o efeito seja o que deseja. c) Reconheça que as pessoas podem reagir de maneiras diferentes às suas atitudes – algumas pessoas são diretas mas outras passam despercebidas Como controlar suas emoções Controlar as emoções, diferente de reprimir, significa compreende-las e então usar esta compreensão para lidar com as situações de maneira mais produtiva. Por serem as emoções produzidas pela interação de 1) pensamentos, 2) alterações fisiológicas e 3) suas atitudes como reação a um acontecimento externo, você pode controlar suas emoções controlando cada um destes três componentes Como se motivar Quando você está motivado você é capaz de iniciar uma tarefa, persistir nela prosseguir até concluí-la e lidar com quaisquer obstáculos que possam surgir. Algumas fontes podem te dar tal motivação: você mesmo; o apoio de amigos, parentes ou colegas; um mentor emocional (um modelo); seu ambiente. 4. ATITUDES Atitudes são as convicções e sentimentos que predispõem nossa reação a objetos, pessoas e eventos. Têm função avaliativa, tonalizando afetivamente o mundo que nos circunda e, consequentemente, orientando nosso comportamento com relação a ele. Diversos estudos mostraram que ao contrário do que muita gente acreditava as atitudes não orientam necessariamente a ação das pessoas, muitas pessoas podem agir de maneira oposta àquilo que pensam. Aparentemente nossas atitudes têm maior probabilidade de influir nas nossas ações nos casos em que: • As influências externas sobre o que fazemos são mínimas. • A atitude se refere a situações específicas e não a objetos Psicologia Regina Lúcia L.L. Sardinha 19 gerais e vagos. • Temos uma profunda consciência de nossas atitudes. 5. CRENÇAS São proposições que, na sua formulação mais simples, afirmam ou negam uma relação entre dois objetos concretos ou abstratos, ou entre um objeto e algum possível atributo deste. Do ponto de vista da psicologia social interessa mais considerar a origem das crenças, a formação e estrutura de um sistema de crenças, a aceitação subjetiva de tais proposições, bem como a influência que exercem sobre o comportamento, do que a verdade ou não das relações que estabelece. Sabe-se que as crenças adotadas por participantes de processos interativos podem Influenciar a conduta das pessoas envolvidas. A terapia psicológica, por exemplo, pode ter seu resultado comprometido se o paciente não acredita na eficácia do tratamento. 5.1 CRENÇAS PODEM SER QUALIFICADAS COMO: • Opiniões • Boatos • Dogmas • Convicções • Estereótipos 6.PERSONALIDADE “ Personalidade é o padrão característico de comportamento do indivíduo. Os outros vêem esse padrão como personalidade, e o indivíduo o considera como sendo o EU”. (Edward Davis, 1972) Formulam-se diversas definições de personalidade, a maioria englobando a estrutura psicológica total do indivíduo, que revela a forma de pensar, de se expressar e de manipular suas atitudes e interesses. Para Edwards, D. (1972) como o “padrão característico do comportamento que um indivíduo que os outros vêem como personalidade , mas que o indivíduo considera como o seu Eu”. Esses padrões , citados por Edwards resultam de uma complexa interação da estrutura do corpo (incluindo a aparência e os fatores internos) e das experiências passadas que foram instrumentais na modelação de motivos, predisposições emocionais e outros hábitos importantes (pg.301) No entanto podemos estudar o ser humano a partir de três pontos de vista: como indivíduo, como pessoa e como personalidade. Como indivíduo ele é um complexo organismo vivo, que tem funções motoras, sensitivas e vegetativas, ou seja , com uma essência biológica e física indivisível e única dentro de sua espécie. Psicologia Regina Lúcia L.L. Sardinha 20 Como pessoa ele é um ser inteligente, com capacidade de pensar, com consciência racional da sua condição e que quando acrescentado à personalidade, se diferencia de outro dentro do grupo Como personalidade ele unifica o físico e mental, incluindo aspectos intelectuais, afetivos, impulsivos, volitivos fisiológicos e morfológicos (Soto, E. 1998 p. 32) 6.1 Por que somos como somos? O dilema da origem de nossa personalidade seguirá sem solução por muitos anos, devido a sua complexidade, por mais que a ciência evolua no entendimento das variáveis que afetam nosso cérebro. Historicamente aprendemos que a hereditariedade e o ambiente são os principais elementos que moldam nossa personalidade. Pesquisadores descobriram que a genética explica em torno de 50% das diferenças de personalidade e aproximadamente 40% das variações do interesse no trabalho. 6.1.1 FATORES GENÉTICOS A idéia de que o corpo determina o tipo de personalidade remonta no mínimo, à época de Hipócrates e Galeno. Esta idéia de que o tipo físico influencia na personalidade esta representada nos estereótipos populares de que gordo feliz e de bom caráter, herói musculoso e forte, e intelectual frágil.. Diversas teorias versaram sobre o assunto, mas é difícil saber com exatidão o por que da existência dessas associações entre o tipo corporal e a personalidade, por isso muitos autores se mostram céticos com relação a esta teoria (Soto, E. 1998 p.37) 6.1.2FATORES DO AMBIENTE O ambiente marca fortemente nossa personalidade, a cultura estabelece normas, atitudes e valores que passam de geração para geração. Bluss e Plomin afirmam existir três disposições normais de personalidade que merecem o nome de temperamentos: Nível de atividade, Sociabilidade e Emotividade. Nível de atividade – refere-se ao gasto global de energia ou conduta. Podemos descrever dois fatores que estão intimamente interligados, um é o vigor, a intensidade ou a amplitude da conduta (pessoas com muito vigor costumam preferir atividades intensas) e o outro é o ritmo a velocidade das atividades (pessoas de ritmo elevado tendem a preferir atividades aceleradas e a terminar com rapidez as coisas que empreendem) Sociabilidade – é a preferência de estar em companhia de outras pessoas em vez de estar sozinho, isto é valorizar intrinsecamente o processo de interagir com outras pessoas. Emotividade – definida como a tendência a ativar-se fisiologicamente, fácil e intensamente, em situações perturbadoras 6.1.3FATORES SITUACIONAIS A personalidade de um indivíduo mesmo que seja estável e consistente muda de acordo com a situação. Mesmo parecendo lógico que as diferentes demandas das diversas situações influenciem a personalidade do indivíduo até agora não podemos prever as conseqüências que diferentes tipos de situações podem provocar. Psicologia Regina Lúcia L.L. Sardinha21 Na formação da personalidade, além destes fatores existem dois importantes, os fatores comuns e os fatores singilares. • Fatores comuns – seriam, a forma de criação, agrupamento sociofamiliar. • Fatores singulares -características de compleição estrutural, dada por mecanismos de hereditariedade física e por experiências já vividas 6.2 TEORIAS DA PERSONALIDADE As diversas teorias da personalidade tentam organizar a complexidade do comportamento individual. Algumas teorias categorizam diversas características facilmente distinguidas e estabelecem “tipos” , outras analisam o comportamento em “traços” e outras ainda constroem princípios hipotéticos para estabelecerem o desenvolvimento e o funcionamento dinâmico da personalidade. A psicologia assim como as demais ciências estudam de forma separada os diversos conceitos, tais como personalidade, motivação, etc, como forma de facilitar os estudos mais aprofundados. Diversas teorias foram se desenvolvendo ao longo dos tempos conforme evoluíam os pensamentos científicos da época. 6.2.1Teorias tipológicas – nesta teoria as características dominantes da personalidade, eram consideradas como personalidade e eram divididas por tipos e até associando ao tipo físico . Diversas teorias surgiram com esta visão e uma das mais divulgadas foi a do tipo morfológico, que define três tipos físicos básicos que determinam as características de personalidade, são elas: • Endomórficos – caracterizado pela gordura e flacidez. Este gosta de prazeres da vida e tende a ser sociável e comunicativo. • Mesomórficos – muscular e atlético. É, portanto uma pessoa direta e enérgica. • Ectomóficos – alto delgado e frágil. Sua tendência é mais com timidez, preocupação e retraimento na sociedade. Estas teorias após algum tempo entraram em desuso, surgindo outras teorias, algumas ainda em vigor. 6.2.2Teoria do traço – analisa os padrões consistentes e sistemáticos do comportamento definindo-os como componentes da personalidade. Esta teoria caiu em desuso por listarem inúmeros padrões como formadores da personalidade dificultando o entendimento deste conceito. No entanto serviu como base para outra teoria a teoria do S- R. 6.2.3Teoria Psicanalítica – A personalidade se forma segundo Freud de acordo com o desenvolvimento da sexualidade que ocorre em fases determinadas, mas que não necessariamente acompanham o desenvolvimento etário do indivíduo. • Fase Oral – inicia-se desde o nascimento do bebe , onde apresenta como primeira demonstração de prazer físico e afetivo a sucção ao mamar ao seio . • Fase Anal – nesta fase se inicia a percepção do ato de defecar e urinar, experimentando este ato como fonte de prazer. • Fase fálica – inicia-se quando há a descoberta e a curiosidade da existência dos órgãos sexuais e suas diferenças. É nesta fase que surge o Complexo de Édipo ou Psicologia Regina Lúcia L.L. Sardinha 22 de Electra muito divulgado, que define como amor ao progenitor do sexo oposto acompanhado pela aversão em relação ao mesmo sexo como razão aos desentendimentos ou comportamentos anormais. • Fase Genital – refere-se a idade adulta normal onde o prazer se dá através das relações sexuais normais. Os problemas segundo Freud podem ocorrer em qualquer fase do desenvolvimento da sexualidade, o que não significa a estagnação na fase mas sim uma fixação que poderá se manifestar mais adiante como neuroses ou problemas de relacionamentos. 6.2.4 Teoria do S-R – Utiliza-se das idéias básicas da teoria do traço. O primeiro a organizar os conceitos de personalidade segundo esta visão foi EYSENK. Neste enfoque são definidos 3 características inatas: • Psicoticismo – agrupamento de comportamentos com características psicóticas claras • Extroversão X Introversão – características de comportamentos que se manifestam de forma expansivas ou recatadas de acordo com as situações vividas pelo indivíduo. • Neuroticismo – agrupamento de características comportamentais que apresentam comportamentos descritos como neuróticos. 6.2.5Teoria Existencialista - Tem como base a idéia de que o indivíduo é fruto de suas potencialidades relacionadas com o mundo em que esta inserido. Para a teoria existencialista o entendimento do que ela define como EU REAL e o EU IDEAL é a forma de entendimento da personalidade EU REAL – o que o indivíduo acredita ser EU IDEAL – o que o indivíduo gostaria de ser. EU – o que o indivíduo apresenta EU REAL + EU IDEAL = EU Psicologia Regina Lúcia L.L. Sardinha 23 6.3 TRANSTORNOS DE PERSONALIDADE Pra que um determinado comportamento seja classificado como psicologicamente perturbado é necessário que ele seja: • Atípico — Comportamentos ou vivências atípicas só podem ser avaliados em contraste com a sociedade em que vive o indivíduo, uma vez que o que pode ser considerado atípico em um lugar, pode ser perfeitamente normal em outro, o mesmo se podendo dizer com relação a diferentes épocas. • Conturbado — Deve ser de alguma forma perturbador, não creditado a alguma habilidade excepcional do indivíduo, ou seja, ele não tem absolutamente conotação positiva. • Desajustado — Cognitivistas e comportamentalistas gostam de usar a palavra desadaptativo. Ou seja, são comportamentos que de alguma forma conferem uma desvantagem a quem os emite dentro das suas condições de vida. Novamente este é um conceito que depende das condições sociais. • Injustificável — Se a pessoa não pode oferecer uma explicação que sirva de justificativa coerente para seu comportamento ele tem mais chance de ser considerado um distúrbio. Os manuais de classificação dos distúrbios mentais mais aceitos mundialmente hoje em dia são o DSM – IV e o CID – 10. O DSM-IV é apenas descritivo não pretende explicar as causa das doenças, sua principal função é servir de apoio e padronização para o diagnóstico. Muitas pessoas acreditam que este tipo de manual tem o efeito negativo de estabelecer rótulos muito estritos, que não levam em conta toda a variedade de comportamentos humanos. Pessoas rotuladas como esquizofrênicas, por exemplo, podem apresentar uma infinidade de comportamentos diferentes bem como podem ser capazes de gerir suas próprias vidas de maneira distinta, o que escapa ao rótulo. Para o diagnóstico destes transtornos, alguns cuidados devem ser levados em consideração segundo o Manual Psiquiátrico da Associação Americana de Psiquiatria DSM IV : 1) Quando o comportamento e a experiência se desviam da cultura vigente , manifestado pela : • Cognição -percepção de si mesmo, dos outros e dos eventos • Afeto - alcance, intensidade, maleabilidade das respostas emocionais • Funcionamento Interpessoal • Controle do impulso 2) Comportamento é inflexível e invasivo com amplo alcance nas áreas sociais. 3) Comportamento leva a desconforto e a prejuízo nas áreas de funcionamento social 4) O padrão é estável, de longa duração e se iniciou na adolescência ou pelo menos no início da idade adulta 5) O comportamento não pode ser identificado como uma manifestação, conseqüência de outra doença mental. 6) O comportamento não pode ser identificado como manifestação ou conseqüência de causas fisiológicas ou de abuso de substancias ou condição médica geral (dano cerebral) Psicologia Regina Lúcia L.L. Sardinha 24 6.4 LISTA DOS TRANSTORNOS DE PERSONALIDADE Manual Psiquiátrico da Associação Americana de Psiquiatria DSM IV Grupo A (transtornos excêntricos ou estranhos)– transtorno de personalidade esquizóide – transtorno de personalidade esquizotímica – transtorno de personalidade paranóide Grupo B (transtornos dramáticos, imprevisíveis ou irregulares) – transtorno de personalidade anti-social – transtorno de personalidade histriônica – transtorno de personalidade limítrofe – transtorno de personalidade narcisista Grupo C (transtornos ansiosos ou receosos) – transtorno de personalidade dependente • ''não'' confundir com distimia – transtorno de personalidade esquiva • timidez excessiva – transtorno de personalidade obsessivo-compulsiva 7. RELAÇÕES INTERPESSOAIS INTRODUÇÃO É difícil falarmos de inter-relacionamento sem entrarmos nas particularidades de cada indivíduo. Apesar de considerarmos que cada pessoa é uma pessoa diferenciada da outra, os problemas de inter-relacionamento se repetem. O primeiro passo para que ocorra um bom inter-relacionamento entre as pessoas, é tentarmos nos desvincular de nossos pré-conceitos, isto é de rótulos estabelecidos por nós ou até pela sociedade em que nos inserimos e conseguirmos olhar para o outro não da maneira com que “achamos” que ela deveria ser, mas sim como ela realmente é. Todos nós possuímos uma expectativa do comportamento do outro que se levado a extremos, pode nos causar frustrações e a interpretações errôneas quanto ao que queremos ou dizemos o que nos remete a situações de tensão ou estresse. Portanto para facilitarmos nossas relações interpessoais a não suposição de que o outro (ou os outros) deveria entender aquilo que não conseguimos expressar de forma adequada ou até que ainda não expressamos, mas que imaginamos estar subentendida, seria de fundamental importância. Para facilitarmos este entendimento estudados conceitos diferenciados foram realizados na tentativa de evidenciarmos estas diferenças e alcançarmos resultados mais positivos. Psicologia Regina Lúcia L.L. Sardinha 25 Fatores ligados ao estímulo Percepção Fatores ligados Ao indivíduo Comporta- mento Fatores ligados Ao meio Fatores ligados A sociedade 7.1CONFLITOS Caracteriza-se pela escassez de recursos e por um sentimento de hostilidade, em outras palavras, é uma situação em que dois ou mais objetivos, pertencentes a uma ou mais pessoas, são mutuamente exclusivos gerando atitudes de hostilidade. 7.1.1Conflitos Interpessoais Os conflitos interpessoais são a expressão das tensões existentes nos indivíduos, provenientes de objetivos não satisfeitos, expectativas não realizadas, ou ainda provenientes de fontes de natureza existencial ou psíquica. Os conflitos internos afetam a concentração, a motivação, a vontade de trabalhar e a habilidade de interagir com o outro. Apesar das dificuldades de se determinar padrões, alguns padrões básicos foram isolados pelos estudiosos para facilitar a compreensão. São eles: Abordagem – Abordagem - as duas metas positivas estão especialmente separadas e o indivíduo deve fazer a escolha entre uma ou outra. Neste caso a solução requer que se faça apenas uma resposta, após a escolha ter sido feita, não poderá ser rescindida. Ex: Duas ofertas de trabalho amplamente favoráveis. + Evitação – Evitação – Neste caso as metas negativas são separadas, aqui o indivíduo deve novamente fazer uma só escolha final, mas um requisito Psicologia Regina Lúcia L.L. Sardinha 26 adicional é que mesmo não querendo ele DEVE escolher uma delas. Ex: Casamento ruim X separação. - - Abordagem – Evitação – Envolve duas tendências de respostas contrárias. A meta é simultaneamente desejada e indesejada. Ex: doce é bom e ao mesmo tempo engorda + _ 7.1.2CAUSAS MAIS COMUNS O conflito entre pessoas é causado por vários fatores. As causas mais comuns são: • Falhas na comunicação • Pressão temporal • Expectativas diferentes • Conflitos de personalidade • Perspectivas de mudanças Falhas na comunicação – Os conflitos causados por uma falha na comunicação podem advir das barreiras interpessoais citadas anteriormente, como dificuldades de assertividade, utilização de mecanismos de defesa, etc. Pressão Temporal – Algumas pessoas fazem do tempo escasso um inimigo para seu sucesso, pessoal ou profissional. Gerando conflitos quando sua decisão tem prazo. Expectativas diferentes – Um dos maiores causadores de conflitos são expectativas diferentes relativos a qualquer que seja o assunto. Mesmo pessoas que convivem harmoniosamente por longos períodos, descobrem ser esta diferença na expectativa, tanto de orientação da vida quanto de atitudes individuais as fontes geradoras de grandes conflitos. Conflitos de Personalidade – Pessoas com valores e idéias diferentes tendem a promover conflitos interpessoais freqüentes, em função do afastamento das diretrizes básicas da vida. Psicologia Regina Lúcia L.L. Sardinha 27 Perspectivas de mudanças – Sentimentos de insegurança são os sentimentos causados sempre que há qualquer perspectiva de mudança, seja no lado físico ou emocional, que fragilizam os indivíduos facilitando o surgimento de conflitos. 7.1.3Conflitos entre grupos Os conflitos entre grupos normalmente surgem quando há interesses contrários entre dois grupos que interagem ou desentendimentos entre líderes, mas que também seguem os padrões básicos propostos anteriormente. Dentre os conflitos que surgem em organizações os mais comuns são: • Superposições de funções • Indefinição das regras do jogo • Interdependência de recursos • Sistemas de recompensas muito competitivos • Mudanças Superposições de Funções – Se duas pessoas com idéias diferentes e de formas de trabalho diferentes realizam um mesmo trabalho, as possibilidades de conflitos são grandes, mesmo tendo eles recebido o mesmo treinamento, já que cada pessoa poderá ter soluções diferentes para um mesmo problema, ambos resultando no esperado. Indefinição das regras do jogo – Se um ou mais indivíduos estão colocados de forma a trabalharem em grupo, e se as regras estiverem mal definidas, caberá a cada membro do grupo interpretar as regras em seu benefício. Interdependência de recursos – Sejam estes recursos financeiros ou humanos nas empresas é uma fonte de conflito, por interferir diretamente na possibilidade de sucesso de cada grupo. Sistemas de recompensas muito competitivos – A competição como forma de incentivo poder causar problemas quando não for bem administrada. A vontade de cada grupo em alcançar o sucesso, estará ligado não nos resultados positivos, mas em vencer os “adversários” de qualquer jeito mesmo em detrimento da empresa. Mudanças - Mais uma vez perspectivas de mudanças são fontes de insegurança ou do surgimento de mecanismos que dificultam as relações em grupo 7.2Vantagens e desvantagens do conflito 7.2.1Vantagens do conflito Cria desafios para busca de soluções, motiva grupos e indivíduos a resolver problemas em conjunto. Leva a descoberta de novos fatos e informações que podem resultar em benefícios 7.2.2Desvantagens do conflito Causa tensão e pode causar seqüelas Psicologia Regina Lúcia L.L. Sardinha 28 Cria ambiente improdutivo Pode gerar perda de poder ou de status Tende a distorcer o comportamento das pessoas 7.3 A CRÍTICA A crítica é considerada uma poderosacausadora de conflitos pessoais e profissionais, e, portanto é estudada com maior atenção por pesquisadores e estudiosos. Para que possamos entender melhor o conceito se faz necessário entendermos a diferença entre crítica X queixa. As diferenças entre queixas e críticas pessoais são simples: • Na queixa a referência é à ação e não o indivíduo. • Na numa crítica a queixa é usada como um ataque global ao indivíduo levando mais a uma resposta defensiva do que a resolução de problemas. A crítica muitas vezes vem carregada de desprezo, uma emoção particularmente destrutiva, que leva facilmente à ira; e é em geral expresso não apenas nas palavras empregadas, mas também no tom de voz e nas expressões, tais como gozações, insultos ou até na linguagem do corpo, como franzir de lábios, ou revirar de olhos. Para o ser humano há duas maneiras de se responder a um ataque (neste caso a crítica), lutar –ou – fugir. A mais óbvia é revidar (lutar), que acaba normalmente em uma infrutífera disputa de berros, mas a reação contrária, o fugir, pode ser mais perniciosa, sobretudo quando ela é uma retirada para o silêncio. O fechar-se em copas é a última defesa, esta atitude envia uma mensagem potente e desestimulante, assim como uma combinação de distância, superioridade e até nojo. Na maioria das vezes as pessoas só criticam quando a coisa esta feia e transborda, e o fazem da pior forma possível, trazendo a tona todas às queixas que guardavam para si, perdendo muitas vezes o controle sobre a ira ou fazendo ameaças. Estes ataques normalmente saem pela culatra, são recebidos como afronta, quem recebe normalmente fica irado causando danos à motivação.(Goleman, 1995) 7.3.1DIFERENÇA ENTRE QUEIXA E CRÍTICA Na queixa a referência é à ação e não o indivíduo, enquanto que na crítica , esta vem carregada de desprezo, uma emoção particularmente destrutiva .Em geral expresso não apenas nas palavras empregadas, mas também no tom de voz e nas expressões etc. 7.3.2CRÍTICA X ADMINISTRADOR Em um certo sentido, a crítica é uma das mais importantes tarefas de um administrador. Contudo é também uma das mais temidas e adiadas.Muitos administradores são demasiado chegados a critica, mas frugais nos elogios, deixando os empregados a sentir que só sabem como estão indo quando cometem um erro. Essa tendência à crítica é agravada por administradores que demoram a dar qualquer feedback por longos períodos de tempo. Psicologia Regina Lúcia L.L. Sardinha 29 Segundo J.R. Larson , psicólogo da Universidade de Illinois , a maioria dos problemas no desempenho de um empregado não surge do nada, nem de repente; desenvolve-se com o tempo. Quando o chefe não diz imediatamente o que sente, isto leva a um lento acúmulo de frustração, e aí um dia explode. Harry Levinson, dá o seguinte conselho sobre a arte da crítica, intrincadamente interligada à arte do elogio: • Seja específico – pegue um fato que ilustre o problema – chave, concentre-se nos detalhes, dizendo o que ele fez bem e o que fez mal, diga exatamente qual é o problema – a especificidade é tão importante para o elogio quanto para a crítica. • Ofereça uma solução – a crítica como todo feedback útil, deve indicar uma maneira de resolver o problema para não deixar quem as recebe frustradas, desmoralizado ou desmotivado. • Esteja presente – As críticas como os elogios são mais eficazes cara a cara. • Seja sensível - quando não há empatia, a crítica assume efeito destrutivo, em vez de abrir caminho para correção, estimula comportamentos de ressentimento, ira, defensividade e distanciamento. Para os que recebem as críticas Levinson propõe: • Veja a crítica como uma informação e não como um ataque pessoal. • Vigie o impulso para a defensividade, em vez de assumir a responsabilidade. • Caso ela se torne muito perturbadora, peça para retomar o encontro mais tarde, peça um período para absorver melhor a mensagem. • Veja a crítica como uma oportunidade de trabalhar com o crítico e não como uma situação de adversários. 7.4 AGRESSÃO Definida, como qualquer comportamento físico ou verbal com a intenção de magoar ou destruir, quer seja por hostilidade ou como meio calculado de alcançar um fim. Fatores que interferem no comportamento de agressão 7.4.1 Influências genéticas - A influência genética na agressividade torna possível a criação de animais particularmente agressivos pelo controle de cruzamento. Nos seres humanos estudos com gêmeos idênticos e fraternos mostra que uma tendência agressiva pode ser creditada a fatores genéticos. 7.4.2 Influências neuronais - O cérebro não possui um centro nervoso que controle a agressão, mas diversos centros nervosos que facilitam ou tornam mais provável o comportamento agressivo, o que o torna um aspecto bastante complexo do comportamento. 7.4.3 Influências bioquímicas - Os seres humanos são menos sensíveis às variações hormonais do outras espécies, mesmo assim podemos encontrar entre criminosos violentos um perfil provável que aponta baixos níveis do neurotransmissor serotonina e altos níveis de testosterona, o hormônio masculino. Eventos aversivos – são eventos aversivos, que provocam desconforto ou sofrimento podem colocar o sujeito em um estado que favoreça o comportamento agressivo. O Psicologia Regina Lúcia L.L. Sardinha 30 aumento de casos de agressão em períodos de alta temperatura é conhecido há muito tempo. Dor física, odores fétidos, insultos pessoais, fumaça e vários outros estímulos aversivos podem ajudar a desencadear agressividade. 7.4.4 Princípio frustração - Um caso particular de evento aversivo é a frustração, o bloqueio que impede uma pessoa de alcançar seu objetivo. A frustração pode gerar um sentimento de raiva que torna propícia a agressão, principalmente se as condições permitirem. (Retirado da apostila de Marcelo Henrique Costa, IBMEC, 2008) 7.5 ALGUMAS CURIOSIDADES 7.5.1 Televisão e agressividade Hoje parece bastante claro que a exposição a programas com altos graus de violência na TV torna as crianças e adolescentes mais agressivos. O mecanismo pelo qual ela faz isso parece envolver vários aspectos. • Excitação pelo estímulo violento • Fortalecimento das idéias relacionadas com violência • Enfraquecimento das inibições • Imitação 7.5.2Agressão sexual e mídia Os filmes pornográficos e a mídia em geral ajudam a estabelecer um roteiro absolutamente irreal de que a mulher que inicialmente frustra a investida sexual irá ceder e ter prazer em seqüência. Os filmes pornográficos e de terror facilitam a associação entre sexo e violência. Ao contrário do que pensam alguns, filmes pornográficos e violentos não oferecem uma descarga de impulsos reprimidos, mas favorecem a violência e o comportamento punitivo com relação às mulheres. Comportamentos agressivos não podem ser creditados a uma única causa, nesse sentido culpar a mídia somente seria errado. Mas os meios de comunicação fornecem scripts sociais que tendem a ser usados, principalmente em casos onde a pessoa não se sente segura de como agir. A responsabilidade é grande. 8.ESTRESSE “O QUE É ESTAR ESTRESSADO?”. O termo estresse é freqüentemente apresentado de forma trivial e distorcido, mas sem dúvida pode ser considerado o maior vilão do mundo moderno, sendo responsabilizado por sintomas que vão desde a úlcera do executivo até ao acidente de carro, sendo alardeado pelos jornais e rádios contribuindo pela piora da qualidade de nossas vidas. Mas será verdade? Será que o estresse é sempre negativo? Seria o estresse é exclusivo de nossa época? A resposta a estasperguntas possivelmente será um NÃO, não há qualquer estudo que afirme que hoje sofremos mais de estresse do que sofríamos no passado, mas sem dúvida sofremos estímulos estressantes diferentes dos que sofríamos não sendo possível afirmar se são mais ou menos intensos que no passado. Psicologia Regina Lúcia L.L. Sardinha 31 “O estresse pode ser definido como uma condição de tensão que afeta as emoções, processos de pensamentos e condição física de uma pessoa.. E’ o conjunto de reações do organismo frente a situações de agressão de ordem física, psíquica e infecciosa, entre outras, capazes perturbar o equilíbrio” (Gaudêncio, 1999).* Quantidades excessivas de estresse podem ameaçar a capacidade de uma pessoa de fazer frente ao seu ambiente. Em conseqüência vários sintomas poderão ser desenvolvidos que prejudicará seu desempenho no trabalho. Estes sintomas envolvem tanto a saúde física quanto a saúde mental, as pessoas tensas podem desenvolver um estado de preocupação crônico, são facilmente provocadas para a cólera e incapazes de relaxar, podem inclusive desenvolver, úlceras, dores de cabeça, dores no peito etc. Para o prof. Paulo Gaudêncio estresse é “uma pressão sobre o organismo, uma mudança na situação externa, que acarretará uma mudança na situação dentro do organismo. Qualquer mudança acarreta uma pressão, mesmo as mudanças que eu mesmo decido implementar, como casar, divorciar, ter um filho, ou mesmo sair de férias, em especial e com muito mais intensidade, as mudanças que eu não escolhi e que me são impostas, como a morte de um companheiro, a privatização de uma estatal onde trabalho há 18 anos indo até a exigência de um novo perfil gerencial”. Hans Selye em seus estudos define que “... quando se submete um organismo a estímulos que ameacem sua homeostase (seu equilíbrio orgânico), ele tende a reagir com um conjunto de respostas específicas, que constituem uma síndrome, que é desencadeada independente da natureza do estímulo...”. Mundo Interno ESTIMULO Mundo externo SER HUMANO Síndrome Geral de Adaptação Fonte: França&Rodrigues; em “Estresse no trabalho” 1998. ESTRESSE Psicologia Regina Lúcia L.L. Sardinha 32 8.1 TIPOS DE ESTRESSE De acordo com esta definição podemos então propor a existência de dois tipos de estresse, um que se relaciona a tensão positiva e outro que refere-se à tensão negativa. • Eustresse – refere-se a tensão com conotação positiva, que pode ser facilmente identificada com exemplos do tipo casamento, gravidez, natal e etc. neste caso dizemos que não houve ruptura do equilíbrio. • Distresse – tensão ligada a sentimentos carregados de negativismo. É o estresse que nos referimos de maneira tradicional. Neste caso afirmamos haver ruptura do equilíbrio interno do indivíduo. 8.2 FATORES QUE DETERMINAM O ESTRESSE Fonte: França &Rodrigues; em “Estresse no trabalho” 1998. ¾ Estratégia de enfrentamento – conjunto de esforços que uma pessoa desenvolve para manejar ou lidar com as solicitações externas ou internas, que são avaliadas por ela como excessivas ou acima de suas possibilidades. ¾ Expectativas do ambiente – refere-se a avaliação feita pelo indivíduo relativo ao ambiente ¾ Contextos organizacionais – percepção de sua inserção na organização ESTRATÉG IA DE ENFRENTAM ENTO CO NTEXTO S O RG ANIZACIO NAIS EXPECTATIVAS DO AM BIENTE ESTRESSE CO NSTITUIÇÃO O RG ÂNICA EXPECTATIVAS DA PESSO A AVALIAÇÃ DA PERCEPÇÃO PERSO NALIDADE Psicologia Regina Lúcia L.L. Sardinha 33 ¾ Personalidade – padrão característico de comportamento ¾ Avaliação da percepção – refere-se a percepção da avaliação do ambiente pessoal , organizacional e social ¾ Expectativas da pessoa – expectativas próprias de sua atividade social e pessoal 8.3 ACONTECIMENTOS QUE ESTRESSAM • Morte do (a) companheiro (a) • Divórcio • Doenças ou ferimentos pessoais • Casamento • Perda de emprego • Gravidez • Dificuldades sexuais • Problemas com sogros • Desentendimento com o patrão • Férias • Natal • Retirado da Palestra “Trabalho, Felicidade e estresse: a flexibilização dos papéis profissionais X ajustamento emocional” realizada no 9º Fórum de R. H. em 1999. 8.4 SINTOMAS TÍPICOS DE ESTRESSE • Nervosismo e tensão • Preocupação crônica • Problemas digestivos • Alta pressão sangüínea • Incapacidade de relaxar • Excesso de álcool ou fumo • Insônia • Atitudes não cooperativas • Incapacidade para lutar • Cólera e agressão 8.5 CAUSAS TÍPICAS DE TENSÃO NO EMPREGO • Sobrecarga de trabalho • Pressões de tempo • Má qualidade de supervisão • Clima político inseguro • Retroinformação de desempenho insuficiente • Autoridade inadequada ante as responsabilidades • Ambigüidade de papel • Frustração Psicologia Regina Lúcia L.L. Sardinha 34 • Conflitos interpessoais e intergrupal • Diferenças entre os valores da empresa e do empregado • Mudanças de qualquer tipo 8.6 Dicas para administrar o estresse 1. APRENDA A RESPIRAR – a respiração é o ritmo da vida. Preste muita atenção no seu ritmo, procure respirar somente pelas narinas e profundamente. 2. APRENDA TÉCNICAS DE RELAXAMENTO – são excelentes para aliviar as tensões, além de proporcionar oportunidades de conhecer o seu corpo. 3. FAÇA ALONGAMENTOS – desintoxique o corpo, aumente a resistência a tensões e fortaleça o sistema nervoso. Um corpo alongado vai influenciar positivamente o sistema nervoso, tornando-o também flexível e resistente. 4. MEDITE – dedique alguns minutos diariamente para ficar a sós. Reflita sobre seus valores de vida. Aprenda a ouvir aquela voz interior que todos temos; ela tem muito a lhe dizer. 5. EVITE O FUMO E O ÀLCOOL – são venenos terríveis para o sistema imunológico. 6. ALIMENTAÇÃO – tenha uma alimentação equilibrada. Não é preciso transformar-se em um vegetariano, mas faça das frutas e legumes a base de sua alimentação. 7. CULTIVE O BOM HUMOR – faz bem a você e a todos ao que estão a sua volta. 8. ATITUDE MENTAL POSITIVA – quando se pensa no pior, corre-se o risco de sintonizar-se com o negativo. Preocupações e aflições não combinam com felicidade e liberdade. 9. CONTENTAMENTO – valorize sua vida. Ela é fruto de seus desejos e ações. Lembre-se de que você pode mudá-la na hora que quiser. 10. PRATIQUE ATIVIDADES FÍSICAS – elas devem ser condizentes com sua situação e capacidade físicas. Fazem bem ao corpo e à mente, além de serem uma oportunidade de entretenimento. 11. PRATIQUE A ÉTICA – nada melhor do que dormir com a consciência limpa. 12. AME SEU CORPO – ele é o seu maior patrimônio. Agradeça diariamente à natureza por ser perfeito e saudável. Tenha auto-estima! LEGAL FILHO, Carlos Alberto. Revista T&D. Agosto, 1998 9. GUIA DO COMPROMISSO COMIGO MESMO Este guia tem como objetivo ajudá-lo a refletir e projetar uma imagem de como você deseja ser. 9.1 ÁREA FAMILIAR • Apreciar mais as pequenas coisas que meus familiares fazem e que considero obrigação. • Uma vez por semana, fazer algo de especial com a minha família. • Dedicar uma hora de atenção por dia à minha família. 9.2ÁREA SOCIAL / COMUNITÁRIA • Fazer novos amigos.
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