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Apostila de Psicologia

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Psicologia 
Regina Lúcia L.L. Sardinha 
0
 
 
 
 
 
 
 
 
APOSTILA DE PSICOLOGIA 
 
Profa. Regina Lúcia L. L. Sardinha 
2009
 
Psicologia 
Regina Lúcia L.L. Sardinha 
1
 
 
PROGRAMA 
 
OBJETIVO 
Visa proporcionar um conhecimento básico da utilização dos conceitos psicológicos importantes 
à administração moderna 
 
EMENTA 
Aplicações da Psicologia - Teorias e sistemas em Psicologia - Funções Mentais 
Superiores - Inteligência, Criatividade e Aprendizagem - Personalidade. - 
Distúrbios Psicológicos - Atitudes, Crenças, Valores - Influência Social - 
Estereótipos, Preconceito e Discriminação - Conflitos. 
 
CONTEÚDO PROGRAMÁTICO 
1. Aplicação da Psicologia 
2. Psicologia e a Ciência (Metodologias mais utilizadas). 
3. Teorias e sistemas da Psicologia: Psicanálise, Behaviorismo, Gestalt e 
Existencialismo. 
4. Funções mentais superiores 
5. Percepção 
6. Emoção 
7. Inteligência e inteligência emocional 
8. Crenças e atitudes 
9. Personalidade, diagnóstico e transtornos. 
10. Relações interpessoais 
11. Conflitos, vantagens e desvantagens. 
12. Crítica e Agressão 
13. Criatividade 
14. Estresse 
15. Motivação 
16. Liderança 
17. Formação de Grupos 
 
Psicologia 
Regina Lúcia L.L. Sardinha 
2
 
1.APLICAÇÃO DA PSICOLOGIA 
 
INTRODUÇÃO 
Quem é o psicólogo? 
Psicólogo é um profissional que procura através de técnicas científicas, descobrir e 
analisar as razões dos atos, pensamentos e emoções, estão por trás do comportamento dos 
indivíduos juntamente com os próprios. 
O psicólogo procura ampliar o conhecimento que o indivíduo tem de si mesmo de 
maneira a melhorar as relações interpessoais e facilitar a atuação social. 
As técnicas utilizadas são científicas e consistem e coletar dados, através de entrevistas, 
ou observações e a partir daí com o auxílio das diversas teorias psicológicas intervir 
quando necessário, sempre visando à saúde do cliente. 
 
Áreas de atuação do psicólogo 
Psicologia Clínica – intervenções terapêuticas individuais ou coletivas, respondendo a 
solicitação do próprio cliente ou de seu responsável para promover a saúde mental. Atua 
em clínicas psicológicas, consultórios particulares, hospitais etc. 
 
Psicologia Escolar – atua em escolas, creches ou orfanatos, com o objetivo de 
acompanhar o desenvolvimento em todo o processo educacional dos alunos da 
instituição. 
 
Psicologia Organizacional – atua em empresas e instituições, desenvolvendo o trabalho 
da maioria dos instrumentos de Recursos Humanos, como recrutamento e seleção, 
treinamento etc. Pode também atuar como analista institucional, procurando uma maior 
eficiência para os objetivos da instituição. 
 
Psicologia X Psiquiatria 
A psiquiatria é uma área médica comprometida com a patologia, diferente da psicologia 
que atua exclusivamente com a consciência. 
 
O que é psicologia? 
Quando olhamos esta ciência sob a ótica popular, verificamos que existem diversas 
confusões conceituais e até a popularização de termos por ela utilizada e entendidas de 
forma equivocada. 
Apesar de muitos acreditarem que o objeto de estudo desta ciência refere-se ao estudo da 
mente, do subconsciente, do pensamento etc. A psicologia moderna tem na verdade 
como objeto de estudo o comportamento, podemos dizer que o psicólogo tem como 
meta explicar o pensamento através do comportamento, na tentativa de compreender de 
forma mais científica o indivíduo. 
Algumas confusões se devem, talvez, a utilização de diversas visões para explicar o 
mesmo comportamento, isto é, a psicologia se utiliza de algumas teorias, que tentam 
explicar o mesmo objeto de estudo (comportamento), visto por ângulos diferentes, assim 
como o fazem outras ciências, tais como a medicina. 
 
Psicologia 
Regina Lúcia L.L. Sardinha 
3
No entanto, por se tratar de um estudo extremamente complexo, o entendimento popular 
passa a ser mais difícil e muitas vezes equivocado, levando muitos a acreditarem ser a 
psicologia algo subjetivo e até irreal, ou pouco científico. 
 
 
1.1 HISTÓRIA DA PSICOLOGIA 
 
Os primeiros passos da Psicologia 
A psicologia é uma ciência jovem, a pré-história da psicologia confunde-se com a 
história da filosofia, considerada sua irmã caçula tendo atribuído seu nome de batismo a 
WOLF em1832/34 e seu objeto de estudo, assim como a filosofia, a ALMA. 
Durante o período filosófico a psicologia ganha forma como discurso metafísico, 
centrado nas relações corpo-alma. Esta idéia surge inicialmente no século XVII com 
Descartes que afirmava existir duas entidades separadas corpo e alma, sendo a alma 
reservada aos ser humano a o carpo aos animais. As idéias de Descartes foram muito 
contestadas e discutidas por diversos autores. 
A pré-história da psicologia registra estudos do comportamento humano através da 
Astrologia, Quiromancia, Grafologia e outros. 
¾ A Astrologia dedica-se ao estudo do comportamento pela posição dos astros. 
Fazem previsões, através do dia, hora e mês do nascimento e a posição dos astros 
na ocasião. 
¾ A Quiromancia estuda o caráter e o destino das pessoas pelas linhas das mãos, os 
montes que se formam na palma e a estrutura das unhas e dos dedos. 
¾ Grafologia estuda o comportamento dos homens pela escrita. 
 
No século XIX surge a chamada Psicologia Moderna através da psicologia experimental 
fundada por WUNDT com seu primeiro laboratório de Psicologia em 1879 na cidade de 
Leipzig na Alemanha, onde utilizou aparelhos para medir os chamados fenômenos 
psíquicos, tais como sensação, à vontade, a percepção e outros( Minicucci, A 1995). 
Outros cientistas, como Darwin, também realizaram estudos no laboratório de Leipzig, 
mudando de forma definitiva o objeto seu objeto de estudo para COMPORTAMENTO 
na tentativa de tornar-se uma ciência tal qual as exigências da comunidade científica da 
época, onde para tal seria necessário: 
¾ Mensurabilidade – grau em que os termos e conceitos sob consideração podem 
ser especificados 
¾ Repetibilidade – refere-se à generalidade das observações que foram levadas a 
efeito 
¾ Controle – é a metodologia que reduz o número de fatores que podem contribuir 
com o comportamento observado 
 
A psicologia procura entender, predizer e controlar, como todas as disciplinas que se 
utilizam métodos científicos. Os métodos mais utilizados pela psicologia são: 
¾ Observação Naturalista – o investigador deve unicamente observar e não 
interferir no comportamento em curso. 
 
Psicologia 
Regina Lúcia L.L. Sardinha 
4
¾ Testes – requer uma situação típica em que o estímulo seja apresentado a cada 
indivíduo. O interesse primário reside nos tipos e diferenças entre as respostas e a 
situação padrão. 
¾ Método Experimental – Comparação entre dois grupos, os ditos grupos de 
controle e os grupos experimentais que são tratados aparentemente de forma 
idêntica, mas com uma variável manipulada pelo investigador. 
¾ Método Clínico ou anamnese – Informação obtida através de interrogatórios, 
relatos escritos, diários, ou descrições e relatos dados por outros ou pelo próprio 
indivíduo. 
 
COPORTAMENTO 
Objeto de estudo da Psicologia moderna definido como a totalidade das atividades de um 
indivíduo, que podem ser observadas por outra pessoa, com ou sem auxílio de 
instrumentos. 
 
2. TEORIAS DA PSICOLOGIA 
 
Quando a psicologia se tornou uma ciência, quatro sistemas principais ou escolas 
surgiram: 
¾ A Psicanálise 
¾ A Gestalt 
¾ O Behaviorismo¾ O Existencialismo 
 
 
2.1 A PSICANÁLISE 
Fundada por Sigmund FREUD(1856-1939), médico de vocação científica, com seus 
interesses marcados pela influencia da Biologia, especializando-se em Neuropsiquiatria. 
Em 1895 publica seu primeiro estudo “Os estudos sobre histeria” e em 1899 “A 
interpretação dos sonhos”, que foram bastante conhecidos pelo público. 
Cria um novo método de tratamento revolucionário, método catártico em sua temporada 
com Breuer, que propõe a liberação de afetos e emoções ligados a eventos traumáticos 
com auxílio da hipnose, esta mais tarde abandonada por Freud quando ele se afasta de 
Breuer, passando a utilizar o método de associação livre. 
Esta teoria tem o mérito de ser a primeira teoria descrita, ainda sob o olhar filosófico, mas 
já admitindo como objeto de estudo o COMPORTAMENTO, mas ainda não observando 
o rigor científico. 
A teoria psicanalítica propõe 3 níveis na mente do indivíduo: 
¾ Consciente – seria a atividade mental a qual nos referimos quando falamos da 
presença ou não de um elemento. O consciente dá sentido aos elementos. 
¾ Pré-Consciente – são elementos inconscientes temporariamente pelo fato de que 
a atividade mental consciente não pode abarcar senão um pequeno número de 
representações de cada vez. 
¾ Inconsciente – elementos ausentes na consciência no momento em que são 
necessárias as suas presenças para dar sentido. 
 
Psicologia 
Regina Lúcia L.L. Sardinha 
5
Uma das características que distinguem a teoria psicanalítica de FREUD é a existência de 
2 modos de pensamentos: 
¾ Processo primário – que obedece ao princípio do prazer, busca do prazer e 
evitação da dor. 
¾ Processo secundário – obedece ao princípio da realidade, refere-se ao controle do 
comportamento pelo mundo real. 
A Psicanálise propõe que nossa cognição é dinamicamente formada por três 
construtos: 
¾ ID – Utiliza-se unicamente do processo primário de pensamento, sendo 
entendido como nossos “desejos”primários. Sua energia é a LIBIDO 
¾ SUPEREGO – Atua por intermédio da culpa e da proibição, é a presença da 
sociedade dentro de nós. 
¾ EGO – Considerado como mediador entre as idéias do ID e as forças externas 
da realidade. 
 
 
2.1.1 HIPNOSE 
Segundo estudos, cerca de 20% das pessoas são pessoas são consideradas altamente 
hipnotizáveis. 
Todas as pessoas possuem a capacidade se voltar para dentro e relaxar. 
Nesta técnica o sujeito estaria consciente apenas de parte dos processos que se 
desenrolam na sua mente, podendo até mesmo executar atos sem poder dizer exatamente 
por que. (Retirado da apostila de Marcelo Henrique Costa, Ibmec 2008). 
 
2.1.2 ALGUNS CONCEITOS IMPORTANTES PARA A 
PSICANÁLISE 
Realidade psíquica 
O que importa é o que assume o valor de realidade não importando se aconteceu ou não 
no mundo objetivo. 
 
Pulsão 
Processo gerador de estado de tensão e busca do equilíbrio (pulsão de vida e de morte) 
 
Pulsão de vida (Eros) Abrange as pulsões sexuais e de 
autoconservação 
 
Pulsão de morte (Tanatos) Tendência autodestrutiva quando voltada 
para dentro ou agressiva e destrutiva 
quando voltada para fora 
 
Retirado da apostila de Marcelo Henrique Costa Ibmec, 2008 
 
2.1.3 SINTOMA 
Comportamento ou pensamento resultante do conflito entre desejos e mecanismos de 
defesa 
 
 
Psicologia 
Regina Lúcia L.L. Sardinha 
6
2.1.4 MECANISMOS DE DEFESA 
 
Para lidar com ansiedade constante do ego, colocado entre os anseios do id e as demandas 
do superego, o sujeito recorre a mecanismos de defesa que reduzem ou redirecionam a 
tensão. 
 
• REPRESSÃO 
Bane da consciência os pensamentos e sentimentos que geram ansiedade. 
• REGRESSÃO 
Recua até um dos estágios de desenvolvimento infantil e se fixa nesta condição. 
• FORMAÇÃO REATIVA 
Inversão dos valores inaceitáveis dos conteúdos. 
• PROJEÇÃO 
Atribui os impulsos reprimidos a outras pessoas. 
 
2.1.5 SONHOS 
Divide-se em duas partes no entendimento da psicanálise 
 
Conteúdo Manifesto - O que efetivamente se passa no sonho, Aquilo que narramos ao 
contarmos o sonho. 
Conteúdo Latente 
Desejos e impulsos inconscientes, que aparecem de maneira disfarçada no sonho. 
 
No entanto no mundo moderno temos uma visão mais moderna do sonho, na verdade eles 
nos ajudam a processar as informações do dia e principalmente fixá-las na memória.. 
Servem à função fisiológica de desenvolver e preservar os caminhos neuronais do cérebro 
sendo esta a resposta para acessos periódicos de atividade cerebral noturna (que 
produziriam as alucinações que o cérebro se esforçaria em dotar de sentido no sonho) 
 
 
2.2 O BEHAVIORISMO 
 
John Watson foi considerado o pai do Behaviorismo ao publicar em 1913 um artigo 
declarando um novo ramo da psicologia. 
Também chamada de Teoria Comportamental ouCognitiva Comportamental mais 
recentemente , segundo esta teoria, os comportamentos dos indivíduos devem ser 
observados e medidos da mesma maneira como fazem outras ciências. 
Surge inicialmente para tornar científico as idéias de FREUD, abandonando estas idéias 
mais tarde passando a utilizar as teorias da aprendizagem vigentes na época, tais como 
as teorias do condicionamento de SKINNER ou de PAVLOV sendo também conhecida 
como a teoria do S-R. 
Seu princípio básico refere-se a idéias de que todo comportamento reforçado tende a 
aumentar de freqüência o que significa dizer que nosso comportamento é resultado de 
uma aprendizagem. 
Nosso comportamento pode ser explicado segundo o seguinte esquema: 
 
 
Psicologia 
Regina Lúcia L.L. Sardinha 
7
 Cognitivo 
 
S – R Autonômico Conseqüência 
 
 Motor 
 
¾ Cognitivo – pensamento 
¾ Autonômico – sentimento, sensação 
¾ Motor – comportamento 
 
O Behaviorismo também possui outras idéias importantes para sua compreensão: 
• A Psicologia é a ciência do comportamento, e não a ciência da mente. 
• O comportamento pode ser descrito e explicado sem recorrer aos esquemas 
mentais ou aos esquemas psicológicos internos. 
• A fonte dos comportamentos é o ambiente (que pode ser inclusive os órgãos 
internos) e não a "mente" interna individual 
 
2.2.1CONCEITOS IMPORTANTES PARA O BEHAVIORISMO 
 
• REFORÇO 
– Estímulo capaz de alterar a freqüência do comportamento, pode ser 
positivo ou negativo 
• EXTINÇÃO 
– Perda da capacidade de responder. 
• PUNIÇÃO 
– Quando é adicionado ao condicionamento um estímulo que suprime a 
freqüência de um comportamento no futuro, diz-se que houve uma 
punição. 
 
2.3 O EXISTENCIALISMO 
Surge para resgatar os valores humanos básicos e a dignidade humana que estaria sendo 
perdida pelas formas tradicionais de psicologia.Faz oposição as demais teorias, 
principalmente a psicanálise e a comportamental.É mais voltada para o EU e sua relação 
com o MEIO no qual esta inserido. 
É a de maior utilidade para a Administração por ser ela a única a utilizar a técnica de 
Dinâmica de Grupo 
 
O Existencialismo é uma corrente filosófica que adota os pressupostos da 
Fenomenologia. As principais características desta abordagem em Psicologia são: 
1. A ênfase na responsabilidade do ser humano pelo que quer que venha a lhe 
ocorrer e no que ele venha a se tornar. 
– Para o existencialismo o ser humano nunca está determinado, ele 
define a si mesmo. 
2. A predileção por temas como a angústia e o desespero, do homem diante da morte 
e da busca das causas dos males mentais da vida modernaPsicologia 
Regina Lúcia L.L. Sardinha 
8
2.3.1 ASPECTOS IMPORTANTE PARA O EXISTENCIALISMO 
 
Centrada no presente 
– Preocupa-se com os meios que o cliente pode usar no presente para mudar 
os conflitos 
Psicologia centrada no cliente 
– Toda a ênfase é dada na visão que o cliente tem de si mesmo 
 
 
2.4 A GESTALT 
A psicologia da gestalt surge para se opor ao behaviorismo, apesar de também entender a 
psicologia como estudo do comportamento a percepção é o ponto central desta teoria, o 
que o indivíduo percebe e como percebe são dados importantes para a compreensão do 
comportamento humano. 
O termo em alemão Gestalt quer dizer forma ou configuração. Esta teoria estudou a 
organização do processo mental em termos de figura e fundo. De acordo com essa teoria 
nossa experiência depende dos modelos(estruturas) que os estímulos despertam na 
organização da nossa experiência. O que nós vemos ou percebemos esta relacionado com 
a totalidade do campo de observação. A totalidade do que percebemos de um fato, de um 
evento, de uma paisagem é diferente da soma das partes. O todo consiste nas partes 
relacionadas entre eles. 
 
3. FUNÇÕES METAIS SUPERIORES 
PERCEPÇÃO, EMOÇÃO E INTELIGÊNCIA 
 
3.1Percepção 
 
“Processo de transferência de estimulação física em informação psicológica; processo 
mental pelo qual os estímulos sensoriais são trazidos à consciência” (Kaplan e Sadock, 
1993) 
 
“O ponto de partida em que a cognição e a realidade se encontram…atividade 
cognitiva mais fundamental, da qual emergem todas as outras”(Davidoff, 1983) 
 
Percepção é o processo de selecionar, organizar e interpretar os estímulos (eventos, 
informações, objetos outras pessoas) que o ambiente oferece. A interpretação é a 
decodificação que cada indivíduo faz de um mesmo estímulo recebido. 
Nas organizações a percepção afeta inúmeros aspectos do comportamento das pessoas e 
afetando diretamente o clima organizacional. 
Dois fenômenos básicos explicam as diferenças entre a realidade observada e a realidade 
percebida, segundo Maximiano (2000) : seleção e adaptação. 
 
™ Percepção Seletiva - dos diversos estímulos oferecidos pelo ambiente, apenas alguns 
poucos prendem a atenção do observador, isto é apenas algumas características são 
registradas. O entendimento deste fenômeno é fundamental ao administrador, uma 
vez que isto pode levar a distorção da apreciação que uma pessoa faz de outra. 
 
Psicologia 
Regina Lúcia L.L. Sardinha 
9
 
™ Adaptação sensitiva – a percepção passa por um processo de adaptação ao longo do 
tempo, isto é, quando um indivíduo é submetido durante muito tempo a um mesmo 
estímulo, a sensibilidade é reduzida e a pessoa perde a capacidade de percebê-lo. 
3.1.1FATORES QUE INFLUENCIAM AS DIFERENÇAS NA PERCEPÇÃO 
 
Os principais fatores que influencias estas diferenças estão ligados as diferenças do 
observador, do estímulo e da situação (pg275) 
 
™ Observador – atitudes, motivações, interesses, experiências e expectativas 
determinam como os estímulos são percebidos. 
 
™ Estímulos – intensidade, freqüência, tamanho e outras características afetam a 
capacidade dos estímulos sejam percebidos 
 
™ Situação - o ambiente empresta significado ao estímulo 
 
3.1.2 PERCEPÇAÕ DA FORMA 
Figura e Fundo 
O sistema perceptivo percebe os objetos que nos cercam (figura) como distintos e separados 
do ambiente circundante (fundo). 
 
Agrupamento 
Os elementos perceptivos podem ser agrupados por vários critérios; 
• Proximidade 
• Semelhança 
• Continuidade 
• Fechamento 
• Conexão 
 
 
3.1.3ALGUNS ASPECTOS IMPORTANTES 
 
Estímulos Subliminar - são estímulos tão fracos que estão abaixo do limiar absoluto de 
detecção.Estudos comprovam que estímulos subliminares podem afetar nosso 
comportamento de maneira leve, mas dificilmente poderiam justificar a crença de que 
estes estímulos possam ser usados para nos “programar” ou influenciar de maneira 
decisiva. 
Percepção Extra-sensorial - Apesar de haverem estudos recentes que poderiam 
confirmar a realidade de, pelo menos, alguns destes fenômenos, maioria dos cientistas 
permanecem céticos. 
 
3.1.3 PROBLEMAS NO PROCESSO DE PERCEPÇÃO 
 
 
 
Psicologia 
Regina Lúcia L.L. Sardinha 
10
CONTRASTE As pessoas são percebidas dentro de um contexto e 
contrastadas com outras, o que produz impressões favoráveis 
e desfavoráveis 
ESTERIÓTIPOS E 
PRECONCEITOS 
As características de um grupo social são simplificadas e 
projetadas em todos os integrantes 
EFEITO HALO Um traço de comportamento serve de base para uma 
generalização a respeito da conduta de uma pessoa 
Adaptação de Maximiano, A .C “Teoria Geral da Administração” São Paulo Ed. Atlas, 2000 (pg279) 
 
Temos, no entanto alguns outros elementos que podem também causar problemas na 
percepção, tais com drogas, emoções etc. 
 
3.1.3-1DROGAS 
As drogas psicoativas modificam a percepção e o ânimo das pessoas e o uso continuado 
de drogas faz com que sejam necessárias doses cada vez maiores para que o usuário sinta 
seu efeito. 
São drogas psicoativas, os antidepressivos, o álcool, os opiáceos , os barbitúricos, os 
estimulantes, a cocaína, os alucinógenos , a maconha e o LSD 
 
Depressivos - diminuem as funções do corpo 
Álcool - reduz a capacidade de auto-censura, pode deixar a pessoa mais agressiva, auto-
reveladora e ousada, afeta a memória de curto prazo e em pouca quantidade pode relaxar. 
Opiáceos - derivados do ópio, morfina e heroína, é uma das drogas mais viciantes, 
provocam dilatação das pupilas, respiração lenta e letargia.Induzem uma sensação 
transitória de intenso prazer 
Barbitúricos(tranqüilizantes) - reproduzem os efeitos do álcool, podem ser fatais se 
consumidos em grande quantidade ou associados ao álcool. 
Estimulantes - os mais utilizados são a cafeína, nicotina, as anfetaminas e a cocaína. 
Aceleram as funções fisiológicas, aumentam o ritmo cardíaco e respiratório, dilatam as 
pupilas, reduzem o apetite. O usuário experimenta um aumento na energia e 
autoconfiança. 
Cocaína - quando aspirada, injetada ou fumada, provoca um fluxo de euforia que dura de 
15 a 30 minutos, pode provocar distúrbios emocionais, desconfiança, convulsões ,parada 
cardíaca e colapso respiratório e ainda aumentar as reações agressivas. 
Alucinógenos - distorcem as percepções e produzem alucinações.Podem ser naturais, 
como a maconha, ou sintéticos, como o PCP (pó de anjo) e o LSD. 
LSD (ácido lisérgico) - produz intensas experiências visuais, podendo provocar 
euforia,desligamento e pânico. 
Maconha - a maconha pode ser fumada ou ingerida com alimentos, possui propriedades 
depressivas, mas também apresenta um componente alucinógeno leve. Prejudica a 
coordenação motora, as faculdades perceptivas e o tempo de reação além de interferir na 
 
Psicologia 
Regina Lúcia L.L. Sardinha 
11
formação da memória. Pode reduzir o hormônio masculino e os níveis de esperma, bem 
como lesar o pulmão de maneira mais intensa do que o cigarro normal 
 
3.2. EMOÇÕES 
Definido por Kaplan e Sadock(1993) como “ .. um complexo estado de sentimentos, com 
componentes somáticos, psíquicos e comportamentais, relacionados ao afeto e ao humor” 
 
3.2.1 FISIOLOGIA DAS EMOÇÕES 
O estudo da fisiologia das emoções tem sido alvo de diversos estudos científicos e 
parecem ser importantes para que possamos entender o que se passa em nosso cérebro 
quando estamos vivenciando situações emocionais capazes de nos levar ao sucesso ou ao 
fracasso em nossas atividades. 
Existem, segundo Murray, dois sistemas gerais no cérebroque se julga estarem 
envolvidos na emoção. 
O primeiro tem o nome de sistema límbico, que abrange o Tálamo e o Hipotálamo e 
ainda algumas partes do córtex em seu núcleo interno. 
O sistema límbico esta envolvido em muito dos motivos homeostáticos e contém as áreas 
de prazer e dor, estando também relacionada a reações autonômicas e a alterações 
associadas à emoção. A estimulação de varias partes do sistema límbico produz o medo 
ira e outras reações emocionais. 
O outro sistema cerebral importante, para a emoção, é o sistema reticular de motivação, 
que se localiza na coluna cerebral e prolonga-se até o Tálamo e o Hipotálamo, serve 
como um mecanismo geral de alerta não específico. Ele excita o córtex, facilita o transito 
de mensagens entre o meio circundante e o cérebro e dá tônus ao corpo, acredita-se que 
tenha influencia nos estados de vigilância e de excitação emocional. 
 
 
 
Psicologia 
Regina Lúcia L.L. Sardinha 
12
 
 
Todas as emoções são em essência impulsos para agir, planos instantâneos para lidar com 
a vida , que desempenham uma função única..Algumas emoções são consideradas como 
emoções básicas que possuem componentes nitidamente culturais , mas seis delas foram 
identificadas em todas as culturas mas que e possuem “assinatura” biológica própria: 
(Golemann, D. 1995 pg. 20-21) 
 
IRA – O sangue flui para as mãos (tornando mais fácil pegar uma arma ou golpear um 
inimigo), os batimentos cardíacos aceleram , e uma onda de hormônios como a 
adrenalina gera uma pulsação, energia suficiente para ação vigorosa. 
 
MEDO – O sangue vai para os músculos do esqueleto, como os das pernas (tornando 
mais fácil fugir) e fazendo com que nosso rosto fique lívido e gelado já que o sangue foi 
desviado dele. Nosso corpo por segundos se imobiliza até que nosso cérebro emocional 
dispare a torrente de hormônios que põe nosso corpo em alerta geral pronto para agir, 
com a atenção fixada na ameaça imediata de modo a dar a melhor resposta. 
 
FELICIDADE – Aqui a principal mudança biológica está a maior atividade no centro 
cerebral que inibe os sentimentos negativos e favorece o aumento da energia existente, e 
silencia aqueles que geram pensamentos de preocupação. Não há, no entanto, uma 
mudança particular na fisiologia a não ser uma tranqüilidade que faz com que o corpo se 
recupere mais depressa do estimulo emoções perturbadoras. 
 
 
 
Psicologia 
Regina Lúcia L.L. Sardinha 
13
AMOR – Sentimentos afetuosos de satisfação sexual, implica em estimulações 
parassimpáticas (oposto fisiológico de lutar e fugir) seria um conjunto de reações em todo 
o corpo que gera um estado geral de calma e satisfação facilitando a cooperação. 
 
SURPRESA – O erguer de sobrancelhas na surpresa permita a adoção de uma varredura 
visual mais ampla, e também maior quantidade de luz a atingir a retina. Isso oferece 
maior informação sobre o fato inesperado, tornando mais fácil perceber o que está 
acontecendo e conceber o melhor plano de ação. 
 
REPUGNÂNCIA – A expressão facial de nojo ( lábio superior retorcido para o lado, e o 
nariz ligeiramente enrugado) sugere uma tentativa primordial de tapar as narinas contra 
um odor nocivo ou cuspir for uma comida estragada. 
 
TRISTEZA – A tristeza traz uma queda de energia e entusiasmo pelas atividades da vida, 
em particular diversão e prazeres, reduzindo a velocidade metabólica do corpo que 
impossibilita a planejar novos começos. 
 
3.3 INTELIGENCIA 
(Este capítulo em sua íntegra foi retirado a da apostila de psicologia de Marcelo henrique Costa, 
IBMEC, 2008) 
As origens dos testes de inteligência Francis Galton foi um dos primeiros e mais 
entusiasmados pesquisadores interessados em medir as diferenças individuais. 
Primo de Darwin e defensor da teoria da evolução foi o criador do movimento eugênico, 
de tão triste memória, que procurava desenvolver a humanidade por um processo 
cuidadoso de seleção de indivíduos superiores e procriação seletiva.Seus testes não foram 
em nada conclusivos no que diz respeito á inteligência. 
Alfred Binet a convite do governo francês, e no intuito de melhor distribuir as crianças 
nas escolas de acordo com sua capacidade, desenvolveu um teste que estabeleceu o 
onceito de idade mental. Este conceito parte do princípio de que todas as crianças se 
desenvolvem por um caminho idêntico, mas em tempos diferentes. Algumas crianças, 
portanto, estariam “retardadas” com relação a outras. 
Lewis Terman foi o professor de Stanford que criou uma adaptação do teste de Binet para 
ser usado teste numérico de medição da inteligência hereditária, e que ficou conhecido 
como Stanford-Binet. Termam foi um dos responsáveis pelo amplo desenvolvimento que 
o movimento eugênico teve, principalmente nos EUA, no início do século XX. Pela 
aplicação dos testes de inteligência quantidades enormes de imigrantes e negros 
americanos foram tachados de débeis mentais. 
Até que ficasse claro que os testes de inteligência não medem o que se propõe e que são 
completamente inadequados quando se leva em conta mudanças culturais, até mesmo 
dentro da mesma sociedade, o prejuízo social provocado por sua aplicação foi 
imensurável. 
 
 
 
 
 
 
Psicologia 
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14
 
O QI, ou quociente intelectual, é uma medida que adaptada ao teste 
Stanford-Binet e que consiste na fórmula: 
QI = IM/IC x 100 
Onde IM (idade mental), IC (idade cronológica). 
 
 
 
Hoje a maioria dos testes não calcula mais o QI do modo original, mas a partir da média 
do desempenho de pessoas da mesma idade. 
 
3.3.1O que é inteligência? 
A capacidade de uma pessoa para o “comportamento adaptável orientado para 
um objetivo”. 
Apesar de muitos cientistas concordarem com esta definição, ela não é uma unanimidade. 
O que podemos dizer ao certo é que, seja lá o que for, a inteligência não é uma 
característica que a pessoa tenha, como sua altura ou cor dos olhos. É um conceito 
socialmente criado para dar conta de porque algumas pessoas têm melhor desempenho do 
outras em atividades cognitivas. 
 
3.3.2 INTELIGÊNCIA E CULTURA 
Para alguns pesquisadores a inteligência está ligada à capacidade de o indivíduo se 
adaptar a seu meio e sua cultura, por isso varia de um lugar para outro e não pode ser 
estudada de maneira isolada. 
Já os que acreditam numa inteligência independente da cultura, as habilidades que 
caracterizam a inteligência representariam vantagens em qualquer meio que a pessoa 
estivesse. 
 
3.3.3 CAPACIDADE GERAL VS CAPACIDADES ESPECÍFICAS 
Análise fatorial 
O método da análise fatorial mede as habilidades cognitivas em grupos qualitativamente 
diferentes. Desta forma o mesmo indivíduo pode obter escores bem diferentes em itens 
como habilidade verbal, raciocínio matemático, pensamento espacial e muitos outros. 
Para alguns pesquisadores o índice geral de inteligência consiste numa média destas 
habilidades parciais. 
 
Teoria das inteligências múltiplas 
Howard Gardner ficou famoso ao defender a tese de que não temos uma única 
inteligência, mas múltiplas inteligências, cada uma independente das outras, e que cada 
pessoa pode apresentar um padrão bem pessoal no qual uma delas sobressaia. 
 
 
 
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15
3.4 NEUROLOGIA E INTELIGÊNCIA 
A frenologia, que tentava estabelecer uma correlação entre o tamanho e formato da 
cabeça com a inteligência e personalidade das pessoas foi uma pretensa ciência que 
conquistou muita fama no século XIX,mas que se mostrou totalmente falha. 
Estudos modernos, efetuados mediante ressonância magnética, apontam uma correlação 
leve entre tamanho do cérebro e inteligência medida por alguns testes. 
Alguns estudos neurológicos apontam uma correlação na rapidez de resposta a estímulos 
e inteligência. Este tipo de estudo que tenta relacionar características neurológicas e 
mentais à inteligência está hoje no seu auge. 
 
3.5AVALIAÇÃO DA INTELIGÊNCIA 
 
Testes modernos de habilidades mentais 
Os testes modernos que medem a inteligência podem ser divididos 
em dois tipos: 
Testes de aptidão - Testes que procuram prever a capacidade de aprender uma nova 
habilidade. O teste de inteligência mais usado hoje m dia se enquadra nesta categoria, é a 
Escala Wechsler de Inteligência Adulta (WAIS),ele é dividido em escores verbais e não 
verbais. 
Teste de aproveitamento - Visam avaliar o que já foi aprendido pelo sujeito. De uma 
maneira geral as provas escolares podem ser consideradas testes deste tipo. 
 
Para serem aceitos e liberados para utilização, os testes são avaliados segundo três 
critérios : 
– Padronização, 
– fidedignidade e 
– validade. 
 
3.6 CRIATIVIDADE E INTELIGÊNCIA 
Criatividade é a habilidade de produzir idéias que são novas e valiosas. A criatividade 
parece estar associada à inteligência até certo ponto. De uma maneira geral pessoas que 
apresentam escores altos em testes de inteligência também apresentam bons índices de 
criatividade, mas a partir de um escore 120 parece que a correlação entre criatividade e 
inteligência desaparece. Pessoas superdotadas não são necessariamente mais criativas do 
que outras ainda dentro de uma escala normal. 
 
3.6.1COMPONENTES DA CRIATIVIDADE 
• Uma boa base de conhecimento (especialização) 
• Habilidade de pensamento imaginativo 
• Personalidade aventureira 
• Princípio da motivação intrínseca 
• Ambiente criativo 
 
3.7 INFLUÊNCIAS GENÉTICAS 
Pelo estudo com gêmeos idênticos e com outras relações familiares, ficou claramente 
estabelecido que há uma importante influência hereditária na inteligência, mas que a 
 
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16
importância das características hereditárias no computo geral da inteligência quando 
comparamos dois indivíduos vai depender também do tipo de ambiente em que cada 
sujeito foi criado. 
 
3.8 INTELIGÊNCIA EMOCIONAL 
Definida por Weisinger (1997) “ como o uso inteligente das emoções, isto é fazer 
intencionalmente com que suas emoções trabalhem a seu favor....” 
São quatro os componentes que quando reunidos dão origem a sua inteligência 
emocional: 
 
• A capacidade de perceber, avaliar e expressar corretamente uma emoção. 
• A capacidade de gerar ou ter acesso a sentimentos quando eles puderem facilitar 
sua compreensão de si mesmo ou de outrem 
• A capacidade de compreender as emoções e o conhecimento derivado delas 
• A capacidade de controlar as próprias emoções para promover o crescimento 
emocional e intelectual 
 
3.8.1COMO EXPANDIR A SUA INTELIGENCIA EMOCIONAL 
 
3.8.1-1COMO AMPLIAR A AUTOCONSCIÊNCIA 
Autoconsciência vem a ser um dos fatores primordiais para o desenvolvimento da 
Inteligência Emocional, com um grau elevado de autoconsciência o indivíduo pode 
monitorar-se e observar-se em ação e assim influenciar seus próprios atos de maneira que 
eles funcionem a seu favor. 
Uma autoconsciência elevada é o alicerce sobre o qual são construídas todas as outras 
funções da Inteligência Emocional. 
Para ampliar sua Autoconsciência é necessário: 
1. Examinar o modo como você faz as avaliações 
2. Entrar em contato com seus sentimentos 
3. Identificar suas intenções 
4. Prestar atenção em seus atos 
 
A seguir vamos estudar cada um destes passos 
 
1. Examinar o modo como você faz as avaliações 
 
Avaliações são todas as diferentes impressões, interpretações, apreciações e expectativas 
que você tem de si e das outras pessoas e situações, elas são influenciadas por vários 
fatores que formam a personalidade, geralmente têm forma de pensamentos ou de 
diálogo interno. Tomando consciência de suas avaliações, você fica sabendo como seus 
pensamentos influenciam seus sentimentos, suas ações e reações podendo alterá-los. 
A seguir algumas dicas de como tomar consciência de como fazer suas avaliações: 
 
a) Use frases iniciadas com “eu penso” - desta forma você ajuda esclarecer o que 
pensa e reconhece que é a pessoa responsável pelas suas avaliações. 
 
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17
b) Conduza regularmente um diálogo interno – escolha um horário regular durante o 
dia para conversar consigo mesmo. Gradualmente você toma consciência dos 
padrões que porventura existam em seus diálogos e ao identificar estes padrões 
você averiguará se seus diálogos internos estão trabalhando a seu favor ou não. 
c) Reflita sobre os encontros em momentos de calma – depôs de uma conversa com 
seu chefe, um colega ou com sua equipe reserve um tempo para se perguntar o 
que foi que influenciou sua avaliação da conversa. Desenvolvendo este diálogo 
interno quando você estiver calmo, provavelmente suas avaliações serão mais 
flexíveis e racionais, e assim o ajudar a chegar a conclusões corretas. 
d) Procure ouvir outras pessoas - qualquer acontecimento pode ser avaliado a partir 
de pontos de vistas diferentes, por isso perguntar a outras pessoas qual a avaliação 
deles sobre o assunto pode ajudar. 
 
2. Entrar em contato com seus sentimentos 
 
Seus sentimentos são reações espontâneas às suas interpretações e expectativas. Como as 
informações sensoriais, os sentimentos fornecem dados importantes, que vão ajudá-lo a 
entender por que você age como age. Eles o alertam para seu nível de bem estar em 
determinada situação e ajudam a compreender suas reações, por isso é importante prestar 
atenção neles. 
Apesar disso, prestar atenção em nossos sentimento não é uma coisa fácil para a maioria 
de nós. O problema é que para prestarmos atenção neles, nós temos que senti-los e se eles 
forem, por exemplo, negativos eles podem doer, e por isso tendemos a ignorá-los e até 
negá-los, o que faz com que não usemos nossa emoções de forma inteligente. 
Dicas para entrar em contato com seus sentimentos: 
 
a) Atenção às manifestações físicas – embora sejam nossos sentimentos internos, 
muitas vezes eles apresentam manifestações físicas, prestando atenção nestes 
sinais externos. 
b) Atenção para manifestações de comportamento – os sentimentos costumam 
provocar certos comportamentos e repassando-os do fim para o inicio, 
examinando as manifestações dos sentimentos em suas atitudes, você poderá 
descobrir quais os sentimentos estão em ação. 
 
 
3. Identificar suas intenções 
As pessoas tem maior dificuldade de identificar suas intenções a curto prazo, e por esta 
falta de consciência não utilizam estas informações para melhor planejar suas ações. 
Assim como os sentimentos as intenções podem ser às vezes difíceis de entender, no caso 
das intenções a razão é que muitas vezes confundimos nosso propósito oculto com nossa 
intenção aparente e muitas vezes parecem conflitantes. 
Dicas para identificar suas intenções: 
a) Acredite em seu comportamento – este normalmente te dará uma boa pista de suas 
intenções 
b) Confie em seus sentimentos – se você se sente feliz e contente, numa situação há 
uma boa chance de você ter escolhido essa situação pelo motivo correto. 
 
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c) Seja honesto consigo mesmo – faça a você mesmo perguntas ferinas nas diversas 
situações4. Preste atenção em seus atos 
 
Em geral temos consciência de nossos atos mais genéricos, do tipo estou me 
encaminhando para uma reunião, estou sentado na cadeira etc mas não nos damos conta 
das nuances desses atos – estou caminhando devagar para a reunião, estou sentado 
escarrapachado na cadeira etc. mas são estas nuances que são percebidos pelos outros e 
podem ser utilizadas como pistas das nossa atitudes e do nosso comportamento. 
Dicas para ampliar a consciência de seus atos: 
 
a) Observe suas atitudes – identifique alguns padrões e pesquise as possíveis 
implicações, assim você será capaz de modificar, quando possível , e utilizar-las 
em seu benefício. 
b) Observe o impacto de seus atos – compreendendo como suas atitudes afetam as 
pessoas, você poderá modificar seus atos para que o efeito seja o que deseja. 
c) Reconheça que as pessoas podem reagir de maneiras diferentes às suas atitudes – 
algumas pessoas são diretas mas outras passam despercebidas 
 
 
Como controlar suas emoções 
Controlar as emoções, diferente de reprimir, significa compreende-las e então usar esta 
compreensão para lidar com as situações de maneira mais produtiva. Por serem as 
emoções produzidas pela interação de 1) pensamentos, 2) alterações fisiológicas e 3) suas 
atitudes como reação a um acontecimento externo, você pode controlar suas emoções 
controlando cada um destes três componentes 
 
Como se motivar 
Quando você está motivado você é capaz de iniciar uma tarefa, persistir nela prosseguir 
até concluí-la e lidar com quaisquer obstáculos que possam surgir. 
Algumas fontes podem te dar tal motivação: você mesmo; o apoio de amigos, parentes ou 
colegas; um mentor emocional (um modelo); seu ambiente. 
 
 
4. ATITUDES 
Atitudes são as convicções e sentimentos que predispõem nossa reação a objetos, pessoas 
e eventos. Têm função avaliativa, tonalizando afetivamente o mundo que nos circunda e, 
consequentemente, orientando nosso comportamento com relação a ele. 
Diversos estudos mostraram que ao contrário do que muita gente acreditava as atitudes 
não orientam necessariamente a ação das pessoas, muitas pessoas podem agir de maneira 
oposta àquilo que pensam. Aparentemente nossas atitudes têm maior probabilidade de 
influir nas nossas ações nos casos em que: 
• As influências externas sobre o que fazemos são mínimas. 
• A atitude se refere a situações específicas e não a objetos 
 
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gerais e vagos. 
• Temos uma profunda consciência de nossas atitudes. 
 
5. CRENÇAS 
São proposições que, na sua formulação mais simples, afirmam ou negam uma relação 
entre dois objetos concretos ou abstratos, ou entre um objeto e algum possível atributo 
deste. 
Do ponto de vista da psicologia social interessa mais considerar a origem das crenças, a 
formação e estrutura de um sistema de crenças, a aceitação subjetiva de tais proposições, 
bem como a influência que exercem sobre o comportamento, do que a verdade ou não das 
relações que estabelece. 
Sabe-se que as crenças adotadas por participantes de processos interativos podem 
Influenciar a conduta das pessoas envolvidas. A terapia psicológica, por exemplo, pode 
ter seu resultado comprometido se o paciente não acredita na eficácia do tratamento. 
 
5.1 CRENÇAS PODEM SER QUALIFICADAS COMO: 
• Opiniões 
• Boatos 
• Dogmas 
• Convicções 
• Estereótipos 
 
6.PERSONALIDADE 
 
 
“ Personalidade é o padrão característico de comportamento do indivíduo. 
Os outros vêem esse padrão como personalidade, e o indivíduo o considera 
como sendo o EU”. (Edward Davis, 1972) 
 
Formulam-se diversas definições de personalidade, a maioria englobando a estrutura 
psicológica total do indivíduo, que revela a forma de pensar, de se expressar e de 
manipular suas atitudes e interesses. 
Para Edwards, D. (1972) como o “padrão característico do comportamento que um 
indivíduo que os outros vêem como personalidade , mas que o indivíduo considera como o 
seu Eu”. 
 
Esses padrões , citados por Edwards resultam de uma complexa interação da estrutura do 
corpo (incluindo a aparência e os fatores internos) e das experiências passadas que foram 
instrumentais na modelação de motivos, predisposições emocionais e outros hábitos 
importantes (pg.301) 
 
No entanto podemos estudar o ser humano a partir de três pontos de vista: como indivíduo, 
como pessoa e como personalidade. 
™ Como indivíduo ele é um complexo organismo vivo, que tem funções motoras, 
sensitivas e vegetativas, ou seja , com uma essência biológica e física indivisível e 
única dentro de sua espécie. 
 
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20
™ Como pessoa ele é um ser inteligente, com capacidade de pensar, com consciência 
racional da sua condição e que quando acrescentado à personalidade, se diferencia de 
outro dentro do grupo 
™ Como personalidade ele unifica o físico e mental, incluindo aspectos intelectuais, 
afetivos, impulsivos, volitivos fisiológicos e morfológicos (Soto, E. 1998 p. 32) 
 
6.1 Por que somos como somos? 
 
O dilema da origem de nossa personalidade seguirá sem solução por muitos anos, devido a 
sua complexidade, por mais que a ciência evolua no entendimento das variáveis que afetam 
nosso cérebro. 
Historicamente aprendemos que a hereditariedade e o ambiente são os principais elementos 
que moldam nossa personalidade. Pesquisadores descobriram que a genética explica em torno 
de 50% das diferenças de personalidade e aproximadamente 40% das variações do interesse 
no trabalho. 
 
6.1.1 FATORES GENÉTICOS 
A idéia de que o corpo determina o tipo de personalidade remonta no mínimo, à época de 
Hipócrates e Galeno. Esta idéia de que o tipo físico influencia na personalidade esta 
representada nos estereótipos populares de que gordo feliz e de bom caráter, herói 
musculoso e forte, e intelectual frágil.. 
Diversas teorias versaram sobre o assunto, mas é difícil saber com exatidão o por que da 
existência dessas associações entre o tipo corporal e a personalidade, por isso muitos autores 
se mostram céticos com relação a esta teoria (Soto, E. 1998 p.37) 
 
 6.1.2FATORES DO AMBIENTE 
O ambiente marca fortemente nossa personalidade, a cultura estabelece normas, atitudes e 
valores que passam de geração para geração. Bluss e Plomin afirmam existir três disposições 
normais de personalidade que merecem o nome de temperamentos: Nível de atividade, 
Sociabilidade e Emotividade. 
™ Nível de atividade – refere-se ao gasto global de energia ou conduta. Podemos 
descrever dois fatores que estão intimamente interligados, um é o vigor, a intensidade 
ou a amplitude da conduta (pessoas com muito vigor costumam preferir atividades 
intensas) e o outro é o ritmo a velocidade das atividades (pessoas de ritmo elevado 
tendem a preferir atividades aceleradas e a terminar com rapidez as coisas que 
empreendem) 
™ Sociabilidade – é a preferência de estar em companhia de outras pessoas em vez de 
estar sozinho, isto é valorizar intrinsecamente o processo de interagir com outras 
pessoas. 
™ Emotividade – definida como a tendência a ativar-se fisiologicamente, fácil e 
intensamente, em situações perturbadoras 
 
6.1.3FATORES SITUACIONAIS 
A personalidade de um indivíduo mesmo que seja estável e consistente muda de acordo com 
a situação. Mesmo parecendo lógico que as diferentes demandas das diversas situações 
influenciem a personalidade do indivíduo até agora não podemos prever as conseqüências 
que diferentes tipos de situações podem provocar. 
 
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Na formação da personalidade, além destes fatores existem dois importantes, os fatores 
comuns e os fatores singilares. 
• Fatores comuns – seriam, a forma de criação, agrupamento sociofamiliar. 
 
• Fatores singulares -características de compleição estrutural, dada por mecanismos 
de hereditariedade física e por experiências já vividas 
 
 
6.2 TEORIAS DA PERSONALIDADE 
As diversas teorias da personalidade tentam organizar a complexidade do comportamento 
individual. Algumas teorias categorizam diversas características facilmente distinguidas e 
estabelecem “tipos” , outras analisam o comportamento em “traços” e outras ainda constroem 
princípios hipotéticos para estabelecerem o desenvolvimento e o funcionamento dinâmico da 
personalidade. 
A psicologia assim como as demais ciências estudam de forma separada os diversos 
conceitos, tais como personalidade, motivação, etc, como forma de facilitar os estudos 
mais aprofundados. Diversas teorias foram se desenvolvendo ao longo dos tempos 
conforme evoluíam os pensamentos científicos da época. 
 
6.2.1Teorias tipológicas – nesta teoria as características dominantes da 
personalidade, eram consideradas como personalidade e eram divididas por tipos e até 
associando ao tipo físico . Diversas teorias surgiram com esta visão e uma das mais 
divulgadas foi a do tipo morfológico, que define três tipos físicos básicos que determinam 
as características de personalidade, são elas: 
• Endomórficos – caracterizado pela gordura e flacidez. Este gosta de prazeres da 
vida e tende a ser sociável e comunicativo. 
• Mesomórficos – muscular e atlético. É, portanto uma pessoa direta e enérgica. 
• Ectomóficos – alto delgado e frágil. Sua tendência é mais com timidez, 
preocupação e retraimento na sociedade. 
Estas teorias após algum tempo entraram em desuso, surgindo outras teorias, algumas 
ainda em vigor. 
6.2.2Teoria do traço – analisa os padrões consistentes e sistemáticos do 
comportamento definindo-os como componentes da personalidade. Esta teoria caiu em 
desuso por listarem inúmeros padrões como formadores da personalidade dificultando o 
entendimento deste conceito. No entanto serviu como base para outra teoria a teoria do S-
R. 
 
6.2.3Teoria Psicanalítica – A personalidade se forma segundo Freud de acordo com 
o desenvolvimento da sexualidade que ocorre em fases determinadas, mas que não 
necessariamente acompanham o desenvolvimento etário do indivíduo. 
• Fase Oral – inicia-se desde o nascimento do bebe , onde apresenta como primeira 
demonstração de prazer físico e afetivo a sucção ao mamar ao seio . 
• Fase Anal – nesta fase se inicia a percepção do ato de defecar e urinar, 
experimentando este ato como fonte de prazer. 
• Fase fálica – inicia-se quando há a descoberta e a curiosidade da existência dos 
órgãos sexuais e suas diferenças. É nesta fase que surge o Complexo de Édipo ou 
 
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22
de Electra muito divulgado, que define como amor ao progenitor do sexo oposto 
acompanhado pela aversão em relação ao mesmo sexo como razão aos 
desentendimentos ou comportamentos anormais. 
• Fase Genital – refere-se a idade adulta normal onde o prazer se dá através das 
relações sexuais normais. 
Os problemas segundo Freud podem ocorrer em qualquer fase do desenvolvimento da 
sexualidade, o que não significa a estagnação na fase mas sim uma fixação que poderá se 
manifestar mais adiante como neuroses ou problemas de relacionamentos. 
 
6.2.4 Teoria do S-R – Utiliza-se das idéias básicas da teoria do traço. O primeiro a 
organizar os conceitos de personalidade segundo esta visão foi EYSENK. Neste enfoque 
são definidos 3 características inatas: 
• Psicoticismo – agrupamento de comportamentos com características psicóticas 
claras 
• Extroversão X Introversão – características de comportamentos que se 
manifestam de forma expansivas ou recatadas de acordo com as situações vividas 
pelo indivíduo. 
• Neuroticismo – agrupamento de características comportamentais que apresentam 
comportamentos descritos como neuróticos. 
 
6.2.5Teoria Existencialista - Tem como base a idéia de que o indivíduo é fruto de 
suas potencialidades relacionadas com o mundo em que esta inserido. Para a teoria 
existencialista o entendimento do que ela define como EU REAL e o EU IDEAL é a 
forma de entendimento da personalidade 
 
EU REAL – o que o indivíduo acredita ser 
EU IDEAL – o que o indivíduo gostaria de ser. 
EU – o que o indivíduo apresenta 
 
EU REAL + EU IDEAL = EU 
 
 
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23
6.3 TRANSTORNOS DE PERSONALIDADE 
Pra que um determinado comportamento seja classificado como psicologicamente 
perturbado é necessário que ele seja: 
• Atípico — Comportamentos ou vivências atípicas só podem ser avaliados em contraste 
com a sociedade em que vive o indivíduo, uma vez que o que pode ser considerado 
atípico em um lugar, pode ser perfeitamente normal em outro, o mesmo se podendo dizer 
com relação a diferentes épocas. 
• Conturbado — Deve ser de alguma forma perturbador, não creditado a alguma 
habilidade excepcional do indivíduo, ou seja, ele não tem absolutamente conotação 
positiva. 
• Desajustado — Cognitivistas e comportamentalistas gostam de usar a palavra 
desadaptativo. Ou seja, são comportamentos que de alguma forma conferem uma 
desvantagem a quem os emite dentro das suas condições de vida. Novamente este é um 
conceito que depende das condições sociais. 
• Injustificável — Se a pessoa não pode oferecer uma explicação que sirva de 
justificativa coerente para seu comportamento ele tem mais chance de ser considerado um 
distúrbio. 
 
Os manuais de classificação dos distúrbios mentais mais aceitos mundialmente hoje em 
dia são o DSM – IV e o CID – 10. 
O DSM-IV é apenas descritivo não pretende explicar as causa das doenças, sua principal 
função é servir de apoio e padronização para o diagnóstico. Muitas pessoas acreditam que 
este tipo de manual tem o efeito negativo de estabelecer rótulos muito estritos, que não 
levam em conta toda a variedade de comportamentos humanos. Pessoas rotuladas como 
esquizofrênicas, por exemplo, podem apresentar uma infinidade de comportamentos 
diferentes bem como podem ser capazes de gerir suas próprias vidas de maneira distinta, 
o que escapa ao rótulo. 
Para o diagnóstico destes transtornos, alguns cuidados devem ser levados em 
consideração segundo o Manual Psiquiátrico da Associação Americana de Psiquiatria 
DSM IV : 
 
1) Quando o comportamento e a experiência se desviam da cultura vigente , 
manifestado pela : 
• Cognição -percepção de si mesmo, dos outros e dos eventos 
• Afeto - alcance, intensidade, maleabilidade das respostas emocionais 
• Funcionamento Interpessoal 
• Controle do impulso 
2) Comportamento é inflexível e invasivo com amplo alcance nas áreas sociais. 
3) Comportamento leva a desconforto e a prejuízo nas áreas de funcionamento social 
4) O padrão é estável, de longa duração e se iniciou na adolescência ou pelo menos 
no início da idade adulta 
5) O comportamento não pode ser identificado como uma manifestação, 
conseqüência de outra doença mental. 
6) O comportamento não pode ser identificado como manifestação ou conseqüência 
de causas fisiológicas ou de abuso de substancias ou condição médica geral 
(dano cerebral) 
 
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24
 
6.4 LISTA DOS TRANSTORNOS DE PERSONALIDADE 
Manual Psiquiátrico da Associação Americana de Psiquiatria DSM IV 
 
Grupo A (transtornos excêntricos ou estranhos)– transtorno de personalidade esquizóide 
– transtorno de personalidade esquizotímica 
– transtorno de personalidade paranóide 
Grupo B (transtornos dramáticos, imprevisíveis ou irregulares) 
– transtorno de personalidade anti-social 
– transtorno de personalidade histriônica 
– transtorno de personalidade limítrofe 
– transtorno de personalidade narcisista 
Grupo C (transtornos ansiosos ou receosos) 
– transtorno de personalidade dependente 
• ''não'' confundir com distimia 
– transtorno de personalidade esquiva 
• timidez excessiva 
– transtorno de personalidade obsessivo-compulsiva 
 
7. RELAÇÕES INTERPESSOAIS 
 
INTRODUÇÃO 
É difícil falarmos de inter-relacionamento sem entrarmos nas particularidades de cada 
indivíduo. Apesar de considerarmos que cada pessoa é uma pessoa diferenciada da outra, 
os problemas de inter-relacionamento se repetem. 
O primeiro passo para que ocorra um bom inter-relacionamento entre as pessoas, é 
tentarmos nos desvincular de nossos pré-conceitos, isto é de rótulos estabelecidos por nós 
ou até pela sociedade em que nos inserimos e conseguirmos olhar para o outro não da 
maneira com que “achamos” que ela deveria ser, mas sim como ela realmente é. Todos 
nós possuímos uma expectativa do comportamento do outro que se levado a extremos, 
pode nos causar frustrações e a interpretações errôneas quanto ao que queremos ou 
dizemos o que nos remete a situações de tensão ou estresse. 
 Portanto para facilitarmos nossas relações interpessoais a não suposição de que o outro 
(ou os outros) deveria entender aquilo que não conseguimos expressar de forma adequada 
ou até que ainda não expressamos, mas que imaginamos estar subentendida, seria de 
fundamental importância. 
Para facilitarmos este entendimento estudados conceitos diferenciados foram realizados 
na tentativa de evidenciarmos estas diferenças e alcançarmos resultados mais positivos. 
 
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25
Fatores ligados ao estímulo
Percepção
Fatores ligados 
Ao indivíduo
Comporta-
mento
Fatores ligados
Ao meio
Fatores ligados
A sociedade
 
 
7.1CONFLITOS 
Caracteriza-se pela escassez de recursos e por um sentimento de hostilidade, em outras 
palavras, é uma situação em que dois ou mais objetivos, pertencentes a uma ou mais 
pessoas, são mutuamente exclusivos gerando atitudes de hostilidade. 
 
7.1.1Conflitos Interpessoais 
Os conflitos interpessoais são a expressão das tensões existentes nos indivíduos, 
provenientes de objetivos não satisfeitos, expectativas não realizadas, ou ainda 
provenientes de fontes de natureza existencial ou psíquica. Os conflitos internos afetam a 
concentração, a motivação, a vontade de trabalhar e a habilidade de interagir com o outro. 
Apesar das dificuldades de se determinar padrões, alguns padrões básicos foram isolados 
pelos estudiosos para facilitar a compreensão. São eles: 
‰ Abordagem – Abordagem - as duas metas positivas estão especialmente 
separadas e o indivíduo deve fazer a escolha entre uma ou outra. Neste caso a 
solução requer que se faça apenas uma resposta, após a escolha ter sido feita, 
não poderá ser rescindida. Ex: Duas ofertas de trabalho amplamente 
favoráveis. 
 
 
+ 
 
 
 
‰ Evitação – Evitação – Neste caso as metas negativas são separadas, aqui o 
indivíduo deve novamente fazer uma só escolha final, mas um requisito 
 
Psicologia 
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26
adicional é que mesmo não querendo ele DEVE escolher uma delas. Ex: 
Casamento ruim X separação. 
 
 
 
 
- - 
 
 
 
 
‰ Abordagem – Evitação – Envolve duas tendências de respostas contrárias. A 
meta é simultaneamente desejada e indesejada. Ex: doce é bom e ao mesmo 
tempo engorda 
 
 
 + 
 
 
 _ 
 
 
 
7.1.2CAUSAS MAIS COMUNS 
O conflito entre pessoas é causado por vários fatores. As causas mais comuns são: 
• Falhas na comunicação 
• Pressão temporal 
• Expectativas diferentes 
• Conflitos de personalidade 
• Perspectivas de mudanças 
 
Falhas na comunicação – Os conflitos causados por uma falha na comunicação podem 
advir das barreiras interpessoais citadas anteriormente, como dificuldades de 
assertividade, utilização de mecanismos de defesa, etc. 
Pressão Temporal – Algumas pessoas fazem do tempo escasso um inimigo para seu 
sucesso, pessoal ou profissional. Gerando conflitos quando sua decisão tem prazo. 
Expectativas diferentes – Um dos maiores causadores de conflitos são expectativas 
diferentes relativos a qualquer que seja o assunto. Mesmo pessoas que convivem 
harmoniosamente por longos períodos, descobrem ser esta diferença na expectativa, tanto 
de orientação da vida quanto de atitudes individuais as fontes geradoras de grandes 
conflitos. 
Conflitos de Personalidade – Pessoas com valores e idéias diferentes tendem a 
promover conflitos interpessoais freqüentes, em função do afastamento das diretrizes 
básicas da vida. 
 
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Perspectivas de mudanças – Sentimentos de insegurança são os sentimentos causados 
sempre que há qualquer perspectiva de mudança, seja no lado físico ou emocional, que 
fragilizam os indivíduos facilitando o surgimento de conflitos. 
 
7.1.3Conflitos entre grupos 
 
Os conflitos entre grupos normalmente surgem quando há interesses contrários entre dois 
grupos que interagem ou desentendimentos entre líderes, mas que também seguem os 
padrões básicos propostos anteriormente. 
Dentre os conflitos que surgem em organizações os mais comuns são: 
• Superposições de funções 
• Indefinição das regras do jogo 
• Interdependência de recursos 
• Sistemas de recompensas muito competitivos 
• Mudanças 
 
Superposições de Funções – Se duas pessoas com idéias diferentes e de formas de 
trabalho diferentes realizam um mesmo trabalho, as possibilidades de conflitos são 
grandes, mesmo tendo eles recebido o mesmo treinamento, já que cada pessoa poderá ter 
soluções diferentes para um mesmo problema, ambos resultando no esperado. 
Indefinição das regras do jogo – Se um ou mais indivíduos estão colocados de forma a 
trabalharem em grupo, e se as regras estiverem mal definidas, caberá a cada membro do 
grupo interpretar as regras em seu benefício. 
Interdependência de recursos – Sejam estes recursos financeiros ou humanos nas 
empresas é uma fonte de conflito, por interferir diretamente na possibilidade de sucesso 
de cada grupo. 
Sistemas de recompensas muito competitivos – A competição como forma de incentivo 
poder causar problemas quando não for bem administrada. A vontade de cada grupo em 
alcançar o sucesso, estará ligado não nos resultados positivos, mas em vencer os 
“adversários” de qualquer jeito mesmo em detrimento da empresa. 
Mudanças - Mais uma vez perspectivas de mudanças são fontes de insegurança ou do 
surgimento de mecanismos que dificultam as relações em grupo 
 
7.2Vantagens e desvantagens do conflito 
 
7.2.1Vantagens do conflito 
 
‰ Cria desafios para busca de soluções, motiva grupos e indivíduos a resolver 
problemas em conjunto. 
‰ Leva a descoberta de novos fatos e informações que podem resultar em benefícios 
 
7.2.2Desvantagens do conflito 
 
‰ Causa tensão e pode causar seqüelas 
 
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‰ Cria ambiente improdutivo 
‰ Pode gerar perda de poder ou de status 
‰ Tende a distorcer o comportamento das pessoas 
 
7.3 A CRÍTICA 
A crítica é considerada uma poderosacausadora de conflitos pessoais e profissionais, e, 
portanto é estudada com maior atenção por pesquisadores e estudiosos. 
Para que possamos entender melhor o conceito se faz necessário entendermos a diferença 
entre crítica X queixa. 
 
As diferenças entre queixas e críticas pessoais são simples: 
• Na queixa a referência é à ação e não o indivíduo. 
• Na numa crítica a queixa é usada como um ataque global ao indivíduo 
levando mais a uma resposta defensiva do que a resolução de problemas. 
A crítica muitas vezes vem carregada de desprezo, uma emoção 
particularmente destrutiva, que leva facilmente à ira; e é em geral expresso 
não apenas nas palavras empregadas, mas também no tom de voz e nas 
expressões, tais como gozações, insultos ou até na linguagem do corpo, 
como franzir de lábios, ou revirar de olhos. 
 
Para o ser humano há duas maneiras de se responder a um ataque (neste caso a crítica), 
lutar –ou – fugir. A mais óbvia é revidar (lutar), que acaba normalmente em uma 
infrutífera disputa de berros, mas a reação contrária, o fugir, pode ser mais perniciosa, 
sobretudo quando ela é uma retirada para o silêncio. O fechar-se em copas é a última 
defesa, esta atitude envia uma mensagem potente e desestimulante, assim como uma 
combinação de distância, superioridade e até nojo. 
Na maioria das vezes as pessoas só criticam quando a coisa esta feia e transborda, e o 
fazem da pior forma possível, trazendo a tona todas às queixas que guardavam para si, 
perdendo muitas vezes o controle sobre a ira ou fazendo ameaças. 
Estes ataques normalmente saem pela culatra, são recebidos como afronta, quem recebe 
normalmente fica irado causando danos à motivação.(Goleman, 1995) 
 
7.3.1DIFERENÇA ENTRE QUEIXA E CRÍTICA 
Na queixa a referência é à ação e não o indivíduo, enquanto que na crítica , esta vem 
carregada de desprezo, uma emoção particularmente destrutiva .Em geral expresso não 
apenas nas palavras empregadas, mas também no tom de voz e nas expressões etc. 
 
 
7.3.2CRÍTICA X ADMINISTRADOR 
Em um certo sentido, a crítica é uma das mais importantes tarefas de um administrador. 
Contudo é também uma das mais temidas e adiadas.Muitos administradores são 
demasiado chegados a critica, mas frugais nos elogios, deixando os empregados a sentir 
que só sabem como estão indo quando cometem um erro. Essa tendência à crítica é 
agravada por administradores que demoram a dar qualquer feedback por longos períodos 
de tempo. 
 
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Segundo J.R. Larson , psicólogo da Universidade de Illinois , a maioria dos problemas no 
desempenho de um empregado não surge do nada, nem de repente; desenvolve-se com o 
tempo. Quando o chefe não diz imediatamente o que sente, isto leva a um lento acúmulo 
de frustração, e aí um dia explode. 
 
Harry Levinson, dá o seguinte conselho sobre a arte da crítica, intrincadamente 
interligada à arte do elogio: 
• Seja específico – pegue um fato que ilustre o problema – chave, concentre-se nos 
detalhes, dizendo o que ele fez bem e o que fez mal, diga exatamente qual é o 
problema – a especificidade é tão importante para o elogio quanto para a crítica. 
• Ofereça uma solução – a crítica como todo feedback útil, deve indicar uma maneira 
de resolver o problema para não deixar quem as recebe frustradas, desmoralizado ou 
desmotivado. 
• Esteja presente – As críticas como os elogios são mais eficazes cara a cara. 
• Seja sensível - quando não há empatia, a crítica assume efeito destrutivo, em vez de 
abrir caminho para correção, estimula comportamentos de ressentimento, ira, 
defensividade e distanciamento. 
 
Para os que recebem as críticas Levinson propõe: 
• Veja a crítica como uma informação e não como um ataque pessoal. 
• Vigie o impulso para a defensividade, em vez de assumir a responsabilidade. 
• Caso ela se torne muito perturbadora, peça para retomar o encontro mais tarde, peça 
um período para absorver melhor a mensagem. 
• Veja a crítica como uma oportunidade de trabalhar com o crítico e não como uma 
situação de adversários. 
 
 
7.4 AGRESSÃO 
Definida, como qualquer comportamento físico ou verbal com a intenção de magoar ou 
destruir, quer seja por hostilidade ou como meio calculado de alcançar um fim. 
Fatores que interferem no comportamento de agressão 
7.4.1 Influências genéticas - A influência genética na agressividade torna possível a 
criação de animais particularmente agressivos pelo controle de cruzamento. Nos seres 
humanos estudos com gêmeos idênticos e fraternos mostra que uma tendência agressiva 
pode ser creditada a fatores genéticos. 
7.4.2 Influências neuronais - O cérebro não possui um centro nervoso que controle a 
agressão, mas diversos centros nervosos que facilitam ou tornam mais provável o 
comportamento agressivo, o que o torna um aspecto bastante complexo do 
comportamento. 
7.4.3 Influências bioquímicas - Os seres humanos são menos sensíveis às variações 
hormonais do outras espécies, mesmo assim podemos encontrar entre criminosos 
violentos um perfil provável que aponta baixos níveis do neurotransmissor serotonina e 
altos níveis de testosterona, o hormônio masculino. 
Eventos aversivos – são eventos aversivos, que provocam desconforto ou sofrimento 
podem colocar o sujeito em um estado que favoreça o comportamento agressivo. O 
 
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30
aumento de casos de agressão em períodos de alta temperatura é conhecido há muito 
tempo. Dor física, odores fétidos, insultos pessoais, fumaça e vários outros estímulos 
aversivos podem ajudar a desencadear agressividade. 
7.4.4 Princípio frustração - Um caso particular de evento aversivo é a frustração, o 
bloqueio que impede uma pessoa de alcançar seu objetivo. A frustração pode gerar um 
sentimento de raiva que torna propícia a agressão, principalmente se as condições 
permitirem. (Retirado da apostila de Marcelo Henrique Costa, IBMEC, 2008) 
7.5 ALGUMAS CURIOSIDADES 
7.5.1 Televisão e agressividade 
Hoje parece bastante claro que a exposição a programas com altos graus de violência na 
TV torna as crianças e adolescentes mais agressivos. 
O mecanismo pelo qual ela faz isso parece envolver vários aspectos. 
• Excitação pelo estímulo violento 
• Fortalecimento das idéias relacionadas com violência 
• Enfraquecimento das inibições 
• Imitação 
7.5.2Agressão sexual e mídia 
Os filmes pornográficos e a mídia em geral ajudam a estabelecer um roteiro 
absolutamente irreal de que a mulher que inicialmente frustra a investida sexual irá ceder 
e ter prazer em seqüência. Os filmes pornográficos e de terror facilitam a associação entre 
sexo e violência. Ao contrário do que pensam alguns, filmes pornográficos e violentos 
não oferecem uma descarga de impulsos reprimidos, mas favorecem a violência e o 
comportamento punitivo com relação às mulheres. 
Comportamentos agressivos não podem ser creditados a uma única causa, nesse sentido 
culpar a mídia somente seria errado. Mas os meios de comunicação fornecem scripts 
sociais que tendem a ser usados, principalmente em casos onde a pessoa não se sente 
segura de como agir. A responsabilidade é grande. 
 
8.ESTRESSE 
 
 
“O QUE É ESTAR ESTRESSADO?”. 
 
 
 O termo estresse é freqüentemente apresentado de forma trivial e distorcido, mas sem 
dúvida pode ser considerado o maior vilão do mundo moderno, sendo responsabilizado 
por sintomas que vão desde a úlcera do executivo até ao acidente de carro, sendo 
alardeado pelos jornais e rádios contribuindo pela piora da qualidade de nossas vidas. 
 Mas será verdade? Será que o estresse é sempre negativo? Seria o estresse é exclusivo de 
nossa época? 
A resposta a estasperguntas possivelmente será um NÃO, não há qualquer estudo que 
afirme que hoje sofremos mais de estresse do que sofríamos no passado, mas sem dúvida 
sofremos estímulos estressantes diferentes dos que sofríamos não sendo possível afirmar 
se são mais ou menos intensos que no passado. 
 
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 “O estresse pode ser definido como uma condição de tensão que afeta as emoções, 
processos de pensamentos e condição física de uma pessoa.. E’ o conjunto de reações do 
organismo frente a situações de agressão de ordem física, psíquica e infecciosa, entre 
outras, capazes perturbar o equilíbrio” (Gaudêncio, 1999).* 
 
Quantidades excessivas de estresse podem ameaçar a capacidade de uma pessoa de fazer 
frente ao seu ambiente. Em conseqüência vários sintomas poderão ser desenvolvidos que 
prejudicará seu desempenho no trabalho. Estes sintomas envolvem tanto a saúde física 
quanto a saúde mental, as pessoas tensas podem desenvolver um estado de preocupação 
crônico, são facilmente provocadas para a cólera e incapazes de relaxar, podem inclusive 
desenvolver, úlceras, dores de cabeça, dores no peito etc. 
 
Para o prof. Paulo Gaudêncio estresse é “uma pressão sobre o organismo, uma mudança 
na situação externa, que acarretará uma mudança na situação dentro do organismo. 
Qualquer mudança acarreta uma pressão, mesmo as mudanças que eu mesmo decido 
implementar, como casar, divorciar, ter um filho, ou mesmo sair de férias, em especial e 
com muito mais intensidade, as mudanças que eu não escolhi e que me são impostas, 
como a morte de um companheiro, a privatização de uma estatal onde trabalho há 18 
anos indo até a exigência de um novo perfil gerencial”. 
 
Hans Selye em seus estudos define que “... quando se submete um organismo a estímulos 
que ameacem sua homeostase (seu equilíbrio orgânico), ele tende a reagir com um 
conjunto de respostas específicas, que constituem uma síndrome, que é desencadeada 
independente da natureza do estímulo...”. 
 
 
 Mundo Interno 
 
ESTIMULO 
 Mundo externo 
 
 
 
 
 
SER HUMANO 
 
 
 
 
Síndrome Geral de Adaptação 
 
 
 
Fonte: França&Rodrigues; em “Estresse no trabalho” 1998. 
ESTRESSE 
 
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32
 
 
8.1 TIPOS DE ESTRESSE 
 
De acordo com esta definição podemos então propor a existência de dois tipos de 
estresse, um que se relaciona a tensão positiva e outro que refere-se à tensão negativa. 
• Eustresse – refere-se a tensão com conotação positiva, que pode ser facilmente 
identificada com exemplos do tipo casamento, gravidez, natal e etc. neste caso 
dizemos que não houve ruptura do equilíbrio. 
• Distresse – tensão ligada a sentimentos carregados de negativismo. É o estresse 
que nos referimos de maneira tradicional. Neste caso afirmamos haver ruptura do 
equilíbrio interno do indivíduo. 
 
8.2 FATORES QUE DETERMINAM O ESTRESSE 
 
Fonte: França &Rodrigues; em “Estresse no trabalho” 1998. 
 
 
¾ Estratégia de enfrentamento – conjunto de esforços que uma pessoa desenvolve 
para manejar ou lidar com as solicitações externas ou internas, que são avaliadas 
por ela como excessivas ou acima de suas possibilidades. 
 
¾ Expectativas do ambiente – refere-se a avaliação feita pelo indivíduo relativo ao 
ambiente 
 
¾ Contextos organizacionais – percepção de sua inserção na organização 
 
ESTRATÉG IA
DE
ENFRENTAM ENTO
CO NTEXTO S
O RG ANIZACIO NAIS
EXPECTATIVAS
DO
AM BIENTE
ESTRESSE
CO NSTITUIÇÃO
O RG ÂNICA
EXPECTATIVAS
DA
PESSO A
AVALIAÇÃ
 DA
PERCEPÇÃO
PERSO NALIDADE
 
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33
¾ Personalidade – padrão característico de comportamento 
 
¾ Avaliação da percepção – refere-se a percepção da avaliação do ambiente 
pessoal , organizacional e social 
 
¾ Expectativas da pessoa – expectativas próprias de sua atividade social e pessoal 
 
8.3 ACONTECIMENTOS QUE ESTRESSAM 
• Morte do (a) companheiro (a) 
• Divórcio 
• Doenças ou ferimentos pessoais 
• Casamento 
• Perda de emprego 
• Gravidez 
• Dificuldades sexuais 
• Problemas com sogros 
• Desentendimento com o patrão 
• Férias 
• Natal 
• Retirado da Palestra “Trabalho, Felicidade e estresse: a flexibilização dos papéis profissionais X 
ajustamento emocional” realizada no 9º Fórum de R. H. em 1999. 
 
8.4 SINTOMAS TÍPICOS DE ESTRESSE 
 
• Nervosismo e tensão 
• Preocupação crônica 
• Problemas digestivos 
• Alta pressão sangüínea 
• Incapacidade de relaxar 
• Excesso de álcool ou fumo 
• Insônia 
• Atitudes não cooperativas 
• Incapacidade para lutar 
• Cólera e agressão 
 
8.5 CAUSAS TÍPICAS DE TENSÃO NO EMPREGO 
 
• Sobrecarga de trabalho 
• Pressões de tempo 
• Má qualidade de supervisão 
• Clima político inseguro 
• Retroinformação de desempenho insuficiente 
• Autoridade inadequada ante as responsabilidades 
• Ambigüidade de papel 
• Frustração 
 
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• Conflitos interpessoais e intergrupal 
• Diferenças entre os valores da empresa e do empregado 
• Mudanças de qualquer tipo 
 
8.6 Dicas para administrar o estresse 
 
1. APRENDA A RESPIRAR – a respiração é o ritmo da vida. Preste muita atenção no 
seu ritmo, procure respirar somente pelas narinas e profundamente. 
2. APRENDA TÉCNICAS DE RELAXAMENTO – são excelentes para aliviar as 
tensões, além de proporcionar oportunidades de conhecer o seu corpo. 
3. FAÇA ALONGAMENTOS – desintoxique o corpo, aumente a resistência a tensões e 
fortaleça o sistema nervoso. Um corpo alongado vai influenciar positivamente o 
sistema nervoso, tornando-o também flexível e resistente. 
4. MEDITE – dedique alguns minutos diariamente para ficar a sós. Reflita sobre seus 
valores de vida. Aprenda a ouvir aquela voz interior que todos temos; ela tem muito a 
lhe dizer. 
5. EVITE O FUMO E O ÀLCOOL – são venenos terríveis para o sistema imunológico. 
6. ALIMENTAÇÃO – tenha uma alimentação equilibrada. Não é preciso transformar-se 
em um vegetariano, mas faça das frutas e legumes a base de sua alimentação. 
7. CULTIVE O BOM HUMOR – faz bem a você e a todos ao que estão a sua volta. 
8. ATITUDE MENTAL POSITIVA – quando se pensa no pior, corre-se o risco de 
sintonizar-se com o negativo. Preocupações e aflições não combinam com felicidade 
e liberdade. 
9. CONTENTAMENTO – valorize sua vida. Ela é fruto de seus desejos e ações. 
Lembre-se de que você pode mudá-la na hora que quiser. 
10. PRATIQUE ATIVIDADES FÍSICAS – elas devem ser condizentes com sua situação 
e capacidade físicas. Fazem bem ao corpo e à mente, além de serem uma 
oportunidade de entretenimento. 
11. PRATIQUE A ÉTICA – nada melhor do que dormir com a consciência limpa. 
12. AME SEU CORPO – ele é o seu maior patrimônio. Agradeça diariamente à natureza 
por ser perfeito e saudável. Tenha auto-estima! 
LEGAL FILHO, Carlos Alberto. Revista T&D. Agosto, 1998 
 
9. GUIA DO COMPROMISSO COMIGO MESMO 
Este guia tem como objetivo ajudá-lo a refletir e projetar uma imagem de como você 
deseja ser. 
9.1 ÁREA FAMILIAR 
• Apreciar mais as pequenas coisas que meus familiares fazem e que considero 
obrigação. 
• Uma vez por semana, fazer algo de especial com a minha família. 
• Dedicar uma hora de atenção por dia à minha família. 
9.2ÁREA SOCIAL / COMUNITÁRIA 
• Fazer novos amigos.

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