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Português 2016 Estratégia Aula 7

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Aula 07
Português p/ Senado Federal - Todos os Cargos
Professor: Rafaela Freitas
Português p/ Senado Federal 
 Analista e Técnico Legislativo 
Teoria e Questões Comentadas 
Profª Rafaela Freitas ʹ Aula 07 
 
Profª Rafaela Freitas www.estrategiaconcursos.com.br 1 de 105 
AULA 07 
REGÊNCIA VERBAL E NOMINAL. 
USO DA CRASE. 
A 
 
 
 
Olá, alunos! Prontos para mais uma aula? 
 
 
 
 
 
 
Nesta aula vamos falar sobre a forma como os verbos e os nomes 
relacionam-se com seus complementos. Trata-se da regência verbal e 
nominal. Logo após, falaremos sobre as regras de uso da crase, assunto 
recorrente nas provas da FGV! 
 
 
 
 
 
 
 
³6HMD�FRPR�RV�SiVVDURV�TXH��DR�SRXVDUHP�XP�LQVWDQWH�VREUH�UDPRV�PXLWR�
leves, sentem-QRV�FHGHU��PDV�FDQWDP��(OHV�VDEHP�TXH�SRVVXHP�DVDV´� 
Victor Hugo 
 
 
 
40718706056
Português p/ Senado Federal 
 Analista e Técnico Legislativo 
Teoria e Questões Comentadas 
Profª Rafaela Freitas ʹ Aula 07 
 
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REGÊNCIA VERBAL 
 
Trata-se da relação de dependência que se estabelece entre os verbos e 
seus complementos. Exemplo: 
 
Eu comprei uma blusa. 
 Termo regente Termo regido 
 
É o termo regente que pede o complemento preposicionado ou não, 
depende de sua transitividade e do sentido que ele tem. Porém, dependendo 
do sentido do verbo na frase, a sua regência pode variar. 
 
Vejamos alguns exemplos em que isso acontece: 
 
1. ASPIRAR: 
 - É Verbo Transitivo Direto (VTD) no sentido de inspirar: 
Aspiramos o ar da manhã. 
 VTD Objeto Direto (OD) 
 
- e�9HUER�7UDQVLWLYR�,QGLUHWR��97,���UHJH�XVR�GD�SUHSRVLomR�³D´��QR�VHQWLGR�
de almejar: 
Aspiro a uma melhor posição. 
 VTI Objeto Indireto (OI) 
 
 
 
 
ATENÇÃO ÀS SIGLAS: 
 
40718706056
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Teoria e Questões Comentadas 
Profª Rafaela Freitas ʹ Aula 07 
 
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VTD - verbo transitivo direto (aquele que não rege uso de preposição 
antes do complemento). 
VTI - verbo transitivo indireto (aquele que rege o uso de preposição antes 
do complemento ± de, a, para, com, sobre...). 
VTDI ± verbo transitivo direto e indireto (aquele que pede dois 
complementos, um direto ± sem preposição ± e outro indireto ± com 
preposição). 
VI ± verbo intransitivo (não pede nenhum tipo de complemento). 
OD ± objeto direto (complemento de VTD). 
OI ± objeto indireto (complemento de VTI). 
 
Isso irá facilitar as explicações! 
 
Vejamos outros verbos que alteram o sentido quando a regência também 
muda: 
 
2) ASSISTIR: 
- É VTD no sentido de ajudar, de prestar assistência: 
O médico assiste o doente. 
 VTD OD 
 
- É VTI QR�VHQWLGR�GH�YHU��SUHVHQFLDU��UHJH�XVR�GD�SUHSRVLomR�³D´�� 
Assistiremos ao filme já. 
 TI OI 
 
 
 
É muito comum usarmos o verbo assistir no sentido de ver com a regência 
errada, sem a preposição antes do complemento: 
40718706056
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Teoria e Questões Comentadas 
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Assisti o jogo de domingo em casa. 
 
1HVWH�FDVR��IDOWRX�D�SUHSRVLomR�³D´�UHJLGD�SHOR�YHUER��&XLGDGR��SRLV��VHP�
a preposição, o verbo assistir tem sentido de prestar assistência, ajudar! 
O correto então é: 
 
Assisti ao jogo de domingo em casa. 
 
- É VTI também no sentido de caber H�UHJH�R�XVR�GD�SUHSRVLomR�³D´� 
Este direito não assiste a você. 
 VTI OI 
 
- É intransitivo no sentido de morar, residir, ou seja, não pede 
complemento: 
Você assiste em Juiz de Fora. 
 VI Adj. Adv. Lugar 
 
ATENÇÃO: Juiz de Fora é Adjunto Adverbial de Lugar, não é complemento 
do verbo. 
 
3. ATENDER: 
 
- É VTD no sentido de acolher, receber, responder, ouvir, conceder: 
O diretor atendeu os alunos. 
 VTD OD 
 
Deus atendeu a súplica de seu servo. 
 VTD OD 
 
$7(1d­2��R�³D´�p�DUWLJR�IHPLQLQR�VLQJXODU�� 
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- É VTI no sentido de dar atenção, considerar, prestar atenção. Rege o 
uso da pUHSRVLomR�³D´� 
 
Atendemos ao apelo da anciã. 
 VTI OI 
Não atendera aos amigos. 
 VTI OI 
 
$7(1d­2�� R� ³D´�� QRV� GRLV� FDVRV�� DQWHV� GH� ³R´� H� GH� ³RV´� p� SUHSRVLomR�
exigida pela regência do verbo. 
 
4. VISAR: 
 
- É VTD no sentido de apontar, mirar: 
O atirador visou o alvo. 
 VTD OD 
 
- É VTD no sentido de dar o visto: 
O gerente do BB visou o cheque. 
 VTD OD 
 
- e�97,�QR�VHQWLGR�GH�WHU�HP�YLVWD��UHJH�D�SUHSRVLomR�³D´� 
Eu visava ao seu bem. 
 VTI OI 
 
5. QUERER: 
 
- É VTD no sentido de desejar: 
Eu quero aquele carro. 
 VTD OD 
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- É VTI no sentido de estimar��5HJH�R�XVR�GD�SUHSRVLomR�³D´� 
 Os netos querem ao avô. 
 VTI OI 
 
Admite voz passiva = O avô é querido pelos (dos) netos. 
 Sujeito Agente da passiva 
 
6. CUSTAR: 
 
- É VTI no sentido de ser difícil: 
Custou-me acatar tal ideia. 
 VTI OI Sujeito 
(Acatar tal ideia custa a mim) 
 
- É VI também no sentido de ser difícil: 
Custa muito acatar tal ideia. 
 VI Sujeito 
(Acatar tal ideia custa) 
 
- É VTDI no sentido de acarretar: 
O ciúme custou-lhe dor. 
 Suj. OI OD 
(O ciúme custa dor à ele) 
7. ESQUECER / LEMBRAR: 
 
- É VTD no sentido de sair da memória. 
Esqueci os fatos passados. 
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 VTD OD 
 
- É VTI no sentido de sair da memória, mas quando houver uso de 
pronome. 
(pronominal) 
Esqueci-me dos fatos passados. 
 VTI OI 
 
ATENÇÃO: se os verbos esquecer e lembrar forem pronominais, também 
VHUmR�97,V�H�UHJHP�D�SUHSRVLomR�³GH´� 
 
- É VTI = cair no esquecimento, perder importância. 
Esqueceram-me os fatos passados. 
 VTI OI Sujeito 
 
8. PROCEDER: 
 
- É VI no sentido de ter fundamento: 
Sua atitude não procede. 
 VI 
 
- É também VI no sentido de procedência: 
Nós procedemos de Minas. 
 VI Adj. Adv. Lugar 
 
$7(1d­2��³GH�0LQDV´�p�DGMXQWR�$GYHUELDO�GHLugar, NÃO é complemento 
verbal. 
 
- É VTI no sentido de dar início ou sequência e rege o uso da preposição 
³D´� 
O juiz procedeu ao julgamento. 
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 VTI OI 
 
9. IMPLICAR: 
 
- É VTD no sentido de acarretar: 
Seu gesto implicará punição. 
 VTD OD 
 
Seu gesto implicará EM punição = ERRADO 
 
- É VTI no sentido de antipaWL]DU�H�UHJH�R�XVR�GD�SUHSRVLomR�³FRP´� 
Ela implicou com o rapaz. 
 VTI OI 
 
- É VTI no sentido de comprometer-se e reJH�R�XVR�GD�SUHSRVLomR�³HP´� 
Implicou-se em assaltos. 
 VTI OI 
 
- É VTDI no sentido de envolver H�UHJH�R�XVR�GD�SUHSRVLomR�³HP´�QR�2,� 
Ele implicou o rapaz no crime. 
 VTDI OD OI 
 
10. PRECISAR: 
 
- É VTD ou VTI no sentido de ter necessidade: 
O país precisava de agrônomos. 
 VTI OI 
x 5HJH�R�XVR�GD�SUHSRVLomR�³GH´� 
 
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Precisava fazenda macia e pulseiras. 
 VTD OD 
 
- É VTD para indicar algo com exatidão: 
Ele não sabe precisar a quantia. 
 VTD OD 
 
11. CHAMAR: 
 
- É VTD no sentido de convocar: 
O mestre chamou os alunos. 
 VTD OD 
 
- É VTD + predicativo quando usado para cognominar: 
Chamaram Pedro de herói. 
 VTD OD Predicativo do ObjHWR�'LUHWR�³3HGUR´ 
 
- É VTI + predicativo também para cognominar: 
Chamaram a Pedro de herói. 
 VTI 2,�����3UHGLFDWLYR�GR�2EMHWR�,QGLUHWR�³3HGUR´ 
 
Fácil até aqui, queridos alunos?? Espero que sim! Agora vejam os 
casos a seguir: 
 
12. INFORMAR: 
 
- É sempre VTDI: 
Informamos o prefeito do desastre. 
 VTDI OD OI 
 
Informamos o desastre ao prefeito. 
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 VTDI OD OI 
 
13. PAGAR / PERDOAR: 
 
- É VTD quando refere-se a coisas: 
Paguei o livro. 
 VTD OD 
 
- É VTI quando refere-VH�D�SHVVRDV�H�UHJH�R�XVR�GD�SUHSRVLomR�³D´� 
Paguei ao vendedor. 
 VTI OI 
 
- É VTDI quando refere-se a coisas e a pessoas: 
Paguei o livro ao vendedor. 
VTDI OD OI 
 
14. OBEDECER / DESOBEDECER: 
 
- É sempre VTI e rege a prepoVLomR�³D´� 
Os filhos obedecem aos pais. 
 VTI OI 
 
 
Cuidado! É comum o uso equivocado da regência dos verbos obedecer e 
desobedecer: 
O jogador desobedeceu o juiz ± ERRADO! 
O jogador desobedeceu ao juiz ± CORRETO! 
 
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Admite voz passiva = Os pais são obedecidos pelos filhos. 
 Sujeito Agente da Passiva 
 
15. PREFERIR: 
 
- É sempre VTDI H�UHJH�D�SUHSRVLomR�³D´�QR�REMHWR�LQGLUHWR�� 
Prefiro doce a salgado. 
VTDI OD OI 
 
 
Prefiro cinema que teatro = ERRADO! 
Prefiro mais cinema do que teatro = ERRADO! 
Prefiro cinema a teatro = CORRETO! 
 
16. SIMPATIZAR: 
 
- É sempre VTI H�UHJH�D�SUHSRVLomR�³FRP´� 
Não simpatizo com você. 
 VTI OI 
 
 
 
ATENÇÃO: o verbo simpatizar NÃO é pronominal! 
Não ME simpatizo com você. = ERRADO! 
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17. CHEGAR: 
 
- É sempre VI: 
Cheguei ao colégio. 
 VI Adj. Adv. Lugar 
 
$7(1d­2��³DR�FROpJLR´�p�DGMXQWR�$GYHUELDO�GH�/XJDU��QmR�p�FRPplemento 
verbal. 
 
Cheguei no carro da minha irmã. = CERTO 
 Adj. Adv. Lugar 
Cheguei no colégio. = ERRADO 
Cheguei ao colégio. = CORRETO 
 
18. NAMORAR: 
 
- É sempre VTD: 
Namorei aquele garoto. 
 VTD OD 
 
* Namorei COM aquela garota. = ERRADO 
O verbo namorar não rege preposição! 
 
REGÊNCIA NOMINAL 
 
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Trata-se da relação que se estabelece entre o NOME e o termo (palavra 
ou expressão) que lhe serve de complemento, pois assim como há verbos com 
sentido incompleto, alguns nomes (adjetivos, substantivos e alguns advérbios) 
também precisam de complemento. 
 
Estava ansioso por vê-la. 
 T. Regente T. Regido 
 
Alguns exemplos: 
 
Atenção para o uso da preposição adequada: 
 
Esse agasalho me parece adequado ao clima da região. 
Poucas pessoas têm capacidade de / para argumentar com coerência. 
Helena, aos dez anos, já é responsável pelos irmãos mais novos. 
 
Os nomes podem reger mais de uma preposição, saber qual usá-las vai 
depender do contexto, da clareza e da eufonia. 
A lista a seguir apresenta, para consulta, alguns nomes e as preposições 
que mais comumente eles exigem. A lista não para por aqui, são muitas 
possiblidades! 
 
Acessível a 
Acostumado a ou com 
Alheio a 
Alusão a 
Ansioso por 
Atenção a ou para 
Atento a ou em 
Benéfico a 
Compatível com 
Cuidadoso com 
Desacostumado a ou com 
Desatento a 
Desfavorável a 
Desrespeito a 
Estranho a 
Favorável a 
Fiel a 
Grato a 
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Analista e Técnico Judiciário 
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Hábil em 
Habituado a 
Inacessível a 
Indeciso em 
Invasão de 
Junto a ou de 
Leal a 
Maior de 
Morador em 
Natural de 
Necessário a 
Necessidade de 
Nocivo a 
Ódio a ou contra 
Odioso a ou para 
Posterior a 
Preferência a ou por 
Preferível a 
Prejudicial a 
Próprio de ou para 
Próximo a ou de 
Querido de ou por 
Residente em 
Respeito a ou por 
Sensível a 
Simpatia por 
Simpático a 
Útil a ou para 
Versado em 
 
 
 
CRASE 
 
Para início de conversa: crase não é acento, e sim superposição de dois 
"as". O primeiro é uma preposição, o segundo, pode ser um artigo definido, 
um pronome demonstrativo a(as) ou aquele(a/s), e aquilo. O acento que 
marca este fenômeno é o grave (`). 
O domínio da crase depende de o aluno conhecer a regência de alguns 
verbos e nomes. 
Vejamos os casos de uso da crase: 
 
1. Crase da preposição a com o artigo definido a(s): 
 
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- Condições necessárias para ocorrer crase: termo regente deve exigir a 
preposição e o termo regido tem de ser uma palavra feminina que admita 
artigo. 
 
 
Uma dica é trocar a palavra feminina por uma masculina equivalente, se 
aparecer ao(s) usa-se crase, caso apareça a ou o(s) não haverá crase. 
 
a) Todos iriam à reunião. 
6XEVWLWXLQGR� D� SDODYUD� IHPLQLQD� ³UHXQLmR´� SHOD� PDVFXOLQD� ³HQFRQWUR´��
temos: 
b) Todos iriam ao encontro. 
 
A crase é obrigatória: 
 
- Em locuções prepositivas, adverbiais ou conjuntivas (femininas). 
Ex. à queima-roupa, às cegas, às vezes, à beça, à medida que, à 
proporção que, à procura de, à vontade 
 
 
Em expressões que indicam instrumento, crase é opcional: 
Ex.: Escrevi a (à) máquina. 
 
- Expressão à moda de, mesmo que subentendida. 
a) Era um penteado à francesa (à moda francesa). 
b) O jogador fez um gol à Pele (à moda do Pelé). 
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- Quando as palavras "rua", "loja", "estação de rádio" estiverem 
subentendidas. 
a) Maria dirigiu-se à Globo (dirigiu-se à estação de rádio). 
 
- Na expressão devido à (s) + palavra feminina ocorre a crase. 
a) Devido à descoberta, as alterações serão feitas. 
 
2. Situações em que não existe crase: 
 
- antes de palavra masculina e de verbos. 
a) Vende-se a prazo. 
b) O texto foi redigido a lápis. 
c) Ele começou a fazer dietas. 
 
- antes de artigo indefinido e numeral cardinal (exceto em horas). 
a) Refiro-me a uma blusa mais fina. 
b) O vilarejo fica a duas léguas daqui. 
 
- antes dos pronomes pessoais, inclusive as formas de tratamento. 
a) Enviei uma mensagem a Vossa Majestade. 
b) Nada direi a ela. 
 
 
Neste caso, os pronomes senhora e senhorita são exceções. 
 
- antes de pronomes demonstrativos esta(s) e essa(s). 
a) Refiro-me a estas flores. 
b) Não deram valor a esta ideia. 
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- antes de pronomes indefinidos, com exceção de outra. 
a) Direi a todas as pessoas. 
b) Fiz alusão a esta moça e à outra. 
 
Entendendo a exceção... 
A regra é que, antes dos indefinidos NÃO existe crase. Ocorre, porém, que 
alguns indefinidos, não só o "outra" (tal, mesma, muitas, pouca), podem 
admitir o artigo "a" antes deles, dando ensejo à crase. Como saber se há o 
artigo antes do indefinido? Fazendo a substituição do substantivo feminino que 
os segue por outro masculino correlato, comprovaremos a ocorrência da crase: 
Exemplo: 
Assistimos sempre às mesmas cenas (aos mesmos episódios). >> COM 
CRASE. 
Exemplo tirado do exercício 14 desta aula: 
"... passava as tardes perambulando de uma praça a outra" 
(perambulando de um bosque a outro bosque). >> o indefinido "outra" não 
está acompanhado de artigo para que a crase seja exigida. Caso fosse 
formado: de um lugar AO outro... aí sim teria crase. 
Normalmente, o uso ou não da crase antes dos indefinidos está ligado à 
regência do verbo da oração: 
Assistimos a quê? 
Perambulando de um lugar a outro. 
Os verbos "assistir" e "perambular" regem o uso da preposição "a". 
 
- se antes da preposição a tiver outra preposição. 
a) Compareceu perante a juíza no dia da audiência. 
 
 
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Com a preposição até o uso é facultativo. 
Chegou até a (à) escola rapidamente. 
 
- no meio de expressões com palavras repetitivas. 
Ficamos cara a cara. 
 
- no a singular seguido de palavra no plural. 
Pediu apoio a pessoas estranhas. 
 
- não haverá crase antes de pronome interrogativo. 
Referiu-se a quem? 
 
- palavra feminina tomada em sentido genérico. 
A pena pode ir de advertência a multa. 
 
Multa = qualquer tipo. 
 
 
Havendo determinação, a crase é indispensável: 
Ele admite ter cedido à pressão dos superiores (determinação). 
 
3. A crase é facultativa: 
 
- antes de nomes próprios femininos (exceto em nomes de personalidade 
pública - sem artigo): 
a) Enviei um presente a (à) Maria. 
 
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A exceção ocorre quando o nome feminino vier acompanhado de uma 
expressão que a determine, então a crase será obrigatória: 
Dedico minha vida à Rosa do Jaboatão (determinação). 
 
- antes do pronome adjetivo possessivo feminino singular: 
a) Pediu informações a minha secretária. 
b) Pediu informações à minha secretária. 
c) Pediu informações a minhas secretárias. 
d) Pediu informações as minhas secretárias. 
e) Pediu informações às minhas secretárias. 
 
 
Se o pronome possessivo for substantivo e por regência a preposição for 
exigida, a crase será obrigatória: 
Foi a [à] sua cidade natal e à minha. 
A segunda crase do exemplo acima é obrigatória, enquanto a primeira é 
facultativa. 
 
- antes de topônimos, a menos que estejam determinados. 
a) Iremos a Curitiba. 
b) Iremos à bela Curitiba. 
c) Iremos à Bahia. 
 
 
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Lá vai um MACETE! 
Para saber se antes do topônimo (nome de um lugar) tem crase, basta 
decorar o versinho: 
Chego da, crase há! 
Chego de, crase pra quê? 
 
Testando o macete... 
Cheguei da Bahia = fui à Bahia (com crase) 
Cheguei de Manaus = fui a Manaus (sem crase) 
Cheguei da Alemanha = fui à Alemanha (com crase) 
Cheguei de Ubatuba = fui a Ubatuba (sem crase) 
Fácil não é?? Teste outros topônimos... 
 
4. Crase da preposição a com pronome demonstrativo e relativo 
 
Com os demonstrativos aquele(s), aquela(s) e aquilo, basta verificar se, 
por regência, alguma palavra pede a preposição que irá se fundir com o "a" 
inicial do próprio pronome. 
 
O MACETE é trocar aquele(a/s) por este(a/s) e aquilo por isto, se antes 
aparecer a, há crase. 
a) Enviei presentes àquela menina (a esta menina). 
b) A matéria não se relaciona àqueles problemas (a estes problemas). 
c) Não de ênfase àquilo (a isto). 
 
O pronome demonstrativo a(s) aparece antes de que ou de e pode ser 
trocado por aquela(s). Deve-se fazer o teste da troca por um masculino similar 
e verificar se aparece ao(s): 
 
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a) Estaestrada é paralela à que corta a cidade (O caminho é paralelo ao 
que corta a cidade). 
 
ATENÇÃO: Antes dos pronomes relativos "que" e "quem" não ocorre 
crase. Já o pronome qual(s) admite crase. 
 
 
O MACETE é trocar o substantivo feminino anterior ao pronome por um 
masculino, se aparecer ao(s) há crase. 
a) A menina à qual me refiro não estudou (O menino ao qual me refiro...). 
b) A professora à qual me refiro é bonita (O professor ao qual me 
refiro...). 
c) A fama à qual almejo não é difícil (O sucesso ao qual almejo...). 
 
 
5. Casos especiais sobre o uso da crase: 
 
- antes da palavra casa: 
Quando a palavra casa significar lar, domicílio e não vier acompanhada de 
adjetivo, ou locução adjetiva, não se usará a crase. 
Iremos a casa assim que chegarmos (Iremos ao lar assim que 
chegarmos). 
 
Quando a palavra casa estiver modificada por adjetivo ou locução 
adjetiva ocorrerá crase. 
Iremos à casa de minha mãe. 
 
- antes da palavra terra: 
Oposto de mar, ar e bordo - não há crase 
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O Marinheiro forma a terra. 
 
Quando terra significar solo, planeta ou lugar - poderá haver crase. 
a) Voltei à terra natal. 
b) A espaçonave voltará à Terra em um mês. 
 
- antes da palavra distância: 
Não se usa crase, salvo se vier determinada. 
a) Via-se o barco à distância de quinhentos metros (determinado). 
b) Olhava-nos a distância. 
 
 
O STF e a estabilidade das instituições 
 
Em 5 de outubro de 1988, com meridiana clareza, ao ser outorgada uma 
nova carta política à nação, o constituinte determinou que seu guardião seria o 
Supremo Tribunal Federal (artigo 102, caput). 
A Constituição, que rege os destinos do Estado democrático de Direito, 
portanto, sedia no pretório excelso seu elemento de estabilização. 
Compreende-se, pois, que, entre os constitucionalistas, tenha-se por 
assentado que, no capítulo destinado ao Poder Judiciário em sua competência 
de atribuições (artigos 92 a 126), caiba aos juízos monocráticos e aos tribunais 
de segundo grau a missão de administrar a Justiça e, aos tribunais superiores 
(STF, STJ, TST, TSE e STM), dar estabilidade às instituições, exercendo o papel 
mais relevante, entre eles, a Suprema Corte. 
É exatamente isso o que tem ocorrido, nos últimos tempos, no que diz 
respeito ao direito de maior importância em uma democracia, que é o direito 
de defesa, inexistente nos Estados totalitários. 
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Todos os cidadãos dignos, que constituem a esmagadora maioria da 
nação, são contra a impunidade, a corrupção, o peculato. Há de convir, 
todavia, que, na busca dos fins legítimos de combate à impunidade, não se 
pode admitir a utilização de meios ilegítimos, risco de se nivelarem os bons e 
os maus no desrespeito à ordem jurídica e à lei suprema. 
Ora, o simples fato de o país ter percebido, estupefato, que houve 
409.000 interceptações telefônicas autorizadas pela Justiça, em 2007, seguido 
de declarações do ministro da Justiça de que todos devem admitir que podem 
estar sendo grampeados, ou do ministro chefe do serviço de inteligência de 
que a melhor forma de não ser grampeado é fechar a boca, está a demonstrar 
a existência de excessos, com a conseqüente violação desse direito, o que se 
tornou mais claro na operação da Polícia Federal de maior visibilidade 
(Satiagraha). 
Nada mais natural, portanto, que a Suprema Corte, por imposição 
constitucional, interviesse - como, efetivamente, interveio - para recolocar em 
seus devidos termos o direito de investigar e acusar, assim como o direito de 
defesa, cabendo ao Poder Judiciário julgar, sem preferências ou preconceitos, 
as questões que lhe são submetidas. 
No instante em que foram diagnosticados abusos reais, a corte máxima, 
de imediato, deflagrou um saudável processo de conscientização de cidadãos e 
governantes de que tanto os crimes quanto os abusos devem ser coibidos, 
dando início a processo que desaguará em adequada legislação, necessária ao 
equilíbrio do contencioso, além, naturalmente, à busca da verdade, com a 
intervenção judiciária, isenta e justa, dentro da lei. 
E, por força dessa tomada de consciência, não só o Conselho Nacional de 
Justiça impôs regras às autorizações judiciais como o Poder Legislativo 
examina projeto de lei objetivando evitar tais desvios. Essas medidas 
permitirão que as águas, que saíram do leito do rio, para ele voltem, com 
firmeza e serenidade. 
Há de realçar, todavia, nos episódios que levaram, novamente, o país a 
conviver com o primado do Direito - especialmente com a valorização do 
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direito de defesa, garantidor, numa democracia, da certeza de que o cidadão 
não sofrerá arbítrios -, a figura do presidente do Supremo Tribunal Federal, 
ministro Gilmar Mendes, hoje, indiscutivelmente, um dos maiores 
constitucionalistas do país, com merecido reconhecimento internacional (é 
doutor em direito pela Universidade de Münster, na Alemanha, com tese sobre 
o controle concentrado de constitucionalidade). 
Graças à firmeza com que agiu, foi possível não só diagnosticar as 
violações como deflagrar todo o processo que está levando ao aperfeiçoamento 
das instituições, em que o combate à corrupção, legítimo, deve, todavia, ser 
realizado dentro da lei. 
Conhecendo e admirando o eminente magistrado há quase 30 anos, a 
firmeza na condução de assuntos polêmicos, na procura das soluções 
adequadas e jurídicas, seu perfil de admirável jurista e sua preocupação com a 
"Justiça justa", tenho a certeza de que não poderia ter sido melhor para o país 
do que vê-lo dirigir o pretório excelso nesta quadra delicada. 
Prova inequívoca da correção de sua atuação é ter contado com o apoio 
incondicional dos demais ministros, quanto às medidas que tomou, durante a 
crise. 
Parodiando a lenda do moleiro - que não quis ceder suas terras a 
Frederico da Prússia, dizendo que as defenderia, porque "ainda havia juízes em 
Berlim" -, posso afirmar: há juízes em Brasília, e dos bons! 
(Ives Gandra da Silva Martins. Folha de São Paulo, 16 de setembro de 2008.) 
 
01. (SEM ± 2008 ± Consultor de Orçamentos ± FGV) "Graças à 
firmeza com que agiu, foi possível não só diagnosticar as violações como 
deflagrar todo o processo que está levando ao aperfeiçoamento das 
instituições, em que o combate à corrupção, legítimo, deve, todavia, ser 
realizado dentro da lei." 
A respeito do trecho acima, analise os itens a seguir: 
 
I. Uma das ocorrências da palavra QUE é núcleo de um adjunto adverbial. 
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II. Um dos casos de ocorrência de crase é facultativo. 
III. Há somente uma estrutura em voz passiva. 
 
Assinale: 
a) se somente os itens I e II estiverem corretos. 
b) se somente os itensI e III estiverem corretos. 
c) se somente os itens II e III estiverem corretos. 
d) se nenhum item estiver correto. 
e) se todos os itens estiverem corretos. 
 
Comentário: vamos analisar cada alternativa referentes ao texto: "Graças 
à firmeza com que agiu, foi possível não só diagnosticar as violações como 
deflagrar todo o processo que está levando ao aperfeiçoamento das 
instituições, em que o combate à corrupção, legítimo, deve, todavia, ser 
realizado dentro da lei." 
I. Uma das ocorrências da palavra QUE é núcleo de um adjunto adverbial. 
± CORRETO. O primeiro ³TXH´�p�um pronome relativo com função de núcleo do 
adjunto adverbial de modo. Como agiu? Com firmeza�� ³)LUPH]D´� p� R�
DQWHFHGHQWH� GR� UHODWLYR� ³TXH´�� 2� SURQRPH� UHODWLYR� DVVXPH� D� PHVPD� IXQomR�
sintática do seu antecedente, ou seja, neste caso, núcleo adjunto adverbial de 
MODO UHIHUHQWH�DR�YHUER�³DJLU´. 
II. Um dos casos de ocorrência de crase é facultativo. ± ERRADO. Os dois 
casos de uso da crase, que aparecem no trecho, são obrigatórios: graças a + 
a firmeza = à firmeza e combate a + a corrupção = à corrupção. Ambos 
os casos seguem a regra geral. 
III. Há somente uma estrutura em voz passiva. ± CORRETO. A estrutura 
³FRPEDWH�j�FRUUXSomR��OHJtWLPR��GHYH��WRGDYLD��VHU�UHDOL]DGR�GHQWUR�GD�OHL��HVWi�
na voz passiva analítica (locução verbal formada pelo verbo ser + particípio do 
YHUER�SULQFLSDO�� �³FRPEDWH�j�FRUUXSomR�������GHYH�������ser realizado dentro 
GD�OHL´�� 
GABARITO: B 
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Rumo à civilização da re-ligação 
 
Analistas, especialmente vindos da biologia, das ciências da Terra e da 
cosmologia, nos advertem que o tempo atual se assemelha muito às épocas de 
grande ruptura no processo da evolução, épocas caracterizadas por extinções 
em massa. Efetivamente, a humanidade se encontra diante de uma situação 
inaudita. Deve decidir se quer continuar a viver ou se escolhe sua 
autodestruição. 
O risco não vem de alguma ameaça cósmica - o choque de algum meteoro 
ou asteroide rasante - nem de algum cataclismo natural produzido pela própria 
Terra - um terremoto sem proporções ou algum deslocamento fenomenal de 
placas tectônicas. Vem da própria atividade humana. O asteroide ameaçador 
se chama homo sapiens demens, surgido na África há poucos milhões de anos. 
Pela primeira vez no processo conhecido de hominização, o ser humano se 
deu os instrumentos de sua autodestruição. Criou-se verdadeiramente um 
princípio, o de autodestruição, que tem sua contrapartida, o princípio de 
responsabilidade. De agora em diante, a existência da biosfera estará à mercê 
da decisão humana. Para continuar a viver, o ser humano deverá querê-lo. 
Terá que garantir as condições de sua sobrevida. Tudo depende de sua própria 
responsabilidade. O risco pode ser fatal e terminal. 
Resumidamente, três são os nós problemáticos que, urgentemente, 
devem ser desatados: o nó da exaustão dos recursos naturais não renováveis, 
o nó da suportabilidade da Terra (quanto de agressão ela pode suportar?) e o 
nó da injustiça social mundial. 
Não pretendemos detalhar tais problemas amplamente conhecidos. 
Apenas queremos compartilhar e reforçar a convicção de muitos, segundo a 
qual a solução para os referidos problemas não se encontra nos recursos da 
civilização vigente. Pois o eixo estruturador desta civilização reside na vontade 
de poder e de dominação. Assujeitar a Terra, espoliar ao máximo seus 
recursos, conquistar os povos e apropriar-se de suas riquezas, buscar a 
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prosperidade mesmo à custa da exploração da força do trabalho e da 
dilapidação da natureza: eis o sonho maior que mobilizou e continua 
mobilizando o mundo moderno. Ora, esta vontade de poder e de dominação 
está levando a humanidade e a Terra a um impasse fatal. Ou mudamos ou 
perecemos. 
Temos que mudar nossa forma de pensar, de sentir, de avaliar e de agir. 
Somos urgidos a fazer uma revolução civilizacional. Sob outra inspiração e a 
partir de outros princípios mais benevolentes para com a Terra e seus filhos e 
filhas. Por ela os seres humanos poderão salvar-se e salvar também o seu belo 
e radiante planeta Terra. 
Mais ainda. Esposamos a ideia de que os sofrimentos atuais possuem uma 
significação que transcende a crise civilizacional. Eles se ordenam a algo 
maior. Revelam o trabalho de parto em que estamos, sinalizando o nascimento 
de um novo patamar de hominização. Estão surgindo os primeiros rebentos de 
um novo pacto social entre os povos e de uma nova aliança de paz e de 
cooperação com a Terra, nossa casa comum. 
Recusamo-nos à ideia de que os 4,5 bilhões de anos de formação da Terra 
tenham servido à sua destruição. As crises e os sofrimentos se ordenam a uma 
grande aurora. Ninguém poderá detê-la. De uma época de mudança passamos 
à mudança de época. Estamos deixando para trás um paradigma que plasmou 
a história nos últimos quinze mil anos. 
(Adaptação de BOFF, Leonardo. O despertar da águia: O diabólico e o simbólico na 
construção da realidade. Petrópolis/RJ: Vozes, 1998.) 
 
02. (SEFAZ RJ ± 2009 - Auditor Fiscal da Receita Estadual ± FGV) 
Criou-se verdadeiramente um princípio, o de autodestruição, que tem sua 
contrapartida, o princípio de responsabilidade. 
Das alterações processadas na frase, assinale aquela cuja forma de 
estruturação é a única sintaticamente correta e semanticamente compatível 
com as ideias defendidas no texto: 
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a) Criou-se verdadeiramente um princípio, o de autodestruição, com cujo 
princípio de responsabilidade antecipou-se à contrapartida. 
b) Criou-se verdadeiramente um princípio, o de autodestruição, sem cuja 
contrapartida o princípio de responsabilidade logrou existir. 
c) Criou-se verdadeiramente um princípio, o de autodestruição, e sua 
contrapartida estrutura ao princípio de responsabilidade. 
d) Criou-se verdadeiramente um princípio, o de autodestruição, onde a 
contrapartida é ao princípio de responsabilidade. 
e) Criou-se verdadeiramente um princípio, o de autodestruição, em cuja 
contrapartida está o princípio de responsabilidade. 
 
Comentário: vamos analisar cada alternativa para encontrarmos a 
correta: 
a) Criou-se verdadeiramente um princípio, o de autodestruição, com cujo 
princípio de responsabilidade antecipou-se à contrapartida. ± ERRADA. O 
texto original não fala nada sobre a autodestruição antecipar-se à 
contrapartida. O texto ficou incoerente, principalmente se o compararmos com 
o original, pois um princípio é a contrapartida do outro. Sem falar que a 
SUHSRVLomR�³FRP´�QmR�GHYHULD�HVWDU�DOL��XPD�YH]�TXH�R�YHUER�³DQWHFLSDU´�QmR�
rege preposição. 
b) Criou-se verdadeiramente um princípio, o de autodestruição, sem cuja 
contrapartida o princípio de responsabilidade logrou existir. ± ERRADA. Lograr 
significa usufruir, sendo assim, não faz sentido no segmento. Sem falar que, 
se o princípio da responsabilidade existe para ser a contrapartida do princípio 
GD�DXWRGHVWUXLomR��D�SUHSRVLomR�³VHP´�QmR�deveriaestar na frase. 
c) Criou-se verdadeiramente um princípio, o de autodestruição, e sua 
contrapartida estrutura ao princípio de responsabilidade. ± ERRADA. O texto 
original nada fala sobre um princípio ser estrutura do outro. Além disso, a 
preposição ³D´� QmR� SRGH� HVWDU� OLJDGD� DR� YHUER� ³HVWUXWXUDU´�� SRLV� WUDWD-se de 
um verbo transitivo direto e não rege preposição. 
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d) Criou-se verdadeiramente um princípio, o de autodestruição, onde a 
contrapartida é ao princípio de responsabilidade. ± ERRADA.O pronome relativo 
³RQGH´�Vy�SRGH�WHU�FRPR�DQWHFHGHQWH�XP�OXJDU��HUUR�FRPXP���QR�OXJDU�GHOH��
GHYHULD� WHU� VLGR� XVDGR� ³HP� TXH´�� $� SUHSRVLomR� ³D´� DSyV� ³SULQFtSLR´� HVWi�
inadequada e não deveria ter sido usada. 
e) Criou-se verdadeiramente um princípio, o de autodestruição, em cuja 
contrapartida está o princípio de responsabilidade. ± CORRETA. Observe o uso 
DGHTXDGR�GD�SUHSRVLomR�³HP´�DQWHV�GR�UHODWLYR�³FXMD´�� 
GABARITO: E 
 
Freud, o peixeiro e os excluídos 
 
Há anos compro peixe na mesma feira com o mesmo peixeiro. Disse a ele 
outro dia: Quando crescer, quero ser peixeiro. Devolveu a provocação: "Boa 
escolha, professor. É a profissão do id." Fiquei uma semana intrigado. Enfim, 
um peixeiro freudiano no Rio de Janeiro! Um analista excêntrico que tem por 
hobby limpar escamas! Na feira seguinte, perguntei: Ok, peixeiro é a profissão 
do id. Mas como assim? "O professor não conhece a Bíblia? Cristo precisava de 
apóstolos, chamou os pescadores e disse: Ide e pregai o evangelho a toda 
criatura!". 
Um sujeito bem intencionado quer dizer uma coisa, o freguês entende 
outra. Quando dizemos "direitos humanos", por exemplo, o que entendem os 
peixeiros, torneiros mecânicos, políticos profissionais, investigadores de 
polícia, personal trainings e membros de outras profissões? Não sabemos, mas 
deveríamos. 
A luta social não acontece só na "política" - partidos, parlamentos, 
sindicatos etc. Acontece também no interior da linguagem. Os 
desentendimentos por causa das palavras são, às vezes, desentendimentos 
sociais. 
Não se sabe, por exemplo, quem inventou a palavra "excluídos" para 
designar pobres. Os movimentos sociais incorporaram a palavrinha sem 
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refletir. A criança que não tem escola - está "excluída" da escola. O 
trabalhador que não tem emprego - está "excluído" do emprego. A palavra 
designa um fato real, mas o que quer dizer? Que a sociedade tem um lado de 
dentro e outro de fora. Como se fosse um trem correndo pela Baixada 
Fluminense (digamos): nós que estamos dentro olhamos pela janela e vemos 
as casas e pessoas que estão de fora. 
Acontece que a sociedade não é um trem que corre pela Baixada. A 
sociedade é o trem e as pessoas que vemos pela janela do trem. A sociedade 
não tem lado de fora. O que está fora da sociedade seria desumano, pois ela 
nada mais é que a relação entre os humanos. Não formamos sociedade com os 
cães, os mosquitos, os micos-leões-dourados. A única possibilidade de um ser 
humano ser excluído dela é deixar de ser humano. Até mesmo a nossa relação 
com a natureza e os bichos se faz por meio da sociedade. 
O leitor já viu onde quero chegar. Chamar alguém de "excluído" é lhe 
retirar a condição de humano. Ora, os movimentos sociais, que lutam para 
estender os direitos humanos a todas as pessoas, querem precisamente o 
contrário: querem humanizar ricos e pobres, negros e brancos, homens de 
bem e criminosos, bonitos e feios. Como é então que usam, e abusam, da 
palavra "excluídos"? Como é que admitem que a sociedade tem um lado de 
dentro (onde estão os incluídos) e um lado de fora (onde estão os 
"excluídos")? Como é que se deixam enredar por esse pântano de palavras, a 
ponto de negar com a boca o que fazem com o coração? 
Alguém os enredou. Quem foi? Talvez o Polvo de Vieira. "O polvo, 
escurecendo-se a si, tira a vista aos outros, e a primeira traição e roubo que 
faz é a luz, para que não se distinga as cores". Não é inocente chamar os 
explorados de nossa sociedade de "excluídos". Primeiro, porque, sutilmente, se 
está negando aos pobres a humanidade que os outros teriam. Segundo porque 
se está desvinculando a pobreza ("exclusão") da riqueza ("inclusão"). Por esse 
modo de pensar, aparentemente inocente, os ricos nada têm a ver com os 
pobres. Estes são problema do governo, "que devia dar escola, saúde e 
segurança aos excluídos" e dos políticos "que só sabem roubar". 
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Temos até hoje feira de trabalhadores: centenas de homens fortes 
acocorados esperando o "gato" selecionar os que vão trabalhar. O salário 
obedece à lei da oferta e procura: sobe se os acocorados forem poucos, desce 
se forem muitos. 
Como lidar com o número crescente de pessoas que nascem, vivem e 
morrem sem trabalho? O Brasil inventou várias "soluções" para esse problema 
do desenvolvimento. Uma delas foi o padrão popular de acumulação: o Se 
Virar. Os que se viram não estão excluídos de nada. Pertencem a um padrão 
de acumulação que compete há cem anos com o padrão capitalista. 
 
Na minha feira, há muitos vendedores de limão. Alguns vendem outras coisas. 
São "excluídos"? Produzem mais valia como qualquer outro proletário. 
Desejam roupas, tênis, bailes, prestígio, mulheres de revista, adrenalina, 
alucinação. Têm desejos e compram a sua satisfação possuindo a imagem (ou 
a simulação) dos objetos do desejo. Se tiverem competência e sorte, se 
tornarão vendedores de objetos (como limão) ou de sensações (como 
cocaína). Alguns abraçarão a profissão do Ide. De um jeito ou de outro, todos 
estão incluídos. 
(Adaptação do texto de SANTOS, Joel Rufino dos. Jornal do Brasil, domingo, 
11/03/2001.) 
 
03. (SEFAZ RJ ± 2009 - Auditor Fiscal da Receita Estadual ± FGV) O 
leitor já viu onde quero chegar. 
Assinale a alternativa cuja estrutura seja equivalente semanticamente à 
apresentada acima, mas que dela se diferencie quanto à adequação da 
linguagem ao padrão normativo. 
a) Já observou o leitor onde quero chegar. 
b) O leitor já viu aonde quero chegar. 
c) Quero chegar onde o leitor já viu. 
d) Em que ponto quero chegar o leitor já viu. 
e) O leitor já viu em cujo local quero chegar. 
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Comentário: não descuide daquilo que o enunciado pediu: alternativa que 
tenha o mesmo sentido da oração destacada do texto, mas que esteja 
diferente com relação à adequação da linguagem ao padrão normativo. 
2� WUHFKR� GHVWDFDGR� SRVVXL� XP� HUUR� GH� UHJrQFLD�� ³O leitor já viu onde 
TXHUR�FKHJDU´��2�YHUER�³FKHJDU´�p�WUDQVLWLYR�LQGLUHWR�H�UHJH�D�SUHSRVLomR�³D´��
que foi omitida na frase, antes do SURQRPH� ³RQGH´�� A questão quer a 
alternativa que corrija esta inadequação. Vejamos: 
a) Já observou o leitor onde quero chegar.± ERRADA. Esta opção omite a 
SUHSRVLomR�³D´��HVWDQGR�WDPEpP�LQDGHTXDGD�� 
b) O leitor já viu aonde quero chegar. ± CORRETA. O advéUELR�³DRQGH´�IRL�
SHUIHLWDPHQWH�HPSUHJDGR��SRLV�R�³D´�LQLFLDO�p�H[DWDPHQWH�D�SUHSRVLomR�H[LJLGD�
SHOR�YHUER�³FKHJDU´�H�LVVR�VHP�DOWHUDU�R�VHQWLGR�RULJLQDO�� 
c) Quero chegar onde o leitor já viu. ERRADA. Esta opção mantém o erro 
da oração original. 
d) Em que ponto quero chegar o leitor já viu. ± (55$'$��2�YHUER�³FKHJDU´�
UHJH�D�SUHSRVLomR�³D´�H�QmR�³HP´�� 
e) O leitor já viu em cujo local quero chegar. - (55$'$��2�YHUER�³FKHJDU´�
UHJH�D�SUHSRVLomR�³D´�H�QmR�³HP´��$OpP�GLVVR��R�SURQRPH�³FXMR´�GHYH�VHU�XDGR�
apenas com ideia de posse. 
GABARITO: B 
 
Justiça de qualidade 
 
A instalação do CNJ (Conselho Nacional de Justiça) em 2005 sinalizou 
profundas mudanças no Judiciário, até então apontado como o mais hermético 
e resistente a mudanças entre os três poderes. Foram instituídas normas para 
proibir o nepotismo nos tribunais e regras para a aplicação do teto 
remuneratório para coibir os supersalários que recorrentemente 
escandalizavam a opinião pública. 
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A correção dos desvios refletiu nova atitude dos magistrados, mais aberta 
ao diálogo com a sociedade e mais propensa a assimilar construtivamente 
críticas em relação aos serviços judiciais. Pôs-se fim ao clichê do juiz 
encastelado em torre de marfim, distante da sociedade. 
Tal atitude implicou a busca de maior transparência. Era preciso assegurar 
ao cidadão amplo acesso a informações sobre o desempenho da Justiça. Essas 
informações, lamentavelmente, não existiam ou eram imprecisas e defasadas. 
O Judiciário, na verdade, não se conhecia. 
Nesse contexto, a Corregedoria Nacional de Justiça lançou em 2007 o 
programa Justiça Aberta, um banco de dados com informações na internet 
(www.cnj.jus.br) atualizadas continuamente, que permite o monitoramento da 
produtividade judicial pelo próprio Poder Judiciário e pela sociedade. É a 
prestação de contas que faltava. 
Esse autoconhecimento é o ponto de partida para que o Judiciário dê 
continuidade a mudanças que se reflitam, efetivamente, na qualidade da 
prestação jurisdicional, que, sabemos, é alvo de insatisfação por parte dos 
jurisdicionados. A principal das reclamações é a morosidade, muitas vezes 
associada à impunidade ou não-efetivação da Justiça. Mais de 50% das 
representações que chegam ao CNJ referem-se a esse problema. 
É um problema que atinge desde a primeira instância até os tribunais 
superiores. Nascido na Constituinte que ampliou os direitos e as garantias do 
cidadão, o STJ (Superior Tribunal de Justiça) completará 20 anos no dia 7/4 do 
ano que vem, com aumento de 8.920% no número de processos julgados. No 
primeiro ano de funcionamento, julgou 3.700 processos. Em 2007, 330 mil 
processos. 
A progressão geométrica da demanda compromete não só a celeridade, 
mas a própria missão constitucional do STJ, que é a de uniformizar a 
interpretação das leis federais. 
Chegou-se ao paradoxo em que, por julgar número excessivo de 
processos, a construção da jurisprudência, que é seu papel maior, ficou em 
segundo plano. Com uma média anual de 10 mil processos julgados por cada 
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ministro, o complexo ato de julgar corre o risco de se transformar em mero ato 
mecânico. 
Atacar esse mal implica a adoção de um conjunto de ações e iniciativas. A 
busca da gestão eficiente, certamente, é uma delas. A emenda constitucional 
19, de 1998, forneceu importante meio de a sociedade exigir a qualidade dos 
serviços prestados pelo Estado, ao introduzir a eficiência como um dos 
princípios da administração pública. Diagnósticos precisos, planejamento, 
profissionalismo, soluções criativas, racionalização, enfim, todos os requisitos 
de uma gestão moderna não são, portanto, apenas desejáveis, mas 
indispensáveis. 
Se a Constituinte de 1988 deu ênfase à segurança jurídica, 
particularmente à garantia do contraditório e da ampla defesa, em detrimento 
da celeridade processual, o que se observa hoje é o clamor da sociedade por 
uma Justiça mais rápida. A emenda constitucional 45, da reforma do Judiciário, 
refletiu esse anseio ao inserir entre os direitos fundamentais a razoável 
duração do processo e os meios que garantam a celeridade da tramitação. É 
difícil conciliar esses dois princípios antagônicos: celeridade x segurança. 
A demanda por transparência e por celeridade processual exige uma 
Justiça de qualidade. Esta deve ser buscada não apenas com uma ou duas 
ações, mas, sim, com múltiplas iniciativas, que passam pela busca de uma 
gestão mais eficiente, com o aproveitamento racional dos recursos, a 
capacitação de magistrados e servidores e a racionalização de procedimentos, 
por avanços na informatização do processo, de acordo com os procedimentos 
previstos na Lei 11.419/06, pela reforma processual e por tantas outras 
medidas. 
Esse é um desafio a ser enfrentado não apenas pelos dirigentes do 
Judiciário, mas por todos os partícipes da atividade judicial, sejam eles 
magistrados, membros do Ministério Público, advogados, servidores, 
promotores. Somente com a mobilização de todos esses atores é que o 
Judiciário poderá atender à exigência da sociedade de uma Justiça de 
qualidade, efetiva e em tempo razoável. 
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(Cesar Asfor Rocha. Folha de São Paulo, 8 de setembro de 2008.) 
 
04. (SEM ± 2008 ± Advogado ± FGV) "Tal atitude implicou a busca de 
maior transparência. Era preciso assegurar ao cidadão amplo acesso a 
informações sobre o desempenho da Justiça. Essas informações, 
lamentavelmente, não existiam ou eram imprecisas e defasadas. O Judiciário, 
na verdade, não se conhecia." 
A respeito do trecho acima, analise os itens a seguir: 
I. Seria igualmente correto, na primeira frase, escrever "implicou na 
busca". 
II. O sujeito do primeiro verbo do segundo período é oracional. 
III. Tal e Essas exercem papel anafórico. 
 
Assinale: 
a) se somente os itens I e II estiverem corretos. 
b) se somente os itens II e III estiverem corretos. 
c) se nenhum item estiver correto. 
d) se todos os itens estiverem corretos. 
e) se somente os itens I e III estiverem corretos. 
 
Vamos analisar cada afirmativa: 
I. Seria igualmente correto, na primeira frase, escrever "implicou na 
busca". ± (55$'$��2�YHUER�³LPSOLFDU´��QR�VHQWLGR�GH�³DFDUUHWDU´��p�WUDQVLWLYR�
GLUHWR� H� QmR� UHJH� SUHSRVLomR�� SRUWDQWR�� D� SUHSRVLomR� ³HP´� �HP� �� D� � QD��
estaria inadequada ligada ao verbo. 
II. O sujeito do primeiro verbo do segundo período é oracional. ± 
CORRETA. 2�VXMHLWR�GH�³HUD�SUHFLVR´�p�D�RUDomR�³DVVHJXUDU�DR�FLGDGmR�DPSOR�
DFHVVR�D�LQIRUPDo}HV�VREUH�R�GHVHPSHQKR�GD�-XVWLoD´ 
III. Tal e Essas exercem papel anafórico. ± &255(7$�� ³7DO´�p�XP�WHUPR�
DQDIyULFR�� SRLV� UHWRPD� D� LGHLD� GR� SDUiJUDIR� DQWHULRU�� ³(VVDV´� WDPEpP� p�
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DQDIyULFR�� XPD� YH]� TXH� UHWRPD� R� VHJPHQWR� DQWHULRU�� ³LQIRUPDo}HV� VREUH� R�
GHVHPSHQKR�GD�-XVWLoD´�� 
GABARITO: B 
 
Cobrar responsabilidade 
 
No início do mês, um assaltante matou um jovem em São Paulo com um 
tiro na cabeça, mesmo depois de a vítima ter lhe passado o celular. 
Identificado por câmeras do sistema de segurança do prédio do rapaz, o 
criminoso foi localizado pela polícia, mas ± apesar de todos os registros que 
não deixam dúvidas sobre a autoria do assassinato ± não ficará um dia preso. 
0HQRU� GH� LGDGH�� IRL� ³DSUHHQGLGR´� H� OHYDGR� D� XP� FHQWUR� GH� UHFROKLPHQWR�� 2�
máximo de punição a que está sujeito é submeterǦse, por três anos, à 
aplicaçãR�GH�PHGLGDV�³VRFLRHGXFDWLYDV´� 
Não é um caso isolado na crônica de crimes cometidos por menores de 
idade no país. Mas houve, nesse episódio de São Paulo, uma circunstância que 
o transformou em mais um exemplo emblemático do equivocado abrigo legal 
que o Estatuto da Criança e do Adolescente confere a criminosos que estão 
longe de poderem justificar suas ações com o argumento da imaturidade: ao 
disparar friamente contra o estudante paulista, a assaltante estava a três dias 
de completar 18 anos. Pela selvageria do assassinato, o caso remete à 
barbárie de que foi vítima, no Rio, o menino João Hélio, em 2007. Também 
nesse episódio, um dos bandidos que participaram do martírio do garoto 
estava a pouco tempo de atingir a maioridade. 
Nos dois casos, convencionouǦse, ao anteparo do ECA, que a diferença de 
alguns dias ± ou, ainda que o fosse, de alguns meses ± teria modificado os 
padrões de discernimento dos assassinos. Eles não saberiam o que estavam 
fazendo. É um tipo de interpretação que anaboliza espertezas da criminalidade, 
como o emprego de menores em ações ± inclusive armadas ± de quadrilhas 
organizadas, ou serve de salvoǦconduto a jovens criminosos para afrontar a lei. 
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O raciocínio, nesses casos, é tão cristalino quanto perverso: colocamǦse 
jovens, muitos dos quais mal entraram na adolescência, na linha de frente de 
ações criminosas porque, protegidos pelo ECA, e diante da generalizada ruína 
administrativa dos órgãos encarregados de aplicar as medidas socioeducativas, 
na prática eles são inimputáveis. TornamǦse, assim, personagens de 
vestibulares para a entrada em definitivo, sem chances de recuperação, numa 
vida de crimes. 
É dever do Estado (em atendimento a um direito inalienável) prover 
crianças e adolescentes com cuidados, segurança, oportunidades, inclusive de 
recuperação diante de deslizes sociais. Neste sentido, o ECA mantém 
dispositivos importantes, que asseguram proteção a uma parcela da população 
em geral incapaz de discernir entre o certo e o errado à luz das regras sociais. 
Mas, se estes são aspectos consideráveis, por outro lado é condenável o viés 
paternalista de uma lei orgânica que mais contempla direitos do que cobra 
obrigações daqueles a quem pretende proteger. 
O país precisa rever o ECA, principalmente no que tange ao limite de 
idade para efeitos de responsabilidade criminal. É uma atitude que implica 
coragem (de enfrentar tabus que não se sustentam no confronto com a 
realidade) e o abandono da hipocrisia (que tem cercado esse imprescindível 
debate). 
(O Globo, 22/04/2013) 
 
05. (ALEMA - 2013 - Consultor Legislativo Especial ±FGV) Assinale a 
alternativa em que a preposição sublinhada é fruto da ligação com um termo 
posterior (e não anterior). 
a) ³2�Pi[LPR�GH�SXQLomR�a que está sujeito é submeterǦVH���´� 
b) ³,GHQWLILFDGR�por FkPHUDV�GR�VLVWHPD�GH�VHJXUDQoD���´� 
c) ³���TXH�QmR�GHL[DP�G~YLGDV�VREUH�D�DXWRULD�do DVVDVVLQDWR���´� 
d) ³���OHYDGR�a XP�FHQWUR�GH�UHFROKLPHQWR���´� 
e) ³���DSOLFDomR�de PHGLGDV�µVRFLRHGXFDWLYDV¶´� 
 
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Comentário: vamos analisar cada alternativa: 
 
a) ³2�Pi[LPR�GH�SXQLomR�a que está sujeito é submeterǦVH���´� 
Observe que este período está invertido. Se colocarmos na ordem direta, 
teremos: Está sujeito à punição. Mas quem? O criminoso. (O criminoso) 
está sujeito à punição. Nesta ordem fica bem mais fácil perceber a relação 
GR�³D´�FRP�R�WHUPR�posterior (não anterior). Trata-se da regência nominal da 
SUHSRVLomR�³D´�FRP�DGMHWLYR�³VXMHLWR´, que está posposto à preposição na frase 
origi8nal. ALTERNATIVA CORRETA. 
 
b) ³,GHQWLILFDGR�por câmHUDV�GR�VLVWHPD�GH�VHJXUDQoD���´� 
$�SUHSRVLomR�³SRU´�HVWi�UHJLGD�SHOR�DGMHWLYR�³LGHQWLILFDGR´��TXH�HVWi�DQWHV�
dela. ALTERNATIVA ERRADA. 
 
c) ³���TXH�QmR�GHL[DP�G~YLGDV�VREUH�D�DXWRULD�do DVVDVVLQDWR���´� 
$�SUHSRVLomR� ³GH´� �GH��� R� � GR�� p� UHJLGD� pelo termo ³DXWRULD´� HVWDQGR�
posposto a ele. ALTERNATIVA ERRADA. 
 
d) ³���OHYDGR�a XP�FHQWUR�GH�UHFROKLPHQWR���´� 
2�YHUER�³OHYDU´�UHJH�D�SUHSRVLomR�³D´��TXH�HVWi�OLJDGD��SRLV��D�XP�WHUPR�
anterior. 
 
e) ³���DSOLFDomR�de PHGLGDV�µVRFLRHGXFDWLYDV¶´� 
2� QRPH� ³DSOLFDomR´� UHJH� D� SUHSRVLomR� ³GH´�� TXH� HVWi� OLJDGD� D� HOH��
ALTERNATIVA ERRADA. 
 
GABARITO: A 
 
Desenvolvimento Urbano 
 
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As cidades representam o duplo desafio com o qual a União Europeia se 
depara atualmente: aumentar a competitividade satisfazendo simultaneamente 
determinados requisitos de ordem social e ambiental. 
As cidades são os centros da atividade econômica da Europa, assim como 
da inovação e do emprego. Mas também elas se debatem com uma série de 
problemas, nomeadamente, a tendência para a sub-urbanização, a 
concentração da pobreza e do desemprego em zonas urbanas e os problemas 
resultantes de um crescente congestionamento. Problemas tão complexos 
como esses requerem imediatamente respostas integradas a nível dos 
transportes, da habitação, da formação e do emprego, bem como respostas 
adaptadas às necessidades locais. As políticas regional e de coesão europeias 
têm como objetivo fazer face a estes desafios. 
 
Foram afetados cerca de 21,1 mil milhões de euros ao desenvolvimento 
urbano para o período entre 2007 e 2013, o que representa 6,1% do 
orçamento total da política de coesão europeia. Desse montante, 3,4 mil 
milhões de euros destinamǦse à reabilitação de sítios industriais e terrenos 
contaminados, 9,8 mil milhões de euros a projetos de regeneração urbana e 
rural, 7 mil milhões de euros a transportes urbanos limpos e 917 milhões de 
euros à habitação. Outros investimentos em infraestrutura nos domínios da 
investigação e da inovação, dos transportes, do ambiente, da educação, da 
saúde e da cultura têm também um impacto significativo nas cidades. 
(Comissão Europeia) 
 
06. (TCE-BA ± 2014 ± Agente Público ± FGV) ³$V�FLGDGHV�UHSUHVHQWDP�
o dupOR�GHVDILR�FRP�R�TXDO�D�8QLmR�(XURSHLD�VH�GHSDUD�DWXDOPHQWH���´; nesse 
segmento do texto o pronome relativo qual está precedido de uma preposição 
± com o qual ± exigida pelo verbo depararǦse. 
Assinale a alternativa em que essa mesma estruturação não está feita de 
forma correta,devido à troca da preposição. 
a) As cidades em que reside grande população são mais problemáticas. 
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b) Os meios de transportes de que se serve a população deve ser bem 
cuidado. 
c) As dívidas de cujo pagamento esquecem os maus pagadores trazem 
preocupações. 
d) Os investimentos a que se referem as autoridades foram realizados no 
ano passado. 
e) As cidades de cuja população se cobram impostos também devem ter 
seus direitos respeitados. 
 
&RPHQWiULR�� REVHUYH� TXH� ³GHSDUDU-VH´� p� XP� YHUER� WUDQVLWLYR� LQGLUHWR� H�
UHJH�D�SUHSRVLomR�³FRP´��7DO�UHJrQFLD�HVWi�SHUIHLWDPente respeitada no trecho 
do enunciado. Vamos analisar as alternativas para encontrar aquela que 
apresenta uma incorreção com relação à regência verbal. 
a) As cidades em que reside grande população são mais problemáticas. ± 
&255(7$���2�YHUER�³UHVLGLU´�UHJH�D�SUHSRVLomR�³HP´�� 
b) Os meios de transportes de que se serve a população deve ser bem 
cuidado. ± CORRETA. Servir-se de alguma coisa. 
c) As dívidas de cujo pagamento esquecem os maus pagadores trazem 
preocupações. ± ERRADA. O verbo esquecer, quando usado como transitivo 
LQGLUHWR��H[LJLQGR�D�SUHSRVLomR�³GH´��GHYH�VHU�SURQRPLQDO��$V�GtYLGDV�de cujo 
pagamento esquecem-se os maus pagadores... 
d) Os investimentos a que se referem as autoridades foram realizados no 
ano passado. ± &255(7$�� 2� YHUER� ³UHIHULU-VH´� UHJH� REULJDWRULDPHQWH� D�
SUHSRVLomR�³D´�� 
e) As cidades de cuja população se cobram impostos também devem ter 
seus direitos respeitados. ± CORRETA. Cobra-se algo (impostos) de alguém 
(população). 
GABARITO: C 
 
07. (AL/BA ± 2014 - Técnico de Nível Superior FGV) Assinale a opção 
que apresenta uma transgressão de regência verbal. 
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a) O sindicato vai recorrer da decisão do governo em criar uma nova fonte 
de arrecadação semelhante à CPMF, para a Saúde. 
b) O Ministério da Saúde cientificou o laboratório de que as vacinas contra 
o câncer de colo do útero atendem às recomendações da OMS. 
c) O Ministério da Saúde cientificou o laboratório que as vacinas contra o 
câncer de colo do útero atendem às recomendações da OMS. 
d) O Itamaraty informou que não dará qualquer resposta ao presidente 
venezuelano Nicolás Maduro. 
e) O Itamaraty informou que não responderá ao presidente venezuelano 
Nicolás Maduro. 
 
 
 
 &RPHQWiULR��D�~QLFD�TXHVWmR�TXH�WUD]�LQFRUUHomR�p�D�&��³2�0LQLVWpULR�GD�
Saúde cientificou o laboratório que as vacinas contra o câncer de colo do útero 
DWHQGHP�jV�UHFRPHQGDo}HV�GD�206´�� 
2�YHUER�³&LHQWLILFDU´�UHJH�D�SUHSRVLomR�³GH´��FLHQtificar alguém de algo), 
assim, o correto seria: O Ministério da Saúde cientificou o laboratório de que 
as vacinas contra... 
GABARITO: C 
 
ÉTICA E TRIBUTO 
 
No amplo debate sobre as questões tributárias fala-se com frequência de 
ética ou moralidade tributária, ainda que não se tenha absoluta clareza quanto 
à real extensão desse conceito. Nada diferente do que ocorre em relação à 
acepção da ética em outros domínios da política e da economia. A propósito, 
Norberto Bobbio, em "Elogio da serenidade e outros escritos morais", já 
observara que "nenhuma questão moral, proposta em qualquer campo, 
encontrou até hoje solução definitiva". 
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A despeito de sua natureza relativamente controversa, a ética tributária, 
ao menos conforme admite o senso comum, vincula-se à concepção e à prática 
de regras justas e razoáveis em matéria tributária. Aponta para questões, não 
raro conflitantes, que envolvem as limitações do poder de tributar, os direitos 
dos contribuintes, o dever fundamental de pagar impostos, o equilíbrio 
concorrencial, a prevenção das guerras fiscais, etc. Encerra, portanto, 
questões concernentes às relações entre o fisco e o contribuinte, entre os 
contribuintes e entre os fiscos. 
No Brasil, o debate sobre ética tributária só recentemente ganhou vulto 
em decorrência do aumento da carga tributária, da expansão da "indústria de 
liminares", do visível aperfeiçoamento da administração fiscal, da estabilidade 
econômica e da crescente inserção do país na economia globalizada. Na 
maioria dos países desenvolvidos, com cultura tributária mais amadurecida, 
esse debate é mais limitado, porque praticamente restrito a discussões sobre a 
pressão fiscal e a competição fiscal nociva (harmfull tax competition). 
Ainda não se enxerga horizonte visível para fixação de padrões éticos no 
campo tributário brasileiro, porque essa meta demanda uma ampla 
reestruturação de relacionamentos entre os fiscos e os contribuintes. O 
cidadão brasileiro, ao menos no plano cultural, não inclui o pagamento de 
impostos entre os deveres fundamentais. Não causa estranheza o empresário 
afirmar, sem nenhum sentimento de culpa, que deixou de pagar os impostos 
porque a "crise" o obrigou a optar entre o recolhimento de impostos e o 
pagamento aos fornecedores e empregados. Dito de outra forma, o pagamento 
de impostos ainda não é um valor definitivamente incorporado à vida nacional. 
 (...) 
A evasão tributária é explicável por várias razões. 
A mais conhecida é o propósito ilícito de auferir vantagens em relação aos 
demais contribuintes. 
Essa é a razão que socorre o homo oeconomicus, que pensa em sua 
conveniência econômica e não reconhece nenhum dever moral de conduta. No 
seu entender, é lícito tudo que o beneficia. Entre outras razões explicativas da 
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evasão, destacam-se: a ignorância frente à matéria tributária, muitas vezes 
reforçada por uma legislação complexa e ambígua; a impunidade que privilegia 
os que não pagam impostos; a falta de percepção quanto ao uso do dinheiro 
público ou sua malversação, em prejuízo do exercício pleno da cidadania fiscal; 
a utilização imprópria de recursos judiciais; a existência de uma relação 
desequilibrada nas relações entre o fisco e o contribuinte. 
Estudos da Secretaria da Receita Federal, com base no recolhimento da 
CPMF, mostram que um terço dos pagamentos realizados por intermédio de 
instituições financeiras foi tributado apenas por aquela contribuição, o que 
significa dizer que foram objeto de evasão, elisão ou isenção fiscais. Trata-se 
de percentual elevado, porém bem inferior a uma muito propalada estimativa 
de sonegação no Brasil ("para cada real arrecadado corresponde um real 
sonegado"). 
O combate à evasão fiscal é um dos pilares básicos sobre os quais se 
assenta a ética tributária. Nada produz mais distorções concorrenciais ou 
injustiça na arrecadação de impostos que a evasão fiscal, inclusive quando 
comparada com outras supostas "imperfeições" do sistema tributário, como a 
incidência em cascata. Ao fim e ao cabo, não é demais lembrar que inexiste 
igualdade na ilegalidade.Ao contrário do que alguns propagam, evasão fiscal não é um problema 
adstrito à administração tributária, a ser debelado pela ação fiscalizadora. A 
própria concepção dos tributos já traz em si os riscos de sonegação. Tributos 
muito vulneráveis à evasão, especialmente em países sem forte tradição 
tributária, são altamente perniciosos, porque sendo a sonegação uma conduta 
oportunista ela inevitavelmente ocorrerá e, em consequência, acarretará toda 
sorte de desequilíbrios no mercado e deficiências no erário. 
(...) 
No âmbito da administração tributária, o enfrentamento da evasão fiscal 
exige um contínuo aperfeiçoamento, que passa, entre recursos, pela aplicação 
de procedimentos de inteligência fiscal e pelo uso intensivo das novas 
tecnologias de informação e comunicação. Tudo, entretanto, será inócuo se 
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resultar em impunidade, o que requer celeridade nas execuções fiscais e nos 
julgamentos de recursos e impugnações administrativas, extrema parcimônia 
na concessão de anistias e remissões, e articulação entre órgãos de 
fiscalização. 
Ninguém põe dúvida quanto à legalidade da elisão fiscal, entendida como 
um ato ou negócio jurídico destinado a reduzir ou eliminar o ônus tributário, 
mediante utilização de "brechas fiscais" (fiscal loopholes), sem ofensa à lei e 
anteriormente à ocorrência do fato gerador. Não há, portanto, como confundi-
la com evasão fiscal, de natureza francamente ilegal. Tampouco pode alguém 
cogitar de restrições ao legítimo direito de auto-organização do contribuinte. A 
questão é de outra natureza. Deve a legislação brasileira, à semelhança do que 
ocorre em vários países desenvolvidos, estabelecer uma norma geral 
antielisão? A prática do planejamento fiscal não poderá, em certos casos, 
resultar em ofensa aos princípios constitucionais da igualdade, solidariedade e 
justiça, favorecendo os que dispõem de mais recursos e mais informações? 
A elisão fiscal não poderá assumir um caráter de segregação entre os que 
podem fazer uso dela e os que não podem e, por isso mesmo, acabam, 
obliquamente, sendo onerados por um inusitado "imposto sobre os tolos"? 
As respostas a essas questões não são simples, ademais de controversas. 
A matéria não foi ainda suficientemente pacificada entre os tributaristas. 
Entretanto, por mais fortes que sejam os argumentos dos que se opõem a uma 
norma geral antielisão é inequívoco que a prática do planejamento fiscal fixa 
um divisor entre contribuintes de primeira e segunda classes, em detrimento 
de um desejado tratamento igualitário. 
(...) 
As isenções complementam o quadro dos institutos que comprometem a 
igualdade tributária. Frequentemente, elas resultam de pressões exercidas por 
grupos de interesses, alimentadas por financiamentos de campanhas, e têm 
pouca ou nenhuma fundamentação econômica ou social. No Brasil, não se 
percebe claramente que a sociedade finda pagando mais impostos justamente 
para compensar os que não pagam em virtude da fruição de benefícios fiscais. 
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Esses benefícios, todavia, assim como as despesas, não são órfãos. Removê-
los implica uma verdadeira batalha política. É evidente que essa crítica não se 
aplica a incentivos transitórios e específicos para regiões ou pessoas pobres, 
nem ao ajustamento dos impostos à capacidade econômica dos contribuintes. 
(...) 
A ética tributária guarda relação, também, com a percepção externa das 
administrações tributárias. É importante que os contribuintes percebam que a 
política tributária é justa, a administração fiscal é proba, sensível e confiável, e 
os recursos arrecadados são corretamente aplicados. 
(...) 
A confiança do contribuinte na administração fiscal presume, desde logo, a 
existência de servidores probos - não apenas honestos ou que pareçam 
honestos, mas sobretudo exemplares. A autoridade que se confere ao servidor 
fiscal impõe responsabilidade e exemplaridade. A instituição de corregedorias, 
com autonomia funcional e mandato, é peça indispensável para consecução de 
padrões de honestidade nas administrações tributárias. 
(...) 
A ética tributária, por último, reclama a observância de relações de 
cooperação entre as administrações tributárias, como a troca de informações 
e, no plano internacional, as convenções para prevenir a bitributação. Militam 
em direção oposta a esse entendimento a utilização de instrumentos de 
"guerra fiscal" e a constituição de paraísos fiscais. Inúmeros estudos mostram 
que a guerra fiscal, particularmente no caso brasileiro, em nada aproveitou ao 
desenvolvimento das regiões mais pobres. Quando muito, serviu para 
acumulação de riquezas de certas elites, não necessariamente residentes 
nessas regiões. Não nos esqueçamos de que as guerras fiscais são quase tão 
velhas quanto a pobreza dessas regiões. 
(...) 
Robert Wagner, quando prefeito de Nova York, cunhou uma frase que se 
tornou célebre na literatura tributária: "Os impostos são o preço da civilização; 
não existem impostos na selva." No Brasil, a consolidação de uma ética 
40718706056
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tributária constitui requisito crítico para o desenvolvimento, para a segurança 
dos investimentos, para o equilíbrio concorrencial e para a justiça fiscal. 
(Everardo Maciel. www.braudel.org.br) 
 
08. (SEFAZ/RJ ± 2008 - Auditor Fiscal da Receita Estadual ± FGV) A 
respeito do trecho "sem ofensa à lei e anteriormente à ocorrência do fato 
gerador", analise os itens a seguir: 
I. Os termos "à lei" e "à ocorrência do fato gerador" desempenham 
funções sintáticas diferentes. 
II. As duas ocorrências da preposição a, que formam os dois casos de 
crase, subordinam os termos que introduzem ao mesmo elemento. 
III. Somente a segunda ocorrência de crase não é obrigatória. 
Assinale: 
a) se somente os itens I e II estiverem corretos. 
b) se nenhum item estiver correto. 
c) se somente os itens II e III estiverem corretos. 
d) se somente os itens I e III estiverem corretos. 
e) se todos os itens estiverem corretos. 
 
Comentário: após leitura do texto, vamos analisar as afirmativas: 
 
I. Os termos "à lei" e "à ocorrência do fato gerador" desempenham 
funções sintáticas diferentes. ± (55$'$��1R�WUHFKR�³VHP�RIHQVD�j�OHL´��³j�OHL´�
FRPSOHWD�R�VHQWLGR�GR�VXEVWDQWLYR�³RIHQVD´��VHQGR��SRUWDQWR��XP�FRPSOHPHQWR�
nominal. $JRUD��DQDOLVDQGR�³j�RFRUUrQFLD�GR�IDWR�JHUDGRU���SHUFHEHPRV�TXH�VH�
trata também de complemento nominal, uma vez que se refere ao advérbio 
³DQWHULRUPHQWH´�� TXH� SRVVXL� EDVH� QRPLQDO� SRU� GHULYDU� GR� DGMHWLYR� ³DQWHULRU´��
Então, os termos desta afirmativas desempenham a mesma função sintática. 
 
II. As duas ocorrências da preposição a, que formam os dois casos de 
crase, subordinam os termos que introduzem ao mesmo elemento. ± ERRADA. 
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