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www.cers.com.br DELEGADO DA POLÍCIA CIVIL - 2015 Direito Administrativo Romoaldo Goulart 1 DIREITO ADMINISTRATIVO: Estado, governo e administração pública: conceitos, elementos, poderes, natureza, fins e princípios. Estado Há vários conceitos relacionados ao Estado, prevalece a ideia de que é uma forma organizacional cujo significado é de natureza política. Na linguagem internacional, quando se fala em Estado está de fazendo referência ao País, por exemplo, O Estado Brasileiro. Elementos do Estado Quanto a estes, podemos lembrar-nos de nossa época colegial em que estudávamos povo, território e soberania, esses são os elementos do Estado. Poderes do Estado Vem da ideia de Montesquieu em que os Poderes do estado são: Poder executivo, Legislativo e o Judiciário. Outro importante fundamento é o Princípio da Separação dos Poderes, presente no art. 2º da CF/88. Em tempos passados, o rei concentrava os poderes executivo, legislativo e judiciário. Ou seja, criava as normas, administrava o Estado e exercia a jurisdição. A história das sociedades revela que houve muitos momentos em que a sociedade pleiteou mudanças nessa situação despótica. Assim, no século XVIII, o chamado século das luzes, formou-se um movimento chamado de Constitucionalismo, encabeçado pela burguesia, que visava limitar o poder do rei, já que o rei era absoluto. Nessa época, Montesquieu, aperfeiçoando os ensinamentos de Aristóteles, reafirma que o poder não deve se concentrar nas mãos do Rei. Afirma que deve haver uma separação dos poderes, que não devem se concentrar na mão de uma só pessoa, pois isso gera excesso, arbitrariedade. A ideia que haja pessoas diferentes concentrando cada poder e que uma fiscalize a outra, a ideia de freios e contrapesos, assim quando um poder se excede, os outros o trazem para uma situação de harmonia, de regularidade. De forma que essa separação na nossa constituição foi estabelecida no Art. 2º, que diz que os poderes são independentes e harmônicos entre si. Essa independência se perfaz com a ideia da harmonia, que essa separação não é absoluta, mas sim relativa, porque essa harmonia é justamente a ideia da fiscalização que um poder exerce sobre o outro poder. De maneira específica, afirma-se que a separação de poderes tratada na constituição brasileira é uma separação relativa. Em vários momentos, a CF permite que um poder possa controlar o outro poder, para evitar excessos. Pode um poder fiscalizar outro poder, desde que haja previsão expressa na constituição federal. Situações previstas pelo poder constituinte originário. Uma vez que separação de poderes também é cláusula pétrea, conforma art. 60, § IV, bem como as formas de controle. Natureza jurídica do Estado – Pessoa Jurídica de Direito Público Fins do Estado – art. 3° da CF/88 Princípios Trata-se de conjunto de padrões de conduta presentes de forma explícita ou implícita. Verifica-se como norma geral a ser seguida. Quando se fala em Princípios, temos Constitucionais, Legais, tanto implícitos como expressos. Os arts. 1º ao 4º da Constituição, englobam os princípios fundamentais da Carta Magna. Estão os Princípios não apenas arrolados nesses artigos, mas estão espalhados pela Constituição. Inclusive, há princípios implícitos, que não estão expressos na constituição. De início, quando se fala em República Federativa do Brasil, já há aí dois princípios gerais muito importantes. Assim, a expressão república vem do latim, res publica, a coisa é pública, a coisa é do povo. Trata-se de forma de www.cers.com.br DELEGADO DA POLÍCIA CIVIL - 2015 Direito Administrativo Romoaldo Goulart 2 governo, é a relação entre governantes e governados. Já a relação entre o executivo e o legislativo é o que chamamos de sistema de governo. Então a relação do executivo com seu parlamento, essa relação é ora com mais ou menos dependência. Às vezes a dependência de um para o outro é tão intensa que um poder pode destituir, em tese, o outro com uma mera “canetada”. No Brasil adota-se o presidencialismo. A forma de Estado diz respeito à possibilidade de repartição interna de poder político. Então aquela ideia que a gente coloca que no Brasil, o presidente não comanda sozinho, há governadores e prefeitos. Na federação, há a união de países ou possíveis países que abrem mão da condição de ser país para o que o país seja apenas um, um poder central, a federação. Faz-se, na verdade, um pacto pela existência da federação, denominado comumente de pacto federativo. Então, considerando os elementos mínimos do Estado, quais sejam o povo, o território e a soberania. Abre-se mão da soberania, mas conserva-se a autonomia política financeira e administrativa. A autonomia política refere-se a alguns atos importantes, como a escolha de seus governantes. Por exemplo, tomando por base a hipótese de haver território federal no Brasil, não possui este autonomia política, uma vez que compete ao presidente a escolha de seu governante. Mais um aspecto da autonomia política é a capacidade para legislar, autonomia para instituir tributos e etc. A autonomia financeira diz respeito à capacidade de aplicar em seus territórios os recursos arrecadados. A autonomia administrativa diz respeito à autogestão de cada ente federativo. Ou seja, à república federativa coube a soberania. Aos Estados, Municípios e União, coube a autonomia político- financeira e administrativa. Não se confundem a República Federativa do Brasil com a União, uma vez que a primeira é pessoa jurídica de direito público externo, relação internacional e a segunda, pessoa jurídica de direito público interno, que tem em comum o mesmo chefe, o presidente, uma particularidade do presidencialismo brasileiro. O Presidente é chefe de Estado e chefe de Governo. Assim, para atos de natureza internacional, ele é chefe de Estado, para atos internos, ele é chefe de governo. Ex. Cabe ao Presidente celebrar tratados internacionais, Art. 84, VIII, CF/88. Trata-se de atuação como chefe de Estado. Assim, os entes federados firmaram um pacto pela Federação. Segundo Art. 1º da Constituição Federal, essa união, esse pacto é indissolúvel. Princípio da Indissolubilidade do Pacto Federativo. Na Federação, não se permite a secessão. A ideia da federação não se confunde com a ideia da confederação, já que a última é a união de países em torno de objetivos comuns sem abrir mão da soberania, sem perder sua condição de país. Assim, na confederação permite-se a secessão. O poder constituinte originário fez a previsão no art. 60, § 4º, I, como cláusula pétrea. O regime de governo, por quem efetivamente vai se dar o gerenciamento do país. No Brasil tem-se a democracia, ou seja, governo popular. O art. 14 da CF já estabelece essa ideia. Quando se fala em democracia brasileira, tem-se uma democracia semidireta, a maioria dos atos são exercidos pelos representantes do povo, porém há a possibilidade de o povo diretamente se manifestar, como por exemplo, a ação de iniciativa popular, o referendo e etc. Assim, nossa democracia é semidireta, representativa e pluralista, pluralidade de ideias, dentro do princípio do possível, as ideias estarão representadas. Por exemplo, a representação nas casas do congresso é proporcional aos partidos políticos ali atuantes. O art. 89 da CF fala sobre o Conselho da República, é órgão de consulta do Presidente da República. Dentre os membros do Conselho, há, por exemplo, representante da maioria nas casas do Congresso Nacional, bem como o líder da minoria. Assim, afirma-se, no citado Art. 1º, que a República Federativa é formadano Estado www.cers.com.br DELEGADO DA POLÍCIA CIVIL - 2015 Direito Administrativo Romoaldo Goulart 3 Democrático de Direito. Estado democrático, governo popular. Estado de Direito, estado regido por normas, Estado em que a autoridade máxima não é uma autoridade concreta, mas abstrata, qual seja, a própria lei. Todos devem obediência às leis. Assim, o Brasil é um Estado regido por normas, elaboradas com a participação popular. Os Princípios Fundamentos do Estado Democrático de Direito, Art. 1º. São princípios Estáticos da Constituição. Diferentemente dos chamados princípios objetivos, presentes no art. 3º da CF/88, no sentido de metas a serem alcançadas. Outro importante fundamento é o Princípio da Separação dos Poderes, presente no art. 2º da CF/88. Em tempos passados, o rei concentrava os poderes executivo, legislativo e judiciário. Ou seja, criava as normas, administrava o Estado e exercia a jurisdição. A história das sociedades revela que houve muitos momentos em que a sociedade pleiteou mudanças nessa situação despótica. Assim, no século XVIII, o chamado século das luzes, formou-se um movimento chamado de Constitucionalismo, encabeçado pela burguesia, que visava limitar o poder do rei, já que o rei era absoluto. Nessa época, Montesquieu, aperfeiçoando os ensinamentos de Aristóteles, reafirma que o poder não deve se concentrar nas mãos do Rei. Afirma que deve haver uma separação dos poderes, que não devem se concentrar na mão de uma só pessoa, pois isso gera excesso, arbitrariedade. A ideia que haja pessoas diferentes concentrando cada poder e que uma fiscalize a outra, a ideia de freios e contrapesos. Assim, quando um poder se excede, os outros o trazem para uma situação de harmonia, de regularidade. De forma que essa separação na nossa constituição foi estabelecida no Art. 2º, que diz que os poderes são independentes e harmônicos entre si. Essa independência se perfaz com a ideia da harmonia, que essa separação não é absoluta, mas sim relativa, porque essa harmonia é justamente a ideia da fiscalização que um poder exerce sobre o outro poder. De maneira específica, afirma-se que a separação de poderes tratada na constituição brasileira é uma separação relativa. Em vários momentos, a CF permite que um poder possa controlar o outro poder, para evitar excessos. Pode um poder fiscalizar outro poder, desde que haja previsão expressa na constituição federal. Situações previstas pelo poder constituinte originário. Uma vez que separação de poderes também é cláusula pétrea, conforma art. 60, § IV, bem como as formas de controle. Esse foi um problema quando surgiu a emenda 45, quando esta trouxe uma nova forma de controle, ao criar o CNJ, já que o CNJ é composto por pessoas que não fazem parte do judiciário, de acordo com artigo 103-B, CF/88. Na Constituição há várias formas de controle de um poder por outro. Isso deixa claro que a separação dos poderes é relativa e não absoluta. Têm os três poderes, executivo, legislativo e judiciário. Por exemplo, os membros do STF, órgão de cúpula do judiciário são escolhidos pelo Presidente da República, que tem essa escolha aprovada pelo Senado Federal (art. 101, pú, CF/88). Por sua vez, se o Presidente comete crime de responsabilidade, o foro competente para julgamento é o Senado Federal, Art. 52 da CF/88, se um Senador cometer um crime comum, quem julgará é o STF, Art. 102, CF/88. As contas do STF, ainda, são julgadas pelo Tribunal de Contas da União, órgão auxiliar do Poder Legislativo. Já as contas do Presidente da República, essas são julgadas pelo congresso nacional, Art. 49, IX, porém as contas referidas serão apreciadas, ou seja, emissão de um parecer, pelo TCU, Art. 71, I. Observação deve ser feita com relação ao Art. 31, § 2º, que trata da emissão de parecer pelo Tribunal de Contas do Estado ou do Município, em relação às contas do prefeito. Esse parecer só poderá ser rejeitado pelo voto de 2/3 da casa respectiva. www.cers.com.br DELEGADO DA POLÍCIA CIVIL - 2015 Direito Administrativo Romoaldo Goulart 4 Em relação aos chefes do executivo estadual e federal, aplica-se o quórum geral, Art. 47, CF/88, que diz que as deliberações do Congresso Nacional, suas casas e comissões, serão tomadas, em regra, serão tomadas pela maioria relativa, estando presente a maioria absoluta. Maioria absoluta, mais da metade do todo; maioria relativa, maioria dos presentes. Compete, ainda, tomar as contas do Presidente da República à Câmara dos Deputados, conforme Art. 51, II, CF/88. Trata-se de procedimento apuratório investigativo, em relações as ditas contas, quando o Presidente não apresentar voluntariamente suas contas sessenta dias a contar da abertura da sessão legislativa, como regra, o funcionamento ordinário do Congresso nacional, 02 de fevereiro, ou primeiro dia útil subsequente. Compete sustar o ato do presidente que exorbita a seu poder regulamentar, ao Congresso Nacional, Art. 49, V, CF/88. Em relação às Funções dos Poderes. Existem as funções típicas e atípicas de cada poder. Não há exclusividade de função, o que há é a predominância da função. Assim, o judiciário predominantemente vai julgar, mas também vai administrar e legislar. O art. 4º da CF/88 dispõe sobre os princípios da relação internacional. São normas gerais que o Brasil deverá tomar quando das suas relações internacionais. Art. 4º A República Federativa do Brasil rege-se nas suas relações internacionais pelos seguintes princípios: I - independência nacional; II - prevalência dos direitos humanos; III - autodeterminação dos povos; IV - não intervenção; V - igualdade entre os Estados; VI - defesa da paz; VII - solução pacífica dos conflitos; VIII - repúdio ao terrorismo e ao racismo; IX - cooperação entre os povos para o progresso da humanidade; X - concessão de asilo político. Como visto, quanto ao parágrafo único deste artigo, na hipótese de aplicação desse artigo, o Brasil tende a uma confederação, uma vez que não se abre mão da soberania. Veja-se: Parágrafo único. A República Federativa do Brasil buscará a integração econômica, política, social e cultural dos povos da América Latina, visando à formação de uma comunidade latino-americana de nações. Governo Conforme aponta Rodolfo Alves Pena, O Estado é formado pelo conjunto de instituições públicas que representam, organizam e atendem (ao menos em tese) os anseios da população que habita o seu território. Entre essas instituições, podemos citar o governo, as escolas, as prisões, os hospitais públicos, o exército, dentre outras. Em sendo assim, o governo é apenas uma das instituições que compõem o Estado, com a função de administrá-lo. Administração Pública É a atividade desenvolvida pelo Estado ou seus delegados, sob o regime de Direito Público, destinada a atender de modo direto e imediato, necessidades concretas da coletividade.
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