Curso: Biomedicina 2º/2015 Apostila de aulas práticas: Parasitologia Básica e Clínica Profª Bruna Caroline Rodrigues bcrodrigues@uninove.br Profª Daniella Ap. Mattos daniellamattos@uninove.br 1 Sumário 1. MICROSCOPIA ÓPTICA .................................................................................................. 3 2. ESFREGAÇOS SANGUÍNEOS ....................................................................................... 4 2.1 Corantes ........................................................................................................................... 4 2.2 Preparação do esfregaço ............................................................................................ 4 2.2.1 Esfregaço em camada delgada ........................................................................ 4 2.2.2 Esfregaço em gota espessa .............................................................................. 5 2.3 Fixação do material e coloração .......................................................................... 5 3. EXAME DE FEZES ............................................................................................................ 6 3.1 Exame Macroscópico ................................................................................................... 7 3.2 Exame Microscópico ............................................................................................... 8 3.2.1 Exame Direto a fresco ............................................................................................. 9 4. TÉCNICAS BÁSICAS PARA EXAMES PARASITOLÓGICO DE FEZES. ............ 10 4.1 Método de Lutz ou Hoffmann Pons e Janner.................................................. 10 (sedimentação espontânea). ........................................................................................... 10 4.2 Método de Faust (centrífugo-flutuação em sulfato de zinco) ......................... 11 4.3 Método de Willis ........................................................................................................... 12 4.4 Método de Ritchie modificado ou formol-acetato de etila. ............................... 13 4.5 Coprotest ....................................................................................................................... 13 4.6 Método de Rugai .......................................................................................................... 14 4.7 Método de Kato-Katz (modificado por Katz e cols.) ........................................... 15 5 OUTRAS ANÁLISES ....................................................................................................... 16 5.1 Pesquisa de trofozoítos de T. vaginalis................................................................. 16 5.2Método de Graham ou da fita gomada (swab anal) ............................................. 16 5.3 Pesquisa de Leishmania sp. ................................................................................ 17 5.4 Coloração de trofozoítos intestinais pela hematoxilina férrica (Técnica modificada por Corrêa e cols. 1994) ................................................................................. 18 Reagentes: ........................................................................................................................... 18 5.5 Método de Henriksen e Pohlenz (pesquisa de oocistos) ............................ 20 Corante de Kinyoun (solução salina de fucsina fenicada)...................................... 20 6 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ................................................................................. 21 7 ANEXOS ................................................................................................................................. 22 7.1 Métodos indicados de acordo com a Suspeita Clínica: ............................... 22 2 7.2 Imagens de morfológicas para facilitar a identificação dos parasitas .......... 23 7.3 Ovos de Helmintos ...................................................................................................... 24 7.4 Amebas em fezes humanas ...................................................................................... 25 3 1. MICROSCOPIA ÓPTICA A microscopia óptica, ou de luz, permite que enxerguemos estruturas de observação impossível a olho nu, através da incidência de luz, e de lentes objetivas que promovem um aumento de até 1000x. Há duas divisões que podem ser colocadas para o estudo do microscópio óptico. Como o próprio nome diz, ele é composto por uma parte óptica, formada por três sistemas de lentes (objetivas, ocular e condensador), pelo diafragma e por uma fonte de incidência de luz. É composto também por uma parte mecânica, que garante o suporte para a visualização. A visualização no microscópio se dá da seguinte forma: o condensador é responsável pelo ajuste de luminosidade e pela projeção de um cone de luz em um espelho, passando pela lâmina até que chegue às objetivas. O microscópio óptico possui objetivas de 4, 10, 40 e 100, que proporcionam uma visão panorâmica de aumento aproximado de 40x, 100x, 400x e 1000x, respectivamente, sendo que para a visualização de estruturas com aumento de 1000x é necessária utilização de óleo de imersão para que a lâmina não seja danificada. Nas lentes objetivas a imagem é ajustada pelo seu limiar de resolução, que proporciona uma maior riqueza de detalhes; e logo é projetada às lentes oculares, que farão novamente o aumento da imagem, finalizando o processo de visualização. Por fim, parte mecânica do microscópio é composta pelas seguintes estruturas: base, braço, revólver (que permite a troca da objetiva a ser utilizada), platina (haste metálica onde é inserida a 4 lâmina), charriot (possibilita o movimento da platina para melhor focalização da lâmina), canhão ou tubo (onde se localizam as lentes oculares), e parafusos micrômetro e micrômetro (responsáveis pela focalização). 2. ESFREGAÇOS SANGUÍNEOS O esfregaço de sangue pode ser realizado de duas maneiras: esfregaço em camada delgada ou gota espessa. No esfregaço de camada delgada a distorção do parasita é mínima (vantagem), mas há a desvantagem de ter que examinar muitos campos para se encontrar parasitas, quando estes estão em pequeno número. Na gota espessa apesar da distorção das formas parasitárias serem maior, a probabilidade de detecção de parasitas aumenta porque a quantidade de sangue a ser examinada é cerca de três ou quatro vezes maior do que o esfregaço e a área examinada (1cm2) menor. Esfregaços de sangue ou gota espessa, com sangue capilar, devem ser feitos com gota de fluxo espontâneo e não contaminado com álcool. Estas técnicas são utilizadas para a pesquisa e o diagnóstico dos parasitas da malária, tripanossomos, microfilárias, babésias e Leishmania chagasi. 2.1 Corantes Os derivados do Romanowsky são os mais utilizados; Destes os mais comuns são o Giemsa e o Leishman. Giemsa (solução estoque) Leishman O corante de Leishman é uma mistura de azul de metileno e eosina, pode ser adquirido no comércio e é um pó. 2.2 Preparação do esfregaço Para a confecção de esfregaço (em camada delgada e gota espessa) devem-se utilizar lâminas de vidro limpas e desengorduradas. 2.2.1 Esfregaço em camada delgada Uma pequena gota de sangue é colocada próximo de uma extremidade da lâmina; com auxílio de outra lâmina (segurar por cima com a mão direita), em ângulo de 30º, colocada adiante da gota, o sangue