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avaliação à distância 2 Psicanálise-2015.2

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UNIVERSIDADE DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO CENTRO DE EDUCAÇÃO E HUMANIDADES FACULDADE DE EDUCAÇÃO
FUNDAÇÃO CECIERJ /Consórcio CEDERJ / UAB Curso de Licenciatura em Pedagogia – modalidade EAD Psicanálise & Educação
Coord.(a): Marcia Souto Maior
AD2
1ª QUESTÃO
Analise as seguintes afirmativas retiradas do BLOG da disciplina:
I.	É um erro confiar à mesma pessoa o trabalho psicológico da análise da criança e a função de educador da criança. Uma confusão dos papéis foi introduzida e é absolutamente lastimável, pois os encaminhamentos são inversos.
II. O psicanalista põe-se à escuta, ajudando a criança a expressar o não dito dos primeiros anos de vida e, portanto, voltando com ela para seu passado, até a fase fetal. O fundamento de seu interesse preferencial pelos seres humanos ainda no estado de infância é que, nesse estágio de seu desenvolvimento, o psicanalista pode se comunicar com todas as potencialidades e é possível mobilizá-las. Na idade do analista, tudo já está disposto. Ou quase tudo. Na idade de seu “paciente”, porém, há algo de novo, de único, de incomparável que deve ser ajudado a viver, a despertar, a apoiar. E estar à escuta das crianças não é observá- las como um objeto de pesquisa, nem procurar educá-las, mas respeitar, amar nelas essa geração nova que elas trazem. É importante o psicanalista estar atento até que ponto esté de fato à escuta sem fingir, sem interferir, sem perturbar as ondas. O psicanalista não deve ter nada a impor às crianças. O psicanalista não tem nenhum desígnio prático e não exerce nenhuma pressão educativa. Não julga nem aconselha.
III. O educador solicita à criança a se projetar para frente, para preparar o futuro. O educador é agente da inserção na sociedade, e deve guiar a criança. Como educador, trata-se de intervir em relação a atos reais na sociedade, referindo-se ao código de valores dessa sociedade, ao código desse grupo a que a criança pertence (ex.: estabelecer e explicar os combinados da turminha, as regras da escola). E
isso não tem nada a ver com certo ou errado. Pois a criança vai dizer: “É certo”ou “É errado”, mas o educador deve estimulá-la a refletir sobre o porquê, para compreender a razão do código de valores que está sendo transmitido, em vez de obrigá-la a admitir valores prontos: “Por que você diz que está errado? …. Porque se todos os do grupo fizessem o que você acaba de fazer, seria perigoso para todo mundo”. O educador acostuma assim a criança a contar com os outros. É esse o papel do educador. A escola está a serviço das crianças, e não as crianças a
serviço da escola. Cada educador está a serviço da criança, desse cidadão, não é o
cidadão que está a serviço dele.
IV. Educar seria a prática social discursiva responsável pela imersão da criança na linguagem, tornando-a capaz por sua vez de produzir discurso, ou seja, de dirigir- se ao outro fazendo laço social.
V. Não existe uma pedagogia psicanalítica porque a posição da psicanálise no campo educativo NÃO é orientar um ideal educativo (qual o melhor modo de educar?), mas, sim, orientar uma eterna reflexão sobre as condições de possibilidade de qualquer educação (o que é necessário acontecer para que haja educação?)
Estão incorretas:
a. ( ) Todas as afirmativas
b. ( ) Somente as afirmativas I, II e III
c. ( ) Somente as afirmativas III, IV e V
d. ( x ) Nenhuma das afirmativas
2ª QUESTÃO
Analise as seguintes afirmativas:
a. A "Escola Nova" ou "Escola Progressista" dá ênfase às peculiaridades da criança enquanto um ser em desenvolvimento, diferenciada do adulto e com uma lógica de pensamento própria. Neste sentido, torna-se vital compreender as características da criança para melhor gerir sua educação. Temos com isto um espaço fecundo para a introdução da psicologia no meio educacional, enquanto uma ciência habilitada a fornecer "(...) os meios necessários para que a escola renovada investigue melhor as características infantis e seja um lugar capaz de realizar plenamente os atributos de cada indivíduo." (Cunha, 1995, p. 41). É por esta mesma senda que a psicanálise encontra espaço para se difundir dentro da educação, auxiliando tanto na compreensão do desenvolvimento emocional da criança, quanto na resolução das dificuldades escolares que impedem a expressão de suas potencialidades individuais.
b. A área de intersecção entre educação e psicanálise na primeira metade do século XX percorreu dois momentos distintos, porém complementares: a divulgação da teoria psicanalítica no meio educacional, através da iniciativa de alguns precursores da psicanálise no Brasil, que preconizavam em seus trabalhos teóricos uma intervenção de natureza profilática, e aplicação da psicanálise à higiene mental escolar, mediante a atenção às manifestações sintomáticas do escolar, através de diagnóstico e orientações de país e professores, o que foi viabilizado por clínicas de orientação mantidas por serviços de higiene mental escolar no Rio de Janeiro e São Paulo.
c. Ao empregarem a teoria psicanalítica na educação de crianças, os precursores da psicanálise de crianças no Brasil tinham como meta uma intervenção de natureza profilática, proporcionando à criança condições favoráveis de desenvolvimento, de forma a evitar que o distúrbio de ordem emocional viesse a se instalar e comprometer o ajustamento de sua personalidade. Neste sentido, os professores deveriam ser informados sobre as hipóteses psicanalíticas relativas ao desenvolvimento infantil para melhor gerir a
educação de seus alunos, compreender suas dificuldades escolares e, em última análise, formar indivíduos emocionalmente saudáveis.
d. Em uma análise retrospectiva, podemos considerar que as principais contribuições dos precursores da psicanálise de crianças no Brasil residem em difundir no país as formulações psicanalíticas, sobretudo aquelas voltadas à infância, conquistando credibilidade social e científica, o que serviu de alicerce para o surgimento, nos anos subseqüentes, de propostas de atendimento à criança, fundadas em princípios psicanalíticos.
Estão corretas:
a. ( x) Todas as afirmativas
b. ( ) Somente as afirmativas A e B c. ( ) Somente as afirmativas C e D d. ( ) Nenhuma das afirmativas
3ª QUESTÃO
Leia o texto abaixo com atenção:
Problemas de aprendizagem
“(...) 'Problemas de aprendizagem' tem sido o nome encontrado por profissionais de várias áreas para tentar falar do que não corresponde ao esperado no processo de aprendizagem. Cada campo de saber define o problema de aprendizagem de um modo particular. Assim, encontramos definições do DSM IV (Manual de Diagnóstico e Estatística das Perturbações Mentais) e CID 10 (Classificação Estatística Internacional de Doenças e Problemas Relacionados com a Saúde) de transtorno de aprendizagem que indicam distúrbios na criança (e família) que manifesta os sintomas (…) Esses "problemas" podem se manifestar no aprendizado de conteúdos escolares, no relacionamento com a instituição escolar e com as pessoas que a compõem, entre outros. Frente a essa demanda de tratamento a essas questões surge um novo campo de saber: a psicopedagogia.
Os problemas de aprendizagem são divididos em duas categorias. A primeira, dos problemas escolares que estariam ligados às questões sociais que permeiam a escolarização tais como despreparo dos professores e precariedade das escolas. A segunda, das perturbações da aprendizagem que seriam causados por fatores orgânicos (problemas do sistema nervoso e desordens perceptivo-motoras); específicos (problemas como a dislexia) e psicógenos (problemas subjetivos).
Em relação à categoria dos psicógenos, Levinsky propõe, a partir da psicanálise kleiniana, que os pedagogos tomem conhecimento dos conteúdos psicanalíticos de modo a observar que certas dificuldades de aprendizagem estão relacionadas com entraves no desenvolvimento psico-sexual da criança. Neste sentido, inclusive, Françoise Dolto aponta em sua obra “Psicanálise e Pediatria”, como crianças neuróticas são incapazesde fixar sua atenção; o aprendizado do cáculo é difícil – pois, no inconsciente, o cálculo está
associado às “relações” de semelhança, diferença, superioridade, igualdade, inferioridade;
e, a ortografia está associada à “observação”, graças à qual “se vê” claro. A impossibilidade da criança de ligar-se – na época em que a interessavam – por exemplo, aos problemas de “relações” parentais (o que os pais fazem no quarto?), e, de nascimento das crianças (como nasce um bebê?); em nome de sentimentos de culpabilidade, terá provocado, com a repressão da libido que servia a essas curiosidades, uma associação inconsciente: atenção = curiosidade = falta = punição = frustração de amor do objeto de amorosidade = angústia. O superego que se forma então desencadeará, para evitar o etorno da angústia, o mecanismo inconsciente de defesa: a desatenção que, por seu turno, tampouco é insuportável sem angústia. A inferioridade verdadeira da criança acentua-se, pois deixa de ser somente a de todas as crianças em face do adultos. Agora sente-se menos inteligente, menos esperta do que as outras crianças da sua idade. E reage invejando-as e furtando-se ao seu convívio (...)” Adaptação do texto indicado para leitura “Problemas de aprendizagem e suas relações com a família” por Simone Braga.
A partir desta leitura, seria correto afirmar que:
a. ( ) todos os problemas de aprendizagem são resultado de uma má formação neurológica, e a criança deve ser encaminhada para um neurologista.
b. ( x ) os problemas de aprendizagem, em alguns casos, constituem um sintoma neurótico, e a criança deve ser encaminhada para a psicoterapia.
c. ( ) os problemas de aprendizagem sinalizam que a criança é preguiçosa e deve ser castigada além de encaminhada para um professor particular.
d. ( ) Nenhuma das alternativas.
4ª QUESTÃO
Associe cada tema a respectiva recomendação de Françoise Dolto e selecione a alternativa correta:
Conceitos
1. sobre o fracasso escolar
2. sobre a transgressão
3. sobre a desinserção simbólica
4. sobre a mentira
5. sobre a repreensão verbal
6. sobre limites
7. sobre o recalque
8. sobre a pulsão epistemofílica
9. sobre “posições regressivas”
10. sobre masturbação e fantasias
Definições retiradas do BLOG da disciplina
A. ( 1 ) Quando a criança está indo mal na escola, esse é um sintoma que se deve levar em
consideração e apreciar conforme muitos critérios , mas não censurar a criança por esse fato. Isso indica que outra coisa não vai bem. Por que desanimar a criança e os pais, prevendo o mais sombrio futuro? Fazer a criança perder a confiança em si é retirar-lhe as suas possibilidades. Isso nunca estimula. O fracasso escolar é uma prova trágica para muitas crianças. O caráter e a sociabilidade, a inteligência do corpo, das mãos, o espírito de iniciativa e de colaboração são indispensáveis para a vida. Estar interessado pelo que se diz e faz na classe (e no recreio) é mais importante do que as notas que se obtém. Intervêm muitos fatores afetivos que provêm a um só tempo do passado e do presente da vida da criança, assim como do ambiente da classe. (Trecho retirado da obra “Etapas decisivas da infância”)
B. ( 4 ) Outro problema em educação diz respeito aos limites de nosso papel quando queremos tornar uma criança pretensamente sincera e franca: "Nunca se deve mentir." Se exigirmos de uma criança que ela não minta, ela tem de se tornar imbecil, porque uma criança inteligente não é capaz de não mentir. Uma pessoa só pode se tornar sincera se tomar distância em relação ao que fez e que não é conforme ao ideal que tem de si mesma. Se confessamos um ato idiota que acabamos de cometer, somos duas vezes idiotas. Nada é mais perverso do que perguntar a uma criança: - 'Diga a verdade, que eu não vou zangar'. Mas podemos lhe dizer: - 'Conte como aconteceu! O que você queria. E o que conseguiu? … – Bom, eu queria fazer tal coisa, e o resultado é que eu quebrei isso, rasguei aquilo … – É, talvez tenha sido de fato preferivel ter corrido esse risco do que
não ter feito nada, mas, está vendo, voce tem de aprender a fazer melhor certas coisas!'. Em compensação, o que quer dizer: 'Diga a verdade, não vou zangar?', senão que: 'Quero ter poder sobre você, não permito que você viva fora da minha vigilância?'. Se estudarmos nossos comportamentos educativos, a metade deles, com certeza, é perversa, a tal ponto queremos ter um poder ilimitado sobre nossas crianças. (Trecho retirado da obra “Destinos de crianças”)
C. ( 2 ) Se uma criança transgride uma proibição que lhe foi feita, ela tem efetivamente de experimentar o sofrimento decorrente de seu ato. Se não sofrer, não terá mais confiança em nós, proque isso provará que a proibição não tinha sentido ou era abusiva. Se, ao contrário, a criança sente realmente o perigo que corre ao transgredir essa proibição, porque ainda não tem o controle necessário para conquistar o que cobiça, compreende
que o educador é seu auxiliar. (Trecho retirado da obra “Destinos de crianças”)
D. ( 3 ) O ideal seria que uma criança, confiada a uma instituição (escola integral, creche, orfanato etc), desde a sua mais tenra idade, fosse informada de sua situação, e, ao invés de ser apenas aquela de quem se fala, ser aquela a quem se fala daquilo que lhe acontece, daquilo que lhe aconteceu, de seu pai, de sua mãe, de seus irmãos, de seus antepassados,
do motivo de estar onde está, VIVENDO A SITUAÇÃO QUE VIVE! (Trecho retirado da obra “Semináio de psicanálise de crianças”)
E. ( 5 ) Uma criança que recebe uma repreensão verbal e não reage não está bem consigo mesma. Para estar bem consigo mesma, ela precisa, tendo sido repreendida, responder com besteiras, que o adulto não deve ouvir. De vez em quando, um aluno era repreendido por ter feito algo perigoso, arriscado. Assim que o professor se afastava, a criança respondia dizendo uma besteira, e assim tudo entrava nos eixos. A criança teve seu castigo, e, ao mesmo tempo, seus limites. Ela o aceitava muito bem, contanto que replicasse alguma coisa. Mas, se, infelizmente, a pessoa a ouvia e se zangava, a criança
ficava deprimida o dia inteiro, porque tinha sido impedida de ir até o fim da besteira que queria dizer. Eu ainda não tinha filhos na época, [quando presenciei esse processo], mas gravei essa lição formidável; e quando, mais tarde, meus filhos resmungavam depois de terem sido repreendidos, eu achava melhor nada manifestar nesse momento. Quando eles vociferavam alto demais e eu não podia deixar de ouvir, eu lhes dizia: “Sabe, depois de ter dado a bronca em você, eu pus uns filtros no ouvido”. Eles riam com isso e se espantavam: “Como assim? Você põe filtros e se eu te xingar, você não ouve?”. E eu respondia: “Claaaaarooo!!!! Porque eu botei meus filtros contra palavrões!”. Essa maneira de levar as coisas com humor ajuda muito a criança. Ela pode, assim, obedecer
salvaguardando ao mesmo tempo o seu narcisismo. (Trecho retirado da obra “Destinos de crianças”)
F. ( 6 ) No fundo, trata-se de dar o exemplo. O educador dá o exemplo. Por exemplo, se o educador se sente irritado/angustiado, ele dá o exemplo da irritação/angústia. Se o educador grita ou briga com seus alunos, ele dá o exemplo da violência para a resolução de conflitos. Se o educador reconhece quando erra e procura se retratar, ele dá o exemplo da humildade. Se o educador não invade o espaço de seu colega de trabalho, ele dá o exemplo de respeito e ciência de seus limites. (Trecho retirado da obra “Destinos de crianças”)
G. ( ) Um exemplo, passeando pela praça pública, é preciso explicar sobre as proibições: “Se todo mundo pisar na grama e arrancar as flores, ele se estraga. O jardim vai ficar sem graça, pois não terá gramas nem flores. É por isso que a gente não deve pisar na grama e não deve arrancar as flores”. Contudo, infelizmente, não se diz isso à criança. Diz-se: “Se o guarda te pegar, vai te prender!”. Recalca-se a criança em vez de lhe explicar a repressão/proibição de um desejo (a castração)que, por se estar em sociedade, é prejudicial. Nem todos podem realizar esse desejo; é preciso conter certos desejos por se estar em sociedade. A vontade de colher flores deve ser contida, mas não porque quem colhe vai preso. (Trecho retirado da obra “Solidão”)
H. ( ) Alguns professores querem uma cópia fiel de seu desejo atual, um aluno que se conforme ao que eles pensam de um aluno naquele nível. Não pensam que seu papel é sustentar o desejo de informar-se, desejo pelo mundo, desejo que existe em todo ser humano; é a pulsão fundamental, é a pulsão epistemofílica. Ela existe vivaz em toda criança. Deveria ser respeitada, apoiada, em vez de ser dirigida imediatamente para o que o professor quer. É reduzir a informação ea instrução aos “currículos”, em vez de responder à demanda da criança estimulando seu esforço pessoal na direção da busca e de apoiar sua energia no sentido de ela mesma fazer, depois que lhe são indicados os meios. (Trecho retirado da obra “Solidão”)
I. ( 9 ) São aquelas em que, por exemplo, o responsável proíbe a criança de comer alguma coisa. “Eu proibí você de comer isso”. “Mas por que?”. “Porque eu mandei”. Vê-se isso o tempo todo. E o responsável castiga a criança porque ela comeu o bombom que ele tinha mandado não comer; por coisas completamente idiotas nas quais o responsável põe seu interesse. Ao passo que, se a criança desobedecer e de fato ficar doente, o responsável pode dizer: “Pois você está vendo meu querido? Foi por isso que eu proibí de você comer todo aquele bombom, porque você pode ter essa dor de barriga. Agora você ja sabe!”. Ainda outro exemplo, quando a criança morde outra criança e o responsável pela criança
a morde para mostrar como é ser mordido. O que se ensina é a lei da selva, é que há
alguém que morde melhor ainda que ele. Portanto: “Quanto mais eu crescer, mais forte ficarei para morder o meu vizinho”. Ou quando o responsável pela criança dá umas palmadas porque a criança bateu em outra criança. Quando o essencial nestas situações é justamente uma educação arraigada numa filiação simbólica, dada pelo exemplo de adultos que dominam suas pulsões sem agredir, humilhar ou usar de sua força física sobre a criança que tem pulsões (morder e bater) ainda não dominadas. É muito importante! Os educadores devem dar a castração pela palavra, dizendo: “Não, não é possível fazer assim!”. O que o adulto deve significar é que ser adulto não é ter sempre razão nem ser o mais forte, é ser mestre de suas pulsões. E se ele nem sempre consegue isso, mostrar
então que nisso ele não é modelo, e que a criança não deve imitá-lo em seus defeitos, que ela percebe e tem o direito de criticar. (Trecho retirado da obra “Solidão”)
J. ( 10 ) Por volta dos sete anos, a masturbação não basta mais, porque houve uma desaceleração das pulsões sexuais pré-genitais: o corpo cresce, e a região genital torna-se muito pequena em relação ao corpo total nesse momento. É aí que tem origem toda a criação cultural. É o reino da tecnologia, da astúcia, da inteligênciaaplicada a tudo, época em que se aceitam e mesmo se desejam os jogos com regras, leis, jogos da vida onde há proibições, onde há possibilidades de ganhar, de perder, e onde se vê que “essa é a vida social”. A criança é dominada pela necessidade de chegar a ter um lugar na vida social, o que é frustrado quando os pais a retem demais, quando são filhos únicos que ficam sozinhos demais; precisam de outras crianças naquele momento. Tem muitos interesses culturais, que são deslocados de todas as pulsões para aquisições culturais da sociedade em que a criança deseja promover-se. (Trecho retirado da obra “Solidão”)
Escolha:
a. (x ) 1 – 4 – 2 – 3 – 5 – 6 – 7 – 8 – 9 – 10 b. ( ) 1 – 4 – 2 – 6 – 5 – 3 – 7 – 8 – 9 – 10 c. ( ) 1 – 5 – 2 – 6 – 4 – 3 – 7 – 8 – 9 – 10 d. ( ) Nenhuma das alternativas
5ª QUESTÃO
Analise as seguintes afirmativas:
a. F. Dolto aborda uma das fases do desenvolvimento libidinal, o estágio anal, quando a criança, por volta dos dois anos e meio, começa a perceber seu autodomínio muscular. É um período em que a criança fala muito, grita, corre, salta, deseja fazer tudo sozinha e evita ser ajudada pelo adulto. No entanto, esse desejo de autonomia não é contínuo, mas intercalado por momentos de passividade e de pedidos de ajuda ao adulto. E muitas vezes o adulto, que não está atento a este processo descontínuo, entende o pedido de ajuda
como um capricho. Avaliando a criança a partir de sua lógica, pronuncia palavras com ironia que ferem a sensibilidade da criança: "Para que você quer agora minha ajuda? Você não disse outro dia que já é grande e sabe fazer tudo sozinho(a)?" A criança, que nessa faixa etária não tem noção precisa de tempo - mal sabe distinguir ontem de hoje, e muito menos o que é (ou foi) outro dia -, entende que seu pedido (e sua vontade de autonomia) desgostou o adulto provedor, aquele a quem ela procura agradar a qualquer
custo, mesmo que de uma forma incompreensível para a lógica desse mesmo adulto.
b. Segundo M. Klein, distúrbios mais acentuados nos hábitos de alimentação e, acima de tudo, manifestações de ansiedade, seja na forma de terrores noturnos seja como, fobias, enurese, tiques não são em geral reconhecidos como sintomas de manifestações neuróticas que mereçam atenção.
c. De acordo com F. Dolto, as crianças submetidas a um treinamento esfincteriano precoce não apresentam desembaraço nem graça em seus movimentos. São apáticas ou instáveis e não dão demonstração de nenhuma destreza acrobática ou manual delicada. Falam mal e têm um vocabulário pobre; silenciosas ou choronas, desajeitadas em tudo, caracterizam-se até mesmo por uma ausência de modulação da voz e por uma inexpressividade mímica relativa do rosto. São uma espécie de robôs cujas mães mostram-se às vezes encantadas, manipulando-as pelo gesto e pela voz, sem terem intercâmbios com elas, e cujo desenvolvimento posterior permanece problemático, pois apresentam um retardo simultâneo do desenvolvimento afetivo, da fala e psicomotor.
d. Uma tendencia a reclamações nas crianças e um hábito de cair e bater ou machucar-se, para M. Klein, devem ser vistos como expressões de medos e sentimentos de culpa vários. A analise de crianças convenceu-a de que esses acidentes recorrentes menores — e por vezes alguns mais sérios — são substitutos de danos auto-infligidos de um tipo
mais grave e representam tentativas suicidas através de meios insuficientes. Com muitas crianças, em especial meninos, uma excessiva sensibilidade à dor é muitas vezes substituída desde muito cedo por uma exagerada indiferença a ela, porém essa indiferença é apenas uma defesa elaborada contra a ansiedade, bem como uma modificação desta.
e. Segundo F. Dolto, a timidez é o sentimento de impotência diante do novo que deve ser assumido e da projeção da agressividade, agressividade defensiva contra quem poderia rejeitar. O medo de ser rejeitado é projetado sobre os outros, a priori, e não se ousa abordá-los. Assim, o adolescente fica acantoado em seu próprio corpo, em vez de
procurar outra pessoa com quem possa trocar impressões novas, que ele tenha em relação à perscrutação de seu desejo, em todos os níveis, e não só no genital […] a timidez o obriga a ficar no interior da própria família. E, como há perigo de incesto o tempo todo, o adolescente fecha-se em si mesmo, no interior de seu próprio corpo, em seu quarto (se tiver um cantinho seu), e deixa até de estar presente no aposento comum da família.
f. O interesse principal de D. Winnicott foi a vida dos recém-nascidos, dos bebês, e para os distúrbios cuja etiologia era anterior à fase edipiana. Por certo, já existiam os trabalhos de M. Klein, autora que D. Winnicott considerava haver contribuído decisivamente para
o estudo da vida dos bebês e para o campo da psicopatologia. Mas ele se situava em rompimento com alguns aspectos da concepção kleiniana, em particular com a falta de ma verdadeira consideração da influência do ambiente no ser psíquico. O estudo da influência ambiente levouWinnicott a ampliar o campo de reflexão e de aplicação da psicanálise.
g. A fase de latência, de acordo com F. Dolto, é a mais negligenciada nas sociedades atuais, embora seja dela que dependerá a maneira como o adolescente, depois da puberdade, se orientará em suas atividades. A educação nacional está inteiramente centrada nos currículos e na regressão das iniciativas, e as escolas são “depósitos”de
crianças. Em tudo que diz respeito a atividades, a iniciativa fica apenas com os pais, conquanto o trabalho não lhes deixe livre o tempo necessário para cuidar dos filhos, que eles deixam “em pousio”, os mais ansiosos impondo horas de cadeira diante dos deveres, os mais tolerantes dando permissão para a rua ou a televisão, mas a maioria esperando destes “estudos” notas de aulas e deveres, cujo conteúdo não os interessa. E, se os pais têm conhecimento do interesse do filho, é para deixar para “mais tarde”a liberdade de a ele se dedicarem, e na maioria das vezes desencorajando-os antecipadamente. “Primeiro você precisa estudar e se formar, pois isso é o mais importante!”. E assim passa o tempo que nunca mais vai voltar … no despreparo para a vida.
h. D. Winnicott passou do estudo dos conflitos intrapisíquicos para o estudo dos conflitos interpsíquicos, das distroções psíquicas provocadas por um ambiente patogênico. Esse estudo levou-o a considerar a técnica analítica clássica. Winnicott propôs uma nova técnica terapêutica, concernente aos pacientes que, em sua primeira infância, haviam deparado com um ambiente que fracassara na adaptação a suas necessidades. Em conclusão, poderíamos afirmar que o princípio que norteou o conjunto dos trabalhos de Winnicott foi a necessidade de criar um ambiente novo adaptado a cada paciente.
Estão corretas:
a. ( ) Todas as afirmativas.
b. ( ) Somente as afirmativas A, B, C, D, E, F e H c. ( x ) Somente as afirmativas A, C, D, E, F, G e H d. ( ) Nenhuma das afirmativas

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