Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
UNIP – UNIVERSIDADE PAULISTA CURSO DE PSICOLOGIA – TURMA PS4Q07 NEUROFISIOLOGIA PROFº. THIAGO PINHEIRO ALOIA Aline Raquel de Oliveira Djara Fortes Michele Paula da Silva William Santos Guimarães de Souza ALZHEIMER SÃO PAULO 2014 PROFº. THIAGO PINHEIRO ALOIA Aline Raquel de Oliveira - B747IC-0 Djara Fortes - T413GG-1 Michele Paula da Silva – B54867-3 William Santos Guimarães de Souza - B61540-0 ALZHEIMER SÃO PAULO 2014 Trabalho apresentado na disciplina de Neurofisiologia. Orientador: Prof. Thiago Pinheiro Aloia. SUMÁRIO INTRODUÇÃO ........................................................................................................ 4 O QUE É O ALZHEIMER? ...................................................................................... 5 ONDE SURGIU? ..................................................................................................... 7 NEUROPSICOLOGIA DA DOENÇA DE ALZHEIMER ............................................ 7 4.1 Memória declarativa e memória implícita ....................................................... 7 4.2 Memória secundária ou recente ..................................................................... 7 4.3 Transtornos da linguagem ................................................................................. 8 4.4 Transtornos das funções visuoconstrutivas, viuoespaciais e visuognósicas . 8 4.5 Transtornos Práxicos ..................................................................................... 8 4.6 Transtornos de Agnosia ................................................................................. 9 4.7 Transtornos do cálculo ................................................................................... 9 4.8 Transtornos do pensamento abstracto, do juízo, do raciocínio e das funções executivas ............................................................................................................ 9 ALZHEIMER É ADQUIRIDO OU HERDADO? ........................................................ 9 5.1 Hipóteses Etiológicas ................................................................................... 11 5.2 A genética e a hereditariedade da doença de Alzheimer ............................. 11 RELAÇÃO COM O SISTEMA NERVOSO............................................................. 13 6.1 Alterações no Sistema Nervoso Parassimpático.......................................... 14 6.2 Fisiopatologia da Doença ............................................................................. 15 ACONTECE EM HOMENS E MULHERES? QUAL FAIXAS ETARIAS? .............. 16 7.1 Quem pode ser afetado? ............................................................................. 16 7.2 Idade ............................................................................................................ 16 7.3 Sexo ............................................................................................................. 17 ALZHEIMER ESTÁ RELACIONADO COM O QUE? ESTRESSE, DEPRESSÃO? ATIVIDADE FISÍCA – QUAIS FATORES? ............................................................ 17 8.1 Estresses/Depressões ................................................................................. 17 8.2 Diferenças Causas da Depressão ................................................................ 18 8.3 Depressão dobra o risco de ter Mal de Alzheimer ....................................... 19 8.4 Mal de Alzheimer e a Depressão ................................................................. 19 8.5 Inflamações dos tecidos no cérebro devido a depressão pode ser a causa da relação com Mal de Alzheimer. .......................................................................... 20 PAPEL DO PSICOLOGO DIANTE DE UM PACIENTE COM MAL DE ALZHEIMER. ......................................................................................................... 21 CONCLUSÃO ........................................................................................................ 22 BIBLIOGRAFIA ..................................................................................................... 23 4 1 INTRODUÇÃO Faz parte do processo da vida, o destino biológico, um processo continuo do crescimento. Processo este, que é, nascer, crescer, reproduzir, envelhecer e morrer. Está fase do envelhecer, nos traz o impacto de estar cada vez mais diante da difícil situação entre “perda de memória” relacionada ao processo normal de envelhecimento e “perda de memória” associada a doenças neurológicas degenerativas como por exemplo, a doença de Alzheimer. O Alzheimer é uma doença neuro-degenerativa que provoca o declínio das funções intelectuais, reduzindo as capacidades de trabalho e relação social e interferindo no comportamento e na personalidade. Este trabalho tem o objetivo de apresentar um pouco sobre a Doença de Alzheimer, informando que tipo de doença que é, como é identificado, quais são os seus sintomas, a forma que pode ser adquirida, a sua relação ao sistema nervoso e suas implicações do seu desenvolvimento após o diagnóstico. A partir de base teórica já apreendida em outras matérias do curso de psicologia, iremos correlacionar o papel do psicólogo diante de uma paciente com a Doença de Alzheimer. 5 2 O QUE É O ALZHEIMER? A doença de Alzheimer é a patologia neurodegenerativa mais frequente associada à idade, cujas manifestações cognitivas e neuropsiquiátricas resultam em uma deficiência progressiva e uma eventual incapacitação. Em geral, o primeiro aspecto clinico é a deficiência da memória recente, enquanto as lembranças remotas são preservadas até um certo estágio da doença. No Brasil, existem cerca de 15 milhões de pessoas com mais de 60 anos de idade. Seis por cento delas sofrem do Mal de Alzheimer, segundo dados da Associação Brasileira de Alzheimer (Abraz). Em todo o mundo, 15 milhões de pessoas têm Alzheimer, doença incurável acompanhada de graves transtornos às vítimas. Nos Estados Unidos, é a quarta causa de morte de idosos entre 75 e 80 anos. Perde apenas para Infarto, Derrame e Cancêr. O Alzheimer provoca o declínio das funções intelectuais, reduzindo as capacidades de trabalho e relação social e interferindo no comportamento e na personalidade. De início, o paciente começa a perder sua memória mais recente. Pode até lembrar com precisão acontecimentos de anos atrás, mas esquece que acabou de realizar uma refeição. Com a evolução do quadro, o Alzheimer causa grande impacto no cotidiano da pessoa e afeta a capacidade de aprendizado, atenção, orientação, compreensão e linguagem. A pessoa fica cada vez mais dependente da ajuda dos outros, até mesmo para rotinas básicas, como a higiene pessoal e a alimentação. Um dos grandes problemas causados pela doença de Alzheimer é a redução da capacidade de discernimento, isto é, o doente não consegue entender a consequência dos seus atos, não manifesta a sua vontade, não desenvolve raciocínio lógico por causa dos lapsos de memória e perde a capacidade de comunicação, impossibilitando que as pessoas o compreendam. Por isso, a lei o considera civilmente incapaz (Figuras 1 e 2). 6 Figura 1 - Um cérebrocom Alzheimer tem uma grande atrofia do córtex cerebral e do hipocampo, e uma dilatação dos ventrículos. Figura 2 - A doença de Alzheimer causa morte neuronal progressiva e inexorável atrofia do cérebro em suas vítimas. Uma região particularmente afetada é o hipocampo, sede da memória. 7 3 ONDE SURGIU? A doença de Alzheimer foi descrita em 1906 pelo psiquiatra e neuropatologia alemão Alois Alzheimer ao fazer uma autópsia, descobriu no cérebro do morto, lesões que ninguém nunca tinha visto antes. Tratava-se de um problema de dentro dos neurônios (as células cerebrais), os quais apareciam atrofiados em vários lugares do cérebro, e cheios de placas estranhas e fibras retorcidas, enroscadas umas nas outras. 4 NEUROPSICOLOGIA DA DOENÇA DE ALZHEIMER Transtornos da Memória 4.1 Memória declarativa e memória implícita A memória declarativa é constituída pela memória episódica e pela memória semântica. A memória implícita é constituída por três tipos de memória: condicionamento, priming visual e perceptivo e por fim, habilidades perceptivas motoras e cognitivas. 4.2 Memória secundária ou recente Os déficits afetam também a memória autobiográfica e a memória social (como os locais, o número de habitantes da comunidade). Aparece durante uma temporada na doença de Alzheimer, e a história pessoal do sujeito parece dissolver- se: primeiro são os netos, cujo nome é ignorado, podendo o indivíduo ignorar a sua existência, posteriormente o doente esquecesse-se das noras e dos genros e chegará um dia em que não reconhecerá os filhos. 8 Transtornos das funções instrumentais 4.3 Transtornos da linguagem A linguagem de um paciente com Alzheimer, é uma linguagem quantitativamente empobrecida, como é demostrado na escuta dos seus discursos e nos testes de fluência verbal, nos quais se pede ao sujeito para citar nomes que representam às categorias de animais, frutas, etc. ou palavras que começam por uma determinada letra. Na doença de Alzheimer as palavras exatas não aparecem, a prova de denominação mostra erros do tipo afásico com uma falta de vocabulário, sinônimos, circunlocuções e parafasias, primeiro verbais e mais tarde fonéticas, esses atrasos afásicos afetam as demências corticais. 4.4 Transtornos das funções visuoconstrutivas, viuoespaciais e visuognósicas A dificuldade para realizar um cubo ou outro objeto geométrico constitui uma manifestação muito frequente da doença de Alzheimer. Os transtornos de memória topográficos explicam também que o doente pode perder-se no exterior e no interior do seu domicílio. 4.5 Transtornos Práxicos Na doença de Alzheimer podem observar-se apraxias ideatoria e ideomotora. A utilização de uma parte do corpo como objeto é muito frequente (por exemplo utilizar o dedo como escova de dentes), podendo aparecer consequentemente uma apraxia do vestir. 9 4.6 Transtornos de Agnosia Assim, as dificuldades de denominação de objetos podem expressar, para além de transtornos linguísticos, uma agnosia visual. Esse déficit pode afetar também o reconhecimento de caras e alguns sujeitos não reconhecem mesmo a própria imagem no espelho. 4.7 Transtornos do cálculo As dificuldades de cálculo e de transcodificação dão origem a dificuldades na gestão da vida cotidiana (pagar compras com dinheiro o em forma de cheque), na doença de Alzheimer, que seria a causa mais comum de aritmética, na qual se verifica dificuldades de leitura e de escrita dos números e de múltiplas funções cognitivas: atenção, cálculo, memória de trabalho e planificação. 4.8 Transtornos do pensamento abstracto, do juízo, do raciocínio e das funções executivas Na doença de Alzheimer existem transtornos de juízo e de raciocínio que podem ser exploradas através da crítica de história absurdas, assim como da exploração de capacidades de abstração, por exemplo, através do Sub – teste de Semelhança. 5 ALZHEIMER É ADQUIRIDO OU HERDADO? A doença de Alzheimer (DA) é uma doença idade-dependente e seu risco aumenta em familiares o que indica que a genética está fortemente relacionada à doença. Aproximadamente 40% dos pacientes possuem no seu histórico um antecedente familiar, especialmente em familiares longevos (Figura 3). Estudos realizados com gêmeos não demonstraram resultados consistentes de herança, indicando a possível influência de fatores ambientais. Entretanto, a 10 definição da contribuição genética é difícil de ser determinada com clareza em razão das dificuldades técnicas desse tipo de investigação, além do fato de não haver um instrumento diagnóstico preciso ante mortem. A hereditariedade está muito mais marcada na chamada DA - familiar, cujo início é precoce, antes dos 60 – 65 anos de idade, do que na DA esporádica, caracterizada por seu aparecimento em idades mais avançadas. A forma familiar, muito mais rara, está relacionada com herança autossômica dominante, com penetrancia idade-dependente. Já na forma esporádica, há um padrão de alta frequência, com baixa penetrancia, distúrbio relacionado com um único gene ou um modelo multifatorial com múltiplos genes e/ou fatores genéticos. O componente genético parece variar de família para família, alguns fortemente relacionadas e outras sem grande relevância. Figura 3 - O gene é a unidade que contém a informação hereditária. Os cromossomos são filamentos espiralados de cromatina. O DNA contém toda a informação genética de um ser vivo. 11 5.1 Hipóteses Etiológicas O fator genético é considerado atualmente como preponderante na etiopatogenia da doença de Alzheimer entre diversos fatores relacionados. Além do componente genético, foram apontados como agentes etiológicos, a toxicidade a agentes infecciosos, ao alumínio, a radicais livres de oxigênio, a aminoácidos neurotóxidos e a ocorrência de danos em micro túbulos e proteínas associadas. É interessante ainda salientar que estes agentes podem ainda atuar por dano direto no material genético, levando a uma mutação somática nos tecidos. 5.2 A genética e a hereditariedade da doença de Alzheimer Cerca de um terço dos casos de Alzheimer apresenta familiaridade e se comporta de acordo com um padrão de herança monogênica autossômica dominante. Esses casos, em geral, são de acometimento precoce, e famílias extensas têm sido periodicamente estudadas. A herança autossômica dominante é aquela em que o afetado é heterozigoto para o gene dominante mutado (Aa), uma vez que o gene A é bastante raro na população e quase nunca serão encontrados afetados com o genótipo AA. Os afetados (Aa) têm 50% de chance de ter filhos (Aa) também afetados pela doença. A figura 4 ilustra uma genealogia de herança autossômica dominante, onde se verifica que afetados (A -) em geral são filhos de afetados (A -), a doença aparece em todas as gerações e homens e mulheres são igualmente afetados. Uma intrigante associação entre Alzheimer e a Síndrome de Down levou à descoberta do primeiro gene da doença no cromossomo 21, que é o cromossomo extra, envolvido na Síndrome de Down. Indivíduos com Síndrome de Down apresentam envelhecimento prematuro e praticamente todos apresentam doença de Alzheimer, clínica e neuropatologicamente confirmada, entre 40 e 50 anos de idade. 12 Figura 4 – Heredograma característico de herança autossômica dominante. Afetados são, em geral, heterozigotos quanto ao gene mutante dominante. Indivíduos normais são homozigotos recessivos (aa) quanto ao alelo normal recessivo. Afetados são, em geral, heterozigotos quanto ao gene mutante dominante. Indivíduos normais são homozigotos recessivos (aa)quanto ao alelo normal recessivo. Este primeiro gene a ser identificado na doença de Alzheimer revelou-se surpreendentemente como o responsável pela proteína precursora da amiloide (APP), deposita-se intensamente nas placas senis dos cérebros de afetados. Estudos de ligação e de associação da doença de Alzheimer com marcadores genéticos moleculares, que são fragmentos de DNA conhecidos e já mapeados nos cromossomos, têm revelado até o momento, pelo menos 5 ou 6 genes envolvidos no aparecimento desta afecção. O raciocínio dos estudos ou da análise de ligação genética com marcadores conhecidos de DNA decorre do comportamento de genes em um mesmo cromossomo (ligados) durante a meiose e permitiu a descoberta da maior parte dos genes mencionados. A Figura 5 ilustra genealogia em que uma doença, de herança autossômica dominante (afetados Aa), é segregada com um marcador polimórfico de DNA conhecido (m1) e já localizado em determinado cromossomo. Podemos considerar que gene da doença (A -) e o marcador de DNA (m1) estão completamente ligados, ou seja, muito próximos em um mesmo cromossomo. Nesta situação, não ocorre 13 recombinação ou permuta entre o gene e o marcador polimórfico, sendo ambos, portanto, transmitidos conjuntamente em um mesmo cromossomo. Observa-se assim, que quando um indivíduo apresenta o gene da doença (A -), ele também mostra um determinado marcador genético (m1). Infere-se, portanto, que o gene responsável pela doença está ligado ao fragmento marcador de DNA, ou seja, o gene da doença ou parte dele situa-se no fragmento de DNA marcador. Figura 5 - Ligação de gene mutante dominante A com o marcador polimórfico de DNA m1 em um mesmo cromossomo de um par de homólogos. O gene A e o marcador m1 são herdados conjuntamente em um mesmo cromossomo. Os marcadores polimórficos m5, m6, m7, m8 e m9 são oriundos de cônjuges e progenitores não representados no heredograma. Ligação de gene mutante dominante A com o marcador polimórfico de DNA m1 em um mesmo cromossomo de um par de homólogos. O gene A e o marcador m1 são herdados conjuntamente em um mesmo cromossomo. Os marcadores polimórficos m5, m6, m7, m8 e m9 são oriundos de cônjuges e progenitores não representados no heredograma. 6 RELAÇÃO COM O SISTEMA NERVOSO O Alzheimer atinge o Sistema Nervoso Central, manifestando-se, inicialmente, através da perda de memória para fatos recentes, e, posteriormente, atingindo outras funções cognitivas como a linguagem e as funções executivas. A doença de Alzheimer compromete as atividades sociais e funcionais do indivíduo e 14 atinge, igualmente, homens e mulheres. O Comprometimento Cognitivo Leve (CCL) é um estado intermediário entre o envelhecimento normal e a doença de Alzheimer, cuja característica principal é o comprometimento da memória episódica, sem outros déficits cognitivos e funcionais, e que apresentam um risco aumentado de desenvolver demência. Em outras palavras, o CCL é uma condição clínica da pessoa que apresenta perda de memória episódica maior que a esperada para a sua idade e na qual esta condição não satisfaz critérios para a doença de Alzheimer provável. 6.1 Alterações no Sistema Nervoso Parassimpático A propagação do impulso nervoso promove a elevação da concentração da fenda sináptica e tem como seu agente a acetilcolina. A variação da concentração gera uma abertura no canal sináptico, por intervalo de tempo de 1 milissegundo, quando a acetilcolina é hidrolisada pela acetilcolinesterase (Figura 6). Figura 6 - Sinapse axônio (AR) – Dendrito (D) Porém na Doença de Alzheimer percebe-se uma alteração no sistema colinérgico (sistema que regula centros da cognição e o sistema nervoso parassimpático), assim reduzindo a atividade d enzima colina – acetil – transferase no córtex cerebral e no hipocampo, também há uma redução da precursora A Côa 15 diminuindo os níveis d acetilcolina, com isso outros sistemas são afetados como: catecolaminérgicos responsável pela noradrenalina e dopamina e o serotoninérgicos, além de alguns neuropeptídios como a somastatina e alguns aminoácidos como Gaba (o principal neurotransmissor inibidor no sistema nervoso central dos mamíferos) e Glutamato (um importante neurotransmissor, que desempenha um papel chave na potenciação de longa duração e é importante para o aprendizado e a memória). 6.2 Fisiopatologia da Doença A doença de Alzheimer caracteriza-se, histopatologicamente, pela maciça perda sináptica e pela morte neuronal observada nas regiões cerebrais responsáveis pelas funções cognitivas, incluindo o córtex cerebral, o hipocampo, o córtex entorrinal e o estriado ventral. As características histopatológicas presentes no parênquima cerebral de pacientes portadores da doença de Alzheimer incluem depósitos fibrilares amiloidais localizados nas paredes dos vasos sanguíneos, associados, associados a uma variedade de diferentes tipos de placas senis, acúmulo de filamentos anormais da proteína e consequente formação de novelos neurofibrilares (NFT), perda neuronal e sináptica, ativação da glia e inflamação. De acordo com a hipótese da cascata amiloidal, a neurodegeneração na doença de Alzheimer inicia-se com a clivagem proteolítica da Proteína Precursora Amiloide (APP) e resulta na produção, agregação e deposição da substância amiloide e placas senis. Cérebros de pacientes portadores da doença de Alzheimer mostraram degeneração dos neurônios colinérgicos, ocorrendo também uma redução dos marcadores colinérgicos, sendo que a colina acetiltransferase e a acetilcolinesterase tiveram sua atividade reduzida no córtex cerebral de pacientes portadores da doença de Alzheimer. Em cérebros de pacientes com Alzheimer, a redução da atividade da acetilcolinesterase no frontal e parietal foi relacionada ao início da demência, à 16 quantidade de placas senis e formação de novelos neurofibrilares e à morte precoce desses pacientes. 7 ACONTECE EM HOMENS E MULHERES? QUAL FAIXAS ETARIAS? 7.1 Quem pode ser afetado? Em geral, a doença de Alzheimer inicia a partir dos 60 anos, com lapsos de memória. É importante lembrar que essa queixa é comum nessa faixa de idade e que a maior parte das pessoas não tem a doença. Perder a memória não é algo que acontece necessariamente apenas porque a pessoa está envelhecendo. A partir dos 50 anos, algumas pessoas podem ter perda exclusivamente da memória recente, sem comprometimento de outras funções, algo bem diferente do que acorre nas demências. Para falar em doença de Alzheimer, é preciso também haver prejuízo em pelo menos uma outra área da cognição, por exemplo função executiva ou linguagem, além da memória. 7.2 Idade Embora existam casos esporádicos em pessoas de 50 anos e a prevalência na faixa etária de 60 a 65 anos esteja abaixo de 1%, a partir dos 65 anos ela praticamente duplica a cada cinco anos. No entanto, importa notar que apesar das pessoas tenderem a ficar esquecidas com o passar do tempo, a maioria das pessoas com mais de 80 anos permanece mentalmente lúcidas. Isto significa que apesar de, com a idade, a probabilidade de se ter a doença de Alzheimer aumentar, não é a idade avançada, por si, que provoca a doença. Contudo, provas recentes sugerem que problemas relacionados com a idade, tais como a arteriosclerose, podem ser contributos importantes. Dado que as pessoas também vivem mais tempo do que no passado, 17 o número de pessoas com a doença de Alzheimer e outras formas de demência vai, provavelmente, aumentar. 7.3 Sexo A maior incidência do mal de Alzheimer em mulheres é um dado conhecido clinicamente, mas está associado à maior expectativa de vida feminina.Não há conhecimento de que esteja ligada a sexo, classe social, grupo étnico ou localização geográfica. A doença de Alzheimer é mais comum em grupos de pessoas mais idosas e em pessoas com síndrome de Down. 8 ALZHEIMER ESTÁ RELACIONADO COM O QUE? ESTRESSE, DEPRESSÃO? ATIVIDADE FISÍCA – QUAIS FATORES? 8.1 Estresses/Depressões Sentir-se triste é uma resposta comum a eventos da vida, como o sofrimento de uma perda ou um desapontamento. O transtorno afetivo que os especialistas chamam de depressão, é algo muito mais grave e caracterizado pela falta de controle sobre o próprio estado emocional. A depressão maior é o transtorno do humor mais comum, afetando anualmente 5% da população mundial. É caracterizado por: humor deprimido e diminuição do interesse/ prazer em todas as atividades. Outros sintomas podem ocorrer: perda ou aumento de apetite, insônia ou hipersonia, sentimentos de inutilidade e culpa e sentimentos recorrentes sobre morte. Outro tipo de depressão que afeta 2% da população adulta é chamada de distimia. Embora mais leve que a anterior, esta tem um curso crônico e arrastado, desaparecendo frequentemente de forma espontânea. A depressão e outros transtornos do humor, incluindo também as alterações ansiosas, são transtornos mentais que, em muitos casos, expressam- se através de uma ampla variedade de transtornos físicos e funcionais na 18 senilidade. Uma das principais queixas dos idosos são os sintomas emocionais típicos do estresse e da depressão. Um dos mais adequados modelos de abordagem da depressão na terceira idade é o modelo bio-psico-social que congrega os aspectos sociais, psicológicos e orgânicos como fatores necessários para produzir e manter o quadro depressivo. Sobre esse bio-psico-social, atualmente muito aceito, a medicina poderia atuar com eficácia nos dois primeiros, ficando o aspecto social submetido à atuação sócio- político-cultural, notadamente nessa questão da terceira idade. As diferenças de sintomatologia da depressão no idoso fortalece os argumentos que dizem ser este um tipo diferente da depressão de outras faixas etárias. Nos idosos, por exemplo, a depressão se apresentaria com sintomas somáticos ou hipocondríacos mais frequentes, haveria menos antecedentes familiares de depressão e pior resposta ao tratamento. Do ponto de vista vivencial, o idoso está numa situação de perdas continuadas; a diminuição do suporte sócio familiar, a perda do status ocupacional e econômico, o declínio físico continuado, a maior frequência de doenças físicas e a incapacidade pragmática crescente são motivos suficientes para um expressivo rebaixamento do humor. Do ponto de vista biológico, durante o processo de envelhecimento é mais frequente o aparecimento de fenômenos degenerativos ou doenças físicas capazes de produzir os sintomas característicos da depressão. Pelas condições existenciais, a depressão do idoso poderia ser, de fato, reativa, secundária e, finalmente, pelos eventuais antecedentes, poderia ser endógena. 8.2 Diferenças Causas da Depressão • Depressão Reativa – Relacionada a alguma situação vivencial traumática. De fato o idoso passa por uma condição existencial que envolve, muitas vezes, sofrimento, problemas e dor, devido até mesmo à sua condição social. • Depressão Secundária – Relacionada a alguma condição orgânica. 19 O processo de envelhecimento já é marcado por inúmeras alterações orgânicas, que em diversos casos são degenerativas ou até mesmo estados patológicos. • Depressão Endogena – É constitucional, atrelada à personalidade. As pessoas com depressão endógena ou constitucional envelhecem e continuam depressivas. As habilidades mais preservadas no idoso são aquelas resultantes da substancial aprendizagem, isto é, habilidades bem consolidadas e, portanto, mais resistentes à deterioração mnemônica. Avaliar essas habilidades sólidas é um dos primeiros passos para o diagnóstico de demência. 8.3 Depressão dobra o risco de ter Mal de Alzheimer Dois novos estudos feitos nos Estados Unidos indicam que pessoas que sofrem de depressão têm mais risco de desenvolver demência como o Mal de Alzheimer, sendo que um deles indicou que a depressão pode quase dobrar a possibilidade de o outro mal surgir. No entanto, as pesquisas, divulgadas na publicação científica Neurology, concluem que existe uma relação, mas não deixam claro por que ela ocorre e nem se há vínculo de causa e efeito entre as duas condições. O primeiro estudo acompanhou 1.239 pessoas e procurou estabelecer uma relação entre o número de vezes que cada participante apresentou depressão e os riscos de desenvolvimento de demência. O trabalho revelou que quanto maior o número de crises de depressão, maiores os riscos de demência. Pacientes que tiveram duas ou mais crises de depressão apresentaram quase o dobro do risco de desenvolver demência, o estudo concluiu. 8.4 Mal de Alzheimer e a Depressão 20 O segundo estudo, liderado por Jane Saczynski, da University de Massachusetts, acompanhou 949 pessoas com idades em torno de 79 anos durante 17 anos. No início do estudo, os participantes não apresentavam sintomas de demência. Testes revelaram que 125 deles (13%), no entanto, apresentavam sintomas de depressão. No final, 164 dos participantes haviam desenvolvido demência. Destes, 136 foram diagnosticados como portadores do mal de Alzheimer, uma das mais comuns formas de demência. Esta não é a primeira vez que cientistas enxergam uma possível relação entre depressão e demência. Em 2008, dois estudos sobre o mal de Alzheimer apresentavam conclusões semelhantes. 8.5 Inflamações dos tecidos no cérebro devido a depressão pode ser a causa da relação com Mal de Alzheimer. "Se por um lado não está claro se a depressão provoca a demência, a depressão poderia influenciar de várias formas os riscos de que uma pessoa desenvolva a condição, disse Jane Saczynski. Uma inflamação de tecidos no cérebro, que ocorre quando uma pessoa está deprimida, poderia contribuir para a demência. Certas proteínas encontradas no cérebro, que aumentam quando há depressão, também poderiam estar envolvidas. Para Rebecca Wood, diretora da entidade britânica de fomento às pesquisas sobre o Mal de Alzheimer, Alzheimer’s Research Trust, semelhanças entre os sintomas de depressão e demência significam que as duas condições podem às vezes ser confundidas no momento do diagnóstico, mas não sabemos se estão vinculadas biologicamente. Esses estudos recentes indicam que pode haver conexões profundas entre demência e depressão, então precisamos ampliar as pesquisas para descobrir mais". 21 9 PAPEL DO PSICOLOGO DIANTE DE UM PACIENTE COM MAL DE ALZHEIMER. O tratamento psicológico engloba uma variedade de técnicas que devem ser utilizadas antes da evolução da doença, ou seja, o tratamento não farmacológico será, orientado de forma diferente ao longo das várias fases da doença. Falar de reabilitação na doença de Alzheimer não parece que seja sensato, visto que reabilitação significa regeneração. Ora que o Alzheimer é uma doença degenerativa e por isso impossível de ser reversível. A psicoterapia pode ser um grande aliado para os pacientes com Alzheimer. O psicólogo pode ajudar o paciente a habilitar a sua memória utilizando métodos específicos que o ajudem no seu cotidiano. Utilizar técnicas de habilitação cognitiva que consistem em, exercícios que permitam desenvolver a linguagem, a memória, atenção, concentração, a leitura, a escrita, a orientação e a coordenação motora. O apoio psicoterapêutico deve ser no sentido de minimizar o sofrimento causado pela síndrome depressiva ou pelas perturbações de ansiedade, típico da fase inicial da doença, em que o pacientesente perder o controle das situações e o medo do futuro. A psicoterapia vai possibilitar a expressão de sentimentos, abrindo condições para a atribuição de significados a essas experiências e dar significado de outras vivências. Pode nomear o medo de estar enlouquecendo, falar da frustração que é tentar lembrar e não conseguir, falar sobre o desamparo que sente ao acordar e não saber onde está, restaura a sensação de ser. Assim, o psicólogo trabalhará seus sentimentos e a sua realidade emocional, buscando sempre a melhor forma de possibilidades e potencialidades que o paciente tem para lidar com as suas limitações. 22 10 CONCLUSÃO A realização deste trabalho ampliou a nossa compreensão em relação à doença de Alzheimer, e assim percebemos a necessidade de um profissional de psicologia para a melhoria e qualidade de vida desses pacientes. É uma doença do cérebro progressiva e irreversível, conhecida como neurodegenerativa caracterizada pela progressão e perda seletiva e assimétrica de neurônios, atingindo o sistema nervoso central, resultam no declínio da função cognitiva, afetando lobo frontal responsável pela inteligência e o lobo temporal e parietal responsáveis pela memória e linguagem. A doença se desenvolve em estágios levando a pessoa a se tornar cada vez mais dependente dos outros para realização de tarefas simples do dia a dia. Aqui no Brasil cerca de seis por cento da população acima de 60 anos, sofrem com o mal de Alzheimer, o fator genético influencia muito no desenvolvimento da doença, e assim os pacientes afetados tem 50% de chance de ter filhos afetados por esta doença. A depressão é comum avançando com o decorrer da doença causando irritabilidade, mudança de humor e comportamento. Conforme a doença se avança, para os familiares se torna cada vez mais difícil cuidar desta pessoa, pois passa a depender em tempo integral de cuidados causando um desgaste muito grande para seus familiares. E com isto, vem a ajuda dos profissionais de saúde, no qual poderão dar um auxílio a este paciente diagnosticado com a doença de Alzheimer. Sendo assim, o psicólogo tem como principal ação perante a este indivíduo e seus familiares, trazer uma boa relação, resgatando as potencialidades deste individuo perante suas ações do passado, tornado a sua vida menos sofredora e desgastante aos acontecimentos e evolução da doença, através das técnicas psicoterapêuticas e sua linha teórica. 23 11 BIBLIOGRAFIA CAIXETA, Leonardo. Doença de Alzheimer; 1ª Edição – Editora Artmed 2012. SNYDER, Lisa. Alzheimer: Quando Nossa Mente Fala; 1ª Edição – Editora Papirus, 2013. Garcia, Aline; Passos, Aline; Campo, Anna Thereza; Pinheiro, Elaine; Barroso, Fellipe; Coutinho, Gabriel; Mesquita, Luiz Fernando; Alves, Mariana; Sholl-Franco, Alfred. A depressão e o processo de envelhecimento. Ciências & Cognição. Março/2006; Vol. 07. Disponível em: <www.scielo.com.br>. Acesso em: 12/09/2014. Sereniki, Adriana; Vital, Maria Aparecida Barbato Frazão. A doença de Alzheimer: aspectos fisiopatológicos e farmacológicos. Artigo de Revista. 2008. Disponível em: <www.scielo.com.br>. Acesso em: 06/09/2014. Smith, Marília de Arruda Cardoso. Doença de Alzheimer. Revista Brasileira de Psiquiatria. Outubro/1999; Vol. 21. Disponível em: <www.scielo.com.br>. Acesso em: 05/09/2014. Camões, Cristina; Pereira, Fernanda Marie; Gonçalves, Andréa. Reabilitação na Doença de Alzheimer. Portal dos Psicólogos. 2012. Disponível em: <www.psicologia.com.pt>. Acesso em: 30/08/2014.
Compartilhar