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UURRGGÊÊNNCCIIAASS EEMM OOTTOORRRRIINNOOLLAARRIINNGGOOLLOOGGIIAA 1-) Crise Vertiginosa: É caracterizada por uma perda súbita do equilíbrio. Existem várias formas de tonturas e não devemos taxar todas de labirintite (que se refere apenas a tontura decorrente do mau funcionamento do sistema vestibular periférico). Devemos explicar ao paciente que ele está com um distúrbio do equilíbrio que será investigado no ambulatório. O equilíbrio depende do sistema central (SNC) e dos sistemas periféricos (olhos, labirintos e propriocepcção). Qualquer alteração nestes sistemas (mal interpretação ou supervalorização do estímulo no sistema central ou alteração no sistema periférico) causa alteração do equilíbrio. Assim, nos pacientes com crises vertiginosas, podemos ter causas centrais, periféricas (labirínticas) ou mistas. O objetivo no PS é tratar a crise súbita, sem se importar muito com a origem do problema. Assim, na Hipótese Diagnóstica do prontuário, devemos colocar: Distúrbio de Equilíbrio a/e. -Quadro Clínico do Problema Vestibular Periférico (Labiríntico)- Sensação de rotação ou mareio (vertigem rotatória): não induzir a resposta do paciente! Vertigens de outro tipo (perda do chão, cabeça zonza ou perda de instabilidade normalmente não são de problemas vestibulares). Zumbido: pois afeta a cóclea também Hipoacusia Náuseas, vômitos e sudorese (reflexo vagal). Plenitude auricular A idade pode ser variável Nistagmo (o sinal mais típico do quadro labiríntico): pode ser horizontal ou horizonto-rotatório. Avaliar todos os nervos cranianos! Normalmente não há alteração dos outros pares! Alteração harmônica dos testes de equilíbrio (cai/ desvia sempre para o mesmo lado; o lado lesado). O movimento lento dos olhos acompanha o lado lesado e o componente rápido do nistagmo vai para o lado contrário. Nos quadros centrais há desequilíbrio ou instabilidade sem rotações, sinais de reflexo vagal ou zumbido. Quando houver forte cefaléia e zumbido, pensar em crise hipertensiva. Quando há tontura sem outras alterações no exame físico ou laboratoriais (pincipalmente glicemia), pensar em somatização ou privação de sono ou muito estresse físico. -Causas de Vertigem- Cinetose: alteração central devido à movimetnos (movimentos circulares, ler no carro, movimento rítmico de barcos e aviões). Inflamação: problema periférico. Pode ser viral ou bacteriana. A bacteriana causa a otite média aguda. Trauma: TCE e barotrauma (central e periférica) Cardiovascular: HAS, embolia e hipotensão (central e periférica) Metabólica: hipoglicemia, hiperglicemia e problemas da tireóide (central e periférica) Efeito colateral de medicamentos: podem ser causados por depressores ou estimulantes do SNC. Lembrar principalmente dos remédios de inibição do apetite, como a sibutramina, que estimulam o SNC, causando insônia e alterações emocionais, além de crises vertiginosas. Corticóides causam cirses vertiginosas, psicoses e alteram o humor. Mudança brusca de doses medicamentos, principalmente para HAS e DM, também podem ocasionar. (Central). Neoplasia: Neurinoma do Acústico (Schanoma do VIII par). Só é diagnosticado com a RNM. (Periférico) Doenças autoimunes ou degenerativas (Ex: Esclerose Múltipla) (Central). Doenças sistêmicas: causam alteração periférica por sofrimento do labirinto. Ex: HAS e DM. -Anamnese- Perguntar como começaram os sintomas e se já houve episódios anteriores, se houve algum fator desencadeante, se houve melhora ou piora da tontura desde que o quadro se instalou e se o paciente relaciona a crise com algum fato recente (infecção de VAS, crises de nervosismo, insônia, início de medicamentos novos, mudança de doses, etc). Perguntar também das doenças pré-existentes. Questionar o quanto esta crise altera as atividades do dia a dia (consegue dirigir? Consegue realizar tarefas de casa e do trabalho?) pois pode mostrar a gravidade do processo. Queixas crônicas e intermitentes podem demonstrar uma causa intermitente: lembrar sempre da Esclerose Múltipla! As outras doenças crônicas normalmente possuem sintomas progressivos e não intermitentes. -Tratamento- Repouso até melhora da limitação física, dieta fracionada (evitando estimulantes e depressores do SNC) e sono adequado. Medicamentos que podem ser utilizados no PS: Dimenidrato (Dramin): IV, IM ou VO se necessário. Mandar para casa com Flunarizina (Vertix; Flunarin) 1 cp ao dia ou Cinarizina (Antigeron; Stugeron) 25mg 3X ao dia (ou 75mg 1X ao dia) até reavaliação. Evitar estes dois em pacientes com AVC, alteração do SNC, depressão, cardiopatias e durante a amamentação. Sempre procurar ficar só no Dramin. Evitar usar cinarizina e flunarizina em pacientes psiquiátricos. Nestes pacientes a sonolênica, principal efeito colateral do dimenidrato, pode ajudar a acalmá-los. Explicar para o paciente que o dimenidrato vai aliviar os sintomas e não tratar a causa! Por isso deve ser encaminhado para um otorrino, que irá avaliar se a causa é central ou periférica. -Dimenidrato (Dramin)- Dose: Cada comprimido possui 100mg de dimenidrato e cada 5mL da solução possui 12,5 mg. Reações Adversas: sonolência, tonturas, turvação visual, xerostomia, retenção urinária, nervosismo e cefaléias. Mecanismo de Ação: ainda não está bem estabelecido, mas causa uma depressão na função labiríntica hiperestimulada. Contra indicações: crianças menores de 12 anos não podem tomar o comprimido e menores de 2 anos não podem tomar a solução também (devido a dose). Posologia: o Maiores de 12 anos: meio a um comprimido (50 -100mg) a cada 4-6 horas, não excedendo 4 comprimidos em 24 horas. Superdose: sonolência. Pode ocorrer coma, depressão respiratória e convulsões. -Cinarizina (Antigeron;Stugeron)- Dose: comprimidos de 25 ou 75mg Reações Adversas: sonolência e desconforto abdominal. Tratamento prolongado pode causar aumento de peso. Em idosos pode causar parkinsonismo e depressão. Contra indicações: hipersensibilidade ao medicamento. Nos pacientes com Doença de Parkinson o medicamento deve ser utilizado apenas quando os benefícios forem maiores. Mecanismo de Ação: bloqueia os canais de cálcio, causando relaxamento da musculatura lisa e inibe a estimulação do sistema vestibular. -Flunarizina (Vertix; Flunarin)- Dose: 1 cp contém 10mg de flunarizina. 2-) Surdez Súbita: Definida como a perda da audição em minutos, horas ou dias, unilateral ou bilateral. Normalmente é unilateral. É causada por alguma alteração aguda da cóclea (distúrbios metabólicos ou vasculares principalmente) que causa sofrimento das células ciliadas do órgão de Corti. -Causas- Inflamação, HAS, neoplasia, problema vascular e trauma acústico. -Quadro Clínico- Perda súbita da audição, zumbido, distorção do som e sem a presença de autofonia (eco no ouvido, ouvir a própria voz. A presença de autofonia significa integridade do labirinto ósseo, fato que não ocorre aqui! Autofonia está rpesente em problemas de condução, como em obstrução tubárea, mergulho, etc). -Tratamento- Repouso auditivo até melhora da audição (pode ser usado algodões) Eliminar a causa, se esta for conhecida. Corticóides Sistêmicos: Predinisona (Meticorten) 1mg/Kg/dia no máximo 60mg/dia até a avaliação audiométrica. Vasodilatadores: Pentoxifilina (Trental), EV ou VO, 400 mg 3X ao dia até melhora auditiva. Inalação de Carbogênio CO2 10% 4X ao dia Usar antivirais como o Aciclovir (Zorivax) apenas se houver quadro viral associado. 3-) Paralisia Facial Periférica:-Definição e Etiologia- Ocorre por lesão do tronco do nervo facial, causada por otite média aguda, IVAS virais, herpes, tumor de parótida (se paralisou sempre é maligno), vascular (comprimindo o nervo), metabólica (principalmente hiperglicemia), trauma com fratura do osso temporal e idiopática (Paralisia de Bell, que hoje associa-se provavelmente com infecção viral/ é a causa mais comum de paralisia facial periférica). Lesão viral tem pior prognóstico, pois inflama muito o nervo, porém, em geral, cerca de 80-90% dos pacientes se recuperam sem nenhum tratamento. -Quadro Clínico- Composto por uma alteração completa da mímica facial ipsilateral à lesão. Pode cursar com olho seco ou lacrimejamento excessivo (devido à lesão do nervo petroso), alteração da gustação (nervo corda do tímpano), hiperacusia ou algiacusia (nervo estapédio) ou hipoacusia, vertigem, dor (não é comum, só se haver lesão de pele associada) e abaulamento da parótida. Quando há associação de paralisia facial periférica com vesículas no pavilhão ou na orelha temos a Síndrome de Runsay-Hunt, uma infecção pelo VZV. -Tratamento- Deve se proteger os olhos com lágrimas artificiais, pomadas noturnas (Epitesan cloranfenicol com cicatrizador) e oclusão ocular (para não causar ceratite, que causa úlcera de córnea leva a cegueira). Administra-se Prenidisona 1mg/Kg/dia por no mínimo 7 dias e o Aciclovir, além de ensinar o paciente a fazer fisioterapia facial (que é duvidosa no início!). O paciente deve ter controle semanal com o otorrinolaringologista. Casos de etiologias especificas (como tumores ou vascular) devem ser tratados com descompressão cirúrgica. 4-) Obstrução Aguda de Vias Aéreas Superiores: -Introdução e Etiologia- É uma entidade que normalmente atinge crianças, levando-as rapidamente para o pronto socorro. As 4 principais causas são a laringite aguda (viral ou bacteriana), epiglotite aguda (normalmente ocorre por H. influenzae), adenoidite aguda e amigdalite aguda. Podemos ver portanto que são vários os locais que podem se obstruir. -Quadro Clínico- Depende do local da obstrução: Rinofaringe e Orofaringe: dispnéia e roncos (ocorre por edema a passagem do ar faz reverberizar as estruturas moles edemaciadas) Laringe: dispnéia (as vezes mais com taquipnéia, as vezes mais com tiragens), estridor e disfonia Epiglotite e Amigdalite: dispnéia, disfagia e odinofagia Assim, vemos que podemos fazer o diagnóstico do local da obstrução apenas pelo exame clínico, sem outros exames mais especializados. -Diagnóstico- Principalmente pela história e pelo exame físico, porém sempre devemos lembrar de pedir um Rx de partes moles (rino e hipofaringe) para observar o grau da obstrução. A endoscopia pode ser utilizada apenas após o tratamento inicial (mas raramente será necessária). -Tratamento- Deixar a criança em decúbito elevado, evitar manipulação excessiva e umidificar o ar inalado. Pode ser usado inalação com vasoconstrictores nos casos de laringite (diminui o edema) e corticóides inalatórios (ex: beclometazona ou budesonida) associadas a sistêmicos. Antibiótico terapia deve ser usada somente nos casos onde há certeza de infecção bacteriana. Dificilmente será necessária uma entubação traqueal ou cirurgia. 5-) Mastoidite Aguda: -Introdução- O osso temporal é dividido em 3 partes: escamosa, petrosa e mastóidea (que fica cheia de seios). A mastoidite aguda é um processo inflamatório agudo no mucoperiósteo que reveste as células da porção esponjosa do osso temporal (a mastóide). A integridade desta região dependem de uma orelha média e uma tuba auditiva em bom funcionamento. Bloqueio inflamatório na ventilação e drenagem da tuba ou da orelha média são os geradores da mastoidite. Por isso sua forma mais comum ocorre por uma complicação de uma Otite Média Aguda. -Quadro Clínico, Diagnóstico e Tratamento- A mastoidite se manifesta com abaulamento doloroso retroauricular (o sulco retroauricular desaparece), edema, sinais flogísticos localizados e otorréia. No inicio do quadro pode ser confundida com uma adenopatia retroauricular (diagnóstico diferencial, assim como otite externa). O diagnóstico é clinico (história de OMA/ OMC) e pode ser pedido também TC de ossos temporais/ crânio. O tratamento é longo (mínimo de 20 dias), pois se trata de uma cavidade fechada. Deve ser usado antibióticos que cubram streptos, stafilos e moraxella, primariamente EV e depois VO. Associado a isso se usa corticóides. Uma grande maioria acaba indo para cirurgia de drenagem para evitar recidivas e complicações. -Complicações- As complicações da mastoidite incluem: abscesso cerebral, abscesso epidural, meningite, labirintite, anacusia e exteriorização para fora da pele. 6-) Epistaxe: -Introdução- Epistaxe é a perda sanguinea pelas narinas. Ocorre mais comumente em idosos hipertensos. Sua gênese envolve fatores intrínsecos e extrínsecos. Fatores Intrínsecos: ressecamento de mucosa (causa mais comum), trauma local, infecção, alterações vasculares, cirurgias e neoplasias. Fatores Extrínsecos: HAS e coagulopatia (hepatopatia, nefropatia, hematopatia, uso de anticoagulantes, etc) -Quadro Clínico- O sangramento pode ser uni ou bilateral (bilateral é mais comum em trauma) e anterior ou posterior. Normalmente o sangramento é anterior por acometimento do septo nasal (Área de Kisselbach) sangramento da parede lateral estão mais relacionadas com tumores. O sangramento pode ser tão intenso que o paciente pode entrar em choque hipovolêmico, tornando a epistaxe uma emergência, colocando a vida do paciente em risco. Porém, não há relação entre quantidade de sangramento e gravidade da doença/ doença de difícil controle. O TS comumente é normal (8-10 minutos). -Tratamento- O paciente e a vítima devem ser tranqüilizados, pois o sangramento nasal é algo que deixa-os muitos apavorados. Pedir ao paciente que assoe o nariz para identificar lado e tipo do sangramento (observar o paciente com a cabeça ereta e ver se o sangramento é só anterior. A primeira medida a se fazer é realizar uma compressão externa e inclinar a cabeça para frente. Hipovolemia, PA, coagulopatias e causas de base devem ser corrigidas. A coagulopatia é controlada no PS com transfusão de plasma fresco congelado. Se a compressão externa não for suficiente, partimos para o tamponamento anterior. Se este também não controlar o sangramento fazemos o tamponamento ântero- posterior (Sonda de Foley + algodão ou Gaze ancorada). O tamponamento anterior é feito com uma tira de gaze ou placa de algodão embebidos em lidocaína inseridos na narina sangrante. Durante no mínimo 3 dias o paciente continuará com medidas gerais, como analgésicos, antibióticos, repouso absoluto, decúbito elevado, hidratação e nebulização. 7-) Trauma Facial – Nariz e Terço Médio da Face: -Fraturas do Osso Nasal- A fratura nasal causa um alteração estética e funcional. Pode cursar com epistaxe ou hematoma septal (causando obstrução se epistaxe). A palpação pode demonstrar crepitação e a rinoscopia anterior um abaulamento septal (nos casos de hematoma). O Rx simples não é útil, pois não define conduta (principalmente em crianças, há aumento do estresse e perda da colaboração): se houver fraturas estas curarão sozinha. A grande maioria das vezes não há necessidade de intervenção! O tratamento é conservador com analgésicos ou AINEs. Porém, sempre que houver hematoma septal, este deverá ser drenado. -Fraturas de Le Fort- Le Fort I: mobilidade do palato Le Fort II: mobilidade namaxila Le Fort III: mobilidade de toda a face Estas fraturas cursam com edema facial e palpebral extenso, mobilidade do palato, epistaxe, alterações neurológicas e alterações oftalmológicas. Por isso sempre tenho que ver se o paciente está enxergando (hematoma formado pode comprimir o nervo óptico) e se consegue mexer os olhos. Podem cursar com sinusite por bloquear a drenagem nasossinusal. O exame de escolha nestes casos é a TC. O tratamento é cirúrgico, realizado pelos buco-maxilos ou plásticos. As principais complicações envolvidas nestes casos são: oclusão insatisfatória definitiva, deformidades estéticas, obstrução nasal, fístula liquórica, perda de visão, lesões do sistema lacrimal, anosmia e anestesia. 8-) Corpos Estranhos: -Introdução- Corpos estranhos são mais comuns em crianças. Eles podem ser colocados tanto na orelha, como no ouvido ou orofaringe. Os objetos colocados podem ser animados (bichos) ou inanimados. O diagnóstico frequentemente é um achado de exame físico. Quando vamos tentar retirá-los no PS e não encaminhá-los diretamente para um otorrino? Quando há piora da situação, trauma local, estresse do paciente e necessidade de anestesia. -Nariz- Corpos estranhos colocados no nariz cursam com infecção: a criança pode colocá-los na cavidade nasal e não falar nada. Dias depois começa a haver apodrecimento e se exala cheiro ruim Coriza de apenas um lado + Halitose sempre deve ter corpo estranho como diagnóstico diferencial. -Orelha- Corpos na orelha não podem ser irrigados, pois se for algo que possa deteriorar causará infecção! Se for um objeto sem esta característica, irriga-se com água morna e tenta-se tirá-lo com uma pinça. -Orofaringe- Objetos na orofaringe podem ser, por exemplo, espinhas de peixe ou ossos. O paciente apresenta-se com sensação de algo parado na garganta (local da queixa indica a localização), disfagia, odinofagia, náuseas e sialorréia. Se o corpo estiver em local visível, como base da língua, tonsilas ou parede lateral, usa-se pinça para retirá-lo. Porém, se o paciente já tiver engolido, usa-se AINH e reavalia-se em 24 horas. 9-) Trauma de Orelha e Osso Temporal: -Introdução- As principais causas de trauma de orelha são manipulação (ex: com cotonete, grampo, etc). Barotrauma também é uma importante causa. TCE pode gerar lesão do osso temporal (parte da fratura de base de crânio), que também pode lesar a orelha e seus componentes. -Quadro Clínico- O quadro clínico é composto de hemotímpano (sangue na orelha média com membrana timpânica íntegra) ou otorragia (somente quando há ruptura da membrana timpânica), dor, hipoacusia de condução ou neurossensorial e vertigem. A presença de autofonia é um bom sinal, porque nos mostra que o labirinto está preservado! -Diagnóstico- O diagnóstico deve ser feito com uma boa otoscopia após limpeza do conduto; porém nestes casos a orelha nunca pode ser irrigada, pois se membrana estiver rota podemos causar uma infecção. Podemos também solicitar audiometria e TC de crânio para ver se há lesão intracraniana ou hematoma epidural. -Tratamento- Sempre que tivermos diante de um caso de hemotímpano ou otorragia devemos usar antibióticoterapia profilática com amoxicilina, pois o sangue acaba servindo como meio de cultura para germes e a porta de entrada para o crânio está aberta (microfissuras ou tromboses vasculares). Associado a isto devem ser usados analgésicos sistêmicos, antivertiginosos se necessário e curativo local se houver laceração da pele do conduto. O paciente deve ser observado no PS e encaminhado para seguimento com o neurologista e otorrino. Fratura de base de crânio associada com paralisia do VII par deve sempre tratada com descompressão cirúrgica. Conclusões: Epistaxe, obstrução aguda de VAS, mastoidite e trauma otológico são verdadeiras emergências e podem matar Corpos estranhos, trauma facial, trauma otológico, surdez súbita e paralisia facial podem deixar seqüelas Crise vertiginosa, surdez súbita e paralisia facial podem ser manifestações de patologias graves IINNTTRROODDUUÇÇÃÃOO AA LLAABBIIRRIINNTTOOLLOOGGIIAA Vertingens e Tonturas: Aproximadamente 10% da população mundial se queixam de vertigens e tonturas. Destes, 85% possuem uma disfunção labiríntica, que possui etiologias diversas: vascular, autoimune, metabólica, tumoral, etc. Os sintomas labirínticos podem trazer isolamento familiar e social, medo de sair de casa, medo de dirigir veículos, medo de tomar ônibus, limitação na vida doméstica, dificuldades no desempenho profissional e até mesmo depressão. O labirinto possui duas funções: a função auditiva e a função vestibular, relacionada com o equilíbrio. A seguir, serão abordados apenas aspectos relacionados com anatomia, fisiologia e patologia da parte vestibular do labirinto. AANNAATTOOMMIIAA DDOO LLAABBIIRRIINNTTOO VVEESSTTIIBBUULLAARR Introdução: -Orelha- A orelha pode ser dividida em: Orelha Externa: do pavilhão auditivo até a porção externa da MT. Orelha Média (Caixa Timpânica): ossículos da audição, porção interna da MT e entrada da Tuba auditiva. Orelha Interna: composta pelo labirinto, que é dividido em cóclea (mais anterior) e canais semicirculares (mais posterior). Eles ficam na eminência acuata (eminência que separa a fossa cerebral média da anterior), em uma região conhecida como rochedo (parte petrosa do osso temporal), o osso mais duro do corpo. Logo medialmente ao labirinto ósseo está o Meato Acústico Interno, por onde passam 4 nervos: N. Coclear N. Vestibular Superior N. Vestibular Inferior N. Facial -Labirinto- O labirinto ósseo possui internamente uma estrutura membranosa chamada de labirinto membranoso. Esta estrutura possui origem embriológica mista: Labirinto membranoso: ectoderma Labirinto ósseo e vasos: mesoderma O labirinto é dividido em 3 porções Anterior: constituído pela Cóclea e responsável pela função auditiva Posterior: é o aparelho vestibular, formado pelos Canais Semicirculares. Entre estes dois segmentos há uma pequena cavidade: o Vestíbulo Labirinto Ósseo (ou Perilinfático): O labirinto ósseo envolve o membranoso e são preenchidos por perilinfa (parecido com VEC rica em sódio). -Canais Semicirculares- Estão colocados posteriormente e superiormente ao vestíbulo. São em número de 3: o lateral (ou horizontal), o superior (ou sagital) e o posterior (ou frontal). Possuem duas extremidades: uma mais dilatada, a Extremidade Ampular, e uma extremidade Não-Ampular, que se abrem no vestíbulo. Na posição ortostática, os canais horizontais fazem um ângulo de 30 graus com o plano horizontal, os canais superiores fazem um ângulo de 55 graus com o plano sagital e os posteriores um ângulo de 45 graus com o plano sagital também, só que abertos para trás. O canal horizontal de um lado é sinérgico com o do lado oposto: ambos se dispõem no plano horizontal. O superior do lado direito faz par com o posterior do lado esquerdo e o superior esquerdo faz par com o posterior direito. -Cóclea- Estuda melhor na função coclear. Algumas características importantes de sua parte membranosa são colocadas mais adiante. -Vestíbulo Ósseo- Pequena cavidade colocada entre a cóclea e os canais semicirculares. Possuí formato ovóide e tem 6 faces. A face externa corresponde às janelas oval e redonda da parede interna (ou mesial) da caixa do tímpano. A parede interna corresponde ao fundo do meato acústico interno e da passagem aos 4 nervosjá citados. Nas paredes superiores e posterior desembocam as extremidades não-ampulares dos canais semicirculares. Labirinto Membranoso (ou Endolinfático): Os componentes do labirinto membranoso são: Ducto Coclear Canais comunicantes: o Ducto utricular e Ducto Sacular: se juntam para formar o Ducto Endolinfático o Reuniens de Hansen (une cóclea ao sáculo) o Ducto Endolinfático ou aqueduto vestibular (une utrículo e sáculo com o Saco Endolinfático, um espessamento da dura máter) o Ducto Perilinfático ou aqueduto coclear do labirinto ósseo (desemboca no espaço subaracnóideo) Ramos terminais do VIII par, que terminam no revestimento interno do sistema de ductos Os ductos endolinfático e perilinfático são importantes, pois drenam os líquidos. Há patologias que podem diminuir esta drenagem, aumentar a pressão dos líquidos e causar até ruptura das membranas, misturando os líquidos endo e perilinfáticos, o que causa distúrbios complexos. cápsula cápsula óticaótica canais semicircularescanais semicirculares cápsula cápsula óticaótica canais semicircularescanais semicirculares -Labirinto Anterior (Coclear)- No interior do canal espiral da cóclea aloja-se o ducto coclear, que é membranoso e se dispõem ao longo da borda livre da lâmina espiral. Ele descreve o mesmo número de voltas que o canal espiral. A lâmina espiral associada ao ducto coclear divide o canal espiral da cóclea em duas metades chamadas escalas ou rampas: Rampa anterior ou vestibular Rampa posterior ou timpânica Ambas as rampas se comunicam no vértice da cóclea em um orifício chamado helicotrema. O ducto coclear, ou escala média, apresenta, no corte transversal, um aspecto triangular, possuindo, portanto 3 faces: Anterior ou Membrana de Reissner Posterior ou Membrana Basilar: possui uma zona livre e uma zona estriada Externa ou Ligamento Espiral: espessamento do periósteo que possuí três saliências: o Crista de inserção da membrana de Reissner o Crista de inserção da membrana basilar o Entre ambas fica a proeminência do ligamento espiral Entre a proeminência do ligamento espiral e a crista de inserção da membrana de Reissner encontra-se a Estria Vascular, área muito vascularizada e fonte de origem da endolinfa. A estrutura histológica da estria vascular é muito semelhante à estrutura dos glomérulos renais. Assim, frequentemente substâncias ototóxicas são também nefrotóxicas. -Labirinto Posterior: Ductos Semicirculares- Formações membranosas contidas no interior dos canais semicirculares, possuindo a mesma conformação anatômica destes. Os orifícios ampulares e não- ampulares dos ductos semicirculares desembocam no utrículo, pequena bolsa que faz parte do labirinto membranoso. Existem 5 orifícios que se abrem no utrículo (e não 6 como se poderia imaginar).Isto ocorre pois as extremidades não-ampulares dos canais superiores e posteriores se juntam antes de atingir o vestíbulo (possuindo assim um orifício em comum). São revestidos internamente por um neuroepitélio altamente especializado que, ao nível da extremidade ampular, forma um conjunto de células de sustentação e de células ciliadas: é a Crista Ampular. Há dois tipos de cílios na crista: Estereocílios: cerca de 70 por célula. São finos e vão ficando menores à medida que se afastam do cinocílio. Cinocílio: apenas um por célula, calibroso e mais longo. Coloca-se perifericamente aos estereocílios. Os cílios ficam mergulhados em uma massa gelatinosa chamada Cúpula, que possui capacidade de se movimentar, dependendo da corrente de líquido que se forma. -Vestíbulo Membranoso- Representado por duas vesículas: uma maior e postero-superior chamada de Utrículo e uma menor e ântero-inferior chamada de Sáculo. O utrículo se abre nas extremidades dos canais semicirculares e o sáculo está ligado ao ducto coclear pela reuniens de Hensen. Do utrículo sai um ducto que irá se conectar a outro ducto, este, proveniente do sáculo. Existe, portanto uma comunicação entre o utrículo e o sáculo: é o Ducto Endolinfático, que termina no saco linfático. Sendo assim, vemos que todas as estruturas do labirinto membranoso (ductos semicirculares, sáculo, utrículo e ducto endolinfático) se comunicam. Eles formam assim o Sistema Endolinfático. Se as cristas ampulares dos CSC possuem a cúpula, a superfície interna do sáculo e do utrículo também é revestida por um epitélio especializado: é a Mácula, que contém filietes do nervo vestibular. Na mácula também temos células ciliadas (com cinocílios e esterecílios). Estas células estão imersas em uma geléia amorfa chamada Membrana Otolítica, que contém em seu interior os otólitos (ou estacônios) pequenas concreções de carbonato de cálcio. A pressão nos estacônios estimula as células ciliadas. Líquidos do Labirinto: As cavidades do labirinto membranoso são preenchidas pela endolinfa ou Humor de Scarpa que se assemelha aos líquidos intracelulares (rico em potássio e pobre em sódio). O espaço periótico (espaço entre o labirinto membranoso e ósseo) está preenchido pela perilinfa ou Humor de Cotugno que se assemelha aos líquidos extracelulares (pobre em potássio e rico em sódio). Irrigação do Labirinto: A microcirculação labiríntica assegura a homeostase da endolinfa e da perilinfa, além de suprir o metabolismo das células neurossensoriais. A artéria cerebelar Antero- inferior – AICA- (ramo da A. Basilar), emite como ramo a Artéria Labiríntica. A A. Labiríntica penetra no meato acústico interno com o VII e VIII nervos e se divide em dois ramos: artéria vestibular e artéria vestibulococlear. A A. vestibular irriga parte do sáculo, utrículo e os canais semicirculares. A A. vestibulococlear irriga 2/3 da espira basal da cóclea e grande parte do sáculo, utrículo, ducto semicircular posterior e parte dos ductos lateral e superior. A artéria coclear penetra pelo modíolo junto com as fibras do VIII nervo e irriga 2 espiras apicais da cóclea. Já a irrigação arterial do órgão de Corti e outros elementos do ducto coclear é feita por vasos da estria vascular e vasos espirais sob a membrana basilar. A drenagem venosa é feita pela veia auditiva interna, que emite 3 ramos com os mesmos nomes. Inervação do Labirinto: O labirinto é inervado pelo VIII par craniano que se divide em dois ramos principais: N. Vestibular: vestíbulo membranoso e ductos semicirculares N. Coclear: ducto coclear O Nervo vestibular se origina do gânglio vestibular de Scarpa e possuí dois ramos: Superior: inerva utrículo e ductos semicirculares superior e lateral Inferior: inerva sáculo e ducto semicircular posterior Ao atingir o bulbo, o nervo vestibular torna a se separar do coclear e se distribuí em quarto núcleos vestibulares (lateral, medial, superior e descendente), na porção lateral do assoalho do quarto ventrículo. Algumas fibras, porém dirigem-se diretamente ao cerebelo sem passarem pelo bulbo. No bulbo, dos núcleos medial e lateral, partem fibras que se integram ao fascículo longitudinal medial que se dividem em ascendentes (oculomotras) e descendentes (vestibuloespinhais). As fibras oculomotras se dirigem ao núcleo do abducente, sendo responsáveis pelo nistagmo horizontal. Do núcleo superior parte fibras que também atingem o fascículo longitudinal medial e terminam no nervo troclear e nervo oculomotor do mesmo lado, sendo responsáveis pelos nistagmos rotatórios e verticais. FFIISSIIOOLLOOGGIIAA DDOO LLAABBIIRRIINNTTOO VVEESSTTIIBBUULLAARR Introdução: O equilíbrio do corpo é mantido por 4 sistemas: 1. Vestibular2. Visual 3. Cerebelo 4. Proprioceptivo: dependente do tônus muscular e de receptores nos pés, tendões e articulações. O sistema vestibular é responsável pela manutenção do equilíbrio do corpo no espaço e pelas aferições sobre posições e movimentos da cabeça. Os ductos semicirculares exercem ação sobre o equilíbrio dinâmico do corpo em movimento e da aceleração angular (informam ao SNC que a pessoa está desequilibrada), enquanto o sáculo e o utrículo presidem a função da aceleração linear e do equilíbrio estático, que nos fornece a noção de posição da cabeça de do corpo no espaço. Fisiologia dos Ductos Semicirculares: Quando a cabeça subitamente começa a girar em qualquer direção (aceleração angular), a endolinfa (dentro dos ductos semicirculares) também adquire velocidade. Isto causa fluxo relativo do líquido nos ductos na direção oposta à rotação da cabeça. A corrente endolinfática formada desloca a cúpula. Assim, a posição de repouso dos cílios da crista ampular se modifica. Então, nos canais semicirculares laterais, há uma corrente de endolinfa que flui no sentido da ampola (ampulípeta), flexionando os estereocílios sobre o cinocílio, fazendo uma despolarização elétrica das células ciliadas com conseqüente estimulação das terminações nervosas vestibulares, que desencadeia movimentos reflexos do corpo e dos olhos para o lado da sensação subjetiva de vertigem. Já correntes endolinfáticas ampulífugas flexionam o cinocílio em direção aos estereocílios, acarretando hiperpolarização elétrica. Nos canais semicirculares superiores e posterior verifica-se o inverso. Assim, os canais semicirculares laterais atuam no plano horizontal e os canais semicirculares superiores e posteriores atuam no plano vertical e no plano anteroposterior. Fisiologia do Sáculo e do Utrículo: Responsáveis por fornecer a noção exata da posição do corpo e da cabeça no espaço. A mácula do sáculo atua no plano vertical, sendo importante então quando a pessoa está deitada. Já a maculo do utrículo atua no plano vertical, sendo importante quando o indivíduo está em pé, determinando a orientação da cabeça em relação à força gravitacional. A mácula dessas estruturas é estimulada através de pressões exercidas quando o indivíduo adquire aceleração linear em um dos planos. Função Labiríntica Normal: Cada lado do sistema vestibular age de forma independente do outro e estão constantemente enviando sinais ao SNC (tono basal). As estruturas vestibulares geram, portanto continuamente potenciais para o SNC. Hiperfunção e Hipofunção Labirintíca: Suponhamos que o tono basal de cada labirinto seja de um valor de 10. Se um lado estiver hiperfuncionante, por exemplo, com tono de 20, enviará mais mensagens para o SNC e o paciente sentirá vertigem em repouso. Se um lado estiver hipofuncionante, com tono de 5 por exemplo, o outro lado acaba ganhando e o paciente também sente vertigem. Assim, em repouso, o principal sintoma da hiperfunção ou da hipofunção do labirinto é a tontura rotatória (vertigem). Problemas de sáculo e útriculo dão a sensação de movimento linear. NNIISSTTAAGGMMOO:: UUTTIILLIIDDAADDEE NNOO EESSTTUUDDOO DDAA FFUUNNÇÇÃÃOO VVEESSTTIIBBUULLAARR Definição: Nistagmo é o conjunto de movimentos oculares de direções oposta, sendo a expressão clínica de sintomas de vertigem, que alternam componentes lentas e rápidas: Componente Lenta: possui origem labiríntica Componente Rápida: movimento compensatório gerado na substância reticular do tronco encefálico Digo que o nistagmo “bate” para o lado da componente rápida! O nistagmo vestibular surge devido a um desequilíbrio do tônus dos labirintos. Pode ser espontâneo ou provocado (teste calórico, movimento, etc). O nistagmo espontâneo é encontrado com os olhos abertos ou fechados; quando aberto é sempre patológico (pode ser uma doença ocular, síndrome vestibular central ou síndrome vestibular periférica). O nistagmo espontâneo com os olhos fechados pode ser registrado na eletronistagmografia em pessoas normais. O nistagmo pode ter origem periférica ou origem central. Problemas de CSC, utrículo e sáculo são considerados periféricos. Alterações de vias e núcleos vestibulares, tronco encefálico, cerebelo e diencéfalo são considerados centrais. Por isso, sempre tenho que realizar o diagnóstico diferencial para excluir casos sérios. -Traçado Vectoeletronistagmográfico dos Nistagmos- Neste traçado, as retas que estão subindo com maior inclinação demonstram a componente rápida do nistagmo e as que caem com menor inclinação a componente lenta. Lembrar novamente que é a componente rápida que fala pra onde o nistagmo está batendo. Com a componente lenta, posso medir a Velocidade Angular da Componente Lenta do nistagmo, que mostra a intensidade do mesmo. O nistagmo de olhos fechados pode ocorrer em pessoas normais, e tem menos de 7 graus/ segundo de velocidade angular (>7 é visível a olho nu). PPRROOVVAASS DDEE AAVVAALLIIAAÇÇÃÃOO DDAA FFUUNNÇÇÃÃOO VVEESSTTIIBBUULLAARR Introdução: A avaliação clínica do aparelho vestibular inclui o estudo do equilíbrio estático, do equilíbrio dinâmico e da função vestibular (já que há ligações do cerebelo com o sistema vestíbulo óculo motor). Equilíbrio: Rombérg: paciente imóvel, solicitando-lhe que permaneça em pé, com os pés juntos e olhos fechados durante meio a um minuto. Rombérg-Barré: manobra difícil de ser realizada. É a manobra de Romber sensibilizada com os pés um a frente do outro. Em síndromes vestibulares periféricas agudas, o paciente sempre cai para o mesmo lado. Quedas para frente ou para trás demonstram origem central. Unterberger: o paciente faz movimentos de marcha sem sair do local. Indicação: paciente sentado, reto, sem encostar as costas na cadeira coloca os dois braços pra frente indicando. Se ele não tem problemas ortopédicos ou neurológicos, a queda para um dos lados pode demonstrar alteração neurológica. Cerebelo: Disdiadocinesia: incoordenação em fazer movimentos alternados e repetitivos. Quando a coordenação está presente digo que há diadocinesia. Indicação: paciente sentado, reto, sem ecostar as costas na cadeira coloca os dois braços pra frente indicando. Se ele não tem problemas ortopédicos ou neurológicos, a queda para um dos lados pode demonstrar alteração neurológica. Dismetria: índex nariz me mostra se há alteração de caminho. Testes Oculares: Tenho que observar se há nistagmo, se o movimento é semiespontâneo ou direcional, se há rastreios oculares, se há nistagmos optocinéticos (nistagmo provocado pelo tambor girando) verticais e horizontais, nistagmos posicionais (em DLD, DLE, DDH e Rose) e nistagmos induzidos por movimentos rotatórios do corpo e testes calóricos. Nervos Cranianos: Avaliar todos os nervos cranianos, principalmente o VII. Vectoeletronistagmografia: Este exame testa e observa se o paciente possui nistagmos espontâneos e/ou provocados, fazendo diversas provas. Ele é composto por testes, que são: -Calibração- A primeira coisa a se fazer é calibrar o aparelho para o examinador. Isto é feito através de sacadas (paciente tem que olhar rapidamente para o lado que o examinador pede). Já podemos ter algumas alterações aqui, como dismetrias (olha não alcança o ponto de fixação), paresia das sacadas (velocidade devagar ao se voltar para o ponto), saída falsa (antecipação da sacada) e tremores ou instabilidade. -Nistagmo Espontâneo- Pode ser encontrado no olhar de frente, com os olhos abertos ou fechados.Com os olhos abertos é patológico. Alguns nistagmos são típicos: Nistagmo vertical caudal: intoxicação por morfina ou meperidina/ lesões bilaterais do bulbo (HIC ou Arnold-Chiari). Nistagmo Vertical Rostral: lesão do mesencéfalo -Nistagmo Semi-Espontâneo- Observa em uma ou mais posições cardinais do olhar (ex: mando o paciente olhar para a direita surgiu nistagmo? Ele tem um nistagmo semi espontâneo). O indivíduo normal não tem nistagmo a olho nu com os olhos abertos, portanto o nistagmo semi espontâneo é patológico. Lembrar que quando texto nistagmo semi espontâneo só posso desviar o olhar do paciente até 30 graus: mais que isso faço pseudonistagmo. Simétrico para ambos os lados: barbitúricos, álcool e benzodiazepínicos. Assimétrico de grande amplitude (Nistagmo de Bruns): lesões do ângulo ponto cerebelar. -Avaliação do Nistagmo Posicional- É a pesquisa do nistagmo a diferentes posições do corpo – deitado em DDH, DLD, DLE e Rose. Esperar 1 minuto e registrar. Os achados possíveis são: Com latência (demora um pouco pra começar) e Esgotável (depois de um tempo ele para): tipo periférico. Com latência e inesgotável ou sem latência e esgotável: pode ser tanto central quanto periférico. Sem latência e Inesgotável: central. -Avaliação do Nistagmo Optocinético- É o nistagmo provocado pela prova do tambor (que tem listras pretas e brancas) girando. No indivíduo normal, o movimento das listas para esquerda e direita é simétrico. No com doenças, pode estar ausente ou ser assimétrico. Se for bilateral provavelmente temos lesão dorsal do bulbo. -Avaliação do Rastreio Ocular Pendular e Circular- Na avaliação do rastreio ocular pendular pedimos para o paciente olhar um pendulo e, na circular, um círculo girando. Enquanto isto, o aparelho vai montando o traçado. Com isso posso avaliar nistagmos verticais e horizontais. Existem 4 traçados possíveis: Tipo I: curva sinusóide regular e sem sobreposições. É a encontrada em indivíduos normais ou com síndrome vestibular. Tipo II: sinusóide normal, mas com sobreposições. Pessoas normais ou com síndrome vestibular aguda Tipo III: sinusóide deformada e com sobreposições. Superposto a nistagmo espontâneo ou nas síndromes periféricas ou centrais. Pode ocorrer em tumores da fossa posterior do crânio ou em doenças degenerativas. Tipo IV: tipo anárquico e indica acometimento vestibular central, como infarto de tronco, tumor de tronco ou mesencefalites virais. -Prova Rotatória Pendular Decrescente- Paciente fica em uma cadeira que vai fazendo movimento pendular de um lado para outro e descendo ao mesmo tempo. Estimula os 2 labirintos juntos. No indivíduo normal, a estimulação horária é simétrica com a anti-horária. -Nistagmo Pós-Calórico- Estimula cada orelha com ar ou água, quentes ou frios, que convecção na endolinfa, deslocando mecanicamente as cristas. O indivíduo normal tem simetria das respostas labirínticas às estimulações calóricas (nos doentes, a resposta é menor). -Conclusão- O exame otoneurológico com traçado eletronistagmográfico nos proporciona um diagnóstico topográfico e não etiológico. Se o problema for central, o paciente é acompanhado com um neurologista; se o problema for periférico, com um otorrino. CCIINNEETTOOSSEE Características: Cinetose é o enjôo causado pelo movimento em transporte passivo (se for o paciente que estiver dirigindo, ele não tem os sintomas), exceto andar a cavalo (!). A doença se manifesta com náuseas que não melhoram com o vômito e sintomas neurovegetativos (palidez, sudorese fria, alterações cardiovasculares, respiratórias e do trato gastrointestinal). -Etiologia- Ainda é desconhecida, porém há várias teorias, que incluem: isquemia cerebral, vibração mecânica das vísceras, desequilíbrio simpático com descarga vagal, toxinas acumuladas no sangue (bilirrubinas, por exemplo), conflito entre os impulsos sensoriais dos olhos, labirinto e proprioceptores (teoria mais aceita), conflito entre a experiência cerebral presente e a imediatamente passada, etc. -Tratamento- O tratamento pode ser sintomático (com depressores do labirinto), com reabilitação labiríntica (com exercícios de reabilitação) e com adesivos de escopolamina. Porém, o melhor tratamento são os exercícios de reabilitação, que tem como base o consenso de que os CSC conseguem compensar problemas do outro lado (compensação dos CSC laterais são completas, enquanto as de CSC superiores e posteriores são incompletas deixam de apresentar nistagmo espontâneo com olhos abertos, mas permanece instabilidade). Estes exercícios obviamente só funcionam para problemas periféricos (como a cinetose), pois eles dependem da integridade dos núcleos vestibulares. DDIIAAGGNNÓÓSSTTIICCOO DDIIFFEERREENNCCIIAALL DDEE SSÍÍNNDDRROOMMEESS VVEESSTTIIBBUULLAARREESS PPEERRIIFFÉÉRRIICCAASS EE CCEENNTTRRAAIISS Introdução: A diferenciação das síndromes vestibulares periféricas e centrais pode ser feita através do exame físico e dos achados do exame otoneurológico. Características do Nistagmo Periférico: Nistagmos com Olhos Abertos geralmente é acompanhada de crise labiríntica intensa vertigens e sintomas neurovegetativos. Do tipo Horizontal ou Horizonto-Rotatório Fixação ocular e luz diminuem a intensidade do nistagmo (pode ser perceptível apenas com o exame vectoeletronistagmográfico, observando a diminuição da velocidade angular) Características do Nistagmo Central: Nistagmo espontâneo com olhos abertos, mesmo sem sintomas como vertigem e neurovegetativos. Pode ser horizontal, horizonto-rotatório, vertical, rotatório puro, alternante, disrítmicos, dissociados ou oblíquo. Lembrar que NE vertical com olhos fechados é normal em idosos (fragilidade da musculatura extrínseca do globo ocular). -Topografia das Lesões X Nistagmo de Origem Central- Nistagmo vertical para cima: lesões altas do tronco encefálico (mesencéfalo). Nistagmo vertical para baixo: lesões baixas do tronco encefálico (bulbo). Nistagmo oblíquo: núcleos vestibulares Nistagmo alternante (ora bate num sentido, ora no outro): lesão na porção caudal do tronco ou cerebelo. Nistagmos Disrítmicos (diferentes amplitudes e freqüências): lesão cerebelar. Nistagmo dissociado (um olho bate numa intensidade ou numa direção diferente do outro): lesão do fascículo longitudinal medial. -Exemplos de Doenças que podem causas Síndromes Vestibulares Centrais- Insuficiência cerebrovascular. Doenças desmielinizantes do SNC. Síndromes cerebelares. Encefalites virais. Tumores cerebrais. Tabela de Diagnóstico Diferencial: SINTOMA PERIFÉRICA CENTRAL AANNAAMMNNEESSEE Equilibrio Vertigem Instabilidade/ Mareio Sintomas NV Sim Não Hipoacusia Sim Sim ou Não Zumbidos Sim Sim ou Não Cefaléia Sim ou Não Sim ou Não Nucalgia Sim ou Não Sim ou Não Alterações Visuais + ++ EEXXAAMMEE FFÍÍSSIICCOO Otoscopia Normal ou Alterada Normal Romberg/ Utember/ Indicação Harmônicos Desarmônicos Dismetria Não Sim Diadococinesia Diadoco Disdiadoco NE olho nu Sim ou Não/ Horizontal ou Horizonto- Rotatório Diversas direções dos olhos NSE ou Unidirecional Diversas direcional direções dos olhos Alterações de pares cranianos Não Sim EEXXAAMMEESS CCOOMMPPLLEEMMEENNTTAARREESS Audiometria Sim Sim ou Não Alteração do Índice de Reconhecimento da Fala Não SimVVEECCTTOO--EENNGG NE com olho aberto Sim ou Não Sim ou Não Inibição do NE com olho aberto Sim Não N. semiespontâeno ou direcional Unidirecional Diversas direções dos olhos Torção Cervical Sim ou Não Sim ou Não Nistagmo Posicional Latência e Esgotável Sem latência e Inesgotável Rastreio Pendular e Circular I/ II/ III IV Prova Calórica Hipo/ hiperrreflexia hiperrreflexia O que significam os testes Romberg/Utember/ Indicação serem harmônicos? que todos eles demonstram problema para o mesmo lado! Isto ocorre na síndrome periférica obviamente. SSÍÍNNDDRROOMMEE DDEE MMÉÉNNIIÈÈRREE Introdução: A Síndrome de Ménière, também chamada de Hidropsia Endolinfática, é uma crise hipertensiva do aparelho endolinfático (labirinto membranoso) de etiologia desconhecida. As teorias que tentam explicá-la são metabólicas, alérgicas, hormonal, autoimune e outras. A Síndrome de Ohresser é a crise da Síndrome de Meniere no período perimenstrual (por isso a hipótese de que hormônios estariam envolvidos em sua patogênese). A pressão do labirinto membranoso causa dilatação do mesmo, podendo inclusive haver roptura da Membrana de Reissner (com mistura de peri e endolinfa na cóclea), do utrículo e do sáculo(causando vertigens). Fisiopatologia: Ou ocorre um aumento da produção de endolinfa pela estria vascular (localizada no ducto coclear e de fundamental importância, já que nutre as células ciliadas do Órgão de Corti, que não possuem irrigação própria) ou uma reabsorção ineficiente da endolinfa (cuja produção é contínua e necessita ser reabsorvida pelo saco endolinfático). Quadro Clínico: Atinge mais paciente entre 30-50 anos e em 85% dos casos é unilateral. A Tríade Clássica é: Crises Vertiginosas Reicidivantes Zumbidos Hipoacusia (neurossensorial ou mista) reicidivante A crise pode ser precedida de cefaléia com característica enxaquecosa como pródromo. Plenitude auricular, assim como sintomas neurovegetativos (náuseas, vômitos, sudorese, palidez e taquicardia) também são freqüente. A primeira crise pode-se iniciar com apenas um dos sintomas. A recorrência das crises, ao longo dos anos, vai piorando a hipoacusia, que tem caráter irreversível. A crise vertiginosa da Síndrome de Ménière pode ser benigna ou incapacitante. Na crise incapacitante o paciente tem que ficar acamado, tamanha é a intensidade dos sintomas. Nesta forma, a perda de audição ocorre muito rapidamente. Diagnóstico: História Clínica Exame Audiológico característico. Paciente começa perdendo os graves e progressivamente vai perdendo os agudos. Teste do Glicerol: mando o paciente ingerir 1g de glicerol/ Kg (o glicerol desidrata a orelha interna); se a perda de audição for por causa da hidropsia endolinfática, os limiares auditivos do paciente sobem em 3 freqüências diferentes no mínimo 10dB. Eletronistagmografia: diagnóstico de crise periférica. Eletrococleografia: relação entre o Potencial de Somação (PS) sobre o Potencial de Ação (PA) se altera. Exames Laboratoriais: para investigar causas metabólicas. -Diagnósticos Diferenciais- Neurinoma do Acústico, Neuronite Vestibular, Distúrbio Neuro Vegetativo com repercussão vestibular, Vertigem Posicional Paroxística Benigna (VPPB) e Síndrome de Lermoyez (hidropsia em que os limiares auditivos melhoram durante a crise vertiginosa). Tratamento: Em linhas gerais: Síndrome não progressiva: tratamento clínico. o Evitar estimulantes do SNC que causam toxicidade labiríntica: café, chocolate, refrigerantes e chás o Flunarizina, Cinarizina, betaistina, clonazepan ou droperidol Síndrome Progressiva: tratamento cirúrgico o Graus Leves: conservador vávulas que drenam o excesso da endolinfa o Graus Avançados: radical Labirintectomia -Fluxograma- SSÍÍNNDDRROOMMEESS CCEERRVVIICCAAIISS Introdução: Síndrome Cervical na verdade é um nome amplo para agrupar diversas síndromes, que possuem sinais e sintomas cefálicos e que possuem origem no segmento cervical do corpo. Quadro Clínico: O quadro clínico varia com a etiologia (por exemplo, síndrome cervical com etiologia vascular possui apresentação muito mais severa). Porém, em linhas gerais, teremos: Acometimento Vestibular do Tipo Periférico (porém pode se manifestar com sinais de acometimento central ou misto) Sinais e Sintomas que envolvem o crânio e a região cérvico-escapular Crises vertiginosas recidivantes Frequentemente há zumbidos e sinais neurovegetativos Muito Sugestivo de Síndrome Cervical: cefaléia occipital (nucalgia) irradiada para pescoço e membros superiores Anatomia do Sistema Vértebro-Basilar: As artérias vertebrais são ramos das artérias subclávias. Elas passam através dos músculos escalenos e a fáscia cervical, penetram no canal cervical ao nível de C6, e sobem até C1. Seguem então em direção da articulação atlânto-occipital, onde se tornam intracranianas (borda inferior da ponte), para formarem a artéria basilar. A diminuição do fluxo sanguíneo carotídeo pode comprometer a circulação posterior. Comprometimento do fluxo sanguíneo no sistema posterior compromete a Artéria Cerebelar Anterior Inferior, que emite a artéria labiríntica com seus ramos. Principais Etiologias: As principais etiologias relacionadas com a Síndrome Cervical são: Síndrome do Simpático Cervical Posterior (SCP) Insuficiência Vértebro-Basilar (IVB) Disfunção Proprioceptiva Roubo da Subclávia ou Síndrome do Desfiladeiro Whiplash Síndrome dos Escalenos Malformações da Cavidade Occipitovertebral: impressão basilar ou platibasia, Malformações de Arnold-Chiari e Síndrome de Klippel-Feil Síndrome de Grisel Síndrome de Kimerli-Saratini Compressões Extrínsecas Sendo que as em negrito são as mais freqüentes e as em itálico são as mais graves. -Síndrome do Simpático Cervical Posterior- Esta síndrome é decorrente de artroses cervicais que, por meio de osteófitos, estimulam a cadeia simpática cervical posterior. Este estímulo causa vasoconstricção das artérias vertebrais, diminuindo o fluxo de sangue no sistema vértebro basilar (inclusive na artéria labiríntica). Atinge mais mulheres entre 40-70 anos e manifesta-se com vertigens, nucalgia unilateral e constante irradiada para região retro-orbitária, ombros e membro superior ipsilateral, dores occipito-cervicais e faringo-laríngeas, fadiga visual, fotofobia, parestesias na face, alterações auditivas e de memória, fadiga, astenia, contraturas, pontos dolorosos cervicais e dificuldade nos movimentos de rotação, extensão e flexão do pescoço. Ao exame físico, percebemos que a doença se manifesta como síndrome vestibular periférica ou cócleovestibular periférica. O Rx e a TC nem sempre mostram alterações, mas quando estas existem, fechamos o diagnóstico. -Insuficiência Vértebro-Basilar- A diminuição do fluxo de sangue no sistema posterior pode ocorrer por diversos fatores, que são divididos em hemodinâmicos e locais: Fatores Hemodinâmicos: hipotensão, hemorragias, choque, passagem repentina da posição sentada para a ortostática, rotação do pescoço brusca e estreitamento dos vasos do sistema vértebro-basilar (por aterosclerose ou anomalias anatômicas). Fatores Locais: por estreitamentos nos canais vertebrais, como artrose emitindo osteófitos, malformações e traumatismos. Normalmente acomete homens com mais de 50 anos. Manifesta-se principalmente com episódios recorrentes de tonturas (desequilíbrios, vertigense até quedas bruscas), nucalgia geralmente irradiada para ombros e uma Tríade de Alterações Visuais (diplopia, escotomas e escurecimento visual). Pode ocorrer também perda transitória da visão, disartrias, perdas de memória, zumbidos e hipoacusia. A associação de nucalgia irradiada com a tríade visual fala muito a favor de insuficiência vértebro-basilar. Podem estar presentes, ao exame físico, sopros (supraclavicular, em carótidas ou vertebrais), nistagmo, presbiacusia, queda sobre os joelhos sem perda da consciência (o chamado drop-attack devido ao baixo fluxo na ponte), hematomas em joelhos e fraturas de membros inferiores (pelas quedas recorrentes). O diagnóstico de certeza é feito pela arteriografia ou, mais modernamente, sem tantos riscos e com maior precisão, pela Angioressonância. -Disfunção Proprioceptiva- Os proprioceptores informam a posição do corpo no espaço. Sendo assim, sua disfunção pode causar desorientação. Os impulsos proprioceptivos que chegam à medula pelas raízes posteriores de C1-C4 alcançam o labirinto diretamente, sem na maioria das vezes chegar ao labirinto. As principais vias que estas raízes estão acopladas são a espinocerebelar e espinocerebelovestibular. Existem tanto proprioceptores musculares como articulares: Proprioceptores Musculares: fusos neuromusculares, órgão de Golgi e receptores inespecíficos para dor e pressão. Proprioceptores Articulares: Ruffini, Golgi e Paccini As principais causas de alterações nestes proprioceptores são fatores mecânicos, má postura ou alinhamento inadequado do corpo (pessoas que vão dormir/ ficam sentadas todas “tortas) e Tensão emocional excessiva. O estímulo excessivo dos proprioceptores causa espasmo arterial vértebro-basilar, causando isquemia na orelha interna, com conseqüentes sinais de desequilíbrio. O tratamento é feito com procedimentos físicos que relaxem a musculatura e corrijam erros posturais (fisioterapia/ RPG), sedativos vestibulares (agem em curto prazo), esclarecimento da condição do doente, psicoterapia e reabilitação vestibular. -Síndrome do Roubo da Subclávia- Obstrução da artéria subclávia antes da emersão da artéria vertebral. Quando a pessoa usa o membro (por exemplo, levanta o braço para escovar o cabelo), a maior necessidade de fluxo faz o membro entrar em isquemia (pela oclusão). Causa tonturas quando se roda ou hiperextende a cabeça ou quando se ergue o braço. Ao exame físico pode-se notar sopro na região supraclavicular e diferença de pressão entre os dois braços maior que 30mmHg. O diagnóstico é confirmado pelo Doppler ou pela arteriografia. -Whiplash- Causada em traumas, quando há hiperflexão cervical seguida de hiperextensão. Esta lesão causa subluxação dos ligamentos espinais, hemorragia e edema local, além de lesões cerebrais. Semanas ou meses depois, há fibrose local com estimulação anômala dos proprioceptores, gerando tonturas. -Exames Complementares para Síndrome Cervical- Audiometria Tonal Limiar: pode mostrar perdas auditivas isoladas ou nas freqüências agudas Eletronistagmografia: pode mostrar: o Síndrome Vestibular Periférica o Nistagmo positivo quando o pescoço é torcido o Sinais de comprometimento central Doppler das carótidas e artérias vertebrais quando há suspeita de insuficiência vértebro-basilar. Angiografia deve ser usada seletivamente Rx: em 5 posições (PA, perfil, oblíqua direita, oblíqua esquerda e transoralobserva primeira e segunda vértebras) para mostrar osteófitos nos forames de conjugação. -Tratamento Geral- Devem ser realizado vasodilatadores cerebrais e fisioterapia da coluna cervical. NNEEUURROONNIITTEE VVEESSTTIIBBUULLAARR IInnttrroodduuççããoo:: A neuronite vestibular também pode ser chamada de neurite vestibular, vertigem episódica, paralisia vestibular e neuropatia vestibular. Ela ocorre por lesão dos neurônios sensoriais do gânglio vestibular (Gânglio de Scarpa). Epidemiologia: A neurite vestibular pode acometer qualquer idade, mas é rara em crianças. Acomete mais adultos jovens de ambos os sexos, possui etiologia viral, e normalmente é unilateral (muito raro bilateral). Quadro Clínico: Inicia-se agudamente com vertigem intensa em crises, quedas freqüentes para o lado lesado, dificuldade para se manter em pé ou andar, náuseas, vômitos e piora do quadro com movimentos da cabeça. As crises são tão fortes que normalmente o paciente fica acamado. Cura em 1-2 semanas e raramente reincide. É comum haver história de virose prévia, por isso sempre devemos perguntar ao paciente se ele estava doente há pouco tempo atrás. Exames Complementares: A avaliação da audição é normal, há ausência de sinais de síndrome central, temos hipofunção labiríntica homolateral e nistagmo horizontal para o lado normal. Tratamento: O tratamento é apenas sintomático (Dimenidrato de preferência). Pode em alguns casos ser usado antivirais como o aciclovir. Se necessário, deve-se internar o paciente e hidratá-lo se os vômitos forem muito fortes. Práticas esportivas ajudam na recuperação. NNEEUURRIINNOOMMAA VVEESSTTIIBBUULLAARR Introdução: Também chamado de Schwanoma vestibular ou neurinoma do acústico, o Neurinoma Vestibular é uma neoplasia benigna das células da bainha de Schwan dos nervos vestibulares (subdivisões do VIII par), ocupando o Canal Auditivo Interno ou o Ângulo Ponto-Cerebelar. Apesar de ser benigna, esta característica sua faz com que ele possa comprimir o tronco encefálico. Sua formação está relacionada com um defeito genético no cromossomo 22. Epidemiologia: Responde por 2-7% dos tumores intra-cerebrais (portanto não é tão freqüente assim) e por 80% dos tumores do ângulo ponto-cerebelar, sendo preferencialmente unilateral. Acomete mais mulheres (2:1), não tem predileção por raças e pode acometer qualquer idade (preferencialmente entre 35-50 anos), mas é raro em crianças e em idosos maiores de 70 anos. Há também casos ocultos, onde não há sintomas clínicos e o neurinoma vestibular é apenas um achado de biópsias; estes casos atingem 0,8% da população. Nos pacientes com a Doença de Von Recklinghausen (Neurofibromatose do tipo II), o tumor é bilateral e possui uma evolução mais rápida se comparada a população normal. Quadro Clínico: Em 80% dos casos temos uma hipoacusia neurossensorial (unilateral ou assimétrica, lentamente progressiva e às vezes flutuante), em 85% dos casos há um zumbido agudo e flutuante e em 19% há desequilíbrio. Assim, percebemos que tontura na é o sintoma predominante! Em 10% dos casos, surdez súbita pode ser o sintoma que abre o quadro. Portanto, qualquer paciente que tiver surdez assimétrica do tipo neurossenorial ou surdez súbita unilateral devo afastar o nuerinoma! Como o crescimento do tumor é lento, o quadro clínico vagarosamente vai florindo com a sintomatologia tardia: aparece hipostesia e dor facial atípica pó compressão da raiz do V nervo craniano ipsilateral, cefaléia, disfunção de pares baixos, ataxia e outras alterações neurológicas graves. Diagnóstico Diferencial: O diagnóstico diferencial deve ser feito com a Síndrome de Ménierè, hemanginoma, glomo jugular, meningeoma do ângulo ponto-cerebelar, tumor epidermóide, schwanoma de outros nervos cranianos, displasia fibrosa e colesteatoma do ângulo ponto-cerebelar. Exames Complementares: -Audiológicos- Audiometria Tonal: pode dar qualquer coisa! Audiometria Vocal (índice de reconhecimento da fala – IRF): cai muitooo (demonstrando um problema de entendimento). Quando aumento a voz parafalar com o paciente ele entende pior! (demonstrando um problema retrococlear). Logoaudimetria (roll-over) -Vestibulométricos- ENG: normal ou apenas hipo ou arreflexia labiríntica homolateral nas provas calóricas. Tumores muito extensos podem demonstrar comprometimento central. -Eletrofisiológicos- Audiometria do Tronco cerebral (BERA) EcoG: microfonismo coclear e potencial de ação do nervo -Radiológicos- O Rx simples possui pouca aplicabilidade e, junto com outras técnicas, está em desuso. A TC contrastada de crânio apresenta cerca de 95% de sensibilidade e a RNM contrastada com gadolíneo cerca de 100% de sensibilidade, sendo portanto o melhor exame para avaliação do tumor. Tratamento: O tratamento do neurinoma é, apesar de algumas exceções, cirúrgico. As vias de acesso podem ser retrossigmóidea, translabiríntica, suprapetrosa (fossa média) ou retrolabiríntica. Pode-se também tentar radioterapia e radiocirurgia (que estabiliza o crescimento do tumor). DDIISSFFUUNNÇÇÃÃOO LLAABBIIRRÍÍNNTTIICCAA PPOORR PPRROOBBLLEEMMAASS SSIISSTTÊÊMMCCIIOOSS IInnttrroodduuççããoo:: São problemas muito frequentes. As principais causas de acometimento do labirinto por problemas sistêmicos são as vasculares e hemáticas, metabólicas e auto- imunes. I-) Labirintopatias Vasculares: -Etiologia- Anomalias cardiovasculares: HAS, hipotensão, IAM, ICC, embolia, trombose, miocardiopatias, arritmias cardíacas (principalmente taquicardia supraventricular paroxística e bloqueio átrio-ventricular), insuficiência vértebro-basilar por aterosclerose, espondilite cervical e Síndrome do roubo da subclávia. Eclâmpsia Espasmo hemifacial por alça vascular Disfunções endocrinológicas: microvasculopatia diabética, adenoma de hipófise e hipertireoidismo. Disfunções autonômicas: Paralisia de Bell e Distúrbio Neuro-Vegetativo. Leucemia. Malformações átrio-ventriculares Aneurisma de carótida Anticoncepcional oral Doenças Hematológicas: anemias e outras -Quadro Clínico- Acomete mais adultos e se manifesta com vertigem leve a moderada, hipoacusia neurossensorial variável com diminuição do Índice de Reconhecimento da Fala e/ ou zumbidos. Pode também ocorrer quadros de surdez ou vertigem súbita (diagnóstico diferencial com o neurinoma). Sintomas associados incluem cefaléia, sensibilidade a sons, quedas, alteração de memória, sensação de desmaio iminente e outros. Em freqüência, os principais sintomas são tontura, sintomas neurovegetativos e zumbidos. Em ¾ do paciente a audição é normal. -Exames Complementares- Avaliação Audiológica: em 75% dos casos é normal e em 25% há hipoacusia neurossensorial, que geralmente é leve e aparece em formas isoladas. Índice de Reconhecimento da Fala: normal Reflexo Estapediano: normal ENG: em 80% dos casos ocorre uma Síndrome Vestibular Periférica irritativa ou deficitária. As principais alterações encontradas são nas provas calóricas, nistagmo posicional, espontâneo e PRPD. -Prognóstico- O prognóstico é bom, desde que se identifiquem e controlem a etiologia cardio- vascular desencadeante. II-) Labirintopatias Metabólicas: -Etiologia- Hipo e hiperglicemia Hiper e hipoinsulinemia Hipo e hipertireoidismo Hiperlipidemia Hiperuricemia Deficiência de lactase, sacaridase e/ou maltase Disfunções hormonais ovarianas Distúrbios das supra-renais -Quadro Clínico- Vertigens ou outros tipos de tontura, hipoacusia uni ou bilateral de graus variáveis (às vezes flutuante), com ou sem zumbidos, sensibilidade a sons intensos, pressão auricular e dificuldade de inteligibilidade vocal compatível com os limiares. Sintomas comuns associados incluem cefaléia, sudorese, taquicardia e palidez. Sintomas incomuns são surdez e vertigem súbita, ansiedade, depressão, náusea, vômito e sensação iminente de desmaio. Em ordem de freqüência, temos tontura, zumbidos e hipoacusia, que diferentemente da labirintopatia vascular é muito comum aqui! -Exames Complementares- Audiometria: hipoacusia neurossensorial Impedanciometria: recrutamento do reflexo estapediano é incomum ENG - Labirintopatias Vasculares X Labirintopatias Metabólicas- Comparando o quadro clínico destas duas entidades, concluímos que sintomas como sudorese, palidez, taquicardia, cefaléia e hipoacusia são muito mais comuns nas labirintopatias metabólicas, enquanto pressão no ouvido, sensibilidade a sons e tonturas são mais comuns nas vasculares. A hipoacusia neurossensorial e o Índice de Reconhecimento da Fala são mais alterados nas metabólicas, enquanto que o recrutamento do reflexo estapediano é mais comum nas vasculares. Na ENG, nistagmo espontâneo, posicional e PRPD são mais comuns nas vasculares, enquanto que as provas calóricas alteradas são mais comuns nas metabólicas. -Tratamento- Deve se tratar a causa de base, além de repousar o paciente e fazê-lo mudar sua dieta e hábitos: irritantes labirínticos como cafeína, chocolate, café, fumo e teofilina são contra-indicados! Na fase aguda de sintomas pode-se usar dimenidrato (que sempre deve ser diluído! Injetá-lo rápido pode causar sensação de morte iminente actícia), diazepan ou clorpromazina. Na fase crônica podem ser usados depressores labirínticos (em desuso, pois aumentam o peso e causa parkinsonismo; devem ser usados por curto período de tempo apenas) como cinarizina e flunarizina, anticonvulsionantes como carbamazepina (muitos efeitos colaterais) e clonazepan (induz ao vício) e vasodilatadores labirínticos como petoxifilina. III-) Labirintopatia Auto-imune: -Introdução- Processos reumatológicos sistêmicos, como artrite reumatóide, LES, Granulomatose de Wegner, Síndrome de Cogan, retocolite ulcerativa, fibromialgia e outras, envolvem o labirinto em até 25% das vezes. A Tireoidite de Hashmioto também pode estar envolvida. O principal diagnóstico diferencial deste grupo de doenças é com a Síndrome de Ménierè. Porém, devemos lembrar que a hipoacusia na Síndrome de Ménierè é unilateral e lentamente progressiva. O achado no grupo de doenças autoimunes é a hipoacusia bilateral assimétrica de rápida progressão. -Tratamento- O tratamento deve ser iniciado empiricamente, pois os exames demoram muito e a hipoacusia é rapidamente progressiva para surdez! As opções são: Prednisona 1mg/Kg/dia por no mínimo 1 mês (lembrar de desmamar) Ciclosporina 1-5mg/Kg/dia em dose única diária, por 4-6 semanas e com grande ingestão de líquidos (é nefrotóxica) -Síndrome de Cogan- A Síndrome de Cogan é a associação de ceratite intersticial com infarto da orelha interna, às vezes com vertigem espontânea aguda e insuficiência vestibular crônica. Está associada com a Poliarterite Nodosa. AANNAATTOOMMIIAA DDOO NNAARRIIZZ EEXXTTEERRNNOO,, CCAAVVIIDDAADDEESS NNAASSAAIISS EE SSIINNUUSSAAIISS Introdução: O nariz é um dos órgãos dos sentidos considerado secundário e resquicial na espécie humana, porém é sutil e tem grande importância funcional, participando da função termorreguladora do organismo. -Vantagens da Respiração Nasal sobre a Oral- Umedecimento, aquecimento e limpeza do ar. Aumento de 10 – 20% no influxo de O2. Aumenta a eficiência pulmonar. Aumenta a efetividade cardíaca. Regularidade do ritmo cardíaco. Aumenta a concentração mental. Aumenta a capacidade trabalho. Diminui a fadiga. Diminui o odor. Aumenta a qualidade de sono. Aumenta a qualidade vocal. Aumento o tônus dos músculos abdominais. Relaxamento dos nervos e interação com outros órgãos. I-) Anatomia do Nariz: O nariz é o segmento superior da via respiratória. Pode ser dividido em: Nariz Externo ou Pirâmide Nasal Nariz Interno ou Cavidade Nasal, que é continuo com os seios da face Ele possui dois orifícios externos, chamados narinas, e dois orifícios internos, chamados coanas, que comunicam a cavidade nasal com a rinofaringe (ou nasofaringe ou cávum). -Pirâmide Nasal: Constituintes Osteocartilaginosos- Ápíce, násio ou raiz: porção óssea. Acima fica a glabela. Corso Nasal ou Terço Médio: é cartilaginoso, constituído das cartilagens triangulares ou também chamadas laterais superiores Base, Ponta, ou Lóbulo Nasal: é a porção nasal, constituída das cartilagens laterais inferiores, também chamadas de cartilagens alares e das narinas. Numa visão inferior, podemos notar a espinha nasal. Tecido de União Ostéo-cartilaginosa: é o que une as cartilagens aos ossos; feito por dos componentes: o Membrana fibrosa: tecido de união entre as cartilagens e de interligação destas com os ossos vizinhos o Tecido areolar: tecido gorduroso entre as cartilagens, septado em pequenos glóbulos por fibras da membrana fibrosa. Entre as cartilagens laterais superiores (triangulares) e os ossos próprios do nariz (ossos nasais) fica a Área K de Keystone, que representa risco para selamento do dorso nasal quando lesada em cirurgias. -Pirâmide Nasal: Musculatura- A musculatura da pirâmide nasal compreende: 1. M. prócero - recobre a face anterior dos ossos próprios. 2. M. elevador próprio da asa papel de dilatador. 3. M. quadrado do lábio; se bifurca em: 4. M. elevador comum do lábio superior (4) e da asa (4’) papel de dilatador. 5. Músculo nasal c/ 2 porções: transversa (5) e alar (5’). A porção transversa é constrictora, enquanto a alar é dilatadora 6. Músculo depressor do septo e da asa constritor. 7. Músculo orbicular dos lábios. -Cavidade Nasal: Introdução- O nariz interno, ou cavidade nasal, é na realidade duas cavidades separadas por uma estrutura ósteo-cartilaginosa, chamada septo nasal, que é revestida pela mucosa nasal ou mucosa pituitária. O nariz interno pode ser dividido em 3 regiões: Vestíbulo: composto por pele e pelas vibrícias (pêlos do nariz); corresponde ao primeiro centímetro após as narinas Respiratória: composta pela mucosa pituitária Olfatória: região mais superior da cavidade Os limites da fossa nasal são: Externo: narinas Posterior: coanas/ orifício da tuba auditiva/ prega salpingofaríngeas/ prega salpingopalatina/ Fosseta de Rosenmüller Teto: osso frontal/ lâmina crivosa do osso etmóide/ parede anterior do esfenóide Assoalho: abóbada palatina -Cavidade Nasal: Válvula Nasal- A válvula nasal é a estrutura mais importante na fisiologia do nariz. Possui como função direcionar o fluxo de ar inspiratório para a cavidade nasal. Fica localizada superiormente entre 1-1,5cm da abertura narinária e possui angulação de 10-15 graus. A estenose da válvula nasal causa uma obstrução nasal extrema! -Cavidade Nasal: Histologia da Mucosa Nasal ou Pituitária- A mucosa pituitária recobre toda a cavidade nasal. Em linhas gerais, ela possui epitélio, membrana basal, células caliciformes, células ciliadas, gandulas seromucosas, artérias, veias e lacunas arteriovenosas onde ocorre comunicação entre sangue arterial e venoso. Porém, ela possui algumas diferenças dependendo de sua localização. A concha média, por exemplo, possui um epitélio ciliado e a membrana basal. Logo abaixo, temos uma área rica em glândulas. Já a concha inferior possui epitélio semelhante, porém não é rica em glândulas e sim em seios cavernosos, que quando se ingurgitam com sangue, obstruem o nariz. Às vezes pode estar presente também a concha suprema, uma concha resquicial que se posiciona acima da superior. Os cílios favorecem um fluxo mucociliar unidirecional para as coânas, que é bem lento. O muco é dividido em duas porções: gel (superficial; impede o escoamento rápido) e sol (porção mais profunda). -Cavidade Nasal: Parede Medial- A parede medial da cavidade nasal é composta pelo septo nasal (osso e cartilagem) que repousa sobre a espinha nasal anterior. Retira-se a espinha nasal anterior o septo desaba, fazendo com que a ponta do nariz caia. A parte cartilaginosa do septo é constituída da cartilagem quadrangular; já a parte óssea é composta pela lâmina perpendicular do etmóide e do vômer. Uma patologia muito freqüente é o desvio do septo nasal; quando presente deve ser descrita onde ocorre. Para isso, usamos as Áreas de Cottle: 1. Porção mais anterior da região da columela: causa muitos sintomas 2. Região da válvula nasal 3. Teto da cavidade nasal: causa poucos sintomas 4. Área central: corresponde as áreas de crescimento do septo; se durante a fase de crescimento ele cresce demais aparecem os desvios. 5. Região mais posterior, próximas as coanas: mesmo desvios grandes causam poucos sintomas -Cavidade Nasal: Parede Lateral- Composta por ossos (nasal, lacrimal, etmóide, osso próprio da concha inferior, palatino e esfenóide), conchas ou cornetos, meatos, óstios de drenagem dos seios e vias lacrimais, recesso frontal e recesso esfeno-etmoidal. O meato médio desemboca as cavidades anteriores (seio frontal, seio maxilar e células etmoidais anteriores) e o meato superior as cavidades posteriores (seios etmoidais posteriores e seios esfenoidais). No meato médio há o processo uncinado (sua extremidade corresponde ao hiato semi-lunar); retirando-o caio dentro do seio maxilar. -Cavidade Nasal: Complexo Óstio Meatal- O Complexo Óstio-Meatal (COM) é um conjunto de estruturas que também fica na parede lateral da cavidade nasal. Ele é formado do meato médio, processo uncinado, hiato semilunar, bula etmoidal (é a primeira célula etmoidal no total variam de 5-13), óstio natural do antro maxilar, ducto nasofrontal e pela face lateral da concha média. A inflamação e obstrução do COM é responsável pela maioria dos quadros de sinusites; portanto concluímos que a maioria das sinusites são de estruturas anteriores e não posteriores. -Inervação da Fossa Nasal- São nervos com componentes motores (VII), sensitivos (V1 e V2), olfatório (I) e do sistema nervoso autônomo. O sistema nervoso autônomo é o responsável pela vasomotricidade: Componente Simpático (cadeia cervical perivascular): responsável pela vasoconstricção através de receptores alfa-adrnérgicos Componente Parassimpático (Gânglio Esfenopalatino e Nervo Vidiano): responsáveis pela vasodilatação através de receptores colinérgicos O gânglio esfnopalatino está localizado, junto com a artéria maxilar, na Fossa Pterigopalatina, região óssea em forma de triângulo invertido. O nervo vidiano passa na região posterior da cavidade nasal. -Drenagem Venosa- Existe uma região muito importante chamada Triângulo Venoso da Face, que drena para os seios cavernosos através da artéria oftálmica. Assim, espinhas, abscessos e celulites podem causar tromboflebite do seio cavernoso, quadro associado a aproximadamente 100% de morte. -Irrigação Arterial- Possui extrema importância devido às epistaxes. A irrigação das cavidades nasais é dada por ramos das duas carótidas (interna e externa). São 4 as artérias importantes: Artéria Septal Artéria Nasal Lateral Artéria Etmoidal Anterior Artéria Etmoidal Posterior As artérias septal e nasal lateral saem do forame esfenopalatino (sendo responsáveis, portanto, da irrigação posterior) e são ramos da artéria maxilar (carótida externa).
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